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Manifestações hepáticas do HIV Liana Vasco Mondlane Abril/ 2021 Introdução • O manejo das hepatopatias é um componente importante do cuidado do paciente portador do HIV. • TARV –reduziu a mortalidade associada às complicações da infecção pelo HIV • as hepatopatias -causa mais comum de morte • Hepatites virais crônicas, toxicidade medicamentosa, abuso de álcool e esteatohepatite não alcoólica são fatores importantes de doença hepática nessa população. Toxicidade hepática relacionada ao tratamento antirretroviral • A toxicidade hepática é um dos efeitos adversos graves mais comumente associados aos antirretrovirais. • 10% das pessoas em TARV apresentam hepatotoxicidade grave. • A apresentação clínica da hepatotoxicidade pode variar de elevação assintomática de transaminases até falência hepática grave. Classificação da gravidade de hepatotoxicidade Factores de risco (Hepatotoxicidade/TARV) • Coinfecção com HBV ou HCV • Presença de fibrose hepática avançada • Elevação de AST e ALT pré-tratamento • Abuso de álcool • Idade avançada • Sexo feminino • Primeira exposição à TARV • Tratamento concomitante para tuberculose • Uso de cocaína Patogenese da Hepatotoxicidade pelo TARV • Há quatro mecanismos principais de lesão hepática associada aos antirretrovirais: • reações de hipersensibilidade, • toxicidade direta do fármaco e/ou seu metabólito, • toxicidade mitocondrial e • síndrome inflamatória da reconstituição imune (SIR). Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos(ITRN) • São associados com toxicidade mitocondrial, em função de sua capacidade de inibir a DNA polimerase gama. • Estavudina, didanosina e zidovudina são os medicamentos mais frequentemente implicados na esteatose hepática e acidose lática após semanas ou meses do início da TARV. • O uso prolongado de didanosina- doença hepática criptogênica e, recentemente, a hipertensão portal não cirrótica e varizes de esôfago. • Nos coinfectados HBV-HIV, a suspensão da lamivudina ou do tenofovir ou a ocorrência de resistência a essas drogas pode levar à reativação/exacerbação da hepatite B. Inibidores de transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos(ITRNN) • Podem causar hepatotoxicidade por reação de hipersensibilidade ou por toxicidade direta dos medicamentos. • A nevirapina é o mais associado à hepatotoxicidade, na maioria das vezes, por hipersensibilidade. • O efavirenz - hepatotoxicidade por ação direta, porém menos frequentemente. • Etravirina- reações de hipersensibilidade - falência hepática. Inibidores de protease (IP) • Ocorre após semanas ou meses do início da medicação • Tipranavir + ritonavir- hepatite e falência hepática • Atazanavir e o indinavir causam comumente hiperbilirrubinemia indireta, que não está associada com dano hepático e, normalmente, não necessita descontinuação do tratamento. Apresentação clínica e manejo da hepatotoxicidade associada aos antirretrovirais • Medidas de prevenção e monitoramento de SIR: (1) Rastreamento de hepatites virais B e C antes do início de TARV; (2) Compor o esquema antirretroviral com medicamentos ativos contra HBV nos coinfectados HIV-HBV; (3) Na presença de coinfecção com hepatites virais, monitorar provas de função hepática mensalmente durante os 3 primeiros meses. Medicamentos Prescritos HIV + com potencial hepatóxico Ajuste do TARV na doença hepática Doença hepática alcoólica • O uso de álcool é mais frequente em pessoas que vivem com HIV que na população geral. • Abuso de álcool - esteatose hepática –(uso continuo)-esteato-hepatite- fibrose hepática e cirrose hepática. • A infecção pelo HIV pode exacerbar essa doença, uma vez que tanto o vírus quanto o álcool atuam em alvos comuns, alterando a permeabilidade intestinal e elevando os níveis séricos de lipopolissacarídeos, o que determina um agravamento na progressão da doença hepática. • Investigar rotineiramente a quantidade e o padrão de ingestão de álcool. • Elevação da GGT e dos níveis de enzimas hepáticas; frequentemente, Doença gordurosa não alcóolica do fígado • Caracterizada por gordura no tecido hepático (esteatose hepática), inflamação hepática associada à presença de gordura (nonalcoholic steatohepatitis - NASH ou esteatohepatite), cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. • Etiologia: • Distúrbios metabólicos (obesidade, diabetes mellitus, dislipidemias) • Medicamentos (antibióticos, antirretrorvirais, glicocorticoides, estrógenos, tamoxifeno) • Hepatite crônica C (genótipo 3-Esteatose hepática) • Nutrição parenteral. • Pacientes infectados pelo HIV frequentemente apresentam distúrbios metabólicos, tais como resistência à insulina e lipodistrofia, que são habitualmente associados à presença de NASH. Doença gordurosa não alcóolica do fígado • Associada a maior risco de doença cardíaca e diminuição de sobrevida na população geral. • O diagnóstico definitivo - biópsia hepática. • Suspeita clínica deve basear-se na presença de fatores preditivos associados a exames de imagem sugestivos de infiltração gordurosa hepática. • Não há tratamento específico. • Medidas gerais- modificação dos fatores de risco. Hiperplasia nodular regenerativa • Condição rara, • Múltiplos e pequenos nódulos regenerativos no parênquima hepático. • Em pacientes infectados pelo HIV – conhecida como doença hepática criptogênica. • Etiologia - pouco clara (o uso prolongado de ddI e trombofilia) • A HNR deve ser considerada em portadores do HIV com hipertensão portal de causa inaparente, especialmente naqueles em uso de ddI. Obrigada
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