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UNIDADE I Gestão e Controle de Custos em Empreendimentos Gastronômicos 1 Para início de conversa Seja bem-vindo (a), caro (a) estudante! A partir deste momento iniciaremos nossos estudos na disciplina de Gestão e controle de custos em empreendimentos gastronômicos. Nesta Unidade você irá aprender sobre os conceitos gerais e objetivos envolvidos na gestão dos custos e controles deste tipo de empreendimento, informações sobre o ciclo de vida de um restaurante e o mercado de alimentação, além dos itens e procedimentos que compõem a análise de viabilidade de instalação de um restaurante. Desde a análise das condições de operação e mercado, informações sobre o roteiro do projeto de instalação de um restaurante, características do local de instalação e operação, além de fatores que envolvem a locação do imóvel a ser utilizado para a realização do empreendimento gastronômico. Convido agora você a explorar e compreender este vasto e complexo campo de conhecimento que engloba as melhores e mais efetivas técnicas, procedimentos e atividades a serem empregadas para obter sucesso na gestão e controle de custos em empreendimentos gastronômicos, buscando assim contribuir de forma eficaz para o seu aprendizado. Bons estudos! orientações da disciPlina Prezado (a) estudante, Antes de iniciar a leitura deste guia, solicito que você faça a leitura da Unidade I em seu livro-texto, pois, ela servirá como um ponto de partida na construção de seu aprendizado. Você também deve fazer a leitura de todos os materiais textuais indicados neste guia de estudo, assim como deve assistir aos vídeos sugeridos ao longo deste material. Ao finalizar a Unidade I, responda a atividade avaliativa, e em caso de dúvidas, envie prontamente uma mensagem ao seu tutor, pois, ele está apto e disponível para esclarecer quaisquer questionamentos acerca de nossa disciplina. 2 Palavras do Professor Caro (a) aluno (a), Como já foi feita por você a leitura da Unidade I em seu livro-texto, nós agora vamos iniciar nossa jornada em busca do conhecimento sobre a Gestão e controle de custos em empreendimentos gastronômicos. No entanto, antes de nos aprofundarmos nos conceitos e etapas que envolvem o entendimento sobre o ciclo de vida de um restaurante, a análise de viabilidade de sua instalação e o projeto necessário para execução da mesma, é preciso compreender como podem ser definidos os custos existentes nos empreendimentos de forma geral, incluindo os do setor gastronômico. Conhecer quais são suas principais características e a quais tipos de objetivos estão atrelados, além de como eles podem ser controlados de forma eficiente e segura a fim de construir uma base sólida na ação empreendedora que se deseja realizar, do ponto de vista financeiro, ofertando um serviço ou produto padronizado e de qualidade aos clientes e consumidores. veja o vídeo! Antes de começarmos a conhecer as definições e conceituações sobre custos e suas formas de controle, sugiro que você assista a este vídeo (Duração (4:45)) que aborda de forma simples e objetiva algumas das principais terminologias envolvidas na gestão de custos, tão necessárias para o desenvolvimento de atividades neste campo de atuação, explicando e diferenciando o que são custos, perdas e desperdícios e suas principais características. Caso haja algum termo que ainda lhe seja desconhecido, não se preocupe, pois, integram temáticas que serão abordadas na nossa disciplina, tanto nesta como nas próximas unidades. Clique aqui para assistir. cUstos e controle: conceitos Gerais e oBjetivos O correto entendimento da Gestão de Custos em empreendimentos gastronômicos, assim como em qualquer campo de negócios, requer o conhecimento prévio dos diferentes tipos de gastos envolvidos na gestão de um estabelecimento deste tipo, que podem ser subdivididos em Custos, Investimentos e Despesas, e que devem sempre estar relacionados e coexistindo em equilíbrio para que o empreendimento apresente uma boa saúde financeira. https://youtu.be/ncF0_DxK2pY https://youtu.be/ncF0_DxK2pY 3 Vale salientar que uma eficiente gestão dos custos e de suas formas de controle é necessário devido à influência do forte processo de globalização econômica e o crescente aumento da concorrência, em especial no ramo da produção e serviço de alimentos, e esta gestão ainda contribui para alcançar resultados planejados cada vez mais positivos, facilita a inserção em novos mercados, colabora para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, além de cooperar para a expansão e até mesmo manutenção das atividades da empresa. Os custos podem ser definidos como os gastos associados de forma direta ou indireta à produção e oferta de bens, produtos e serviços. É importante ressaltar que os custos apenas são reconhecidos por este termo quando ocorre a utilização dos fatores de produção (bens e serviços) visando à fabricação/execução de um produto ou serviço, consistindo assim em tudo que é utilizado na produção (Exemplo: a água utilizada em um restaurante é um gasto desde o momento em que é adquirida, e imediatamente após considerada como um custo, por sua utilização na produção de alimentos; um liquidificador comprado é considerado inicialmente como um gasto, depois é considerado como um investimento, devido as novas possibilidades que permitirá a produção, e logo depois passa a ser um custo, quando começa a ser utilizado na elaboração de alimentos). Para um melhor controle de suas aplicações se faz importante conhecer as categorias de custos existentes, e em relação a sua classificação pode ser subdivididos em: • custos diretos: direcionados a produção de um bem ou serviço, são gastos que podem ser visualizados e mensurados de forma direta no produto ou serviço, sem ser necessária a utilização de cálculos de rateio (distribuição proporcional dos custos indiretos aos centros de custos, produtos ou serviços); • custos indiretos: também direcionados a produção de um bem ou serviço, porém, são gastos que não podem ser visualizados e mensurados de maneira direta nos produtos e serviços, fazendo necessária a utilização de rateios para sua correta e eficiente alocação aos produtos e serviços oferecidos; • custos fixos: são gastos que se mantêm constantes, dentro de uma capacidade pré-estabelecida, e assim não se alteram ou variam independentemente da quantidade de produtos ou serviços confeccionados e executados, sendo passiveis de existir até mesmo em períodos que não haja produção; • custos variáveis: estes são gastos diretamente relacionados a quantidade de produtos e serviços do empreendimento em determinado período, ou seja, variam de acordo com o volume do que é produzido ou ofertado pelo estabelecimento; • custos híbridos: parcialmente fixos e variáveis, são gastos voltados à produção e oferta de bens e serviços que podem apresentar uma parcela fixa até determinado estágio, e depois passarem a ser variáveis; ou ainda serem inicialmente variáveis até determinado momento de sua produção e depois tornam-se fixos. Neste momento, querido (a) aluno (a), você deve apenas se concentrar em conhecer os tipos de custos existentes, suas principais características e diferenças entre os mesmos, pois, na Unidade IV será o momento de nos aprofundarmos um pouco mais sobre este tema e aprender como eles podem ser calculados e aplicados à política de preços e vendas e ao controle de custos. 4 GUarde essa ideia! De acordo com as informações divulgadas no “Gostar de cozinhar não é o bastante para empreender em gastronomia – Perfil de negócios de Gastronomia” (SEBRAE, 2014), os gastos que merecem maiores destaques em um restaurante são os voltados à produção e comercialização de alimentos e bebidas, e podem ser divididos principalmente em custos fixos e variáveis. Os custos fixos podem ser representados, entre os muitos existentes, pelos gastos com água, luz, telefone, internet, aluguel, manutenção e limpeza do local, salários, assessoria jurídica e contábil.Já os custos variáveis estão relacionados aos gastos com insumos necessários a produção de alimentos como, por exemplo, as carnes, laticínios, frutas, verduras, embalagens, manutenção de maquinas e equipamentos, e ainda os impostos e despesas financeiras com cartões de crédito e remunerações variáveis. Dando continuidade a nossa jornada de conhecimento sobre os tipos de gastos envolvidos na gestão de um estabelecimento gastronômico, vamos agora entender o que são os Investimentos e as Despesas: Os investimentos podem ser definidos como aquisições de bens, produtos e serviços que acarretarão ganhos financeiros futuros, sendo constituído por gastos ativados em função de sua vida útil ou de oportunidades e benefícios futuros. Os Investimentos também contribuem para manter e aumentar a competitividade das empresas no ramo em que as mesmas estão estabelecidas, visto que estão associados a obtenção de infraestrutura e tecnologias de qualidade, reforços na capacidade de atividades a serem desempenhadas, esforços e ações de pesquisa e desenvolvimento, entre outros fatores. Em relação às despesas, podemos defini-las como o consumo de bens e serviços, de forma direta ou indireta, que apesar de reduzirem o patrimônio líquido da empresa, visam a obtenção de receitas. Este tipo de gasto está ligado à administração e gestão da empresa e não apresenta relação, de forma direta ou indireta, com os bens e serviços da organização, pois, estão associadas de forma direta com a administração da empresa, por meio de categorias denominadas como: despesas administrativas, comerciais e financeiras. dicas Ao aprofundar seus conhecimentos sobre a Gestão de Custos, você também pode se deparar com as terminologias denominadas “Desembolso”, “Perdas” e “Desperdício”. • desembolso - pode ser entendido como pagamentos que resultam da obtenção de bens e serviços, ocorrendo devido a uma aquisição efetuada à vista ou derivada de obrigações previamente assumidas, podendo ocorrer antes, durante ou depois da entrada da utilidade comprada. 5 • Perdas - podem ser definidas como o consumo de bens, produtos e serviços de forma anormal e involuntária, e que por isto não são planejados de forma a gerar a obtenção de receitas. • desperdício - corresponde a um gasto que ocorre durante a produção e também na geração de receitas, mas que podem ser eliminados sem prejudicar a qualidade e quantidade dos produtos, bens e serviços gerados, além de não afetar a geração de receitas. E quais seriam os principais objetivos da gestão e controle de custos? Dentre os principais objetivos, que reforçam a importância do controle da gestão de custos, podemos destacar: a correta apuração do custo dos produtos e dos departamentos; o atendimento às exigências contábeis e fiscais; o controle dos custos de produção e a eliminação de desperdícios; melhoria e eficiência dos processos; auxílio na correta tomada de decisões gerenciais; e otimização e eficácia dos resultados. acesse sUa BiBlioteca virtUal Caro (a) aluno (a), estas considerações que vimos agora sobre os conceitos gerais e principais objetivos dos custos e a importância do seu controle, estão disponíveis em alguns livros presentes em sua Biblioteca Virtual. Caso queira expandir seu conhecimento sobre estes temas, você pode acessar e ler os seguintes trechos dos livros: “Gestão de custos”, da página 96 a 102; “Gestão de custos: perspectivas e funcionalidades”, da página 32 a 43. ciclo de vida de UM restaUrante e Mercado de aliMentaçÃo ciclo de vida de um restaurante visite a PáGina Antes de começarmos a estudar sobre o Ciclo de Vida de um restaurante e o mercado de alimentação, solicito que você visite este site e leia o pequeno texto intitulado “Como saber se seu restaurante já passou pelo estágio inicial”, que discorre sobre as diferentes etapas que envolvem o processo de consolidação e estabelecimento de um restaurante no mercado gastronômico, de modo a começar a conhecer um pouco sobre o tema. Clique aqui para acessar. http://gestaoderestaurantes.com.br/blog/index.php/2015/03/06/como-saber-se-seu-restaurante-j-passou-pelo-estagio-inicial/ http://gestaoderestaurantes.com.br/blog/index.php/2015/03/06/como-saber-se-seu-restaurante-j-passou-pelo-estagio-inicial/ 6 Agora que você já tem uma noção prévia sobre o tema, vamos nos aprofundar sobre o que é o Ciclo de Vida de um restaurante e quais são as diferentes fases que o compõem, pois, este é um conhecimento crucial para realizar e consolidar um empreendimento gastronômico de sucesso, superando os desafios inerentes ao processo que surgirão e assim manter seu estabelecimento firme e ativo no setor de negócios ligados a área da gastronomia. Para nos ajudar no entendimento deste processo, vamos utilizar alguns dados e informações que podem ser encontrados no livro “Instalação e administração de restaurantes”, de Luís Carlos Zanella (2007). Vamos lá? Ao decidir investir em um empreendimento gastronômico, o responsável pela atividade deve considerar alguns aspectos iniciais que irão nortear a tomada de decisões acerca dos produtos, bens e serviços que serão oferecidos pelo estabelecimento. Além das decisões iniciais que envolvem a definição da proposta do restaurante (público-alvo, cardápio, ambiente, entretenimento e preço), é preciso também analisar as condições de operação do empreendimento, identificar as diferentes fases que envolvem o seu funcionamento e suas principais características e ainda estimar as possíveis dificuldades que podem ocorrer ao longo de sua existência e quais as estratégias que podem ser utilizadas para corrigir tais problemas. Após este processo, que tem como principal objetivo a minimização de riscos, e com a finalização da instalação do projeto tem início o que chamamos de “Ciclo de vida” de um restaurante, ou seja, seu tempo de vida útil e de existência. Este Ciclo de vida pode ser dividido em ciclos de operação denominados de fases de Implantação, Crescimento, Maturidade e Declínio, que podem ser definidos da seguinte maneira: fase de implantação: corresponde ao momento de início das operações do restaurante, onde o principal objetivo é conquistar pelo menos uma parte do mercado que se pretende atingir e administrar as possíveis dificuldades financeiras que podem advir dos investimentos e custos operacionais iniciais decorrentes da instalação do restaurante. Nesta fase é muito importante fazer uso de ações promocionais visando atrair o público e destacar a imagem do empreendimento gastronômico. É bastante comum que nesta etapa a empresa apresente um fluxo de caixa negativo e resultados não muito favoráveis, mas que podem ser facilmente superados nas próximas fases do ciclo de vida do restaurante, através do aumento do volume de operações. fase de crescimento: nesta etapa o restaurante já deve apresentar um maior número de clientes e uma atitude participativa no mercado em que está inserido, com certa posição de destaque, onde o responsável ou gestor deverá escolher entre manter as condições operacionais e se consolidar desta forma no mercado ou expandir as atividades com base em seus conhecimentos e vivências e também de sua equipe. Algumas ações são características da fase de crescimento, entre elas: a definição do cardápio, incluindo as adequações a pedidos e sugestões da clientela; necessidade de maior conhecimento e domínio sobre os custos e margens de lucro por produto; desenvolvimento de atividades de planejamento, programação e controle de atividades e operações; conhecimento e ajuste das operações às influências das estações do ano e da sazonalidade dos produtos, pois, estes fatores afetam de forma direta a qualidade, os custos 7 e vendas dos produtos; maior qualificação em relação ao uso dos equipamentos e utensílios disponíveis no restaurante, e também dos recursos humanos através de treinamentos e atividades integradoras; acompanhamento contínuo das atividades dos concorrentes; e verificação das característicasda clientela atual e identificação de potenciais novos clientes, desenvolvendo ações promocionais para captação e fidelização destes indivíduos. Nesta fase deve ocorrer a delegação de funções e responsabilidades, por parte do administrador do empreendimento, a outros funcionários, transmitidas de forma eficaz através de programas de treinamento e capacitação, além de atividades de integração entre os colaboradores. Para este processo ocorrer de forma correta, sistemas de controle de operações e emissão de relatórios devem ser implantadas, para um acompanhamento mais eficaz das atividades. Durante a fase de crescimento, é esperado que ocorra uma melhoria na liquidez e no fluxo de caixa, que possibilita a realização de novos investimentos e atividades promocionais. fase de Maturidade: esta é uma etapa do Ciclo de vida do restaurante na qual sinais de perigo e enfraquecimento relacionados às suas operações começam a surgir. Dentre estes sinais, podemos citar: desmotivação da equipe de funcionários, alterações nas atitudes dos funcionários e nas relações de grupo, desgaste da imagem dos produtos e serviços pelo maior e mais constante acesso por parte da clientela e também pela ação da concorrência, desuso de equipamentos e instalações, aumento de custos e redução de lucros, deficiências nos programas de treinamento, entre outros fatores. No entanto, algumas ações e medidas podem ser empregadas, através de uma análise criteriosa das condições da empresa, para enfrentar estes problemas tais como: realização de atividades promocionais para recuperação e fortalecimento da imagem da empresa; renovação de bens, produtos e serviços ofertados, e também das formas de atendimento; investigar as práticas da concorrência que são percebidas de forma positiva pela concorrência; atualizar as metodologias de controle e gestão; revisar as margens de lucro; realizar programas motivacionais com a equipe de funcionários; e desenvolver pesquisas de opinião com a clientela, funcionários e fornecedores, visando conhecer os pontos positivos e negativos dos produtos e serviços ofertados. fase de declínio: esta é uma etapa que se caracteriza por um processo comum e inerente ao ciclo de vida de um restaurante, que é a deterioração e obsoletismo dos aspectos administrativos, operacionais e tecnológicos, mas que assim como as dificuldades que surgem na Fase de Maturidade, também podem ser superadas através de análise e adoção de medidas corretivas para cada situação, visando a manutenção da sobrevivência da empresa. Entre as características e situações comuns a esta fase, podemos citar: diminuição do volume de receitas e de clientes; desgaste das instalações, equipamentos e utensílios; redução da qualidade dos serviços e produtos ofertados; falta de motivação da equipe, além da necessidade de redução de número de funcionários e aumento de sua rotatividade, o que influi na qualificação do quadro de pessoal; redução de verba para ações promocionais; queda no padrão da clientela; crescimento dos índices de desperdício e de deterioração dos recursos materiais; ausência de investimentos no estabelecimento, entre outros. 8 veja o vídeo! Caso você queira saber um pouco mais sobre o conceito de Ciclo de Vida, tema muito importante na área de empreendedorismo, inclusive no setor gastronômico, assista a este vídeo (Duração 06:40) que faz um breve resumo sobre o ciclo de vida de produtos e serviços, e como ele pode ser utilizado como uma importante ferramenta de marketing para o estabelecimento. Clique aqui para assistir. o Mercado de alimentação O conhecimento do mercado de alimentação em que o empreendimento gastronômico estará inserido, por parte do responsável pela sua administração, é imprescindível para que o estabelecimento alcance o sucesso desejado, e de acordo com Zanella(2007), este mercado sofre influência de diferentes fatores, muito ligados a questões subjetivas relacionadas ao publico que se pretende atingir, como hábitos e costumes, além da interferência de características estacionais ou cíclicas, onde o papel do cliente será a escolha dos melhores preços e serviços que a ele é oferecido. Vamos conhecer um pouco sobre estes fatores? Ao empreender, é importante saber que a administração de um restaurante requer um período de adaptação, que depende da aceitação dos clientes atuais e futuros a proposta apresentada pelo estabelecimento, e que nem sempre este processo ocorrerá de forma rápida, trazendo o imediato retorno dos investimentos. O cardápio é uma importante ferramenta neste processo, pois, contribui de forma contundente para uma maior receptividade da clientela aos produtos e serviços oferecidos, e para isso deve apresentar como características: qualidade, variedade, criatividade, personalidade, além de corresponder a proposta do estabelecimento em relação ao tempo de preparo, ingredientes, apresentação, entre outros. Devem ainda ser revisados de forma sistemática a fim de corrigir possíveis falhas, além de adotar novas metodologias de preparo e se adequar a novas tecnologias. Os aspectos do ambiente, alimentação e serviços devem combinar entre si e sempre se basear no aspecto da qualidade e de preços competitivos e condizentes com a realidade do mercado. A captação e busca de clientes deve sempre ser uma estratégia adotada pelo empreendedor, com foco no atendimento de suas necessidades e desejos, pois, estas ações gerarão, em contrapartida, uma fidelização e parceria com a clientela. As pesquisas de opinião são cruciais neste processo de conhecimento das necessidades do cliente, e acabam por contribuir para o alcance da “Qualidade Total” no estabelecimento englobando assim processos, operações, influenciando nas atitudes e desempenho dos funcionários, e consequentemente na imagem da empresa. https://youtu.be/O7yay4HizLM https://youtu.be/O7yay4HizLM 9 É importante que o responsável pelo empreendimento tenha conhecimento sobre os desejos e expectativas dos clientes, os pontos positivos e negativos do estabelecimento no que diz respeito a clientela que se pretende atingir, quais são as ofertas da concorrência para este tipo de público, e qual seria o sinônimo de qualidade, tanto para os clientes, como para os restaurantes e funcionários. leitUra coMPleMentar Caro (a) aluno (a), caso seja do seu interesse ampliar um pouco mais seu conhecimento sobre o mercado de alimentação e alguns fatores que contribuem para o crescimento, a consolidação e o sucesso de um empreendimento gastronômico, você pode acessar em sua biblioteca virtual os seguintes livros: - “Turismo e Gastronomia: cultura, consumo e gestão”, páginas 134 e 135; - “Gestão de negócios em alimentação: princípios e práticas”, páginas 39 a 44; Você encontrará uma detalhada explanação sobre a situação atual dos negócios de alimentação, fatores que afetam o crescimento e o sucesso deste mercado, além das atuais tendências do setor. Vale a pena conferir! análise de viaBilidade de instalaçÃo de UM restaUrante Ao decidir enfrentar o desafio de montar e abrir um restaurante, o empreendedor deve estar ciente que este é um processo longo, inserido em um setor de negócios bastante complexo e com alto nível de competitividade! Por isto, Zanella (2007) destaca que ao decidir investir neste projeto, é preciso realizar uma análise de viabilidade da instalação do restaurante, investigando as condições de operação e mercado, construindo um roteiro do projeto e realizando uma escolha criteriosa do local de instalação e operação e também das condições de locação do imóvel, e agora com a ajuda deste autor vamos conhecer as ações e critérios envolvidos nestas etapas. análise das condições de operação e mercado Esta é uma etapa que corresponde a uma análise prévia do mercado onde o restaurante será inserido, isentando-se assim do erro comum que os empreendedores cometem de confiar apenas em suas experiências e competências, sem a realização de pesquisas, análises e sem a contribuiçãode um suporte técnico que avalie o perfil do mercado e as exigências a ele atribuídas. Outro deslize comum cometido pelos empreendedores é não acompanhar as tendências inerentes ao setor, a conjuntura total que envolve suas atividades e a necessidade do uso das novas tecnologias de sistemas e equipamentos ligados a área gastronômica. Para iniciar um empreendimento com segurança é preciso fazer um diagnóstico do mercado, geralmente baseado em um estudo de viabilidade que coleta dados sobre o mercado e outros fatores relacionados à operação da instalação proposta. Este estudo de viabilidade geralmente é constituído por um prospecto, definido como uma descrição por escrito que detalha todos os aspectos da situação analisada e que é dividido em: justificativa, detalhando os motivos do projeto, suas metas, políticas e procedimentos; 10 características físicas e operacionais, que incluem desde os aspectos arquitetônicos ao cardápio, formas de preparo e serviço de alimentos, perfis de funcionários e clientes e quantidade de trabalho; e informações regulatórias, que envolvem as questões de saneamento, segurança, uso de energia, controle de ruídos, entre outros. Estas análises e descrições estarão sempre voltadas ao atendimento das necessidades do mercado que se pretende atender, e se é possível e viável para o empreendimento satisfazer tais expectativas com qualidade. Outro passo fundamental para empreender com segurança é realizar uma auto-análise da empresa, antes e durante as operações, verificando algumas demandas básicas, onde podemos citar como exemplos: se há capacidade e potencial para atuar no setor desejado; qual o perfil do cliente, o que ele deseja e como pode ser atraído; se os produtos e serviços ofertados são de qualidade; quais as características dos concorrentes e quais são as possíveis estratégias que podem ser adotadas para superá-los; quais são os possíveis problemas que podem surgir ao longo das operações e como eles podem ser superados; se a equipe é qualificada e quais ações podem mantê-la motivada ao longo do tempo; entre outras diversas questões que devem ser analisadas. roteiro do projeto de instalação de um restaurante Para que a instalação de um restaurante ocorra de forma bem-sucedida, se faz necessária a construção de um projeto de instalação, com itens e critérios pré-estabelecidos, que reúnem informações detalhadas sobre os diversos setores e área de um restaurante, como podemos ver abaixo: 1. fatores conjunturais: englobam os aspectos econômicos do país e a situação do mercado, além das políticas governamentais, legislações, incentivos fiscais e impostos que precisam ser atendidos. 2. área, local de instalação, data de implantação, tipos e características do investimento: envolvem a descrição detalhada destes itens, que são cruciais para uma correta programação das atividades e da gestão e utilização dos orçamentos. 3. atividades, Produtos, serviços: contempla a definição e descrição dos produtos e serviços, dos sistemas e técnicas de operação, da capacidade produtiva da cozinha, dos potenciais pontos de vendas ou serviços, das metodologias e procedimentos de atendimento, e dos dias e horários de funcionamento. 4. Mercado/clientes/área de atuação: englobam os fatores externos a administração do restaurante, mais ligados ao publico e mercado que se pretende atingir, como o potencial de consumo, o perfil da clientela e seus hábitos de consumo, a área e localização dos clientes, os potencias que podem ser exploradas no setor, influências estacionais no consumo e os fatores motivacionais de acesso do cliente ao restaurante. 5. concorrência: envolve a análise criteriosa dos estabelecimentos concorrentes atuantes no mercado, avaliando seu perfil (tipo, produtos e serviços, metodologia de atendimento, imagem, horários, entre outros), localização e área de atuação, capacidade produtiva, preços, atividades promocionais e quais são seus maiores potenciais. 11 6. fontes de suprimento de produtos e materiais: contempla a escolha da origem e tipos de produtos a serem utilizados, seleção dos fornecedores, definição dos procedimentos de armazenagem e transporte, demarcação do sistema de compras e da estacionalidade dos produtos adquiridos, definição dos preços e condições de pagamento, e também dos níveis de estoque. 7. construções, obras civis e instalações: descreve as instalações do restaurante e possíveis construções e obras que podem ser necessárias para o bom andamento das operações. 8. Máquinas e equipamentos: discorre sobre todos os maquinários presentes e necessários na área de cozinha e restaurante, além de ar-condicionado, equipamentos sonoros e de informática assim como itens de escritório. 9. Pessoal: envolve todos os aspectos ligados aos recursos humanos do estabelecimento e suas operações, como a descrição do quadro de lotação, dos salários, dias e horários de trabalhos, qualificações, treinamento de pessoal, avaliação de desemprenho, normas disciplinares, entre outros itens. 10. Gestão financeira: lista os aspectos ligados aos recursos próprios e de terceiros, ao fluxo de caixa e aos recursos disponíveis para investimentos e implantação da infraestrutura e operações necessárias ao funcionamento. 11. Marketing, Publicidade e Promoções: descreve as ações promocionais que serão desenvolvidas para criação e fortalecimento da imagem da empresa. 12. custos, Preços, volume de Produção e resultados: contempla a apuração e estabelecimento dos custos, da relação custo/volume/resultados, do ponto de equilíbrio, das formas de apuração e projeção de resultados, da produção e avaliação de relatórios, do peso/tamanho/custo dos pratos, e da tabela de preços. 13. estrutura administrativa e de operações: engloba o organograma da empresa, o layout, os serviços auxiliares, instrumentos e técnicas operacionais e o setor de informática. 14. infraestrutura de serviços: lista, aspectos ligados a aquisição e destino da água, sistemas de esgotos, lixo, telecomunicações e energia elétrica. 15. desenvolvimento do projeto: envolve os procedimentos de verificação das atividades e do funcionamento, estabelece cronogramas, discorre sobre as necessidades de treinamentos e reuniões de avaliação e integração e fixa rotinas de trabalho e seus procedimentos, além de estabelecer o monitoramento e manutenção dos processos. local de instalação e operação Para uma correta escolha do local de funcionamento, é necessária uma pesquisa contundente e eficaz sobre o atendimento as necessidades da proposta do restaurante, verificando fatores como infraestrutura de serviços ofertada, condições de acesso, adequação ao porte do restaurante, enquadramento as exigências legais, condições de estacionamento, disponibilidade mão de obra no entorno, entre outros. 12 As condições de acomodação para clientes especiais (deficientes físicos, idosos, gestantes, crianças, etc.) também devem ser observadas e atendidas, pois, além de ser uma necessidade exigida pela legislação, também representam um diferencial na percepção da clientela em relação à imagem do restaurante. locação de imóvel Quando for necessária a locação de um imóvel para a criação do restaurante, devem ser analisados desde o momento inicial algumas questões como a duração do contrato, suas condições de reajustes e renovações. Para renovações do contrato, deve-se considerar os prazos legais, como: ação antes do termino do contrato, se existir o direito; ou contratos com mais de 5 anos de durabilidade, que podem ser judicialmente renovados, e que para renovar o locatário deve estar há mais de 3 anos no mesmo ramo, ter cumprido as obrigações do contrato e ajuizar ação até 6 meses antes do término do último ano do contrato. Já contratos abaixo de 5 anos não apresentam renovação garantida pela legislação, onde esta deve ser negociada com o proprietário do local. acesse sUa BiBlioteca virtUal Estimado (a) aluno (a), Estas considerações que vimos agora sobre a análisede viabilidade de instalação de um restaurante e suas etapas também estão disponíveis em sua Biblioteca Virtual, e caso queira aprofundar seu conhecimento, você pode acessar e ler o seguinte livro: “Gestão de negócios em alimentação: princípios e práticas”, da página 261 a 304. leitUra coMPleMentar Para conhecer um pouco sobre os desafios envolvidos e as estratégias a serem adotadas na administração de restaurantes, tema que estudaremos em nossa próxima unidade, sugiro que você leia este artigo que trata sobre táticas essenciais e eficazes para uma boa gestão e administração de restaurantes. Boa leitura! Clique aqui para acessar. http://gestaoderestaurantes.com.br/blog/index.php/2017/10/31/20-taticas-para-gestao-de-restaurantes/ 13 Palavras finais Estimado (a) aluno (a), Chegamos à conclusão do conteúdo da primeira unidade da nossa disciplina “Gestão e Controle de Custos em Empreendimentos Gastronômicos”. Espero que os conhecimentos repassados contribuam para enriquecer a sua formação acadêmica. Neste guia, abordamos os conceitos gerais e objetivos envolvidos na gestão dos custos e controle de um empreendimento gastronômico, informações sobre o ciclo de vida de um restaurante e o mercado de alimentação, além das etapas que compõem a análise de viabilidade de instalação de um restaurante. No próximo guia você conhecerá sobre os aspectos e etapas envolvidas na administração de um restaurante. Neste momento, convido você a acessar o ambiente virtual e responder as atividades avaliativas, e em caso de dúvidas envie prontamente uma mensagem ao seu tutor. Assista aos vídeos sugeridos. Eles serão fundamentais para que você possa acompanhar o conteúdo da unidade com mais clareza. Te vejo na próxima unidade. Até breve! referências BiBlioGráficas Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco – SEBRAE/PE. Gostar de cozinhar não é o bastante para empreender em gastronomia – Perfil de negócios de Gastronomia. SEBRAE/ PE, 2014. ZANELLA, Luiz Carlos. Instalação e administração de restaurantes. São Paulo: Editora Metha, 2007.
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