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45 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Unidade II Existem vários métodos de ensino de modalidades esportivas coletivas: alguns com mais ênfase nas técnicas, como os analíticos ou fracionados, outros priorizam a tática, como os métodos globais. Diversos procedimentos têm sido publicados nesse sentido, como: Iniciação Esportiva Universal (GRECO; BENDA, 1998), Teaching Games For Understanding (TGFU) (BUNKER; THORPE, 1982), Tactical Awareness Approach (TAA) (GRIFFIN; MITCHELL; OSLIN, 1997); Método Analítico-Sintético e Global-Funcional (DIETRICH; DÜRRWÄCHTER; SCHALLER, 1984). Todos os meios citados, entre outros, são plenamente viáveis para o ensino de modalidades coletivas, no entanto, quando se trata de voleibol, é necessário fazer adaptações, pois ele apresenta diferenças significativas em relação aos demais esportes. Em vista dessas peculiaridades, e baseado em teorias de aprendizagem motora, foi criado um método exclusivo para o ensino do voleibol, que inclui tanto caraterísticas globais quanto analíticas, e determina a relação entre a aprendizagem da técnica e a aplicação tática, o jogo. 5 MÉTODO BOJIKIAN PARA O ENSINO DAS TÉCNICAS DO VOLEIBOL Praticamente todas as habilidades motoras específicas do voleibol são habilidades seriadas e complexas. Não são básicas como correr, lançar ou receber, mas construídas para o esporte em si. Sendo assim, é muito difícil aprendê-las apenas observando e imitando ou executando direto no jogo. É preciso um processo pedagógico que as tornem mais fáceis de serem assimiladas corretamente. Por causa disso surgiu o método Bojikian. Ele foi publicado pela primeira vez em 1999 e é composto de cinco etapas que se complementam. O método preconiza que para cada técnica a ser ensinada, sejam aplicadas as cinco etapas. São elas: apresentação da habilidade motora; sequência pedagógica; exercícios educativos e/ou formativos; automatização; aplicação. O objetivo do processo é levar o aprendiz a automatizar a habilidade motora executada corretamente e aplicá-la em uma dinâmica do voleibol. De nada adianta ao aluno/atleta saber executar uma técnica muito bem em um exercício contra a parede ou 2 a 2; o importante é sua realização correta no jogo. O método Bojikian buscou utilizar-se dos pontos positivos de um modo analítico, que contribui para a execução correta das técnicas, e de aspectos globais, como o minivoleibol, que não são destaques na aprendizagem das técnicas, mas são muito eficientes para a aprendizagem do jogo. Uma forma muito utilizada para o ensino do voleibol é o minivoleibol, ou minivôlei. Essa ideia surgiu de uma linha de autores que defende que o aluno deve aprender jogando. Eles também afirmavam que 46 Unidade II os alunos deveriam ter a oportunidade de tocar o máximo de vezes na bola e para isso a redução do campo de jogo e do número de participantes seria ideal. No minivôlei a quadra normal é dividida em partes menores e a bola é trocada por uma mais leve. É indicado que crianças de 9 a 11 anos joguem 2 contra 2, de 10 a 12 anos joguem 3 contra 3 e de 11 a 13 anos, 4 contra 4. Essa metodologia privilegia o jogo em detrimento da técnica. Saiba mais Conheça mais sobre o uso de metodologias diferentes no ensino do voleibol, lendo o artigo: SILVA, J. C. et al. Estudo comparativo de ensino do voleibol entre a metodologia do minivôlei e o voleibol convencional. Journal of Exercise and Sport Sciences, Paraná, v. 1, n. 1, 2005. Disponível em: <http://revistas. ufpr.br/jess/article/view/2787/2285>. Acesso em: 31 out. 2017. 5.1 Apresentação da habilidade motora A etapa de apresentação é teórica e cognitiva, quando não há exercícios, e na qual o aluno irá formar a ideia geral do movimento a ser aprendido. É sabido que o estudante aprende melhor e mais rápido quando já tem ideia do movimento que vai ser ensinado. Trata-se, portanto, de uma etapa de demonstração e instrução. Nela o professor/técnico deve mostrar ao aluno como a habilidade é executada. Essa exibição pode ser realizada pelo próprio professor/técnico ou por meio de fotos, vídeos etc. Outro ponto importante é mostrar ao aluno qual a importância dessa técnica no jogo e como ela é aplicada, também deve-se motivá-lo para a aprendizagem. Indivíduos motivados aprendem mais rápido e melhor. Observação Na fase de apresentação, você pode utilizar-se de fotos ou vídeos disponíveis na internet de atletas famosos executando uma técnica. Isso costuma motivar o jogador iniciante e faz com que ele forme uma ideia correta do movimento a ser aprendido. 5.2 Sequência pedagógica A etapa da sequência pedagógica é que vai fazer com que o aluno tenha o primeiro contato com a execução da técnica. Como são técnicas complexas e seriadas na maioria das vezes, o que será feito aqui é uma divisão da habilidade em partes, porém não será realizada a execução de cada parte do 47 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS movimento em separado, mas organizada uma prática por adição, ou seja, se a capacidade for dividida em quatro partes, por exemplo, os exercícios da sequência pedagógica serão os seguintes: • 1º exercício: execução da primeira parte da habilidade; • 2º exercício: execução da primeira parte da habilidade + a segunda parte; • 3º exercício: execução da primeira parte da habilidade + a segunda parte + a terceira parte; • 4º exercício: execução da primeira parte da habilidade + a segunda parte + a terceira parte + a quarta parte. Desta forma, as partes vão sendo acrescentadas até que no último exercício da sequência pedagógica teremos a execução da habilidade completa. É importante que o responsável esteja sempre atento aos seus alunos e forneça feedbacks constantes. O professor deve utilizar-se de estímulos visuais, auditivos e cinestésicos, além de dosar a quantidade de informação fornecida. Diversas correções e muita informação ao mesmo tempo podem confundir e desestimular o aprendiz. É esperado que nem todos na turma consigam executar corretamente, mas, mesmo assim, o professor não deve permanecer nessa fase por muito tempo. As correções necessárias virão na próxima etapa, então devemos evitar um grande número de repetições para que os erros não sejam automatizados. 5.3 Exercícios educativos e/ou formativos Nesse estágio serão realizadas as correções dos erros mais comuns. Os exercícios educativos visam ao reparo da execução da técnica. Para cada técnica, existem alguns erros que são comuns em grupo de aprendizes. Vejamos como exemplo uma falha de execução do toque de bola por cima, que é tocar a bola em frente ao rosto, e não sobre a cabeça. Qual exercício educativo poderíamos dar ao nosso aluno? Apenas pedir que ele execute diversos toques na parede, não garante a correção. Aí está o diferencial do exercício educativo. Exemplo de aplicação Para corrigir o erro de tocar a bola muito baixo, na altura do rosto, podemos solicitar ao aluno que se posicione muito perto da parede, com as pontas dos pés tocando nela, a fim de executar toques acima da cabeça, sem permitir que a bola fique entre sua cabeça e a parede, mas sempre acima da cabeça. O exercício educativo realmente “força” o aluno a perceber e a corrigir seu erro. Os exercícios formativos, que também fazem parte dessa etapa, visam à melhora da condição física necessária para a execução da técnica que está ensinando. 48 Unidade II Todos sabemos que para que uma habilidade motora seja realizada, vários fatores, chamados capacidades motoras, são necessários. Portanto, se uma capacidade motora é importante para a execução de determinada técnica, o aluno que a estiver aprendendo deve possuir tal capacidade bem desenvolvida, caso contrário, sua aprendizagem ficará comprometida. Por exemplo: para que o aluno possa aprender corretamente o saque por cima, deve possuir um bom desenvolvimento da potência muscular de membros superiores. Caso não possua, é preciso estimular tal capacidade com exercícios formativos, como: lançamentos de uma bola demedicine ball de meio-quilo ou 1 quilo, dependendo da faixa etária do aluno. Nessa terceira fase do método de aprendizagem, a aplicação dos exercícios educativos e/ou formativos pode ser realizada da forma que o professor/técnico achar mais conveniente para sua turma. É obvio que nem todos os alunos irão apresentar os mesmos erros de execução ao final da sequência pedagógica. O professor pode dividir os estudantes em grupos de acordo com os erros demonstrados, e trabalhar com estações, cada uma com um exercício educativo ou formativo, sendo que nem todos os alunos precisam passar por todas elas. Os discentes poderão realizar exercícios educativos, ou formativos, ou os dois tipos. Uma vez corrigidas as falhas principais de execução, os alunos estarão prontos para a etapa de automatização. Lembrete O professor deve utilizar-se de estímulos visuais, auditivos e cinestésicos, além de dosar a quantidade de informação fornecida. Diversas correções e muita informação ao mesmo tempo podem confundir e desestimular o aprendiz. 5.4 Automatização É sabido, pelas teorias da aprendizagem motora, que para que haja estabilidade na execução, é necessária a prática, a repetição, e esse é o objetivo principal dessa etapa do método. Uma vez corrigido o movimento, partimos para a repetição. Todo aluno quando está aprendendo um movimento novo deve estar com sua atenção voltada para a sua execução. À medida que ele passa a repetir várias vezes, a ação é automatizada, o que libera a atenção do executante para outros estímulos do jogo. Por exemplo: alguém que está aprendendo o toque de bola por cima está preocupado com a posição das mãos, em entrar embaixo da bola, semiflexionar pernas e braços para estendê-los no momento apropriado; já um levantador experiente, que possui o movimento automatizado, tem sua atenção livre para registrar os aspectos da situação de jogo, como tipo de passe, onde estão seus atacantes e onde está o melhor bloqueio adversário. Os exercícios da fase de automatização devem ser sempre com a execução da habilidade completa, e não mais em partes. Nessa etapa há uma infinidade de exercícios que podem ser feitos, sendo assim, por onde começar? 49 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Os primeiros exercícios de automatização devem ser mais “fechados”, ou seja, com a menor variabilidade do ambiente possível. Eles precisam ser mais simples, com poucos deslocamentos. Pode-se optar por começar com exercícios individuais com a bola, progredindo aos poucos para exercícios em duplas, trios, grupos maiores, e maiores deslocamentos, agregando aos poucos mais variabilidade e complexidade, aproximando-se, assim, da forma como a habilidade que está sendo estudada se insere no jogo. Por exemplo, se o aluno está aprendendo o toque de bola por cima, o primeiro exercício de automatização poderá ser o estudante dando toques acima da cabeça ou na parede. À medida que vão avançando as atividades, pode-se, por exemplo, aplicar uma prática na qual o aluno tenha que se deslocar para ficar embaixo da bola e virar o corpo de frente para onde irá tocar. Podem ser realizados exercícios em duplas, trios, quartetos, colunas e círculos, sempre com uma progressão de dificuldades. Saiba mais Para entender melhor o processo de aprendizagem, leia: BENDA, R. N. Mesa redonda. Aprendizagem motora. Sobre a natureza da aprendizagem motora: mudança e estabilidade... e mudança. Rev. Bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v. 20, p. 43-45, 2006. Disponível em: <http://www.eeffto. ufmg.br/gedam/publi/artigos/Benda_2006.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017. 5.5 Aplicação Até a etapa de automatização, a ênfase do método esteve na execução correta da habilidade, no entanto o processo de aprendizagem não pode encerrar-se nesse ponto. É imperativo que o aluno possa executar corretamente a habilidade, porém dentro da situação de jogo. A fase de aplicação vai fazer com que o aluno utilize a habilidade que está aprendendo no jogo. Para tal, ela será dividida em três subfases: exercícios em forma de jogo, jogo adaptado e jogo propriamente dito. Na primeira delas, os exercícios em forma de jogo vão aproximar a execução da habilidade da realidade do jogo, ou seja, teremos dois grupos, um de cada lado da rede, realizando 2 ou 3 passes entre si e enviando a bola para o outro lado da rede. Assim como na etapa de automatização, devemos iniciar com exercícios com pouca variabilidade do ambiente, poucos deslocamentos, e gradualmente aumentar o grau de dificuldade e complexidade. Na segunda subfase, jogos adaptados, iremos trabalhar com seis alunos, primeiramente de um só lado da rede, com o professor lançando bolas que facilitem a recepção, e posteriormente com seis alunos de cada lado da rede, com exercícios que se assemelham ao jogo, porém são adaptados, facilitando as ações. Por exemplo, o professor lança a bola na mão de um aluno para iniciar a jogada. Por último, passa-se ao jogo propriamente dito, que pode ter as regras normais ou adaptadas. 50 Unidade II Nessa etapa de aplicação, pode-se utilizar da estratégia do minivoleibol, ou de jogos reduzidos, com quadras menores e menor número de participantes. Essa técnica permite que os alunos consigam executar as habilidades sem terem que se deslocar muito, atuando com mais facilidade e tocando na bola mais vezes, o que é muito importante na fase de aprendizagem. Observação As dificuldades de quem está aprendendo são muitas, e o papel do professor é tentar facilitá-las. Colocar os alunos para jogar no espaço da quadra inteira em seis contra seis tornará a partida bem difícil. Se a bola cair a todo instante, a motivação será reduzida. Para mantê-la em jogo por mais tempo, reduza o número de participantes. 5.6 O processo progressivo-associativo Voltando ao início da explanação sobre o método Bojikian, você viu que ele será aplicado nas cinco etapas para cada técnica. Analisando mais de perto, veremos que não será possível seguir à risca o método em algumas situações, por exemplo: se você estiver ensinando a técnica da cortada, é perfeitamente possível passar pelas quatro primeiras fases utilizando apenas a cortada nos exercícios, porém haverá dificuldades na fase de aplicação. Como fazer um jogo só com a cortada, sem utilizar outros fundamentos? Segundo problema: se você trabalhar com um fundamento de cada vez, como estará o primeiro quando você chegar ao último? O aluno que acabou de aprender uma técnica não pode simplesmente parar de praticá-la. Esses dois problemas serão resolvidos com a utilização de um processo relacionado ao método Bojikian e precisará ser aplicado para que o procedimento funcione. Trata-se do processo progressivo-associativo. A sua aplicação é a seguinte: a cada técnica ensinada pelo método Bojikian, ao chegar à fase de aplicação, você vai juntar a técnica que está aprendendo àquelas que já ensinou. Desta forma, as técnicas vistas não serão esquecidas e se manterão em prática, no jogo. Um ponto importante para que o processo funcione é a ordem em que você vai ensinar os fundamentos. Pensando na fase de aplicação, a sequência deverá ser: posição de expectativa; deslocamentos; toque; manchete; saque por baixo; saque por cima; cortada; bloqueio; defesa; rolamentos; e mergulhos. Voltando ao exemplo do ensino da cortada, você desenvolve as quatro primeiras fases e, quando chegar à fase aplicação, irá incluir nos exercícios os fundamentos de posição de expectativa, movimentação, toque, manchete e saque. Convém justificar o porquê de iniciar a aprendizagem pelo toque e depois partir para a manchete. Os alunos que estão aprendendo costumam preferir a manchete ao toque, posicionando-se por vezes 51 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS com a manchete já pronta antes de a bola chegar, e tentam assim rebater todas elas, sejam altas, sejam baixas. O toque é difícil de aprender, uma vez que requer bastante coordenação motora. Se você inicia pelo toque, o aluno terá oportunidade deaprendê-lo e melhorá-lo antes de fazer a manchete, e quando fazê-la, ele poderá optar por qual das habilidades utilizar para receber uma bola, normalmente toque para bolas altas e manchete para as mais baixas. Na sequência do texto, iremos apresentar os exercícios de cada fase e técnica. Saiba mais O feedback tem importância decisiva no processo de ensino- aprendizagem. Caso você se interesse em conhecer mais sobre o assunto, veja o seguinte estudo: HOLDERBAUM, G. G. Efeitos de diferentes tipos e frequências de feedbacks visuais aumentados na aprendizagem dos seis fundamentos básicos do voleibol. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (Escola de Educação Física). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/63138/000869807.pdf?sequence=1>. Acesso em: 21 nov. 2017. 6 O ENSINO DAS HABILIDADES MOTORAS ESPECÍFICAS DO VOLEIBOL Neste capítulo veremos como aplicar o método Bojikian passo a passo, para cada habilidade motora específica do voleibol (ou técnica ou fundamento). Conforme visto anteriormente, trabalharemos com uma técnica por vez. Exceto nas duas primeiras, que serão ensinadas conjuntamente por serem de simples execução e estarem extremamente relacionadas: posição de expectativa e deslocamentos ou movimentação. 6.1 O ensino da posição de expectativa e da movimentação (ou deslocamentos) Nesta etapa será apresentada ao aluno a habilidade que ele irá aprender. É importante, além da demonstração, com recursos visuais, a explicação da função que ela terá no jogo, bem como sua importância. 6.1.1 Sequência pedagógica Posição de expectativa Exercício 1: alunos em pé, distribuídos pelo espaço da zona de defesa, de frente para rede, ombros paralelos a ela, executem um afastamento lateral dos pés, na distância similar àquela dos ombros. 52 Unidade II Exercícios 2: partindo da posição do exercício 1, avancem a perna esquerda um pouco à frente. Exercício 3: exercícios 1, 2 e, em seguida, semiflexionem os joelhos. Exercício 4: exercícios 1, 2 e 3 e inclinem o tronco à frente. Exercício 5: exercícios 1, 2, 3, 4 e elevem as mãos à frente do rosto, com os cotovelos semiflexionados. Deslocamentos Exercício 1: alunos em pé, de frente para a rede, afastamento lateral similar à largura dos ombros. Exercício 2: partindo da posição do exercício 1, ampliem o afastamento dos pés com uma passada lateral à direita e na sequência deem uma passada dupla no mesmo sentido, terminando com afastamento inicial idêntico. Exercício 3: similar ao anterior, ampliem o afastamento dos pés com uma passada lateral à esquerda, e na sequência deem uma passada dupla no mesmo sentido, terminando com afastamento inicial. Exercício 4: pequeno afastamento anteroposterior, pé esquerdo à frente, ampliem o afastamento com uma passada para frente com o pé esquerdo, e a seguir deem uma passada dupla na mesma direção. Exercício 5: afastamento anteroposterior com o pé esquerdo à frente, realizem uma passada para trás, iniciando com o pé direito, seguido de uma passada dupla no mesmo sentido. Exercício 6: repitam o exercício 4, com o pé direito à frente. Exercício 7: idêntico ao exercício 5, com o pé direito à frente, deslocando o pé esquerdo para trás. Exercício 8: os deslocamentos para frente, para trás e para as laterais serão executados na posição de expectativa. 6.1.2 Exercícios educativos e/ou formativos Para aplicar os exercícios educativos, é necessário identificar os erros que estão sendo cometidos. Educativos Erro 1: oscilação do centro de gravidade para cima e para baixo. Exercício 1: alunos em posição de expectativa, executem deslocamentos em diversos sentidos com a cabeça sob a rede. Dessa forma, se houver a oscilação (para cima e para baixo), o estudante irá perceber e corrigir. Caso não haja rede ou a altura dela não esteja adequada a esse exercício, pode-se utilizar uma corda ou então dois alunos com um braço estendido tocando as mãos. 53 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Erro 2: dificuldades com as passadas dos deslocamentos. Exercício 2: podem ser feitas marcas no chão, com giz, indicando qual o passo e qual o pé. Por exemplo: pé esquerdo 1º, pé direito 2º etc. Erro: posição dos braços muito acima ou muito abaixo. Exercício 3: o aluno 1 segura uma bola na altura de sua coxa e o aluno 2 realiza deslocamentos na posição de expectativa, nas diferentes direções, terminando com as mãos na bola que está sendo segurada pelo aluno 1. Formativos Problema: não manter a posição dos membros inferiores semiflexionada por falta de força muscular. Exercício formativo: fazer agachamentos com o peso do próprio corpo ou saltar seguidamente sobre colchões de espuma com o objetivo de melhorar a resistência localizada de membros inferiores. 6.1.3 Automatização Os exercícios devem ser realizados de modo que o aluno esteja sempre com o corpo de frente para onde vai mandar a bola. Exercício 1: uma fileira de alunos (lado a lado), cada um segurando uma bola à frente do corpo e na altura das coxas. Uma coluna de alunos, à frente do primeiro aluno com bola, distante mais ou menos 2 m, aqueles da coluna estarão em posição de expectativa e irão, um de cada vez, executar deslocamentos para frente tocando as bolas que os colegas estão segurando, com as mãos abertas, e depois deslocar para trás, afastando-se continuamente à frente para tocar na próxima bola. Exercício 2: alunos em trios, com duas bolas, dois alunos seguram-na em frente ao corpo e um aluno sem bola, em posição de expectativa. Fazer os deslocamentos laterais tocando nas bolas. Exercício 3: 2 a 2, frente a frente, um aluno com a bola e outro em posição de expectativa. O aluno com a bola lança-a de modo que o outro precise fazer um deslocamento à frente para segurá-la antes que ela caia. A bola deve ser lançada baixa para que o aluno que vai segurá-la mantenha a posição inclinada do tronco e as mãos à frente. O estudante que se desloca para segurar a bola deve fazer o deslocamento e posicionar-se de frente para quem a jogou e em posição de expectativa, antes de segurá-la. Exercício 4: na mesma dinâmica do exercício 3, a bola deve ser lançada seguidamente para o lado direito e depois para o esquerdo. Exercício 5: 2 a 2, com uma bola, frente a frente, cada um deverá lançá-la para o colega recuperar, porém não poderá avisar em que direção irá fazê-lo. Os deslocamentos deverão sempre ser em posição de expectativa, e a bola precisa ser lançada sempre baixa. 54 Unidade II 6.1.4 Aplicação A fase de aplicação acontece na forma do jogo e só com as técnicas que já foram ensinadas. Exercícios em forma de jogo Exercício 1: duas colunas de frente para a rede, posicionadas mais ou menos 1 m atrás da linha dos 3 m. Os dois alunos da frente, de um dos lados da rede, trocam três passes lançando a bola com as duas mãos e em posição de expectativa. O terceiro toque será realizado para o outro lado da rede, onde os dois estudantes da frente repetirão os movimentos. Assim que a dupla da frente executar os três passes, ela vai para o final das colunas, fazendo a troca. O objetivo aqui não é a competição entre as equipes de cada lado, mas manter a bola em jogo, sem que ela caia, portanto é preciso enviá-la corretamente para que o colega consiga agarrá-la. Exercício 2: no mesmo esquema do exercício anterior, só que aumentando e demarcando o espaço para cada dupla, a finalidade agora é lançar a bola para o outro lado de forma que ela caia no campo adversário. Cada vez que ela cair, conta-se um ponto para equipe que lançou. Jogo adaptado Exercício 1: esse exercício tem uma organização que se aplica bem a turmas grandes. Serão três colunas atrás da linha de fundo de cada lado da quadra. Os alunos irão entrar na quadra em trios. O trio da frente de cada lado entra na quadra e se coloca na rede (posições 4, 3 e 2) e o segundo trio o faz nas posições de fundo (5, 6 e 1). A bola pode começar com qualquerum dos lados, que irá executar os três passes em posição de expectativa e lançá-la baixa, com as duas mãos, de baixo para cima. O jogo continua até que a bola caia de um dos lados. Assim que ela tocar no solo, é feita a troca dos jogadores, os três da rede vão para o final das colunas, mudando de coluna e os três que estavam no fundo avançam para as posições da rede. Uma variação desse exercício pode ser realizada com seis alunos na quadra e uma coluna fora dela, na posição 1. Portanto, em vez de trocar em trios, cada vez que a bola cair é realizado o rodízio do jogo, sendo que o estudante que sair da posição 2 e for para o fundo da quadra, vai para o final da coluna e o primeiro da coluna entra na quadra na posição 1. Desta forma, já vai sendo ensinado o rodízio. Caso a prática fique monótona, e a bola demore para cair, será possível determinar que haja um rodízio toda vez que a equipe fizer os três passes. Você deve fazer as adaptações necessárias ao tamanho e à condição da sua turma para que o jogo fique interessante. Em grupos mais avançados, o jogo de três toques pode ser realizado também com duas bolas ao mesmo tempo. 55 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Jogo propriamente dito Dentro do mesmo esquema, com passes segurando e lançando a bola, jogo com um lançamento longo, que representará o saque, e de um a três toques, com contagem normal de pontos. Lembre-se que quanto mais vezes os alunos tocarem na bola, mais rápido aprenderão. Assim, com equipes grandes, deve-se evitar ao máximo deixar pessoas de fora de uma atividade. Procure dividir o espaço que possui para que todos possam participar. Uma boa solução é atravessar uma corda sobre a rede, no sentido longitudinal, formando outras pequenas quadras. Se você possui traves de futsal no fundo da quadra, a corda pode ser amarrada nelas. 6.2 O ensino do toque de bola por cima O toque de bola por cima não é fácil de ser aprendido. Procure motivar seus alunos o máximo que puder. Lembre-os que o levantador é um jogador especialista no toque e um dos mais importantes da equipe, já que todas as bolas do jogo passam pelas suas mãos e é ele que decide quem vai atacar e como. O levantador deve ter sempre uma personalidade forte e muitas vezes é o capitão da equipe. 6.2.1 Sequência pedagógica Exercício 1: alunos em pé com uma bola nas mãos, segurá-la colocando-a na parte alta da coxa, com os dedos abertos apoiando naturalmente as duas mãos na bola, de modo a encostar toda a mão nela. Entre os polegares e indicadores das mãos, sem encostar uma na outra, forma-se uma figura de um triângulo. Com elas ainda nessa posição, eleva-se os braços e a bola sobre a cabeça. Nesse ponto, o aluno deve visualizar com atenção, pois estará com a posição de toque correta. Exercício 2: inicia-se com o exercício 1 para em seguida fazer a extensão e flexão dos braços acima da cabeça, não permitindo que a bola abaixe até a altura do rosto. O movimento é da testa para cima. Exercício 3: executem os exercícios 1 e 2 e posicionem os pés um pouco à frente do outro, coordenando o movimento de extensão e flexão dos braços com o movimento simultâneo das pernas. Exercício 4: realizem os exercícios 1, 2 e 3 e, ao estender os braços, soltem a bola para o alto da cabeça, segurando-a na volta, ainda acima da cabeça. Exercício 5: façam os exercícios 1, 2, 3 e, em vez de segurar a bola, toquem-na rebatendo-a seguidamente acima da cabeça. Exercício 6: 2 a 2 um aluno lança a bola sobre a cabeça do colega, que deverá estar com a posição do toque já preparada, com braços e pernas semiflexionadas. Aquele que recebe a bola a devolve por meio de toque. Exercício 7: 2 a 2, com uma bola, cada aluno toca nela sobre a cabeça duas ou três vezes e quando estiver bem equilibrado envia para o colega que fará o mesmo. Exercício 8: 2 a 2, com uma bola, enviarão a bola de toque um para o outro diretamente. 56 Unidade II 6.2.2 Exercícios educativos e formativos Educativos Erros: posição das mãos com polegares voltados para frente, cotovelos muito afastados, toque da bola abaixo da linha da testa e falta de sincronização entre o movimento de braços e pernas. Exercício 1: 2 a 2, o aluno 1 segura a bola e o estudante 2 a apoia nas mãos na posição de toque. O aluno 2 em posição de toque, sem soltar a bola, faz movimentos de semiflexão simultânea de braços e pernas, e o indivíduo 1 acompanha o movimento do colega, não permitindo que a bola abaixe até a altura do rosto, e verifica se as mãos estão totalmente apoiadas na bola, pois, desta forma, a posição dos cotovelos estará automaticamente correta. Erro: toque muito baixo, à frente do rosto, não entrar embaixo da bola. Exercício 2: o aluno com uma bola deve posicionar-se frente à parede, bem próximo a ela, podendo até mesmo encostar a ponta de um dos pés nela. O aprendiz deverá executar toques baixos acima da cabeça e bem próximos à parede, não permitindo que a bola fique entre sua cabeça e a parede. Os cotovelos devem estar voltados para a parede. Erro: não se posicionar corretamente embaixo da bola antes de tocá-la. Exercício 3: 2 a 2, com uma bola, o aluno 1 lança-a alta e em diversas direções, enquanto o indivíduo 2 se desloca, prepara a posição das mãos e entra embaixo da bola, segurando-a na posição de toque, de frente para o aluno 1. Erro: não entrar embaixo da bola. Exercício 4: 2 a 2, com uma bola, os aprendizes devem se aproximar da rede, um de cada lado, o mais próximo possível, e tocá-la um para o outro por cima da rede, sem sair da posição correta de toque, de forma que seus cotovelos quase encostem na rede. Esse exercício pode ser realizado com os alunos parados e depois em deslocamento lateral. Erro: não flexionar os joelhos. Exercício 5: 2 a 2, com uma bola, um dos alunos lança-a acima da cabeça do outro e este, após o lançamento, deverá flexionar os joelhos tocando as mãos para depois preparar a posição e devolvê-la de toque para o colega. Formativos Problema: falta de força de membros superiores e inferiores. Exercício formativo: o aluno em posição de toque deve segurar uma bola de medicine ball (de 1 ou 2 kg, dependendo da idade) e realizar movimentos de flexão e extensão segurando a bola de peso, com cuidado para não baixá-la frente ao rosto, e sim sempre acima da cabeça. 57 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 6.2.3 Automatização Exercício 1: cada um com uma bola deve fazer o toque repetidamente acima da cabeça. Comece com toques baixos e vá subindo aos poucos, sempre mantendo a posição das mãos. Exercício 2: cada um com uma bola precisa realizar toques na parede, sem sair da posição correta de toque. Exercício 3: 2 a 2, executando dois toques acima da cabeça e depois enviando para o colega. Eles devem sempre manter as mãos acima da cabeça em posição correta de toque. Exercício 4: toque direto 2 a 2 mantendo as mãos acima da cabeça. Exercício 5: 2 a 2, com uma bola, o aluno 1 lança a bola com as duas mãos de baixo para cima, alta e à frente do aluno 2, que deverá se deslocar após o lançamento, entrar embaixo dela em posição de toque e devolvê-la para o aluno 1. Esse exercício deve ser realizado seguidas vezes com deslocamentos para frente e depois para trás e para cada um dos lados. Exercício 6: em trios com uma bola e um bambolê. Um dos alunos segura o bambolê no alto da cabeça e os outros dois trocam passes de toque em seu centro. Os estudantes devem estar próximos um do outro e manter as mãos em posição de toque, sem abaixar os braços. Exercício 7: 2 a 2, com uma bola. Um de cada lado da rede, mãos sobre a cabeça em posição de toque, passem a bola um para o outro sobre a rede. Depois de realizar esse exercício sem deslocamentos, executá-lo com deslocamentos laterais. Exercício 8: caso haja tabela de basquete na quadra em que você estiver ensinando o toque, você pode organizar dois grupos em colunas, um em cada “garrafão” do basquete, e proceder a uma contagem de tempo em que os alunos de cada coluna,um de cada vez, tentarão fazer uma cesta de toque. É possível organizá-lo em forma de competição, ou não. O importante é que os aprendizes estejam fazendo a posição correta do toque. Caso não haja tabela de basquete, um alvo pode ser desenhado em uma parede, e marca ponto quem acertar a bola lá. Exercício 9: duas colunas frente a frente, com uma bola, os alunos deverão dar o toque para o primeiro colega da frente e deslocar-se para o final da outra coluna. O movimento de tocar e correr para frente facilita a aprendizagem do toque. Exercício 10: até o momento os alunos tocaram e receberam a bola de frente. Nesse exercício, eles irão trabalhar recebê-la de um lado e enviá-la para outro. Trios com uma bola deverão formar um círculo (ou triângulo), dois toques, um sobre a cabeça e o outro para o aluno à sua direita. O aluno recebe a bola do estudante à sua esquerda, toca acima da cabeça uma vez enquanto volta de frente para a pessoa à sua direita para quem vai enviar a bola. Importante estar na posição preparada e de frente para onde vai enviar a bola, antes de tocá-la. Depois de experimentarem o exercício nos dois sentidos, direita e esquerda, ele deverá ser realizado com um toque apenas. 58 Unidade II Exercício 11: três alunos formam um triângulo, como no exercício anterior, mas atrás de um deles há uma coluna. A bola começa com a pessoa da frente da coluna, que deverá tocá-la para a direita e correr para ocupar o lugar daquele para quem enviou a bola e assim sucessivamente. Quem dá o toque, segue a bola até chegar ao final da coluna. Exercício 12: três alunos, com duas bolas. Os dois alunos que estão com as bolas deverão estar lado a lado e aquele sem a bola em frente a um deles. Os estudantes com a bola deverão lançá-la alta, na sua frente, e o sem bola deverá deslocar-se e devolvê-la de toque. Detalhe: se o aluno 1 lança a bola, quem se desloca deverá estar em frente ao aluno 2 e partir em deslocamento lateral somente após o lançamento. Deverá então posicionar-se embaixo da bola em semiflexão de membros inferiores e superiores antes de tocá-la. Exercício 13: partindo da mesma posição inicial do exercício anterior, dois alunos, lado a lado, um com uma bola e o outro em frente a um deles, que irá deslocar-se lateralmente e devolvê-la de toque. O estudante que irá se deslocar deve estar em frente a quem estiver sem a bola. Quem está com a bola, deverá lançá-la a meia altura e à sua frente, nesse instante o aluno da frente irá se deslocar, virando o corpo de frente para o outro aluno e passar a bola de toque para ele e assim sucessivamente, ou seja, o estudante que se desloca o fará sempre em direção à frente do aluno que lançou a bola e passará de toque para o outro, virando o corpo de frente para onde vai enviar a bola. Pode-se executar primeiramente com dois toques, um sobre a cabeça, e depois direto, com um toque só. Exercício 14: três alunos, com duas bolas. Os alunos com bola deverão ficar posicionados sobre as linhas laterais da quadra e frente a frente, e aquele sem bola deverá ficar entre os dois. Um dos estudantes com bola lança-a alta e um pouco à frente do aluno do centro e este deverá deslocar-se, ficando na posição de toque sob a bola e devolvê-la de toque. Na sequência, a pessoa do centro vira-se para o outro colega, que procede da mesma forma e assim por diante. Exercício 15: um círculo com oito alunos e um no centro. A bola deve ser tocada sempre para o centro do círculo e para fora, de modo que o aluno do centro vá girando devagar, mantendo o corpo voltado para onde vai enviar a bola, sem abaixar as mãos. Exercício 16: uma variação do exercício 15, só que mais difícil de ser executado. A bola começa em um aluno fora do círculo, que toca para o aluno que está no centro do círculo e corre para sua posição. O estudante do centro, por sua vez, toca para o próximo do círculo e vai para sua posição. A bola sempre é enviada para dentro e para fora do círculo e quem faz o toque segue para o lugar daquele para onde enviou a bola. Esse exercício pode ser realizado primeiramente com os indivíduos tocando duas vezes na bola antes de enviá-la. Exercício 17: três colunas, uma na posição 3, paralela à rede, outra na 4, junto à rede e para fora da quadra, além de outra entre as duas primeiras, mas atrás da linha dos 3 m. Os alunos executaram o toque da coluna do meio para a posição 3, aqueles nela enviarão a bola para a posição 4 e dela para a coluna do meio. Desta forma, os aprendizes estarão experimentando um levantamento junto à rede. O mesmo será realizado com o levantamento para a posição 2. 59 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Exercício 18: teremos uma coluna no centro da quadra, próximo à posição 6, um aluno na posição 3 junto à rede, e duas colunas, uma na posição 2, outra na posição 4, junto à rede, no local em que é esperado o levantamento. A bola parte da coluna central e segue para o levantador (posição 3), que corre para essa posição. A pessoa da posição 3 recebe a bola e faz o levantamento para a coluna da posição 4 e vai em sua direção. O estudante da posição 4 devolve a bola de toque para aquele da posição central e corre para a coluna do meio. O indivíduo da coluna do meio envia a bola para o levantador e corre para o lugar dele. O aprendiz da posição 3 agora enviará a bola para a posição 2 e o processo sempre continua com o aluno que dá o toque seguindo para onde enviou a bola. Lembrete O levantador é um jogador especialista no toque e um dos mais importantes da equipe, já que todas as bolas do jogo passam pelas suas mãos. É ele quem decide quem vai atacar e como. 6.2.4 Aplicação Exercícios em forma de jogo Exercício 1: professor no centro da quadra passa a bola para o primeiro aluno de uma coluna A que está na rede, iniciando pela posição 3. O estudante da coluna A passa a bola de toque para o primeiro da coluna B, que manda a bola para o outro lado da rede, tudo de toque. a b X X X X X X Figura 30 – Exercício 1 de aplicação do toque Exercício 2: duas colunas de um lado da rede, atrás da linha dos 3 m. O aluno da coluna A passa a bola de toque para o estudante da coluna B, porém à frente dele para que se desloque e mande a bola para o outro lado, tudo de toque. 60 Unidade II a b X X X X X X Figura 31 – Exercício 2 de aplicação do toque Exercício 3: duas colunas de cada lado da rede, atrás da linha de 3 m. Um dos alunos da frente de uma das colunas começa passando a bola de toque para o colega ao seu lado. Este a devolve de toque para o primeiro aluno que mandará a bola para o outro lado. Sucessivamente as pessoas da frente executam três toques e enviam a bola para o outro lado e em seguida deslocam-se para a parte de trás, trocando de coluna. Os pontos deverão ser contados de acordo com o número de toques dados pelos dois grupos conjuntamente, portanto a bola deverá ser passada na mão do colega. Na sequência do exercício deve-se delimitar o espaço para cada equipe e podem ser contados pontos quando a bola cai na quadra adversária. Lembre-se que os alunos estão aprendendo a habilidade e espaços muito amplos dificultam a execução correta. Exercício 4: duas colunas de cada lado da rede, atrás da linha de 3 m. O aluno 1, da frente de uma das colunas, começa passando a bola de toque para o colega ao, o aluno 2, porém não mais no local onde ele se encontra, e sim próximo à rede. O aluno 2 devolve a bola de toque para o aluno 1, mas não mais no local onde ele se encontra, e sim à sua frente, de modo que ele se desloque para passar a bola para o outro lado da rede. Sucessivamente os alunos da frente das colunas executam três toques dessa forma com deslocamentos, enviam a bola para o outro lado da rede e em seguida deslocam-se para a parte de trás das colunas, trocando de coluna. Pode-se iniciar somando o total de toques que as duas equipes conseguem dar sem que a bola caia, fazendo com que elas colaborem entre si, e em um segundo momento, quando estiveremdominando mais a execução do exercício, os pontos serão contados quando um time consegue fazer com que a bola caia na quadra adversária. Exercício 5: a mesma dinâmica do exercício 17 da fase de automatização, mas agora com a organização similar do outro lado da rede e o aluno da coluna 3 envia a bola de toque para lá. Exercício 6: a mesma dinâmica do exercício 18 da fase de automatização, mas agora com organização semelhante do outro lado e o aluno da coluna 3 envia a bola de toque para lá. Jogos adaptados Exercício 1: três colunas de cada lado no fundo da quadra. Os alunos vão entrando em trios (três da frente). O aluno da posição 1 inicia passando a bola de toque para o colega da posição 3 e este a manda 61 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS para aqueles das posições 2 ou 4 enviarem para o outro lado. Quando a bola cair, é realizada a troca de alunos pelos das posições 4, 3 e 2 saindo da quadra e entrando no fundo das colunas, e os estudantes das posições 5, 6 e 1 avançando para as posições da rede. À medida que o exercício se torne melhor executado é possível proceder à troca a cada três toques. Exercício 2: seis alunos em cada quadra e uma coluna fora dela atrás da posição 1. Os estudantes farão os três toques e enviarão a bola para o outro lado. Quando ela cair, é realizado o rodízio, com o aprendiz que sai da posição 2 e vai para o fundo, entrará no fim da coluna e o primeiro aluno da coluna fica na posição 1. Para tornar o jogo mais dinâmico, pode-se fazer o rodízio logo após o terceiro toque da equipe. Exercício 3: os exercícios 1 e 2 também podem ter início com o professor lançando a bola na mão de um dos alunos, um lado de cada vez ou aleatoriamente. 1 1 2 2 L3 5 5 6 6 4 4 L3 Figura 32 – Exercício 3 dos jogos adaptados do toque Jogo propriamente dito O jogo é iniciado de toque, que pode ser dado da posição 1 mais avançada dentro da quadra. Lembre-se que, de acordo com o método proposto, só podemos utilizar os fundamentos que já foram ensinados, portanto o saque não faz parte. 6.3 O ensino da manchete Antes de iniciar com os exercícios, serão realizadas a demonstração e a explicação da manchete, além de sua importância e participação no jogo. 6.3.1 Sequência pedagógica Exercício 1: alunos em pé, com os pés em ligeiro afastamento lateral, avança um deles em um leve afastamento anteroposterior. Exercício 2: partindo da posição do exercício anterior, os alunos deverão estender os braços à frente do corpo com os dedos unidos e estendidos e posicionar os dedos de uma mão sobre os da outra. Na 62 Unidade II sequência, os polegares deverão prender os dedos. Os braços deverão estar totalmente estendidos e os alunos fazerem um movimento de elevá-los e baixá-los, com um gesto que parte da articulação escapuloumeral, sem passar da altura dos ombros. Exercício 3: executem o exercício 1 e 2 agora inclinando o tronco à frente e realizando o movimento de transferência do peso do corpo da perna de trás para a da frente. Exercício 4: 2 a 2. Um aluno executa os exercícios 1, 2 e 3 e o outro com a bola deve batê-la nos antebraços do colega. Exercício 5: 2 a 2, com uma bola. Um aluno na posição de manchete e o outro lançando-a na altura dos joelhos do colega, para que ele a devolva rebatendo de manchete. Exercício 6: 2 a 2. Os alunos deverão rebater a bola de manchete um para o outro. 6.3.2 Exercícios educativos e/ou formativos Educativos Erro: não coordenar o movimento de membros inferiores e superiores. Exercício 1: 2 a 2. Um dos alunos deverá executar o movimento da manchete enquanto o outro segura a bola apoiando-a nos antebraços estendidos do colega. Erro: flexionar os cotovelos no momento da manchete. Exercício 2: idem ao exercício 1, sendo que o aluno que segura a bola deverá se posicionar ao lado do colega, com uma das mãos pressioná-la sobre os antebraços do colega e o outro braço precisará passar por baixo dos cotovelos do colega, pressionando-os para frente, sem permitir que sejam flexionados. Erro: não flexionar os membros inferiores. Exercício 3: 2 a 2. Um aluno parte da posição sentada na beira de um banco ou uma cadeira, em posição de manchete. O colega deverá lançar a bola à sua frente, de maneira que seja obrigado a levantar do banco para rebater de manchete. Erro: não inclinar o tronco o suficiente para bater os antebraços por baixo da bola. Exercício 4: 2 a 2. Um aluno se posiciona na linha central da quadra, segurando a bola em frente às suas coxas e abaixo da rede. O colega parte da posição de manchete, à frente ou em cima da linha dos 3 m, faz um deslocamento em direção à bola e executa o movimento da manchete batendo os antebraços sob a bola que o outro está segurando. O mesmo exercício pode ser realizado em seguida com o aluno que está com a bola se posicionando na linha dos 3 m do outro lado e lançando-a para que caia sob a rede na direção da linha central para o colega rebater de manchete. 63 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Erro: não posicionar o corpo de forma correta antes de tocar na bola. Exercício 5: em trios, dois alunos com bola, lado a lado, segurando-a à frente do corpo na altura da coxa. Aquele que está sem bola deve realizar deslocamentos laterais na posição de manchete e tocar os antebraços sob as bolas. Ao tocá-las, ele deverá estar em posição equilibrada, com a perna esquerda à frente quando se desloca para a esquerda e com a perna direita à frente quando se desloca para a direita. O mesmo exercício pode ser realizado na sequência com os alunos que estão com a bola lançando-a para que o colega rebata de manchete. Ele também pode ser executado com o lançamento da bola sendo feito sob a rede, como no exercício 4. Formativos Problema: falta de força nos membros inferiores para manter a posição de semiflexão. Exercício 1: estudante em posição de ligeiro afastamento lateral dos membros inferiores segura uma bola de medicine ball de 1 ou 2 kg e faz extensões e flexões seguidas com os braços estendidos à frente do corpo. 6.3.3 Automatização Exercício 1: 1 a 1, com uma bola. Dar manchetes na parede de forma que na volta ela quique no chão antes da manchete. Exercício 2: 1 a 1, com uma bola. Dar manchetes seguidas na parede. Exercício 3: 1 a 1, com uma bola. Dar manchetes seguidas para cima, deixando que a bola quique no solo entre as rebatidas. Exercício 4: 1 a 1, com uma bola. Dar manchetes seguidas para o alto. Exercício 5: 2 a 2, com uma bola. Dar uma manchete para o alto e depois enviar para o colega. Exercício 6: duas colunas, frente a frente. Dar manchete para o colega da outra coluna e se deslocar para o final dela. Exercício 7: 1 a 1, com uma bola. Dar manchetes na parede realizando deslocamento lateral. Exercício 8: 2 a 2, frente a frente na linha de fundo. Deve deslocar-se em direção à rede dando manchetes um para o outro, tentando atravessar a quadra toda até o outro lado. Chegando ao final da outra quadra, os alunos retornam ao início trocando de lado. Exercício 9: em trios, dois alunos se posicionam depois das linhas laterais, um de cada lado e um no centro. A bola parte de um dos lados com o estudante enviando-a de manchete para o outro do centro, que a devolve e este vai então mandá-la a quem estiver do outro lado, que vai, por sua vez, repetir o 64 Unidade II procedimento; primeiro enviar para o aluno do centro e depois para o da outra ponta. O discente do centro irá sempre se voltar para as pontas e devolver a bola de manchete. Exercício 10: em trios, com uma bola. Dois alunos, lado a lado, vão rebater as bolas de manchete à sua frente para quem estiver sem ela se desloque e devolva-a para o outro. Toque idem. Exercício 11: em trios. Os alunos deverão tocar a bola de manchete para o mesmo sentido (direita ou esquerda), virando o corpo de frente para onde vão enviá-la. Esse exercício pode ser executado primeiro com os aprendizes dando uma manchete para cima para ter tempo de se posicionar melhor, e depoispassando para o colega. Na sequência ele pode ser feito com um só toque de manchete direto na bola. Exercício 12: 2 a 2, com uma bola. Um de cada lado da linha central e próximos a ela, devem se deslocar lateralmente em direção à linha e dando manchetes sob a rede. Se a rede estiver muito baixa para a altura dos alunos, o exercício pode ser executado sob uma corda. Os exercícios 15 e 16 da fase de automatização do toque também podem ser realizados somente utilizando a manchete. 6.3.4 Aplicação Lembrando que por causa do processo progressivo associativo, na fase de aplicação, serão utilizados os fundamentos que estão sendo ensinados (no caso, a manchete) e aqueles que já foram ensinados (toque). Exercícios em forma de jogo Exercício 1: duas colunas de cada lado da rede, atrás da linha de 3 m. Um dos alunos da frente de uma delas começa lançando a bola para o colega ao seu lado. Este a devolve de toque para o primeiro aluno, que passará a bola para o outro lado da rede de manchete. Sucessivamente, quem estiver na frente das colunas executa três passes e envia a bola para o outro lado no terceiro, sendo que o primeiro e o terceiro contatos devem ser de manchete e o segundo (levantamento) será de toque. Após os três passes, a dupla da frente das colunas desloca-se para a sua parte de trás, trocando de coluna. Os pontos deverão ser contados de acordo com o número de passes realizados pelos dois grupos conjuntamente, portanto a bola deverá ser passada na mão do colega. Na sequência, pode-se delimitar o espaço para cada equipe e devem ser contados pontos quando a bola cai na quadra adversária. Lembre-se que os alunos estão aprendendo a habilidade, e espaços muito amplos dificultam a execução correta. Exercício 2: duas colunas de cada lado da rede, atrás da linha de 3 m. O aluno 1, da frente de uma das colunas, começa lançando a bola para o colega ao seu lado, o aluno 2, porém não mais no local onde ele se encontra, mas próximo à rede. O aluno 2 devolve a bola de toque, mas não mais no local onde se encontra, e sim à sua frente, de modo que ele se desloque para passar a bola de manchete para o outro lado da rede. Sucessivamente, os estudantes da frente das colunas executam três passes desta forma; primeiro e terceiro passes de manchete e segundo de toque, com deslocamentos enviam a bola para o outro lado da rede e em seguida deslocam-se para a parte de trás das colunas, trocando de coluna. 65 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Pode-se iniciar somando o total de passes que as duas equipes conseguem dar sem que a bola caia, fazendo com elas colaborem entre si, e, em um segundo momento, quando estiverem dominando mais a execução do exercício, os pontos serão contados quando uma equipe consegue fazer com que a bola caia na quadra adversária. Exercício 3: três colunas, a coluna 2 na posição 3, paralela à rede, de frente para a posição 4, a coluna 3 na posição 4, atrás da linha dos 3 m, e a coluna 1 entre as 2 primeiras, mas atrás da linha dos 3 m. Do outro lado da rede, em frente a esse grupo, teremos mais 3 colunas: coluna 5 na posição 3, junto à rede e paralela a ela, de frente para a posição 2, coluna 6 na posição 2, atrás da linha dos 3 m, e coluna 4, entre a 5 e 6 e atrás da linha dos 3 m. Os estudantes da coluna 1 iniciam o exercício de toque realizando um levantamento alto e próximo à rede, o indivíduo da frente da coluna 2 manda a bola para o outro lado da rede na direção da coluna 4, de toque ou de manchete. A pessoa da coluna 4 recebe a bola de manchete e passa para o discente da coluna 5, que faz um levantamento de toque alto e próximo à rede, na direção da posição 2. O aluno da frente da coluna 6 passará a bola para o outro lado da rede de toque ou manchete na direção daqueles da coluna 1 e assim por diante. Os passes acontecerão, portanto, da coluna 1 para a 2, da 2 para a 3, da 3 para a 4, da 4 para a 5, da 5 para a 6 e da 6 para a 1. Nas colunas 2 e 5 o uso do toque é obrigatório, nas colunas 1 e 4 a manchete é obrigatória e nas colunas 3 e 6 o aluno pode escolher usar o toque ou a manchete. O mesmo tipo de prática pode ser organizado com ambos os lados da quadra direcionando o levantamento para as posições 4 ou 2. Esse exercício traz bem próxima a realidade do jogo, com passes e levantamentos. Jogos adaptados Exercício 1: três colunas de cada lado no fundo da quadra. Os alunos vão entrando em quadra em trios (três da frente). A pessoa da posição 1 inicia passando a bola de toque para a posição 3 e este manda para as pessoas das posições 2 ou 4 enviarem ao outro lado da rede. Quando a bola cair é realizada a troca de alunos por aqueles das posições 4, 3 e 2 saindo da quadra e entrando no fundo das colunas e os estudantes das posições 5, 6 e 1 avançando para as posições da rede. À medida em que o exercício se torne melhor executado é possível proceder à troca a cada três toques. Exercício 2: seis alunos em cada quadra e uma coluna fora dela atrás da posição 1. Os alunos farão os três toques e enviarão a bola para o outro lado. Quando ela cair, é realizado o rodízio, com o aprendiz que sai da posição 2 e vai para o fundo entrando no fim da coluna e o primeiro aluno da coluna indo para a posição 1. Para tornar o jogo mais dinâmico, pode-se fazer o rodízio logo após o terceiro toque da equipe. Exercício 3: os exercícios 1 e 2 também podem iniciar com o professor lançando a bola na mão de um dos alunos, um lado de cada vez ou aleatoriamente. Jogo propriamente dito O jogo é iniciado de toque, que pode dado da posição 1 mais avançada, dentro da quadra. Lembre-se que, de acordo com o método proposto, só podemos utilizar os fundamentos que já foram ensinados, portanto o saque não fará parte. 66 Unidade II 6.4 O ensino do saque por baixo Você irá, nessa fase, explicar a mecânica de execução do saque por baixo e a importância de aprender bem a técnica, a fim de tirar proveito no jogo, com maior índice de acertos, e dificultar a recepção do adversário. 6.4.1 Sequência pedagógica Exercício 1: posicionem os pés em afastamento anteroposterior, com a perna esquerda à frente para quem é destro e a direita para quem é canhoto. Inclinem o tronco à frente e estendam o braço esquerdo à frente do corpo na altura e direção do joelho esquerdo, simulando segurar a bola com a mão esquerda (para destros). O braço direito será estendido para trás, ao longo do corpo, com a mão espalmada e estendida ou punho fechado com os dedos voltados para cima. Façam o movimento de pêndulo com o braço direito, simulando a batida na bola. Exercício 2: 2 a 2. Um aluno segura a bola com as duas mãos à frente do corpo e na altura de seus joelhos, e o outro faz o movimento do exercício 1 e toca na parte de baixo da bola segurada pelo colega. Exercício 3: 2 a 2, com uma bola, a uma distância de 9 m (nas linhas laterais da quadra). Os estudantes realizam o saque por baixo tentando direcionar a bola para o colega. Exercício 4: 2 a 2, um de cada lado da rede. Atrás da linha dos 3 m, deverá sacar um para o outro. A cada três saques certos, os alunos poderão afastar um passo para trás até chegarem à linha de fundo. 6.4.2 Exercícios educativos e/ou formativos Educativos Erro: não inclinar o tronco à frente, o que causa saques que vão só para cima e não ultrapassam a rede. Exercício 1: alunos com bola posicionados muito próximo à rede devem executar o saque por baixo, fazendo o movimento sob a rede. Desta forma, serão obrigados a inclinar o tronco, esse é o propósito dos exercícios educativos. Tal prática também pode ser aplicada com a ajuda de uma corda ou até mesmo sob os braços de dois colegas de mãos dadas. Erro: girar o tronco no momento da batida na bola, fazendo com que ela desvie de sua trajetória. Exercício 2: um aluno com uma bola, ao lado da parede, bem próximo dela, outro de braços abertos, de frente para a parede, criando uma espécie de corredor para a execução do saque. O movimento deverá ser sempre paralelo à parede esem giros. 67 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Formativo Problema: os alunos não possuem força suficiente para fazer com que o saque ultrapasse a rede. Exercício 1: fazer o movimento do saque por baixo, lançando uma bola de medicine ball de meio- quilo. Pode ser realizado na parede ou 2 a 2. 6.4.3 Automatização Exercício 1: alunos de frente para uma parede, sacar procurando atingir os alvos nela desenhados. Exercício 2: posicionem três bambolês em uma das quadras e três colunas do outro lado, atrás da linha dos 3 m. Os alunos deverão sacar tentando acertar os bambolês, afastar um passo a cada três acertos até chegar à linha de fundo. 6.4.4 Aplicação Serão utilizados o saque por baixo, o toque e a manchete. Nesse ponto do aprendizado, o jogo já toma uma forma mais real. Exercício em forma de jogo Exercício 1: duas colunas (1 e 2) de um lado da rede atrás da linha de 3 m e uma do outro lado, no meio da zona de defesa, entre a linha dos 3 m e a linha de fundo, que irá executar o saque por baixo. Os dois alunos da frente das outras colunas devem estar em posição de expectativa, prontos para receber o saque de manchete. Se o aprendiz da coluna 1 receber o saque, ele deverá fazer o passe próximo à rede, enquanto o da coluna 2 desloca-se para frente e realiza um levantamento de toque, alto e próximo à rede. O estudante da coluna 1, que recebeu o saque, deve avançar e passar a bola para o outro lado, de toque ou de manchete. Exercício 2: pode ser organizado como no exercício 1, com duas colunas de cada lado. Toda vez que a jogada for iniciada será por meio do saque por baixo, e quem o recebe deverá sempre utilizar a manchete. Exercício 3: três colunas, no meio da quadra com bola. Irão sacar para a coluna à sua frente, do outro lado da quadra. A coluna que recebe o saque faz o passe de manchete para um aluno que estiver na rede. Ele recebe a bola, segura e se dirige para a coluna que vai sacar. Quem sacou vai para o passe e quem passou vai para a rede receber a bola. 68 Unidade II X X XX X X X X XX X X X X XX X X bX X X a Figura 33 – Exercício 3 da aplicação do saque por baixo Exercício 4: quatro colunas. A coluna 1 de um lado da rede, entre a linha dos 3 m e a linha de fundo; do outro lado, três colunas, coluna 3 na posição 3, paralela à rede, de frente para a posição 4, coluna 4, na posição 4, atrás da linha dos 3 m, e a coluna 2 entre as duas primeiras, porém mais ao fundo, entre a linha dos 3 m e a linha de fundo. Os alunos da coluna 1 sacam por baixo, os da coluna 2 recebem o saque de manchete, os da coluna 3 fazem o levantamento de toque e os da coluna 4 passam a bola para o outro lado de toque ou de manchete. Jogo adaptado Exercício 1: uma coluna. Saque no meio de uma das quadras e do outro lado seis alunos em posição de expectativa, prontos para receber o saque de manchete. Aquele que receber o saque deve enviar a bola para o aluno da posição 3, que ficará mais próximo da rede e tentará fazer um levantamento de toque. A passagem da bola para o outro lado pode ser de toque ou de manchete. Esse exercício pode ser organizado com três colunas no fundo da quadra, que avançam ao seu sinal ou com rodízio e troca de um aluno, dependendo do número de estudantes. Nele, o saque começa no meio da quadra e vai evoluindo para o fundo. Aqueles que não conseguem sacar do fundo devem continuar fazendo-o de onde acham melhor. Exercício 2: idem ao exercício 1, só que há colunas sacando dos dois lados da quadra com seis alunos cada. Você pode organizar o exercício com um saque de cada lado e a bola continua em jogo até cair. Jogo propriamente dito O jogo normal, com saque e contagem de pontos da regra oficial. Lembre-se que só são permitidos os fundamentos aprendidos. Os alunos que ainda não conseguem sacar do fundo podem fazê-lo mais à frente. 6.5 O ensino do saque por cima Explique detalhadamente a técnica do saque por cima. Indicamos que seja ensinado, nessa etapa, o saque flutuante sem salto. Em vez da potência, valorize sempre a execução correta que vai trazer a regularidade e a eficiência. Lembre-se que no saque flutuante, quando adequadamente executado, a bola viaja sem rotação sobre seu eixo, ou seja, segue parada, sem girar. Importante: antes de lançar 69 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS a bola, o braço que vai bater nela deve estar flexionado atrás do ombro e em posição. Serão então realizados basicamente dois movimentos: o lançamento e a batida na bola. A altura de lançamento é apenas o suficiente para golpeá-la com o braço estendido. 6.5.1 Sequência pedagógica Exercício 1: sem bola, os alunos deverão assumir uma posição em pequeno afastamento anteroposterior, para os destros com a perna esquerda à frente, estendendo o braço esquerdo à frente do corpo, como se estivesse sustentando a bola. O braço direito deverá estar com o cotovelo flexionado e atrás da linha do ombro, com a mão espalmada e estendida. Deve ser realizado um movimento simulando o lançamento da bola, e ao mesmo tempo que o braço direito é estendido para frente a fim de golpeá-la, há uma ligeira transferência do peso do corpo da perna de trás para a da frente. Quando golpear a bola, acima da cabeça e um pouco à frente do corpo, o braço direito tem seu movimento freado e estendido, com a mão espalmada voltada para frente. Exercício 2: 2 a 2, com uma bola, um dos alunos segura a bola e o outro faz o movimento como se fosse sacar, parando com a mão na bola e o braço estendido. Exercício 3: 2 a 2, com uma bola nas linhas laterais da quadra, os alunos deverão sacar um para o outro, procurando dar direção à bola e afastando-se aos poucos. Exercício 4: 2 a 2, um de cada lado da rede, os alunos deverão sacar por sobre a rede e a cada três tentativas corretas aumentar a distância, até chegar ao final da quadra. 6.5.2 Exercícios educativos e/ou formativos Educativos Erro: lançamento da bola muito à frente, muito atrás da cabeça ou muito para os lados. Ele é determinante no acerto do saque e é uma tarefa bem difícil, que exige prática. Exercício 1: o aluno deve se posicionar como se fosse sacar, segurando a bola com o braço esquerdo (destros), com o braço direito já flexionado atrás do ombro e a mão aberta e firme. O estudante estará posicionado de forma que ao lado do seu pé esquerdo tenha uma marca no chão, que pode ser de giz ou o cruzamento de duas linhas. O indivíduo lança a bola como se fosse sacar, mas não o faz e a deixa cair no solo. Ela deverá cair sobre a marca no chão. Erro: lançamento incorreto da bola, bater na bola com o braço flexionado, não acertar a mão inteira na bola. Exercício 2: aluno posicionado em frente a uma parede, bem próximo, com a bola na mão em posição de saque. Ele deverá lançá-la à sua frente e, fazendo o movimento de transferência do corpo para frente, bater nela prensando-a contra a parede, com o braço e a mão estendidos. Note que deve ser feito apenas um movimento que toque na bola de leve, pois se a batida for muito forte pode haver 70 Unidade II contusões. Observe que a bola será lançada paralelamente à parede e muito próximo a ela. Se a bola for lançada de forma a “sair” da parede, a batida não deverá ser realizada. Erro: não estender o braço no momento do saque. Exercício 3: 2 a 2, com uma bola sacando um para o outro sobre a rede, estando na linha dos 3 m. Formativos Problema: falta de força para sacar ultrapassando a rede. Exercício 1: 2 a 2 lançando uma bola de medicine ball de meio-quilo um para o outro, por cima da cabeça, com as duas mãos e com a mão dominante. 6.5.3 Automatização Exercícios: poderão ser aplicados aqui os exercícios 1 e 2 da fase de automatização do saque por baixo, apenas alterando o tipo de saque. 6.5.4 Aplicação Poderão ser aplicados os exercícios da fase de aplicação do saque por baixo. Você vai notar que haverá maior dificuldade dos alunos em realizar os três toques devido à maior potência do saque por cima. É muito importantea prática do jogo nessa fase, pois o próximo fundamento a ser ensinado será a cortada. Ensinar a cortada, só faz sentido se os alunos conseguem jogar com os três toques e fazer levantamentos, portanto às vezes é recomendável uma parada nesse ponto, rever exercícios educativos de toque e manchete, para depois partir para o ensino da cortada. 6.6 O ensino da cortada Os alunos, em geral, são muito motivados para aprender a cortada. Como dito, certifique-se de que já consigam jogar com três toques e levantamentos. É uma habilidade complexa, que exige certo grau de coordenação motora e determinada vivência de movimentos, caso contrário, a aprendizagem se torna bem difícil. Enfatize para os aprendizes que é muito importante aprender a técnica correta e que eles não devem se preocupar de início com a potência de ataque. Executando a técnica, a potência virá naturalmente. Quanto às passadas do movimento da cortada, existem alguns tipos, no entanto indicamos iniciar com este a seguir, que é o mais executado por atacantes de velocidade, porque facilita ao estudante frear o movimento e não se lançar de encontro à rede, além de favorecer o domínio do saltar na distância correta da bola. 71 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS 6.6.1 Sequência pedagógica Exercício 1: os alunos iniciam atrás da linha dos 3 m, com o pé esquerdo à frente (destros), dão um passo à frente com o pé direito e na sequência um pequeno salto à frente, caindo com os dois pés. Para os canhotos, as passadas serão sempre do lado oposto. Exercício 2: repitam o exercício 1, mas quando terminada a passada e os dois pés tocarem o solo, eles deverão estar a mais ou menos 1 m de distância da rede, em pequeno afastamento lateral, com o pé esquerdo (para destros) ligeiramente à frente do direito. Nesse exercício, o aluno deverá terminar com a posição descrita acima e com uma semiflexão dos membros inferiores. No momento de dar a última passada (pequeno salto à frente), os braços serão lançados para trás e estendidos ao lado do corpo (posição de chamada). Exercício 3: executar os dois exercícios anteriores e na sequência lançar os braços para cima, de trás para frente e estendidos, ao mesmo tempo que saltar para cima, caindo no lugar que saltou. Exercício 4: parados de frente para a rede, a 1 m dela, com o pé contrário à mão da batida na bola à frente. Os alunos deverão fazer o movimento dos braços, sem saltar, desde a posição da chamada até parar na posição de “armada” do ataque: braço contrário à batida estendido à frente do corpo, na altura da cabeça, e braço de ataque em posição de flexão do cotovelo, atrás da linha do ombro, com a mão firme e aberta (idem à posição do saque por cima). Esse movimento deve ser repetido algumas vezes e rapidamente, como se o jogador estivesse saltando. Exercício 5: idem ao exercício anterior, acrescentando o movimento de batida na bola. Partindo da “armada” do ataque, o braço de ataque será estendido simulando uma batida acima e à frente da cabeça, e continuar esse movimento com o braço estendido na lateral do corpo e se mexendo para baixo. Simultaneamente, o braço que estava à frente será trazido flexionado junto e à frente do corpo. Esse exercício deverá ser repetido algumas vezes até que os alunos consigam executá-lo com certa rapidez. Exercício 6: os mesmos movimentos do exercício 5 deverão ser executados, agora com salto. Lembre-se que a batida na bola deverá acontecer no ponto mais alto do salto, portanto o deslocamento será realizado com bastante velocidade. Exercício 7: voltando para trás da linha de 3 m, o aluno vai associar as partes já aprendidas da passada, do salto e da batida na bola. É importante corrigir o salto, para que o estudante não projete o corpo na direção da rede. O movimento dos braços é essencial para o equilíbrio dinâmico. Exercício 8: aluno posicionado a 1 m da rede, professor junto à rede sobre uma cadeira ou banco, segurando uma bola com a mão direita (se o estudante for destro), de forma que ela fique entre a rede e o aluno, acima da cabeça e pouco acima da rede (a altura deve ser regulada de acordo com a altura dos aprendizes). O indivíduo posiciona-se atrás da bola e, partindo da posição da chamada, salta e ataca aquela que o professor estava segurando, sem cair para frente. 72 Unidade II Exercício 9: igual ao exercício anterior, só que o aluno começa atrás da linha dos 3 m e faz a passada completa antes de atacar a bola. Exercício 10: o aluno atrás da linha dos 3 m e a bola na mão do professor, que estará junto à rede, do lado direito do estudante, caso ele seja destro e do lado esquerdo, segurando a bola com a mão esquerda, em caso de canhoto. O discente inicia o movimento da cortada e ao bater os pés no chão na chamada, o professor lança a bola à frente do aprendiz (bola de tempo), com altura suficiente para que ele ataque. Exercício 11: o aluno parte de uma posição atrás da linha dos 3 m, na posição 4, ligeiramente fora da quadra e ao lado da linha lateral. O professor na rede e na posição 3 lançará a bola em um levantamento não muito alto, nem baixo, para que o estudante possa atacar. Lembre-se que o aluno deve estar posicionado de forma a se preparar para o movimento, mas só sairá para a passada após o lançamento da bola. O lançamento da bola deve ser sempre igual, mesma altura e distância da rede, facilitando o aprendizado do aluno, que fará os ajustes necessários em função da altura da bola. Jogadores destros terão mais facilidade em atacar pela posição 4 e os canhotos pela posição 2. Começar fora da quadra facilita a entrada do movimento com a perna correta à frente, em um deslocamento em diagonal. 6.6.2 Exercícios educativos e/ou formativos Educativos Erro: não fazer a passada corretamente. Exercício 1: marque o chão com giz nos locais que o aluno deve pisar para fazer a passada. Erro: não fazer a posição da chamada. Exercício 2: efetue a passada e durante a chamada bata palmas atrás do corpo. Isso obriga o aluno a lançar os braços para trás. Exercício 3: realize a passada com uma bolinha de tênis ou similar na mão esquerda e durante ela troque a bolinha da mão esquerda para a direita, lance os braços para cima e pela frente do corpo, faça o movimento dos braços como se fosse atacar e lançar a bolinha sobre a rede. Erro: não coordenar o movimento dos braços. Exercício 4: um aluno sentado em uma cadeira e outro em pé ao lado do seu braço de ataque. O aluno sentado vai executar o movimento dos braços da cortada, partindo da posição da chamada e o aluno que está em pé, com sua mão esquerda acompanha o movimento do cotovelo direito do colega, fazendo com que ele o traga flexionado e na máxima amplitude possível, ao mesmo tempo que o braço esquerdo estiver estendido à frente. No momento que seria da batida na bola, o aluno que estiver em pé posiciona sua mão direita na altura em que estaria a bola para que o colega bata na sua mão com 73 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS o braço estendido, enquanto o braço esquerdo é trazido para junto do corpo. Esse exercício, por ser sentado, faz com que toda a atenção do aluno se volte para seus braços, corrigindo o movimento. Erro: não encaixar a mão na bola no momento do ataque. Exercício 5: 2 a 2, o aluno 1 em pé em frente à parede, em uma distância de mais ou menos 3 m, e o aluno 2 em pé ao seu lado e segurando uma bola à frente e acima da cabeça do aluno 1. Se o aluno 1 for destro, o 2 deve estar à sua direita; se for canhoto, à sua esquerda. O aluno 1 deve fazer todo o movimento dos braços da cortada, desde a chamada, e bater na bola sustentada pelo seu colega, com a mão aberta e o braço estendido. Esse exercício é realizado sem salto e sem passada. Exercício 6: o aluno de frente para a parede, mais ou menos 3 m, deve lançar a bola à sua frente com a mão esquerda se for destro, mantendo o braço esquerdo apontado para a bola enquanto o direito faz o movimento de “armada” para o ataque, para depois golpeara bola para o chão. Ela irá bater na parede e voltar para a mão do aluno, que deve segurar a bola e executar tudo novamente. É importante que a batida na bola seja realizada com o braço estendido e acima da cabeça. Realizar outro ataque direto, sem parar a bola, pode comprometer a correção do movimento, pois o foco da atenção passa a ser a bola, e não o movimento. Além do mais, muitos jogadores fazem esse exercício, o paredão, com a rotação dos braços no sentido contrário ao que deveria ser. Caso o indivíduo vá fazê-lo batendo direto na bola, lembrar que os braços deverão subir estendidos pela frente do corpo. Erro: não cair no mesmo lugar do salto. Exercício 7: faça o movimento de cortada com uma marca limite no chão para saltar e cair no mesmo lugar. Formativos Problema: falta de coordenação visomotora para acertar o “tempo de bola”, ou seja, conseguir atacá- la no ponto mais alto de seu salto. Exercício 1: aluno sobre um banco colocado um pouco à frente da linha dos 3 m. O professor lançará uma bola, que deverá cair entre a rede e o banco, e o aluno partindo da posição de chamada em cima do banco, faz o lançamento dos braços para cima e pela frente do corpo e deverá segurá-la no ponto mais alto de seu salto. Para que melhor seja trabalhado o tempo de bola, o professor deve variar a altura do lançamento e o aluno precisa iniciar o movimento apenas depois do lançamento. Exercício 2: começando como no exercício anterior, mas com o banco sobre a linha dos 3 m, o professor lançará a bola alta entre o banco e a rede e o aluno deverá, assim que for feito o lançamento, saltar para o chão em posição de chamada e o mais rápido possível pular e segurar a bola acima da cabeça e à frente do corpo. Nesse exercício, o professor deve variar a altura dos lançamentos. Exercício 3: idem ao exercício anterior, com o aluno atacando a bola em vez de segurá-la. 74 Unidade II Problema: falta de potência muscular de membros inferiores para realizar o salto. Exercício 4: com uma corda estendida e sustentada por dois alunos, a uma altura de mais ou menos 30 a 40 cm do chão, os estudantes devem saltar a corda de um lado para outro de diversas formas: com os dois pés ao mesmo tempo, só com o esquerdo, só com o direito e de diversas combinações possíveis. Exercício 5: três ou quatro conjuntos de duas gavetas de plintos ou cordas estendidas. Os alunos devem saltar em cima do plinto e embaixo, no chão, seguidamente, com o menor tempo de contato com o solo possível. Exercício 6: faça agachamento segurando junto ao corpo um medicine ball (o peso vai depender da idade), enfatizando a velocidade do movimento na subida, podendo realizar um salto. Problema: falta de potência muscular de braço. Exercício 7: lançamento de uma bola de medicine ball de meio-quilo, 2 a 2 ou de frente para a parede, executando o movimento de braços da cortada com velocidade. Problema: falta de velocidade de braço. Exercício 8: faça o movimento da cortada sem saltar, segurando uma bolinha de tênis ou similar na mão de ataque e tentar fazer o deslocamento o mais veloz possível ou lançando-a o mais longe possível ou contra o chão para que após bater no solo suba o mais alto que conseguir. 6.6.3 Automatização Exercício 1: coluna de alunos atacando a bola de tempo lançada pelo professor. Exercício 2: professor lançando uma meia bola (meia altura) no centro da rede e alunos atacando. Exercício 3: professor lançando bolas na entrada da rede (posição 4). O docente deverá tentar manter sempre as mesmas altura e distância da rede no lançamento. Exercício 4: dando início ao gradual aumento da complexidade e proximidade com o jogo, o professor irá lançar bolas na entrada da rede, mas desta vez serão mais curtas, para que o aluno aprenda a fazer os ajustes necessários no movimento. Exercício 5: dando continuidade ao aumento da complexidade, as bolas serão lançadas mais afastadas da rede. Exercício 6: o professor deverá lançar quatro bolas seguidas para cada aluno, sendo a primeira curta, a segunda mais longa, a terceira curta e a quarta longa novamente. É importante que o discente sempre volte ao ponto inicial, ou seja, faça a abertura correta para se preparar para a próxima cortada. 75 VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS Exercício 7: o professor lançará quatro bolas seguidas para o mesmo aluno, sendo a primeira alta, a segunda baixa, a terceira alta e a quarta baixa novamente, com o estudante retornando ao ponto inicial toda vez que cortar. Exercício 8: o professor deverá variar os lançamentos já feitos anteriormente. Exercício 9: o treinador lançará bolas na posição 2, repetindo os tipos realizados na posição 4. Os alunos destros terão mais facilidade em atacar pela entrada da rede, já os canhotos pela sua saída. Primeiro eles devem automatizar o movimento pela sua posição de preferência para depois ir para o outro lado. Lembrar que a saída para o ataque é de fora da quadra, quando está na posição de preferência e de dentro dela, quando não. O propósito disso é que o aprendiz consiga fazer a chamada com o pé contrário à mão da batida à frente e posicionando seu braço de ataque atrás da bola. 6.6.4 Aplicação Serão utilizados nessa etapa: a cortada, o saque por baixo ou por cima, o toque e a manchete. Lembre-se que para que sejam bem executados é preciso que os alunos tenham certo domínio do toque e da manchete. Exercício em forma de jogo Exercício 1: 2 a 2, com uma bola, o aluno 1 próximo à linha dos 3 m e o aluno 2 na rede. O aluno 1 faz o passe de toque para o colega e este faz o levantamento para que o primeiro ataque. Exercício 2: duas colunas no meio da rede fazem o passe de toque para os alunos posicionados na posição 3. Um deles levanta para que cortem na posição 4 e o outro levanta para a pessoa da posição 2. X X X X X X X X X X X Figura 34 – Aplicação da cortada Exercício 2: uma coluna no meio da zona de defesa com bola irá sacar. Do outro lado duas colunas, uma recebe o saque de manchete e ataca e a outra faz o levantamento. O tipo de saque, por baixo ou por cima deve ser escolhido pelo professor de maneira que a recepção seja viável. 76 Unidade II Exercício 3: duas colunas de cada lado da rede, um dos alunos da frente executará o saque e os jogadores do outro lado recebem de manchete, fazem o levantamento de toque e atacam. Se os aprendizes conseguirem defender, dão continuidade ao jogo tentando também fazer os três toques, senão a bola irá para o outro lado sacar. Jogo adaptado Exercício 1: seis alunos de um lado da quadra na formação em “W” e o professor de outro, enviando a bola de forma a ser facilitada a recepção, para que os alunos procedam aos três toques; primeiro de toque ou manchete, segundo um levantamento e terceiro uma cortada. Exercício 2: seis alunos de cada lado da rede na formação em “W” e o professor do lado de fora, no meio da quadra, vai lançar bolas uma de cada lado para que os aprendizes executem os três toques. Exercício 3: seis alunos de cada lado da quadra na formação em “W” e uma coluna de cada lado no fundo, sacando. Os discentes deverão receber o saque e fazer os três toques finalizando com uma cortada. Jogo propriamente dito Exercício 1: agora que os alunos já simularam o jogo, ficará mais fácil aplicar tudo o que já aprenderam na partida propriamente dita, com rodízio e contagem de pontos normais. 6.7 O ensino do bloqueio Os alunos vão perceber que o movimento do bloqueio em si é simples, mas o que o torna um dos fundamentos mais difíceis de aprender é a proximidade da rede com que ele é executado e o ajuste temporal com o ataque do adversário. 6.7.1 Sequência pedagógica Exercício 1: os alunos em círculo, na quadra, devem realizar um pequeno afastamento lateral das pernas, partir de uma semiflexão dos joelhos e, com cotovelos flexionados e palmas das mãos voltadas para frente, mãos abertas e estendidas, terão de realizar uma extensão simultânea de braços e pernas, estendendo o corpo ao
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