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Questões Questão 1: CEBRASPE (CESPE) - Ana MPU/MPU/Apoio Jurídico/Direito/2018 Assunto: Partícula "se" Texto A impossibilidade de manter silêncio sobre um assunto é uma observação que pode ser feita a respeito de muitos casos de patente injustiça que nos enfurecem de um modo até difícil de ser capturado por nossa linguagem. Ainda assim, qualquer estudo sobre a injustiça também demanda uma enunciação clara e uma análise arrazoada. A necessidade de uma teoria da justiça está relacionada com a disciplina de argumentar racionalmente sobre um assunto. Afirma-se, às vezes, que a justiça não diz respeito à argumentação racional. É fácil ficar tentado a pensar nessa linha. Quando nos defrontamos, por exemplo, com uma alastrada fome coletiva, parece natural protestar em vez de raciocinar de forma elaborada sobre a justiça e a injustiça. Contudo, uma calamidade seria um caso de injustiça apenas se pudesse ter sido evitada, em especial se aqueles que poderiam ter agido para tentar evitá-la tivessem deixado de fazê-lo. Entre os requisitos de uma teoria da justiça inclui-se o de permitir que a razão influencie o diagnóstico da justiça e da injustiça. Amartya Sen. A ideia de justiça. Denise Bottmann e Ricardo D. Mendes (Trad.). São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (com adaptações). Julgue o próximo item, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto. Na forma “Afirma-se”, o emprego do pronome “se” indica que não existe um agente responsável pela ação de afirmar. Certo Errado Questão 2: CEBRASPE (CESPE) - Tec Enf (IHB DF)/IHB DF/2018 Assunto: Partícula "se" Texto CG2A1AAA A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava destinada a receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família. Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de matemática, e era o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus falou-me — escreveu depois — e convocou- me para servi-lo. Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles, praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais. Coisa que os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que aprendera. Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava comida, remédios, agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos estatísticos (sua vocação matemática enfim triunfou) mostrando que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas condições de saneamento. Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não havia, em sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas ela rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca mais deixou o quarto. É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra; mas havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence era Florence —, mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um livro sobre esse treinamento. Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis. Grande e estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao mundo pouco deve importar que sejam estranhas. Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com adaptações). Acerca dos aspectos linguísticos do texto CG2A1AAA, julgue o item. Nos trechos “Florence preparou-se” e “Florence entregou-se” , a partícula “se” classifica-se como pronome apassivador. Certo Errado Questão 3: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 Assunto: Partícula "se" Texto 6A3BBB Um elemento parece caracterizar a gestão pública brasileira contemporânea: a adoção de conceitos, discursos e práticas gerenciais típicas do mundo corporativo. Criatividade, postura empreendedora, inovação gerencial, gestão por resultados, contratos de gestão, gestão por competências são alguns dos termos e expressões que, paulatinamente, incorporam-se ao vocabulário cotidiano das diversas instâncias da gestão pública nacional. Influenciadas pela disseminação de concepções neoliberais, calcadas nas noções de Estado mínimo e gestão por resultados, as instituições públicas cada vez mais aparentam aderir à lógica de mercado, concebendo o cidadão como cliente e adotando novas políticas e práticas de gestão, conforme disseminadas na esfera privada. No Brasil, tal fenômeno ganhou espaço a partir do processo de redemocratização, nos anos 80 do século XX, alimentado pela difusão de discursos que enfatizam uma ampla crise da administração pública, cujo equacionamento demandaria novos paradigmas de gestão, capazes de superar as estruturas centralizadas, as hierarquias formais e os sistemas de controle tayloristas prevalentes. Em outros termos, acentuou-se a necessidade de superação dos tradicionais modelos de gestão pública, burocráticos e autocráticos, por meio da difusão de novos sistemas, mais democráticos, participativos e meritocráticos. Ademais, disseminou-se, na esteira do movimento em torno da qualidade total, a relevância de as organizações públicas considerarem com maior atenção seus clientes e outras partes interessadas, rompendo corporativismos e privilégios históricos. Mesmo reconhecendo-se que o objetivo das organizações vinculadas ao Estado não deveria ser o lucro, demandava-se maior eficiência e transparência quanto ao valor que, efetivamente, elas agregavam à sociedade. Nesse sentido, as organizações públicas se veem pressionadas a rever suas estruturas e dinâmicas de funcionamento, a fim de otimizarem seus processos e rotinas, assegurando melhor desempenho e resultados mais efetivos. Como resultante, a demanda por reformas no setor passou a constituir importante elemento da agenda política nacional, inserindo-se, de forma sistemática, nos discursos de lideranças e gestores públicos, que, cada vez mais, deveriam assumir um perfil empresarial e gerencial. Fátima B. de Oliveira; Anderson de S. Sant’Anna e Samir L. Vaz. Liderança no contexto da nova administração pública: uma análise sob a perspectiva de gestores públicos de MG e RJ. In: Revista de administração pública. Rio de Janeiro, 44(6):1453-75, nov.-dez./2010 (com adaptações). Considerando os aspectos linguísticos e os sentidos do texto 6A3BBB, julgue o item que se segue. Em “demandava-se” e “se veem pressionadas”, a partícula “se” recebe classificações distintas. Certo Errado Questão 4: CEBRASPE (CESPE) - 1º Ten (PM MA)/PM MA/Psicólogo/2018 Assunto: Partícula "se" Texto CG1A1AAA Encontradas principalmente nos embriões, mas também em alguns tecidos adultos como o adiposo, as células-tronco têm a capacidade de se transformar em células de diversos tipos. Embora a chamada plasticidade das embrionárias seja maior, os desafios éticos de pesquisas com esse tipo de células levaram a atençãode muitos cientistas às células-tronco adultas. Na virada do milênio, publicações científicas em periódicos importantes sugeriam que ambas teriam propriedades equivalentes. Esperava-se que, ao serem injetadas em órgãos danificados, como um coração infartado, as células-tronco adultas pudessem originar vasos sanguíneos e células cardíacas. Teve início, então, uma série de ensaios clínicos — testes em pessoas —, que foram amplamente noticiados. Hoje, sabe-se que as células-tronco adultas não são tão versáteis quanto prometiam. Os resultados dos ensaios não foram animadores. Mas isso não significa que tenham sido descartadas como possível tratamento ou que os esforços tenham sido desperdiçados. Na ciência, o negativo também é um resultado; mesmo que não renda prêmios ou resulte em publicações, contribui para o avanço do conhecimento. Alexandra Ozorio de Almeida. Dois passos para trás, um para frente. In: Revista Pesquisa Fapesp, 260.ª ed., out./2017, p. 7 (com adaptações). Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto CG1A1AAA, julgue o item que se segue. Dado o emprego da partícula “se”, em “Esperava-se” e “sabe-se", é impossível determinar de modo preciso quem esperava “que (...) as células-tronco adultas pudessem originar vasos sanguíneos e células cardíacas” e quem sabe “que as células-tronco adultas não são tão versáteis quanto prometiam”. Certo Errado Questão 5: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2018 Assunto: Partícula "se" Texto CB1A1BBB Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros casos. (...) Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que há de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo. Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas. De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa- vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como é então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente? Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação. Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a eternidade do amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar à vontade. Não as matem, pelo amor de Deus. Lima Barreto. Não as matem. In: Vida urbana. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 83-5 (com adaptações). Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB1A1BBB, julgue o item que se segue. O vocábulo se recebe a mesma classificação em “se julgam” e “se castigam”. Certo Errado Questão 6: CEBRASPE (CESPE) - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018 Assunto: Partícula "se" Texto CB4A1AAA As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance social das liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua solução depende de uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem condições de promoção de justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da ação comunicativa, na qual a fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação pode enfraquecer a qualidade da democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por consequência, desdobramentos sociais injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos variados para a solução da injustiça, os quais dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito de justiça. Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013 (com adaptações). A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item. Nos trechos “se debruçaram” e “se chegar” , a partícula “se” recebe classificações distintas. Certo Errado Questão 7: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2017 Assunto: Partícula "se" Texto O ano de 1881 foi dos mais significativos e importantes para a ficção no Brasil, pois que nele se publicaram as Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (saídas na Revista Brasileira, no ano anterior) e O Mulato, de Aluísio Azevedo. Com estes livros se encerrava a indecisão da década de setenta, e tomavam corpo duas das tendências nela delineadas, a da análise, prenunciada nos primeiros trabalhos do próprio Machado de Assis, e a naturalista, prefigurada principalmente pelo Coronel Sangrado, de Inglês de Sousa, e por Um Casamento no Arrabalde, de Franklin Távora. A terceira, a regionalista, só um pouco depois ganharia feição mais nítida. No momento, impressionou muito mais a novidade do Mulato — sob muitos aspectos ainda tão preso às deformações românticas — do que a do Brás Cubas, muito mais completa e audaciosa. É que aquele não só trazia um rótulo em moda, como, parecendo revolucionário e de fato o sendo pelo tema, continuava a velha linha nacional de romances que encontravam na descrição de costumes o seu centro de gravidade; foi por isso mais facilmente entendido e admirado. Pelos livros de Zola e Eça de Queirós, estavam o meio intelectual e o público que lia preparados para receber afinal uma obra naturalista brasileira, que na verdade se fazia esperar, ao passo que nada os habituara de antemão à nova maneira de Machado de Assis, já que nenhum crítico vislumbrara as sondagens psicológicas escondidas sob os casos sentimentais que até então de preferência contara. Toda a gente se deslumbrou — ou se escandalizou — com O Mulato, sem perceber que o espírito de inovação e de rebeldia estava mais nas Memórias Póstumas de Brás Cubas. Aqui, ousadamente, varriam-se de um golpe o sentimentalismo, o moralismo superficial, a fictícia unidade da pessoa humana, as frases piegas, o receio de chocar preconceitos, aconcepção do predomínio do amor sobre todas as outras paixões; afirmava-se a possibilidade de construir um grande livro sem recorrer à natureza, desdenhava-se a cor local, colocava-se um autor pela primeira vez dentro das personagens; surgiam afinal homens e mulheres, e não brasileiros, ou gaúchos, ou nortistas, e — last but not least — patenteava-se a influência inglesa em lugar da francesa, introduzia-se entre nós o humorismo. A independência literária, que tanto se buscara, só com este livro foi selada. Independência que não significa, nem poderia significar, autossuficiência, e sim o estado de maturidade intelectual e social que permite a liberdade de concepção e expressão. Criando personagens e ambientes brasileiros — bem brasileiros —, Machado não se julgou obrigado a fazê-los pitorescamente típicos, porque a consciência da nacionalidade, já sendo nele total, não carecia de elementos decorativos. Aquilo que reputava indispensável ao escritor, “certo sentimento íntimo que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço”, ele o possuiu inteiramente, com uma posse tranquila e pacífica. E por isso pôde — o primeiro entre nós — ser universal sem deixar de ser brasileiro. Todas essas qualidades, das quais algumas já se haviam delineado nos livros anteriores do seu autor, fizeram das Memórias Póstumas de Brás Cubas um acontecimento literário de imenso alcance. Tanto no presente como no passado alterava o nosso panorama literário, porque exigia a revisão de valores que, segundo T. S. Eliot, se dá cada vez que surge uma obra realmente nova. Aplicando ao restrito patrimônio das letras brasileiras a fórmula empregada um plano muito mais vasto pelo crítico inglês, podemos dizer que o aparecimento do Brás Cubas modificou a ordem estabelecida. (...) Descontada a parte do coeficiente pessoal — sem dúvida a mais importante — a obra de Machado de Assis revela que já possuíamos, no fim do Segundo Reinado, um organismo social melhor definido do que faria supor a confusão reinante nos domínios literários entre o indivíduo e o meio físico ou o clã a que pertencia. (...) Abandonando os episódios sentimentais a que até esse momento mais ou menos se ativera, instalando-se no íntimo de suas criaturas, Machado de Assis descobriu seres cujas reações especificamente brasileiras não contrariavam o caráter mais larga e profundamente humano. E, entretanto — tais são os erros de perspectiva dos contemporâneos —, o que a todos pareceu novidade completa foi O Mulato, que inaugurava muito mais uma maneira literária do que um ângulo de visão diferente. O movimento naturalista a que deu início empolgaria os escritores, marcaria com o seu sinete não apenas o decênio que começava, mas também em boa parte o que se lhe seguiria, enquanto que, na época, só Raul Pompéia se deixaria seduzir pelas análises praticadas no Brás Cubas. Havia, porém, nesses dois livros de índole tão diversa, um traço comum: em ambos triunfava a observação. Lúcia Miguel Pereira. História da literatura brasileira – Prosa de ficção – de 1870 a 1920. Rio de Janeiro: José Olympio/INL, 1973, 3.a ed., p. 53-5 (com adaptações). Com relação a aspectos gramaticais do texto, julgue o item que se segue. Os sujeitos das formas verbais “varriam-se” e “afirmava-se” estão elípticos, e seu referente é a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas. Certo Errado Questão 8: CEBRASPE (CESPE) - AGE (SEDF)/SEDF/Tecnologia da Informação/2017 Assunto: Partícula "se" Texto CB1A1AAA Da pedagogia tradicional à pedagogia nova O fim do século XIX e o início do XX são marcados pela passagem da pedagogia tradicional para a pedagogia nova. A pedagogia tradicional, portadora dos costumes dos séculos passados, define-se como uma prática de saber-fazer conservadora, prescritiva e ritualizada, e como uma forma que respeita e perpetua o método de ensino do século XVII. Essa tradição, baseada na ordem, foi levada ao extremo no século XIX, no período dito de “ensino mútuo”, que corresponde à Revolução Industrial. A pedagogia tradicional é caracterizada pela preocupação com a eficiência sempre maior, inspirada no modelo econômico dominante, e pelo impulso da educação popular, isto é, o aparecimento de enormes grupos-classes, implicando uma organização global extremadamente detalhada. Entretanto, no início do século XX, a pedagogia tradicional foi contestada pela Escola Nova. A pedagogia nova se constitui como oposição estreita à tradição: concentração da atenção na criança, suas afinidades e seus campos de interesse; definição do docente como guia etc. A pedagogia nova se opõe a uma pedagogia tradicionalmente centrada no mestre e nos conteúdos a transmitir. C. Gauthier e M. Tardif. A pedagogia – Teorias e práticas da Antiguidade aos nossos dias. 2.ª ed. Editora Vozes, 2013, p. 175 (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA, julgue o seguinte item. Nos segmentos “A pedagogia nova se constitui como oposição” e “A pedagogia nova se opõe”, o pronome “se” desempenha a mesma função sintática. Certo Errado Questão 9: CEBRASPE (CESPE) - MGE (SEDF)/SEDF/2017 Assunto: Partícula "se" Texto É preciso considerar a relação entre universidade e cultura. Quais são as condições de preservação, de apropriação da cultura, e de reflexão crítica sobre ela? Mesmo um diagnóstico superficial da época em que vivemos é suficiente para mostrar a precariedade dessas condições. O ritmo do tempo histórico é marcado pelo círculo produção e consumo, até mesmo daquilo que entraria na categoria dos “bens culturais”. Os fatores de desagregação cultural incluem o imediatismo e o caráter efêmero e disperso dos interesses que os indivíduos são encorajados a cultivar, a fragmentação e a distorção da informação, a mercantilização extremada dos meios de comunicação. Os acessos ao mundo da cultura são cada vez mais intensamente submetidos a mecanismos industriais, sem que se assuma qualquer medida no sentido de garantir acesso efetivamente democrático. A universidade pública é uma instância em que se pode resistir, de alguma maneira e por algum tempo, a esse processo, sendo a instituição em que a cultura pode ser considerada sem as regras do mercado e sem os critérios de utilidade e oportunidade socialmente introjetados a partir da mídia. Para que a disseminação pública da cultura fuja a determinações pragmáticas e economicistas, é necessário um espaço público de preservação, de apropriação e de reflexão. As atividades que aí se desenvolvam não se podem subordinar a critérios da expectativa de retorno de investimento. Por isso, a universidade, como instituição pública, pode assumir a função de garantir o efetivo caráter público de que, em princípio, se revestem os bens de cultura historicamente legados ao presente. Faz parte da autonomia da universidade pública essa relação intrínseca com a cultura, que permite que o acesso não seja filtrado por mecanismos de outras instâncias da vida social. É essa publicidade desinteressada da cultura — que só na instituição pública pode-se articular em algum grau — que garante o conhecimento, a apropriação intelectual, a reflexão, a crítica e o debate. Franklin Leopoldo e Silva. Universidade pública e cultura. In: Estudos Avançados, v. 15, n.º 42, São Paulo (com adaptações). Julgue o próximo item, referente a aspectos linguísticos do texto e à sua tipologia. Seria mantida a correção gramatical do texto caso a partícula “se”, no trecho “em princípio, se revestem”, fosse suprimida. Certo Errado Questão 10: CEBRASPE (CESPE) - AJ TRF1/TRF 1/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017 Assunto: Partícula "se" Texto 4A2AAA O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer as operações de circulação, compra e venda de mercadorias; e, ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade de localizações, paisagens, topografias físicas e simbólicasque são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil. Hoje, podemos talvez acrescentar que a cidade se torna o lugar do consumismo e do consumismo de lugar. O que isso quer dizer e que implicações isso tem para o compartilhamento da cidade como espaço público? Sabemos que a cidade é o lugar preferencial da realização do consumismo de bens. Mas, também, vale dizer que, com o advento do urbanismo competitivo, é o lugar do consumismo de lugares, por meio das dinâmicas da cidade-espetáculo, dos megaeventos e do esforço de venda de imaginadores urbanos com suas obras fundadas em um culturalismo de mercado. O planejamento estratégico do urbanismo de mercado propõe-se, na atualidade, a realizar um esforço de venda macroeconômico dos lugares, o que faz do consumismo de lugares um modo particular de articulação entre o rentismo imobiliário e a competição interurbana por capitais. Para isso concorre o consumismo publicitário privatizante dos espaços da cidade. Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da espacialidade das empresas nas cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os recursos não mercantis não veem seu papel diminuir, mas, ao contrário, se afirmar e se estender nas economias avançadas e concorrenciais”. Isso é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo direito ao espaço público nas cidades. Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por apropriação dos recursos urbanos apresentam forte potencial de politização, seja na busca de acesso equânime a ambientes saudáveis, seja na eliminação de controles policiais discriminatórios. Para Abba Lerner, Prêmio Nobel de Economia de 1954, toda transação econômica realizada é um conflito político resolvido. Inversamente, podemos sustentar que toda disputa pelos recursos não mercantis das cidades — saúde e saneamento, mobilidade, meio ambiente, segurança — não redutível a relações de compra e venda configura conflitos políticos em potencial. Henri Acselrad. Cidade – espaço público? A economia política do consumismo nas e das cidades. In: Revista UFMG, v. 20, n.º 1, jan.–jun./2013, p. 234-247 (com adaptações). A respeito dos aspectos linguísticos do texto 4A2AAA, julgue o item que se segue. O termo “bens não mercantis em disputa” exerce a função de sujeito da oração em que ocorre e é o referente do pronome “se”, em “Tratando-se”. Certo Errado Questão 11: CEBRASPE (CESPE) - AG (TCE-PE) /TCE-PE/Administração/2017 Assunto: Partícula "se" O princípio constitucional da eficiência exige do administrador público não apenas a execução de políticas públicas, mas, acima de tudo, a valorização do bem comum, com menos esforço, com menos custo e com melhores resultados. Assim, caminha-se em direção ao controle do mérito das atividades governamentais. Quando se anula um contrato ou se edita medida preventiva, impedindo-se a sua consumação por ser antieconômica, afirma-se que os benefícios decorrentes do projeto ou da ação governamental não justificam os custos. Anula-se, em outras palavras, por má gestão administrativa. À medida que se fiscaliza, se orienta e se previne, sobram mais recursos públicos; consequentemente, quem ganha é a sociedade, em especial os menos favorecidos. É consensual que uma administração pública moderna, orientada por princípios de racionalidade, deve iniciar o seu controle na própria atuação de seus agentes públicos. Daí a importância do controle da utilização de valores públicos, para extinguir práticas ilegais e evitar o desperdício de recursos que, por serem escassos, devem ser geridos criteriosamente, de forma a deles se tirar o máximo de utilidade com o mínimo de sacrifício para a coletividade. Idem. Ibidem. Julgue o item, relativo a aspectos linguísticos e às ideias do texto precedente. No segundo parágrafo, a partícula “se”, em todas as suas ocorrências, foi empregada para indeterminar o sujeito das orações em que ocorre. Certo Errado Questão 12: CEBRASPE (CESPE) - AG (TCE-PE) /TCE-PE/Julgamento/2017 Assunto: Partícula "se" O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais importantes alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que o ser humano se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação. A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. “Nascer sabendo” é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais nasce pronto, mais refém alguém se torna do que já sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. Um bom livro não é aquele que, quando encerramos sua leitura, deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não queríamos que terminasse? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue? Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. Diante dessa realidade, deve-se questionar a ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando... Isso não ocorre com gente, e, sim, com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano em que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada.); o mais velho de mim (se é o tempo a medida.) está no meu passado, e não no presente. Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”... Mario Sérgio Cortella. Não nascemos prontos! Provocações filosóficas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006, p. 11-13 (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item. No trecho “rendendo-se”, o pronome “se” indica que o sujeito dessa forma verbal é indeterminado. Certo Errado Questão 13: CEBRASPE (CESPE) - Tec CS (DPU)/DPU/Jornalismo/2016 Assunto: Partícula "se" Texto para o item. No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no século XVI. O surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já dava início a situações em que constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das demandas. A partir de então, a chamada assistência judiciária praticamente evoluiu junto com o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela passou a ser garantida nas cartas constitucionais. No século XX, o texto constitucional de 1934, no capítulo II, “Dos direitos e das garantias individuais”, em seu art. 113, fez menção a essa proteção, ao prever que “A União e os estados concederão aos necessitados assistência judiciária, criando para esse efeito órgãos especiais e assegurando a isenção de emolumentos, custas, taxas e selos”. Por sua vez, a Constituição de1946 previu, no mesmo capítulo que a de 1934, em seu art. 141, § 35, que “O poder público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos necessitados”. A lei extravagante veio em 1950, materializada na Lei n.º 1.060, que especifica normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados. No art. 4.º dessa lei, havia menção ao “rendimento ou vencimento que percebe e os encargos próprios e os da família” e constava a exigência de atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial ou pelo prefeito municipal. Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples afirmação (da pobreza), ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova redação a dispositivos da Lei n.º 1.060/1950. Em 1988, a Carta Cidadã ampliou o escopo da assistência judiciária ao empregar o termo assistência jurídica integral e gratuita, que é mais abrangente e que abarca o termo usado anteriormente, restrito apenas à assistência de demanda judicial já proposta ou a ser interposta. O termo atual também engloba atos jurídicos extrajudiciais, aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de ações coletivas e mediação. Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que uma lide judicial impõe, mas necessita da imediata prestação jurisdicional, pode, mediante simples afirmativa, postular as benesses dessa prerrogativa, garantida pela Constituição Federal vigente. Uma história para a gratuidade jurídica no Brasil. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações) Ainda a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsecutivo. Em “as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das demandas”, a partícula “se” foi empregada no sentido de umas às outras. Certo Errado Questão 14: CEBRASPE (CESPE) - TA (ANVISA)/ANVISA/2016 Assunto: Partícula "se" Texto para o item Ao combater a febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre amarela era um mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método então tradicional no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular. Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida. O congresso protestou e foi organizada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popular e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O governo derrotou a rebelião, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina. Oswaldo Cruz acabou vencendo a batalha. Em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro. Em 1908, uma epidemia de varíola levou a população aos postos de vacinação. O Brasil finalmente reconhecia o valor do sanitarista. Osvaldo Cruz. Internet: <http://portal.fiocruz.br/ptbr/content/oswaldo-cruz> (com adaptações). Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto, julgue o item. O termo “se” é um pronome apassivador e, caso sua colocação fosse alterada de proclítica — como está no texto — para enclítica — que a doença transmitia- se —, essa alteração incorreria em erro gramatical. Certo Errado Questão 15: CEBRASPE (CESPE) - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Planejamento/Economia/2016 Assunto: Partícula "se" Texto CB1A1BBB Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que estouraram o limite de gastos com pessoal fixado pela Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria legislação destinada a assegurar, como alegam, maior rigor na gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de responsabilidade fiscal para, segundo argumentam, fortalecer a estrutura legal que protege o dinheiro público do mau uso por gestores irresponsáveis. Examinando-se a situação financeira dos estados que preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000, quando entrou em vigor a LRF, esses estados, como os demais, estão sujeitos a regras precisas para a gestão do dinheiro público, para a criação de despesas e, em particular, para os gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido algumas dessas regras, estariam interessados em torná-las ainda mais rigorosas? Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem nas condições atuais esses responsáveis estão sendo capazes de cumpri-la? O problema não está na lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la mais rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade que a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade do setor público de adaptar suas despesas às receitas em queda por causa da crise. Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adaptações). Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, julgue o seguinte item. A conjunção “se” introduz uma oração interpretada como a condição para tornar a LRF mais rigorosa. Certo Errado Questão 16: CEBRASPE (CESPE) - TA (ANVISA)/ANVISA/2016 Assunto: Partícula "se" Texto para o item Os medicamentos dividem-se em duas categorias: medicamentos de referência e medicamentos genéricos. Os de referência são desenvolvidos e comercializados por determinado laboratório farmacêutico, público ou privado, enquanto seus genéricos são produzidos por outros laboratórios, geralmente após o fim da patente exclusiva. Do ponto de vista de médicos e pacientes, não importa se os medicamentos são de referência ou genéricos, eles devem ser eficientes, conter as doses do princípio químico ativo exatamente como divulgado na caixa, e ser livres de impurezas tóxicas. Para farmácias, hospitais e órgãos governamentais, ambos devem ser estáveis e suportar armazenamento em condições normais. Além disso, espera-se que os genéricos sejam bem mais baratos. Os genéricos, que, de início, aderiam a todos os preceitos citados, adquiriram fama e distribuição ampla em todo o mundo. Milhões de pessoas com baixo poder aquisitivo tiveram acesso a medicamentos pela primeira vez. No entanto, estudos e escândalos têm alertado a comunidade médica para o risco da disseminação descontrolada de medicamentos de qualidade questionável. Um dos perigos desse comércio ilícito, além dos maus-tratos aos doentes, é a difamação dos genéricos. Riad Younes. Genéricos de má fama. In: CartaCapital,13/4/2014. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações). Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto, julgue o próximo item. A oração “que os genéricos sejam bem mais baratos” funciona como o complemento da forma verbal “espera-se”, na qual o sujeito é indeterminado pela partícula “se”. Certo Errado Questão 17: CEBRASPE (CESPE) - AFCE (TCE-SC)/TCE-SC/Controle Externo/Informática/2016 Assunto: Partícula "se" Texto CB2A2BBB O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do interesse público. Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um órgão ou entidade pública que está “completa, inteira, perfeita, sã”, no sentido de uma atuação que seja imaculada ou sem desvios, conforme as normas e valores públicos. De acordo com a Organização paraCooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a integridade é mais do que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos que, em última análise, influenciam os resultados da administração, e não apenas seus processos. Além disso, a OCDE compreende um sistema de integridade como um conjunto de arranjos institucionais, de gerenciamento, de controle e de regulamentações que visem à promoção da integridade e da transparência e à redução do risco de atitudes que violem os princípios éticos. Nesse sentido, a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas para estimular e reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e outros desvios dentro de determinada organização. Internet: <www.cgu.gov.br> (com adaptações). Ainda com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A2BBB, julgue o item subsequente. O sujeito da oração iniciada por “Entende-se” é indeterminado. Certo Errado Questão 18: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRE GO/TRE GO/Administrativa/"Sem Especialidade"/2015 Assunto: Partícula "se" O Decreto n.º 1 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, primeiro Código Eleitoral pátrio, instituiu a justiça eleitoral no Brasil, com funções contenciosas e administrativas. Eram seus órgãos: um Tribunal Superior (de justiça eleitoral — o decreto não menciona justiça eleitoral), na capital da República; um tribunal regional, na capital de cada estado, no DF e na sede do governo do território do Acre, além de juízes eleitorais nas comarcas e nos distritos. O Tribunal Superior — de justiça eleitoral — com jurisdição em todo o território nacional, compunha-se de oito membros efetivos e oito substitutos, e era presidido pelo vice- presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). A ele se somavam dois membros efetivos e dois substitutos, sorteados dentre os ministros do STF, além de dois efetivos e dois substitutos, sorteados dentre os desembargadores da Corte de Apelação do DF. Por fim, integravam a Corte três membros efetivos e quatro substitutos, escolhidos pelo chefe do governo provisório dentre quinze cidadãos, indicados pelo STF, desde que atendessem aos requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral. Dentre seus membros, elegia o Tribunal Superior, em escrutínio secreto, por meio de cédulas com o nome do juiz e a designação do cargo, um vice-presidente e um procurador para exercer as funções do Ministério Público, tendo este último a denominação de procurador-geral da justiça eleitoral. Em relação a esse cargo, nota-se uma peculiaridade, à época da criação do Tribunal Superior: o procurador-geral da justiça eleitoral não era o procurador-geral da República, mas sim um membro do próprio tribunal. As formas de composição do TSE: de 1932 aos dias atuais. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação, 2008, p. 11. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações). Com referência às estruturas linguísticas do texto, julgue o item a seguir. A correção gramatical do texto seria preservada caso se pospusesse, o pronome “se” à forma verbal “somavam”, da seguinte forma: somavam-se. Certo Errado Questão 19: CEBRASPE (CESPE) - TEFC (TCU)/TCU/Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Administrativa/2015 Assunto: Partícula "se" Nas sociedades antigas, tanto as leis quanto os códigos eram considerados expressões da vontade divina, revelada mediante a imposição de legisladores que dispunham de privilégios dinásticos e de uma legitimidade garantida pela casa sacerdotal. As leis eram objeto de respeito e veneração, e, por serem asseguradas por sanções sobrenaturais, dificilmente o homem primitivo questionava sua validez e sua aplicabilidade. Escreve H. Summer Maine que algumas experiências societárias, ao permitirem o declínio do poder real e o enfraquecimento de monarcas hereditários, acabaram por favorecer a emergência de aristocracias, depositárias da produção legislativa, com capacidade de julgar e de resolver conflitos. Aquele momento inicial de um direito sagrado e ritualizado, expressão das divindades, desenvolveu-se na direção de práticas normativas consuetudinárias. À época do direito consuetudinário, largo período em que não se conheceu a invenção da escrita, uma casta, ou aristocracia, investida do poder judicial, era o único meio que poderia conservar, com algum rigor, os costumes da raça ou da tribo. O costume aparece como expressão da legalidade, de forma lenta e espontânea, instrumentalizada pela repetição de atos, usos e práticas. A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas à compilação de costumes tradicionais, proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram melhores depositários do direito e meios mais eficazes para conservá-lo que a memória de certo número de pessoas, por mais força que tivessem em função de seu constante exercício. Esse direito antigo, tanto no Oriente quanto no Ocidente, não diferenciava, na essência, prescrições civis, religiosas e morais. Somente em tempos mais avançados da civilização é que se começou a distinguir o direito da moral e a religião do direito. Certamente, de todos os povos antigos, foi com os romanos que o direito avançou para uma autonomia diante da religião e da moral. Antônio C. Walker. O direito nas sociedades primitivas. In: Antônio C. Walker (Org.) Fundamentos de história do direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 19-20 (com adaptações). Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item. Tanto em “desenvolveu-se” quanto em “Constata-se”, a partícula “se” desempenha a mesma função sintática. Certo Errado Questão 20: CEBRASPE (CESPE) - TJ STJ/STJ/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2015 Assunto: Partícula "se" O termo justiça expressa o que se faz conforme o direito ou segundo as regras prescritas em lei. Desse modo, o termo justiça como conformidade da conduta a uma norma é empregado para julgar o comportamento da pessoa humana diante de uma norma, seja esta moral, seja de direito natural ou de direito positivo. Já o termo justiça como eficiência de uma norma (ou de um sistema de normas), no sentido de se possibilitar as relações entre os homens, é empregado para julgar a própria norma que regula o comportamento humano. Carlos Henrique Bezerra Leite et al. A validade e a eficácia das normas jurídicas. (Coord. Renan Lotufo). Barueri/SP: Manole, 2005, p. 7 (com adaptações). Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto A validade e a eficácia das normas jurídicas, julgue o item a seguir. No primeiro período do texto, a partícula “se” é empregada para realçar o que está sendo afirmado nesse período. Certo Errado Questão 21: CEBRASPE (CESPE) - Assist (FUB)/FUB/Administração/2015 Assunto: Partícula "se" A autonomia da universidade, requisito para a realização da ideia de universalidade, não significa que a instituição se afasta do contexto social no qual está inserida. A independência, como distanciamento crítico, possibilita, ao contrário, que esse contexto possa ser pensado como um polo de relações que não se confunde com qualquer conjunto de interesses particulares, sejam eles mercadológicos, empresariais ou políticos. O afastamento ocorreria precisamente se a universidade servisse imediatamente a determinados interesses, com exclusão de todos os outros que integram uma sociedade complexa e contraditória. Idem, ibidem. Em relação ao fragmento de texto acima, julgue o item subsequente. O termo “se” é de natureza condicional. Certo Errado Questão 22: CEBRASPE (CESPE) - TJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Programação de Sistemas/2015 Assunto: Partícula "se" Texto para o item. Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos familiares e da violência doméstica assistem a situações de violência extrema, marcadas pelo abuso das relações de afeto e parentesco, pela deslealdadenas relações íntimas de afeto e confiança. A violência doméstica exclui e segrega os integrantes da família, pois as vítimas são muitas vezes consideradas responsáveis pelas agressões que sofrem. É a mulher agredida quem “gosta de apanhar”, é a criança espancada quem “provoca” os pais. Obviamente os membros da família ficam apavorados diante da possibilidade da agressão e da exclusão e temem pela própria vida quando dependem da família para sobreviver emocional ou materialmente. Assim, todos são atingidos pela agressão a um deles dirigida. Importa destacar que a violência intrafamiliar pode se dar tanto de forma omissiva, pela ausência de cuidados necessários ao desenvolvimento do indivíduo, de alimentação regular e abrigo, quanto comissiva, pela prática de atos que violam a liberdade e a integridade física e psíquica da vítima, agressões físicas ou verbais. Esses atos são capazes de gerar sentimento de insegurança nos membros da família. No âmbito doméstico, as agressões decorrem da vontade de dominar e subjugar o mais fraco, da luta por poder dentro de casa. A maior parte dos ataques tem motivos banais, como o espancamento de mulheres que se recusam a preparar o almoço ou a esquentar a comida dos companheiros, ou, como no caso das crianças, o choro excessivo. O processo judicial restaura a verdade dos fatos. O agressor é sentado no banco dos réus e é tratado como tal. A vítima tem o direito de expor a dor, o sofrimento e exigir a reparação devida. Muitas vezes não se persegue o encarceramento do agressor, mas apenas a responsabilização pelos atos, de natureza cível ou criminal. O juiz observa as partes com os olhos da lei, da equidade, da justiça. A justiça analisa tais casos dia após dia, noite após noite, e os diversos agentes envolvidos no amparo e proteção às vítimas desenvolvem sensibilidade especial para o tema. E, movidos pela empatia com os mais fracos nas relações sociais e familiares, buscam ajudar a restabelecer a linguagem de respeito entre os membros da comunidade familiar, propiciando o resgate dos sentimentos que a mantêm coesa e saudável. Theresa Karina de Figueiredo Gaudêncio Barbosa. Paz em casa. In: Correio Braziliense, 26/2/2015 (com adaptações). Acerca dos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item seguinte. Em “não se persegue”, a partícula “se” está empregada como um recurso para indeterminar o sujeito. Certo Errado Questão 23: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (MTE)/MTE/2014 Assunto: Partícula "se" Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando, andando, até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns instantes, enfiou depois pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em um Café. Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha medo de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo. Machado de Assis. A carteira. In: Obra completa de Machado de Assis, vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994 Julgue o item subsequente, referente às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima. O termo “se”, na linha 3 e na linha 5, pertence à mesma classe gramatical. Certo Errado Questão 24: CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2014 Assunto: Partícula "se" A correspondência de Mário de Andrade é uma das fontes sobre os sentimentos que abateram a intelectualidade paulista, sobretudo no trauma de 1932, quando São Paulo foi invadido por tropas federais, que ocuparam a capital e se alastraram pelo interior (“Disputam esfomeadamente a presa sublime, e desgraçadamente está certo, essa é a lei dos homens. Dos homens selvagens.”, desabafa Mário em carta a Paulo Duarte). As consequências dos expedientes da ditadura abateram um estado cujos habitantes eram considerados por Mário como “diferentes mesmo”. O que se fizesse naquele estado, apostava, se irradiaria como política e como orientação pelo país, uma reedição, por via da cultura, do velho slogan: “São Paulo, a locomotiva puxando os vagões”. “Minha pátria é São Paulo. E isso não me desagrada.”, confessa o poeta paulista a Drummond no calor de um conflito que os encontrou em lados opostos. Drummond já estava na chefia de gabinete do secretário de Interior e Justiça de Minas Gerais, aliado ao poder central naquele momento, e Mário era partidário da causa da Revolução Constitucionalista de 1932. O paulista sabia que estava acometido de um estado extraordinário de mobilização, frustração e abatimento, como revela o seguinte trecho de carta a Drummond. “Você, Carlos, perdoe um ser descalibrado. Este é o castigo de viver sempre apaixonadamente a toda hora e em qualquer minuto, que é o sentido da minha vida. No momento, eu faria tudo, daria tudo pra São Paulo se separar do Brasil. Não meço consequências, não tenho doutrina, apenas continuo entregue à unanimidade, apaixonadamente entregue... Helena Bomeny. Um poeta na política – Mário de Andrade, paixão e compromisso. 1.ª ed., Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012, p. 71-2 (com adaptações). No que concerne a aspectos gramaticais do texto acima, julgue (C ou E) o próximo item. Com base na prescrição gramatical, pode-se classificar a partícula “se”, no trecho “se irradiaria como política e como orientação pelo país” , tanto como apassivadora quanto como reflexiva; no entanto, ao se considerar a relação entre esse segmento e a expressão metafórica ‘a locomotiva puxando os vagões’, a opção recai na classificação do verbo como pronominal. Certo Errado Questão 25: CEBRASPE (CESPE) - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Área VIII/Consultor Legislativo/2014 Assunto: Partícula "se" O calor infernal nas regiões Sul e Sudeste no começo do ano parece um evento singular. Uma breve retrospectiva da história do planeta nos últimos anos, contudo, mostra que esses episódios estão se tornando cada vez mais comuns. Sem dúvida alguma, haverá outras ondas de calor tão fortes quanto essa ou maiores que ela ao longo das próximas décadas. Esses são os chamados “eventos extremos”. Nesse rótulo se enquadram a ampliação do número de furacões por temporada, as secas na Amazônia, as ondas de calor e os alagamentos, entre outros. O aumento da frequência dos eventos extremos é o principal sintoma das mudanças climáticas — que vão muito além do calor. É o que cientistas afirmam há anos. Pode parecer paradoxal, mas os modelos climáticos explicam como o aumento médio de temperatura da Terra leva a invernos mais rigorosos. Sobre o Polo Norte, existe o que os cientistas chamam de vórtice polar. É um ciclone permanente que fica ali, girando. Em sua força normal, ele segura as frentes frias nessas altas latitudes. Entretanto, com a temperatura da Terra cada vez mais alta, existe uma tendência de que o vórtice polar se enfraqueça. Assim, as frentes frias, antes fortemente presas naquela região, dissipam-se para latitudes mais baixas, o que faz com que o frio polar chegue aos Estados Unidos da América, por exemplo. Mudança climática não é sinônimo puro e simples de aumento da temperatura média da Terra. Outros processos, que envolvem a possível savanização da Amazônia, o aumento dos desertos e o deslocamento das regiões mais propícias para a agricultura,também estão inclusos no pacote. Salvador Nogueira. Clima extremo. In: Superinteressante, mar./2014 (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir. No trecho “dissipam-se para latitudes mais baixas”, a partícula “se” tem função apassivadora. Certo Errado Questão 26: CEBRASPE (CESPE) - Med (CEF)/CEF/2014 Assunto: Partícula "se" Campos achava grande prazer na viagem que íamos fazendo em trem de ferro. Eu confessava-lhe que tivera maior gosto quando ali ia em caleças tiradas a burros, umas atrás das outras, não pelo veículo em si, mas porque ia vendo, ao longe, cá embaixo, aparecer a pouco e pouco o mar e a cidade com tantos aspectos pinturescos. O trem leva a gente de corrida, de afogadilho, desesperado, até a própria estação de Petrópolis. E mais lembrava as paradas, aqui para beber café, ali para beber água na fonte célebre, e finalmente a vista do alto da serra, onde os elegantes de Petrópolis aguardavam a gente e a acompanhavam nos seus carros e cavalos até a cidade; alguns dos passageiros de baixo passavam ali mesmo para os carros onde as famílias esperavam por eles. Campos continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro, como prazer e como vantagem. Só o tempo que a gente poupa! Eu, se retorquisse dizendo- lhe bem do tempo que se perde, iniciaria uma espécie de debate que faria a viagem ainda mais sufocada e curta. Preferi trocar de assunto e agarrei-me aos derradeiros minutos, falei do progresso, ele também, e chegamos satisfeitos à cidade da serra. Machado de Assis, Memorial de Aires. RJ. Ed. Nova Aguilar. 1994 (com adaptações). Acerca dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o seguinte item. No trecho “Eu, se retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde” (7-8), a partícula “se” recebe classificação distinta em cada ocorrência. Certo Errado Questão 27: CEBRASPE (CESPE) - Ana MPU/MPU/Apoio Jurídico/Direito/2013 Assunto: Partícula "se" Nenhum problema da ética ou da filosofia do direito é tão difícil e complexo como o da justiça, e múltiplas são as razões para isso. Em primeiro lugar, a justiça é, ao mesmo tempo, uma ideia e um ideal, pois, se ela jamais se realizasse, ao contrário de se manifestar concretamente como um dos momentos necessários e mais altos da vida humana, seria mera suposição, uma quimera não merecedora de nossa constante atenção. Todavia, por maiores que sejam os obstáculos opostos ao nosso propósito de desvendá-la, e mesmo quando proclamamos desconsoladamente a impossibilidade de chegar até ela pelas vias da razão, não desaparece nossa aspiração de que haja atos justos que dignifiquem a espécie humana. É que, ainda que não consigamos defini- la, não podemos viver sem ela. Por outro lado, a justiça nunca se põe como um problema isolado, porque sempre se acha em essencial correlação com outros da mais diversa natureza, dos filosóficos aos religiosos, dos sociais aos políticos, dos morais aos jurídicos. Nem podia ser de outra forma, em se tratando de uma das questões basilares da história, a qual não pode ser vista segundo uma continuidade linear, devendo ser vista como o desenrolar de ciclos culturais diferentes, com diversificadas conjunturas histórico-culturais. Ora, cada ciclo ou conjuntura histórico-cultural tem sua experiência da justiça, a sua maneira própria de realizá-la in concreto, o que leva à conclusão de que, em vez de indagar acerca de uma ideia universal de justiça, melhor será tentar configurar, no plano concreto da ação, o que sejam atos justos. Miguel Reale. Variações sobre a justiça (I). In: O Estado de S.Paulo, 4/8/2001. Internet: <http://home.comcast.net> (com adaptações). Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a seguir. No terceiro parágrafo, a partícula “se” é empregada, em ambas as ocorrências, como índice de indeterminação do sujeito, o que confere maior formalidade ao texto. Certo Errado Questão 28: CEBRASPE (CESPE) - TJ TRT10/TRT 10/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2013 Assunto: Partícula "se" A primeira ideia de criação de uma jurisdição trabalhista surgiu com a Lei n.º 1.637/1907, que previa em seu artigo 8.º os conselhos permanentes de conciliação e arbitragem. Posteriormente, a Lei n.º 1.869/1922 criou em São Paulo os tribunais rurais — os primeiros tribunais trabalhistas do país. Já existia o Patronato Agrícola, ligado à Secretaria de Agricultura, o qual se ocupava de tais questões. À época, entendeu o governo estadual de São Paulo que o modelo de solução entre trabalhadores e proprietários rurais era inadequado. Também em 1922 foram instituídas no Brasil as convenções coletivas de trabalho como forma de composição de interesses entre trabalhadores e empregadores, reflexo da forte influência italiana entre nós, estimulada pela grande imigração de europeus — daí derivando a necessidade de um órgão com competência para conhecer e dirimir eventuais conflitos decorrentes dessa prática coletiva. Com isso, surgiram então as comissões mistas de conciliação, cuja função era conciliar os dissídios coletivos, e, no mesmo momento, criaram-se as juntas de conciliação e julgamento, que conciliavam e julgavam os dissídios individuais do trabalho. Seguiram-se outras instituições extrajudiciais com funções semelhantes em setores localizados, como as juntas de trabalho marítimo e o Conselho Nacional do Trabalho, ambos de 1933. Somente com o advento do Decreto-lei n.º 9.797 é que foi organizada a justiça do trabalho como hoje ela funciona, integrada ao Poder Judiciário. Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações). Julgue o item, relativo às ideias e estruturas linguísticas do texto acima. Em “Seguiram-se” o pronome “se” indica que o sujeito do período é indeterminado. Certo Errado Questão 29: CEBRASPE (CESPE) - ACE (TCE-RO)/TCE-RO/Ciências da Computação/2013 Assunto: Partícula "se" As empresas vêm transformando as unidades de treinamento em universidades corporativas. Em parte, devido à incapacidade demonstrada pelas universidades tradicionais de cumprir com o papel de formação e desenvolvimento de quadros, mas também em decorrência da necessidade de atender às próprias especificidades. No setor público, a situação não é diferente. As organizações públicas têm instituído as unidades de educação corporativa, abrigadas sob a denominação “escolas de governo”, com papel semelhante ao das universidades corporativas. Respeitam-se, decerto, as características particulares da administração pública. De forma semelhante às universidades corporativas, desenvolvidas por grandes empresas privadas para assegurar o alinhamento da capacitação aos valores e desafios estratégicos que tais empresas enfrentam, o governo necessita de que as escolas assumam um papel de “escola corporativa de gestão”, alinhando-se às políticas e diretrizes de governo no sentido da melhoria da gestão pública. Por outro lado, cada vez mais, os governos recorrem à sociedade em busca de parcerias para o desenvolvimento de ações. As formas e os mecanismos de desenvolver essas parcerias variam, mas essa prática é cada vez mais adotada e, em alguns casos, até mesmo institucionalizada, por meio da incorporação de diferentes atores sociais na definição e na gestão de políticas públicas. Essa prática nos revela uma nova concepção de Estado, que se aproxima da sociedade e a incorpora por meio de atores sociais. A própria Constituição Federal estabeleceu inúmeros mecanismos e instrumentos de gestão que preveem a incorporação de atores sociais na gestão pública, em especial, nas áreas de saúde, meio ambiente e educação. Essa forma ampliada de conceber o conceito do que é público e da ação de governar modifica não só o universo de atuação das chamadas escolas de governo, mas também sua missão. Em vez de serem concebidas como instrumento de modernização do Estado, sua missão passa a ser a de desenvolver e ampliar a capacidadede governo e aprimorar aação dos atores sociais que interagem com o Estado e atuam na esfera pública. Adriano Cesar Ferreira Amorim. O programa de capacitação de servidores públicos e de cidadãos do Tribunal de Contas da União: um exemplo de atuação estratégica das escolas de governo. Revista do TCU, ano 45, n.o 26, jan.-abr./2013. Internet: <http://portal2.tcu.gov.br> (com adaptações). Julgue o item que se segue, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto ao lado, de Adriano C. F. Amorim. Nas expressões “Respeitam-se” e “alinhando-se”, o pronome “se” foi empregado para indicar a indeterminação do sujeito das respectivas formas verbais. Certo Errado Questão 30: CEBRASPE (CESPE) - TJ TJDFT/TJDFT/2013 Assunto: Partícula "se" Texto para o item Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes virtuais, ou cibercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como mostrou um estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano de 2012. De acordo com o estudo, somente no Brasil, os prejuízos superam a casa dos R$ 15 bilhões por ano. No mundo todo, esse valor sobe para cerca de R$ 220 bilhões. Entre os motivos para esses números expressivos, estão o aumento de ataques a dispositivos móveis e redes sociais e a própria lentidão do sistema no combate aos crimes. O estudo revela que, com a prosperidade da economia brasileira e a crescente aquisição de computadores e celulares, o Brasil tem-se mostrado um alvo importante para os criminosos, além de se apresentar como origem de grande parte dos ataques no mundo. Nesse quesito, o país está em quarto lugar no ranque mundial, atrás apenas dos Estados Unidos da América, da China e da Índia. A tradição social do país pode contribuir para esse fato, já que sítios de relacionamento como Facebook, Orkut e Twitter são populares também entre os criminosos. Eles conseguem angariar informações pessoais sobre as vítimas e ainda utilizam as plataformas para disseminar ameaças. A pesquisa mostra que os usuários da Internet, em geral, ainda não se preocupam em checar links antes de compartilhá-los ou desconectar-se dos sítios ao deixar de navegar neles, e não têm ideia se suas configurações são públicas ou privadas. A pesquisa indica, ainda, que 30% das pessoas no mundo não pensam sobre o cibercrime, por não acreditarem que poderiam ser vítimas desse tipo de ação, enquanto 21% admitem não tomar quaisquer medidas de segurança quando estão online. De fato, os usuários nem sequer têm percepção da própria situação: 51% não entendem como funcionam os procedimentos de segurança virtual e não sabem reconhecer se seus sistemas estão infectados, 55% não têm certeza se seu computador está livre de ameaças e 48% utilizam apenas um antivírus básico. A esse respeito, um dos responsáveis pelo estudo afirma: “É como andar rápido em uma rodovia sem um cinto de segurança.” No entanto, ele reconhece que, aos poucos, as pessoas estão se educando: 89% já apagam emails suspeitos. Bruno do Amaral. Perdas com cibercrimes chegam a R$ 15 bi no Brasil por ano. Internet: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias> (com adaptações). Julgue o item que se segue, relativo à estrutura linguística do texto. A partícula “se” introduz circunstância condicional. Certo Errado Questão 31: CEBRASPE (CESPE) - AA (ANTT)/ANTT/Tecnologia da Informação/Infraestrutura de TI/2013 Assunto: Partícula "se" Por mais de três décadas, a história da implantação da infraestrutura rodoviária no Brasil foi um caso de sucesso. Com a concessão da autonomia administrativa e financeira para o DNER, a partir de 1945, e a criação do Fundo Rodoviário Nacional (FRN) com recursos gerados pelo imposto único sobre combustíveis e lubrificantes, o subsetor passou a dispor de um aparato organizacional e de financiamento de longo prazo com recursos a fundo perdido para a construção da infraestrutura rodoviária no país. Posteriormente, com a instituição do sistema DNER-DERs e o estabelecimento da forma de distribuição do FRN entre a União, os estados e os municípios, os três níveis de governo foram dotados com recursos financeiros e organizacionais para a execução do plano rodoviário nacional. Tais políticas proporcionaram, de forma excepcional, a ampliação da malha rodoviária do país. Porém, no início da década de 80, com a crise do modelo nacional desenvolvimentista, começou a se desconstruir, de forma gradual, o esquema de financiamento existente. Os recursos vinculados ao FRN foram progressivamente transferidos para o Fundo Nacional de Desenvolvimento (criado em 1974) e, em 1982, as vinculações de recursos para infraestrutura rodoviária foram extintas. Por fim, a Constituição Federal de 1988 vedou a vinculação de impostos a órgãos, fundos ou despesas predeterminadas. Para se ter ideia do que isso significou, se os investimentos anuais feitos nas rodovias na década de 70 foram sempre superiores a 1% do produto interno bruto, estes alcançaram quase 0,2% ao final dos anos 90. Alexandre de Ávila Gomide. A política das reformas institucionais no Brasil: a reestruturação do setor de transportes. Internet: <http ://bibliotecadigital.fgv.br> (com adaptações ) . Com base nas ideias e na estrutura linguística do texto acima, julgue o item a seguir. A expressão “começou a se desconstruir” apresenta sujeito indeterminado pelo pronome “se” e tem como complemento o objeto “o esquema de financiamento existente”. Certo Errado Questão 32: CEBRASPE (CESPE) - Ag Adm (TCE-RO)/TCE-RO/2013 Assunto: Partícula "se" Em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o TCE/RO reuniu, em sua sede, em Porto Velho, gestores de unidades de conservação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento para tratar da auditoria operacional nessas unidades. Essa ação integra acordo firmado em âmbito nacional pelos TCEs da Amazônia Legal e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Na oportunidade, os auditores do TCE/RO explicaram que esse tipo de auditoria não tem caráter punitivo, assemelhando-se a uma assessoria aos órgãos jurisdicionados, com o objetivo de apontar soluções para possíveis problemas ou falhas que sejam identificadas. Eles também mencionaram a importância do esforço conjunto que está sendo feito pelos TCs, cujo objetivo é traçar um diagnóstico sobre a gestão sustentável de zonas de preservação da floresta amazônica, estudando e analisando as principais ações do governo para a proteção do patrimônio ambiental e identificando boas práticas das instituições envolvidas. Idem, ibidem. Julgue o item que se segue, relativos às informações e estruturas linguísticas do texto acima. Em “assemelhando-se”, o emprego da partícula “-se” deve-se ao emprego pronominal do verbo assemelhar. Certo Errado Questão 33: CEBRASPE (CESPE) - ATA MIN/MIN/2013 Assunto: Partícula "se" Os efeitos da seca espalham-se no campo e são visíveis nos incontáveis animais mortos por onde passam as rodovias sertanejas. Uma cena trágica e recorrente. Foi assim por todo o século XX, com momentos de extrema gravidade: no começo da década de 30 e em dois períodos da década de 50. Situação semelhante àquela que vemos hoje no Semiárido, com apenas uma diferença: nas secas passadas, além dos animais mortos, havia as levas de flagelados fugindo para São Paulo ou sobrevivendo de saques nas feiras livres ou no comércio das cidades do interior. No mais, a reprodução é fiel na morte em massa dos animais, com tremenda repercussão na economia. Balanço da Secretaria de Agricultura de Pernambuco mostra que, em 600 propriedades do Agreste e do Sertão, a estiagem já havia provocado a morte de 168.356 animais. Neste momento, seguramente, o número cresceu, o que é um escândalo. Principalmente quando se sabe que a mortandade reduziu a produção de leite em 72% e causou prejuízos reais da ordem de R$ 1,5 bilhão. Editorial. Jornal do Commercio (PE), 11/4/2013 (com adaptações). Em relação ao texto acima, julgue o itemque se segue. Em “espalham-se”, o termo “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado. Certo Errado Questão 34: CEBRASPE (CESPE) - Aux (FUB)/FUB/Administração/2013 Assunto: Partícula "se" Pelo menos duas gerações lutaram durante a ditadura militar pela volta à democracia e a todos os direitos civis clássicos — de livre expressão, liberdade de reunião e vários outros. Passaram-se vinte e um anos para que esse objetivo fosse alcançado. E, como se esperava, restaurados esses direitos, o país conseguiu resolver intrincados problemas econômicos herdados do período anterior, enfrentou crises políticas, superou-as, e tem conseguido, nas quase duas décadas de estabilidade ininterrupta, recorde na República, consolidar as instituições que garantem as liberdades. O Globo, 17/8/2013 (com adaptações). Julgue o item subsequente, relativo ao texto acima. Em “se esperava”, o termo “se” indica voz reflexiva. Certo Errado Questão 35: CEBRASPE (CESPE) - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e Administrativo/Administração/2013 Assunto: Partícula "se" Inalterado desde a redemocratização, o sistema político brasileiro está finalmente diante de uma oportunidade concreta de mudanças, principalmente em relação a aspectos que dão margem a uma série de deformações e estimulam a corrupção já a partir do período de campanha eleitoral. Se as restrições históricas às transformações não prevalecerem, a Câmara dos Deputados deverá dar início ao debate sobre uma série de inovações com chance de valerem já para as próximas eleições. Mais uma vez, questões importantes como o voto facultativo e o distrital ficarão de fora, o que faz que as atenções se concentrem em aspectos mais polêmicos, como o financiamento público de campanha, a partir da criação de um fundo proposto por meio de projeto de lei. Se a intenção é mesmo reduzir as margens para desvios de dinheiro, é importante que as pretensões, nesse e em outros pontos, sejam avaliadas com objetividade e sem prejulgamentos. Zero Hora, 8/4/2013. Julgue o item a seguir, relativo às informações e estruturas linguísticas do texto acima. Em “se concentrem” e “Se a intenção”, o vocábulo se desempenha a mesma função: introduzir oração condicional. Certo Errado Questão 36: CEBRASPE (CESPE) - Tec (SERPRO)/SERPRO/Programação e Controle de Serviços de Tecnologia da Informação/2013 Assunto: Partícula "se" O Programa SERPRO de Inclusão Digital (PSID) busca promover a inclusão digital e social das comunidades excluídas do universo das tecnologias da informação e comunicação (TIC). O Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), maior empresa de TIC da América Latina, utiliza sua competência tecnológica e seu compromisso social nesse programa de uso intensivo da tecnologia da informação para ampliar a cidadania e combater a pobreza, objetivando garantir a inserção do indivíduo na sociedade da informação e o fortalecimento do desenvolvimento local. Implantado em 2003, esse programa é uma das ações amparadas pela política de Responsabilidade Social e Cidadania da Empresa, em sintonia com o Programa Brasileiro de Inclusão Digital do Governo Federal. O PSID concentra-se em dois eixos principais: utilizar efetivamente o software livre, viabilizando o seu uso e a apropriação das novas tecnologias pela sociedade; e propiciar o atendimento das necessidades das comunidades, a formulação de políticas públicas, a criação de conhecimentos, a elaboração de conteúdos apropriados e o fortalecimento das capacidades das pessoas e das redes comunitárias. Dentre as ações desenvolvidas pela área de inclusão digital do SERPRO, destaca-se a montagem de telecentros comunitários, iniciativa que leva o acesso ao universo tecnológico e ao mundo da informação para várias localidades do Brasil. O SERPRO também integra diversas parcerias com outros órgãos do governo, desenvolvendo soluções e participando ativamente de ações de governo ligadas à inclusão digital. Internet: <https://www4.serpro.gov.br/inclusao> (com adaptações). De acordo com as ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. Em “concentra-se”, o emprego do pronome “se” indica que o sujeito da forma verbal é indeterminado. Certo Errado Questão 37: CEBRASPE (CESPE) - Deleg (PC BA)/PC BA/2013 Assunto: Partícula "se" No Brasil, duas grandes concepções de segurança pública opõem-se desde a reabertura democrática até o presente: uma centrada na ideia de combate, outra, na de prestação de serviço público. A primeira concebe a missão institucional das polícias em termos bélicos, atribuindo-lhes o papel de combater os criminosos, que são convertidos em inimigos internos. A política de segurança é, então, formulada como estratégia de guerra, e, na guerra, medidas excepcionais se justificam. Instaura-se, adotando-se essa concepção, uma política de segurança de emergência e um direito penal do inimigo. Esse modelo é reminiscente do regime militar e, há décadas, tem sido naturalizado, não obstante sua incompatibilidade com a ordem constitucional brasileira. Nesses anos, o inimigo interno anterior — o comunista — foi substituído pelo traficante, como elemento de justificação do recrudescimento das estratégias bélicas de controle social. A segunda concepção está centrada na ideia de que a segurança é um serviço público a ser prestado pelo Estado e cujo destinatário é o cidadão. Não há, nesse caso, mais inimigo a combater, mas cidadão para servir. A polícia democrática não discrimina, não faz distinções arbitrárias: trata os barracos nas favelas como domicílios invioláveis, respeita os direitos individuais, independentemente de classe, etnia e orientação sexual, não só se atendo aos limites inerentes ao estado democrático de direito, mas entendendo que seu principal papel é promovê-lo. A concepção democrática estimula a participação popular na gestão da segurança pública, valoriza arranjos participativos e incrementa a transparência das instituições policiais. O combate militar é, então, substituído pela prevenção, pela integração com políticas sociais, por medidas administrativas de redução dos riscos e pela ênfase na investigação criminal. A decisão de usar a força passa por considerar não apenas os objetivos específicos a serem alcançados pelas ações policiais, mas também, e fundamentalmente, a segurança e o bem-estar da população envolvida. Cláudio Pereira de Souza Neto. A segurança pública na Constituição Federal de 1988: conceituação constitucionalmente adequada, competências federativas e órgãos de execução das políticas. Internet: <www.oab.org.br> (com adaptações). A respeito das ideias e de aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item. No trecho “não só se atendo aos limites inerentes ao Estado democrático de direito”, a partícula “se”, cujo referente é “A polícia democrática”, exerce a função de complemento da forma verbal “atendo”. Certo Errado Questão 38: CEBRASPE (CESPE) - AJ (STF)/STF/Apoio Especializado/Revisão de Textos/2013 Assunto: Partícula "se" Era uma bela manhã de agosto. Havia três dias que meu processo tinha começado, três dias que meu nome e meu crime congregavam a cada manhã uma multidão de espectadores, que se lançavam nos bancos da sala de audiência como corvos em torno de um cadáver, três dias em que toda essa fantasmagoria de juízes, testemunhas, advogados, procuradores do rei passava e repassava na minha frente, ora grotesca, ora sanguinolenta, sempre sombria e fatal. Nas duas primeiras noites de inquietação e de terror, não consegui dormir; na terceira, adormeci de enfado e cansaço. Levaram-me de volta à palha do meu calabouço, e eu caí imediatamente num sono profundo, num sono de esquecimento. Eram as primeiras horas de descanso depois de vários dias. Estava no mais profundo desse profundo sono quando vieram me acordar. (…) Os dois gendarmes esperavam-me à porta da cela. Colocaram-me as algemas. Havia uma pequena tranca
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