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DIREITO CONSTITUCIONAL 1 Teoria da Constituição Prof. M.Sc. Décio Pimentel Gomes S.Sales (Advogado, Palestrante e Professor de Direito Constitucional da Fundação Universidade Estadual Vale do Acaraú, bacharel em direito e mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/subsecção-Sobral-CE.) • - Idade Antiga (476 D.C.) • - Idade Média (476 a 1453 D.C.) • - Idade Moderna (1453 a 1789) • - Idade Contemporânea (1789 aos dias atuais) • Observação: o direito constitucional moderno surge no final da idade e moderna e começo da idade contemporânea. Cronologia da História 2 • A história do constitucionalismo, revela-se em especial pela busca do ser humano em limitar o uso do poder de modo a que este não possa violar a dignidade da pessoa humana, assim como o esforço de estabelecer uma justificação moral e ética da autoridade que o exerce, no lugar da submissão à uma autoridade deslegitimada do ponto de vista da soberania popular, ou seja, aquela que se sustenta em dogmas religiosos ou na apropriação tirânica do comando. Assim sendo, o direito constitucional também se institui pela necessária aprovação, por parte dos destinatários do poder, de limites aos encarregados de seu uso na posição de dominante dos controles sociais, sobretudo pela participação ativa dos dominados no processo político. DIREITO CONSTITUCIONAL COMO PRODUTO DA EVOLUÇÃO REGULAMENTAR DAS RELAÇÕES ENTRE OS QUE EXERCEM E OS QUE SE SUJEITAM AO PODER. 3 • Observações: • Para o norte-americano Charles Howard McIlwain, considerado o maior historiador e teórico do constitucionalismo europeu, a característica mais antiga e autêntica do constitucionalismo não foi a separação dos poderes ou a soberania das leis, mas o princípio da limitação do Governo ao direito, idéia sintetizada na seguinte definição: “todo Governo constitucional é por definição, um Governo Limitado”. • No dizer de Karl Loewenstein: “a história do constitucionalismo não é senão a busca pelo homem político das limitações do poder absoluto exercido pelos detentores de poder...” • Fonte: NOELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 4. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo : MÉTODO, 2010. DIREITO CONSTITUCIONAL COMO PRODUTO DA EVOLUÇÃO REGULAMENTAR DAS RELAÇÕES ENTRE OS QUE EXERCEM E OS QUE SE SUJEITAM AO PODER. 4 • PRINCÍPIO DO GOVERNO LIMITADO • Garantia de Direitos dos indivíduos. • Separação dos Poderes (Aristóteles e Montesquieu) • Obs: está última, tem a função de assegurar a garantia de direitos e o princípio do governo limitado. IDÉIAS BÁSICAS SOB AS QUAIS SE APOIA O CONSTITUCIONALISMO CONSTITUCIONAL. 5 • 1ª.CONSTITUCIONALISMO ANTIGO. • 2ª.CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO OU LIBERAL. • 3ª.CONSTITUCIONALISMO SOCIAL. • 4 ª . C O N S T I T U C I O N A L I S M O CONTEMPORÂNEO. E T A P A S D A E V O L U Ç Ã O D O CONSTITUCIONALISMO. 6 • Começa na antiguidade e vai até ao final do Sec. XVIII • A primeira experiência foi a do Estado Hebreu(é classificada como uma experiência constitucional de limitação do poder). Estado Teocrático onde o Poder(lei) divino(a) limitava o monarca e os súditos. Além do Estado Hebreu, Grécia, Roma e Inglaterra se inserem neste contexto. • Conjunto de princípios que garantem a existência de direitos oponíveis ao monarca. • Constituições consuetudinárias (Costumes + precedentes judiciários + Previsão de documentos espalhados de conteúdos que tratavam de alguma “concessão” dos monarcas aos súditos - Limites ao exercício do poder. • Concessão ou conquista? • O costume como fonte determinante do Direito Constitucional até a modernidade. Características do Direito Constitucional Antigo 7 • ►1215 – Magna Charta Libertatum • ►1628 – Petition of rights à Petição de Direito. • ► 1639 – Habeas corpus act à Habeas Corpus. • ► 1689 – Bill of rights à Carta de Direito. • ► 1701 – Act of settlement à Atos de acertos. _____________________________________________ • ► 1789 –Déclaration des droits de l'homme et du citoyen. 8 Considerada por muitos autores o embrião das Constituições modernas, foi redigida em latim bárbaro. Magna Charta 9 • A Magna Carta • significa "Grande Carta" em latim, cujo nome completo é Magna Charta Libertatum seu Concordiam inter regem Johannen at barones pro concessione libertatum ecclesiae et regni angliae, é um documento de 1215 que limitou o poder dos monarcas da Inglaterra, especialmente o do Rei João, que o assinou, impedindo assim o exercício do poder absoluto. Resultou de desentendimentos entre João, o Papa e os barões ingleses acerca das prerrogativas do soberano. Segundo os termos da Magna Carta, João deveria renunciar a certos direitos e respeitar determinados procedimentos legais, bem como reconhecer que a vontade do rei estaria sujeita à lei. Considera-se a Magna Carta o primeiro capítulo de um longo processo histórico que levaria ao surgimento do constitucionalismo. • Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 10 • Liberdade da Igreja da Inglaterra; • Restrições tributárias; • Proporcionalidade entre delito e sanção; • Devido processo legal; • Livre acesso à justiça; • Liberdade de locomoção. Principais Direitos Consignados na Magna Carta 11 • Ainda podemos citar a idéia de supremacia do parlamento. • O b s : p o r q u e n ã o h a v i a c o n t r o l e d e constitucionalidade? • Havia forte influência da religião. Características do Direito Constitucional Antigo 12 PERÍODO: final do Século XVIII à primeira grande guerra mundial, início do século XX. • Revolução Industrial – fator de mudança econômica com implicações políticas. • "O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo“. Por Immanuel Kant. • Revoluções Burguesas ou Liberais • à Independência dos Estados Unidos (1776) • à Revolução Francesa (1789) 2ª ETAPA - Constitucionalismo Clássico ou Liberal. 13 * MARÇO FUNDAMENTAL Da passagem do constitucionalismo a n t i g o p a r a o c l á s s i c o : s u r g i m e n t o d a s p r i m e i r a s constituições. 2ª ETAPA - Constitucionalismo Clássico ou Liberal. 14 RESPECTIVAS CONSTITUIÇÕES DOS E.E.U.U. E DA FRANÇA 1787 1791 15 • Estados Unidos e França = constitucionalismo moderno. • EUA • 1ª contribuição, 1ª constituição escrita, formal, rígida e dotada de supremacia. • Obs: no constitucionalismo de referência, o inglês, havia a supremacia do parlamento e agora, nos EUA a supremacia passava a ser da Constituição. • 2ª Contribuição: surgimento do controle difuso de constitucionalidade. • Obs: em 1803 há uma decisão judicial que é tida como o março inicial de criação do controle de constitucionalidade. A decisão até hoje mais citada do mundo. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 16 • EUA • Curiosidades sobre esse março histórico do controle difuso: • A rigor, a rigor, houve dois outros precedentes de controle antes do conhecido caso. • O 1º foi um caso de um tribunal inferior que permitia a participação de Justice da Suprema Corte nesta instância e que declarou lei inconstitucional. • O 2º foi quando a Suprema Corte declarou em um conflito a constitucionalidade de uma lei. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 17 • EUA • 3ª Contribuição do Constitucionalismo Norte-Americano(Clássico ou Liberal): FORTALECIMENTO DO JUDICIÁRIO. • Obs: é pela desconfiança no parlamento/legislativo que os E.E.U.U. Transferem grande poder ao judiciário. É uma visão oposta a dos franceses onde o parlamento era venerado como a casa do povo ou o amigo dos direitos. • E por que os estados unidos não tiveram a mesma veneração pelo parlamento que tinham os franceses? • 4ª Contribuição dos EUA: Forma de Governo República onde preponderava a forma monárquica, criação do presidencialismo, federalismo e declarações de direitos a partir de 1776 como a da Virgia Bill of Rights. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 18 • EUA • Obs: Não havia direitos fundamentais na constituição dos EUA, estes foram posteriormente inseridos por emendas, mas quando da criação da Constituição já havia documentos que versavam sobre direitos fundamentais. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 19 • FRANÇA O constitucionalismo francês como segunda experiência do Constitucionalismo clássico ou liberal. • Revolução francesa em 1789 e constituição em 1791. • Obs: juntamente com a independência dos EUA a Revolução Francesa, deveras mais sangrenta, marcou a transição do Constitucionalismo antigo para o clássico ou liberal. • A influência no Brasil foi muito maior do que nos EUA. (Inconfidência e independência). • Surge também na França uma constituição escrita, embora não tenha sido a primeira da Europa(Polônia) e durou apenas dois anos. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 20 • FRANÇA • 1ª Contribuição do Constitucionalismo Francês (Clássico ou Liberal): SUPREMACIA DO PARLAMENTO, porque para os franceses o Parlamento era a expressão da vontade geral. • SUPREMACIA DA LEI, POIS, EXPRESSÃO DA VONTADE GERAL. • A GARANTIA DE DIREITOS E A SEPARAÇÃO DOS PODERES FORAM OUTROS DESTAQUES DO CONSTITUCIONALISMO FRANCÊS. • A GARANTIA ERA TÃO IMPORTANTE QUE SURGIU A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO. • OBS: Até hoje está em vigor e faz parte do bloco de constitucionalidade da França. • Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição. • Há uma interrelação entre o constitucionalismo francês, norte-americano e inglês na Teoria dos Poderes de Montesquieu. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 21 • FRANÇA • 2ª Contribuição do Constitucionalismo Francês (Clássico ou Liberal): Idéias de Poderes Constituintes e Poderes Constituídos. Poder Originário e Poder Derivado. • Abade Emmanuel Joseph Sieyès escreveu um livro atribuindo à nação/ao povo a titularidade do Poder. • Obs: foi dentro do Constitucionalismo Francês que nasceu uma famosa escola de interpretação que foi a da exegese(1830 a 1880) que teve a base de seu surgimento no Código de Napoleão de 1804. • VISÃO DA ESCOLA DA EXEGESE: a interpretação era uma atividade meramente mecânica de modo a que o juiz só possa revelar o que a lei já diz em si. JUIZ, LA BOUCHE DE LA LOI. Ai daquele que ousasse interpretar, não cabia outra interpretação além da literal, quem dela se desviasse era acusado de tentar destruir o código de Napoleão. • Obs: da mesma forma que pela desconfiança no parlamento os EUA armaram o Judiciário, os franceses por não confiar nos juízes os deixou quase que com um sub poder. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 22 • EUA y FRANÇA • Ainda nesta etapa do Constitucionalismo(Clássico ou Liberal) tanto na França como nos EUA surgem os direitos classificados como direitos de 1ª Dimensão ou Geração. • Direitos ligados ao valor liberdade: direitos civis e políticos. • Curiosidade: Foi a partir de uma palestra de um autor Karel Wazeak em 1979 que o lema da revolução francesa foi ligado às dimensões de direitos fundamentais. • Direitos civis: direito à vida, liberdade, igualdade(formal), segurança e propriedade. • Direitos Políticos: direitos de participação. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 23 • EUA y FRANÇA Obs: Norberto Bobbio foi o responsável por difundir no mundo a idéia de Karel Wazeak sobre as dimensões ou gerações de direitos fundamentais em seu livro A ERA DOS DIREITOS. No Brasil, quem fez esse papel de difusor foi Paulo Bonavides, tanto que sua classificação é a mais utilizada no direito brasileiro. Na questão constitucionalismo vs absolutismo, a primeira demanda foi pela liberdade. E esses direitos ligados ao valor liberdade exigem uma prestação negativa por parte do Estado, ou seja, uma abstenção do Estado em relação ao indivíduo, com exceção da segurança. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 24 • EUA y FRANÇA • Outra questão que merece destaque em relação ao constitucionalismo clássico que se aplica tanto ao EUA quando à FRANÇA é o surgimento do ESTADO DE DIREITO. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 25 • EUA y FRANÇA • EVOLUÇÃO DO ESTADO DE DIREITO "A expressão o faz sinônimo de estado liberal" 3 concretizações do estado de direito: 1ª. Rule of Law (ING): governo das leis em contraposição ao governo dos homens. 2ª Rechtsstaat (ALE): expressão literal do Estado de Direito. 3ª Ètat Legal (FRA): estado legal. Foi essa experiência francesa quem mais se firmou pelo mundo. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 26 • EUA y FRANÇA • Quando se fala em liberalismo pode ser em termos políticos que é ligado a idéia de Estado limitado nos seguintes termos: • A limitação do Estado do Estado pelo direito se estende ao soberano. • A administração pública tem sua atuação pautada na lei(Princípio da legalidade na Adm. Pública). • Fracionamento das funções estatais para efeito de controle. • Direitos individuais assegurados contra o Estado. • OBS: se são características do Estado também o são dos direitos e da Constituição • Esses direitos eram da burguesia, não eram assegurados a todos de maneira real, só formal. • Ex. Nos direitos políticos, o voto para as mulheres / o sufrágio restritivo pelo mundo. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 27 • EUA y FRANÇA • Igualdade no liberalismo era tratar a todos da mesma forma. • Além do político, há também o liberalismo econômico. • Idéia de Estado mínimo, que significava assegurar a ordem e a segurança pública. Proteção contra invasores externos e garantia da ordem interna. • Questões sociais e econômicas devem ficar nas mãos da iniciativa privada e o Estado não deve intervir nestas questões • FIM DA 2ª etapa do Constitucionalismo. D e s t a q u e d e s s a s d u a s e x p e r i ê n c i a s d o constitucionalismo clássico ou liberal. 28 • 1ª ETAPA: CONSTITUCIONALISMO ANTIGO • 2ª ETAPA: CONSTITUCIONALISMO Clássico ou Liberal • 3ª ETAPA: CONSTITUCIONALISMO Social (período compreendido entre o final da 1ª guerra mundial a 1945) • OBS: com o fim da 1ª guerra há uma crise econômica, o que agrava o quadro das desigualdades levando o modelo liberal clássico em colapso. 29 • o modelo liberal clássico passa a ser questionado. • As pessoas são realmente tratadas como livres e iguais? • Se não, é necessário rever o Estado e a Constituição. • OBS: duas constituições se tornaram referências para o modelo social de Estado. • Constituição do México de 1917. • Constituição da Alemanha ou de Weimar. • OBS: isso não quer dizer que só a partir delas é que as constituições versaram sobre direitos sociais, porque, por exemplo, a Constituição da França de 1791 trazia alguns poucos desses direitos, embora não fosse a tradição do constitucionalismo da época. 30 • No constitucionalismo clássico ou liberal surge a 1ª dimensão dos direitos fundamentais. Direitos ligados ao ideal de liberdade. • No constitucionalismo social surge a 2ª dimensão de direitos fundamentais. Direitos ligados ao ideal de igualdade material. • OBS: enquanto a primeira dimensão versava sobre direitos civis e políticos, a segunda dimensão trata de direitos ligados a igualdade, portanto, sociais, econômicos e culturais. • É a época de exigir do estado prestações positivas no sentido de diminuir as desigualdades sociais. • OBS: enquanto os direitos de 1ª dimensão se aplicam aos indivíduos, os de 2ª, em sua maioria, são direitos da coletividade. • OBS: a está época já tinha ocorrido uma evolução na interpretação do direito quando se consolida a crise da escola exegética(1830 a 1880). Já mesmo em 1850 Savigny já tinha iniciado a mudança com a criação dos cânones de interpretação: • 1.Interpretação Gramatical. • 2.histórica • 3.lógica • 4.sistemática. • A doutrina e não Savigny criaria o Teleológico, posteriormente. 31 • Com todas essas transformações surge o ESTADO SOCIAL. • Estado de postura intervencionista. • 3 características essenciais: • 1ª. O Estado abandona sua postura abstencionista e passa a intervir nas relações sociais(educação e saúde), econômicas e trabalhistas. • 2ª. Papel decisivo na produção e distribuição de bens. (Estado como proprietário de algumas empresas). • 3ª.Garantia de um mínimo de Bem-estar social, "welfare state". (Preocupação em assegurar um mínimo de condições ao bem-estar do indivíduo) Ex. Lei orgânica da assistência social-LOAS. 32 • Organização do Estado e limitação do poder estatal, por meio da previsão de direitos e garantias fundamentais. • Instrumento de institucionalização. • Documento de criação coletiva apoiado em precedentes históricos e doutrinários. • Ideais de Liberdade e Igualdade e existência de um poder soberano pertencente ao povo. • “É a Constituição que se propõe a garantir os direitos fundamentais contra o poder e sua natural inclinação para o abuso” – Prof. Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Características das Constituições Modernas 33 “O Direito Constitucional firma-se como ramo do Direito Público, destacado por ser fundamental à organização e f u n c i o n a m e n t o d o E s t a d o , à art iculação de seus elementos primários e ao estabelecimento das bases da estrutura polít ica, da separação dos poderes e da defesa dos Direitos Fundamentais” (Karl Lowenstein). 34 • Com o fim da 2ª guerra surgem surgem novas constituições e ocorrem profundas transformações no estado de direito. Transformações estas diretamente ligadas ao Neoconstitucionalismo. • Historicamente, a barbárie da 2ª guerra e as experiências do nazismo e do fascismo fizeram o mundo repensar o direito e o estado e ter suas ações legitimadas no valor DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. • OBS: a visão do nazismo era a de que existia categorias de seres humanos, ou seja, pessoas superiores e inferiores, puros e não puros e para rebater esse absurdo as constituições privilegiam o valor da dignidade da pessoa humana (todo ser humano tem a mesma dignidade). 4ª ETAPA DO CONSTITUCIONALISMO: O CONTEMPORÂNEO. 35 • O valor dignidade da pessoa humana precisa ser reafirmado constantemente porque sofre ameaças de grupos neonazistas e/ou de governos que mantêm presos sem acusação formal de prática de terrorismo e etc. • Historicamente há a influência dos direitos de 3ª dimensão ou geração dos direitos fundamentais ligada ao valor FRATERNIDADE ou SOLIDARIEDADE. • Para Paulo Bonavides: Direito ao Desenvolvimento ou progresso(indivíduo e Estado), autodeterminação dos povos, meio ambiente, direito de comunicação e de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade. 4ª ETAPA DO CONSTITUCIONALISMO:O CONTEMPORÂNEO. 36 • Dentro da quarta etapa do constitucionalismo, merece destaque: • O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO • OU • ESTADO CONSTITUCIONAL DEMOCRÁTICO • Diferença de nomenclatura, apenas. • Sobretudo na Europa, a idéia de ESTADO DE DIREITO é uma idéia ligada à supremacia da lei ou império da lei, tanto nas experiências do modelo liberal ou clássico quanto do modelo social. • É com o constitucionalismo contemporâneo que essa idéia de Estado de Direito como sinônimo de império da lei é substituída pelas de SUPREMACIA E NORMATIVIDADE DA CONSTITUIÇÃO. • OBS: O objetivo dessa nomenclatura é justamente destacar que o Estado Contemporâneo é fundamentado na idéia de Estado Constitucional Democrático, por ser a Constituição suprema e normativa. 4ª ETAPA DO CONSTITUCIONALISMO:O CONTEMPORÂNEO. 37 • Em vez de Estado de Direito(primado da lei) tem-se o Estado Constitucional Democrático(primado da Constituição). • Esse Estado Constitucional é uma tentativa de sintetizar as conquistas e superar as deficiências dos modelos anteriores. • OBS: "O Estado Liberal era altamente absenteísta, o Estado Social, ao contrário, era extremamente intervencionista. Verdadeiros extremos! 4ª ETAPA DO CONSTITUCIONALISMO:O CONTEMPORÂNEO. 38 • Em termos de características o modelo de Estado Contemporâneo é implementado pela Constituição dessa época que terá as mesmas características dela. • 1ª Universalização do Sufrágio e ampliação dos mecanismos de participação democrática direta. • Os E.E.U.U. É a. Venezuela adotam o RECALL. • 2ª característica: ampliação do conceito de democracia indo além do aspecto meramente formal para uma dimensão também material. • O aspecto formal(clássico) de democracia tem a vontade exclusiva da maioria como premissa, já o material tem como premissa o respeito aos direitos fundamentais de todos, inclusive os das minorias. 4ª ETAPA DO CONSTITUCIONALISMO:O CONTEMPORÂNEO. 39 • Onde essa vontade da maioria encontra seus limites substanciais? • Os direitos fundamentais estão aí para serem assegurados tanto à maiorias quanto às minorias. • Ex. União Estável entre pessoas do mesmo sexo. • 3ª característica: preocupação com a efetividade e com a dimensão material dos direitos fundamentais. • Qual a diferença dessa dimensão formal e material dos direitos fundamentais? 4ª ETAPA DO CONSTITUCIONALISMO:O CONTEMPORÂNEO. 40 • 4ª Característica: a limitação do Poder legislativo passa a abranger além do conteúdo das leis as hipóteses de omissões inconstitucionais. • OBS: Hans Kelsen desenvolveu sua teoria enfatizando o sentido formal da supremacia da constituição e comando para o Legislativo na forma de produzir as leis/o direito. • Fases do processo legislativo. • Hoje o Legislador está vinculado não só a questões de forma em relação à produção do direito, quanto ao conteúdo de princípios previstos nos textos das constituições. • OBS: Era assim porque na Europa o legislador era visto como um amigo, um aliado do direito e, portanto, não se vinculava aos direitos fundamentais, hoje ele está vinculado. E além do vínculo aos direitos fundamentais o legislador ainda está sujeito ao controle das omissões legislativas. 4ª ETAPA DO CONSTITUCIONALISMO:O CONTEMPORÂNEO. 41 ORDENAMENTO JURÍDICO • Constituição Federal • ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS ·Lei Complementar ·Medida Provisória ·Lei Ordinária ·Decreto Legislativo ·Lei Delegada ·Resolução ·Decretos ·Regulamentos 42 • Obs: Mesmo nos ensinamentos de Kelsen, só se vê escritos sobre controle de ações contrárias à Constituição. • Só em 1974, uma constituição da yugoslávia, trouxe tal previsão. • A CF/88 tem dois instrumentos de controle: Adin por omissão e mandado de Injunção. • 5ª característica: surgimento de uma jurisdição constitucional destinada a assegurar a supremacia da Constituição e a proteção efetiva dos direitos fundamentais. 4ª ETAPA DO CONSTITUCIONALISMO:O CONTEMPORÂNEO. 43 • Visões a respeito das duas concepções • 1ª No Brasi l , ser iam expressões s inônimas e o termo Neoconstitucionalismo passou a ser utilizado no lugar de pós- positivismo.(O Prof. Antônio Maia da UERJ é quem diz isso). • Para o Prof. Luis Roberto Barroso não pensa assim, pois, para ele, o pós-positivismo é o marco filosófico do Neoconstitucionalismo. • Destaques: o pós-positivismo é uma concepção filosófica do direito e deve ser entendido como uma meta-teoria, ou seja, uma teoria sobre a teoria do direito. De maneira que a teoria do direito vai tratar da aplicação do direito ao caso concreto e isso vem da dogmática jurídica que busca estabelecer critérios racionais para que as decisões jurídicas não sejam decorrentes do puro arbítrio. P ó s - P o s i t i v i s m o e Neoconstitucionalismo 44 • Aspectos que comprovam essa posição sobre o pós-positivismo como algo meta-teórico. • 1ª a relação entre direito e moral. • OBS: o pós-positivismo é uma terceira via entre o jusnaturalismo e juspositivismo. • POSITIVISMO JURÍDICO: para essa concepção não existe uma conexão necessária entre direito e moral(princípio da autonomia). Direito e moral atuam em esferas distintas e, embora haja as esferas moral, política, essas não necessariamente se interligam com a do direito. • OBS: a Teoria Pura do Direito defende que o direito se preocupa com a esfera jurídica e não com os outros ramos do saber. De modo que o que está na lei é lei independente de seu conteúdo. P ó s - P o s i t i v i s m o e Neoconstitucionalismo 45 • Dentro do positivismo há duas concepções: • 1ª Positivismo Jurídico Exclusivo(porque exclui qualquer possibilidade de se incorporar argumentos morais ao direito.) • 2ª Positivismo Jurídico Inclusivo(onde a incorporação de argumentos morais é possível, porém, não necessariamente) • Ex. Art. 1º inciso I da CF/88 (previsão de um valor no próprio texto da constituição) *De modo que se a Constituição não o consagrasse ele não seria invocável. P ó s - P o s i t i v i s m o e Neoconstitucionalismo 46 • Não positivismo ou jusnaturalismo(BRASIL) há duas concepções: • 1ª Tese Forte ou não positivismo exclusivo(sustenta que os defeitos morais sempre têm como efeito a perdas da validade jurídica.) De modo que se o direito não corresponder à. Moral, será injusto e portanto não valerá. Para essa concepção que no Brasil é chamada de jusnaturalista exclusiva a validade do direito só se dará a partir de sua correspondência com a moral / a justiça. P ó s - P o s i t i v i s m o e Neoconstitucionalismo 47 • Não positivismo ou jusnaturalismo(BRASIL) há duas concepções: • 1ª Tese Forte • 2ªTese Fraca ou não positivismo inclusivo.Tem como ícone o Prof. Robert Alexy. • OBS: na Alemanha essa tese fraca é conhecida como fórmula de Radbruch, onde o direito extremamente injusto não pode ser considerado direito. De modo que não é qualquer defeito moral que invalida a lei, como na tese forte, e sim quando for extremamente injusto o direito. P ó s - P o s i t i v i s m o e Neoconstitucionalismo 48 • Dentro da idéia defendida por Alexy em uma ponderação entre a segurança jurídica e a justiça qual o princípio que mais pesaria? P ó s - P o s i t i v i s m o e Neoconstitucionalismo 49 • Mesmo a le i sendo in jus ta deve prevalecer a segurança jurídica que é a aplicação do dispositivo positivado, que só deixaria de ser aplicado se o direito nele contido fosse EXTREMAMENTE injusto. • Ex.confisco de bens de judeus. P ó s - P o s i t i v i s m o e Neoconstitucionalismo 50 • Essa tese do direito extremamente injusto é conhecida no Brasil como pós-positivista. E ela é considerada meta-jurídica por se referir à teoria do direito, ou seja, dizer como está deve proceder. Incorpora a moral ao direito e portanto, defende que há uma relação necessária entre eles. • OBS: as duas concepções jusnaturalistas ou não positivistas admitem essa relação entre direito e moral, porém, no pós- positivismo(terceira via) a invalidação só se dará quando o direito for extremamente injusto. • Isso tudo estaria no plano da Filosofia do Direito enquanto que o Neoconstitucionalismo se trataria de teoria do direito justificada no plano filosófico. P ó s - P o s i t i v i s m o e Neoconstitucionalismo 51 52 FIM
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