Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA LETÍCIA ALMEIDA SANTOS LINS LUCAS DIAS PEREIRA LUCAS CAMPOS DE FARIAS RICHARD ALMEIDA ALVES SARA SANTUCCI DE SOUZA RIBEIRO WESLEY OLIVEIRA FAGUNDES TRABALHO DE ZOOTECNIA DE AVES, SUÍNOS E AQUICULTURA POUSO ALEGRE 2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA LETÍCIA ALMEIDA SANTOS LINS LUCAS DIAS PEREIRA LUCAS CAMPOS DE FARIAS RICHARD ALMEIDA ALVES SARA SANTUCCI DE SOUZA RIBEIRO WESLEY OLIVEIRA FAGUNDES TRABALHO DE ZOOTECNIA DE AVES, SUÍNOS E AQUICULTURA Produção de tilápias do Nilo em sistema super-intensivo de criação em tanques-rede, na represa de Furnas através da empresa fictícia AquaNilo. Trabalho realizado para a disciplina de Zootecnia de Aves, Suínos e Aquicultura, do curso de Medicina Veterinária, ministrada pelo professor Henrique Bueno da Silva e pela professora Madeline Rezende Mazon, no Centro Universitário UNA Pouso Alegre. POUSO ALEGRE 2021 AGRADECIMENTOS A equipe de estudantes deste trabalho, agradece o apoio da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) do município de Alfenas, através do Sr. Fernando Donizeti Lino pela gentileza e ajuda com informações cruciais sobre a região escolhida para a realização deste trabalho. A equipe também agradece ao Zootecnista João Paulo Faria Ferreira, pela ajuda e orientação referente ao manejo alimentar das tilápias do Nilo em tanques-rede. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO…………………………………………. 2. Descrição da propriedade…………………………. 3. Sobre a tilápia………………………………………... 4. Tanque-rede……………………………………….. 4.1 Componentes do tanque-rede…………………….. 4.2 Estruturas de apoio……………………………………. 5. Manejo nutricional e ingredientes da ração………………... 6. Sistema de produção e fases de criação………………………. 6.1 Compra de alevinos……………………… 6.2 Alevinos de espécies permitidas …………………. 6.3 Alevinos em boas condições sanitárias………… 6.4 Alevinos transportados adequadamente……….. 7. Bem-estar animal e Sustentabilidade……………………. 7.1 Manejo sanitário……………………………………. 8. Classificação……………….………………………………………. 8.1 Repicagem……………………………………………………. 8.2 Despesca………………………………………………….. 9. Estrutura financeira……………………………………………... 9.1 Despesas únicas……………………………………... 9.2 Custo ração…………………………………………….. 9.3 Capital imobilizado………………………………….. 9.4 Capital de giro……………………………………….. 9.5 Tempo de retorno…………………………………………... 9.6 Projetos futuros……………………………………………….. 10. Conclusão…………………………………………………………... 1 INTRODUÇÃO A piscicultura no Brasil se iniciou na década de 30 com a prática da propagação artificial de peixes de piracema realizadas em Cachoeira de Emas - SP, por Rudolph Von Ihering. No entanto, somente a partir da década de 70, a atividade retomou o impulso, com pesquisa sobre a criação de espécies de peixes nacionais (CYRINO, 1996). Até meados de 1980 como atividade insignificativa (ZIMMERMANN,2001), a piscicultura só passou a ter importância na década de 90 (SOUZA et al., 2002). Hoje, a piscicultura é um empreendimento de grande potencial econômico e vem crescendo cada vez mais, isso se dá pelo grande potencial hídrico do país, ao clima, e também a ictiofauna diversa. Apesar de todo esse aparato, há dificuldades em relação à sua consolidação. Na região do Sul de Minas também houve um crescimento da atividade, devido ao Reservatório de Furnas, localizado em Alfenas, Minas Gerais, ao qual é um dos maiores lagos artificiais do mundo. São águas públicas que agora vêm sendo utilizadas para produção de Tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), espécie que possui grande aceitação comercial e é de fácil manejo. As tilápias são criadas em tanques-rede, por ser uma atividade que apresenta baixo custo de investimento, e um dos sistemas de criação comumente utilizados é o super-intensivo. A regularização desta atividade é complexa, porém necessária para desenvolver e alavancar a atividade, além de ser extremamente importante pois a piscicultura provoca alterações significativas no meio ambiente. Neste trabalho, vamos apresentar a AquaNilo, uma empresa fictícia, situada no lago de Furnas, no município de Alfenas, Minas Gerais. Após pesquisas sobre a atividade na região, para subsidiar o trabalho, foi obtida a informação através da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), que as empresas aquícolas da região estão em busca da regulamentação junto aos órgãos públicos responsáveis, visando os inúmeros benefícios da legalização, como financiamentos, incentivos, isenções, contribuição para o meio ambiente sustentável, etc. 2 Descrição da Propriedade A propriedade “AquaNilo”, situa-se em Minas Gerais na cidade de Alfenas, localizada na represa de Furnas, o seu tamanho é de 0,5 hectare, incluindo o terreno com as instalações, que constituem o galpão, e escritório com uma edicula. O relevo da região é denominado de baixas colinas, apresentando grande quantidade de nascentes, sendo a temperatura do local variável, tendo uma média anual de 19°C, sendo o clima considerado tropical de altitude. A produção de pescado é destinada ao corte, a venda dos peixes vivos é realizada para o frigorífico/distribuidora. Em relação ao mecanismo de produção, primeiramente é feita a compra dos alevinos, onde passam pelo processo de cria, recria e engorda das tilápias, sempre passando por biometrias para definir a sua fase de desenvolvimento. O sistema utilizado é o super-intensivo, onde os peixes são cultivados em tanques-rede. Os parâmetros que definem uma boa qualidade da água para esse cultivo apresentam variação, por se tratar de uma represa de proporções extensas, sendo assim, a temperatura da água varia de 20°C à 22°C, o seu pH possui uma média de 8,0 e o oxigênio dissolvido de 12, 68 mg/L. 3 Sobre a tilápia A tilápia do Nilo é um peixe africano da família Cichlidae, as tilápias são precoces, ou seja, de rápido crescimento. Em um ambiente natural, os juvenis se alimentam de plâncton, já os adultos se alimentam de plantas e algas, insetos e crustáceos, mas aceitam grande variedade de alimentos com a mesma eficiência para ingestão de proteína de origem vegetal e animal. São resistentes a doenças, apresentam uma carne saborosa com baixo teor de gorduras e de calorias, possuem alto rendimento de filé e seus espinhos são em forma de Y (CASTAGNOLLI,et. al 1992). É uma espécie tropical cuja temperatura ideal para seu desenvolvimento varia entre 25 e 30°C, tendo seu crescimento afetado abaixo de 15°C e não resistindo a temperaturas por volta de 9°C (CASTAGNOLLI, et.al 1992). São animais ovíparos, a desova é iniciada pelo macho que escava um buraco, e tentam seduzir a fêmea para acasalar com ele, nisso uma fêmea disposta põe seus ovos em um local permitindo que o macho os fertiliza antes de levá-los para a boca para transportá-los, depois disso o macho abandona o local deixando a responsabilidade com a fêmea, com isso ela transportará os ovos fertilizados na boca por até 1 semana antes dos alevinos estarem nadando, é possível produzir até seis vezes ao ano. Os machos tem o desenvolvimento das pontas das nadadeiras dorsal e anal em formato pontiagudo e mais alongado enquanto as fêmeas tem o desenvolvimento das nadadeiras de forma arredondada. A linhagem GIFT (genetically Improved Farming Tilápia) foi introduzida no Brasil. Essa linhagem surgiu do cruzamento de oito linhagens, sendo quatro africanas selvagens (capturadas em Gana, Egito, Quênia e Senegal) e quatro linhagens domesticadas na Ásia (produzidas nas Filipinas, Israel, Singapura, Taiwan e Tailândia). A Tilápia GIFT apresentou índices zootécnicos superiores às tilápias que lhe deram origem (SILVA et al). Esta linhagem destaca-se por sua taxa de crescimento rápido, ganho de peso, alto rendimento de filé e resistência a doenças (MASSAGO et al). Imagem1:Tilápia do Nilo. Fonte: https://images.app.goo.gl/YQWjXnbiBZVMaDbg8. Imagem 2: Tilápia da linhagem GIFT. Fonte: https://images.app.goo.gl/cgx2xiV7kTQP5.pm8 https://images.app.goo.gl/YQWjXnbiBZVMaDbg8 https://images.app.goo.gl/cgx2xiV7kTQP5.pm84 Tanque-rede Os tanques-rede são estruturas flutuantes, revestidas com tela, instalados em ambientes aquáticos abertos, como reservatórios, lagos e açudes e são utilizadas no confinamento de peixes em reservatórios ou cursos d’água, permitindo a passagem do fluxo de água e dos dejetos dos peixes. Para as instalações dos tanques-rede devem ser observados a localização adequada, o posicionamento deve ser perpendicular à corrente de água para permitir a máxima renovação de água em todos os tanques, o local deve ser longe de ondas e ventos muito fortes. (EMATER-DF, 2009). Com relação à profundidade, o espaço mínimo entre o fundo da criação de tilápias e o fundo do reservatório é de pelo menos 1 metro. Áreas profundas não são indicadas, pois há o risco de estratificação e inversão térmica. O distanciamento de um tanque para o outro deve ser o dobro da largura do tanque e entre linhas 15 a 20 metros. (EMATER-DF, 2009). A propriedade Aquanilo conta com 28 tanques-rede de 4m³, tendo um volume total de 112m³. Há 4 fileiras com 7 tanques em cada uma delas. O distanciamento de um tanque para o outro é de 4 metros e entre linhas 15 metros. 4.1 Componentes do Tanques-rede O flutuador tem a função de manter o tanque-rede boiando acima do nível da água na profundidade desejada. Comedouro, estrutura colocada dentro do tanque-rede, tem o objetivo de impedir que a ração flutuante saia do tanque-rede durante a alimentação. Tampa, as principais funções da tampa são evitar que os peixes escapem pela parte superior do tanque-rede, além de conter a ação de predadores. Bolsão de alevinagem, é amarrada no interior do tanque-rede quando se deseja criar peixes pequenos, que escapariam pela tela metálica externa. SENAR (2018, p. 28) Os alevinos são colocados no tanque-rede com o berçário dentro, após o peixe ganhar peso, aproximadamente 30g, é realizada a distribuição nos demais tanques do sistema. Na fase de alevinos, são destinados 4 tanques. 4.2 Estruturas de Apoio ● Balsa Para auxiliar no manejo dos peixes e também dos tanques-rede, é utilizada a balsa, tanto no decorrer do ciclo de produção, quanto na despesca, além de proteger os funcionários do sol e chuva. Também é utilizado um barco para facilitar o manejo dos peixes. (CODEVASF, 2019). A balsa da propriedade é de 25m². ● Galpão de Armazenamento Outra estrutura utilizada para auxiliar na produção é o galpão de armazenamento, onde é estocada toda a ração, apetrecho e materiais diversos utilizados. Para a sua construção deve ser escolhido um local provido de ventilação natural e longe de umidade excessiva para evitar o aparecimento de bolores. (CODEVASF, 2019). Para a construção do galpão, será contratada uma empresa de engenharia que irá fornecer todo o material necessário, mão de obra especializada e registrada, a medida é de 40m. ● Barco e Boias de Sinalização Para o transporte das pessoas, ração e outras atividades de manejo junto aos tanques-rede, é utilizado o barco. As boias de sinalização é um instrumento que ajuda na demarcação dos limites da área dos tanques-rede, ajudando a reduzir problemas com a entrada de pessoas estranhas na área de cultivo e o risco de embarcações colidirem com os tanques-rede. (SENAR,2018). Cada tanque-rede é identificado, com um número para cada manejo. 5 Manejo Nutricional e Ingredientes da Ração As exigências nutricionais de peixes criados em tanques-rede ainda não foram totalmente definidas pela comunidade científica, necessitando de maiores estudos sobre essa importante área, conforme apontado por SILVA & GALÍCIO (2012). Segundo os autores supracitados, as principais exigências nutricionais de algumas espécies de peixes, criados em tanques-rede, são: Fonte: Adaptado de SILVA & GALÍCIO (2012). A variedade de ingredientes presentes nas rações escolhidas afetam diretamente na qualidade de crescimento e desenvolvimento dos peixes de cada tanque. Os ingredientes utilizados na ração são: Proteína concentrada de soja, arroz quebrado, farelo de glúten de milho, farelo de trigo, farinha de vísceras, farinha de peixe, farinha de sangue, farinha de carne e ossos, sulfato de ferro. A ração utilizada para os peixes com peso de 1g a 6g possui proteína bruta de 50% e sua granulometria é em pó, a ração de peixes com peso de 6g à 15g têm PB de 47% e granulometria de 1,7 mm; a ração de peixes com peso de 15g à 90g possui PB de 44% e granulometria de 2mm, a ração de peixes com peso de 90g à 360g possui PB de 36% e granulometria de 4mm e por último a ração de peixes com peso de 360g à 600+ possui PB de 32% e granulometria de 6mm. A alimentação manual é a forma mais utilizada nas pisciculturas, entretanto, quanto maior é a unidade de produção mais complexo e oneroso se torna o manejo alimentar, devido à necessidade de um maior número de tratadores capacitados para detectar mudanças no comportamento dos peixes e adequar o fornecimento de ração. Na fase 1 (alevinos) será consumida 750g por trato efetuado, serão feitos 5 tratos durante o dia, totalizando o consumo ao dia todo em 3,75 kilos, está ração que possui granulometria em pó e possui 50% PB. Na fase 1 (alevinos) será consumida 1 kg por trato efetuado, serão realizados 5 tratos durante o dia que totalizará o consumo de 5kg, está ração que possui granulometria de 1,7mm e 47% de PB. Na fase 2 (juvenil) será consumida aproximadamente 5,5kg por trato, serão realizados 4 tratos durante o dia, totalizando 22 kg, esta ração possui granulometria de 2mm e 42% de PB. Na fase 3 (crescimento) será consumida aproximadamente 34 kg por trato, serão realizados 3 tratos ao dia, totalizando 100 kg ao longo do dia, esta ração possui granulometria de 4mm e 36% de PB. Na fase 4 (terminação) será consumida aproximadamente 77 kg por trato, serão realizados 3 tratos ao dia, totalizando 230 kg ao longo do dia, esta ração possui granulometria de 6mm e 32% de PB. 6 Sistema de Produção e Fases de Criação Não diferente do utilizado com outros animais, também observamos com os peixes variações nos tipos de sistemas de produção. Temos entre elas: extensivo, semi-intensivo, intensivo e super-intensivo. Deve haver uma busca pela maior produtividade, mas não se deve esquecer de boas práticas de manejo, para que essa atividade aquícola não acarrete em um possível impacto ambiental. Assim, é de extrema importância a implantação de sistemas de produção sustentáveis, capazes de minimizar os danos ao meio ambiente, destacando-se os sistemas de cultivos fechados (COLT et al., 2006). No sistema super-intensivo como o utilizado na AquaNilo, temos como finalidade a alta produtividade. Entre suas principais características observamos: fases de recria e engorda bem definidas; custo elevado de operação; monocultivo; alta densidade populacional. O sistema de criação em tanque-rede apresenta como grande vantagem, segundo KUBTIZA (2003), o aproveitamento do ambiente aquático já existente. Este autor também lembra que o sistema gera um menor conflito pelo uso da água, permitindo o múltiplo uso deste recurso natural . Segundo FURLANETO et al. (2006) dentre as principais vantagens podemos destacar: menor variação dos parâmetros físico químicos; facilidade de retirada dos peixes para venda; investimento inicial menor (60 % a 70 % menor do que viveiros escavados); movimentação e relocação dos peixes com facilidade; intensificação da produção. Os alevinos devem ter de 3 a 5cm de comprimento, este é o tamanho que eles estão mais desenvolvidos e resistentes, eles iniciam essa fase com o peso de 0,5g e permanecem nessa fase até chegar a 30g. Quando chegar a este peso, ele passa a estar na fase juvenil. A entrada com 0,5g e saída com 30g tem como principal objetivo possibilitar o melhor controle na disponibilidade de alimento e desenvolvimento dos peixes e garantir maior taxa de sobrevivência e melhor uniformidade do lote (BORGES 2009). Antes de soltar os alevinos diretamente na água, eles passam por uma adaptação de temperatura,para evitar choque térmico. O povoamento deve ocorrer de cinco a sete dias depois das adubações e enchimento dos viveiros com água, permitindo um bom desenvolvimento do plâncton, fazendo com que os alevinos encontrem quantidade adequada de alimentos naturais e também reduz o aparecimento de larvas de insetos que possam causar possíveis danos aos alevinos (BORGES 2009). Os juvenis começam com 30g a 50g e saem com 150g e apresentam 15cm de comprimento. Os seus viveiros são recomendados de 2.000 a 5.000 metros quadrados (BORGES 2009), e são alimentados 2 vezes por dia. Na fase de engorda eles entram com 150g até 800g e com 150 a 170 dias de idade e são alimentados de 1 a 2 vezes por dia. Os machos na fase da engorda apresentam melhor crescimento e desempenho do que a fêmea, pois, além da fêmea utilizar grande parte de suas reservas para as atividades reprodutivas, elas não se alimentam durante o período de incubação oral dos ovos (BORGES 2009). A área recomendada para a fase de engorda é de 5.000 a 20.000 m². Imagem 8: Produção de Tilápias em Tanques-rede Fonte: Piscicultura-criação de tilápias em tanques-rede 2018. 6.1 Compra de Alevinos “Comprar alevinos de qualidade requer alguns cuidados essenciais ao sucesso da piscicultura (ou aquicultura)”, afirma Guido Salardani, tecnólogo em aquicultura e professor do Curso CPT Produção de Alevinos. Para a compra de alevinos deve-se selecionar fornecedores conhecidos no mercado que forneçam alevinos de boa qualidade, um tamanho padronizado, sobrevivência após o transporte dos animais e de reversão sexual acima de 98%. (SENAR, 2018). A preferência deve ser para os fornecedores da própria região, para evitar estresse causado pelo tempo excessivo no transporte. Imagem 9: Alevinos Fonte: Piscicultura-criação de tilápias em tanques-rede, SENAR, 2018. 6.2 Alevinos de espécies permitidas Para não cometer erros na compra de alevinos, o piscicultor deve atentar em alguns aspectos, dentre eles é se os alevinos são de espécies permitidas. Para isso, torna-se fundamental buscar informações nos órgãos reguladores do setor. Caso necessário, contrate um bom consultor na área. Independentemente de ser para criação ou compra, a aquisição dos alevinos deve ocorrer conforme os parâmetros legais. No Brasil, cada estado apresenta regras específicas com cunho ambiental. Portanto, torna-se indispensável pesquisar sobre a legislação local antes de investir dinheiro nos alevinos. 6.3 Alevinos em boas condições sanitárias Outro cuidado importante refere-se às boas condições sanitárias dos alevinos. Para isso, observe se os alevinos apresentam mobilidade normal. Quando saudáveis, os alevinos movimentam-se agilmente e reagem a estímulos externos. Devem ser observados se esses animais apresentam ferimentos, ou mesmo descamação, caso apresentem, esses animais não devem ser adquiridos. Além disso, as espécies devem ser adaptadas ao clima da região.Alevinos bem nutridos. 6.4 Alevinos transportados adequadamente Após a compra dos alevinos, o produtor de peixes deve tomar todos os cuidados necessários em relação ao transporte até o local de criação. Normalmente, em trajetos mais longos, as perdas por mortalidade são elevadas. Como resultado, o piscicultor tem prejuízos irreversíveis. Para evitar que isso aconteça, é fundamental investir em transporte de qualidade, especializado em carga frágil e viva. Esta é uma medida preventiva para evitar grandes perdas de alevinos. O transporte dos peixes até a piscicultura deverá ser feito nas horas mais frescas do dia, evitando o calor excessivo, o que contribui para aumentar o seu estresse e os sacos plásticos devem ser sempre transportados protegidos do sol (SENAR, 2018, p. 48). Quando o produtor recebe os alevinos, ele deve atentar em algumas características: coloração do peixe, uniformidade do lote e se a natação do animal está ativa. (SENAR,2018) 7 Bem-estar Animal e Sustentabilidade Independentemente do sistema de produção, o bem-estar animal é essencial, pois além de trazer uma qualidade de vida ao animal, a prática também pode beneficiar a produção. O entendimento e preocupação dos efeitos da interação entre o ambiente e os animais detém a atenção de pesquisadores do mundo inteiro. A questão de como definir e quantificar o bem-estar animal ainda está em constante debate (PIZZUTTO et al., 2009). Segundo Boere (2001), o enriquecimento ambiental é um grupamento de técnicas que remodelam o ambiente, tendo como resultado uma grande melhora na qualidade de vida dos animais ao atender suas necessidades comportamentais. A importância do enriquecimento ambiental foi reconhecida primeiramente por (YERKES, 1925) e depois por Hediger (1950), os quais comprovaram o valor do ambiente físico de animais cativos bem como seu impacto no bem-estar animal. A água é um dos fatores mais importantes que influenciam diretamente o bem-estar animal. É necessário que a água tenha o nível de oxigênio que os peixes exigem, com o nível de oxigenação baixo podendo ocasionar estresse e em casos mais extremos o óbito. Além da oxigenação é recomendado a avaliação do pH, acidez e limpeza da água, pois caso um desses fatores estejam alterados os animais podem desenvolver doenças ou até mesmo vir a falecer. Se o produtor for utilizar produtos químicos na água, como desinfetantes e medicamentos, é importante que sejam sempre usados de maneira controlada. O transporte tem que ser feito com os procedimentos corretos por se tratar de uma etapa que estressa os animais de maneira muito alta. Alguns produtores focam tanto na redução de custos que acabam cometendo o erro de colocar uma grande quantidade de peixes em um mesmo tanque, isso podendo originar um estresse tão grande que é possível observar comportamentos agressivos nos animais. Por isso e por outros motivos é sempre recomendado que a densidade populacional seja respeitada. A piscicultura está muito além da dependência apenas dos peixes, a piscicultura depende também do meio ambiente em sua volta. É de suma importância que a propriedade mantenha todo cuidado em relação ao cuidado com a limpeza da água, não permitindo a poluição na represa. Ter cuidado com a fuga de animais também é necessário, já que a Tilápia pode ser capaz de causar um desequilíbrio no ecossistema. Pensando nos princípios da Sustentabilidade, o conceito de resiliência significa a capacidade de um sistema enfrentar distúrbios e manter suas funções e estruturas (VEIGA, 2010). Partindo desse ponto, consideramos que a piscicultura pode modificar o meio ambiente através de sua demanda por recursos naturais, da ameaça e dos impactos ambientais causados, influenciando na estrutura do sistema, desta maneira alterando o ponto de resiliência. Segundo Veiga (2010), para se pensar em resiliência de um sistema deverá ser prioritário repensar o modelo de desenvolvimento econômico atual capitalista, ligado a questões sociais que integrem o bem-estar. 7.1 Manejo Sanitário A sanidade é um dos elementos mais importantes a ser considerado no cultivo de peixes. Quando ela está prejudicada, nem um ótimo manejo nutricional, nem excelentes características ambientais são capazes de garantir o máximo desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. Desta forma, o manejo sanitário sempre deve ser adotado da maneira mais completa possível, a fim de reduzir a taxa de mortalidade e melhorar os índices de desempenho na piscicultura. Um dos maiores desafios na piscicultura é evitar que doenças ingressem no sistema de produção. Para isso, diversas medidas devem ser adotadas, desde o momento da aquisição dos peixes, passando pelo transporte até a propriedade, a realização da quarentena e finalizando com procedimentos de soltura adequados. A vacinação dos juvenis de tilápia para proteger contra a estreptococose vem crescendo no Brasil. É feita em juvenis com cerca de 30 g. (SENAR, 2018 p.9310) Na propriedade AquaNilo, a vacinação dos juvenis de tilápia é feita para protegercontra a estreptococose, ela é realizada em juvenis com cerca de 30 g. A imunização é injetável é feita unidade por unidade, quando o peixe está por volta do 45º dia de vida. Antes da dose, todos são anestesiados em um tanque. Uma vez protegido o animal está preparado para a engorda, onde ficará de quatro a seis meses até o abate, pesando cerca de um quilo. A vacinação pode ter eficácia de 68 a 100%, sendo, portanto, uma boa estratégia para prevenção e controle da estreptococose, reduzindo os prejuízos econômicos causados pela doença. (CODEVASF,2019, p.57) A vacinação é feita pelo próprio produtor, no abdômen do peixe, em dose única de 0,05 ml. Para vacinar, é retirado um lote de peixes do criadouro e são separados para a anestesia, que pode ser feita em recipiente com água e benzocaína. O anestésico deixa o peixe sonolento para receber a dose. Posteriormente, ele volta para o tanque, sem qualquer comprometimento físico. Imagem 10: Momento da vacinação de tilápias criadas em tanques-rede. Fonte: Piscicultura-criação de tilápias em tanques-rede, SENAR, 2018. Ao fim da despesca é indicado que os tanques-rede fiquem expostos ao sol em torno de 5 dias, onde o criador também aproveita para verificar suas condições gerais (flutuadores, comedouros, malhas e estruturas) e também realizar a limpeza da tela com utilização de máquina de lava jato, se for o caso. (CODEVASF,2019) 8 Classificação Devido à genética e às deficiências de manejo, em especial no manejo alimentar, as tilápias podem apresentar crescimento desigual ao longo do cultivo nos tanques-rede. Lotes desuniformes apresentam piores conversões alimentares, crescimento insuficiente e maior dificuldade de venda. Por essas razões, ao final de cada fase de produção, quando for dividir o número de peixes para outros tanques-rede (repicagem), verifique a uniformidade dos lotes e, caso estejam muito desuniformes, faça a classificação e a separação dos peixes por tamanho. Essa classificação pode ser feita nos próprios tanques-rede, em caixas d’água ou em tanques de classificação. (SENAR, 2018, pág 81) O ideal é realizar a classificação dos peixes no início da manhã, pois a temperatura da água é mais baixa, então é possível minimizar o estresse dos animais. 8.1Repicagem A repicagem deve ser planejada, é necessário verificar os materiais que serão utilizados com antecedência, os aparelhos que serão usados, assim como, se a equipe que irá realizar o trabalho estará disponível. É necessário que os lotes de peixes que serão classificados, passem por jejum de, no mínimo, 24 horas, o objetivo é que durante o manejo, seja possível diminuir o estresse e também o consumo de oxigênio. O procedimento consiste em trazer o tanque-rede, a ser classificado, até uma plataforma de apoio, onde ele será rebocado, amarrado e será erguido para a realização da captura dos peixes com o puçá ou outro aparato para esta finalidade. A classificação pode ser feita com equipamentos ou de forma manual, onde os peixes são divididos conforme o tamanho, posteriormente serão realocados em novos tanques-rede de acordo com sua classificação, ou seja, os tanques-rede serão repovoados com a quantidade adequada de peixes para o tamanho e a fase de cultivo. Para cada tamanho de peixe classificado, se faz biometria com pelo menos 50 peixes do lote para estimar o peso médio de cada um dos lotes classificados. (SENAR, 2018, pág 87) Anotar os resultados da classificação e do repovoamento dos peixes nos tanques-rede é fundamental, pois através desses dados se é possível obter informações e estimar resultados em relação ao manejo e ao crescimento dos peixes. 8.2 Despesca A despesca ou captura dos peixes para venda deve ser feita pela manhã e é realizada quando os peixes atingem o tamanho de mercado. Pode ser parcial, em situações nas quais há uma seleção dos peixes, ou total, quando todos os peixes do tanque-rede são capturados e destinados à venda. (SENAR, 2018, pág 94) É importante mencionar que as condições da realização da despesca, influenciam diretamente na qualidade do pescado produzido. Para dar início a despesca é necessário deixar os peixes em jejum por 24 horas. Posicionar os tanques-rede que serão despescados junto a plataforma de apoio. Assim como na repicagem, o planejamento em relação aos materiais é de fundamental importância. Os peixes serão retirados com baldes, caixas vazadas ou o puçá, e vão ser colocados em uma caixa d’água ou diretamente na caixa de transporte. Assim como na classificação, é importante pesar os peixes e anotar o seu peso. Para o transporte do peixe in natura, deve-se abater os peixes com choque térmico, mergulhando-os imediatamente após a despesca em água + gelo a 0°C por cerca de 15 a 20 minutos, cobrindo-os depois com gelo na proporção de 1 kg de gelo para cada 1 kg de peixe, sempre intercalando camadas de gelo com peixe. (SENAR, 2018, pág 97) Na propriedade fictícia AquaNilo, os peixes serão colocados em caixas de transporte, pois serão transportados vivos. Em cada caixa, deve-se colocar entre 200 e 250 kg de peixes para cada 1.000 litros de água para deslocamentos de até 3 horas. As caixas de transporte, devem receber 6 kg de sal para cada 1.000 litros de água, para impedir a ocorrência de perda de sal no sangue do peixe, isso vai aumentar a sobrevivência deles durante o transporte, garantindo também, seu bem-estar. 9 Estrutura Financeira Na análise dos custos do empreendimento típico desse polo são utilizados: Custo Operacional Efetivo (COE), Custo Operacional Total (COT) e o Custo Total (CT). O COE considera os valores gastos com alevinos, ração, gastos administrativos, impostos e taxas, energia elétrica, combustíveis, manutenção de máquinas e equipamentos, manutenção de benfeitorias, mão-de-obra contratada e controle sanitário dos peixes. O COT considera os valores do COE, adicionados da depreciação de benfeitorias, máquinas, implementos e equipamentos. Por último, o CT considera os valores do COT, acrescidos da remuneração do capital mobilizado em benfeitorias, remuneração do capital em máquinas e equipamentos, e o custo de oportunidade da terra. (EMBRAPA, 2016, ed. 19, p.2). Especificações Valor da Atividade Anual 1.RENDA BRUTA- RB Receita venda de peixe 466.954,00 Outras receitas- saco de ração R$ 2.284,00 Total da RB R$ 469.238,00 2. CUSTOS DE PRODUÇÃO 2.1 CUSTO OPERACIONAL EFETIVO-COE Alevinos R$ 53.760,00 Ração R$ 226.172,40 Gastos adm, impostos e taxa 5.000,00 Vacinação R$ 9.216,00 Mão-de-obra-contratada R$ 2.000,00 Energia e combustível R$ 4.300,00 TOTAL DO COE R$ 300.448,40 2.2 CUSTO OPERACIONAL TOTAL- COT Custo operacional efetivo R$300.448,40 Depreciação benfeitorias R$ 1.000,00 CUSTO OPERACIONAL TOTAL- COT R$ 301.448,40 Com base nas informações da propriedade fictícia, a renda bruta anual da propriedade AquaNilo é de R$469.238,00 e o preço individual do peixe vivo é de R$9,50/Kg. A renda bruta total (RB) é de R$469.238,00 anual. Os valores do COE são de (R$300.448,40), COT (R$301.448,40) e o CT (R$301.448,40). Ressalta-se que o preço de venda a R$9,50/Kg considera o peixe inteiro. A propriedade obtém ainda receita adicional da venda de sacos vazios, ao preço unitário de R$1,00/un. Essa receita adicional equivale a R$2.284,00/ ano. 9.1 Despesas Únicas As despesas únicas são realizadas de forma inicial e basicamente apenas uma única vez, por se tratar de bens, no entanto é possível sofrer variações em relação a necessidade de novas aquisições. As despesas únicas na propriedade consistem em tanques-rede adquiridos, a construção do galpão, compra dos cones de sinalização, compra do terreno, também do barco e na compra de materiais para confecção da balsa. Totalizando um valor de despesas únicas da AquaNilo de R$452.528,00. DESPESAS ÚNICAS TOTAL Tanque rede R$ 44.352,00 Galpão R$80.000,00 Cone de sinalização R$4.760,00 Terreno R$ 315.000,00 Barco R$5.916,00 Balsa R$2.500,00 Total: R$452.528,00 9.2 Custo Ração Devido a grandedemanda de ração necessária para manter cada ciclo de produção foi elaborada esta tabela para melhor visualização sobre os dados da ração, detalhando a proteína bruta de cada ração utilizada em cada fase de desenvolvimento, o preço unitário de cada saco de ração, a quantia de sacos que será utilizada em cada fase do peixe, o total de gastos por cada fase e o total ao longo do ano inteiro na produção. Fase Porcentagem de PB Preço da Ração Quantidad e de sacos utilizados por fase (1 mês à 1,5) Total de gastos com ração por fase Total de gastos com ração por ano Alevinos 55% (em pó) 198,7 3 596,1 2384,4 Alevinos 47% 155 4 620 2480 Juvenil 45% 155 35 5425 21700 Crescimento 36% 132 160 21120 84480 Engorda 32% 78 369 28782 115128 571 56543,1 226.172,40 9.3 Capital Imobilizado Ativo imobilizado é o conjunto de bens relacionados com a manutenção da empresa. São bens tangíveis, ou seja, físicos. Ele é uma parte que geralmente é utilizada para gerar renda. Para a Receita Federal o seu conceito é conjunto de bens e que abrangem os custos de benfeitorias. No Balanço Patrimonial ele vem logo abaixo do ativo circulante e também é de muita importância,Não se pretende transformá-los em dinheiro dentro de um período de 1 ano. São também conhecidos como propriedade e equipamentos. Também se referem a ele como ativos de capital ou bens de capital. Temos ainda a nomenclatura imobilizado técnico que nada mais é que os bens móveis e imóveis. O ativo imobilizado serve para serem mantidos por uma companhia para uso na produção ou na venda de mercadorias e prestação de serviços. É esperado seu uso por mais de 12 meses e de se conseguir benefícios econômicos com a sua utilização. O seu valor registrado na contabilidade é o chamado contábil. Isto é, retirando a depreciação – valor que os bens perdem ao longo do tempo pelo desgaste, uso. Os bens de natureza permanente são os bens utilizados para a manutenção da atividade da empresa. Um exemplo disso são os imóveis. São bens que servem para a estrutura da companhia. A importância do ativo imobilizado O registro contábil perfeito dos bens tangíveis favorece na criação de relatórios financeiros verdadeiros, avaliação real do negócio e uma ótima análise fundamentalista. Investidores e credores se utilizam deste relatório para saber a saúde da companhia. Se uma empresa X investe bastante em imobilizado em detrimento dos ativos de fácil circulação, isso significa um ponto negativo para os investidores. Entretanto, ao mesmo tempo que pode não ser tão bom assim ter bastante imobilizado em relação ao ativo circulante, é igualmente importante uma empresa ter bens em seu nome para o caso de ter que quitar dívidas maiores no longo prazo. A depreciação do ativo imobilizado Os bens que simbolizam o ativo imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica. Por esse motivo é que os bens materiais sofrem depreciação pelo mero desgaste do uso. O capital imobilizado da AquaNilo possui um total de R$452.528,00. Bens Total Tanque rede R$ 44.352,00 Galpão R$80.000,00 Cone de sinalização R$4.760,00 Terreno R$ 315.000,00 Barco R$5.916,00 Balsa R$2.500,00 Total: R$452.528,00 9.4 Capital de giro O capital de giro é o dinheiro necessário para manter o empreendimento e garantir a continuidade da empresa. Ele engloba todos os valores em caixa, depositados em contas bancárias e contas a receber, além de outras obrigações pendentes que podem ser convertidas em dinheiro para quitar as despesas empresariais. O valor da renda inclui a receita de venda dos peixes e outras receitas como os sacos de ração, apresentando um valor de R$117.309,50 trimestral (a cada 3 meses) e R$469.238,00 anual e há uma reserva de emergência de R$15.000,00. Já os custos operacionais são os valores pagos pelos alevinos que são de R$13.440,00 trimestral, a ração utilizada que é R$56.543,10 trimestral, a vacinação dos juvenis, que é de R$2.304,00 trimestral, a mão de obra R$500,00 trimestral e a energia e o combustível R$1.075,00 trimestral. Somando todos esses valores obtém-se um total de R$73.862,10 de custo trimestral e R$295.448,40 anual. Gastos administrativos, impostos e taxas no valor de R$5.000,00. O total obtido do capital de giro é de R$43.447,40 trimestral e R$173.789,60 anual. Foram incluídos no total de custos a depreciação e os gastos administrativos/impostos. RENDA BRUTA- RB Jan/Fev/Mar Abril/Mai/Jun Jul/Ago/Set Out/Nov/Dez Receita venda de peixe R$ 116.738,50 R$ 116.738,50 R$ 116.738,50 R$ 116.738,50 Outras receitas- saco de ração R$ 571,00 R$ 571,00 R$ 571,00 R$ 571,00 Total de Renda R$ 117.309,50 R$ 117.309,50 R$ 117.309,50 R$ 117.309,50 Reserva de Emergência R$ 15.000,00 - - - Custo Operacional Efetivo Jan/Fev/Mar Abril/Mai/Jun Jul/Ago/Set Out/Nov/De z Alevinos R$ 13.440,00 R$ 13.440,00 R$ 13.440,00 R$ 13.440,00 Ração R$ 56.543,10 R$ 56.543,10 R$ 56.543,10 R$ 56.543,10 Vacinação R$ 2.304,00 R$ 2.304,00 R$ 2.304,00 R$ 2.304,00 Mão de obra contratada R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 Energia e combustível R$ 1.075,00 R$ 1.075,00 R$ 1.075,00 R$ 1.075,00 Total de Custos R$ 73.862,10 R$ 73.862,10 R$ 73.862,10 R$ 73.862,10 R$ 295.448,4 0 Capital Imobilizado/Giro Valor Trimestral Valor Anual Total de Renda R$ 117.309,50 R$ 469.238,00 Total de Custos R$ 73.862,10 R$ 295.448,40 Total Capital de Giro R$ 43.447,40 R$ 173.789,60 9.5 Tempo de Retorno Ao considerar o alto custo de implantação da propriedade, já é esperado que o alto lucro não seja imediato. Para começar a ter lucro e futuramente investir em novos projetos, é preciso primeiramente de tempo para recuperar o dinheiro investido, conhecido como tempo de retorno. O tempo de retorno estimado da propriedade é de 4 anos e 3 meses ou 12 ciclos de venda. Para realizar esse cálculo, deve-se subtrair o ganho de venda com os custos iniciais e anuais. Esse cálculo é demonstrado na tabela abaixo: Ano 2021 2022 2023 2024 Custo Único R$ 452.528,00 R$ 402.047,90 R$ 234.258,30 R$ 66.468,70 Custo Anual R$ 301.448,40 R$ 301.448,40 R$ 301.448,40 R$ 301.448,40 Ganho Anual R$ 351.928,50 R$ 469.238,00 R$ 469.238,00 R$ 469.238,00 Saldo R$ -402.047,90 R$ -234.258,30 R$ -66.468,70 R$ 101.320,90 9.6 Projetos Futuros De maneira ambiciosa , após a recuperação do capital investido, pretende-se adquirir novas estruturas para além de aumentar e otimizar a produção, também melhorar a qualidade do produto. Como primeiro passo de expansão da propriedade, ter a compra de mais 28 tanques-rede, assim totalizando 56 tanques. Com o dobro de tanques-rede, sucessivamente será possível dobrar a quantidade de peixes produzidos e do valor arrecadado, embora o gasto com ração subirá proporcionalmente. Não incluindo o aumento do valor gasto em ração, esse projeto de tanques-rede custará aproximadamente R$44.352,00. Já ao abordar o tema de ração, passa-se para o próximo projeto: Adquirir máquinas para gerar a própria ração da AquaNilo. Esse projeto tem como ponto negativo o alto custo de implantação, já que o valor das máquinas de ração extrusada giram em torno de R$80.000,00 a R$100.000,00 e um adicional de custo em relação a mão de obra especializada em projetar e produzir a ração. Partindo do ponto em que que atualmente o maior custo é o gasto com ração, essa melhoria traria uma notável economia. Como projeto mais longínquo objetiva-se a construção e andamento de um frigorífico na propriedade. Em razão de sua criação, acontece a amplificação do valor de venda do peixe. Como mencionado anteriormente, o quilo do peixe é vendido para o frigorífico a um valor de R$9,50. Com a realização deste plano, será possível vender o peixe diretamente ao revendedor final por uma quantia de R$15,00, aproximadamente. Contudo, esse planejamento não é o mais distante sem fundamento, ele se tornaria o investimento com o maior montante de dinheiro aplicado, próximo a 1 milhão de reais. Com essa proposta, será preciso uma nova construção, maquináriosespecializados e mão de obra focada inteiramente para o abate e preparação do peixe para o comprador. 10 Conclusão Apesar do processo de legalização ser complexo, burocrático, moroso e de custo elevado, ele se faz necessário e se torna imprescindível para a ascensão da empresa. Sendo assim, se entende que a regulamentação é essencial para o engajamento do empreendimento e de grande importância tendo em vista as alterações que ela pode causar ao meio ambiente. É necessário visar a qualidade do produto final, a começar pela ração fornecida, um manejo alimentar adequado, vacinação, manejo sanitário, além de incluir também a qualificação dos profissionais envolvidos na produção do pescado. Na AquaNilo, inicialmente, os sócios que são os membros deste trabalho, atuam como trabalhadores, através da participação em cursos de aprimoramento, tornando-se a mão-de-obra qualificada. A pretensão dos sócios é investir no crescimento da empresa, mediante a legalização da mesma e conforme obtenção do retorno financeiro, a longo prazo. Com tudo, mesmo o empreendimento se mostrando viável, pode-se considerar a necessidade de análises que possibilitem um planejamento estratégico, com o objetivo de melhorar a gestão e por consequência tornar o empreendimento mais estável, melhorando seu rendimento, tempo de retorno e possibilitando mais investimento e por consequência mais crescimento. Referências Bibliográficas COELHO, Thamiris Lentz de Almeida. Análise da Regularização do cultivo em tanque-rede e o transporte da tilápia. Universidade José do Rosário Vellano-UNIFENAS, Alfenas-MG, 2018. Disponível em: http://tede2.unifenas.br:8080/jspui/bitstream/jspui/194/2/THAMIRIS%20LENTZ%20D E%20ALMEIDA%20COELHO.pdf acesso realizado em 22/05/2021. CODEVASF. Manual: de criação de peixes em tanques-rede. Brasília DF, 2019. Disponível em: www.manual-de-criacao-de-peixes-em-tanques-rede-3-edicao-2019.com acesso realizado em 14/04/2021. EMATER-DF. Criação de tilápias. Brasília DF, 2019. Disponível em: www.criação-tilapias 2019.com acesso realizado 16/07/2021. FRANÇA, Eduardo Dervazi. Custo e rentabilidade da produção de tilápias em áreas não onerosas, período de 2001 à 2015, Dissertação de Mestrado na Área de de Concentração: Ciência Animal e Pastagens, Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-28042016-150126/publico/E duardo_Dervazi_Franca_versao_revisada.pdf acesso realizado em 15/05/2021. FREITAS, Sérgio Roberto. Análise da Relação custo/Volume/lucro na Produção de Tilápias em Tanques-Rede, Faculdade de Ciências Contábeis-FACIC. Uberlândia, novembro de 2019. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/27548/1/An%C3%A1liseRela%C3%A 7%C3%A3oCusto.pdf acesso realizado em 15/05/2021. MUNOZ, Andrea E. Pizarro. Psicultores e demais agentes da cadeia produtiva discutem os custos de produção da tilápia em Guapé. Informativo Campo Futuro, edição 19, 2016. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1048457/1/CNPASA2 016icf19.pdf acesso realizado em 22/05/2021. SENAR. Piscicultura: criação de Tilápias em Tanque de Rede. Brasília DF, 2018. Disponível em: https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/208-CRIA%C3%87%C3%83O-DE-TIL %C3%81PIAS.pdf acesso realizado em 15/05/2021. http://tede2.unifenas.br:8080/jspui/bitstream/jspui/194/2/THAMIRIS%20LENTZ%20DE%20ALMEIDA%20COELHO.pdf http://tede2.unifenas.br:8080/jspui/bitstream/jspui/194/2/THAMIRIS%20LENTZ%20DE%20ALMEIDA%20COELHO.pdf http://www.manual-de-criacao-de-peixes-em-tanques-rede-3-edicao-2019.com https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-28042016-150126/publico/Eduardo_Dervazi_Franca_versao_revisada.pdf https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-28042016-150126/publico/Eduardo_Dervazi_Franca_versao_revisada.pdf https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/27548/1/An%C3%A1liseRela%C3%A7%C3%A3oCusto.pdf https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/27548/1/An%C3%A1liseRela%C3%A7%C3%A3oCusto.pdf https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1048457/1/CNPASA2016icf19.pdf https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1048457/1/CNPASA2016icf19.pdf https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/208-CRIA%C3%87%C3%83O-DE-TIL%C3%81PIAS.pdf https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/208-CRIA%C3%87%C3%83O-DE-TIL%C3%81PIAS.pdf
Compartilhar