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DEFINIÇÃO
Formação de comunidades em rede, configuração das redes sociais e de novas formas de participação e interação do sujeito.
PROPÓSITO
Refletir sobre como a cultura da convergência permite a compreensão das transformações sociais, culturais, políticas e tecnológicas nos cenários comunicacional e informacional.
OBJETIVOS
Módulo 1
Identificar o novo paradigma da transformação midiática no âmbito das inovações tecnológicas e de suas repercussões na sociabilidade
Módulo 2
Aplicar os conceitos de mobilização social, ágora digital e transpolítica no presente contexto socioinformacional
INTRODUÇÃO
Pense sobre o papel das redes sociais na sua vida e, principalmente, os contextos, as situações e as motivações de uso de cada uma delas. 
Depois de compreender as suas especificidades, analise como a cultura da convergência permite que você poste, curta, compartilhe, comente e transite por entre assuntos − dos mais leves aos mais complexos.
Vivemos em uma sociedade que, aparentemente, não consegue mais se desfazer da internet, com todos os benefícios (e malefícios?) trazidos por ela. 
As convergências chegaram a tal ponto que não basta ter todas as informações na palma da mão e a um clique de distância. 
Atualmente, acompanhamos os debates político-partidários acalorados nas comunidades virtuais e os compartilhamentos de múltiplas ideologias nas redes sociais.
É necessário, portanto, que nos questionemos: como ocorrem esses processos de participação? 
Quais são as estruturas e os agenciamentos envolvidos nessas questões? 
De que modo passamos de usuários a atores sociais participantes de uma ciberdemocracia?
MÓDULO 1
Identificar o novo paradigma da transformação midiática no âmbito das inovações tecnológicas e de suas repercussões na sociabilidade
A cultura da convergência é um novo paradigma no cenário comunicacional, não apenas pelas inovações tecnológicas que a 
acompanham, mas pela forma como reelabora as relações sociais, políticas, culturais e econômicas em ambientes que integram a vida online com a vida offline.
É, portanto, um propulsor das muitas transformações midiáticas que acompanhamos cotidianamente pelas redes sociais, pelo acesso em plataformas de streaming ou mesmo pelo consumo em comércios eletrônicos.
CULTURA DA CONVERGÊNCIA
Talvez você conheça o termo convergência, mas saberia determinar o que faz dele uma cultura que já é parte da vida material, intelectual, profissional e social de um número imenso de pessoas ao redor do mundo?
Uma resposta possível para isso, especialmente em contextos comunicacionais e informacionais, está em Henry Jenkins. Ele afirma que ao falar em convergência se refere:
(...) ao fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao 
comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam.
(JENKINS, 2008)
Em outros termos, à cultura da convergência corresponderiam não apenas transformações tecnológicas, mas também transformações culturais em escala global. 
Logo, estamos falando de consumidores (usuários ou prosumers) instigados a procurar informação, fazer 
conexões, criar inter-relações e, assim, buscar ligações implícitas ou explícitas entre os meios de comunicação colocados em dispersão e variabilidade.
Segundo Jenkins (2008), pensar a cultura da convergência é refletir sobre como ela ocorre dentro dos cérebros dos consumidores individuais e em suas interações sociais com outros.
MIGRAÇÃO DIGITAL
Acompanhando as múltiplas transformações causadas pela cultura de convergência, temos o crescimento da chamada migração digital. 
Tal expressão conceitual encontra guarida nas explicações do intelectual espanhol Lorenzo Vilches que, de forma pioneira, 
estabeleceu que existe uma migração das maneiras de se fazer economia e consumir conectadas às lógicas dos meios de comunicação e da sociedade da informação.
De acordo com Vilches (2001), a migração digital diz respeito, acima de tudo, a sujeitos interconectados que chegam à nova fronteira da comunicação e do real. 
Uma fronteira que não separa mais geograficamente o globo, mas redefine, inclusive, o conceito de globalização. Um cruzamento não apenas de limites geográficos, mas também dos (citados) limites comunicacionais e reais.
Dessa maneira, vale a pena pensar como as novas conformações dos meios digitais aproximam as pessoas, as corporações, os espaços culturais, os ambientes educacionais etc. 
Como tudo, porém, essa não é uma posição consensual: há posicionamentos críticos que apontam justamente o oposto − como as relações sociais são afetadas por essa migração que, ao fim, acaba por produzir distanciamento, isolamento social e exclusão digital.
Nesse sentido, somos todos emigrantes de uma nova economia criada pelas tecnologias do conhecimento, que supõe o deslocamento para um planeta altamente tecnificado.
(VILCHES, 2001)
Por fim, de acordo com o autor, a migração digital nos mostra que novos serviços e novas formas de informação artística, cultural, audiovisual e estética começam a fazer parte 
de metassistemas de informação interconectados, ou seja, que são parte de uma cultura da convergência que se moderniza diariamente.
Metassistemas de informação
Pautados pela cultura da convergência e pela migração digital, os metassistemas de informação podem ser entendidos como parte de uma sociedade em rede, na qual existe a necessidade de interconectar os modelos comunicacionais tradicionais e emergentes.
Caracterizados pela fusão da comunicação interpessoal com a de massa, segundo Cardoso (2007), eles possibilitam a conexão entre receptores e emissores em uma nova matriz de conhecimento informacional. 
Essa matriz parte de vinculações hipertextuais e as interliga aos mais variados dispositivos de mídia usados pelas pessoas no mundo todo.
Em consequência aos processos de convergência, os metassistemas de informação passam por uma complexificação progressiva de suas estruturas internas, tornando essencial a geração de códigos informacionais auto-organizadores.
São os chamados processos de machine learning, isto é, os processos de aprendizado das máquinas como 
forma de compreensão dos algoritmos e da inteligência artificial que melhoram as experiências dos usuários conectados em rede.
Como a migração digital possibilita não apenas uma amplitude de acesso aos seus usuários, mas um processo de automatização, atualização, aprimoramento e aprendizado contínuo interno a esses metassistemas, os processos ocorrem por meio das próprias máquinas que fazem parte dos metassistemas (daí a ideia de “meta” = aquele ou aquilo que produz reflexão sobre si).
Mesmo em um cenário de mutações tecnológicas constantes, é preciso lembrar a importância dos meios de comunicação tidos como tradicionais (a imprensa, a TV, o rádio, entre outros). 
A justificativa para essa posição é assinalada por Cardoso (2007) ao afirmar que os metassistemas de informação também são constituídos por ambientes do mundo offline.
Por isso temos de questionar sobre como a televisão, o rádio e os jornais mudaram os seus conteúdos, as formas de jornalismo e as estratégias econômicas com a chegada da internet.
(CARDOSO, 2007)
Afinal, a cultura da convergência postula justamente a integração entre as muitas formas do fazer comunicacional e não apenas entre aquelas já nascidas nos ambientes online.
CENÁRIO E HISTÓRICO DAS REDES SOCIAIS
Na atualidade, com os usos das redes sociais expandidos para além de um mero entretenimento, torna-se impossível ignorar o papel das sociabilidades digitais desenvolvidas por meio das 
redes, das comunidades virtuais e dos espaços criados originalmente na Web e que, logicamente, não se restringem somente a ela. 
Assim, como resultado direto dos processos de convergência e migração digital, é possível vislumbrar, nas redes sociais e nas comunidades virtuais, a representação mais nítida de como as transformações midiáticas afetam a vida cotidiana dos sujeitos. 
Pessoase marcas desejam estar visíveis.
As redes sociais na internet constroem formas de interação que são únicas do ponto de vista de ruptura com as noções de proximidade física. 
Algo que, na visão de alguns teóricos, promove, além da mobilidade simbólica no campo das ideias, uma mobilidade muito mais objetiva a partir da ascensão e da estabilidade dos celulares (smartphones) e de outros dispositivos móveis como parte da vida ordinária.
As funcionalidades de um smartphone condensam várias das nossas atividades cotidianas e produzem, ao fim, processos de mobilidade extremamente significativos.
Observa-se que a própria dinâmica da industrialização e da urbanização da era moderna é responsável por introduzir a noção de que precisamos estar sempre em movimento, em ação. 
Então, nas palavras de André Lemos (2007), as mídias reconfiguram os espaços urbanos (dos subúrbios aos centros) e 
as zonas rurais, já que o uso de celulares, o acesso à internet, a participação em redes sociais e a construção de comunidades virtuais não se restringem apenas ao espaço das urbes.
Exemplo
Essa reconfiguração de espaços rurais, assim como do alcance e das potencialidades da mídia digital, é retratada no premiado filme Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho. 
Nele, uma comunidade do interior no Nordeste se mobiliza através das redes e dos dispositivos móveis para se defender. 
Enquanto drones passeiam pelos céus, e estrangeiros chegam à cidade, os habitantes do pequeno povoado percebem que ele não consta mais no Google Earth. 
Diante das ameaças que surgem, os habitantes identificam os inimigos e criam coletivamente um meio de defesa.
Tal fenômeno (conectando as discussões sobre mobilidade e redes sociais) também avança ao terreno acadêmico que busca por definições para entender o que se passa na sociedade.
A atual interconexão generalizada entre as pessoas tem chamado a atenção (...) sobre seus efeitos no quadro das relações individuais e igualmente na forma como os coletivos se comportam quando se constituem como redes de alta densidade.
(COSTA, 2005)
Por essa ótica de leitura comunicacional, é relevante observar o exercício coletivo de construção da informação providenciado nas comunidades virtuais. 
No campo do jornalismo, por exemplo, acrescentam-se comentários e novas análises nas redes sociais, envolvendo usuários e produtores das informações. 
Recuero (2009) afirma que as redes sociais, em última análise, acrescentam valor às notícias.
1969
Em termos históricos, os primeiros relatos de serviços que permitiam algum de tipo de compartilhamento ou socialização de dados entre os usuários de um sistema informatizado surgiram a partir de 1969. 
Isso se deu com o desenvolvimento da tecnologia dial-up e, por fim, segundo D’Aquino (2012), com o lançamento do CompuServe (Serviço comercial de conexão à internet em nível internacional muito propagado nos EUA).
1971
Segundo D’Aquino (2012), outro passo importante nessa evolução foi o envio do primeiro e-mail em 1971, sendo seguido sete anos mais tarde pela criação do Bulletin Board System (BBS), um sistema criado por dois entusiastas de Chicago para convidar seus amigos para eventos e realizar anúncios pessoais. 
Essa tecnologia usava linhas telefônicas e um modem para transmitir os dados.
1985
O fato mais marcante que compõe o surgimento das redes sociais e a possibilidade de comunidades virtuais se dá a partir 
da America Online (AOL), em 1985, quando as pessoas podiam criar perfis virtuais e comunidades para trocar informações e promover discussões sobre assuntos diversos.
1990
De acordo com D’Aquino (2012), até o início da década de 1990, houve um grande avanço na infraestrutura dos recursos de comunicação. Por exemplo, em 1984 surgiu um serviço chamado Prodigy para desbancar o CompuServe — feito alcançado uma década depois.
2020
O uso das redes sociais cresceu a ponto de alguns estudiosos postularem que o termo comunidade demonstra peculiaridades nunca antes vistas ou mesmo que tenha mudado de sentido. 
Há quem fale da falência das comunidades e do desgaste desse termo, enquanto outros miram as possibilidades e mesmo os focos de resistência.
A sensação de pertencimento nas comunidades virtuais
A busca pelo senso de comunidade é algo que, obviamente, antecede e muito o advento das redes sociais.
Como muito bem explica Zygmunt Bauman (2003), atualizando O mal-estar na civilização de Freud, fazer ou não fazer parte de um grupo é algo que a evolução humana apresenta em toda a sua trajetória biopolítica e social.
As comunidades eram o forte da rede social mais popular dos anos 2000.
Algo que é, muitas vezes, complexo e contraditório, pois, como lembra Bauman, não ter comunidade significa não ter proteção, ainda que a vida em comunidade dependa do cerceamento de algumas liberdades.
No universo digital, muitas são as semelhanças que acompanham as constituições sociais, identitárias, políticas e culturais por entre as comunidades pré-redes sociais até a criação das virtuais.
Estamos em um momento no qual a figura do prosumer que atua nas redes sociais ganha novos contornos, especialmente quando o tema da vez são as produções jornalísticas.
Prosumers
Isso se dá, entre outros pontos, porque participantes de comunidades virtuais vão atuar nas redes sociais com um papel informativo em diferentes vetores; 
segundo Recuero (2009), como fontes, como filtros ou como espaço de reverberação das informações.
São relações extremamente relevantes para o jornalismo no espectro do estudo das redes sociais.
Logo, as consequências práticas (no continuum da vida online e offline) são vistas, por exemplo, no papel das redes sociais e das comunidades virtuais na construção ou deposição de figuras políticas, de regimes de governo, de manifestações sociais e uma infinitude de outras práticas de atuação que não se prendem mais única e somente ao ciberespaço.
Estrutura e agenciamento das redes sociais
A estrutura das redes sociais permite que ocorram conexões por um ou vários tipos de relações, além de compartilhamento de valores e de objetivos comuns entre pessoas, organizações, instituições e mesmo inteligência artificial das mais variadas naturezas.
Como é o caso dos chatbots, programas de computador cada vez mais aperfeiçoados que emulam conversas, tons e linguagem coloquial com usuários de várias plataformas.
Sob essa lente de análise, Elizabeth Saad ainda mostra que as redes sociais colocam como a base de sua estrutura, necessariamente, um termo que se tornou a palavra-chave das relações sociais hodiernas: a visibilidade.
Com o predomínio de plataformas sociais e dos apps que incentivam a mobilidade participativa, personalizada, geolocalizada e 
oportunizada de quem possui algum dispositivo conectado à rede, assistimos a um exercício (e quase uma batalha) coletivo de captura das atenções.
(SAAD, 2016)
As formas de agenciamento produzidas pelas redes sociais digitais tangenciam a compreensão de que os sujeitos que se movem nesses espaços de comunidades virtuais são lidos como atores sociais.
Em outros termos, o “agir” não está reservado unicamente a uma dimensão moral das escolhas voluntárias. 
Ao contrário, o agenciamento é também uma forma de demonstração de como se pode agir de maneira nem sempre 
consciente ou proposital, ainda mais tratando-se do agir coletivo nas comunidades virtuais, visto como um reflexo que só é possível pela própria estrutura participativa das redes sociais.
A discussão sobre o coletivo e o individual dentro da estrutura e do agenciamento das redes sociais passa por um processo de negociação entre as preferências, os valores e as crenças dos atores que fazem parte dessas comunidades virtuais. 
A interconexão deixa mais evidente como nossas preferências se relacionam e podem ser moldadas pelas preferências dos outros.
E não podemos esquecer que tal negociação não é nem evidente nem tampouco fácil. 
Além disso, o que chamamos de preferências "individuais" são na verdade fruto de uma autêntica construção coletiva, num jogo constante de sugestões e induçõesque constitui a própria dinâmica da sociedade.
(COSTA, 2005)
Mas se, dentro ou fora da rede, a elaboração das preferências individuais envolve o coletivo, como apontado por Saad, a rede traz uma possibilidade − e, em alguns casos, uma demanda de visibilidade −, além de uma agilidade na interação, que modula diferentemente a relação indivíduo-coletivo.
Entenda um pouco mais sobre comunidades virtuais, coletivos em rede e redes de movimentos sociais.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. Os metassistemas de informação são entendidos como parte de uma sociedade em rede na qual a interconexão comunicacional é a palavra-chave que guia as relações de mercado. Por isso, a cultura da convergência age nos metassistemas de informação de modo a:
Gerar um cenário de mutações tecnológicas constantes, no qual os meios de comunicação tidos como tradicionais são deixados de lado porque já não têm audiência.
Ignorar a forma como os ambientes do mundo offline influenciam e agem na sociedade contemporânea em ambientes online.
Integrar as muitas formas do fazer comunicacional exclusivamente já nascidas e desenvolvidas nos ambientes online.
Interconectar os modelos comunicacionais tradicionais e emergentes e possibilitar que receptores e emissores interajam em uma nova matriz de conhecimento informacional.
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2. Segundo Saad (2016), como parte das correlações entre a estrutura e o agenciamento próprio das lógicas configuradoras de interação e participação nas redes sociais, é correto afirmar que a “visibilidade” é um tema muito caro aos participantes desses espaços digitais. O peso e a importância da “visibilidade” nesse contexto se dão porque:
A captura das atenções nas redes sociais é motivada pelo uso de plataformas sociais e programas de TV que incentivam a mobilidade participativa, ao permitirem a discussão político-partidária monológica apenas entre os que compartilham dos mesmos valores.
A captura das atenções nas redes sociais é motivada pelo uso de plataformas sociais e apps que incentivam a mobilidade participativa, personalizada, geolocalizada e oportunizada de quem possui algum dispositivo analógico sem conexão à rede.
A captura das atenções nas redes sociais é motivada pelo uso de plataformas sociais e veículos de comunicação tradicional que incentivam a volta aos hábitos de consumo operacionalizados exclusivamente pela mídia imprensa.
A captura das atenções nas redes sociais é motivada pelo uso de plataformas sociais e apps que incentivam a mobilidade participativa, personalizada, geolocalizada e oportunizada de quem possui algum dispositivo conectado à rede.
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MÓDULO 2
Aplicar os conceitos de mobilização social, ágora digital e
transpolítica no presente contexto socioinformacional
No jogo de forças citado no módulo anterior, entram em cena os coletivos em rede e as redes de movimentos sociais que, na esteira das revoluções digitais, têm sido comumente confundidos. 
Laços sociais, mas também políticos, ganham novas configurações diante do atual paradigma informacional e comunicacional.
OS COLETIVOS EM REDE E AS REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS
Antes de prosseguirmos, é fundamental conhecermos os conceitos dos termos e saber diferenciá-los.
Coletivos em rede
São formas de agrupamento que ocorrem no locus das redes sociais e das comunidades virtuais de modo que os sujeitos que dele participam se identifiquem ou se projetem uns nos outros por meio de interesses compartilhados.
Redes de movimento sociais
As redes de movimentos sociais, por sua vez, são agrupamentos e conexões entre quaisquer movimentos − como LGBTQI+ ou sem-teto, por exemplo −, sem necessariamente uma ligação com redes sociais.
Dando o exemplo dos coletivos políticos, Francisco Rolfsen Belda e Laiara Perin (2017) são categóricos ao afirmar que os canais de comunicação online são os principais meios que podem, ao menos em tese, gerar uma apropriação dos instrumentos de participação política, o que envolve um novo elo com a informação, que potencializa instrumentos de debate e a cidadania.
De acordo com Belda e Perin (2017), entre as características fundamentais dos coletivos de ativismo político contemporâneos 
que utilizam os chamados cibermeios como instrumento de mobilização social estão a participação majoritária e a posição de liderança exercida por nativos digitais.
Dentro da rede de movimento social, a efemeridade dos nós que conectam um ator social ao outro é ponto central da discussão de autores como Karine Pereira Goss e Kelly Prudencio. 
Elas defendem que o padrão organizacional da ação coletiva atual é uma rede de grupos compartilhando uma cultura de movimento e uma identidade coletiva.
E essas redes fazem e desfazem seus nós, tornando problemática a definição de movimentos sociais como sistemas fechados. (...) o campo de ação permanece, mas não seus atores.
(GOSS; PRUDENCIO, 2004)
Olhando por esse ângulo, os movimentos sociais, mesmo os que tiveram seu início independentemente dos meios virtuais, não podem mais se omitir perante os debates e as decisões políticas, 
sociais, culturais e econômicas que surgem nos fóruns da Web, nas comunidades virtuais e nas discussões suscitadas, por exemplo, pelos influenciadores digitais.
Demandas específicas como a discussão do racismo e da homofobia, mesmo atuando em campos distintos, podem se unir para o debate público que leve ao bem comum dos sujeitos que vivenciam em simultaneidade esses processos de opressão.
Os movimentos sociais tematizam questões que antes estavam muito mais restritas à esfera privada, doméstica e íntima (como as questões de gênero, de 
orientação sexual, debates sobre racialização e etnicidade, discussões sobre capacitismo e deficiência etc.). 
No espaço das redes sociais e das comunidades virtuais, ganharam muita força de expressão. 
Segundo Goss e Prudencio (2004), nenhum ator social contemporâneo luta sozinho, mas atua em rede, numa articulação que é global e cuja ação é local.
CONFIGURAÇÃO DAS REDES SOCIAIS NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
A análise da importância das redes sociais e das comunidades virtuais possibilita compreender o papel que elas exercem nas democracias contemporâneas. 
Entre outros pontos, é preciso entender que os usuários das redes sociais são atores sociais que estruturalmente podem alterar o cenário político de uma cidade, de um estado ou de um país.
As redes sociais configuram-se como espaços de participação cuja essência está naquilo que poderíamos chamar de política do reconhecimento. 
Nas palavras de Costa (2005), trata-se de reconhecer no outro – como uma atitude de inclusão e integração – as suas habilidades, as suas competências, os seus conhecimentos e os seus hábitos de modo a compartilhar todas essas características pela empatia.
A política do reconhecimento opera de modo a trazer os usuários das redes sociais como fomentadores do debate político (não necessariamente partidário) na esfera pública emoldurada pela sociedade da informação. 
E, segundo Costa (2005), isso por meio da aptidão de perceber, detectar, localizar numa outra pessoa uma característica que não havia sido percebida antes.
Resumindo
Segundo Costa (2005), quanto mais um indivíduo interage com outros, mais ele está apto a reconhecer comportamentos, intenções e valores que compõem seu meio.
 Inversamente, quanto menos alguém interage (ou interage apenas num meio restrito), menos tenderá a desenvolver plenamente esta habilidade fundamental que é a percepção do outro. 
Mas reconhecer é também, e ao mesmo tempo, dar valor a alguém, aceitá-lo em seu meio, integrá-lo como colega ou parceiro.
A configuração das redes sociais nos contextos da sociedade da informação e da politização crescente experimentada nos ambientes online pode ser entendida, em uma leitura baseada na obra de Manuel Castells (2000), a partir de cinco características muito relevantes (mas não exclusivistas):
 Clique nas barraspara ver as informações.
A INFORMAÇÃO COMO MATÉRIA-PRIMA
Werthein (2000) ressalta que, diferentemente do que acontecia no passado, quando a informação era usada com o objetivo de criar novas tecnologias, atualmente as tecnologias é que permitem ao homem atuar sobre a informação propriamente dita.
OS EFEITOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS
Eles se inserem fortemente na vida individual e coletiva, uma vez que a informação é parte de toda atividade humana. Logo, não há como não ser afetado diretamente pela nova tecnologia.
A LÓGICA DAS REDES SOCIAIS
Como consequência das duas características anteriores, tais lógicas caracterizam todo tipo de relação complexa implementada nos processos de socialização digital: interação, participação, reverberação, compartilhamento e, algumas vezes, transformação social.
A FLEXIBILIDADE DOS PROCESSOS TECNOLÓGICOS
A tecnologia favorece os chamados processos reversíveis, ou seja, além de permitir modificações e edições na informação colocada ao consumo dos usuários, as redes sociais ainda têm a 
capacidade de reorganização e de reconfiguração dos interesses de cada um dos sujeitos partícipes do mundo virtual (basta ver, na atualidade, o papel dos algoritmos, por exemplo).
A CULTURA DA CONVERGÊNCIA
De acordo com Werthein (2000), o ponto central aqui é que trajetórias de desenvolvimento tecnológico, em diversas áreas do saber, tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos.
REDES, SOCIABILIDADE DIGITAL E TRANSPOLÍTICA
As redes sociais são afeitas aos processos de socialização. 
Os laços construídos por meio das redes possibilitam uma sociabilidade que, nas palavras de Santos e Cypriano (2014), atua na prática dos compromissos com rosto.
Ainda que de forma diferente das interações face a face, o cultivo dos laços sociais é estimulado pelo reconhecimento de si e do outro (como mostra o exemplo das fotos nos perfis, os avatares) como copartícipes de um espaço operado pela mesma lógica. 
Os autores partem da premissa do cuidado necessário à criação e manutenção de conexões, o que sempre exige atenção, disposição, sutileza etc.
Decorre daí muito do que se tem a compreender sobre a incrível adesão dos usuários que faz com que o Facebook desponte entre as redes sociais online mais frequentadas do mundo. 
É próprio da plataforma oferecer um serviço que opera como facilitador na formação de laços sociais.
(SANTOS; CYPRIANO, 2014)
As sociabilidades digitais (ou em rede) possibilitam meios de interação que, no ambiente online, constroem formas de comunicação que podem resultar em reforço ou desestímulo às sociabilidades vivenciadas fora dessas redes. 
Exemplos disso podem ser vistos quando alguém sai de um grupo de familiares no WhatsApp após uma discussão político-partidária naquele espaço ou quando um usuário bloqueia outra pessoa no Instagram após o fim de um relacionamento conturbado. 
Essas ações significam sentimentos, emoções e atitudes que possuem e produzem efeitos reais, que se sobressaem ao universo das comunidades de afetos compartilhados nas redes.
Pode-se dizer que as sociabilidades digitais transbordam para as relações do dia a dia. No exemplo do Facebook, como afirmam Santos e Cypriano (2014), é possível ver que quando se compartilha informações em que todos se reconhecem, os comentários reforçam os traços comuns e, no mais das vezes, são efusivos. 
Ou, como sinaliza Braga (2011), ao pensar sobre a vinculação das redes sociais com as dinâmicas de sociabilidade e de relação entre pares: nesses ambientes, é conveniente manter relações amistosas, cordiais, mesmo com estranhos. 
Falar de modo formal e frio pode ser entendido como arrogância e grosseria, então as relações nessas redes são “pessoalizadas”, mesmo que superficialmente.
Segundo Recuero (2009), partindo do pressuposto de que as comunidades virtuais formadas nas redes sociais são compostas, por extensão, de representações dos atores sociais e de suas 
conexões, é possível afirmar que fazer parte desse universo de trocas, ressignificações simbólicas e atuações (que podem ser, muitas vezes, militantes) das comunidades é uma forma de provar a existência da diferença e dos diferentes em coletividade. 
Algo necessário em meio a um cenário cada vez mais fragmentado, individualizado e personalizado. E é justamente nesse espaço que a transpolítica se faz presente.
Um dos maiores estudiosos do tema, Eugenio Trivinho (2006) explica que o conceito de transpolítica traz uma demarcação social-histórica, tecnocultural e operacional específica: vincula-se 
exclusivamente ao modus operandi dromocrático da cibercultura, que ele defende como cultura definidora da nossa época, e ainda define como civilização midiática avançada.
A transpolítica está relacionada à descrença radical em relação ao Estado e, de igual forma, à cena política e partidária convencional. 
Logo, vincula-se também um descrédito às instituições herdadas da modernidade (como é o caso, mesmo conceitual, da ideia de democracia representativa e do processo eleitoral tradicional, por exemplo).
Segundo Trivinho (2006), grupos sociais e mesmo indivíduos vinculados às comunidades virtuais começam, assim, a ter 
apreço pela transpolítica enquanto saída ou mesmo resposta às suas descrenças, uma vez que coincidiram “a ruína mais acabada e incontornável do Estado” e a “emergência irreversível da transpolítica dos fenômenos tecnológicos”. 
O autor aponta que tal arranjo ocorre na forma-fluxo da comunicação em tempo real como vetor de articulação e modulação da vida humana.
Dessa maneira, não é surpresa que as pessoas participem muito mais ativamente de discussões acaloradas na Web e em 
coletivos em rede do que propriamente se organizem por meio de redes de movimentos sociais reais e atuantes dentro e fora de cliques, postagens, curtidas e compartilhamentos.
NOVAS FORMAS DE PARTICIPAÇÃO E INTERAÇÃO: A CIBERDEMOCRACIA E A ÁGORA DIGITAL
As participações e as interações no mundo digital, ainda que moldadas em grande medida por visões mais pessimistas como a 
da transpolítica, reverberam a possibilidade de outras leituras mais otimistas, como alguns desenvolvimentos dos conceitos de ciberdemocracia e de ágora digital.
Para Dutra e Oliveira Junior (2018), por exemplo, tanto a ciberdemocracia quanto a ágora digital são permeadas por participações de sujeitos que vislumbram a transformação política da sociedade, dos governos e dos representantes eleitos.
Manifestação no Egito durante a Primavera Árabe (2011), ilustrando o que se entende pelos usos sociopolíticos voltados à transformação de governos e nações inteiras.
Uma definição didática e clara sobre o que é ciberdemocracia é trazida pelo intelectual espanhol Carballido (2008):
O termo “democracia” transcende o âmbito da filosofia política (uma forma de governo) e da filosofia moral (uma coleção de valores éticos 
para orientar a vida e o comportamento dos indivíduos em sociedade) para transformar-se em um conceito comunicacional (a possibilidade 
do acesso direto à informação sem intermediários).
(CARBALLIDO, 2008)
Baseando-se em Pierre Lévy (1999, 2004) e em seus estudos sobre o ciberespaço, Dutra e Oliveira (2018) acreditam que os indivíduos que transitam pelas redes sociais começam a se expressar pelos meios de comunicação digital como forma de 
reavivamento ou mesmo ressemantização das antigas ágoras gregas (praças públicas), nas quais os cidadãos realizavam discussões públicas, debates, arguições e assembleias para decidir os rumos da democracia. 
Para os autores, a analogia ao conceito da ágora digital seria a interação entre os cidadãos em tempo real por meio de ferramentas digitais.
Ágora, no centro de Atenas, Grécia.
Interações essas que celebram novas formas de comunicação em um espaço que sincronicamente exerce papel de mídia e de local de viver, isto é, o ciberespaço. 
Ou, como Lévy (1999) explica, nas novas ágoras digitais coexistem a diferença e os diferentes, mas os sujeitos acabam por se conectar a partir de novas formas de comunicação que 
formamos “processos abertos de colaboração”. Logo, é na internet (como um espaço que reflete e refrata o tecido social) que a democracia passa por transformações estruturais e estruturantes que modificam o modo de se fazer política na contemporaneidade:
Os parâmetros de comunicação digital, propiciados pela internet, eliminaram os ruídos da forma analógica e tornaram a comunicação mais difusa, 
influenciando a opinião pública para além dos limites geográficos em virtude da globalização, ocasionando uma alteração ontológica, afetando 
a relação do cidadão com o Estado e tornando possível um exercício democrático ampliado, seja pelo ativismo político na internet, nas 
consultas públicas realizadas ou realizáveis, ou, ainda, num molde tangível de exercício de democracia direta, facilitado pelo emprego da grande rede.
(DUTRA; OLIVEIRA JUNIOR, 2018)
Alguns teóricos avaliam que um dos aspectos fundamentais de solidificação das comunidades em redes (e, por conseguinte, nas ágoras digitais) reside no sentimento de confiança mútua entre os indivíduos. 
Algo que também se vincula ao espaço da ciberdemocracia. Para Costa (2005), por exemplo, essa confiança e sua construção estão diretamente relacionadas à capacidade que cada um teria de entrar em relação com o outro, percebendo-o e o incluindo em seu universo de referência.
Dader (2001) afirma que, por mais otimista que seja essa visão de participação da sociedade em espaços digitais e potencialmente transformadores, vale ressaltar que estamos falando de uma ciberdemocracia possível, que sai de visões idealistas ou utópicas para uma realidade palpável e excetuável.
Teóricos como Carballido (2008) alertam que pode ser demasiado fantasiosa a ideia de que a partir da ciberdemocracia estaríamos assistindo a um tipo de revolução eletrônica contra as imposições de autoridade ou levantes autoritários de determinados governos. 
Afinal, se os cidadãos estão atuando e mantêm presença constante nas redes, não se pode esquecer que também os governos e as formas institucionais de poder sabem como agir nos ambientes digitais, para o bem e para o mal.
Assista ao vídeo a seguir e conheça melhor os desafios da ciberdemocracia.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. Com o advento crescente das tecnologias digitais como parte da cotidianidade, alguns autores afirmam que a ideia de participação política e o conceito de democracia têm passado por muitas remodelações. Nesse ângulo analítico, pensadores como Lévy (1999, 2004), Dader (2001) e Carballido (2008) chamam a atenção para a constituição de uma ciberdemocracia dominada por novas ágoras digitais, localizadas em espaços peculiares, como é o caso das redes e comunidades virtuais. Posto isso, é incorreto afirmar que:
Caracterizadas como novos espaços de participação e interação social e política, as redes sociais podem ser lidas como as ágoras digitais contemporâneas, já que nelas coexistem múltiplas diferenças e processos de colaboração.
Para todos os autores, a ciberdemocracia é a saída mais bem aprimorada para todos os problemas sociais, já que não existe exclusão digital nesse cenário e, por extensão, as ágoras digitais permitem que todas as vozes (de maneira idêntica) sejam ouvidas.
A ciberdemocracia é um assunto complexo, já que alguns autores acreditam ser fantasiosa a ideia de que a partir dela estaríamos a contemplar um tipo de revolução eletrônica aos problemas sociais.
As ágoras digitais, na visão dos autores citados, representam a ressemantização das antigas praças públicas (ágoras gregas) como espaços nos quais os cidadãos realizavam discussões públicas, debates, arguições e assembleias democráticas.
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2. As sociabilidades digitais produzidas nos ambientes de interação virtual das redes sociais são baseadas no que Braga (2011) e Santos e Cypriano (2014) chamam, cada um ao seu modo, de relações “pessoalizadas” ou “compromissos com rosto”. Partindo das concepções de sociabilidades digitais (ou em rede) discutidas pelos autores, é correto dizer que:
No espaço das sociabilidades digitais, é possível observar que os laços sociais não pressupõem o reconhecimento do outro enquanto sujeito coparticipante de um mesmo espaço digital, o que é provado pelo grau de agressividade em determinadas interações.
No espaço das sociabilidades digitais, de maneira idêntica ao que se passa nas interações analógicas, observa-se que o cultivo dos laços sociais é estimulado apenas pelos nativos digitais, isto é, pessoas já nascidas e criadas no ambiente digital.
No espaço das sociabilidades digitais, vê-se que as interações são construídas sempre de modo extremamente superficial e efêmero entre os sujeitos (algo muito similar ao que ocorre com as interações vivenciadas em ambientes fora da rede).
No espaço das sociabilidades digitais, mesmo que de maneira um pouco diferente das interações que ocorrem fora dos meios digitais, o cultivo dos laços sociais é estimulado pelo reconhecimento de si e do outro enquanto coparticipantes de um mesmo espaço.
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CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As novas formas de participação e interação propiciadas pela cultura da convergência são auxiliadas pelos processos de migração digital e evidenciadas pelas sociabilidades desenvolvidas nas redes sociais e nas comunidades virtuais. 
De acordo com Werthein (2000), nesse novo paradigma, a lógica de redes e as tecnologias digitais permitem modelar resultados imprevisíveis da criatividade que emanam da interação complexa, desafio quase intransponível no padrão tecnológico anterior.
Quando o assunto é o espaço de participação política, faz-se necessário refletir sobre como as configurações das redes sociais permitem o surgimento da “ágora digital” na sociedade da informação. 
É relevante observar como muitos autores pontuam que esse debate não é monológico ou que não se chega a ele com uma única resposta, correta e inconteste ao final da discussão. 
Ao contrário, as relações criadas nas redes sociais e nas comunidades virtuais, como um todo, são complexas justamente porque estão instauradas em novas formas de participação e interação. 
Formas que são frutos diretos do paradigma comunicacional baseado e promovido pela cultura da convergência.
PODCAST
Agora, o especialista Anderson Lopes encerra o tema falando sobre a cultura da convergência.
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REFERÊNCIAS
BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
BELDA, F. R.; PERIN, L. Ciberativismo e coletivos brasileiros em redes sociais: práticas de formação cidadã ou antagonismo político? In: Razón y Palabra, v. 21, n. 2_97, abr./jun. 2017.
BRAGA, A. Sociabilidades digitais e a reconfiguração das relações sociais. In: Desigualdade & Diversidade – Revista de Ciências Sociais da PUC-Rio, n. 9, ago./dez. 2011.
CARBALLIDO, J. R. S. Perspectivas de la información en internet: ciberdemocracia, redes sociales y web semántica. In: ZER, v. 13, n. 25, 2008.
CARDOSO, G. L. Mídia na sociedade em rede. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
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DADER, J. L. La ciberdemocracia posible: Reflexión prospectiva a partir de la experiencia en España. In: CIC − Cuadernos de Información y Comunicación, v. 6, 2001.
D’AQUINO, F. A história das redes sociais: como tudo começou. In: Tecmundo, 2012.
DUTRA, D. C.; OLIVEIRA JUNIOR, E. F. Ciberdemocracia: a internet como ágora digital. In: Revista Direitos Humanos e Democracia, v. 6, n. 11, jan./jun. 2018.
GOSS, K. P., PRUDENCIO, K. O conceito de movimentos sociais revisitado. In: Em Tese − Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC, v. 2, n. 1 (2), jan./jul. 2004.
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.LEMOS, A. Cidade e mobilidade: telefones celulares, funções pós-massivas e territórios informacionais. In: Revista Matrizes, v. 1, n. 1, out./ 2007.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
LÉVY, P. Ciberdemocracia: ensayo sobre filosofia política. Barcelona: Editorial UOC, 2004.
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VILCHES, L. A migração digital. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2001.
WERTHEIN, J. A sociedade da informação e seus desafios. In: Ciências da Informação, v. 29, n. 2, maio/ago. 2000.
EXPLORE+
· Para saber mais sobre a cultura da convergência e os seus vínculos específicos com o campo do jornalismo, visite o site do Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
· Para analisar a relevância das redes sociais na construção de gosto, mobilidade e comunidades virtuais, assista ao documentário Fyre Festival. A história, baseada em fatos, apresenta a organização e a divulgação de um grande evento musical no Caribe através das redes sociais. Mesmo contando com o apoio de celebridades e influenciadores digitais, o evento foi um fiasco.
· Para se manter atualizado acerca das discussões sobre a ciberdemocracia e a ágora digital, assista à palestra Redes sociais e assimetrias da informação: rastreamento, rastreabilidade e democracia na era da economia digital, da Ulepicc-Brasil, em parceria com o Grupo de Estudo em Economia da Cultura, da Informação, do Conhecimento e de Comunicação (GECICC) e do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
CONTEUDISTA
Anderson Lopes da Silva
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