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E-BOOK resumo de JURISPRUDÊNCIA - Direito Penal e Processual Penal (PCERJ)

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E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
Prof. Renan Araujo 
1 
Sumário 
PRISÃO EM FLAGRANTE ...................................................................................................................... 3 
PRISÃO PREVENTIVA ............................................................................................................................. 6 
PRISÃO CAUTELAR – TÓPICOS DIVERSOS ..................................................................................... 15 
PROVAS .................................................................................................................................................. 18 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS ..................................................................................................... 28 
OUTRAS TESES RELEVANTES ............................................................................................................ 31 
OUTROS JULGADOS RELEVANTES .................................................................................................. 32 
CRIMES CONTRA A PESSOA ............................................................................................................. 35 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ................................................................................................... 39 
OUTROS TIPOS PENAIS ...................................................................................................................... 50 
 
 
Olá, pessoal! 
 
Esse é nosso e-book de jurisprudência do STJ (compilada) voltado para a PCERJ. 
 
Busquei relacionar aqui os julgados do STJ que reputo mais importantes para a prova da 
PCERJ, em direito penal e, principalmente, direito processual penal. 
 
Além de compilar as teses e julgados, fiz algumas observações em alguns deles, apontando 
eventuais teses que foram posteriormente superadas por mudança de entendimento, etc. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
Prof. Renan Araujo 
2 
 
 
✅12h de revisão 
✅02 simulados de 30 questões cada, comentados por escrito 
✅BÔNUS: 3h de aula apenas sobre jurisprudência do STJ 
 
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E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
Prof. Renan Araujo 
3 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES – EDIÇÃO 120 
 
1) Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua 
consumação. (Súmula n. 145/STF) 
 
2) O tipo penal descrito no art. 33 da Lei n. 11.343/2006 é de ação múltipla e de natureza 
permanente, razão pela qual a prática criminosa se consuma, por exemplo, a depender do caso 
concreto, nas condutas de "ter em depósito", "guardar", "transportar" e "trazer consigo", antes 
mesmo da atuação provocadora da polícia, o que afasta a tese defensiva de flagrante 
preparado. – Essa tese foi posteriormente corroborada pelo art. 33, §1º, IV da Lei de 
Drogas, incluído pela Lei 13.964/19 (pacote anticrime). Ou seja, a venda de droga a policial 
disfarçado configura crime (não é crime impossível), caso haja elementos que indiquem 
a prática criminosa antecedente (trazer consigo, ter em depósito, etc.). 
 
3) No flagrante esperado, a polícia tem notícias de que uma infração penal será cometida e 
passa a monitorar a atividade do agente de forma a aguardar o melhor momento para executar 
a prisão, não havendo que se falar em ilegalidade do flagrante. 
 
4) No tocante ao flagrante retardado ou à ação controlada, a ausência de autorização judicial 
não tem o condão de tornar ilegal a prisão em flagrante postergado, vez que o instituto visa a 
proteger o trabalho investigativo, afastando a eventual responsabilidade criminal ou 
administrava por parte do agente policial. 
 
5) Para a lavratura do auto de prisão em flagrante é despicienda a elaboração do laudo 
toxicológico definitivo, o que se depreende da leitura do art. 50, §1º, da Lei n. 11.343/2006, 
segundo o qual é suficiente para tanto a confecção do laudo de constatação da natureza e da 
quantidade da droga. 
 
6) Eventual nulidade no auto de prisão em flagrante devido à ausência de assistência por 
advogado somente se verifica caso não seja oportunizado ao conduzido o direito de ser 
assistido por defensor técnico, sendo suficiente a lembrança, pela autoridade policial, dos 
direitos do preso previstos no art. 5º, LXIII, da Constituição Federal. 
 
7) Uma vez decretada a prisão preventiva, fica superada a tese de excesso de prazo na 
comunicação do flagrante. 
 
 
 
E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
Prof. Renan Araujo 
4 
8) Realizada a conversão da prisão em flagrante em preventiva, fica superada a alegação de 
nulidade porventura existente em relação à ausência de audiência de custódia. - Tese 
corroborada várias vezes: 
(...) O entendimento desta Corte Superior de Justiça é de que "a não realização 
de audiência de custódia no prazo de 24 horas não acarreta a automática 
nulidade do processo criminal, assim como que a conversão do flagrante 
em prisão preventiva constitui novo título a justificar a privação da 
liberdade, ficando superada a alegação de nulidade decorrente da 
ausência de apresentação do preso ao Juízo de origem. Precedentes." (RHC 
n. 119.091/MG, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, 6ª T., DJe 12/12/2019). 
(...) (RHC 154.274/MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, 
julgado em 14/12/2021, DJe 17/12/2021) 
 
9) Não há nulidade da audiência de custódia por suposta violação da Súmula Vinculante n. 11 
do STF, quando devidamente justificada a necessidade do uso de algemas pelo segregado. 
 
10) Não há nulidade na hipótese em que o magistrado, de ofício, sem prévia provocação da 
autoridade policial ou do órgão ministerial, converte a prisão em flagrante em preventiva, 
quando presentes os requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal - CPP. – Tese 
SUPERADA. O STJ modificou seu entendimento posteriormente, passando a entender que 
é vedado ao Juiz converter a prisão em flagrante em prisão preventiva de ofício, ou seja, 
sem provocação. Vejamos: 
 
(...) a Terceira Seção desta Corte firmou entendimento de que não é possível a 
decretação da prisão preventiva de ofício em face do que dispõe a Lei 
13.964/2019, mesmo se decorrente de prisão em flagrante e se não tiver 
ocorrido audiência de custódia. Isso porque não existe diferença entre a 
conversão da prisão em flagrante em preventiva e a decretação da prisão 
preventiva como uma primeira prisão. 
Precedente. 
3. Embargos de declaração rejeitados. 
(EDcl no AgRg no HC 653.425/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA 
TURMA, julgado em 16/11/2021, DJe 19/11/2021) 
 
11) Com a superveniência de decretação da prisão preventiva ficam prejudicadas as alegações 
de ilegalidade da segregação em flagrante, tendo em vista a formação de novo título ensejador 
da custódia cautelar. 
 
DECISÕES IMPORTANTES 
 
 
E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
Prof. Renan Araujo 
5 
 
1) A violação do domicílio para fins de prisão em flagrante exige que haja FUNDADA suspeita 
de que, dentro da residência, esteja ocorrendo crime (ex.: ter droga em depósito). A mera 
existência de denúncia anônima informando a existência de droga na residência, sem outros 
elementos que a confirmem, não justifica o ingresso na residência, AINDA QUE os agentes 
policiais efetivamente encontrem a droga no local: 
1. É pacífico nesta Corte o entendimento de que, nos crimes permanentes, tal 
como o tráfico de drogas, o estado de flagrância se protrai no tempo, o 
que, todavia, não é suficiente, por si só, para justificar busca domiciliar 
desprovida de mandado judicial, exigindo-se a demonstração de indícios 
mínimos de que, naquele momento, dentroda residência, está-se ante 
uma situação de flagrante delito. 
2. Consoante o julgamento do RE 603.616/RO, não é necessária certeza quanto 
à ocorrência da prática delitiva para se admitir a entrada em domicílio, 
bastando que, em compasso com as provas produzidas, seja demonstrada a 
justa causa na adoção da medida, ante a existência de elementos concretos que 
apontem para o flagrante delito. 
3. Hipótese em que os policiais, diante de denúncia anônima recebida, 
dirigiram-se à residência paciente e avistaram seu rosto numa janela, ocasião 
em que este correu para os fundos da casa, não obtendo êxito, naquele 
instante, os policiais em adentrar naquela para detê-lo, porquanto o muro da 
frente era alto, só o fazendo momentos após, encontrando no seu interior 
"meio tijolo de cocaína, seis porções grandes de crack e 27 porções pequenas 
de crack, além de uma balança de precisão e três facas com resquícios da droga. 
No banheiro próximo à cozinha, havia um fundo falso atrás da porta, no chão, 
onde foi encontrado mais um tijolo de cocaína", sem mais outras 
demonstrações e indícios mínimos de que, naquele momento, dentro da casa, 
estar-se-ia diante de uma situação de flagrante delito. 
4. Nesse contexto, configura-se a nulidade da prisão em flagrante em virtude 
das provas obtidas ilegalmente, por meio da entrada dos policiais em 
domicílio alheio desprovida de mandado judicial, sendo necessária, de 
acordo com a jurisprudência deste Tribunal, "a prévia realização de 
diligências policiais para verificar a veracidade das informações recebidas 
(ex: 'campana que ateste movimentação atípica na residência')" (AgRg no 
HC 665.373/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, 
julgado em 03/08/2021, DJe 10/08/2021). 
(...) 
(HC 696.084/SP, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 07/12/2021, DJe 
13/12/2021) 
 
 
 
E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
Prof. Renan Araujo 
6 
2) Prisão em flagrante (sem violação de domicílio) em razão denúncia anônima – É 
possível. O STJ entende que, recebendo denúncia anônima sobre situação de flagrante delito, 
a polícia pode se posicionar e realizar o chamado “flagrante esperado”: 
 
(...) Em relação à afirmada denúncia anônima que noticiava flagrante, 
diferentemente do que ocorre para a instauração do Inquérito ou para a 
adoção de providências cautelares de outra ordem, a formalização dos 
informes advindos de fonte humana é desnecessária e não se coaduna com a 
sistemática vigente, de informações recebidas pelo "disque-denúncia" ou por 
outros meios de coleta de elementos informais. O propósito que imbuiu 
eventual delator não é fator relevante e não há ato normativo que exija que 
informações que desencadeiem averiguações prévias sejam formalizadas. Isso 
porque a maneira como a informação chega à Autoridade Policial é 
desinfluente. Tomando ela conhecimento da existência de um crime - 
quanto mais em situação de flagrância -, é seu dever proceder ao exame 
da veracidade da notícia, inclusive para evitar a perda da oportunidade. 
(...) 
(APn 843/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, CORTE ESPECIAL, julgado em 
06/12/2017, DJe 01/02/2018) 
 
3) Prisão em flagrante por guardas municipais – O STJ entende ser possível, na medida em 
que qualquer pessoa do povo poderia realizar a prisão em flagrante, de forma que nada 
impede a realização da prisão em flagrante por guardas municipais: 
 
(...) Com efeito, assente na jurisprudência deste Tribunal Superior que, "Nos 
termos do artigo 301 do Código de Processo Penal, qualquer pessoa pode 
prender quem esteja em flagrante delito, de modo que inexiste óbice à 
realização do referido procedimento por guardas municipais, não 
havendo, portanto, que se falar em prova ilícita no caso em tela. 
Precedentes" (HC n. 421.954/SP, Quinta Turma, Rel. 
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 2/4/2018). 
(...) 
(HC 681.625/SP, Rel. Ministro JESUÍNO RISSATO (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJDFT), QUINTA TURMA, julgado em 07/12/2021, DJe 
15/12/2021) 
PRISÃO PREVENTIVA 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES – EDIÇÃO 32 
 
 
 
E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
Prof. Renan Araujo 
7 
1) A fuga do distrito da culpa é fundamentação idônea a justificar o decreto da custódia 
preventiva para a conveniência da instrução criminal e como garantia da aplicação da lei penal. 
– Trata-se da fuga logo após o crime, para se furtar à aplicação da lei penal. 
 
2) As condições pessoais favoráveis não garantem a revogação da prisão preventiva quando 
há nos autos elementos hábeis a recomendar a manutenção da custódia. 
 
3) A substituição da prisão preventiva pela domiciliar exige comprovação de doença grave, que 
acarrete extrema debilidade, e a impossibilidade de se prestar a devida assistência médica no 
estabelecimento penal. – Trata-se de tese que já foi corroborada várias vezes: 
(...) A negativa de concessão de prisão domiciliar está amparada no 
entendimento desta Corte Superior, no sentido de que, à luz do disposto 
no art. 318, inciso II, do Código de Processo Penal, o Acusado deve 
comprovar que se encontra extremamente debilitado por motivo de grave 
estado de saúde e a impossibilidade de receber tratamento no 
estabelecimento prisional, o que não ocorreu no caso. 
7. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no HC 702.485/GO, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 
23/11/2021, DJe 01/12/2021) 
 
4) A prisão preventiva poderá ser substituída pela domiciliar quando o agente for 
comprovadamente imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 (seis) anos 
de idade ou com deficiência. 
 
5) As medidas cautelares diversas da prisão, ainda que mais benéficas, implicam em restrições 
de direitos individuais, sendo necessária fundamentação para sua imposição. 
 
6) A citação por edital do acusado não constitui fundamento idôneo para a decretação da 
prisão preventiva, uma vez que a sua não localização não gera presunção de fuga. – Não se 
deve confundir “revelia” (no sentindo de não ter sido encontrado o réu) com “fuga”. A 
fuga denota a intenção de se furtar à aplicação da lei penal. O fato de o réu não ter sido 
encontrado não pode ser compreendido como presunção de que ele tenha fugido. 
 
7) A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a sanção abstratamente prevista ou 
imposta na sentença condenatória recorrível não resulte em constrição pessoal, por força do 
princípio da homogeneidade. – Tal princípio estabelece que a medida cautelar (e a prisão 
preventiva é uma medida cautelar de caráter pessoal) não pode ser mais gravosa que a 
eventual penal cominada ou imposta ao agente. Logo, se a pena cominada ao crime ou 
imposta na sentença não resultaria em constrição pessoal, não seria admissível a prisão 
 
 
E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
Prof. Renan Araujo 
8 
preventiva como medida cautelar, eis que seria imposição de medida cautelar mais 
grave que a própria e eventual futura pena. 
 
8) Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão que a 
decreta. – Trata-se do princípio da contemporaneidade. Para se decretar uma prisão 
preventiva, é necessário demonstrar o risco que a liberdade do imputado representa 
(periculum libertatis). Essa demonstração deve estar baseada em fatos novos ou 
contemporâneos, de forma que, a princípio, não é lícita a decretação de prisão 
preventiva tendo como fundamento fatos ocorridos em lapso temporal muito extenso 
em relação à decisão. 
 
9) A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a comoção social não 
constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão preventiva. 
 
10) A prisão preventiva pode ser decretada em crimes que envolvam violência doméstica e 
familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para 
o fim de garantir a execução das medidas protetivas de urgência. 
 
11) A prisão cautelar deveser fundamentada em elementos concretos que justifiquem, 
efetivamente, sua necessidade. 
 
12) A prisão cautelar pode ser decretada para garantia da ordem pública potencialmente 
ofendida, especialmente nos casos de: reiteração delitiva, participação em organizações 
criminosas, gravidade em concreto da conduta, periculosidade social do agente, ou pelas 
circunstâncias em que praticado o delito (modus operandi). 
 
13) Não pode o tribunal de segundo grau, em sede de habeas corpus, inovar ou suprir a falta 
de fundamentação da decisão de prisão preventiva do juízo singular. 
 
14) Inquéritos policiais e processos em andamento, embora não tenham o condão de 
exasperar a pena-base no momento da dosimetria da pena, são elementos aptos a demonstrar 
eventual reiteração delitiva, fundamento suficiente para a decretação da prisão preventiva. 
 
15) A segregação cautelar é medida excepcional, mesmo no tocante aos crimes de tráfico de 
entorpecente e associação para o tráfico, e o decreto de prisão processual exige a especificação 
de que a custódia atende a pelo menos um dos requisitos do art. 312 do Código de Processo 
Penal. 
 
 
 
E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
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DECISÕES IMPORTANTES 
 
1) Condições pessoais favoráveis do agente (primariedade, bons antecedentes, etc.) não 
impedem, por si sós, a decretação da prisão preventiva, caso presentes os motivos para tanto: 
(...) 7. As condições subjetivas favoráveis do paciente, tais como 
primariedade, bons antecedentes, ocupação lícita e residência fixa, por si 
sós, não obstam a segregação cautelar, quando presentes os requisitos 
legais para a decretação da prisão preventiva. 
(...) (AgRg no HC 707.483/PR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 
QUINTA TURMA, julgado em 07/12/2021, DJe 13/12/2021) 
 
2) Apesar do princípio da contemporaneidade (o motivo que enseja a decretação da prisão 
preventiva deve ser “recente”), o STJ entende que há possibilidade de mitigação a tal 
princípio, principalmente em duas situações: 
§ Quando, ainda que mantido período de aparente conformidade com o Direito, a 
natureza do delito indicar a alta possibilidade de reincidência (ex.: infrator não praticou 
outros crimes recentemente, mas o crime em tese por ele praticado agora indica alta 
probabilidade de reiteração futura); 
§ Quando existam indícios de que ainda persistem atos de desdobramento da cadeia 
delitiva inicial (ou repetição de atos habituais), como no caso de pertencimento a 
organização criminosa; 
 
(...) A regra da contemporaneidade comporta mitigação quando, ainda que 
mantido período de aparente conformidade com o Direito, a natureza do delito 
indicar a alta possibilidade de recidiva ou "ante indícios de que ainda persistem 
atos de desdobramento da cadeia delitiva inicial (ou repetição de atos 
habituais)", como no caso de pertencimento a organização criminosa (HC n. 
496.533/DF, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma DJe 18/6/2019). 
5. Além disso,[a] necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de 
integrantes de organização criminosa enquadra-se no conceito de garantia da 
ordem pública, constituindo fundamentação cautelar idônea e suficiente para 
a prisão preventiva (HC n. 
371.769/BA, Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe 
15/5/2017). 
6. Concretamente demonstrada pelas instâncias ordinárias a necessidade da 
custódia, não se afigura suficiente a fixação de medidas cautelares alternativas 
7. Ordem denegada. 
 
 
E-BOOK de Jurisprudência do STJ para o concurso da PCERJ (2022) 
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(HC 668.202/CE, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado 
em 23/11/2021, DJe 25/11/2021) 
 
3) Atos infracionais pretéritos podem ser valorados como fundamento para decretação 
da prisão preventiva para a garantia da ordem pública? Sim. O fundamento da garantia da 
ordem pública reside na necessidade de evitar a reiteração delitiva, e prognose sobre a maior 
ou menor probabilidade de reiteração passa pela análise do passado do agente. Posto isso, o 
STJ entende que maus antecedentes, reincidência, atos infracionais pretéritos ou até mesmo 
outras ações penais ou inquéritos podem ser valorados para fins de justificar a decretação da 
prisão preventiva para a garantia da ordem pública: 
 
(...) Como sedimentado em farta jurisprudência desta Corte, maus 
antecedentes, reincidência, atos infracionais pretéritos ou até mesmo 
outras ações penais ou inquéritos em curso justificam a imposição de 
segregação cautelar como forma de evitar a reiteração delitiva e, assim, 
garantir a ordem pública. 
(...) (HC 696.693/MG, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA 
TURMA, julgado em 07/12/2021, DJe 13/12/2021) 
 
4) O descumprimento de medida cautelar pode ser utilizado, por si só, como 
fundamento para a decretação da prisão preventiva? Sim. Entende o STJ que o 
descumprimento de medida cautelar imposta como condição para a liberdade provisória (ex.: 
monitoração eletrônica, proibição de frequentar certos lugares, etc.) demonstra, por si só, a 
adequação da prisão preventiva (embora nem sempre o Juiz vá decretar a prisão preventiva, 
podendo optar por substituir a medida cautelar diversa da prisão por outra, por exemplo): 
(...) Ainda que a Lei 13.964/2019 não leve sempre a essa solução (art. 282, § 4º- 
CPP), a jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no sentido de que "o 
descumprimento de medida cautelar imposta como condição para a 
liberdade provisória, demonstra, por si só, a adequação da prisão 
preventiva para conveniência da instrução criminal" (AgRg no HC 
550.382/RO, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, DJe 13/3/2020). 
2. Havendo a indicação de fundamentos concretos para justificar a custódia 
cautelar, não se revela cabível a aplicação de medidas cautelares alternativas à 
prisão, visto que insuficientes para resguardar a ordem pública: HC 325.754/RS 
- 5ª T. - unânime - Rel. 
Min. LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (Desembargador convocado do TJ/PE) - 
DJe 11/09/2015 e HC n. 313.977/AL - 6ª T. - unânime - Rel. Min. 
Maria Thereza de Assis Moura - DJe 16/03/2015. 
3. Agravo regimental improvido. 
 
 
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(AgRg no HC 666.368/SP, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 24/08/2021, DJe 
30/08/2021) 
 
5) O Sistema Prisional Brasileiro se encontra em um estado de coisas inconstitucional, 
reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF n. 347. A vaga numa 
unidade carcerária é um bem escasso, que deve ser reservado para casos de extrema 
necessidade – O STJ vem proferindo diversos julgados no sentido de que a prisão preventiva, 
até mesmo em respeito ao art. 282, §6º do CPP, é medida cautelar pessoal de natureza 
extrema, somente devendo ser decretada pelo julgador quando as medidas cautelares 
diversas da prisão se mostrarem insuficientes, até pela necessidade de se evitar o 
encarceramento desnecessário, que contribuiria para o agravamento da crise carcerária do 
país: 
 
(...) As medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal 
são espécie do gênero "medidas cautelares pessoais", dentre as quais se inclui 
também prisão (preventiva), medida cautelar extrema, conforme o art. 282, § 
6º, do Código de Processo Penal. A imposição de qualquer restrição cautelar, 
nos termos do art. 282, I e II, do Código de Processo Penal, demanda a 
demonstração da presença do fumus comissi delicti e do periculum libertatis, 
devendo ser aplicada observando-se a necessidade e a adequação da medida. 
Ou seja, diante da necessidade de acautelamento do processo, cumpre ao juiz 
modular a restrição adequada, nos limites da necessidade do caso concreto. 
3. A Lei n. 12.403/2011 ampliou as possibilidades de acautelamento do 
processo, não sendo mais possível a imposição automática da prisão preventiva 
para o jurisdicionado com anotaçõesanteriores. A reincidência, os maus 
antecedentes e o risco de reiteração, representados por ações penais em curso, 
inquéritos, registros de prática de atos infracionais, por exemplo, devem ser 
lidos em contexto com os fatos. 
4. O Sistema Prisional Brasileiro se encontra em um estado de coisas 
inconstitucional, reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal no 
julgamento da ADPF n. 347. A vaga numa unidade carcerária é um bem 
escasso, que deve ser reservado para casos de extrema necessidade. 
5. O histórico da paciente acena para a necessidade de se impor medida de 
restrição. Entretanto, ao analisar a medida adequada, é preciso cotejar os fatos 
com as medidas à disposição do juízo e verificar a mais adequada para o caso. 
A paciente foi presa em flagrante com 0,893 g de maconha. Embora todo o 
contexto narrado indique sua recalcitrância na comercialização de 
entorpecentes, sendo desproporcional o seu encarceramento. 
6. Ordem concedida, confirmando-se a liminar, para substituir a prisão 
preventiva imposta à paciente por medidas cautelares a serem implementadas 
 
 
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pelo Juízo de origem, consistentes em: a) comparecimento mensal em Juízo 
para informar e justificar suas atividades e b) proibição de ausentar-se da 
comarca sem autorização judicial, sem prejuízo da aplicação de outras cautelas 
pelo Juiz do processo ou de decretação da prisão preventiva, em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força das 
cautelares ou de superveniência de motivos concretos para tanto. 
(HC 542.113/GO, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado 
em 05/03/2020, DJe 12/03/2020) 
 
6) O desrespeito ao prazo de 90 dias para reavaliação da necessidade de manutenção da 
prisão preventiva gera reconhecimento automático da ilegalidade da prisão? Não. O STJ 
vem decidindo no sentido de que tal prazo não é peremptório, e que eventual atraso na análise 
não implica reconhecimento automático da ilegalidade da prisão, tampouco liberação 
automática do preso: 
 
(...) Ora, é certo que em respeito ao princípio da dignidade humana, bem como 
ao da presunção de não culpabilidade, o reexame da presença dos requisitos 
autorizadores da prisão preventiva deve ser realizado a cada 90 dias, nos 
termos da novel norma processual. 
Contudo, não se trata de termo peremptório, isto é, eventual atraso na 
execução deste ato não implica automático reconhecimento da 
ilegalidade da prisão, tampouco a imediata colocação do custodiado 
cautelar em liberdade. 
(...) (AgRg no RHC 148.120/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 
QUINTA TURMA, julgado em 15/06/2021, DJe 21/06/2021) 
 
7) Prisão preventiva e necessidade de reavaliação a cada 90 dias – competência do órgão 
julgador que proferiu a decisão (Juiz ou Tribunal que decretou inicialmente a preventiva) 
– O STJ vem reiteradamente decidindo que a revisão de ofício da necessidade de manutenção 
da prisão preventiva a cada 90 dias cabe APENAS ao órgão emissor da decisão, ou seja, ao juiz 
ou tribunal que decretou a custódia preventiva: 
(...) Nos termos do parágrafo único do art. 316 do CPP, a revisão de ofício da 
necessidade de manutenção da prisão cautelar a cada 90 dias cabe tão 
somente ao órgão emissor da decisão, ou seja, ao juiz ou tribunal que 
decretou a custódia preventiva. 
(...) (AgRg no HC 692.009/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, 
QUINTA TURMA, julgado em 19/10/2021, DJe 25/10/2021) 
 
 
 
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8) Prisão preventiva e necessidade de reavaliação a cada 90 dias – processo com sentença 
condenatória já proferida – O STJ vem reiteradamente decidindo no sentido de que a 
obrigatoriedade de revisão da necessidade da prisão preventiva a cada 90 dias (art. 316, § único 
do CPP) somente se aplica até a prolação de sentença condenatória. Uma vez emitido Juízo de 
culpabilidade em desfavor do acusado (com a prolação da sentença condenatória recorrível), 
cessa a necessidade de reavaliação periódica da prisão cautelar: 
(...) Esta eg. Corte Superior, quanto ao art. 316, parágrafo único, do CPP, 
entende pela obrigatoriedade de revisão do decreto prisional, a cada 90 
dias, seja pelo juízo ou pelo Tribunal que decretar a prisão preventiva, 
dever que se estende até o proferimento de juízo de culpabilidade em 
desfavor do constrito. 
(...) (AgRg no RHC 150.457/SP, Rel. Ministro JESUÍNO RISSATO 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJDFT), QUINTA TURMA, julgado em 
26/10/2021, DJe 04/11/2021) 
 
No mesmo sentido: 
(...) A obrigação de revisar, a cada 90 (noventa) dias, a necessidade de se manter 
a custódia cautelar (art. 316, parágrafo único, do Código de Processo Penal) é 
imposta apenas ao Juiz ou Tribunal que decretar a prisão preventiva. Com 
efeito, a Lei nova atribui ao "órgão emissor da decisão" - em referência expressa 
à decisão que decreta a prisão preventiva - o dever de reavaliá-la. 
7. Desse modo, encerrada a instrução criminal e prolatada a sentença 
condenatória, como ocorreu no caso em apreço, é inaplicável o disposto 
no art. 316, parágrafo único, do Código de Processo Penal, sem prejuízo de 
que a impugnação à custódia cautelar - decorrente, a partir daí, da 
sentença condenatória - continue sendo feita pelas vias ordinárias 
recursais ou pelo manejo da ação constitucional de habeas corpus. 
8. "[...] em uma interpretação sistemática, buscando manter a harmonia entre 
as duas regras do CPP - parágrafo único do art. 316 e §1º do art. 387 - o dever 
de reavaliar periodicamente, a cada 90 dias, a necessidade da prisão 
preventiva cessa com a formação de um juízo de certeza da culpabilidade 
do réu, declarado na sentença, e ingresso do processo na fase recursal. A 
partir de então, eventuais inconformismos com a manutenção da prisão 
preventiva deverão ser arguidos pela defesa nos autos do recurso ou por outra 
via processual adequada prevista no ordenamento jurídico." (AgRg no HC 
601.151/PB, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, 
julgado em 17/11/2020, DJe 23/11/2020). 
(...) 
(HC 661.055/PE, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 
22/06/2021, DJe 30/06/2021) 
 
 
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9) Reavaliação periódica da necessidade de manutenção da prisão preventiva: 
desnecessidade de fundamentação complexa – O STJ vem reiteradamente decidindo no 
sentido de que, não havendo alterações fáticas, a fundamentação da revisão da prisão 
preventiva não exige a invocação de elementos novos, razão pela qual, é suficiente que as 
decisões que mantêm as prisões preventivas contenham fundamentação mais simplificada do 
que aquela empregada nas decisões que as decretaram: 
 
(...) É assente nesta Corte Superior o entendimento no sentido de que, 
"Mantidas as circunstâncias fáticas, a fundamentação da revisão da prisão 
preventiva não exige a invocação de elementos novos, razão pela qual, 
para o cumprimento do disposto no art. 316, parágrafo único, do CPP, é 
suficiente que as decisões que mantêm as prisões preventivas contenham 
fundamentação mais simplificada do que aquela empregada nos atos 
jurisdicionais que as decretaram" (QO no PePrPr n. 4/DF, Corte Especial, Relª. 
Minª. Nancy Andrighi, DJe de 22/06/2021). 
(...) (AgRg no RHC 150.457/SP, Rel. Ministro JESUÍNO RISSATO 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJDFT), QUINTA TURMA, julgado em 
26/10/2021, DJe 04/11/2021) 
 
10) Prisão preventiva e condenação pelo Tribunal do Júri – O simples fato de o acusado 
ter sido condenado pelo Tribunal do Júri a pena igual ou superior a 15 anos autoriza a 
execução provisória de pena ou imposição de prisão preventiva? Não. Para o STJ, é ilegal 
a prisão preventiva, ou a execução provisória da pena, como decorrência automática da 
condenação proferida pelo Tribunal do Júri: 
1. Após o julgamento do STF, nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade 
43, 44 e 54,houve alteração legal no art. 
492, I, alínea "e", do CPP, em 24/12/2019 (Lei 13.964, de 24/12/2019), no sentido 
de que Presidente do Tribunal de Júri, em caso de condenação, "mandará o 
acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se 
presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma 
pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução 
provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem 
prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos". 
2. Sobre esse tema, entretanto, vem decidindo esta Corte que é ilegal a 
prisão preventiva, ou a execução provisória da pena, como decorrência 
automática da condenação proferida pelo Tribunal do Júri (HC 538.491/PE, 
Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 04/08/2020, 
DJe 12/08/2020). A letra da Constituição, que não faz acepção de situações 
jurídicas (art.5º, LVII), deve estender-se às decisões do Júri. 
 
 
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3. Agravo regimental improvido. 
(AgRg no TP 2.998/RS, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 21/09/2021, DJe 
27/09/2021) 
 
PRISÃO CAUTELAR – TÓPICOS DIVERSOS 
1) A eventual nulidade da prisão temporária fica superada com a decretação da prisão 
preventiva – Entende o STJ que eventual nulidade relativa à prisão temporária não conduz à 
colocação em liberdade do imputado se já foi decretada a prisão preventiva posteriormente 
(pois o imputado, agora, estará preso por outro “título”, de forma que eventual nulidade da 
prisão anterior não mancha a nova prisão cautelar decretada): 
(...)O Superior Tribunal de Justiça é firme em assinalar que "a superveniente 
decretação da prisão preventiva torna superada a alegação de nulidade da 
prisão temporária" (RHC 54.876/SP, Rel. 
Ministro Gurgel de Faria, 5ª T., DJe 1º/9/2015). 
(...) 
(AgRg no HC 629.879/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, 
julgado em 22/06/2021, DJe 28/06/2021) 
2) Prisão domiciliar para gestantes, puérperas ou mulheres que são mães ou 
responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência – Presunção de necessidade da 
substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar – A negativa de prisão domiciliar 
nesses casos somente poderia se dar em caso de crimes praticados por elas mediante violência 
ou grave ameaça, contra seus descendentes ou, ainda, em situações excepcionalíssimas, 
devidamente indicadas pelos juízes que denegarem o beneficio. O STJ, seguindo precedente 
do STF, entendeu possível ainda flexibilização da própria prisão domiciliar, de forma a permitir 
que se dê apenas no período noturno (assemelhando-se ao recolhimento domiciliar noturno), 
para permitir o trabalho no período diurno e evitar a reiteração delitiva: 
(...) 2. O regime jurídico da prisão domiciliar, especialmente no que pertine à 
proteção da integridade física e emocional da gestante e dos filhos menores de 
12 anos, e as inovações trazidas pela Lei n. 13.769/2018 decorrem, 
indiscutivelmente, do resgate constitucional do princípio da fraternidade 
(Constituição Federal: preâmbulo e art.3º). 
3. Os artigos 318, 318-A e B do Código de Processo Penal (que permitem a 
prisão domiciliar da mulher gestante ou mãe de filhos com até 12 anos 
incompletos, dentre outras hipóteses) foram instituídos para adequar a 
legislação brasileira a um compromisso assumido internacionalmente pelo 
Brasil nas Regras de Bangkok. "Todas essas circunstâncias devem constituir 
 
 
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objeto de adequada ponderação, em ordem a que a adoção da medida 
excepcional da prisão domiciliar efetivamente satisfaça o princípio da 
proporcionalidade e respeite o interesse maior da criança. Esses vetores, por 
isso mesmo, hão de orientar o magistrado na concessão da prisão domiciliar" 
(STF, HC n. 
134.734/SP, relator Ministro CELSO DE MELO). 
4. Aliás, em uma guinada jurisprudencial, o Supremo Tribunal Federal passou a 
admitir até mesmo o Habeas Corpus coletivo (Lei n. 13.300/2016) e concedeu 
comando geral para fins de cumprimento do art. 318, V, do Código de Processo 
Penal, em sua redação atual. No ponto, a orientação da Suprema Corte, no 
Habeas Corpus n. 143.641/SP, da relatoria do Ministro RICARDO 
LEWANDOWSKI, julgado em 20/2/2018, é no sentido de substituição da prisão 
preventiva pela domiciliar de todas as mulheres presas, gestantes, 
puérperas ou mães de crianças e deficientes, nos termos do art. 2º do ECA 
e da Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiências (Decreto 
Legislativo 186/2008 e Lei 13.146/2015), salvo as seguintes situações: 
crimes praticados por elas mediante violência ou grave ameaça, contra 
seus descendentes ou, ainda, em situações excepcionalíssimas, as quais 
deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o 
beneficio. 
(...) 
7. Flexibilização das regras da prisão domiciliar. Possibilidade e necessidade. 
Invoca-se, ainda, precedente do Ministro Ricardo Lewandowiski (HC n. 170.825, 
julgado em 9/9/2019), para dar interpretação conforme ao regime da prisão 
domiciliar e estabelecer a possibilidade de flexibilização dos seus termos, a fim 
de permitir que a mulher beneficiada, única responsável pelas crianças 
menores de 12 (doze) anos, tenha condições de cuidar da casa, dos filhos e de 
trabalhar, ainda que informalmente, para o sustento da prole, evitando, assim, 
a reiteração delitiva no ambiente doméstico. 
8. Ponderando-se os interesses envolvidos no caso concreto, uma vez 
preenchidos os requisitos objetivos insculpidos nos art. 318, V, 318-A e B do 
Código de Processo Penal, é legítima a concessão da prisão domiciliar, que deve 
ser flexível, e compreenderá: (i) recolhimento domiciliar de 22 horas às 6 horas 
do dia seguinte; (ii) comparecimento em juízo, quando solicitado; e (iii) não 
alteração do seu endereço sem prévia comunicação ao juízo; sem prejuízo da 
fixação de outras cautelares, a critério e sob acompanhamento do Juízo de 
primeiro grau. 
9. Adequação legal, reforçada pela necessidade de preservação da integridade 
física e emocional dos infantes. Precedentes do STF e do STJ. 
10. Agravo regimental conhecido e não provido. 
(AgRg no HC 669.834/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 
QUINTA TURMA, julgado em 07/12/2021, DJe 13/12/2021) 
 
 
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3) Prisão cautelar: possibilidade de utilização de fundamentação “per relationem” – A 
decisão que decreta prisão cautelar deve ser devidamente fundamentada, como toda e 
qualquer decisão judicial. Porém, isso não impede que o magistrado se valha da chamada 
“fundamentação per relationem”, quando utiliza trechos de decisões pretéritas ou parecer 
ministerial como razões para sua decisão, desde que a matéria tenha sido abordada pelo 
próprio julgador, com menção a argumentos próprios. Ou seja, não pode o julgador se limitar 
a utilizar a fundamentação per relationem, embora possa utilizá-la para endossar os 
argumentos que ele próprio utilizou: 
(...) É entendimento deste Tribunal a validade da "utilização da técnica da 
fundamentação per relationem, em que o magistrado se utiliza de trechos 
de decisão anterior ou de parecer ministerial como razão de decidir, desde 
que a matéria haja sido abordada pelo órgão julgador, com a menção a 
argumentos próprios" (RHC n. 94.488/PA, relator Ministro ROGERIO SCHIETTI 
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 19/4/2018, DJe 2/5/2018), exatamente como 
na espécie, não havendo que falar em nulidade da decisão agravada. 
(...) (AgRg no RHC 149.020/MG, Rel. Ministro OLINDO MENEZES 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado 
em 23/11/2021, DJe 29/11/2021) 
 
4) A pandemia de COVID-19 ou o fato de o acusado fazer parte do grupo de risco relativo 
à COVID-19 não autoriza, por si só, aconcessão de liberdade ou deferimento de prisão 
domiciliar, devendo ser analisadas as peculiaridades do caso: 
(...) O fato de o Acusado constar em grupo de risco não autoriza, por si só e 
automaticamente, a concessão da liberdade ou o deferimento de prisão 
domiciliar, porquanto a Recomendação n. 62/2020 do Conselho Nacional 
de Justiça não serve como salvo conduto indiscriminado, devendo ser 
analisada a situação dos reclusos no sistema carcerário caso a caso, conforme 
foi realizado na espécie. 
(...) (AgRg no HC 637.287/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado 
em 14/12/2021, DJe 17/12/2021) 
 
5) Prisão domiciliar e pessoa debilitada por motivo de doença grave – O STJ vem decidindo 
que é lícito ao Juiz indeferir a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar de 
acusado que esteja extremamente debilitado por motivo de doença grave, quando for possível 
o tratamento no próprio estabelecimento prisional, o que denotaria a desnecessidade da 
medida humanitária (substituição pela prisão domiciliar): 
(...) A negativa de concessão de prisão domiciliar está amparada no 
entendimento desta Corte Superior, no sentido de que, à luz do disposto no art. 
 
 
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318, inciso II, do Código de Processo Penal, o Acusado deve comprovar que 
se encontra extremamente debilitado por motivo de grave estado de 
saúde e a impossibilidade de receber tratamento no estabelecimento 
prisional, o que não ocorreu no caso, porquanto os documentos juntados aos 
autos, em que pese demonstrarem que o Paciente possui enfermidades, 
evidenciam que ele está recebendo o devido acompanhamento e tratamento 
médico na unidade prisional. 4. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no HC 700.022/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 
26/10/2021, DJe 04/11/2021) 
 
PROVAS 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES – EDIÇÃO 105 
 
1) As provas inicialmente produzidas na esfera inquisitorial e reexaminadas na instrução 
criminal, com observância do contraditório e da ampla defesa, não violam o art. 155 do Código 
de Processo Penal - CPP visto que eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial não 
contaminam a ação penal dele decorrente. 
 
2) Perícias e documentos produzidos na fase inquisitorial são revestidos de eficácia probatória 
sem a necessidade de serem repetidos no curso da ação penal por se sujeitarem ao 
contraditório diferido. 
 
3) A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP 
deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do 
tempo. (Súmula n. 455/STJ) – No caso de suspensão do processo em razão de o réu ter sido 
citado por edital e não ter se defendido, o Juiz está autorizado a determinar a produção 
antecipada de provas, desde que de maneira fundamentada (ex.: alguma testemunha 
importante está debilitada e há risco de óbito), de forma que a mera alegação de que o decurso 
do tempo traria prejuízos à instrução não é fundamento idôneo (ex.: o Juiz não pode alegar 
que irá realizar a oitiva antecipada de todas as testemunhas só porque o passar dos anos pode 
prejudicar as lembranças do ocorrido). 
 
4) A propositura da ação penal exige tão somente a presença de indícios mínimos de 
materialidade e de autoria, de modo que a certeza deverá ser comprovada durante a instrução 
probatória, prevalecendo o princípio do in dubio pro societate na fase de oferecimento da 
denúncia. 
 
 
 
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5) A incidência da qualificadora rompimento de obstáculo, prevista no art. 155, § 4º, I, do Código 
Penal, está condicionada à comprovação por laudo pericial, salvo em caso de desaparecimento 
dos vestígios, quando a prova testemunhal, a confissão do acusado ou o exame indireto 
poderão lhe suprir a falta. 
 
6) É válido e revestido de eficácia probatória o testemunho prestado por policiais envolvidos 
em ação investigativa ou responsáveis por prisão em flagrante, quando estiver em 
harmonia com as demais provas dos autos e for colhido sob o crivo do contraditório e da ampla 
defesa. 
 
7) O reconhecimento fotográfico do réu, quando ratificado em juízo, sob a garantia do 
contraditório e ampla defesa, pode servir como meio idôneo de prova para fundamentar a 
condenação. – Tese superada. O STJ, posteriormente, proferiu diversas decisões entendendo 
que o reconhecimento fotográfico não pode servir de base à condenação, devendo ser 
compreendido como medida meramente preliminar. 
 
8) A folha de antecedentes criminais é documento hábil e suficiente a comprovar os maus 
antecedentes e a reincidência, não sendo necessária a apresentação de certidão cartorária. 
 
9) Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento 
hábil. (Súmula n. 74/STJ) 
 
10) O registro audiovisual de depoimentos colhidos no âmbito do processo penal dispensa sua 
degravação ou transcrição, em prol dos princípios da razoável duração do processo e da 
celeridade processual, salvo comprovada demonstração de necessidade. 
 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES – EDIÇÃO 111 
 
1) É possível o arrolamento de testemunhas pelo assistente de acusação (art. 271 do Código 
de Processo Penal), desde que respeitado o limite de 5 (cinco) pessoas previsto no art. 422 do 
CPP. 
 
2) O réu não tem direito subjetivo de acompanhar, por sistema de videoconferência, audiência 
de inquirição de testemunhas realizada, presencialmente, perante o Juízo natural da causa, por 
ausência de previsão legal, regulamentar e principiológica. 
 
3) Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a palavra da vítima possui especial 
relevância, desde que esteja em consonância com as demais provas acostadas aos autos. 
 
 
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4) Nos delitos praticados em ambiente doméstico e familiar, geralmente praticados à 
clandestinidade, sem a presença de testemunhas, a palavra da vítima possui especial 
relevância, notadamente quando corroborada por outros elementos probatórios acostados 
aos autos. 
 
5) É possível a antecipação da colheita da prova testemunhal, com base no art. 366 do CPP, nas 
hipóteses em que as testemunhas são policiais, tendo em vista a relevante probabilidade de 
esvaziamento da prova pela natureza da atuação profissional, marcada pelo contato diário com 
fatos criminosos. – De forma complementar à tese nº 03 da edição 105 da jurisprudência em 
teses, o STJ firmou entendimento no sentido de que a natureza da profissão da testemunha 
(policial) é fundamento idôneo para a determinação da produção antecipada de provas, eis 
que os policiais mais facilmente se esquecem dos casos, eis que lidam diariamente com fatos 
criminosos. 
 
6) Não há cerceamento de defesa quando a decisão que indefere oitiva de testemunhas 
residentes em outro país for devidamente fundamentada. – Tese que deriva da interpretação 
do art. 222-A do CPP, que estabelece que “as cartas rogatórias só serão expedidas se 
demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os 
custos de envio”. Obviamente esta tese é inaplicável ao interrogatório do réu, vez que é direito 
subjetivo do acusado, como materialização da autodefesa. 
 
7) É ilícita a prova colhida mediante acesso aos dados armazenados no aparelho celular, 
relativos a mensagens de texto, SMS, conversas por meio de aplicativos (WhatsApp), e obtida 
diretamente pela polícia, sem prévia autorização judicial. – Frise-se que se a apreensão do 
aparelho decorreu do cumprimento de mandado de busca e apreensão, o acesso ao conteúdo 
das mensagens pela autoridade policial será válido. 
 
8) É desnecessária a realização de perícia para a identificação de voz captada nas 
interceptações telefônicas, salvo quando houver dúvida plausível que justifique a medida. 
 
9) É necessária a realização do exame de corpode delito para comprovação da materialidade 
do crime quando a conduta deixar vestígios, entretanto, o laudo pericial será substituído por 
outros elementos de prova na hipótese em que as evidências tenham desaparecido ou que o 
lugar se tenha tornado impróprio ou, ainda, quando as circunstâncias do crime não permitirem 
a análise técnica. 
 
10) O laudo toxicológico definitivo é imprescindível para a configuração do crime de tráfico 
ilícito de entorpecentes, sob pena de se ter por incerta a materialidade do delito e, por 
 
 
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conseguinte, ensejar a absolvição do acusado. – Esta tese pode ser compreendida como 
parcialmente superada. Embora o STJ entenda pela, a princípio, necessária realização do 
laudo toxicológico definitivo, há decisões mitigando tal indispensabilidade (inclusive a própria 
tese nº 11, que veremos adiante), sustentando que em casos excepcionalíssimos, é possível 
a condenação por crime de tráfico de drogas mesmo sem a juntada do laudo toxicológico 
definitivo aos autos, quando houver meios robustos de prova que evidenciem a materialidade 
do delito de tráfico de drogas (AgRg no AREsp 1900493/MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI 
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 16/11/2021, DJe 22/11/2021). 
 
11) É possível, em situações excepcionais, a comprovação da materialidade do crime de tráfico 
de drogas pelo laudo de constatação provisório, desde que esteja dotado de certeza idêntica à 
do laudo definitivo e que tenha sido elaborado por perito oficial, em procedimento e com 
conclusões equivalentes. 
 
12) É prescindível a apreensão e a perícia de arma de fogo para a caracterização de causa de 
aumento de pena prevista no art. 157, § 2º-A, I, do Código Penal, quando evidenciado o seu 
emprego por outros meios de prova. – Aqui há de se ter muito cuidado para não haver 
confusão. Para que seja reconhecida a majorante do emprego de arma de fogo é desnecessária 
a apreensão e perícia da arma. TODAVIA, se a defesa alega que a arma estava inapta para 
disparar, desmuniciada ou que era arma de brinquedo (simulacro de arma de fogo), cabe à 
defesa apresentar o material em Juízo para perícia. 
 
DECISÕES IMPORTANTES 
 
1) O reconhecimento fotográfico, conquanto seja admitido, não pode ser utilizado como 
prova em processo penal, devendo ser visto como etapa antecedente a eventual 
reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como prova em ação penal, ainda que 
confirmado em juízo: 
“(...) 1. A Sexta Turma desta Corte Superior de Justiça, por ocasião do julgamento 
do HC n. 598.886/SC (Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz), realizado em 
27/10/2020, propôs nova interpretação do art. 
226 do CPP, segundo a qual a inobservância do procedimento descrito no 
mencionado dispositivo legal torna inválido o reconhecimento da pessoa 
suspeita e não poderá servir de lastro a eventual condenação, mesmo se 
confirmado o reconhecimento em juízo. Confiram-se, a propósito, as 
conclusões apresentadas por ocasião do mencionado julgamento (HC n. 
598.886/SC): (i) O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento 
previsto no art. 226 do Código de Processo Penal, cujas formalidades 
constituem garantia mínima para quem se encontra na condição de suspeito 
da prática de um crime; (ii) À vista dos efeitos e dos riscos de um 
 
 
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reconhecimento falho, a inobservância do procedimento descrito na referida 
norma processual torna inválido o reconhecimento da pessoa suspeita e não 
poderá servir de lastro a eventual condenação, mesmo se confirmado o 
reconhecimento em juízo; (ii) Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de 
reconhecimento formal, desde que observado o devido procedimento 
probatório, bem como pode ele se convencer da autoria delitiva a partir do 
exame de outras provas que não guardem relação de causa e efeito com o ato 
viciado de reconhecimento; (iv) O reconhecimento do suspeito por mera 
exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a par de dever seguir o mesmo 
procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como etapa 
antecedente a eventual reconhecimento pessoal e, portanto, não pode 
servir como prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo. 
(...) 
(AgRg no REsp 1954785/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 
QUINTA TURMA, julgado em 28/09/2021, DJe 04/10/2021) 
 
2) O STJ firmou entendimento no sentido de que o reconhecimento da menoridade do réu 
exige prova por documento hábil, o que não se restringe à certidão de nascimento, 
podendo ser utilizados outros documentos: 
(...) A jurisprudência desta Corte Superior consolidou-se na compreensão de 
que "para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer 
prova por documento hábil" (Súmula 74/STJ), que não se restringe à certidão 
de nascimento, sendo outros documentos dotados de fé pública 
igualmente hábeis para a comprovação da idade. Precedentes. 
4. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no HC 646.116/MG, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 17/08/2021, DJe 
20/08/2021) 
 
3) O STJ decidiu que é válida a realização de audiência de instrução e julgamento por 
videoconferência em caso de réu solto, por conta da necessidade de distanciamento social 
decorrente da pandemia de COVID-19: 
(...) Embora o Réu esteja respondendo ao processo-crime em liberdade, a 
realização da audiência de instrução e julgamento por videoconferência 
está justificada pelo necessário distanciamento social como medida para 
o combate e a prevenção de infecção do novo coronavírus. Precedentes. 
(...) 
(AgRg no HC 687.222/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 
05/10/2021, DJe 11/10/2021) 
 
 
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4) O STJ firmou entendimento no sentido de que a realização do interrogatório do réu por 
carta precatória não viola o princípio da identidade física do Juiz – O princípio da 
identidade física do Juiz estabelece que o Juiz que presidir a instrução deverá proferir sentença 
(salvo em casos excepcionais, como no caso de licença, aposentadoria, etc.). Assim, o STJ 
entende que mesmo que o réu seja interrogado pelo Juízo deprecado (que apenas cumpriu a 
carta) e sentenciado pelo Juízo deprecante (aquele perante o qual tramita o processo) isso não 
representa violação ao princípio da identidade física do Juiz: 
(...) A Terceira Seção deste Tribunal Superior firmou entendimento de que o 
interrogatório do réu por meio de carta precatória não viola o princípio da 
identidade física do juiz. 
(...) 
(…) (AgRg no AREsp 746.463/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, 
julgado em 22/06/2021, DJe 29/06/2021) 
 
No mesmo sentido: 
(...) O interrogatório do réu por meio de carta precatória não ofende o 
postulado da identidade física do juiz, sob pena de se criar entraves à 
jurisdição favorecendo aqueles que pretendem se furtar a aplicação da Lei 
(CC 99.023/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA 
SEÇÃO, DJe 28/8/2009). 
(...) 
(AgRg no HC 541.871/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA 
TURMA, julgado em 17/08/2021, DJe 24/08/2021) 
 
5) O STJ entende que é válida a determinação da retirada do réu da sala de audiências, 
quando sua presença puder causar temor, humilhação ou constrangimento a qualquer 
declarante (vítima, testemunha, etc.), desde que seja justificada a impossibilidade de realização 
do ato por videoconferência: 
(...) 7. O art. 217 do Código de Processo Penal admite a retirada do réu da sala 
de audiência quando qualquer declarante se sentir atemorizado, 
humilhado ou constrangido com a sua presença, sem que se possa falar 
em nulidade do ato processual. O acórdão combatido alinha-se ao 
entendimento desta Corte Superior, porquanto as testemunhas "manifestaram 
receio em prestar depoimento na presença dos sentenciados"tendo constado 
ainda justificativa sobre a impossibilidade de realização por videoconferência. 
(…) (AgRg no AREsp 746.463/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, 
julgado em 22/06/2021, DJe 29/06/2021) 
 
 
 
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No mesmo sentido: 
(...) Inexiste cerceamento de defesa na hipótese em que, sendo inviável a 
oitiva do acusado por videoconferência, o Juiz, fundamentadamente, 
determina a retirada do réu da sala de audiência por verificar que sua 
presença causa temor e constrangimento à testemunha ou ao ofendido. 
(...) (AgRg no AgRg no AREsp 1665658/DF, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, 
QUINTA TURMA, julgado em 24/11/2020, DJe 27/11/2020) 
 
6) O STJ firmou entendimento no sentido de que, embora possa haver inversão eventual da 
ordem de oitiva das testemunhas, em razão da expedição de carta precatória (ouvir as 
testemunhas de defesa antes que alguma testemunha de acusação tenha sido ouvida por carta 
precatória), isso não autoriza a realização do interrogatório antes da oitiva de qualquer 
testemunha, pois o interrogatório do réu sempre deve ser o último ato da instrução, de 
maneira que deve ser aguardado o retorno da carta para que seja realizado o interrogatório 
do acusado: 
(...) A Terceira Seção desta Corte Superior, no julgamento do HC-585.942, em 
9/12/2020, decidiu que o interrogatório do imputado deve ser o último ato de 
instrução, em consonância com os princípios do contraditório e da ampla 
defesa, e com a jurisprudência consolidada na Suprema Corte. 
2. Nessa perspectiva, deve prevalecer o entendimento de que ao dispor que 
a expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal, § 1º do art. 
222 do CPP não autoriza a realização de interrogatório do em momento 
diverso do disposto no art. 400 do CPP, é dizer, ao final da instrução. A 
defesa impugnou a inversão da ordem do interrogatório a tempo e modo, o 
que afasta a preclusão. 
(...) 
(AgRg no HC 686.418/SC, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 07/12/2021, DJe 
13/12/2021) 
 
7) O STJ firmou entendimento no sentido de que, nos crimes sexuais e também naqueles 
praticados no contexto de violência doméstica e familiar, a palavra da vítima ganha 
especial relevância, na medida em que esses crimes geralmente são praticados às escondidas, 
sem testemunhas: 
3. Nos crimes sexuais, a palavra da vítima possui especial relevo, tendo em 
vista sobretudo o modus operandi empregado na prática desses delitos, 
cometidos, via de regra, às escondidas. Precedentes. 
4. Agravo improvido. 
 
 
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(AgRg no AREsp 1869638/MS, Rel. Ministro OLINDO MENEZES 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado 
em 19/10/2021, DJe 22/10/2021) 
 
1. O STJ reconhece a relevância da palavra da vítima no tocante aos crimes 
decorrentes de violência doméstica, em vista da circunstância de essas 
condutas serem praticadas, na maioria das vezes, na clandestinidade. 
Precedente. Incidência da Súmula n. 83 do STJ. 
(...) 
(AgRg no AREsp 1925598/TO, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA 
TURMA, julgado em 26/10/2021, DJe 04/11/2021) 
 
8) O STJ firmou entendimento no sentido de que é válida a determinação da produção 
antecipada de provas consistente na oitiva de policiais, eis que a natureza da profissão 
conduz a um esquecimento mais fácil dos eventos criminosos presenciados: 
(...) No caso, a produção antecipada de prova oral foi determinada nos termos 
da jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, no sentido da 
"necessidade da oitiva antecipada das testemunhas, que são agentes 
policiais, tendo em vista a possibilidade de as provas se fragilizarem com 
o esquecimento dos fatos pela própria natureza do ofício de quem atua 
diariamente no combate à criminalidade." (RHC 97.893/RR, Rel. Ministro 
ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 17/12/2019, DJe 
19/12/2019.) 3. Tal fundamento é válido, apto a determinar a antecipação de 
provas, sem qualquer ofensa à Súmula n. 455 desta Corte, primeira parte ([a] 
decisão que determina a produção antecipada de provas com base no artigo 
366 do CPP deve ser concretamente fundamentada [...]). 
4. Recurso ordinário em habeas corpus desprovido. 
(RHC 128.325/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 
08/09/2020, DJe 22/09/2020) 
 
9) Em casos excepcionais, é possível a condenação do acusado pelo crime de tráfico de 
drogas sem o laudo toxicológico definitivo (somente com o laudo provisório), quando o 
laudo provisório for capaz de indicar com certeza a materialidade delitiva: 
(...) A Terceira Seção deste Superior Tribunal possui o entendimento de que, 
somente em casos excepcionalíssimos, é possível a condenação por crime 
de tráfico de drogas mesmo sem a juntada do laudo toxicológico definitivo 
aos autos (EREsp n. 1.544.057/RJ. Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, 3ª 
S., DJe 9/11/2016). 
 
 
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2. Embora ainda não tenha havido a juntada aos autos do laudo toxicológico 
definitivo, há meios robustos de prova que evidenciam a materialidade do 
delito de tráfico de drogas. Isso porque, embora o laudo de constatação haja 
sido elaborado ainda na fase inquisitiva, conteve todas as informações 
necessárias à comprovação, com segurança, de que as substâncias 
apreendidas com o acusado se tratavam de cocaína e crack. 
(...) (AgRg no AREsp 1900493/MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA 
TURMA, julgado em 16/11/2021, DJe 22/11/2021) 
 
10) O STJ possui entendimento no sentido de que se a defesa alega a ausência de potencial 
lesivo da arma, cabe a ela a juntada aos autos para a realização de perícia: 
(...) Pedido de exclusão da causa de aumento de pena prevista no inciso I do § 
2°-A do Código Penal. A jurisprudência desta Corte é assente no sentido de que 
a utilização de arma desmuniciada, como forma de intimidar a vítima do delito 
de roubo, caracteriza o emprego de violência, porém não permite o 
reconhecimento da majorante de pena, uma vez que está vinculada ao 
potencial lesivo do instrumento, dada a sua ineficácia para a realização de 
disparos. 
Todavia, "se o acusado sustentar a ausência de potencial lesivo da arma 
empregada para intimidar a vítima, será dele o ônus de produzir tal prova, 
nos termos do art. 156 do Código de Processo Penal." (HC n. 96.099/RS, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJe de 05/06/2009). Na espécie, 
caberia ao paciente demonstrar que a arma era desprovida de potencial lesivo, 
o que não ocorreu na situação narrada na inicial (EREsp n. 961.863/RS, Terceira 
Seção, Rel. Min. 
Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ/SP), Rel. p/ Acórdão Min. 
Gilson Dipp, DJe de 6/4/2011). 
(…) (AgRg no HC 665.770/GO, Rel. Ministro JESUÍNO RISSATO (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJDFT), QUINTA TURMA, julgado em 14/09/2021, DJe 
24/09/2021) 
 
11) O STJ firmou entendimento no sentido de que a simples apreensão de aparelho celular 
por conta de prisão em flagrante não autoriza o acesso ao conteúdo das mensagens nele 
contidas, que dependerá de autorização judicial ou do consentimento do proprietário do 
aparelho: 
(...) Os dados constantes de aparelho celular obtidos por órgão 
investigativo ? mensagens e conversas por meio de programas ou 
aplicativos (WhatsApp) ? somente são admitidos como prova lícita no 
processo penal quando há precedente mandado de busca e apreensão 
 
 
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expedido por juiz competente ou quando há autorização voluntária de 
interlocutor da conversa. 
4. Não há nulidade na prova da participação delitiva do agente que se dá por 
troca de mensagens com o corréu tendo o acesso sido autorizado tanto pela 
autoridade judicial quanto pelo proprietário do aparelho.5. A verificação da existência de indícios de autoria e materialidade delitiva 
demanda reexame de fatos e provas, procedimento incompatível com a estreita 
via do habeas corpus. 
6. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no HC 646.771/PR, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUINTA 
TURMA, julgado em 10/08/2021, DJe 13/08/2021) 
 
12) O STJ firmou entendimento no sentido de que a agenda telefônica, ou seja, o registro dos 
contatos do proprietário do aparelho celular não está abrangida pela garantia do sigilo de 
dados telefônicos, eis que é mera facilitação tecnológica (é uma simples caderneta de 
contatos, só que virtual), de forma que o acesso a estes dados não depende de autorização 
judicial: 
(...) No caso, como autorizado pelo Código de Processo Penal ? CPP foi 
apreendido o telefone celular de um acusado e analisados os dados 
constantes da sua agenda telefônica, a qual não tem a garantia de 
proteção do sigilo telefônico ou de dados telemáticos, pois a agenda é uma 
das facilidades oferecidas pelos modernos aparelhos de smartphones a 
seus usuários. 
5. Assim, deve ser reconhecida como válida a prova produzida com o acesso à 
agenda telefônica do recorrido, com o restabelecimento da sentença 
condenatória, determinando-se que a Corte a quo continue a apreciar a 
apelação. 
6. Recurso especial provido. 
(REsp 1782386/RJ, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado 
em 15/12/2020, DJe 18/12/2020) 
 
12) O STJ firmou entendimento no sentido de que, embora retratável a confissão, o Juiz poderá, 
cotejando-a com os demais elementos dos autos, considerá-la para fins de condenação, pelo 
princípio do livre convencimento motivado. Nesse caso, mesmo tendo havido retratação, caso 
utilizada pelo Juiz a confissão como elemento de convicção para a condenação, fará jus o réu 
à atenuante genérica do art. 65, III, “d” do CP: 
(...) A confissão do Agravante de que exercia a traficância, efetivada na 
fase policial, foi utilizada para fundamentar a condenação. 
Portanto, ainda que tenha sido retratada em juízo, faz ele jus à atenuante da 
confissão espontânea, a qual deve ser integralmente compensada com a 
 
 
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agravante da reincidência, nos termos da reiterada jurisprudência desta Corte 
Superior. 
(...) (AgRg no AREsp 1795241/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, 
julgado em 06/04/2021, DJe 15/04/2021) 
 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES – EDIÇÃO 93 
 
1) Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o julgamento dos 
pedidos de habeas corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados 
Especiais. 
 
2) A aceitação pelo paciente do benefício da suspensão condicional do processo, nos termos 
do art. 89 da Lei n. 9.099/95, não inviabiliza a impetração de habeas corpus nem prejudica seu 
exame, tendo em vista a possibilidade de se retomar o curso da ação penal caso as condições 
impostas sejam descumpridas. 
 
3) No âmbito dos Juizados Especiais Criminais, não se exige a intimação pessoal do defensor 
público, admitindo-se a intimação na sessão de julgamento ou pela imprensa oficial. 
 
4) Não há óbice a que se estabeleçam, no prudente uso da faculdade judicial disposta no art. 
89, § 2º, da Lei n. 9.099/1995, obrigações equivalentes, do ponto de vista prático, a sanções 
penais (tais como a prestação de serviços comunitários ou a prestação pecuniária), mas que, 
para os fins do sursis processual, se apresentam tão somente como condições para sua 
incidência. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 TEMA 930) 
 
5) A perda do valor da fiança constitui legítima condição do sursis processual, nos termos do 
art. 89, § 2º, da Lei n. 9.099/95. 
 
6) A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese 
de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (Súmula n. 536/STJ) 
 
7) A transação penal não tem natureza jurídica de condenação criminal, não gera efeitos para 
fins de reincidência e maus antecedentes e, por se tratar de submissão voluntária à sanção 
penal, não significa reconhecimento da culpabilidade penal nem da responsabilidade 
civil. 
 
 
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8) A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz 
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, 
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante 
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. (Súmula Vinculante n. 35/STF) 
 
9) O prazo de 5 (cinco) anos para a concessão de nova transação penal, previsto no art. 76, § 
2º, inciso II, da Lei n. 9.099/95, aplica-se, por analogia, à suspensão condicional do processo. 
 
10) É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na 
procedência parcial da pretensão punitiva. (Súmula n. 337/STJ) 
 
11) Nos casos de aplicação da Súmula n. 337/STJ, os autos devem ser encaminhados ao 
Ministério Público para que se manifeste sobre a possibilidade de suspensão condicional do 
processo ou de transação penal. 
 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES – EDIÇÃO 96 
 
1) A Lei n. 10.259/01, ao considerar como infrações de menor potencial ofensivo as 
contravenções e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, não 
alterou o requisito objetivo exigido para a concessão da suspensão condicional do processo 
prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95, que continua sendo aplicado apenas aos crimes cuja pena 
mínima não seja superior a 1 (um) ano. 
 
2) É cabível a suspensão condicional do processo e a transação penal aos delitos que preveem 
a pena de multa alternativamente à privativa de liberdade, ainda que o preceito 
secundário da norma legal ultrapasse os parâmetros mínimo e máximo exigidos em lei para a 
incidência dos institutos em comento. – Quanto à suspensão condicional do processo, se a 
pena mínima for superior a 01 ano, mas houver previsão de pena de multa ALTERNATIVA (ex.: 
reclusão de 02 a 05 anos OU multa), caberá o benefício do sursis processual. De igual forma, 
de acordo com a referida tese, caberá transação penal mesmo que se trate de crime com pena 
máxima superior a 02 anos, desde que haja previsão alternativa da pena de multa. Quanto a 
este último ponto (transação penal), trata-se de um entendimento polêmico, pois a previsão 
alternativa de multa não altera o “pior cenário” para o réu (que continua sendo a pena máxima 
cominada). Já quanto ao sursis processual, acertado o entendimento, já que o critério é a pena 
mínima, e ao cominar pena alternativa de multa, o legislador permite que o condenado não 
receba nenhuma pena privativa de liberdade, somente a multa, de forma que a multa se 
tornaria a “pena mínima” para o caso, ou seja, o “melhor cenário” em caso de condenação. 
 
 
 
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3) A suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do acusado, mas sim um poder-
dever do Ministério Público, titular da ação penal, a quem cabe, com exclusividade, analisar a 
possibilidade de aplicação do referido instituto, desde que o faça de forma fundamentada. 
 
4) Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão 
condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo 
legal, desde que referente a fato ocorrido durante sua vigência. (Tese julgada sob o rito do art. 
543-C do CPC/73 - TEMA 920) 
 
5) Opera-se a preclusão se o oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo 
ou de transação penal se der após a prolação da sentença penal condenatória. 
 
6) O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais 
cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena 
mínima cominada,seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o 
limite de um (01) ano. (Súmula n. 243/STJ) 
 
7) A existência de inquérito policial em curso não é circunstância idônea a obstar o 
oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo – Tal entendimento se dá 
porque o art. 89 da Lei 9.099/95 estabelece como impeditivo para o oferecimento da proposta 
o fato de o agente ter sido condenado ou estar sendo PROCESSADO por outro crime (logo, 
estar sendo investigado em inquérito policial não impede a concessão do sursis processual). 
 
8) A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual, 
operada em processo anterior, não pode ser valorada em seu desfavor como maus 
antecedentes, personalidade do agente e conduta social. 
 
9) É constitucional o art. 90-A da Lei n. 9.099/95, que veda a aplicação desta aos crimes 
militares. 
 
10) Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a 
soma das penas máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, 
no caso de crime continuado ou de concurso formal, e ao se verificar que o resultado da adição 
é superior a dois anos, afasta-se a competência do Juizado Especial Criminal. 
 
11) O crime de uso de entorpecente para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei n. 
11.343/06, é de menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial 
 
 
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estadual, já que ele não está previsto em tratado internacional e o art. 70 da Lei n. 11.343/06 
não o inclui dentre os que devem ser julgados pela justiça federal. 
 
12) A conduta prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/06 admite tanto a transação penal quanto 
a suspensão condicional do processo. 
 
OUTRAS TESES RELEVANTES 
EDIÇÃO 69 (NULIDADES) 
Tese 2) As nulidades surgidas no curso da investigação preliminar não atingem a ação penal 
dela decorrente. 
 
Tese 3) As irregularidades relativas ao reconhecimento pessoal do acusado não ensejam 
nulidade, uma vez que as formalidades previstas no art. 226 do CPP são meras recomendações 
legais – Tese superada. O STJ passou a entender que o descumprimento das formalidades 
previstas no art. 226 (relativas ao procedimento de reconhecimento fotográfico), gera nulidade 
do ato: 
1. No julgamento do HC 598.886/SC, da relatoria do Min. Rogério Schietti Cruz, 
decidiu a Sexta Turma, revendo anterior interpretação, no sentido de que se 
"determine, doravante, a invalidade de qualquer reconhecimento formal - 
pessoal ou fotográfico - que não siga estritamente o que determina o art. 
226 do CPP, sob pena de continuar-se a gerar uma instabilidade e insegurança 
de sentenças judiciais que, sob o pretexto de que outras provas produzidas em 
apoio a tal ato - todas, porém, derivadas de um reconhecimento desconforme 
ao modelo normativo - autorizariam a condenação, potencializando, assim, o 
concreto risco de graves erros judiciários". 
2. Na hipótese, percebe-se que o reconhecimento pessoal do imputado, ora 
paciente, não obedeceu aos ditames do precedente mencionado (HC 
598.886/SC) e, mais grave ainda, da própria norma processual em causa (art. 
226 - CPP), porquanto a vítima o reconheceu por meio de fotografia veiculada 
na impressa e, em nível policial, o reconheceu sem a apresentação de pessoas 
semelhantes e sem a indicação de justificativa plausível acerca de 
impossibilidade de realização do ato nos termos estabelecidos na norma legal. 
(...) (HC 687.103/RN, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 16/11/2021, DJe 
19/11/2021) 
 
No mesmo sentido: 
 
 
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(...) Esta Corte Superior inicialmente entendia que "a validade do 
reconhecimento do autor de infração não está obrigatoriamente vinculada à 
regra contida no art. 226 do Código de Processo Penal, porquanto tal 
dispositivo veicula meras recomendações à realização do procedimento, 
mormente na hipótese em que a condenação se amparou em outras provas 
colhidas sob o crivo do contraditório 3. Em julgados recentes, ambas as 
Turmas que compõe a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça 
alinharam a compreensão de que "o reconhecimento de pessoa, 
presencialmente ou por fotografia, realizado na fase do inquérito policial, 
apenas é apto, para identificar o réu e fixar a autoria delitiva, quando 
observadas as formalidades previstas no art. 226 do Código de Processo 
Penal e quando corroborado por outras provas colhidas na fase judicial, 
sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. 
(...) 
(AgRg no HC 631.240/SC, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, 
julgado em 14/09/2021, DJe 20/09/2021) 
 
Tese 13) A falta de comunicação ao acusado sobre o direito de permanecer em silêncio é causa 
de nulidade relativa, cujo reconhecimento depende da comprovação do prejuízo. 
 
Tese 19) São nulas as provas obtidas por meio da extração de dados e de conversas privadas 
registradas em correio eletrônico e redes sociais (v.g. whatsapp e facebook) sem a prévia 
autorização judicial. 
 
Tese 20) O compartilhamento de dados obtidos pela Receita Federal com fundamento no art. 
6º da Lei Complementar n. 105/2001, mediante requisição direta às instituições bancárias no 
âmbito de processo administrativo fiscal, é considerado nulo, para fins penais, se não decorrer 
de expressa determinação judicial. 
 
OUTROS JULGADOS RELEVANTES 
Þ Interrogatório em sede policial e ausência de defesa técnica - O STJ firmou 
entendimento no sentido de que a ausência de defesa técnica quando do interrogatório em 
sede POLICIAL não gera nulidade, conforme entendimento pacífico do STJ: 
“(...) 1. A jurisprudência deste STJ entende que não é necessária a presença de 
advogado durante o interrogatório policial do réu. 
(...) (AgRg no AREsp 1882836/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA 
TURMA, julgado em 24/08/2021, DJe 30/08/2021) 
 
 
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Þ Uso de documento falso: competência – O STJ firmou entendimento (posteriormente 
sumulado, súmula 546) no sentido de que a competência para processar e julgar o crime de 
uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado 
o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor (ex.: se apresentado 
perante órgão federal, a competência será da Justiça Federal): 
Súmula 546 do STJ 
A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é 
firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento 
público, não importando a qualificação do órgão expedidor. 
 
Þ Prova emprestada: possibilidade de utilização no processo penal – O STJ firmou 
entendimento no sentido de que é possível a utilização, no processo penal, de prova 
emprestada de outro processo, desde que seja submetida ao contraditório: 
“(...) 3. Nos termos da jurisprudência do STJ, "independentemente de haver 
identidade de partes, o contraditório é o requisito primordial para o 
aproveitamento da prova emprestada, de maneira que, assegurado às 
partes o contraditório sobre a prova, isto é, o direito de se insurgir contra 
a prova e de refutá-la adequadamente, afigura-se válido o empréstimo" 
(EREsp 617.428/SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Corte Especial, julgado em 
4/6/2014, DJe de 17/6/2014). 
4. Agravo interno improvido.” 
(AgInt no AREsp 1789309/MT, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 01/06/2021, DJe 10/06/2021) 
 
Þ Interrogatório judicial e inversão da ordem: nulidade relativa – Embora o 
interrogatório deva ser o último ato da instrução, sua realização em momento diverso 
configura nulidade relativa, devendo ser arguida a nulidade na própria audiência e 
demonstrado o prejuízo que adveio para a defesa: 
“(...) 2. Isso não obstante, esta Corte

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