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ATIVIDADE SOBRE FRATURA – 1ª ETAPA INSTRUÇÕES: 1. Leia atentamente todas as questões. 2. A atividade é individual e o não cumprimento desta instrução ensejará a atribuição de nota 0 (ZERO) ao(s) aluno(s). 3. As respostas devem ser baseadas em pelo menos uma referência de LIVRO e uma de ARTIGO CIENTÍFICO. Não esquecer de colocar as referências no final da atividade. 4. Colocar figuras relacionadas ao tema. 5. Enviar a atividade por e-mail no dia 30 de setembro. O não cumprimento deste prazo implicará em redução no valor da atividade em 0,5 pontos. QUESTÕES 1. Defina a fratura e seus seguintes grupos etiológicos: fratura por trauma, fratura de fadiga ou estresse e fratura patológica. Em seguida cite um exemplo de cada um dos grupos etiológicos. Uma fratura é definida como a perda completa da continuidade do tecido ósseo ou uma interrupção ou rachadura parcial. Na maioria das vezes, é causada por um trauma de alta energia sobre um osso previamente hígido, mas também pode ocorrer devido a alterações da estrutura óssea ou também por sobrecarga repetitiva de uma região ou ciclos repetidos de traumas de baixa energia. As fraturas por traumas são a grande maioria e elas ocorrem em ossos que eram, até então, sadios. Esse grupo de fraturas podem ser causados por um choque direto, como por exemplo, quando um peso atinge o pé e fratura o osso metatarsiano; ou por choque indireto ao longo do osso, por exemplo, quando a cabeça do rádio é fraturada em uma queda sobre a mão espalmada, ou a clavícula em uma queda sobre o ombro. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Campus Ministro Reis Velloso Curso de Fisioterapia Disciplina: Fisioterapia Musculoesquelética Professor(a): Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos Aluna: Tairly Maria Costa Sales A fratura de fadiga ou estresse é uma lesão comum vista por profissionais de saúde, principalmente aqueles que cuidam de atletas. Esse grupo de fraturas não ocorrem devido uma única lesão violeta, mas sim como resultado de um número elevado de sobrecargas cíclicas. Sob condições normais de tensão, o osso sofre hipertrofia, entretanto quando o carregamento repetitivo do osso sobrepõe-se à habilidade reparadora do sistema esquelético isso acaba resultando em uma fratura por estresse ou fadiga. Elas podem ser o estágio final da fadiga ou insuficiência do osso acometido. Esse grupo de fraturas ocorrem após a formação e o acumulo de microfraturas nas trabéculas ósseas normais. Por outro lado, a fratura resultante da insuficiência óssea ocorre em um osso mecanicamente comprometido, geralmente apresentando uma baixa densidade mineral óssea. Todos os ossos do nosso corpo estão sujeitos a esta fratura e ela está intimamente relacionada a atividade repetitiva que a pessoa faz. Vários fatores predispõem uma pessoa às fraturas de estresse. O tipo de superfície (i.e., uma superfície dura) pode causar uma fratura de estresse, como uma alteração na intensidade, na velocidade ou na distância em que um paciente esteja fazendo exercícios. Os calçados impróprios podem resultar em fraturas de estresse. Outros fatores incluem problemas mecânicos, como discrepância no comprimento das pernas, aumento do valgo no joelho, distúrbios do pé ou largura óssea da tíbia reduzida. A predominância de fraturas por estresse nos membros inferiores sobre os membros superiores reflete as sobrecargas cíclicas tipicamente exercidas sobre ossos de sustentação do peso corporal comparadas com as dos ossos que não têm essa função. São mais comumente diagnosticadas fraturas por estresse na tíbia, seguida pelos metatarsos e pela fíbula. Como exemplo desse grupo de fraturas, elas ocorrem bastante em atletas corredores, militares e dançarinos. Os Atletas de corrida têm maior incidência de fratura por estresse nos ossos longos como a tíbia, o fêmur e a fíbula, além dos ossos do pé e do sacro. Modalidades esportivas que usam os membros superiores como ginástica olímpica, tênis, beisebol e basquetebol podem resultar em fraturas por estresse e o osso mais acometido é a ulna, principalmente em sua porção proximal, e também o úmero em sua extremidade distal. A imagem do lado mostra uma RM pesada em T1 e T2 da metade posterior do pé, mostrando fratura de estresse do processo anterior do calcâneo e do cubóide. A imagem à esquerda é a imagem em T que mostra parte do sangue e da irregularidade cortical no calcâneo anterior (seta), e a imagem à direita mostra o edema típico que ocorre nas fraturas de estresse do calcâneo anterior e do cuboide. As fraturas patológicas ocorrem em tecido ósseo anormalmente enfraquecido por alguma patologia. Frequentemente a fratura ocorre por um trauma banal ou mesmo de forma espontânea. Como exemplo de causa dessa fratura temos a osteoporose que é a causa mais comum de fratura patológica, seguida pelas lesões metastáticas. Quando a lesão óssea é local ou circunscrita, a causa mais comum é o carcinoma metastásico, geralmente dos pulmões, seios, próstata, tireoide ou rins. Tais fraturas ocorrem mais frequentemente nos corpos vertebrais, na metade proximal da diáfise do fêmur e na metade proximal do úmero. Outra causa comum é o cisto ósseo, geralmente no osso longo. Nas fraturas por osteoporose senil os ossos mais afetados são os corpos vertebrais torácicos ou lombares e ainda o colo do fêmur e a região trocanterica. Acima uma lesão lítica do úmero com fratura patológica. (Contribuição de J. Wanggaard, NP.) 2. Explique o que é uma fratura fechada e uma fratura exposta. Qual a importância da distinção entre estas fraturas? As fraturas fechadas são aquelas na qual a pele sobrejacente permanece intacta. Fraturas expostas são as que apresentam um ferimento na superfície da pele que se comunica com o foco da fratura. São consideradas emergências ortopédicas e têm como objetivo de seu tratamento a consolidação sem ocorrência de infecção. Grande parte das fraturas expostas apresenta exposição evidente em sua apresentação inicial. Em parte dos casos, porém, pode não ser claro se existe contiguidade entre o foco da fratura e o meio externo, de forma que se recomenda presumir que a fratura é exposta sempre que houver lesões de partes moles adjacentes ao foco de fratura. A distinção entre estas fraturas é importante, pois uma fratura exposta pode ser contaminada por organismos provenientes do meio externo, e portanto se contaminar, enquanto que a fratura fechada está livre deste risco. A B A: Uma ferida pequena sem base identificável é notada no antebraço proximal. B: A radiografia do mesmo paciente demonstra uma fratura da ulna na proximidade da ferida. 3. Os tipos de fratura podem indicar a natureza do trauma e assim fornecer uma indicação sobre o método de redução mais fácil. Explique os 6 tipos de fratura a seguir: transversal, oblíqua, espiral, cominutiva, impactada e em galho verde. Os tipos de fraturas podem indicar a natureza do trauma-causa e assim nos fornecer uma indicação sobre o método de redução mais fácil. Uma fratura transversa corre perpendicular ao osso. A fratura oblíqua atravessa o osso em um ângulo de 45 a 60°. Estas fraturas são causadas pela compressão e flexão no local da fratura. Uma fratura espiral pode, às vezes, ser equivocadamente diagnosticada como oblíqua; contudo, em um exame mais atento, é notada uma aparência de “saca-rolhas” da fratura. É uma fratura altamente instável, que tende a apresentar evolução ruim. As fraturas espirais são causadas por uma força de torção. Em crianças, pode ser uma pista de potencial agressão. Uma fratura cominutiva é aquela com mais de dois fragmentos. Outros exemplos desse tipo de fratura são as segmentares e as em asa de borboleta. Impactada: Umafratura impactada é aquela em que as extremidades fraturadas estão comprimidas entre si. Estas fraturas são habitualmente muito estáveis. As fraturas galho verde são típicas em crianças, cujos ossos, especialmente antes dos dez anos, são flexíveis e elásticos como os galhos de uma árvore nova. Ossos deste tipo podem ser "enrugados" como uma sanfona por uma força de compressão longitudinal. Uma força de angulação tende a curvar o osso em uma das corticais e a quebrá-lo na outra, produzindo, assim, uma fratura incompleta. Uma fratura que ocorre na posição transversal através de um osso longo foi muito provavelmente causada por uma força de angulação e não por uma força de torção, enquanto que uma fratura espiralada também muito provavelmente foi causada por uma força de torção. O tipo de fratura dá, ainda, uma indicação da estabilidade provável dos fragmentos. Assim, muito dificilmente ocorrerá um novo deslocamento em uma fratura transversa após a redução, enquanto que a fratura obliqua ou espiralada tem mais propensão a apresentar novo deslocamento a menos que as extremidades ósseas fraturadas possam ser encaixadas na incisura da superfície oposta. Uma fratura por compressão nem sempre se presta muito à redução anatômica, pois a substância esponjosa do osso pode ser esmagada e comprimida, sem permitir a restauração completa de sua forma trabecular original. A. Fratura transversa B. Fratura oblíqua C. Fratura espiral D. Fratura cominutiva E. Fratura segmentar F. Fragmento em asa de borboleta G. Fratura impactada H. Fratura em galho verde 4. Explique o processo de consolidação de fraturas (no máximo 10 linhas). Rapidamente após a fratura, inicia-se a fase de inflamação, onde ocorre rompimento de vasos e extravasamento de sangue e se formam hematoma fraturário e exsudato inflamatório. Por volta de 2 a 3 semanas após a fratura começa a fase de formação do calo mole, ocorrem neovascularização e proliferação de células mesenquimais, que se diferenciam em fibroblastos, condroblastos e osteoblastos. Cada uma delas irá produzir a sua matriz: colágena, cartilaginosa e osteoide. O tecido de granulação dá lugar ao molde fibrocartilaginoso. 4 semanas depois, aproximadamente, inicia-se a fase de ossificação endocondral (o calo duro). Uma vez que os fragmentos estão unidos de maneira sólida, ocorre a última fase, a atividade osteoblástica e osteoclástica substitui o osso reticulado pelo lamelar, com formação da camada cortical e canal medular, e o segmento retoma a forma anterior à fratura. Esse processo leva meses. 5. Em um estágio do tratamento de uma fratura é necessário confirmar se ocorreu uma união sólida ou não. A decisão é tomada a partir de uma combinação de evidências clínicas e radiológicas. Explique os sinais clínicos de consolidação e os critérios radiológicos. Há três testes clínicos para a consolidação: 1) ausência de mobilidade entre os fragmentos; 2) ausência de sensiblidade ao se apalpar com firmeza o foco da fratura; 3) ausência de dor quando uma força de angulação é aplicada no local da fratura. Apesar da confiabilidade destes testes aplicados conjuntamente, eles devem sempre ser confirmados por estudos radiológicos. Há duas características radiológicas que indicam a consolidação: 1) calo visível formando ponte com a fratura e se unindo aos fragmentos; e 2) continuidade das trabéculas ósseas ao longo do traço da fratura. Destes, o calo visível é em geral o sinal mais precoce e o mais confiável. A continuidade trabecular ao longo da fratura é evidência de consolidação mais madura, mas a sobreposição das sombras radiográficas dos dois fragmentos pode dar a falsa impressão de continuidade trabecular quando de fato ela não existe. Na esquerda imagem que mostra a ponte de calo na fratura e na direita a continuidade no osso trabecular ao longo do traço de fratura do osso escafoide. A imagem ao lado representa o teste de consolidação depois de uma fratura da tíbia. 6. Os três princípios fundamentais para o tratamento de uma fratura fechada são: redução, imobilização e preservação da função. Partindo deste tema responda os itens a seguir: a) Cite três maneiras de realizar a redução. Redução por manipulação: Manipulação fechada é o método inicial padrão para se reduzir a maioria das fraturas comuns. E geralmente realizada sob anestesia geral, mas eventualmente a anestesia local ou regional pode ser apropriada. A técnica consiste em simplesmente reunir os fragmentos através das partes moles, desimpactá-los se necessário, e então ajustá-los tanto quanto possível em sua posição correta. Redução por tração mecânica: Quando a contração de músculos grandes exerce grande força de deslocamento, alguma ajuda mecânica pode ser necessária para distribuir os fragmentos na extensão normal do osso, Isto se aplica especialmente às fraturas da diáfise do fêmur, e a certos tipos de fratura ou deslocamento da coluna cervical. A tração pode ser aplicada com pesos ou por parafusos; e o objetivo será a rápida obtenção da redução total em uma só sessão, sob anestesia, ou então confiar na redução gradual por tração prolongada sem anestesia) Redução cirúrgica: Quando outros métodos falham, e ocasionalmente como método de escolha, os fragmentos são reduzidos sob visão direta em uma cirurgia. Quando se recorre à redução cirúrgica, deve-se aproveitar a oportunidade e fazer a reparação interna dos fragmentos a fim de assegurar que a posição seja mantida b) Existem casos em que não requer imobilização para a consolidação da fratura. Cite três razões para se imobilizar uma fratura. Prevenção de deslocamento ou angulação. Como regra geral, os fragmentos fraturados não se tornarão mais deslocados do que já estavam no momento do ferimento original. Portanto, se a posição original é aceitável, a imobilização para evitar deslocamento posterior é geralmente desnecessária. Para as fraturas da diáfise de ossos longos, no entanto, a imobilização é geralmente necessária para se manter o alinhamento correto. Prevenção de movimento. Como já mencionamos, a imobilização absoluta nem sempre é essencial para a consolidação da fratura. Exatamente quando o movimento puder romper os delicados capilares que formam a ponte ela não é recomendada; e, teoricamente, os movimentos de rotação são piores neste caso. Há três tipos de fraturas que constantemente requerem imobilização rígida a fim de se assegurar a consolidação principalmente as do osso escafoides, da diáfise do cúbito e do colo do fêmur. Alívio da dor. Provavelmente em cerca de metade de todos os casos em que uma fratura é imobilizada a razão principal é aliviar a dor. O membro pode ser usado de maneira mais eficiente se estiver confortável. c) Cite os quatro métodos de imobilização de uma fratura. Imobilização com gesso, tala ou suportes: Para a maioria das fraturas, o método padrão de imobilização é o gesso. Pode-se também usar substitutos para o gesso que oferecem as vantagens de menor peso, radiolucência e impermeabilidade à água, embora a custo bem mais alto A maioria destes produtos é também de aplicação mais difícil; no entanto, estão sendo usados cada vez mais. Para algumas fraturas, uma tala metálica, plástica ou de madeira pode ser mais apropriada - por exemplo, a tala de Thomas para fraturas de diáfise do fêmur, ou o colarinho plástico para algumas lesões da coluna cervical. Outros suportes externos (férulas). Além do gesso, as suportes são muito usados para coxas e pernas e para os dedos. Suportes individuais podem também ser feitos com tiras maleáveis de alumínio, aço, ou materiais plásticos moldados a quente como a espuma de polietileno. Raramente seusa um suporte halo torácico para uma fratura instável da coluna cervical. Este seria um 'halo' de metal, ou um anel, preso ao crânio e ligado ao gesso ou a uma tala plástica através de barras e envolvendo o tórax. Imobilização por tração contínua: Em certas fraturas - especialmente as de diáfise do fêmur e algumas fraturas de diáfise da tibia ou do úmero inferior - pode ser difícil ou até impossível manter os fragmentos na posição adequada apenas com gesso ou suporte externo. E isto ocorre especialmente quando o plano da fratura e obliquo ou espiral, pois a torção elástica dos músculos tende a levar o fragmento distal para cima de maneira a se sobrepor ao fragmento proximal. Em tais casos, a torção dos músculos deve ser compensada pela tração contínua sobre o fragmento distal, seja por peso ou outro aparelho mecânico. A tração contínua deste tipo é em geral combinada com alguma forma de entalação a fim de se proporcionar suporte ao membro contra a deformidade angular em geral, uma férula de Thomas ou uma versão modificada no caso de fratura de diáfise femoral, ou uma férula de Braun no caso da tibia. A 'força' ou método de tração de Bryant para fraturas de diáfise femoral em crianças pequenas usa o princípio de imobilização por tração sem suporte adicional. Também nesta categoria está a tração sobre o crânio para lesões da coluna cervical. Imobilização por fixação externa: Na verdade, a imobilização por gesso ou por tala pode ser considerada fixação externa. Convencionalmente, no entanto, o termo fixação externa é utilizado para a ancoragem rígida dos fragmentos ósseos a um mecanismo externo como uma barra de metal através de pinos fixados aos fragmentos proximais e distais de uma fratura de osso longo. Na sua forma mais simples, a fixação externa pode ser obtida transfixando-se cada fragmento com um pino Steinmann e colocando as extremidades protuberantes dos pinos em uma tala de gesso. Porém, este método simples raramente é usado, e a fixação é feita através de barras ou molduras rígidas às quais pinos de juntas multiaxiais são encaixados. Tais sistemas permitem o ajuste da posição dos fragmentos e, se necessário, compres são das extremidades ósseas fraturadas, após a aplicação do fixador. A fixação externa tem sua principal aplicação no tratamento de fraturas expostas ou infectadas, onde o uso de mecanismos de fiação interna como placas e pregos (ver a seguir) não, recomendado em virtude do risco que representam a promover ou exacerbar a infecção. O método também ganhou aceitação para o tratamento de certas fraturas fechadas de ossos longos, como alternativa a fixação interna. Imobilização por fixação interna: Indica-se fixação interna ou cirúrgica nas seguintes circunstancias: Se for impossível manter uma posição aceitável apenas com a goteira ou em combinação com a tração em uma fratura fechada; 2) quando e necessário operar uma fratura para garantir a redução adequada; 3) para proporcionar controle precoce das fraturas do membro quando métodos conservadores interfeririam com o tratamento de outras lesões serias, por exemplo, da cabeça, tórax ou abdômen; e 4) como um método de escolha para certas fraturas, a fim de se garantir a imobilização rígida e mobilidade mais imediata do paciente. 7. A fratura exposta exige uma atenção sobre a ferida e também após o procedimento cirúrgico. Cite dois cuidados que devem ser tomadas durante o tratamento de uma fratura exposta para evitar que o paciente corra risco em relação a sua saúde. Como para qualquer fratura mais séria, especialmente quando o membro é engessado, deve- se sempre atentar para o estado da circulação arterial, de maneira a se tomar atitude imediata se aparecerem sinais de isquemia. Pacientes sob tratamento de fraturas expostas devem ser observados com atenção para quaisquer sinais que possam indicar infecção. A temperatura deve ser controlada sempre: qualquer elevação continuada de temperatura deve ser tomada como uma indicação para se examinar o ferimento. Quando ocorrer forte contusão muscular, não se deve eliminar a possibilidade do desenvolvimento de gangrena gasosa. 8. As complicações podem ocorrer no processo de consolidação de uma fratura. Tais complicações podem ser consideradas em dois grupos: aquelas que dizem respeito a fratura em si (infecção, consolidação retardada, não consolidação, necrose vascular, consolidação viciosa e encurtamento); e aquelas atribuídas a lesão associada envolvendo outros tecidos. Faça um breve comentário sobre as seguintes complicações: a) Não consolidação As extremidades ósseas no foco da fratura se tornam densas e arredondadas, de forma que a linha de fratura em si se torna cada vez mais evidente. Em alguns casos, uma cavidade pode formar uma ponte fibrosa, sugerindo a tentativa de uma articulação falsa (pseudoartrose). Qualquer um dos oito fatores seguintes pode favorecer a não consolidação: 1) infecção óssea; 2) suprimento sanguíneo inadequado a um ou ambos os fragmentos; 3) cisalhamento excessivo entre os fragmentos; 4) interposição de tecido mole entre os fragmentos; 5) perda de apocisão entre os fragmentos (inclusive por excesso de tração); 6) dissolução do hematoma pelo líquido sinovial (em fraturas intra-articulares); 7) a presença de metal corrosivo na vizinhança imediata da fratura; 8) destruição de osso, como por um tumor (nas fraturas patológicas). As vezes dois ou mais destes fatores podem atuar conjuntamente. Em grau menor, estes mesmos fatores podem ser responsáveis por uma consolidação retardada. O tratamento para a não consolidação depende do local da fratura e do grau de incapacidade. Em alguns casos, quando a incapacidade é pequena, é melhor que não haja tratamento - como, por exemplo, para algumas fraturas do osso escafoide. Mais frequentemente, no entanto, a não consolidação de uma fratura causa grande incapacidade e o tratamento cirúrgico é necessário. A seguir uma imagem demonstrando uma não consolidação: b) Consolidação viciosa Se a fratura se consolida, porém com os fragmentos desviados, posicionados de maneira inadequada, está-se diante de uma consolidação viciosa. Assim, os fragmentos podem ter se consolidado com angulação, rotação, perda de aposição término-terminal, ou superposição e consequente encurtamento. Pode ocorrer ainda, em grau menor, em grande número de fraturas; porém, na prática, o termo é reservado para casos nos quais a deformidade resultante tem significado clínico. A consolidação deve sempre ser evitada por tratamento inicial competente, mas há ocasiões em que alguma perda de redução deve ser aceita como inevitável apesar de todas as precauções. Tratamento. Cada caso deve ser considerado em seus méritos. Em alguns casos, a incapacidade é insignificante e pode ser aceita sem tratamento. Em outros, deve-se corrigir a deformidade dividindo-se o osso: depois de atingida a correção, fixando-se os fragmentos pelos meios adequados. Na primeira imagem - consolidação de uma fratura trocantérica em um homem jovem. Observar que o ângulo colo-diáfise, normalmente de 130 graus, foi reduzido para 90 graus. Na segunda imagem após osteotomia corretiva e fixação da placa-prego. REFERÊNCIAS ADAMS, John Crawford; HAMBLEN, David L. Manual de fraturas: incluindo lesões articulares. Artes médicas, 1994. ASTUR, Diego Costa et al. Fraturas por estresse: definição, diagnóstico e tratamento. Rev. bras. ortop. São Paulo, v. 51, n. 1, p. 3-10, Feb. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010236162016000100003&lng=en &nrm=iso>. Acesso: 29 Setembro de 2019. http://dx.doi.org/10.1016/j.rboe.2015.12.008.GIGLIO, Pedro Nogueira et al. Avanços no tratamento das fraturas expostas. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 50, n. 2, p. 125-130, 2015. JORGE, M. A. D. A.; PETRUS, G.M.; GASPAROTTI, E.; GOIANO, E. O.; CREPADI, B.E.; Pereira, C.M.; NEGRÃO.R. P. Principais temas em ortopedia. São Paulo, SP: Medcel, 2017. ORTOPEDIA: ortopedia pediátrica, fraturas, luxações e lesões ligamentares, tendinites, tenossinovites, fascites e bursites. [São Paulo]: MEDBROS, 2006. 96p., il. algumas color. (Medgrupo - Ciclo I : Medcurso 2006). Inclui referências. SIMON, Robert R.; SHERMAN, Scott C. Emergências ortopédicas. AMGH Editora, 2013. SKINNER, Harry B.; MCMAHON, Patrick J. CURRENT: Diagnóstico e Tratamento em Medicina do Esporte. AMGH Editora, 2011.
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