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LEGISLAÇÃO BIZURADA - DELTA AM - PARTE 1

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1 
 
 
 
 
 
PÓS-EDITAL 
2 
DISCIPLINAS E LEIS 
PARTE 💀 
D. Constitucional 
- Constituição Federal (arts. 1º-110; 125-169; 182-232; 243) 
- Lei 4.717/1965 - Ação Popular 
- Lei 7.347/1985 - Ação Civil Pública 
- Lei 9.507/1997 - HD 
- Lei 9.868/1990 - ADI/ADC 
- Lei 9.882/1990 - ADPF 
- Lei 11.417/2006 - Súmula Vinculante 
- Lei 12.016/2009 - MS 
- Lei 12.527/2011 - Lei de Acesso à Informação 
- Lei 13.300/2016 - MI 
#ATENÇÃO: NÃO ABRANGE A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL 
D. Penal - Código Penal 
D. Processual Penal - Código de Processo Penal (arts. 1º-405; 513-518; 531-538; 563-667) 
PARTE 💀💀 
D. Tributário e 
Financeiro 
- Tributário na CF (arts. 145-162) (incluído na CF) 
- Lei 5.172/1966 - CTN 
- Financeiro na CF (arts. 163-169) (incluído na CF) 
- LC 101/2000 - LRF (também no conteúdo de Direito Administrativo) 
- Lei 4.320/1964 - Normas Gerais de Direito Financeiro 
D. Administrativo 
- Lei 8.429/1992 - Improbidade Administrativa 
- Lei 8.987/1995 - Serviços Públicos 
- Lei 9.784/1999 - Processo Administrativo 
- Lei 12.846/2013 - Lei Anticorrupção 
#ATENÇÃO: NÃO ABRANGE A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, ESTATUTO DOS 
POLICIAIS CIVIS E ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
D. Humanos 
- Declaração Universal de Direitos Humanos 
- Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou 
degradantes 
D. Ambiental 
- Arts. 182/183 da CF (incluído na CF) 
- Resolução do CONAMA 1/1986 - Relatório de Impacto Ambiental 
- Resolução do CONAMA 237/1997 - Licenciamento Ambiental 
- Resolução do CONAMA 378/2006 - Empreendimentos Potencialmente Causadores 
de Impacto Ambiental Nacional ou Regional 
- LC 140/2011 
- Lei 6.938/1981 - Política Nacional do Meio Ambiente 
- Lei 9.433/1997 - Política Nacional dos Recursos Hídricos 
- Lei 9.985/2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC 
- Lei 10.257/2001 - Estatuto da Cidade 
- Lei 11.284/2006 - Florestas Públicas 
- Lei 12.305/2010 - Resíduos Sólidos 
- Lei 12.651/2012 - Código Florestal 
#ATENÇÃO: NÃO ABRANGE A LEI 11.445/2007 
Legislação Penal e 
Processual Penal 
Extravagante 
- Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) 
- Decreto-Lei 201/1967 - Lei de Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores 
- Lei 1.079/1950 - Crimes de responsabilidade 
- Decreto-Lei 3.688/1941 - Contravenções Penais 
- Lei 1.521/1951 - Crimes contra a Economia Popular 
- Lei 7.210/1984 - LEP 
- Lei 7.492/1986 - Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional 
- Lei 7.716/1989 - Crimes de Preconceito 
- Lei 7.960/1989 - Prisão Temporária (também no conteúdo de Direito Processual 
Penal) 
3 
- Lei 8.069/1990 - Crimes do Eca 
- Lei 8.072/1990 - Crimes Hediondos 
- Lei 8.078/1990 - Crimes contra o Consumidor 
- Lei 8.137/1990 - Crimes contra a Ordem Tributária (também no conteúdo de Direito 
Financeiro/Tributário) 
- Lei 8.176/1991 - Crimes contra a Ordem Econômica 
- Lei 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais 
- Lei 9.296/1996 - Interceptações Telefônicas 
- Lei 9.455/1997 - Crime de Tortura 
- Lei 9.503/1997 - Crimes de Trânsito 
- Lei 9.605/1998 - Crimes Ambientais (também no conteúdo de Direito Ambiental) 
- Lei 9.609/1998 - lei do Software 
- Lei 9.613/1998 - Lavagem de Dinheiro 
- Lei 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas e Testemunhas 
- Lei 10.671/2003 - Crimes do Estatuto do Torcedor 
- Lei 10.741/2003 - Crimes contra o Idoso 
- Lei 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento 
- Lei 11.101/2005 - Crimes Falimentares 
- Lei 11.340/2006 - Lei Maria da Penha 
- Lei 11.343/2006 - Lei de Drogas 
- Lei 12.037/2009 - Identificação Criminal 
- Lei 12.830/2013 - Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de Polícia 
- Lei 12.850/2013 - Organizações Criminosas 
- Lei 12.984/2014 - Crime de discriminação aos portadores de hiv 
- Lei 13.146/2015 - Crimes do estatuto da pessoa com deficiência 
- Lei 13.869/2019 - Abuso de Autoridade 
#ATENÇÃO: NÃO ABRANGE AS LEIS 8.906/1994 E 9.610/1998 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGENDA DE CORES 
• VERDE1: ARTIGOS, PARÁGRAFOS, INCISOS E ALÍNEAS MAIS IMPORTANTES 
• VERDE2: SÚMULAS 
• AZUL: JURISPRUDÊNCIA 
• AMARELO: JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ 
 
 
 
 
 
 
 
💣 ATUALIZADO: INFORMATIVOS (1035 STF; 714 STJ) - SÚMULAS (653 STJ) 
4 
SUMÁRIO 
 
1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................................................................................................. 5 
2. CÓDIGO PENAL ............................................................................................................................................................................................... 461 
3. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ................................................................................................................................................................ 785 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
CONCEITO DE 
CONSTITUIÇÃO 
 
SocioLógico (Fernand Lassalle) 
A Constituição é a soma dos fatores reais de poder que emanam da sociedade. A 
Constituição é um reflexo das relações de poder vigentes em determinada comunidade 
política. Defendia a existência duas constituições, uma real (ou efetiva) e outra escrita. 
- Constituição real ou efetiva: soma dos fatores reais de poder; 
- Constituição escrita: mera folha de papel. 
 
PolíTico (Carl SchmiTt) 
A Constituição decorre de uma decisão política fundamental, e se traduz na estrutura 
do Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos fundamentais. Faz distinção 
entre Constituição, que são normas vinculadas à decisão política fundamental e Leis 
Constitucionais, que são normas, que embora integrem o texto constitucional, são 
dispensáveis por não comporem a decisão política fundamental do Estado. 
- Constituição = BIZU: DEO: Direitos Fundamentais; Estrutura do Estado e Organização 
dos Poderes. 
 
Jurídico (Hans Kelsen) 
A Constituição é enfocada em dois sentidos: 
a) Lógico-jurídico: é a norma fundamental hipotética pura, cuja função é servir de 
fundamento lógico de validade da Constituição jurídico-positivo (plano lógico). 
- Norma fundamental hipotética; 
- Plano suposto; 
- Fundamento lógico-transcendental de validade da Constituição jurídico-positiva. 
b) Jurídico-positivo: é a norma posta, norma positiva suprema, conjunto de normas 
que serve para regular a criação de outras normas (plano positivo). 
- Norma posta, positivada; 
- Norma positivada suprema; 
- Fundamento das demais normas jurídicas. 
 
Culturalista (Meirelles Teixeira) 
A Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre 
ela pode influir. É uma formação objetiva de cultura. Relaciona-se com o conceito de 
constituição total, que apresenta, na sua complexidade intrínseca, aspectos 
econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos, a fim de abranger o seu o conceito 
em uma perspectiva unitária. 
ELEMENTOS DA 
CONSTITUIÇÃO 
 (José Afonso da 
Silva) 
 
BIZU: O SELF 
Elementos Orgânicos 
São as normas que tratam da estrutura do Estado, dispondo sobre a sua organização e 
funcionamento. 
Exs.: Título III (Da Organização do Estado); e Título IV (Da Organização dos Poderes e do 
Sistema de Governo). 
 
Elementos Socioideológicos 
São as normas que revelam o compromisso da ordem constitucional. 
Exs.: Título II, Capítulo II (Dos Direitos Sociais); Título VII (Da Ordem Econômica e 
Financeira); e Título VIII (Da Ordem Social). 
 
Elementos de Estabilização Constitucional 
São as normas destinadas a garantir a solução dos conflitos constitucionais para 
assegurar a supremacia constitucional e a manutenção do próprio Estado. 
6 
Exs.: Título V, Capítulo I (Do Estadode Defesa e do Estado de Sítio); Arts. 34 a 36 
(Intervenção nos Estados e Municípios); Emendas à Constituição; e Controle de 
Constitucionalidade. 
 
Elementos Limitativos 
São as normas que tratam dos limites de atuação do Estado, restringindo o poder de 
atuação de seus agentes para resguardar direitos indispensáveis à pessoa humana. 
Exs.: Título II, Capítulo I (Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos). 
 
Elementos Formais de Aplicabilidade 
São as normas destinadas a possibilitar a aplicação dos dispositivos constitucionais. 
Exs.: Preâmbulo; ADCT; e Art. 5º, § 1º (normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata). 
APLICABILIDADE DAS 
NORMAS 
CONSTITUCIONAIS 
(José Afonso da 
Silva) 
Normas Constitucionais de Eficácia Plena 
São auto-aplicáveis e não podem ser reduzidas pelo legislador infraconstitucional. 
- Autoaplicáveis; 
- Não restringíveis; 
- Aplicabilidade Direta, Imediata e Integral - BIZU: IDI. 
Ex.: Art. 2°, CF: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, 
o Executivo e o Judiciário; Remédios constitucionais. 
 
Normas Constitucionais de Eficácia Contida 
São auto-aplicáveis, mas podem ser reduzidas pelo legislador infraconstitucional. 
- Autoaplicáveis; 
- Restringíveis; 
- Aplicabilidade Direta, Imediata e Não Integral - BIZU: DI. 
Ex.: Art. 5º, XIII, CF: é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer. 
 
Normas Constitucionais de Eficácia Limitada 
Não auto-aplicáveis, dependendo de ato infraconstitucional ou de EC posterior para 
inteira aplicabilidade. 
- Não-autoaplicáveis; 
- Aplicabilidade Indireta, Mediata e Reduzida - BIZU: MI. 
Ex.: Art. 88, CF: A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da 
administração pública; Direito de greve do servidor público. Podem ser: 
 
1) Normas de Princípio Institutivo ou Organizativo 
São aquelas que dependem de lei para dar corpo, dar estrutura às instituições, pessoas 
e órgãos previstos na CF. 
Ex.: Art. 134, § 1º, CF: Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do 
Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos 
Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de 
provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado 
o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. 
 
2) Normas de Princípio Programático 
São aquelas que veiculam programas a serem implementados pelo Estado visando a 
realização de fins sociais. 
Ex.: Art. 205, CF: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho. 
 
7 
💀 EFEITO PARALISANTE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: o efeito ou eficácia 
paralisante é um efeito intrínseco das normas constitucionais, inclusive as normas 
constitucionais de eficácia limitada. Trata-se de um efeito mínimo que as normas 
constitucionais possuem de revogar normas infraconstitucionais anteriores a 
Constituição Federal que sejam contrárias às normas da Constituição. Dessa forma, ainda 
que se trate de norma constitucional de eficácia programática, por exemplo, apesar de 
depender de integração legislativa para a sua aplicação integral, essas normas, por si só, 
já possuem um efeito paralisante de revogar (não recepcionar) dispositivos pré-
constitucionais que lhe sejam contrários. 
MÉTODOS DE 
INTERPRETAÇÃO 
CONSTITUCIONAL 
Método Hermenêutico Clássico ou Jurídico (Ernest Forsthoff) 
Este método considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser 
interpretada usando as regras da hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos 
literal (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético. 
- Elemento literal: analisa o texto da norma em sua literalidade; 
- Elemento lógico: avalia a relação de cada norma com o restante da Constituição; 
- Elemento histórico: avalia o momento de elaboração da norma (ideologia então 
vigente); 
- Elemento teleológico: busca a sua finalidade; e 
- Elemento genético: investiga a origem dos conceitos empregados na Constituição. 
BIZU: Regras de hermenêutica tradicional: gramatical, histórico, teleológico, 
sistemático, genético 
 
Método Tópico-problemático ou da Tópida (Theodor Viehweg) 
Neste método, há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se 
solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma constitucional. 
Este método parte das premissas seguintes: a interpretação constitucional tem caráter 
prático, pois busca resolver problemas concretos e a norma constitucional é aberta, de 
significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência à discussão do problema). 
BIZU: Prevalência do problema sobre a norma 
 
Método Hermenêutico-concretizador (Konrad Hesse) 
A leitura da Constituição inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete, 
a quem cabe aplicar a norma para a resolução de uma situação concreta. 
Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas quais esta se desenvolve, 
promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando a interpretação em 
“movimento de ir e vir” (círculo hermenêutico). 
BIZU: Prevalência da norma sobre o problema 
 
Método Científico-espiritual, Integrativo, Interpretativo Evolutivo ou Valorativo 
(Rudolf Smend) 
A interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema de valores 
subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve ser interpretada como um 
todo, dentro da realidade do Estado. 
BIZU: Considera-se o “espírito da constituição”, o sistema de valores subjacente ao 
texto constitucional 
 
Método Normativo-estruturante ou Concretista (Friedrich Müller) 
Este método considera que a norma jurídica é diferente do texto normativo: aquela 
é mais ampla que este, pois resulta não só da atividade legislativa, mas igualmente da 
jurisdicional e da administrativa. Assim, para se interpretar a norma, deve-se utilizar tanto 
seu texto quanto a verificação de como se dá sua aplicação à realidade social (contexto). 
A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto. 
BIZU: Texto da norma x Norma jurídica. A norma jurídica deve ser interpretada de 
acordo com o contexto 
8 
Método Comparativo ou da Comparação Constitucional (Peter Häberle) 
Para este método a interpretação dos institutos se implementa mediante comparação 
nos vários ordenamentos. Estabelece-se, assim, uma comunicação entre as várias 
Constituições. Partindo dos 4 métodos ou elementos desenvolvidos por Savigny 
(gramatical, lógico, histórico e sistemático), Peter Haberle sustenta a canonização da 
comparação constitucional como um quinto método de interpretação. 
BIZU: Comparação entre Constituições 
PRINCÍPIOS DA 
INTERPRETAÇÃO 
CONSTITUCIONAL 
Princípio da Unidade 
Esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a 
evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais em 
abstrato. Assim, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são 
apenas aparentes. Segundo esse princípio, na interpretação deve-se considerar a 
Constituição como um todo, e não se interpretarem as normas de maneira isolada. Não 
há hierarquida entre as normas da CF. 
BIZU: Evitar contradições; Não há hierarquia entre as normas da CF 
 
Princípio da Máxima Efetividade, da Eficiência ou da Interpretação Efetiva 
Esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido 
que lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de 
extrair dela todas as suas potencialidades. Sua utilização se dá principalmente na 
aplicação dosdireitos fundamentais, embora possa ser usado na interpretação de 
todas as normas constitucionais. 
Diferenças entre as categorias de normas: 
- Existência: é uma norma produzida por uma autoridade aparentemente competente 
para tal. 
- Validade: produzida de acordo com seu fundamento, produzido de acordo com a 
norma superior. 
- Vigência: uma norma que existe no mundo jurídico. Inicia sua vigência na sua 
publicação ou após a vacatio legis. 
- Eficácia: aptidão da norma para ser aplicada ao caso concreto (eficácia positiva) ou 
para invalidar norma contraria (eficácia negativa). 
- Efetividade: quando a norma atinge os efeitos para qual foi criado. 
BIZU: Efetividade social 
 
Princípio da Justeza, da Conformidade Funcional, da Correção Funcional ou da 
Exatidão Funcional 
Esse princípio determina que o órgão encarregado de interpretar a Constituição não 
pode chegar a uma conclusão que subverta o esquema organizatório-funcional 
estabelecido pelo constituinte. Assim, este órgão não poderia alterar, pela 
interpretação, as competências estabelecidas pela Constituição para a União, por 
exemplo. 
BIZU: Não subverta o esquema organizatório-funcional estabelecido pela CF 
 
Princípio da Concordância Prática ou da Harmonização 
Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre 
eles em concreto, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. 
É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos 
fundamentais. Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre 
manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele encontra 
limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro direito protegido 
constitucionalmente. 
BIZU: Harmonização dos bens jurídicos em conflito; Evitar sacrifício 
 
 
9 
Princípio do Efeito Integrador ou Eficácia Integradora 
Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às 
determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade 
política. É, muitas vezes, associado ao princípio da unidade da constituição, justamente 
por ter como objetivo reforçar a unidade política. 
BIZU: Favoreçam a integração política e social 
 
Princípio da Força Normativa 
Esse princípio determina que toda norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia, 
sob pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto, que, na interpretação 
constitucional, deve-se dar preferência às soluções que possibilitem a atualização de 
suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência. 
São reflexos: 
* Efeito Transcendente 
* Objetivação do Controle Difuso 
* Relativização da Coisa Julgada 
BIZU: Buscar a eficácia 
 
Princípio da Convivência das Liberdades Públicas ou da Relatividade 
Parte da presunção que não existem princípios absolutos, pois todos encontram 
limites em outros princípios também consagrados na constituição. Para que as 
liberdades possam conviver, elas não podem ser absolutas, devem encontrar óbices. 
BIZU: Não existem princípios absolutos 
DIREITO 
INTERTEMPORAL 
 
As normas da 
constituição anterior 
e as normas 
infraconstitucionais 
anteriores podem 
sofrer algumas 
consequências 
jurídicas diversas com 
a instauração de uma 
nova ordem 
constitucional: 
Recepção 
A norma infraconstitucional (préconstitucional), que não contrariar a nova ordem, será 
recepcionada, podendo, inclusive, adquirir uma outra “roupagem”. 
Ex.: CTN (Código Tributário Nacional - Lei nº 5.172/66), que, embora tenha sido 
elaborado com natureza jurídica de lei ordinária, foi recepcionado pela nova ordem 
como lei complementar, sendo que os ditames que tratam das matérias previstas no art. 
146, I, II e III, da CF só poderão ser alterados por lei complementar, aprovada com o 
quórum da maioria absoluta (art. 69). 
 Requisitos: 
- estar em vigor no momento do advento da nova Constituição; 
- não ter sido declarada inconstitucional durante a sua vigência no ordenamento 
anterior; 
- ter compatibilidade formal e material perante a Constituição sob cuja regência ela foi 
editada (no ordenamento anterior); 
- ter compatibilidade somente material perante a nova Constituição, pouco importando 
a compatibilidade formal. 
 Características: 
- no fenômeno da recepção, só se analisa a compatibilidade material perante a nova 
Constituição; 
- a lei, para ser recebida, precisa ter compatibilidade formal e material perante a 
Constituição sob cuja regência ela foi editada; 
- como a análise perante o novo ordenamento é somente do ponto de vista material, 
uma lei pode ter sido editada como ordinária e ser recebida como complementar (“nova 
roupagem”); 
- em complemento, um ato normativo que deixe de ter previsão no novo ordenamento 
também poderá ser recebido. É o caso, por exemplo, do decreto-lei, que não mais existe 
perante o ordenamento de 1988: o Código Penal (DL n. 2.848/40) foi recebido como lei 
ordinária; 
- se incompatível, a lei anterior será revogada, não se falando em inconstitucionalidade 
superveniente; 
10 
- nesse caso, a técnica de controle ou é pelo sistema difuso ou pelo concentrado, mas, 
neste último caso, somente por meio da ADPF. Isso porque só se fala em ADI de uma lei 
editada a partir de 1988 e perante a CF/88 (contemporaneidade); 
- é possível, também, mudança de competência federativa para legislar, ou seja, matéria 
que era de competência da União pode perfeitamente passar a ser de competência 
legislativa dos Estados-Membros (como exemplo, citamos a instituição de região 
metropolitana que, na atual Constituição, passou a ser de competência estadual — art. 
25, § 3.º, da CF/88), mas a recíproca não é verdadeira. Assim é possível a 
DESFEDERALIZAÇÃO para normas estaduais ou municipais, mas não é possível a 
FEDERALIZAÇÃO de normas estaduais ou municipais (Ex.: leis municipais ou estaduais 
não podem ser recepcionadas como leis de competência da União); 
- é possível, ainda, a recepção de somente parte de uma lei, como um artigo, um 
parágrafo etc.; 
- o denominado fenômeno da recepção material de normas constitucionais (com status 
de lei infraconstitucional) somente é admitido mediante "expressa" previsão na nova 
Constituição. No entanto, a recepção material de normas infraconstitucionais 
compatíveis com a nova constituição pode ocorrer de forma implícita ou explícita 
(expressa); 
- a recepção ou a revogação acontecem no momento da promulgação do novo texto. 
Entende-se, contudo, que o STF poderá modular os efeitos da decisão, declarando a 
partir de quando a sua decisão passa a valer. Nesse caso, a aplicação da técnica da 
modulação poderia se implementar tanto no controle difuso como no controle 
concentrado por meio da ADPF. 
 
Não recepção ou revogação 
É a regra. É tácita e dispensa disposição nesse sentido. Lei nova revoga lei anterior no 
que lhe for contrário. 
 
Desconstitucionalização 
As normas constitucionais são recepcionadas com status de lei infraconstitucional pela 
nova constituição, desde que compatível materialmente com a nova ordem e que haja 
previsão expressa. 
--> Requisitos: 
- deve ser compatível materialmente com a nova Constituição; 
- deve vir expressamente prevista na nova Constituição; 
Obs.: NÃO É ADOTADO NO BRASIL! 
 
Recepção Material das Normas Constitucionais 
É a persistência de normas constitucionais anteriores que guardam, se bem que a título 
secundário, a antiga qualidade de normas constitucionais. 
Ex.: art. 34, caput, e seu § 1º, do ADCT, que asseguram, expressamente, a continuidade 
da vigência de artigos da Constituição anterior, com o caráter de norma constitucional, 
no novo ordenamento jurídico instaurado. 
As referidas normas são recebidas por prazo certo, em razão de seu caráter precário, 
características marcantes no fenômeno da recepção material das normas constitucionais. 
Só será admitido se houver expressa manifestaçãoda nova Constituição; caso 
contrário, as normas da Constituição anterior serão revogadas. 
 Requisitos: 
- deve vir expressamente previsto na nova Constituição; 
- são recebidas por prazo certo, em razão de seu caráter precário. 
CLASSIFICAÇÃO DAS 
CONSTITUIÇÕES 
- QUANTO À ORIGEM 
* Outorgadas, Impostas, Ditadoriais ou Autocráticas 
São aquelas impostas pelo detentor do poder político. 
Exs.: CF’s brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC nº 01/1969. 
11 
* Democráticas, Promulgadas, Votadas ou Populares (CF) 
São aquelas produzidas com a participação popular em regime de democracia (seja 
direta ou representativa). Normalmente, são fruto do trabalho de uma Assembleia 
Constituinte. 
Exs.: CF’s brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
 
* Cesaristas ou Bonapartistas 
São aquelas produzidas pelo detentor do poder político, mas dependem de ratificação 
popular por meio de referendo. 
Não há constituições brasileiras. 
 
* Dualistas ou Pactuadas 
São aquelas fruto de um compromisso instável de duas forças políticas rivais 
antagônicas. Governo/monarquia enfraquecido x Burguesia fortalecida. 
Não há constituições brasileiras. 
 
 
- QUANTO À FORMA 
* Escritas, Legais ou Instrumentais (CF) 
São aquelas produzidas em documentos formais/escritos e solenes. 
 
* Não Escritas, Históricas, Costumeiras ou Consuetudinárias 
São aquelas pautadas em costumes, tradições, leis esparsas e jurisprudência. 
#CUIDADO: as constituições não escritas também são formadas por leis e convenções. 
Ex.: Constituição inglesa. 
 
 
- QUANTO À SISTEMÁTICA 
* Codificadas (CF) 
São aquelas cujas normas se encontram inteiramente contidas em um só texto, 
formando um único corpo de lei. 
 
* Não Codificadas 
São aquelas escritas formadas por normas esparsas ou fragmentadas em vários 
textos. 
 
 
- QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO 
* Dogmáticas ou Sistemáticas (CF) 
São aquelas que são sempre escritas e elaboradas por um órgão constituinte, segundo 
os dogmas e valores em voga. 
 
* Históricas ou Costumeiras 
São aquelas que são não escritas e concebidas historicamente pela sociedade, 
produto de um processo social lento. São mais estáveis que as dogmáticas. 
Ex.: Constituição inglesa. 
 
 
- QUANTO AO CONTEÚDO 
* Materiais 
São aquelas identificadas por consagrarem um conjunto de normas estruturais da 
sociedade. São consideradas normas materialmente constitucionais as que contêm 
matérias típicas de uma constituição, quais sejam, estrutura do Estado, organização 
dos poderes e direitos e garantias fundamentais. 
12 
Ex.: Constituição imperial brasileira de 1824. 
 
* Formais (CF) 
São aquelas que podem ser definidas como o conjunto de normas jurídicas 
produzidas por um processo mais árduo e mais solene que o ordinário, com o 
propósito de tornar mais difícil a sua alteração. Esta espécie pressupõe uma constituição 
escrita. 
 
 
- QUANTO À EXTENSÃO 
* Analíticas, Prolixas, Extensas ou Longas (CF) 
São aquelas que versam sobre determinadas matérias de forma detalhada e 
específica. São necessariamente escritas e fruto do Constitucionalismo Contemporâneo. 
Ex.: Constituição de 1988 
 
* Sintéticas, Concisas, Sumárias ou Curtas 
São aquelas que possuem conteúdo abreviado e versam tão somente sobre princípios 
gerais e regras básicas sobre organização e funcionamento do Estado. 
Ex.: Constituição do EUA, que possui apenas sete artigos 
 
 
- QUANTO À ESTABILIDADE OU MUTABILIDADE 
* Imutáveis, Graníticas, Intocáveis ou Permanentes 
São as Leis Fundamentais antigas (Código de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas), que 
surgiram com a pretensão de eternidade e que, por isso, não podiam ser modificadas 
sob pena de maldição dos deuses. 
 
* Fixas ou Silenciosas 
São aquelas que só podem ser modificadas pelo mesmo poder constituinte que as 
elaborou, quando convocado. 
Ex.: Constituições francesas da época de Napoleão I. 
 
* Rígidas (CF) 
São aquelas que somente podem ser modificadas mediante procedimentos mais 
solenes e complexos que o processo legislativo ordinário. São sempre escritas, mas 
as escritas nem sempre são rígidas. 
Exs.: CF’s brasileiras de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. 
 
* Super-rígidas 
Classificação trazida por Alexandre de Moraes. São aquelas constituições rígidas 
dotadas de normas imutáveis (clausúlas pétreas). Para o autor, a CF é um exemplo 
desta classificação. 
 
* Semirrígidas ou Semiflexíveis 
São aquelas que contêm uma parte rígida e outra flexível. 
Ex.: Constituição imperial brasileira de 1824. 
 
* Flexíveis ou Plásticas 
São aquelas que permitem a modificação de suas normas por um processo idêntico ao 
de lei ordinária. As normas de uma Constituição flexível reduzem-se a normas legais, 
não possuindo nenhuma supremacia sobre as demais. 
 
 
 
13 
- QUANTO À IDEOLOGIA 
* Ecléticas ou Compromissórias (CF) 
São aquelas que procuram conciliar ideologias políticas opostas. 
 
* Ortodoxas 
São aquelas que adotam apenas uma ideologia política. 
Ex.: Constituição Soviética de 1977 (Comunismo). 
 
 
- QUANTO À ORIGEM DE DECRETAÇÃO 
* Autoconstituições (CF) 
São aquelas elaboradas por órgãos do próprio Estado, como a Assembleia Constituinte. 
 
* Heteroconstituições 
São aquelas elaboradas por órgãos de fora do Estado, seja por Organização 
Internacional ou por outros Estados. 
 
 
- QUANTO AO SISTEMA 
* Principiológicas (CF) 
São aquelas em que predominam os princípios. 
 
* Preceituais 
São aquelas em que predominam as regras. 
 
 
- QUANTO À FINALIDADE 
* Constituições-garantia ou Constituições-quadro 
São aquelas que se concentram nas limitações do poder do Estatal junto aos cidadãos 
(liberdade negativa). 
 
* Constituições-balanço ou Constituições-registro 
São aquelas que descrevem e registram, periodicamente, o grau de organização 
política e relações reais de poder. Fazem, de tempos em tempos, um balanço do 
estágio em que se encontra a evolução social. 
 
* Constituições-dirigente ou Constituições-programática (CF) 
São aquelas de texto extenso, que definem programas, planos e diretrizes para a 
atuação estatal. 
 
 
- QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (CRITÉRIO ONTOLÓGICO DE 
KARL LOEWENSTEIN) 
* Normativas (CF) 
São aquelas que estão em consonância com a realidade social e política do Estado e 
são utilizadas pela população. 
Exs.: Constituições brasileiras de 1891, 1934 e 1946. 
 
* Nominativas ou Nominais 
São aquelas que não conseguiram ficar em consonância com a realidade social, mas 
que anseiam chegar a este estágio e alcançar a simetria entre a Constituição e a 
realidade. São constituições prospectivas. 
 
 
14 
* Semânticas 
São aquelas que além de não estarem em consonância com a realidade social, são 
feitas para beneficiar os detentores do poder, sendo os interesses sociais relegados a 
segundo plano. 
Exs.: CF’s brasileiras de 1937, 1967 e 1969. 
 
 
- QUANTO AO PAPEL DA CONSTITUIÇÃO OU FUNÇÃO DESEMPENHADA PELA 
CONSTITUIÇÃO 
* Constituições-lei 
São aqueles em que suas normas são equiparadas às demais leis do ordenamento, 
desprovidas de status hierárquico diferenciado. Nesse sentido, não são capazes de 
moldar a atuação do legislador e funcionam, apenas, como diretrizes não vinculantes. 
 
* Constituições-moldura 
São aqueles que são só a moldura de um quadro vazio, funcionando como limite à 
atuação do legislador ordinário, que não poderá atuar fora dos limites previamente 
estabelecidos. 
 
* Constituições-fundamento ou Constituições-total 
São aqueles que diferenciam as normas constitucionais das demais, na medida em 
que as situa num plano de superioridade valorativo que as torna cogentes para os 
legisladores. 
 
 
- QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO 
* Liberais 
São aquelas visam delimitar o exercício do poder estatal, assegurar liberdades 
individuais, oponíveis ao Estado. 
Exs.: Constituições dos EUA e da França de 1787. 
 
* Sociais(CF) 
Típicas de um constitucionalismo pós liberal, são aquelas que passam a consagrar em 
seus textos não só direitos relacionados à liberdade, mas também prerrogativas de 
cunho social, cultural e econômico. A atuação do Estado deixa de ser meramente 
negativa, como era nas Constituições liberais, para se tornar positiva. 
 
 
- OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 
* Constituição dúctil ou suave 
Idealizada por Gustavo Zagrebelsky, é a constituição que cria condições para o exercício 
dos mais variados projetos de vida (concepções de vida digna), refletindo o pluralismo. 
 
* Constituição plástica 
Para Pinto Ferreira, constituição plástica é sinônimo de constituição flexível. 
Para Raul Machado Horta, constituição plástica é aquela dotada de uma mabealidade 
(são maleáveis aos influxos da realidade social, política, econômica, educacional, 
jurisprudencial etc). Possibilita releituras, reinterpretações de seu texto, à luz de novas 
realidades sociais. 
 
* Constituição expansiva 
Idealizada por Raul Machado Horta, indica constituições que conferem juridicidade a 
novas situações e estendem o tratamento jurídico de diversos outros temas já presentes 
nos documentos constitucionais anteriores. 
15 
* Constituição em branco 
É a constituição que não prevê regras e limites para o exercício do poder de reforma. 
 
* Constituição sem organicidade 
É a constituição caracterizada pela ausência de um documento único articulando e 
organizando as normas constitucionais, restando estas dispersas entre os diversos 
documentos, ou com normas constitucionais que sequer estão escritas. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CF/88 
• Origem: Promulgada 
• Forma: Escrita 
• Sistemática: Codificada 
• Modo de Elaboração: Dogmática 
• Conteúdo: Formal 
• Extensão: Analítica 
• Estabilidade: Rígida 
• Ideologia: Eclética 
• Origem de Decretação: Autoconstituição 
• Sistema: Principiológica 
• Finalidade: Dirigente 
• Correspondência com a Realidade: Normativa (prevalece) 
• Conteúdo Ideológico: Social 
PODER 
CONSTITUINTE 
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
 
- Sinônimos: Inicial, Inaugural, Genuíno ou de 1º Grau 
 
- Conceito: É o poder de instaurar uma nova ordem jurídica, rompendo por completo 
com a ordem jurídica precedente. 
 
- Titularidade: POVO 
Obs.: Joseph Sieyès, em sua obra clássica “O que é o Terceiro Estado?”, defendia que o 
titular do poder constituinte seria a nação (corrente minoritária). 
 
- Natureza: 
• Jusnaturalista: Poder de direito ou jurídico, pois eles admitem a existência de um 
direito natural prévio ao direito positivo. 
• Juspositivista: Poder de fato ou político, pois é anterior ao próprio direito, 
metajurídico, não integrando o mundo jurídico. Adotado! 
 
- Características: 
• Inicial: A Constituição é a base do ordenamento jurídico. Dá início a uma nova ordem 
constitucional e, simultaneamente, desconstitui (revoga) a ordem pretérita. 
• Autônomo: É capaz de definir o conteúdo que será implantado na nova Constituição, 
bem como sua estrutura e os termos de seu estabelecimento. Independe de quaisquer 
fatores jurídicos ou políticos externos ao exercente do poder. 
• Ilimitado Juridicamente: Não se submete a limitações jurídicas prévias. 
Obs.: Há limites naturais ao PCO! 
• Incondicionado: Não se submete a qualquer regra ou procedimento formal pré-fixado 
pelo ordenamento jurídico que o precede. 
• Permanente: Não se esgota quando da conclusão da constituição; ele permanece em 
situação de latência, sendo ativado o momento constituinte de necessária ruptura com 
a ordem estabelecida se apresentar novamente. 
 
16 
- Espécies: 
• Histórico ou Fundacional: É aquele que produz a primeira Constituição de um Estado. 
Ex.: CF de 1824. 
• Revolucionário ou Pós Fundacional: São todos os posteriores ao histórico, rompendo 
por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado. Ex.: Demais 
CF’s após 1824. 
• Material: É o responsável por definir o conteúdo fundamental da constituição, 
elegendo os valores a serem consagrados e a ideia de direito que irá prevalecer. No 
momento seguinte, essas escolhas políticas são formalizadas no plano normativo. 
• Formal: É o responsável por formalizar as escolhas políticas do poder constituinte 
material. 
BIZU: O poder constituinte material precede o formal. 
 
- Limitações Materiais: (Jorge Miranda) 
• Transcendentes: São aqueles que, advindos de imperativos do direito natural, de 
valores éticos ou de uma consciência jurídica coletiva, impõem-se à vontade do Estado, 
demarcando sua esfera de intervenção. Nesse sentido, parte da doutrina sustenta o 
dever de manutenção, imposto ao Poder Constituinte Originário pelo princípio da 
proibição de retrocesso, dos direitos fundamentais objeto de consensos sociais 
profundos ou diretamente ligados à dignidade da pessoa humana. 
• Imanentes: Estão relacionados à configuração do Estado à luz do Poder Constituinte 
material ou à própria identidade do Estado de que cada Constituição representa apenas 
um momento da marcha histórica. Referem-se a aspectos como a soberania ou a forma 
de Estado. É, por exemplo, o que impede que um Estado Federal, que assim quer se 
manter, passe a condição de Estado Unitário. 
• Heterônomos: São provenientes da conjugação com outros ordenamentos jurídicos 
como, por exemplo, as obrigações impostas ao Estado por normas de direito 
internacional. Sob essa perspectiva, seria vedado às futuras constituições brasileiras 
consagrar a pena de morte para além dos casos de guerra externa (CF, art. 5º, XLVII, "a"), 
ante o disposto na Convenção Americana sobre Direitos Humanos que, promulgada pelo 
Decreto nº 678, dispõe em seu artigo 4º, § 3º: "Não se pode restabelecer a pena de morte 
nos Estados que a hajam abolido". Tal vedação encontra fundamento na proibição de 
retrocesso. 
 
- Direitos Adquiridos e Nova Constituição (Graus de Retroatividade): 
Inexiste alegação de "direitos adquiridos" perante nova Constituição, perante o trabalho 
do poder originário. 
 
Poder constituinte e direito adquirido. Graus de retroatividade da norma 
constitucional: máximo, médio ou mínimo: 
• retroatividade MÁXIMA OU RESTITUTÓRIA: a lei nova atinge fatos consumados. 
Verifica-se quando a lei nova prejudica a coisa julgada (sentença irrecorrível) ou os fatos 
jurídicos já consumados. 
Ex.: o art. 96, parágrafo único, da Carta de 1937, que permitia ao Parlamento rever a 
decisão do STF que declarara a inconstitucionalidade de uma lei; 
• retroatividade MÉDIA: a lei nova atinge os efeitos pendentes de atos jurídicos 
verificados antes dela. Ou seja, a lei nova atinge as prestações vencidas, mas ainda não 
adimplidas. 
Ex.: lei que diminuísse a taxa de juros e se aplicasse aos já vencidos, mas não pagos 
(prestação vencida, mas ainda não adimplida); 
• retroatividade MÍNIMA, TEMPERADA OU MITIGADA: a lei nova atinge apenas os 
efeitos futuros dos atos jurídicos anteriores, verificados após a data em que ela entra 
em vigor. Trata-se de prestações futuras de negócios firmados antes do advento da nova 
lei. 
17 
Ex.: o art. 7º, IV, que, ao vedar a vinculação do salário mínimo para qualquer fim, 
significou que a nova regra deverá valer para fatos e prestações futuras de negócios 
celebrados antes de sua vigência (prestações periódicas). 
 
O STF vem se posicionando no sentido de que as normas constitucionais fruto da 
manifestação do poder constituinte originário têm, por regra geral, retroatividade 
mínima, ou seja, aplicam-se a fatos que venham a acontecer após a sua promulgação, 
referentes a negócios passados. 
Sendo regra, portanto, a retroatividade mínima, nada impede que a norma constitucional 
revolucionária, já que manifestação do poder constituinte originário ilimitado e 
incondicionado juridicamente, tenha retroatividade média ou máxima. Para tanto, 
contudo, deve existir expresso pedido na Constituição. 
 
#EMRESUMO: 
a) as normas constitucionais, porregra, têm retroatividade mínima, aplicando-se a 
fatos ocorridos a partir de seu advento, mesmo que relacionados a negócios celebrados 
no passado - ex.: art. 7º, IV; 
b) é possível a retroatividade máxima e média da norma introduzida pelo constituinte 
originário desde que haja expressa previsão, como é o caso do art. 51 do ADCT da 
CF/88. Nesse sentido, doutrina e jurisprudência afirmam que não há direito adquirido 
contra a nova Constituição; 
c) por outro lado, as Constituições Estaduais (poder constituinte derivado decorrente - 
limitado juridicamente) e demais dispositivos legais, vale dizer, as leis 
infraconstitucionais, bem como as emendas à Constituição (fruto do poder constituinte 
derivado reformador, também limitado juridicamente), estão sujeitos à observância do 
princípio constitucional da irretroatividade da lei (retroatividade mínima) (art. 5º, 
XXXVI — “lei” em sentido amplo), com pequenas exceções, como a regra da lei penal 
nova que beneficia o réu (nesse sentido, cf. AI 292.979-ED, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 
de 19.12.2002). 
 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
 
- Sinônimos: Instituído, constituído, secundário, de 2º grau, remanescente. 
 
- Conceito: O poder constituinte derivado é criado e instituído pelo originário. Ao 
contrário de seu “criador”, que é, do ponto de vista jurídico, ilimitado, incondicionado, 
inicial, o derivado deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo originário, sendo, 
nesse sentido, limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos. 
 
- Natureza: Poder de direito ou jurídico, pois deve obedecer às limitações impostas 
pelo PCO. 
 
- Características: 
• Subordinado: Retira fundamento de validade da CF. 
• Condicionado: Precisa respeitar a forma pré-determinada para sua criação, que se 
encontra na CF. 
• Limitado: Encontra limites na CF. 
 
- Espécies: Reformador (art. 60, CF); Revisor (art. 3º, ADCT); e Decorrente (art. 25, CF e 
art. 11, ADCT). 
 
 
 
18 
1. Poder Constituinte Derivado REFORMADOR (PCDR) 
- Conceito: É responsável pelas alterações no texto constitucional segundo as regras 
instituídas pelo Poder Constituinte Originário. 
 
- Natureza Jurídica: Poder de direito ou jurídico 
 
- Limitações: 
 
a. Expressas 
 
a.1. Formais ou Procedimentais 
• Subjetivas 
- Iniciativa: (art. 60, caput, I, II e III) 
Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
Presidente da República; 
mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-
se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
• Objetivas 
- Discursão e Votação: (art. 60, § 2º) 
Será discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo 
aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos membros. BIZU: 2C + 2T +3/5V 
- Promulgação: (art. 60, § 3º) 
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número 
de ordem. 
- Proposta de EC rejeitada ou prejudicada: (art. 60, § 5º) 
Proposta de Emenda rejeitada ou prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta 
na mesma sessão legislativa (princípio da irrepetibilidade). 
 
a.2. Circunstanciais (art. 60, § 1º) 
intervenção federal; estado de defesa; estado de sítio. 
 
a.3. Materiais ou Substanciais (art. 60, § 4º) 
- Cláusulas Pétreas: 
a forma federativa de Estado; 
o voto direto, secreto, universal e periódico. 
a separação dos Poderes; 
os direitos e garantias individuais. 
 
Obs.: Não há limitações TEMPORAIS ao PCDR! 
 
b. Implícitas (doutrina) 
- impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte originário; 
- impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte derivado reformador; 
- proibição de se violar as limitações expressas (aqui reside a impossibilidade da teoria 
da dupla revisão). 
 
2. Poder Constituinte Derivado REVISOR (PCDREV) 
- Conceito: Poder encarregado de fazer a revisão constitucional. Via extraordinária de 
alteração da CT, utilizado para alterações gerais. 
O poder revisor só é exercido uma única vez, como o foi em 1994, tendo dele resultado 
em seis Emendas Constitucionais de revisão. Uma vez exercido, o poder revisor teve sua 
eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada. 
 
 
19 
- Previsão: Art. 3º, do ADCT: 
“Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação 
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em 
sessão unicameral.” 
Revisão Constitucional: 
- Realizada: após 5 anos da promulgação da CF; 
- quórum de votação: maioria absoluta dos membros do CN; 
- sessão: unicameral. 
 
- Limitações 
• Temporais: 5 anos 
• Materiais: Idem as limitações do poder reformador - cláusulas pétreas (doutrina) 
 
3. Poder Constituinte Derivado DECORRENTE (PCDD) 
- Conceito: É a capacidade conferida pelo poder originário aos Estados Membros, 
enquanto entidades integrantes da federação, para elaborarem e alterar suas próprias 
constituições. 
 
- Características: 
- Poder de direito ou jurídico, instituído pela Constituição, possuidor de natureza jurídica; 
- Limitado (ou subordinado), 
- Condicionado, e 
- Secundário ou de 2° grau. 
 
- Limitações: 
• Sensíveis: São os que representam a essência da organização constitucional da 
federação brasileira e estabelecem limites à autonomia organizatória dos Estados-
membros (CF, art. 34, VII, “a” a “e”). 
• Extensíveis: São os que consagram normas centrais organizatórias para a União que 
se estendem aos Estados, por previsão constitucional expressa (CF, arts. 28 e 75) ou 
implícita (CF, art. 58, § 3º; arts. 59 e ss.) 
• Estabelecidos ou Organizatórios: São os que restringem a capacidade organizatória 
dos Estados federados por meio de limitações expressas (CF, art. 37) ou implícitas (CF, 
art. 21) 
 
 
PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
O poder constituinte difuso pode ser caracterizado como um poder de fato e que serve 
de fundamento para os mecanismos de atuação da mutação constitucional. 
Se por um lado a mudança implementada pelo poder constituinte derivado reformador 
se verifica de modo formal, palpável, por intermédio das emendas à Constituição, a 
modificação produzida pelo poder constituinte difuso se instrumentaliza de modo 
informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, e que decorre dos fatores 
sociais, políticos e econômicos, encontrando-se em estado de latência. Trata-se de 
processo informal de mudança da Constituição, alterando-se o seu sentido 
interpretativo, e não o seu texto, que permanece intacto e com a mesma literalidade. 
 
 
PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL 
Trata-se de um poder destinado a elaborar uma constituição supranacional, apta a 
vincular os Estados ajustados sob o seu comando e fundamentada na vontade do povo-
cidadão universal, seu verdadeiro titular. Este poder é considerado constituinte por ter 
a força de criar uma ordem jurídica de cunho constitucional, na medida em que 
20 
reorganiza a estrutura de cada um dos Estados que adere ao direito comunitário e 
submete as constituições nacionais ao seu poder supremo. 
O poder constituinte supranacional busca a sua fonte de validade na cidadania 
universal, no pluralismo de ordenamentos jurídicos, na vontade de integração e em 
um conceito remodelado de soberania. 
 
 
ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO 
PREÂMBULO 
CORPO FIXO 
(PARTE DOGMÁTICA) 
ADCT 
(ATOS DAS DISPOSIÇÕES 
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS) 
Representa os 
objetivos/finalidade 
É a parte mais importante – art. 1º 
ao 250 
É norma constitucional transitória, 
excepcional 
Desprovido de normatividade 
(âmbito da política) 
Possui normatividade Possui normatividade 
Não é parâmetro para o 
controle de constitucionalidade 
É parâmetro para o controle de 
constitucionalidade 
É parâmetro para o controle de 
constitucionalidade 
 
 
PREÂMBULO 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituirum Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica 
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA 
DO BRASIL. 
 
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL 
- O preâmbulo é um elemento formal de aplicabilidade. 
- O preâmbulo não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma norma. 
- O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, 
dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. 
- Em termos estritamente formais, o Preâmbulo é uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo 
dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da 
Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação. 
- O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior 
e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de 
força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e 
individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. 
- A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente, não tem força 
normativa, não sendo de reprodução obrigatória pelos Estados. 
- Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do 
constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das 
normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade. 
 TEORIAS QUANTO À NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO: 
1. Teoria da Irrelevância Jurídica: O preâmbulo está no âmbito da política, portanto, não possui relevância 
jurídica. Adotada! 
2. Teoria da Plena Eficácia: O preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais. 
3. Teoria da Relevância Jurídica Indireta ou Específica: O preâmbulo faz parte das características jurídicas da 
Constituição Federal, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas desta. 
 
 
 
 
21 
- Natureza jurídica do preâmbulo. 
O preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas sim no domínio da política. Ele apenas reflete a posição 
ideológica do constituinte. 
Desse modo, o preâmbulo não possui relevância jurídica. 
Vale ressaltar, ainda, que o preâmbulo não constitui norma central da Constituição, não sendo de reprodução 
obrigatória nas Constituições dos Estados-membros. 
A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF/88, reflete um sentimento religioso. Isso não faz, contudo, que 
o Brasil deixe de ser um Estado Laico. O Brasil é um Estado Laico, ou seja, um Estado em que há Liberdade de 
consciência e de crença, onde ninguêm é privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica. 
A invocação da proteção de Deus contida no preâmbulo da CF/88 não se trata de norma de reprodução obrigatória 
na Constituição estadual não tendo força normativa. Se a Constituição estadual não tiver esta expressão, não há 
qualquer inconstitucionalidade nisso. 
STF. Plenário. ADI 2076. Rel. Min. Carlos Velloso. Julgado em 15/08/2002. 
 
 
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO e tem como FUNDAMENTOS: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição. 
 
República Federativa do Brasil 
Forma de Estado Federado As duas iniciais formam FE de Federação 
Forma de Governo Republicano FOGO na República 
Sistema de Governo Presidencialista SIGO o Presidente 
Regime de Governo Democrático REGO Democrático 
 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Poder Função Típica Função Atípica 
Legislativo 
- Legislar 
- Fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária e patrimonial do 
Poder Executivo 
Nat. Executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo 
cargos, concedendo férias e licenças a servidores; 
Nat. Jurisdicional: Senado, quando julga o PR nos crimes de 
responsabilidade (art. 52, I, CF). 
Executivo 
- Administrar 
- Pratica de atos de chefia de 
Estado, chefia de governo e atos 
administrativos 
Nat. Legislativa: PR, quando adota Medida Provisória, com 
força de lei (art. 62, CF); 
Nat. Jurisdicional: Executivo julga, apreciando defesas e 
recursos administrativos. 
Judiciário - Julgar 
Nat. Executiva: quando concede férias e licenças aos 
magistrados e serventuários (art. 96, I, “f”, CF); 
Nat. Legislativa: regimento interno de seus tribunais (art. 96, 
I, “a”, CF). 
 
 
 
 
22 
Art. 3º Constituem OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil: 
Obs.: Norma constitucional de eficácia LIMITADA DE PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes PRINCÍPIOS: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural 
dos povos da América LATINA, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
#CUIDADO: Não é povos da América do SUL e não visa à formação de uma comunidade do MERCOSUL. 
 
 
FUNDAMENTOS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS 
PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
Soberania; 
 
Cidadania; 
 
Dignidade da pessoa humana; 
 
Valores sociais do trabalho e da 
libre iniciativa; 
 
Pluralismo político. 
Construir uma sociedade livre, justa e 
solidária; 
 
Garantir o desenvolvimento nacional; 
 
Erradicar a pobreza e a marginalização 
e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; 
 
Promover o bem estar de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação. 
Autodeterminação dos povos; 
 
Independência nacional; 
 
Não-intervenção; 
 
Concessão de asilo político; 
 
Prevalência dos direitos humanos; 
 
Igualdade entre os Estados; 
 
Defesa da paz; 
 
Repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 
Cooperação entre os povos para o 
progresso da humanidade; 
 
Solução pacífica dos conflitos. 
BIZU: “SoCiDiVaPlu” 
BIZU: “ConGaErPro”; Regra do 
verbo. 
BIZU: “AIndNãoConPreIDeReCoS” 
 
 
 
 
23 
TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
DIREITOS 
X 
GARANTIAS 
Direitos Bens e vantagens prescritos na norma constitucional. 
Garantias 
Instrumentos utilizados parae assegurar o exercício dos 
direitos. 
TITULARIDADE 
• Pessoas físicas: brasileiros e estrangeiros (residentes e não-residentes) 
• Pessoas jurídicas 
CATEGORIAS 
• Direitos e deveres individuais e coletivos 
• Direitos sociais 
• Direitos de nacionalidade 
• Direitos políticos 
• Partidos políticos 
TEORIA DOS LIMITES DOS 
LIMITES 
Em razão da proteção ao núcleo essencial dos direitos fundamentais, é limitada a 
ação do legislador que restringue esses direitos. 
Podem ser impostas restrições aos direitos fundamentais, mas o núcleo essencial 
não pode ser afetado. 
Essa teoria, umbilicalmente unida ao princípio da proteção do núcleo essencial, 
visa a evitar a limitação total de um direito fundamental a ponto de esse vir a ter 
seu núcleo esvaziado. 
Nesse diapasão, esclarece a doutrina a existência de duas teorias: 
1. Teoria Absoluta: o núcleo essencial dos direitos fundamentais opera como 
unidade substancial autônoma, ou seja, independe de situação concreta para que 
esteja salvo de eventual decisão legislativa. 
2. Teoria Relativa: o núcleo essencial deve ser definido para cada caso, de acordo 
com o objetivo da norma que venha a restringir o direito. 
CARACTERÍSTICAS 
Historicidade 
Possuem caráter histórico, nascendo com o cristianismo, 
passando pelas diversas revoluções e chegando aos dias 
atuais. 
Universalidade 
Destinam-se, de modo indiscriminado, a todos os seres 
humanos. 
Relatividade 
Os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), 
havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, 
conflito de interesses, o que é resolvido por um juízo de 
ponderação ou pelo princípio da proporcionalidade. 
Concorrência Podem ser exercidos cumulativamente uns com os outros. 
Irrenunciabilidade 
Eles podem ser nunca exercidos, mas nunca poderão ser 
renunciados. 
Inalienabilidade 
Como são conferidos a todos, são indisponíveis; não se 
pode aliená-los por não terem conteúdo econômico-
patrimonial. 
Imprescritibilidade Não são perdidos se não forem usados. 
DIREITOS DO HOMEM 
X 
DIREITOS HUMANOS 
X 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Direitos do 
Homem 
Conjunto de direitos humanos naturais, não escritos ou não 
positivados, mas que decorrem da ideia de humanidade. 
Direitos 
Humanos 
Conjunto de valores e direitos positivados na ordem 
internacional para a proteção da dignidade da pessoa. 
Direitos 
Fundamentais 
Conjunto de valores e direitos positivados na ordem interna 
de determinado país para a proteção da dignidade da 
pessoa. 
DIMENSÕES/GERAÇÕES 1ª Dimensão 
• Valor-Fonte: liberdade 
• Tipo de Estado: liberal 
24 
• Direitos: Políticos e Civis - BIZU: PC 
• Prestações Estatais: direitos negativos (abstenção Estatal) 
• Exemplos: liberdade de reunião e locomoção 
2ª Dimensão 
• Valor-Fonte: igualdade 
• Tipo de Estado: social 
• Direitos: Econômicos, Sociais e Culturais - BIZU: ESC 
• Prestações Estatais: direitos positivos (prestação Estatal) 
• Exemplos: saúde e previdência social 
3ª Dimensão 
• Valor-Fonte: fraternidade 
• Tipo de Estado: coletivo 
• Direitos: Coletivos e Difusos - BIZU: CD 
• Prestações Estatais: dever de toda a comunidade 
• Exemplos: meio ambiente e consumidor 
4ª Dimensão 
• Engrenharia genética (Norberto Bobbio) 
• Direito à informação, democracia direta e pluralismo 
(Paulo Bonavides) 
5ª Dimensão • Direito à paz (Paulo Bonavides) 
TEORIA DOS STATUS DE 
JELLINEK 
 
(Desenvolvida por Georg 
Jellinek na segunda métade 
do séxulo XIX e apresentada 
por Robert Alexy em seu 
livro “Teoria dos Direitos 
Fundamentais”, a Teoria 
dos Status de Jellinek busca 
explicar o papel dos 
Direitos Fundamentais nas 
relações entre o Estado e o 
particular) 
Status Passivo 
ou Subjectionis 
O indivíduo em posição de subordinação aos Poderes 
Públicos, vinculando-se ao Estado por mandamentos e 
proibições. O indivíduo aparece como detentor de deveres 
perante o Estado. 
BIZU: Sujeição do particular frente ao Estado. 
Status Negativo 
ou Libertatis 
O indivíduo, por possuir personalidade, goza de um espaço 
de liberdade diante das ingerências do Poder Público. 
Direito de garantir uma abstenção do Estado, de negar uma 
intervenção. 
BIZU: Defesa do particular frente ao Estado. 
Status Ativo 
ou Activus 
O indivíduo tem direito de participar ativamente da vida do 
Estado, de se inserir na tomada de decisão do Estado. Ex.: 
voto. 
BIZU: Participação do particular na tomada de decisões. 
Status Positivo 
ou Civitatis 
O indivíduo tem direito de exigir do Estado uma atuação 
positiva, uma intervenção prestacional. 
BIZU: Prestação do Estado ao particular. 
DIMENSÕES 
(SUBJETIVA X OBJETIVA) 
Dimensão 
Subjetiva 
Os direitos fundamentais, são direitos exigíveis perante o 
Estado: as pessoas podem exigir que o Estado se abstenha 
de intervir indevidamente na esfera privada (direitos de 1ª 
geração) ou que o Estado atue ofertando prestações 
positivas, através de políticas e serviços públicos (direitos 
de 2ª geração). 
Dimensão 
Objetiva 
Os direitos fundamentais são vistos como enunciados 
dotados de alta carga valorativa: eles são qualificados 
como princípios estruturantes do Estado, cuja eficácia se 
irradia por todo o ordenamento jurídico. Aplica-se às 
aplicações e interpretações dos direitos fundamentais. 
EFICÁCIAS 
Eficácia 
Vertical 
É aplicada às relações entre o Estado e o particular, que se 
encontra em uma relação de subordinação quanto ao 
Estado. 
BIZU: Estado x Particular 
Eficácia 
Horizontal 
É chamada de horizontal, pois não existe subordinação, mas 
sim uma coordenação, uma igualdade entre as partes da 
relação. 
BIZU: Particular x Particular 
25 
Eficácia 
Diagonal 
É aplicada às relações em que há um desequilíbrio entre os 
particulares, é um desequilíbrio fático, a exemplo das 
relações entre patrões e empregados, entre banco e 
consumidores. 
BIZU: Particular x Particular Vulnerável 
REGRAS 
X 
PRINCÍPIOS 
Regras 
• Mandados de determinação 
• Aplicado por subsunção 
• Técnica do "tudo ou nada" 
• Buscam fundamento nos princípios 
• Possuem reduzido grau de abstração e 
indeterminabilidade 
• Aplicação direta e imediata 
Princípios 
• Mandados de otimização 
• Aplicado por ponderação de interesses 
• Técnica do "mais ou menos" 
• Constituem a ratio das regras 
• Possuem elevado grau de abstração e de 
indeterminabilidade 
• Dependem da interpretação 
 
 
Art. 5º TODOS são iguais perante a lei, SEM DISTINÇÃO de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, à Segurança e 
à Propriedade, nos termos seguintes: BIZU: “V.I.L.P.S” 
 
Direito à 
VIDA 
Dimensão 
NEGATIVA 
Consiste no direito assegurado a todo e qualquer ser humano de 
permanecer vivo. Trata-se, aqui, de direito de defesa que confere 
ao indivíduo status negativo (em sentido amplo), ou seja, direito 
à não intervenção em sua existência física por parte do Estado e 
de outros particulares. A proibição da pena de morte (CF, art. 5. º, 
XLVII, "a") é uma posição jurídica específica que o integra em sua 
acepção negativa. 
Dimensão 
POSITIVA 
É associada ao direito à existência digna, no sentido de ser 
assegurado ao indivíduo o acesso a bens e utilidades 
indispensáveis para uma vida em condições minimamente dignas. 
Essa acepção, no entanto, não se limita à garantia do mínimo 
existencial, atuando também no sentido de assegurar ao 
indivíduo pretensões de caráter material e jurídico. Nesse sentido, 
impõe aos poderes públicos o dever de adotar medidas positivas 
de proteção da vida. 
 
Direito à 
IGUALDADE 
Concepção 
FORMAL 
Correspondente à noção de que todos os homens são iguais, 
não importa o conteúdo do tratamento dispensado, nem as 
condições ou circunstâncias de cada indivíduo. Reduzido a este 
sentido, o princípio da igualdade se converte, de certo modo, 
numa simplesexigência de generalidade e de prevalência da lei 
em face da jurisdição e da administração. 
Concepção 
MATERIAL 
Representa o tratamento igual dos iguais e o tratamento 
desigual daqueles em situações desiguais. Por essa concepção, 
a igualdade deve adotar critérios distintivos justos e razoáveis, de 
modo que os poderes públicos devem adotar medidas concretas 
para reduzir ou compensar desigualdades. 
 
 
26 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
 
- É inconstitucional lei que preveja requisitos diferentes entre homens e mulheres para que recebam pensão 
por morte. 
É inconstitucional, por transgressão ao princípio da isonomia entre homens e mulheres (art. 5º, I, da CF/88), a 
exigência de requisitos legais diferenciados para efeito de outorga de pensão por morte de ex-servidores públicos 
em relação a seus respectivos cônjuges ou companheiros/companheiras (art. 201, V, da CF/88). 
STF. Plenário. RE 659424/RS, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 457) (Info 
994). 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; (P. DA LEGALIDADE) 
 
Princípio da 
LEGALIDADE 
Aspectos 
- Positivo 
• aplicável à Administração Pública 
• só poderá atuar quando a lei determinar ou autorizar 
- Negativo 
• aplicável ao particular 
• podem fazer tudo o que não estiver proibido em lei 
Exceções 
• Medidas provisórias (art. 62, CF) 
• Estado de defesa (art. 136, CF) 
• Estado de sítio (art. 137, CF) 
 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
Obs.: Norma constitucional de eficácia PLENA 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato; 
 
- É inconstitucional a resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe a comercialização e o uso dos 
testes psicológicos para indivíduos que não sejam psicólogos. 
Ao restringirem a comercialização e o uso de testes psicológicos aos profissionais regularmente inscritos no 
Conselho Federal de Psicologia (CFP), o inciso III e os §§ 1º e 2º do art. 18 da Resolução 2/2003-CFP acabaram por 
instituir disciplina desproporcional e ofensiva aos postulados constitucionais relativos à liberdade de manifestação 
do pensamento (art. 5º, IV, IX e XIV, da CF/88) e de liberdade de acesso à informação (art. 220, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 3481/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/3/2021 (Info 1008). 
 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral 
ou à imagem; (DIREITO DE RESPOSTA) 
 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos 
e garantida, NA FORMA DA LEI, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; (DIREITO A LIBERDADE 
RELIGIOSA) 
 
- Estados e Municípios podem restringir temporariamente atividades religiosas coletivas presenciais a fim 
de evitar a proliferação da Covid-19. #IMPORTANTE #COVID 
É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais 
atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da Covid-
19. 
STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012). 
 
- É ilegítima a recusa dos pais à vacinação compulsória de filho menor por motivo de convicção filosófica. 
#IMPORTANTE #COVID 
É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância 
sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória 
27 
determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com base 
em consenso médico-científico. 
Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou 
responsáveis, nem tampouco ao poder familiar. 
STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 
1103) (Info 1003). 
 
- É constitucional lei estadual que permite o sacrifício de animais em cultos de religiões de matriz africana. 
#IMPORTANTE 
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual 
de animais em cultos de religiões de matriz africana. 
STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019 
(Info 935). 
 
VII - é assegurada, NOS TERMOS DA LEI, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva; 
 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, 
fixada em lei; (ESCUSA OU OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA) 
 
- É possível que o candidato a concurso público consiga a alteração das datas e horários previstos no edital 
por motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. #IMPORTANTE 
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de concurso público em datas 
e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivo de crença 
religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos 
e que não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e 
26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000). 
 
- É possível que o servidor público cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos por motivos 
religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. #IMPORTANTE 
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível à Administração Pública, inclusive durante o estágio 
probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos 
públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde que 
presentes a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento do exercício de suas funções e não 
acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. 
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e 
26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000). 
 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, INDEPENDENTEMENTE 
de censura ou licença; 
 
- Emissora de TV pode ser condenada ao pagamento de indenização por danos morais coletivos em razão 
da exibição de filme fora do horário recomendado pelo Ministério da Justiça. 
Segundo decidiu o STF, é inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do 
ECA. Assim, o Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em determinados 
horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder 
Público pode apenas recomendar os horários adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não 
obrigatória) (STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016). 
Vale ressaltar, no entanto, que a liberdade de expressão, como todo direito ou garantia constitucional, exige 
responsabilidade no seu exercício, de modo que as emissoras deverão resguardar, em sua programação, as 
cautelas necessárias às peculiaridades do público infanto-juvenil. Logo, a despeito de ser a classificação da 
programação apenas indicativa e não proibir a sua veiculação em horáriosdiversos daquele recomendado, cabe 
28 
ao Poder Judiciário controlar eventuais abusos e violações ao direito à programação sadia, previsto no art. 221 da 
CF/88. 
Diante disso, é possível, ao menos em tese, que uma emissora de televisão seja condenada ao pagamento de 
indenização por danos morais coletivos em razão da exibição de filme fora do horário recomendado pelo órgão 
competente, desde que fique constatado que essa conduta afrontou gravemente os valores e interesses coletivos 
fundamentais. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.840.463-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/11/2019 (Info 663). 
 
- Biografias: autorização prévia e liberdade de expressão. #IMPORTANTE 
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das demais 
pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo 
compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF foram as seguintes: 
“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, 
sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso 
de pessoas falecidas ou ausentes”. 
Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela 
publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como 
também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de 
resposta etc. 
STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789). 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
- A determinação judicial para identificação dos usuários que operaram em determinada área geográfica, 
suficientemente fundamentada, não ofende a proteção à privacidade e à intimidade. #IMPORTANTE 
A quebra do sigilo de dados armazenados não obriga a autoridade judiciária a indicar previamente as pessoas que 
estão sendo investigadas, até porque o objetivo precípuo dessa medida é justamente de proporcionar a 
identificação do usuário do serviço ou do terminal utilizado. 
Logo, a ordem judicial para quebra do sigilo dos registros, delimitada por parâmetros de pesquisa em determinada 
região e por período de tempo, não se mostra medida desproporcional, porquanto, tendo como norte a apuração 
de gravíssimos crimes, não impõe risco desmedido à privacidade e à intimidade dos usuários possivelmente 
atingidos por tal diligência. 
STJ. 3ª Seção. RMS 61.302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/08/2020 (Info 678). 
 
- A MP 954/2020 exorbitou dos limites traçados pela Constituição ao autorizar a disponibilização dos dados 
pessoais de todos os consumidores dos serviços STFC e SMP, pelos respectivos operadores, ao IBGE. #COVID 
A MP 954/2020 determinava que, durante a emergência de saúde decorrente do covid-19, as empresas de telefonia 
fixa e móvel deveriam fornecer ao IBGE os dados dos seus clientes: relação dos nomes, números de telefone e 
endereços. 
Segundo a MP, essas informações seriam utilizadas para a produção das estatísticas oficial, com o objetivo de 
realizar entrevistas não presenciais com os clientes das empresas. 
As informações disciplinadas pela MP 954/2020 configuram dados pessoais e, portanto, estão protegidas pelas 
cláusulas constitucionais que asseguram a liberdade individual (art. 5º, caput), a privacidade e o livre 
desenvolvimento da personalidade (art. 5º, X e XII). Sua manipulação e tratamento deverão respeitar esses direitos 
e os limites estabelecidos pela Constituição. 
A MP 954/2020 exorbitou dos limites traçados pela Constituição porque diz que os dados serão utilizados 
exclusivamente para a produção estatística oficial, mas não delimita o objeto da estatística a ser produzida, nem a 
finalidade específica ou a sua amplitude. 
A MP 954/2020 não apresenta também mecanismos técnico ou administrativo para proteger os dados pessoais 
de acessos não autorizados, vazamentos acidentais ou utilização indevida. 
Diante disso, constata-se que a MP violou a garantia do devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF), em sua dimensão 
substantiva (princípio da proporcionalidade). 
29 
STF. Plenário. ADI 6387, ADI 6388, ADI 6389, ADI 6390 e ADI 6393 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
6 e 7/5/2020 (Info 976). 
 
XI - a CASA é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, 
SALVO em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
INVIOLABILIDADE 
DO DOMICÍLIO 
(EXCEÇÕES) 
Durante o DIA/NOITE 
• com o consentimento do morador 
• flagrante delito 
• desastre 
• prestar socorro 
Apenas durante DIA • determinação judicial 
 
- Parâmetros para a validade da entrada forçada em domicílio sem mandado judicial. #IMPORTANTE 
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada 
em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori", que indiquem que dentro da casa ocorre situação de 
flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade 
dos atos praticados. 
STF. Plenário. RE 603616/RO. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgado 4-5/11/2015 (repercussão geral) (lnfo 806). 
 
- Mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não autoriza o ingresso sem mandado judicial 
ou consentimento do morador. #IMPORTANTE 
O ingresso regular da polícia no domicilio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito, para que seja 
válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da 
residência. 
A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar abordagem policial 
em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem 
o seu consentimento e sem determinação judicial. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.574.681-RS. Rel. Min. Rogério Schietti Cruz. Julgado em 20/4/2017 (Info 606). 
 
- Não é permitido o ingresso na residência do indivíduo pelo simples fato de haver denúncias anônimas e 
ele ter fugido da polícia. #IMPORTANTE 
A existência de denúncia anônima da prática de tráfico de drogas somada à fuga do acusado ao avistar a polícia, 
por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu 
consentimento ou sem determinação judicial. 
STJ. 5ª Turma. RHC 89.853-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/02/2020 (Info 666). 
STJ. 6ª Turma. RHC 83.501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018 (Info 623). 
 
- Na hipótese de suspeita de flagrância delitiva, qual a exigência, em termos de standard probatório, para 
que policiais ingressem no domicílio do suspeito sem mandado judicial? #IMPORTANTE 
A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito incumbe, 
em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que autorizou o ingresso 
domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada 
em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto durar o processo. 
Principais conclusões do STJ: 
1) Na hipótese de suspeita de crime em flagrante, exige-se, em termos de standard probatório para ingresso no 
domicílio do suspeito sem mandado judicial, a existência de fundadas razões (justa causa), aferidas de modo 
objetivo e devidamente justificadas, de maneira a indicar que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito. 
2) O tráfico ilícito de entorpecentes,

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