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PIGMENTAÇÕES Processos de formação e/ou acumulo de pigmento normal ou patológico no organismo PIGMENTOS ENDÓGENOS • Derivados da hemoglobina (pigmentos biliares, hematoidina, hemossiderina, etc) • Melanina • Lipofuscina PIGMENTOS EXÓGENOS • Formados no exterior e penetram e depositam no organismo Pigmentos endógenos derivados da hemoglobina: Hemoglobina → formada por subunidades com parte proteicas e não-proteicas (onde se encontra o ferro); tem um cilco de vida de 120 dias – hemocaterese (morte das hemácias Bilirrubina (pigmento amarelo-esverdeado) Formação: derivada da porção heme hemoglobina livre resultante da hemocaterese de hemácias e de hemoproteínas (catabolismo do anel tetrapirrólico chamado porfirina, onde o ferro está inserido). • Transporte no sangue – bilirrubina na circulação (não conjugada) transportada na sua maior parte pela albumina • Captação pelo polo basal dos hepatócitos • Conjugação com o ácido glicurônico = bilirrubina conjugada (hidrossolúvel) • Excreção nos canalículos biliares – transporte pelo pólo biliar dos hepatócitos ductos biliares (EP) = ducto hepático = colédoco = ampola de Vater (duodeno) • Intestino + microbiota = estercobilinogênio= estercobilina (pigmento característico das fezes) Kernicterus = aumento da Bb não conjugada no RN com impregnação não reversível em SNC (icterícia – hiperbilirrubinemia, alteração do metabolismo e função neuronal - encefalopatia). Clínica: deposição do pigmento em pele, mucosas e esclera. O que pode causar hiperbilirrubinemia e icterícia? • Anemias hemolíticas - aumento da produção de Bb • Doenças genéticas - redução na captação e transporte de Bb pelos hepatócitos e baixa excreção celular • Obstrução biliar por mal-formações, cálculos ou tumores (intra ou extra-hepáticos) – colestase • Hepatoxicidade à drogas - colestase • Cirrose e hepatites (combinação de lesões) Cirrose hepática – colestase (fluxo obstruído) – retenção de bile no próprio fígado Hematoidina – pigmento em foco hemorrágico • Constituída por uma mistura lipídeos e um pigmento semelhante a bilirrubina desprovido de ferro formado após a degradação de hemácias depois da fagocitose por macrófagos • Comum associação com hemossiderina em tecidos necróticos (tumores) ou hematomas em reabsorção • Inócua para o organismo pigmentações e calcificações MACROSCOPIA – Meningioma: MICROSCOPIA: Hemossiderina Ferro – armazenamento intracelular em forma de ferritina e hemossiderina • 20-25% de todo o ferro corporal é armazenado nos hepatócitos e macrófagos do fígado, baço, MO e linfonodos • Quase todo o restante presente na hemoglobina (65-70%) • Necessário equilíbrio entre absorção intestinal, transporte, armazenamento (macrófagos e hepatócitos) • Excesso de ferro na célula → potencialmente tóxcio → micelas de ferritina se agregam formando a hemossiderina (visível à microscopia) • Indicativo de processos de hemorragia tardia; Hemossiderose – localizada ou sistêmica • Localizada = hemorragia • Sistêmica = acúmulo em macrófagos de fígado, baço, medula óssea, linfonodos, pele, etc • Aumento da absorção intestinal de ferro • Anemias hemolíticas • Após transfusões repetidas • Equimose: exemplo de hemorriderose localizada, é perceptível na pele para determinar o tempo da contusão de acordo com a cor • Hemocromatose – doença genética onde há aumento da absorção intestinal do ferro com acúmulo de ferro nos macrófagos dos órgãos (fígado, pâncreas, hipófise, coração) com lesão celular Melanina É um polímero complexo sintetizado por melanócitos da pele (presentes na camada basal e matrix do folículo piloso - secretores e globo ocular e leptomeninges -continentes) • Função da pigmentação “melânica” da pele • Fotoproteção (radiação ultravioleta B) • Anti-oxidante • Absorção de calor • Cosmética • Determina o fototipo da pele Tipos de melanina: • Eumelanina: insolúvel, coloração castanha a negra (fotoprotetora e antioxidante) • Feomelanina: solúvel em solução alcalina, coloração amarelada e vermelha (antioxidante) • Melanogênese: a tirosina (originada da hidroxilação da fenilalanina) é hidroxilada pela tirosinase e a oxida em dopaquinona, precursor comum da eumelanina e feomelanina Atuam na formação da melanina pelos melanócitos da pele: • Influência da exposição solar (raios UVB), • Influência hormonal (MSH, estrógeno, progesterona, etc.) • Influência genética • Processos inflamatórios; Epiderme: cada melanócito distribui melanina para 30-40 ceratinócitos adjacentes, pelo deslocamento dos melanossomos ao longo dos dendritos dos melanócitos e a transferência de melanina para o citoplasma dos ceratinócitos; • Nos ceratinócitos, os grânulos de melanina migram para a região acima do núcleo com efeito protetor dos raios UV (evitando lesão no DNA) – ‘guarda-sol’ • Conforme a maturação dos ceratinócitos nas camadas da epiderme, os melanossomos são digeridos por lisossomos e a melanina é eliminada junto com os ceratinócitos da epiderme; Disfunções nas etapas da melanogênese: • Hiperpigmentação (melanodermia) – efélide (sardas), nevos (pintas – em geral, lesões benignas), melanoma (tumor maligno) • Medicamentos, hormônios, metais pesados, quimioterápicos • Hipopigmentações (leucodermia) – congênitas (albinismo) e adquiridas (vitiligo) Vitiligo: perda parcial ou completa adquirida e progressiva de melanócitos produtores de melanina da epiderme, com zonas hipopigmentadas (mão, punho, axila, peri-oral-orbital-anal) – etiologia auto- imune/genética (diag. clínico e histológico); Albinismo: doença genética autossômica recessiva (ausência de produção de melanina – atividade alterada da tirosinase) Lipofuscina: • Lipocromo – pigmento de desgaste (‘fuscus’ – marrom) é o marcador biológico do envelhecimento celular, contém proporções de proteínas e lipídeos formando polímeros não degradáveis • Renovação celular: degradação oxidativa de várias macromoléculas celulares (proteínas glicadas com ligações cruzadas entre as moléculas de fosfolipídeos, ácidos graxos, colesterol e metais) Teoria do envelhecimento pelo estresse oxidativo causando lesão celular e acúmulo de lipofuscina • Com o envelhecimento, acúmulo de lipofuscina em neurônios, células musculares cardíacas e esqueléticas e epitélio da retina (degeneração macular relacionada a idade – cegueira) • Macroscopia: Redução volumétrica do e ponderal do órgão e afetado e coloração parda (hipotrofia parda) • Microscopia: grânulos amarelados intra- citoplasmáticos e autofluorescentes Microscopia: grânulos de lipofuscina no músculo cardíaco Pigmentações exógenas: • Vias de penetração no organismo: • Inalação - antracose • Deglutição • Via parenteral: injeções e tatuagem Após o contato, podem depositar-se e ou transportadas pela circulação ou por macrófagos • Antracose: deposição de carvão - inalação pigmento de partículas de carbono (trabalhadores de mina de carvão, fumantes, poluição atmosférica, queima de biomassa/uso doméstico) ✓ Fagocitose por macrófagos pulmonares e transportado pelos linfáticos aos linfonodos regionais – pode causar fibrose e diminuição da função respiratória • Argiria: – ‘argyros’ (prata) é a deposição de sais de prata nos tecidos (nos olhos: argirose) ✓ Sais de prata – solubilidade, capacidade de ligação com tecidos, grau de sequestro e metabolização/excreção ✓ Argiria localizada: impregnação mecânica da pele e mucosas • Trabalhadores da área • Uso de brincos • Tratamento odontológico – amálgama (mistura de mercúrio e prata) • Medicamentos tópicos a base de prata ✓ Argiria sistêmica ou generalizada: inalação crônica de compostos de prata solúveis • Pele de cor cinza-azulada, mais pronunciada em áreas expostas (oxidação da prata estimula a produção de melanina) • Microscopia: grânulos arredodados negros, encontrados em glândulassudoríparas e sebáceas, folículos pilosos, vasos, fibras elásticas e ao redor de fibras nervosas. Tatuagem: introdução de pigmentos insolúveis na derme (acidental ou proposital) – corantes orgânicos, sais de metais e solventes a base de água e álcool; • Desenhos corporais para modificação de imagem corporal; • Finalidades estéticas: camuflar cicatrizes Pigmento é fagocitado por macrófagos na derme, células endoteliais, fibroblastos, matriz extracellular (pode ser transportado a linfonodos) • Reação inflamatória por lesão mecânica rápida • Reação alérgica – hipersensibilidade retardada CALCIFICAÇÕES Cálcio e fosfato em constante mobilização – balanço delicado (forma iônica – ativa) • Absorção intestinal • Deposição • Remodelação óssea • Reabsorção • Excreção urinária Funções: • Contração muscular • Coagulação sanguínea • Excitabilidade dos neurônios Tecidos calcificados (ossos e dentes) - 99% do cálcio do organismo Níveis séricos de cálcio ativo=próximos à saturação Nucleação`- favorece precipitação de cristais de cálcio Homeostasia do Cálcio: Calcificação patológica: deposição de cálcio em locais normalmente não calcificados • Mecanismo ainda não estabelecido (alteração do ph) • Tecido ósseo mineralizado – calcificação sobre o colágeno formando matriz osteoide (própria para calcificação) → Calcificação patológica → depósitos de cálcio sobre outros substratos celulares (secreção de glândulas, necrose, tecido conjuntivo, etc) • Semelhanças entre os processos (nível químico), em ambos se forma hidroxiapatita (nas calcificações patológicas – proteínas específicas estão envolvidas) • DISTRÓFICA (NÍVEIS DE CÁLCIO NORMAIS): - Predominam fatores locais por alterações teciduais prévias favorecendo a ‘nucleação’ – núcleos primários (tecidos com atividade vital diminuída –tecidos atróficos, cápsulas fibrosas, cicatrizes) - Os cristais de fosfato de cálcio depositados nas calcificações patológicas são similares à hidroxiapatita do osso; Etapas: ✓ Nucleação ✓ Crescimento Tecido previamente lesado: ✓ Tuberculose pulmonar (necrose caseosa) ✓ Esteatonecrose – necrose gordurosa ✓ Mama (diagnóstico radiológico) ✓ Pancreatite aguda (combinação de sais de cálcio dos fluidos intersticiais com os ácidos graxos liberados pela ação da lipase pancreática sobre triglicérides) Parede arterial com calcificações: Pode ocorrer em: ✓ Necrose isquêmica (infartos) ✓ Fibrose, cicatrizes, placas de ateroma, trombos (flebólitos) ✓ Secreções de ductos e glândulas (mama, gl. salivar, pâncreas – obstruções) – lesões benignas e malignas ✓ Feto – litopédio ✓ Psamomas – forma peculiar de calcificações em meningiomas, carcinoma papilífero da tireoide, carcinoma seroso papilífero ovariano • Metastática (hipercalcemia) • Definição: cálcio é reabsorvido dos ossos em condições patológicas (hipercalcemia e hiperfosfatemia) e deposita em outros locais Depende de Hipercalcemia: ✓ Aumento de secreção de hormônio da paratireoide; ➔ Hiperparatiroidismo primário (adenoma ou hiperplasia de paratireoide): hipersecreção de paratormônio que estimula a reabsorção óssea e a atividade osteoclástica ➔ Hiperparatiroidismo secundário (IRC): hiperplasia das paratireoides pela diminuição do cálcio sérico ✓ Destruição de tecidos ósseos que ocorre nos tumores primários da medula óssea (mieloma múltiplo e leucemia) ou metástases ósseas difusas; ✓ Hipervitaminose D ✓ Insuficiência renal crônica; ✓ Produção ectópica de paratormônio (ou moléculas afins) por neoplasias –Sd. Paraneoplásica; • Depósitos metastáticos de cálcio em pulmões, rins, artérias, veias e córneas (compartimento alcalinizado), nas células e interstício Metabolismo de Vit D → absorção de Vit D = absorção de Ca+ • Macroscopia: órgão endurecido e calcáreo Pulmão = esponja marinha; Rins = nefrocalcinose (dim. função renal) e na pele - Cálculos: massas esferoidais, ovóides ou facetadas, sólidas, concretas e compactadas, de consistência argilosa e pétrea, que se forma no interior de órgãos ocos, cavidades naturais do organismo, condutos naturais ou no interior dos vasos. Idiopáticas: Calcinose idiopáticas: depósitos de cálcio geralmente cutâneos e múltiplos, sem lesão prévia, com níveis séricos normais de cálcio ou fostato, podendo haver ulceração e eliminação transperpidérmica de material calcário ➔ Calcinose escrotal: doença rara, benigna, apresenta-se como múltiplos nódulos calcificados, cuja etiologia não é bem elucidada
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