Buscar

CPP atualiz 24 de abril

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 428 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 428 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 428 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL - CPP
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: 23/11/21 - Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19 – entra em vigor em 30 dias – artigos alterados/incluídos: arts. 3º-A a 3º-F; art. 14-A; art. 28; art. 28-A; art. 122; art. 124-A; art. 133; art. 133-A; art. 157; art. 158-A a art. 158-F; art. 282; art. 283; art. 287; arts. 310 a 316; art. 492; art. 564; art. 581). Inclusão da promulgação dos trechos vetados do Pacote Anticrime!!! Lei nº 14.155, de 27.5.21; Lei nº 14.245, de 22.11.21.
Última atualização jurisprudencial: 21/03/2022 - Info 963 (art. 28); Info 659 (art. 263); Sem Info (art. 413, §1º - contribuição @porminhatoga); Info 691 (art. 368); Info 692 (ar. 529); Info 693 (art. 366); Info 993 (art. 157); Info 993 (art. 265); Info 1001 (art. 366); Info 640 (art. 157); Info 675 (art. 149); Info 704 (art. 107); Info 1024 (art. 81); Info 1009 (art. 593, III, “d”); Info 1016 (art. 197)
Última atualização questões de concurso: 24/04/2022.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe no CPP).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc.
· Obs.: Questões pendentes no site Qconcursos sobre o CPP: i) 2000 a 2020 (fiz todas!); ii) 2021 (52 questões) iii) 2022 (136 questões) iv) Total pendentes (189 questões).
· Obs.: Total de questões realizadas no Qconcursos sobre CPP: 9.660 questões.
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. 
	
	Código de Processo Penal.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
        Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: (TJAC-2012) (Cartórios/TJPE-2013) (Cartórios/TJPB-2014) (PCGO-2017) (PCMS-2017) (PCMT-2017) (Cartórios/TJCE-2018) (Anal. Judic./STJ-2018) (DPERS-2022)
	(Cartórios/TJPE-2013-FCC): Sobre a aplicação da lei processual penal e a interpretação no processo penal, é correto afirmar: A legislação brasileira segue o princípio da territorialidade para a aplicação das normas processuais penais. BL: art. 1º, CPP. 
##Atenção: ##TJAC-2012: ##Cartórios/TJPE-2013: ##Cartórios/TJPB-2014: ##PCGO-2017: ##PCMT-2017: ##Cartórios/TJCE-2018: ##Anal. Judic./STJ-2018: ##CESPE: ##FCC: Quanto à aplicação da lei processual penal no espaço, vale o Princípio da Territorialidade Absoluta, isto é, a lei processual penal nacional se aplica exclusivamente aos processos e julgamentos ocorridos no território brasileiro. Diferencia-se, desse modo, da lei penal, visto que, para esta, vale o princípio da territorialidade relativa ou mitigada, sendo possível sua aplicação, em alguns casos, aos crimes ocorridos fora do território brasileiro (nesse sentido, veja os casos de extraterritorialidade descritos no art. 7º do CP). Sendo assim, enquanto a lei penal pode ser aplicada a crimes cometidos fora do território nacional (extraterritorialidade), a lei processual penal só vale dentro dos limites territoriais brasileiros. Para processos que tramitem no exterior, deve ser aplicada a lei do país em que os atos estão sendo praticados. Por fim, cumpre destacar que, ao contrário do que pode parecer, as ressalvas contidas no art. 1º do CPP não representam exceções à territorialidade da lei processual penal brasileira, mas apenas hipóteses em que não se aplicaria o CPP, e sim outras leis processuais penais (leis extravagantes), a exemplo dos crimes militares, eleitorais, entorpecentes, etc.
(TJAC-2012-CESPE): Em relação à aplicação da lei no espaço, vigora o princípio da absoluta territorialidade da lei processual penal. BL: art. 1º, CPP.
        I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; (PCRJ-2008) (Cartórios/TJPE-2013) (MPF-2013) (PCGO-2017) (PCPA-2021)
	(Cartórios/TJPE-2013-FCC): Sobre a aplicação da lei processual penal e a interpretação no processo penal, é correto afirmar: O princípio da territorialidade na aplicação da lei processual penal brasileira pode ser ressalvado por tratados, convenções e regras de direito internacional. BL: art. 1º, I, CPP.
(PCRJ-2008-FGV): O processo penal rege-se pelo CPP, em todo o território brasileiro ressalvados, entre outros, os tratados, as convenções e regras de direito internacional. BL: art. 1º, I, CPP.
        II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); [atuais arts. 50, caput e §2º; 51, I, parágrafo único; 85; 86, §1º, II e 102, I, b, todos da CF/88] (Anal. Judic./STJ-2018)
        III - os processos da competência da Justiça Militar; (Cartórios/TJCE-2011) (TJRN-2013) (PCGO-2017) (PCMS-2017) (PCBA-2018) (PCPA-2021)
        IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
	##Atenção: O art. 1º, IV do CPP refere-se aos processos da competência do tribunal especial (art. 122, nº 17 da Constituição de 1937), compreende ao antigo Tribunal de Segurança Nacional, que extinto pela Constituição de 1946. Assim, os crimes contra a segurança nacional, disciplinados na Lei 7.170/83 devem ser julgados, em regra, pela Justiça Federal Comum (art. 109, IV da CF/1988). 
        V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF nº 130
	##Atenção: Os crimes de imprensa estavam previstos na Lei 5.250/67. Porém, no julgamento da ADPF 130, o STF declarou que a Lei 5.250/67 não foi recepcionada pela CF/1988.
        Parágrafo único.  Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
        Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. (PCSC-2008) (MPCE-2009) (DPEMA-2009) (DPEMG-2009) (DPU-2007/2010) (TJMS-2010) (TJAC-2012) (TJBA-2012) (TJPA-2012) (PCRJ-2012) (PCSP-2012) (TJRN-2013) (DPEDF-2013) (DPESP-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (Cartórios/TJPE-2013) (PCPA-2013) (Anal. Judic./TREMS-2013) (MPGO-2014) (Cartórios/TJPB-2014) (TRF1-2015) (TJRS-2016) (TRF2-2011/2017) (Cartórios/TJMG-2017) (PCMS-2017) (PGM-Belo Horizonte/MG-2017) (Téc. Judic./TRF1-2017) (TJCE-2018) (PCBA-2018) (PCMA-2018) (PCRS-2018) (PCSP-2018) (Cartórios/TJRS-2013/2015/2019) (Cartórios/TJDFT-2019) (MPSC-2021) (PCPA-2021)
	(TJCE-2018-CESPE): Aos processos em curso, a lei processual penal será aplicada imediatamente, mantendo-se, todavia, os atos praticados sob a égide da lei anterior. BL: art. 2º, CPP.
##Atenção: ##PCSC-2008: ##DPU-2007/2010: ##TJSP-2011: ##TJAC-2012: ##PCRJ-2012: ##PCSP-2012: ##TJPB-2013: ##TJRN-2013: ##Cartórios/TJBA-2013: ##MPF-2013: ##Anal. Judic./TREMS-2013: ##MPSC-2014: ##TJPE-2015: ##TJRS-2016: ##PCPE-2016: ##PCGO-2017: ##Cartórios/TJMG-2017: ##PCMS-2017: ##PGM-Belo Horizonte/MG-2017: ##Téc. Judic./TRF1-2017: ##TJCE-2018: ##PCRS-2018: ##PCSP-2018: ##Cartórios/TJRS-2013/2015/2019: ##MPSC-2021: ##CESPE: ##Faurgs: ##FCC: ##FGV: ##Fundatec: ##VUNESP: Quanto à aplicação da lei processual penal no tempo, vale, como regra geral, o princípio do efeito imediato ou da aplicação imediata (tempus regit actum), consagrado expressamente no art. 2º do CPP, segundo o qual a norma processual penal entra em vigor imediatamente, pouco importa se mais gravosa ou não ao réu,atingindo, inclusive processos em curso. Os atos já praticados antes da vigência da nova lei continuam válidos. Diferentemente do que ocorre com a lei penal, onde a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. O CPP adotou a teoria do isolamento dos atos processuais - cada momento processual deve ser regulado por sua lei, ou seja, aquela vigente ao tempo em que o ato foi praticado ou deixou de ser praticado, o que, preservados os postulados constitucionais, fornece segurança e previsibilidade às partes, no processo. (Fonte: http://otaviodequeiroga.blogspot.com.br/2008/11/aplicao-das-alteraes-substanciais-no.html). Assim, entrando em vigor lei de natureza processual, deve ser prontamente aplicada, inclusive aos processos que já estejam em andamento. Não há necessidade de refazer os atos processuais já realizados, pois a lei processual não retroage, passando a ser aplicada a partir do ponto em que estiver o processo.
	(PCSP-2018-VUNESP): Tício está sendo processado pela prática de crime de roubo. Durante o trâmite do inquérito policial, entra em vigor determinada lei, reduzindo o número de testemunhas possíveis de serem arroladas pelas partes no procedimento ordinário. A respeito do caso descrito, é correto que não se aplica a lei revogada porque a instrução ainda não se iniciara quando da entrada em vigor da nova lei. BL: art. 2º, CPP.
##Atenção: O entendimento que prevalece é o de que, se durante a prática de um ato processual sobrevir lei nova, aquele ato em curso deverá obedecer a lei revogada, sendo desnecessário anular o ato e praticá-lo novamente conforme a lei nova. Como a nova lei processual penal entrou em vigor durante a fase de INQUÉRITO, ou seja, ainda não havia ação penal, é correto concluir que a lei revogada não será aplicada à fase instrutória. O fundamento da questão é a segunda parte do art. 2º do CPP.
(PCGO-2017-CESPE): Relativamente à aplicação da lei processual penal no tempo e no espaço, assinale a opção correta: A lei processual penal tem aplicação imediata e é aplicável tanto nos processos que se iniciarem após a sua vigência, quanto nos processos que já estiverem em curso no ato da sua vigência, e até mesmo nos processos que apurarem condutas delitivas ocorridas antes da sua vigência. BL: art. 2º, CPP.
(Téc. Judic./TRF1-2017-CESPE): Acerca dos princípios que regem o processo penal brasileiro, julgue o item subsequente: A lei processual penal deverá ser aplicada imediatamente, sem que isso prejudique a validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior, tampouco constitua ofensa ao princípio da irretroatividade. BL: art. 2º, CPP.
(Cartórios/TJMG-2017-Consulplan): Quanto aos princípios do Processo Penal, assinale a alternativa correta: Segundo o princípio tempus regt actum os atos processuais praticados sob a égide da lei anterior são considerados válidos e as normas processuais têm aplicação imediata, independentemente da data do fato imputado na denúncia. BL: art. 2º, CPP.
(TJPE-2015-FCC): Antonio está sendo processado pela prática do delito de furto qualificado. É correto dizer que, caso haja mudança nas normas que regulamentam o procedimento comum ordinário, os atos praticados sob a vigência da lei anterior são válidos. BL: art. 2º, CPP.
(MPSC-2014): São efeitos do princípio tempus regit actum, previsto no CPP: a) os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior são considerados válidos; b) as normas processuais têm aplicação imediata, pouco importando se o fato que deu origem ao processo é anterior à sua entrada em vigor. BL: art. 2º do CPP.
(TJPB-2013-CESPE): De acordo com o princípio da imediatidade, serão exercidos sob a disciplina de legislação superveniente os atos processuais de processo em andamento ainda não iniciados. BL: art. 2º, CPP.
(MPF-2013): No que diz respeito às leis processuais no espaço e no tempo, assinale a alternativa correta: Alterações nas normas processuais aplicam-se de imediato, desde a sua vigência, respeitando a validade dos atos realizados sob o império da legislação anterior, neles compreendidos os respectivos efeitos e consequências jurídicas. BL: art. 2º, CPP.
(Anal. Judic.-TREMS-2013-CESPE): Por força do princípio tempus regit actum, o fato de lei nova suprimir determinado recurso, existente em legislação anterior, não afasta o direito à recorribilidade subsistente pela lei anterior, quando o julgamento tiver ocorrido antes da entrada em vigor da lei nova. BL: art. 2º, CPP.
(TJSP-2011-VUNESP): A lei processual penal tem aplicação imediata, alcançando, inclusive, os processos em andamento. BL: art. 2º, CPP.
(DPU-2010-CESPE): O direito processual brasileiro adota o sistema do isolamento dos atos processuais, de maneira que, se uma lei processual penal passa a vigorar estando o processo em curso, ela será imediatamente aplicada, sem prejuízo dos atos já realizados sob a vigência da lei anterior. BL: art. 2º, CPP.
(DPU-2007-CESPE): Em relação à lei processual penal no tempo, vigora o princípio do efeito imediato, segundo o qual tempus regit actum. De acordo com tal princípio, as normas processuais penais têm aplicação imediata, mas consideram-se válidos os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior. BL: 2º, CPP.
(PCMT-2017-CESPE): Quando da entrada em vigor da Lei 9.099/95, que dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais, foi imposta como condição de procedibilidade a representação do ofendido nos casos de lesão corporal leve ou culposa. Nas ações em andamento à época, as vítimas foram notificadas a se manifestar quanto ao prosseguimento ou não dos feitos. Nesse caso, o critério adotado no que se refere às leis processuais no tempo foi o da retroatividade. BL: art. 90, Lei 9.099/95[footnoteRef:1] e art. 2º, CPP e Entend. Jurisprud. [1: Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9)] 
##Atenção: As normas de caráter estritamente processual tem aplicação imediata e não retroagem (art. 2º do CPP), já a lei penal retroage em benefício do réu (art. 5º, XL, da CF: “XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu"). Tenha muita atenção com relação as normas mistas ou híbridas, que tem parte processual e material, pois esta irá retroagir no aspecto penal benéfico, ou seja, que tenha influência diretamente no direito a liberdade. Vejamos o que o STF decidiu sobre o tema: “O art. 90 da lei 9.099/1995 determina que as disposições da lei dos Juizados Especiais não são aplicáveis aos processos penais nos quais a fase de instrução já tenha sido iniciada. Em se tratando de normas de natureza processual, a exceção estabelecida por lei à regra geral contida no art. 2º do CPP não padece de vício de inconstitucionalidade. Contudo, as normas de direito penal que tenham conteúdo mais benéfico aos réus devem retroagir para beneficiá-los, à luz do que determina o art. 5º, XL da Constituição federal. Interpretação conforme ao art. 90 da Lei 9.099/1995 para excluir de sua abrangência as normas de direito penal mais favoráveis ao réus contidas nessa lei. STF. Plenário. ADI 1719, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 18/06/07.”
(PCPE-2016-CESPE): Assinale a opção correta acerca do processo penal e aplicação da lei processual no tempo, conforme a legislação em vigor e o posicionamento doutrinário e jurisprudencial prevalentes: Lei processual nova de conteúdo material, também denominada híbrida ou mista, deverá ser aplicada de acordo com os princípios de temporalidade da lei penal, e não com o princípio do efeito imediato, consagrado no direito processual penal pátrio. BL: art. 2º, CPP.
##Atenção: ##TJAM-2013: ##TJRN-2013: ##Cartórios/TJPE-2013: ##TJRS-2016: ##PCPE-2016: ##PCRS-2018: ##Investigador de Polícia/PCMA-2018: ##Cartórios/TJRS-2013/2015/2019: ##Cartórios/TJDFT-2019: ##CESPE: ##Faurgs: ##FGV: ##Fundatec: ##VUNESP: Norma processual mista ou híbrida é aquela que tem conteúdo processual penal e, ao mesmo tempo, conteúdo penal. Somente neste caso é admitida a retroatividade da norma processual, e ainda assim apenas quando forbenéfica ao réu. Perceba, portanto, que em se tratando de normas mistas, embora haja alguma divergência doutrinária, vem prevalecendo o entendimento de que, por haver disposições de direito material, devem ser utilizadas as regras de aplicação da lei penal no tempo, ou seja, retroatividade da lei mais benéfica e impossibilidade de retroatividade quando houver prejuízo ao réu.
	(Investigador de Polícia/PCMA-2018-CESPE): Acerca da aplicação da lei processual no tempo e no espaço e em relação às pessoas, julgue o item a seguir: Em caso de normas processuais materiais — mistas ou híbridas —, aplica-se a retroatividade da lei mais benéfica.
##Atenção: Mesmo que as normas processuais materiais estejam disciplinadas em diplomas processuais penais, dispõem sobre o conteúdo da pretensão punitiva, tais como direito de queixa ou até mesmo de representação, prescrição, decadência, perempção etc. Assim sendo, a eficácia no tempo deverá seguir o regramento do art. 2º, caput e § único do Código Penal. Em se tratando de uma norma mais favorável ao réu, deverá retroagir em seu benefício; se prejudicial, aplica-se a lei já revogada, sendo esta norma processual penal mista.
(TJAM-2013-FGV): As normas previstas no CPP de natureza híbrida, ou seja, com conteúdo de direito processual e de direito material, devem respeitar o princípio que veda a aplicação retroativa da lei penal, quando seu conteúdo for prejudicial ao réu. BL: art. 2º, CPP.
(Cartórios/TJPE-2013-FCC): Sobre a aplicação da lei processual penal e a interpretação no processo penal, é correto afirmar: A norma processual penal mista constitui exceção à regra da irretroatividade da lei processual penal. BL: art. 2º, CPP.
(MPMS-2015): O princípio da lex fori admite relativização no processo penal. BL: art. 2º, CPP.
##Atenção: ##DPEMG-2009: ##PCGO-2017: ##PCMT-2017: ##Cartórios/TJCE-2018: ##CESPE: Enquanto à lei penal aplica-se o princípio da territorialidade (CP, art. 5º) e da extraterritorialidade incondicionada e condicionada (CP, art. 7º), o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori, que significa “A lei do local é aplicada no país”. Portanto, p CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori, uma vez que a atividade jurisdicional é um dos aspectos da soberania nacional, logo, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Estado. Na visão da doutrina, todavia, há situações em que a lei processual penal de um Estado pode ser aplicada fora de seus limites territoriais, a saber: a) aplicação da lei processual penal de um Estado em território nullius (ex.: Antártida); b) quando houver autorização do Estado onde deva ser praticado o ato processual (Brasil já negou cooperação com a Argentina que pediu para ouvir testemunhas no Brasil segundo as leis argentinas. No caso, não houve autorização do Brasil); c) em caso de guerra, em território ocupado (ex.: ocupação militar no Haiti). Fonte: (Manual de Processo penal, Renato Brasileiro, ano 2016 + anotações de aula Damásio).
(MPSP-2015): Se o ato processual for complexo e iniciar-se sob a vigência de uma lei de natureza processual penal e, antes de se completar, outra for promulgada, modificando-o, devem ser obedecidas as normas da lei antiga. BL: art. 2º, CPP.
##Atenção: ##PCSC-2008: ##DPU-2010: ##TJAC-2012: ##PCRJ-2012: ##PCSP-2012: ##TJRN-2013: ##DPEDF-2013: ##DPESP-2013: ##Cartórios/TJPB-2014: ##TJRS-2016: ##PCPE-2016: ##PGM-Belo Horizonte/MG-2017: ##PCRS-2018: ##Cartórios/TJRS-2013/2015/2019: ##Cartórios/TJDFT-2019: ##MPSC-2021: ##CESPE: ##Faurgs: ##FCC: ##FGV: ##Fundatec: ##VUNESP: Alterada a lei processual, a nova deve ser aplicada, sem prejuízo do que já ocorreu no processo. No entanto, a doutrina vem entendendo que, no que tange às normas a respeito de medidas cautelares pessoais privativas ou restritivas de liberdade, por possuírem conteúdo misto, ou seja, penal e processual, deve-se seguir a regra do art. 5º, LV da CF/88, que proíbe a retroação de norma penal, salvo para beneficiar o réu. Além disso, entende que ainda pode ser aplicado, mesmo que por analogia, o art. 2º da Lei de Introdução ao CPP, que prevê expressamente, quanto à prisão preventiva e à fiança, a aplicação da lei mais favorável no caso de intertemporalidade. 
(TJSC-2009): A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior, vigendo em regra o princípio da irretroatividade, salvo quando a norma processual penal material tiver conteúdo de direito penal, retroagindo em benefício do acusado. BL: art. 2º, CPP; art. 5º, LV, CF e art. 2º, Dec-lei 3931/41 (Lei de Introdução ao CPP).
        Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. (TJSC-2009) (MPCE-2009) (TJAC-2012) (MPAL-2012) (TJAM-2013) (MPMS-2013) (PCGO-2013) (PCPR-2013) (Cartórios/TJPE-2013) (TJDFT-2014) (Cartórios/TJPR-2014) (TJRR-2015) (Cartórios/TJMG-2015) (PCMS-2017) (PCMT-2017) (MPMG-2018) (PCBA-2018) (PCRS-2018) (TJSP-2011/2021) (TJPR-2021) (MPSC-2021) (PCPA-2021)
	(MPSC-2021-CESPE): Julgue o item a seguir, referentes ao direito processual penal: Na falta de norma expressa na legislação processual penal, seja no Código de Processo Penal, seja nas leis extravagantes, deve-se buscar suplementação normativa no Código de Processo Civil. BL: art. 3º, CPP.
##Atenção: ##TJSP-2021: ##MPSC-2021: ##CESPE: ##VUNESP: Acerca do tema, Laís Menna Barreto de Azevedo Silveira explica que duas são as formas de aplicação das disposições do CPC ao CPP: 
i) Aplicação expressa: aquela em que há menção da utilização dos artigos do CPC no próprio CPP. Ex.: O art. 362, do CPP dispõe que, “verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil.”. Perceba que, mesmo já revogado o CPC/73, é possível ser resolvido pela simples leitura do art. 1.046, § 4º do CPC/15. Logo, vê-se que, para proceder a citação por hora certa no processo penal, serão seguidas as normas trazidas pelo CPC, mais precisamente as dos arts. 252 a 254, sendo aplicadas, ainda, as alterações por ele trazidas, como a necessidade de apenas duas tentativas de citação, contra as três mencionadas pelo diploma legal já revogado.
ii) Aplicação Analógica: Esta é subdividida entre aplicação analógica supletiva e subsidiária. A aplicação analógica compreende aquela em que o CPP não traz expressamente os artigos do CPC a serem aplicados, mas eles o são para preencher lacunas (aplicação supletiva) ou para complementar as normas trazidas pelo diploma legal (aplicação subsidiária). As complicações começam a aparecer quando o assunto é aplicação analógica. Isso porque o art. 15 do CPC traz a seguinte redação: “Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”. Da leitura do artigo, percebe-se que não há menção aos processos penais, o que trouxe duas correntes sobre a sua possibilidade de aplicação: a primeira determina que o rol trazido pelo CPC é exemplificativo, o que permite o acréscimo dos processos penais às possibilidades de aplicação analógica; a segunda, por sua vez, defende a taxatividade do rol, excluindo os processos penais e determinando o preenchimento de suas possíveis lacunas com a aplicação do CPPM. Prevalece, porém, o entendimento de que o rol é meramente exemplificativo, permitindo o preenchimento de lacunas ou complementação do CPP com os dispositivos do CPC.[footnoteRef:2] Nesse sentido, Renato Brasileiro pontua: “Não há nenhuma razão lógica para se afastar a aplicação do novo CPC ao processo penal, até porque tal prática já era - e continuará sendo - recorrente na vigência do antigo (e do novo) CPC (...). Portanto, quando o art. 15 do novo CPC faz referência apenas aos processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,deve-se concluir que houve uma omissão involuntária do legislador, a ser suprida pela interpretação extensiva para fins de ser reconhecida a possibilidade de aplicação supletiva e subsidiária do novo diploma processual civil ao processo penal (comum e militar), desde que a interpretação dada à regra utilizada para suprir a omissão da lei processual penal se coadune com preceitos desse mesmo regramento processual penal”. (DE LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 7. Ed. rev., ampl. e atual. Salvador/BA: Juspodivm, 2019. op. cit., p. 105-106). Por fim, vejamos o teor do Enunciado 03 da Jornada de Direito Processual Civil: “JDPC nº 03. As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei”. [2: Aplicação do novo Código de Processo Civil ao processo penal, artigo de autoria de Por Laís Menna Barreto de Azevedo Silveira, publicado no site do CONJUR: https://www.conjur.com.br/2018-mai-29/lais-silveira-aplicacao-cpc-processo-penal. ] 
	(TJSP-2021-VUNESP): Constata-se a aplicação, por analogia, das normas de processo civil ao CPP não só de forma subsidiária, mas também de forma expressa. Como exemplo de aplicação da forma expressa, afirma-se como correta: a citação por hora certa.
(TJSE-2015-FCC): A lei processual penal, admite o suplemento dos princípios gerais de direito. BL: art. 3º, CPP.
(DPECE-2014-FCC): Em relação à lei processual penal, é correto afirmar que, em regra, admite suplemento dos princípios gerais do direito e aplicação analógica. BL: art. 3º, CPP.
(MPSC-2014): Segundo o CPP, a lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica. BL: art. 3º, CPP.
(TJRN-2013-CESPE): Considerando os princípios constitucionais do processo penal e as disposições do CPP acerca da aplicação da lei processual penal, assinale a opção correta: O julgador poderá aplicar por analogia uma lei processual, para a solução de questão pendente no curso da ação penal. BL: art. 3º, CPP.
##Atenção: Cumpre destacar que, no âmbito do processo penal, a analogia poderá ser usada contra ou a favor do réu, uma vez que não se trata de norma penal incriminadora, protegida pelo princípio da reserva legal, que exige nítida definição do tipo em prévia lei. Tal é extraída do art. 3º do CPP. 
 ##Atenção: ##Dicas:
- Analogia no Direito Penal = não pode, só se for in bonam partem.
- Analogia no Direito Processual Penal = pode, inclusive se for in malam partem.
- Analogia e interpretação analógica não são a mesma coisa. A analogia corresponde a um método de integração da norma, enquanto a interpretação analógica refere-se a um método de interpretação.
(TJMG-2012-VUNESP): São admitidos no Direito Processual Penal a interpretação extensiva, a aplicação analógica e os princípios gerais do direito. BL: art. 3º, CPP.
(TJMG-2012-VUNESP): Com autorização pela EC 45/04 para o STF editar súmulas vinculantes, passamos a ter novas fontes material e formal das normas processuais penais. BL: art. 3º, CPP.
Juiz das Garantias
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (DPEBA-2021) (PCPA-2021)
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (MPSC-2021) (Anal. Judic./TJGO-2021)
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (MPSC-2021)
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º § 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo,e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL
	##Atenção: ##DOD: ##STF: ##PF-2021: ##CESPE: Para ser decretada a medida de busca e apreensão, é necessário que haja indícios mais robustos que uma simples notícia anônima: Denúncias anônimas não podem embasar, por si sós, medidas invasivas como interceptações telefônicas, buscas e apreensões, e devem ser complementadas por diligências investigativas posteriores. Se há notícia anônima de comércio de drogas ilícitas numa determinada casa, a polícia deve, antes de representar pela expedição de mandado de busca e apreensão, proceder a diligências veladas no intuito de reunir e documentar outras evidências que confirmem, indiciariamente, a notícia. Se confirmadas, com base nesses novos elementos de informação o juiz deferirá o pedido. Se não confirmadas, não será possível violar o domicílio, sendo a expedição do mandado desautorizada pela ausência de justa causa. O mandado de busca e apreensão expedido exclusivamente com apoio em denúncia anônima é abusivo. STF. 2ª T. HC 180709/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 5/5/20 (Info 976).
##Atenção: ##DOD: ##STJ: ##DPEMG-2019: ##PF-2021: ##CESPE: Não é permitido o ingresso na residência do indivíduo pelo simples fato de haver denúncias anônimas e ele ter fugido da polícia: A existência de denúncia anônima da prática de tráfico de drogas somada à fuga do acusado ao avistar a polícia, por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou sem determinação judicial. STJ. 5ª T. RHC 89853-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. 18/02/20 (Info 666). STJ. 6ª T. RHC 83501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. 06/03/18 (Info 623).
##Atenção: ##DOD: ##STJ e STF: ##PCDF-2009: ##TJMS-2012: ##TJPR-2012: ##PCRJ-2012: ##AGU-2012: ##PCBA-20082/2013: ##PCSP-2014: ##Anal. Judic./TRF3-2014: ##MPF-2012/2015: ##DPERN-2015: ##AGU-2015: ##PCPE-2016: ##TRF2-2017: ##PGESE-2017: ##PCMS-2017: ##PCRS-2018: ##Anal./MPU-2018: ##PCRN-2021: ##PF-2021: ##CESPE: ##FAPEMS: ##FGV: ##FCC: ##Fundatec: ##PUCPR: Notitia criminis inqualificada: Muito se discute quanto à possibilidade de um inquérito policial ter início a partir de uma notitia criminis inqualificada, vulgarmente conhecida como denúncia anônima ou denúncia apócrifa (v.g., disque-denúncia).[footnoteRef:3] Questiona-se: Poderá ser instaurado um inquérito policial com base nessa denúncia? Sabemos que a CF/88 veda o anonimato, porque ele inviabiliza uma futura e possível ação para reparação de danos morais. Mas, por outro lado, em matéria criminal não se pode negar a informação. Portanto, tem-se que conciliar as duas situações. A denúncia anônima, por si só, não serve para fundamentar a instauração de inquérito policial, mas, a partir dela, pode a polícia realizar diligências preliminares para apurar a veracidade/procedência das informações obtidas anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatório propriamente dito. Sobre o assunto, vejamos precedentes do STF: “(...) As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não autorizam, por si sós, a propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de investigação, como interceptação telefônica ou busca e apreensão. Entretanto, elas podem constituir fonte de informação e de provas que não podem ser simplesmente descartadas pelos órgãos do Poder Judiciário. Procedimento a ser adotado pela autoridade policial em caso de “denúncia anônima”: 1) Realizar investigações preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo confirmado que a “denúncia anônima” possui aparência mínima de procedência, instaura-se inquérito policial; 3) Instaurado o inquérito, a autoridade policial deverá buscar outros meios de prova que não a interceptação telefônica (esta é a ultima ratio). Se houver indícios concretos contra os investigados, mas a interceptação se revelar imprescindível para provar o crime, poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao magistrado.” STF. 1ª T. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, j. 29/3/2016 (Info 819). “(...) Firmou-se a orientação de que a autoridade policial, ao receber uma denúncia anônima, deve antes realizar diligências preliminares para averiguar se os fatos narrados nessa "denúncia" são materialmente verdadeiros, para, só então, iniciar as investigações”. STF, 1ª T, HC 95.244/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 23/03/10. Por fim, vejamos o seguinte julgado do STJ: “Reafirmou-se o posicionamento do STJ de que as informações obtidas de forma anônima são aptas a ensejar ação penal apenas quando corroboradas por outros elementos de prova colhidos em diligências preliminares realizadas durante a investigação criminal.” STJ. 5ª T., HC 104.005-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 8/11/11 (Info 487). “O Supremo Tribunal Federal assentou ser possível a deflagração da persecução penal pela chamada denúncia anônima, desde que esta seja seguida de diligências realizadas para averiguar os fatos nela noticiados antes da instauração do inquérito policial. (STF, HC 108147).” “(...) Esta Corte Superior de Justiça, com supedâneo em entendimento adotado por maioria pelo Plenário do Pretório Excelso nos autos do Inquérito n. 1957/PR, tem entendido que a notícia anônima sobre eventual prática criminosa, por si só, não é idônea para a instauração de inquérito policial ou deflagração da ação penal, prestando-se, contudo, a embasar procedimentosinvestigatórios preliminares em busca de indícios que corroborem as informações da fonte anônima, os quais tornam legítima a persecução criminal estatal. (...)” STJ. 5ª T., HC: 275130/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 08/04/14. [3: ##Atenção: ##MPF-2015: Denúncia anônima X Denúncia apócrifa: Denúncia anônima é aquela em que não se sabe quem foi que denunciou. Denúncia apócrifa é aquela que, embora saiba quem é o denunciante, não há assinatura. Porém, alguns doutrinadores consideram que denúncia anônima e apócrifa são sinônimas.] 
	(PCRN-2021-FGV): A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a existência de um grupo que se destinava a praticar roubos a agências bancárias. Diante da notícia recebida, com base no entendimento dos Tribunais Superiores, a autoridade policial: deverá realizar diligências preliminares para averiguação, antes de instaurar o inquérito policial. BL: Info 819, STF.
(PCRS-2018-Fundatec): Ronaldo é morador de um bairro violento na cidade de Rondinha, dominado pela disputa pelo tráfico de drogas. Dirigiu-se até a Delegacia de Polícia para oferecer detalhes como o nome, endereço e telefone do maior traficante do local. Foram anotadas todas as informações e, ao final, Ronaldo preferiu não revelar a sua identidade por receio de retaliações. Diante disso, é correto afirmar que: Segundo o entendimento mais recente do STF, as notícias anônimas, por si só, não autorizam o emprego de métodos invasivos de investigação, constituindo fonte de informação e de provas. BL: Info 819, STF.
(TRF2-2017): Delegado da Polícia Federal recebe carta apócrifa, na qual é reportado esquema de fraude, consistente em produzir atestados falsos para obtenção, junto ao INSS, de benefícios de auxílio-doença. Após diligências preliminares destinadas a verificar a verossimilhança das informações da carta, o Delegado instaura inquérito policial para completa apuração dos fatos. Consideradas tal narrativa e a jurisprudência do STF, assinale a opção correta: É legal a instauração de inquérito policial em virtude de denúncia anônima, desde que realizadas diligências preliminares para verificar a verossimilhança das informações. BL: Info 819, STF.
(PGESE-2017-CESPE): A respeito de inquérito policial, assinale a opção correta: O inquérito policial pode ser instaurado com base em denúncia anônima, desde que comprovada por elementos informativos prévios que denotem a verossimilhança da comunicação. BL: Info 819, STF.
(PCPE-2016-CESPE): A respeito do inquérito policial, assinale a opção correta, tendo como referência a doutrina majoritária e o entendimento dos tribunais superiores: Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito.
(Anal. Judic./TRF3-2014-FCC): Considere persecução penal baseada na prisão em flagrante dos acusados em situação de participação em narcotraficância transnacional, obstada pela Polícia Federal, que os encontrou tendo em depósito 46.700 gramas de cocaína graças à informação oriunda de notícia anônima. Neste caso, segundo entendimento jurisprudencial consolidado, a notícia anônima sobre eventual prática criminosa presta-se a embasar procedimentos investigatórios preliminares que corroborem as informações da fonte anônima, os quais tornam legítima a persecução criminal.
(TJPR-2012-PUCPR): A notitia criminis inqualificada, de per si, considerada pelos tribunais superiores como fundamento insuficiente capaz de ensejar a instauração de inquérito policial. BL: STF, HC 108.147/PR.
(TJMS-2012-PUCPR): A notitia criminis inqualificada, de per si, é considerada pelos tribunais superiores como fundamento insuficiente capaz de ensejar a instauração de inquérito policial.
(AGU-2012-CESPE): Julgue o item subsequente, a respeito da notitia criminis: A jurisprudência do STJ admite a possibilidade de instauração de procedimento investigativo com base em denúncia anônima, desde que acompanhada de outros elementos. BL: Info 487, STJ.
(MPF-2012): Considerando os recentes posicionamentos adotados pelo STJ, analise a assertiva a seguir: As informações obtidas de forma anônima somente são aptas a ensejar a instauração de ação penal quando corroboradas por outros elementos de prova colhidos em diligências preliminares realizadas durante a investigação criminal. BL: Info 487, STJ.
(TJPR-2012-PUCPR): O IP pode ser considerado uma importante garantia do Estado Democrático de Direito, na medida em que, ao promover diligências na tentativa da colheita preliminar de provas concretas da materialidade de um delito e de indícios robustos de sua autoria, pode emprestar à ação penal a justa causa necessária ao seu ajuizamento ao mesmo passo em que pode impedir o processamento criminal de inocentes, preservando-os de acusações judiciais infundadas e temerárias.
(TJPE-2011-FCC): Se o crime for de alçada privada, a instauração de IP não interrompe o prazo para o oferecimento de queixa. 
##Atenção: O prazo para o oferecimento de queixa, normalmente de 6 meses, é decadencial, não sendo interrompido ou suspenso pela instauração de IP. Assim, o legitimado ativo não pode simplesmente esperar a conclusão das investigações, pois, se estas ultrapassarem o prazo decadencial, estará impedido de oferecer a queixa.
        Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995) (PCBA-2008) (DPEMT-2009) (PCMA-2012) (PCPR-2013) (PCSC-2014) (MPRO-2017) (MPBA-2018) (Cartórios/TJCE-2018) (PCSP-2018) (MPPR-2019)
        Parágrafo único.  A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. (PCBA-2008) (PCMA-2012) (MPRO-2017) (Cartórios/TJCE-2018)
	Vide art. 144, §4º da CF:
Art. 144º, § 4º, CF - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
	(PCSP-2018-VUNESP): A respeito do inquérito policial, assinale a alternativa correta: Para saber qual é a autoridade policial competente para um certo inquérito policial, utiliza-se o critério ratione loci ou ratione materiae. BL: art. 4º, CPP.
##Atenção: Utiliza-se o critério ratione loci (em razão do lugar) e ratione materiae (em razão da matéria). Em razão da matéria: critério segundo o qual o inquérito poderá ser “tocado” pela PF, PC ou ainda Polícia judiciária Militar. Em razão do Lugar: segundo os critérios de fixação de competência do art. 70 do CPP (teoria do resultado, em regra). (Fonte: Renato Brasileiro – Manual de Processo Penal – Volume único, JudsPODIVM, 5ª Ed. 2017). Fábio Roque e Klaus N. Costa explicam: “Uma vez identificada se a atribuição é do Departamento de Polícia Federal ou da Polícia Civil do Estado, as atribuições do delegado de polícia podem ser divididas em dois critérios: territorial e material. Assim, para saber qual é a autoridade policial que investigará um crime, deve-se analisar o local do crime (ratione loci) e se é o caso de alguma delegacia especializada (ratione materiae), como a delegacia da mulher, de combate às drogas, do consumidor, dentre outras.” (Fonte: COSTA, Klaus Negri; ARAÚJO, Fábio Roque. Processo Penal Didático, 2019. Ed. JusPodivm.).
        Art. 5o  Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
        I - de ofício; (PCMS-2006) (PCBA-2008) (TJPE-2011) (MPSC-2012) (PCRJ-2012) (PCPA-2013) (Cartórios/TJMT-2014) (Cartórios/TJPR-2014) (PCRO-2014) (PCSC-2014) (TJDFT-2016) (Anal. Judic./STJ-2018) (Cartórios/TJDFT-2019) (Cartórios/TJSC-2019/2021)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. STJ. 6ª T. RHC 98056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, j. 4/6/19 (Info 652).
	##Atenção: ##MPPE-2008:##PCBA-2008: ##MPF-2008: ##MPCE-2009: ##TJMS-2012: ##Cartórios/TJMT-2014: ##PCPE-2016: ##PCMS-2006/2017: ##PCMT-2017: ##Cartórios/TJDFT-2019: ##PCPA-2021: ##AOCP: ##CESPE: ##FCC: ##PUCPR: 
-Princípio da Oficiosidade X Princípio da Oficialidade X Princípio da Autortariedade:
· Princípio da Oficiosidade: A autoridade policial tem total autonomia para instaurar inquérito policial em crimes de ação penal pública incondicionada sendo que em crimes de ação penal condicionada ou ação privada não se tem tal autonomia. Dito de outro modo, a autoridade policial e o MP, regra geral, tomando conhecimento da possível ocorrência de um delito, deverão agir ex officio (daí o nome princípio da oficiosidade), não aguardando qualquer provocação.
· Princípio da Oficialidade: O inquérito policial é uma atividade investigatória feita por órgãos oficiais, não podendo ficar a cargo do particular, ainda que a titularidade da ação penal seja atribuída ao ofendido. Em outras palavras, segundo tal princípio, a pretensão punitiva do Estado deve se fazer valer por órgãos públicos, ou seja, a autoridade policial, no caso do inquérito, e o Ministério Público, no caso da ação penal pública.
· Princípio da autoritariedade: Renato Brasileiro de Lima explica: “Os órgãos responsáveis pela persecução criminal são autoridades públicas. Aplica-se à ação penal pública, tanto na fase pré-processual, quanto na fase processual. Em relação à ação penal de iniciativa privada, vigora apenas para a fase pré-processual, já que prevalece o entendimento de que ao particular, pelo menos em regra, não foram conferidos poderes investigatórios.”
- Quanto aos dois primeiros princípios, vejamos a seguinte dica:
· Princípio da Oficiosidade = Deverão agir ex officio.
· Princípio da Oficialidade = Feita por Órgãos Públicos, autoridades. Lembre-se Autoridades OFICIAIS.
	(PCPA-2021-AOCP): Beltrano, delegado de polícia em Marabá-PA, testemunhou visualmente um roubo tentado contra uma vítima que dirigia seu veículo em uma das avenidas mais movimentadas da municipalidade. O agressor não conseguiu subtrair qualquer bem, pois a vítima acelerou seu automóvel e empreendeu fuga. Não vislumbrando importância no fato, nem visualizando dano à sociedade, Beltrano mantém-se inerte. Considerando a situação hipotética sobre a conduta desse delegado, é correto afirmar que ela fere a oficiosidade inerente à função do cargo, vez que, em crimes de ação penal pública incondicionada, como é o roubo, a autoridade policial tem o dever de ofício de proceder à apuração do fato delitivo. BL: art. 5º, I, CPP.
##Atenção: Infere a assertiva que a inércia do delegado fere a oficiosidade inerente à função do cargo, vez que, em crimes de ação penal pública incondicionada, como é o roubo, a autoridade policial tem o dever de ofício de proceder à apuração do fato delitivo. A assertiva está em consonância com a oficiosidade, característica do inquérito policial e disciplinada no art. 5º, I do CPP, o qual dispõe que o inquérito policial será instaurado de ofício nos crimes de ação penal pública incondicionada, que é o caso do crime de roubo.
(PCMT-2017-CESPE): O princípio da paridade de armas (par condicio) é mitigado na ação penal pública pelo princípio da oficialidade.
##Atenção: ##MPF-2008: ##PCPE-2016: ##PCMT-2017: ##CESPE: ##FCC: Para Guilherme de Souza Nucci, o princípio da oficialidade “expressa ser a persecução penal uma função primordial e obrigatória do Estado. Assim, o acusado, na ação penal pública, litigará contra um órgão estatal, que o demandará, valendo-se das estruturas garantidas pelo Estado. Poderá assim, no caso concreto, haver mitigação do princípio da igualdade de armas, na medida em que o acusado atuará no processo contando, apenas, com sua própria força”. Além disso, Ana Cristina Mendonça explica: “O princípio da oficialidade implica no atuar do próprio Estado, enquanto parte responsável pela persecução penal, a qual é levada a efeito através do Ministério Público. Contudo, o MP, embora atue como parte no processo penal, acumula a função de custos legis, motivo pelo qual não deve proceder com parcialidade, nem mesmo que deva apresentar interesses antagônicos aos do acusado, pois ao Parquet compete a tutela dos interesses tanto da acusação quanto dos da defesa, consagrando-se o dever do Estado de tutelar a liberdade do réu. Daí falarmos que o MP é a parte imparcial. Por isso podemos afirmar que o princípio da oficialidade mitiga, na ação penal pública, a ideia de paridade de armas.”
	(PCPE-2016-FCC): Em consonância com a doutrina majoritária e com o entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta acerca dos sistemas e princípios do processo penal: Na ação penal pública, o princípio da igualdade das armas é mitigado pelo princípio da oficialidade.
(MPF-2008): O Princípio da Igualdade de Armas é mitigado na ação penal pública pelo princípio da oficialidade.
(MPPE-2008-FCC): Sobre o princípio da oficialidade no processo penal e em razão dele, é correto afirmar: Os órgãos encarregados de deduzir a pretensão punitiva devem ser órgãos oficiais.
(MPPE-2008-FCC): Sobre o princípio da oficialidade no processo penal e em razão dele, é correto afirmar: Os órgãos encarregados têm autoridade, podendo requisitar documentos, ressalvadas as restrições constitucionais e legais.
(MPPE-2008-FCC): Sobre o princípio da oficialidade no processo penal e em razão dele, é correto afirmar: Não se trata de princípio absoluto, pois comporta exceções.
##Atenção: Fernando Capez explica: “Posto que a função penal tem índole eminentemente pública, a pretensão punitiva do Estado deve se fazer valer por órgãos públicos, quais sejam a autoridade policial, no caso do inquérito, e o Ministério Público, no caso da ação penal pública. Este princípio, no entanto, sofre exceção no caso da ação penal privada e de ação penal popular (Lei 1.079/50 - crimes cometidos pelo procurador-geral da República e pelos ministros do STF).”
##Atenção: ##MPPE-2008: ##DPEPI-2009: ##Téc. Judic./TRF2-2012: ##CESPE: ##FCC: Ação Penal Popular: Ela é do direito espanhol e anglo-americano, sendo conceituada como um direito que qualquer do povo pode exercer denunciando crime visando a punição do autor do delito[footnoteRef:4]. A doutrina aponta a existência da ação penal popular no ordenamento nas seguintes hipóteses: i) Habeas corpus e; ii) A faculdade de qualquer cidadão oferecer denúncia pela prática de crimes de responsabilidade, contra determinados agentes políticos. Entretanto, a doutrina tece críticas, afirmando que os casos não refletem exemplos de ações penais condenatórias propriamente ditas. Assim, questiona-se se podem ser chamadas de ações penais populares. O “habeas corpus” não é espécie de ação penal condenatória, mas sim uma ação de índole constitucional vocacionada à tutela da liberdade de locomoção. Já a faculdade de qualquer cidadão oferecer denúncia pela prática de crime de responsabilidade não está sequer relacionada ao processo penal, pois os crimes de responsabilidade não são crimes, mas sim infrações político-administrativas, bem como a “denúncia” citada é tecnicamente uma mera “notitia criminis” (não com o significado de peça inaugural da ação penal pública). Ainda acerca do tema, o STF, no Info 557, afirmou o seguinte: “O remédio constitucional do “habeas corpus” qualifica-se como típica ação penal popular (RTJ 164/193 - RT 718/518), o que legitima o seu ajuizamento “por qualquer pessoa”, inclusive por estudante de Direito (CPP, art. 654, “caput”), qualquer que seja a instância judiciária competente. Doutrina. Jurisprudência”.[footnoteRef:5] [4: 	https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2110450/o-que-se-entende-por-acao-penal-popular-flavia-adine-feitosa-coelho ] [5: (DPEPI-2009-CESPE): Segundo entendimento do STF, a ação do habeas corpus qualifica-se como típica ação penal popular.
(MPPE-2008-FCC): Sobre o princípio da oficialidade no processo penal e em razão dele, é correto afirmar: É incabível a ação penal popular prevista em lei especial sobre os crimes de responsabilidade.]II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (PCBA-2008) (TJPE-2011) (MPRJ-2012) (MPSC-2012) (DPESE-2012) (Cartórios/TJAC-2012) (Cartórios/TJMG-2012) (PCRJ-2012) (DPEPB-2014) (Cartórios/TJPR-2014) (Cartórios/TJMS-2014) (PCSC-2014) (DPEMA-2011/2015) (TJDFT-2016) (PCAC-2017) (PCMS-2017) (Anal. Judic./TRF2-2017) (DPEPE-2018) (PGM-Caruaru/PE-2018) (Anal./MPU-2018) (Cartórios/TJSC-2019) (PCES-2019) (PCPA-2021) (PCMG-2021)
	(MPPR-2019): Sobre o inquérito policial, assinale a alternativa correta: O inquérito policial pode ser instaurado de ofício, por requisição do MP e a requerimento do ofendido em casos de crime de ação penal pública incondicionada. BL: art. 5º, I e II, CPP.
(Cartórios/TJPE-2013-FCC): Com relação ao inquérito policial, é correto afirmar que poderá ser iniciado de ofício, por ordem da autoridade policial, ou mediante requisição da autoridade judiciária ou de membro do Ministério Público, ou, ainda, a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. BL: art. 5º, I e II, CPP.
        § 1o  O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: (Cartórios/TJAC-2012) (MPSC-2013) (PGM-Caruaru/PE-2018) (PCMG-2021)
        a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; (Cartórios/TJAC-2012) (MPSC-2013) (PGM-Caruaru/PE-2018) (PCMG-2021)
        b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; (Cartórios/TJAC-2012) (MPSC-2013) (PGM-Caruaru/PE-2018) (PCMG-2021)
        c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. (Cartórios/TJAC-2012) (MPSC-2013) (PGM-Caruaru/PE-2018) (PCMG-2021)
	(TJPI-2015-FCC): Conforme o CPP, certos requisitos, sempre que possível, deverão constar do requerimento de instauração de inquérito policial, EXCETO a classificação da infração penal em tese cometida. BL: art. 5º, §1º do CPP.
        § 2o  Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. (MPCE-2009) (TJPR-2011) (TJRJ-2012) (Cartórios/TJAC-2012) (Cartórios/TJAC-2012) (PCSP-2012) (TJMG-2014) (Cartórios/TJPR-2014) (PCSC-2014) (PCDF-2015) (PCMA-2012/2018) (PCBA-2018) (PCGO-2018) (MPGO-2019) (PCMS-2017/2021) (MPRS-2021) (PCMG-2021) (PCRN-2021)
	(PCPA-2021-AOCP): Assinale a alternativa correta: Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de polícia. BL: art. 5º, §2º, CPP.
        § 3o  Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. (PCBA-2008) (MPDFT-2009/2011) (DPEMA-2011) (TRF2-2011/2013) (Cartórios/TJES-2013) (Cartórios/TJPE-2013) (MPAM-2015) (DPERN-2015) (TJDFT-2016) (PCAC-2017) (MPBA-2018) (Cartórios/TJMG-2018) (PCGO-2018) (Anal./MPU-2018) (Cartórios/TJSC-2019) (PCMS-2017/2021) (Aud. Fiscal-SEFAZ/CE-2021)
	(MPSP-2013): 	Diante de comunicação anônima, noticiando crime de ação penal pública incondicionada, a Autoridade Policial poderá instaurar inquérito policial se constatar a procedência das informações. BL: art. 5º, §3º, CPP.
        § 4o  O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. (MPSP-2006) (DPECE-2008) (PCBA-2008) (TJSC-2009) (PCPI-2009) (MPES-2010) (MPSC-2012) (PCRJ-2012) (TJRN-2013) (Cartórios/TJES-2013) (DPEPB-2014) (Cartórios/TJDFT-2014) (PCSC-2014) (MPDFT-2009/2015) (PCDF-2009/2015) (TJPE-2015) (DPEMA-2015) (PCCE-2015) (PCAP-2010/2017) (PCMS-2017) (MPBA-2018) (DPEAP-2018) (Cartórios/TJMG-2018) (PCGO-2018) (Cartórios/TJPR-2014/2019) (TJPA-2019) (Cartórios/TJSC-2019) (MPPR-2021) (PCPA-2021) (PCPR-2021) (PCMG-2021) (Anal./MPRS-2021)
	(MPMG-2013): A autoridade policial deverá negar-se a instaurar o inquérito, se for condicionada a ação penal e ausente a condição de procedibilidade.
(MPSP-2013): Nos casos em que a propositura da ação penal pública está condicionada à representação do ofendido, esta também é indispensável para a instauração do inquérito policial. BL: art. 5º, §4º, CPP.
(TJPR-2012-PUCPR): Em regra, nos delitos que ensejam ação penal pública condicionada à representação, o IP somente deverá ser instaurado se houver representação do ofendido ou de seu representante legal. Segundo orientação do STJ, a representação em comento não exige formalidade específica, bastando que expresse a vontade do legitimado na apuração do fato criminoso. BL: art. 5º, §4º, CPP. 
##Atenção: ##STJ: ##TJES-2011: ##CESPE: O próprio CPP exige a representação em tal caso. Quanto às formalidades de representação, o STJ entende que nas ações penais públicas condicionadas prescinde de qualquer formalidade, sendo suficiente a demonstração do interesse da vítima em autorizar a persecução criminal (STJ, RHC 26049).
(MPAL-2012-FCC): Nos crimes processados mediante ação penal de iniciativa pública condicionada à representação, é necessária a formulação desta para que o inquérito seja instaurado. BL: art. 5º, §4º, CPP.
(MPCE-2009): Se o ofendido requerer a instauração de inquérito policial, em crime de ação penal pública condicionada, manifestando interesse em que o autor do crime seja processado, o requerimento poderá valer como representação. BL: art. 5º, II, §4º, CPP.
        § 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. (MPSP-2006) (PCBA-2008) (Cartórios/TJRJ-2008) (MPCE-2009) (DPEMT-2009) (PCDF-2009) (TJPE-2011) (Cartórios/TJAP-2011) (TJRJ-2012) (Cartórios/TJAC-2012) (Cartórios/TJES-2013) (Cartórios/TJRR-2013) (PCPA-2013) (PCSC-2014) (DPEMA-2015) (PCCE-2015) (PCMS-2017) (Cartórios/TJMG-2015/2018) (TJPA-2019) (Cartórios/TJDFT-2019) (Cartórios/TJPR-2019) (Cartórios/TJSC-2019) (PCPA-2021) (PCRN-2021)
	(MPPR-2017):  Em data de 20 de dezembro de 2016, Astolfo pratica, em tese, crime contra a honra de Lucíolo, afirmando que este, na condição de funcionário público, subtraiu valores do departamento de obras públicas do município de Giramundo. Considere a data de hoje (28.05.2017) e que Lucíolo teve ciência da suposta ofensa em 29 de dezembro de 2016. Aponte a alternativa correta: Sem Lucíolo manifestar de forma clara que pretende responsabilizar criminalmente Astolfo, o delegado não poderá deflagrar a investigação da suposta infração contra a honra. BL: art. 5º, §5º, CPP. [questão adaptada]
(Anal. Judic./TRF2-2017-Consulplan): Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. BL: art. 5º, §5º, CPP.
##Atenção: A autoridade policial não pode instaurar IP e sequer lavrar auto de prisão em flagrante delito nos crimes de ação penal privada sem que haja requerimento do legitimado a propor a queixa-crime (art. 5º, §5º, CPP).
        Art. 6o  Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: [obs.: é dever legal; rol meramente exemplificativo] (PCBA-2008) (Cartórios/TJRN-2012) (MPSP-2015) (PCMS-2017) (PCPI-2018) (PCSP-2018)
        I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973) (PCBA-2008) (PCPA-2009) (TJDFT-2012) (PCSC-2014) (MPSP-2015) (PCAC-2017) (PCMA-2018) (PCPI-2018)
	(Anal. Judic./TJMS-2017-PUCPR): Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, dentre outras providências, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas até a chegada dos peritos criminais. BL: art. 6º, I, CPP.
(TJPB-2015-CESPE): A autoridade policial foi informada da descoberta de um cadáver, com perfuraçõespor toda a região abdominal, às margens de uma rodovia. Próximo ao local, havia também uma faca com marcas de sangue e garrafas de bebida alcoólica. Em face dessa situação, e considerando-se o disposto no CPP, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local e providenciar que o estado e a conservação das coisas não sejam alterados até a chegada de peritos criminais.
        II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (PCBA-2008) (MPDFT-2009) (PCPA-2009) (TJRN-2013) (PCMS-2017) (PCPI-2018) (PCSP-2018) (PF-2018) (TJRJ-2019)
        III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; (PCBA-2008) (PCPA-2016)
        IV - ouvir o ofendido;
        V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas [obs.: testemunhas fedatárias] que Ihe tenham ouvido a leitura; (PCBA-2008) (PCSP-2012) (PCPI-2018) 
	(PCBA-2008): Assinale a alternativa correta: O interrogatório realizado em sede de Inquérito Policial deverá obedecer aos mesmos moldes do realizado pelo juiz em sede de processo, sendo prescindido o contraditório pelo delegado de polícia. BL: art. 6º, V, CPP.
##Atenção: O indiciado será ouvido em sede policial, mas como o inquérito é procedimento administrativo inquisitorial, prescinde (ou seja, dispensa) o contraditório e ampla defesa (que são, por sua vez, garantidos no processo judicial). Desse modo, não há previsão legal de como o Delegado de Polícia deve proceder à oitiva do indiciado, aplica-se, por analogia, as disposições do juiz para oitiva do acusado.
        VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; (DPECE-2008) (PCAL-2012) (MPGO-2013) (PCSC-2014) (PCMA-2018) (Cartórios/TJCE-2018)
	(Cartórios/TJSE-2014-CESPE): No curso da tramitação do inquérito policial, o delegado de polícia, ao ter conhecimento da infração penal, deverá proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e providenciar a realização de acareações. BL: art. 6º, VI, CPP.
        VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; (PCES-2011) (PCSC-2014) (PCAC-2017) (PCMS-2017) (PGM-Caruaru/PE-2018)
        VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; (PCCE-2015) (DPERO-2017) (PCPI-2018)
	##Atenção: ##PCCE-2015: ##DPERO-2017: ##VUNESP: Prescreve o art. 6º, VIII, CPP: “logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível (...)”. Acerca do tema, a CF/1988 NÃO recepcionou integralmente o CPP, inclusive no que toca à identificação criminal. O inciso VIII do art. 6º trazia uma obrigatoriedade da identificação do imputado, o que já não mais é possível. Hoje, tudo dependerá da presença dos requisitos da Lei 12.037/09.
        IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) (PCAC-2017)
	(PCAC-2017-IBADE): Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. BL: art. 6º, X, CPP.
##Atenção: Obrigação do Delegado de Polícia averiguar se a pessoa presa possui filhos e quem é o responsável por seus cuidados, fazendo este registro no auto de prisão em flagrante.
        Art. 7o  Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. (PCBA-2008) (DPEMA-2015) (Cartórios/TJPA-2016) (MPSP-2010/2017) (Cartórios/TJMG-2017) (PCMS-2017) (MPBA-2018) (PCGO-2018) (PCPI-2018) (PF-2018) (PCRN-2009/2021) (MPRS-2016/2021) (MPDFT-2021) (PCPA-2021) (MPM-2021) (PGM-Florianópolis/SC-2022)
	(Cartórios/TJGO-2021-VUNESP): Em consonância com o art. 7º do CPP, para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. BL: art. 7º, CPP.
(PCMA-2018-CESPE): Quanto à reprodução simulada, também denominada de reconstituição do crime, assinale a opção correta: A participação do indiciado é facultada à sua vontade. BL: art. 7º, CPP.
##Atenção: O investigado poderá́ ser conduzido à reprodução, mas não poderá́ ser obrigado a participar. Não pode contrariar a moralidade ou a ordem pública, razão pela qual não caberia reprodução simulada de um estupro. (Caderno de Processo Penal - CPIURIS).
(DPEPA-2015-FMP): Em relação aos sistemas de investigação, é correto afirmar: O Delegado de Polícia poderá determinar a reprodução simulada dos fatos objeto de sua investigação, desde que essa reprodução não contrarie a moralidade ou a ordem pública. BL: art. 7º, CPP.
(TJBA-2012-CESPE): O juiz pode determinar, de ofício, a reconstituição do crime durante a fase inquisitorial. BL: art. 7º, CPP.
##Atenção: Com base no art. 156, I, admite-se que o juiz determine, mesmo antes de iniciada a ação penal, a reprodução simulada dos fatos. Porém, tal proceder do juiz não está de acordo com o princípio do acusatório, pois não deve, de ofício, imiscuir-se na fase investigatória, buscando a produção de elementos de informação.
(PCMA-2012-FGV): Aury Lopes Júnior leciona que “ o inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procurar informações sobre algo, colher informações acerca de um fato, perquirir”. Já o Art. 4º, do CPP destaca que será realizado pela Polícia Judiciária e terá por fim a apuração das infrações penais e sua autoria. A esse respeito, assinale a afirmativa correta: O réu não é obrigado a participar da reconstituição do crime, pois ninguém é obrigado a produzir prova contra si. BL: art. 7º, CPP.
##Atenção: Trata-se do princípio da não autoincriminação (“nemo tenetur se detegere”). Silenciar durante os atos persecutórios é um direito constitucional de qualquer cidadão conforme o art. 5º, inciso LXIII: “o preso será informado dos seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”. Constitui-se numa aberração pretender ou exigir a qualquer custo que o indiciado participe da reprodução simulada dos fatos. O Estado não pode exigir que o cidadão se auto incrimine fornecendo elementos de prova que podem complicar-lhe a situação numa futura ação penal.
        Art. 8o  Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
        Art. 9o  Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. (PCRJ-2009) (PCMG-2011) (PCRO-2014) (MPBA-2018) (PCPI-2018) (PCES-2019) (PCPA-2021)
        Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. (PCBA-2008) (PCRN-2009) (PCRO-2009) (TJMS-2010) (PCAP-2010) (MPMT-2012) (MPSC-2012) (MPRJ-2012) (DPEAC-2012) (Cartórios/TJSC-2012) (TJRN-2013) (Cartórios/TJES-2013)(Cartórios/TJPE-2013) (PCPR-2013) (MPF-2013) (TJPR-2011/2014) (Cartórios/TJDFT-2014) (Cartórios/TJMT-2014) (Cartórios/TJMS-2014) (Cartórios/TJPB-2014) (PCPI-2018) (PCSC-2014) (MPAM-2015) (DPU-2015) (PCPA-2016) (PGESE-2017) (PCAC-2017) (Anal. Judic./TRF2-2017) (Téc. Judic./TRF1-2017) (DPEMA-2018) (Cartórios/TJCE-2018) (PCGO-2018) (DPEMG-2019) (MPRS-2016/2021) (PCCE-2021) (Auditor Fiscal-SEFAZ/CE-2021)
	(Anal. Judic./TRF4-2019-FCC): Marcelo e Márcio praticaram um roubo contra uma pizzaria situada na cidade de Florianópolis no início da madrugada, subtraindo todo o dinheiro arrecadado pelo estabelecimento naquele dia. A polícia é acionada e o inquérito policial para apuração dos fatos é instaurado pela autoridade policial. Pelas imagens das câmeras de segurança do estabelecimento foi possível a plena identificação dos roubadores. Após representação da autoridade policial o Magistrado competente decretou a prisão preventiva de Marcelo e Márcio. Os mandados de prisão foram cumpridos três dias depois do crime. Neste caso, o inquérito policial deverá terminar no prazo de 10 dias, contados a partir do dia da execução da ordem de prisão preventiva. BL: art. 10, CPP.
(Téc. Judic./STJ-2018-CESPE): Situação hipotética: Pedro teve a prisão temporária decretada no curso de uma investigação criminal. Ao final de cinco dias, o Ministério Público requereu a conversão de sua segregação em prisão preventiva. Assertiva: Nessa situação, o prazo para o término do inquérito policial será contado da data em que a prisão temporária tiver sido convertida em prisão preventiva. BL: art. 10, CPP.
##Atenção: O que tem prevalecido em relação ao prazo para término do IP na situação da prisão temporária é que, durante a prisão temporária, não transcorre o prazo do IP (no caso de conversão posterior em preventiva). O prazo iniciará contagem após o fim da prisão temporária. No caso em tela, nos cinco dias em que Pedro ficou preso em segregação temporária, não houve contagem para o prazo do IP. O prazo de 10 dias (investigado preso, se crime comum) começará a contar a partir da conversão em preventiva.
(PCPE-2016-CESPE): Considerando a doutrina majoritária e o entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta a respeito da prisão: Havendo conversão de prisão temporária em prisão preventiva no curso da investigação policial, o prazo para a conclusão das investigações, no âmbito do competente inquérito policial, iniciar-se-á a partir da decretação da prisão preventiva. BL: art. 10, CPP.
(DPERS-2014-FCC): Jeremias foi preso em flagrante delito pelo cometimento do fato previsto no art. 157, § 2º, I e II, do Código Penal, e no mesmo dia decretada a prisão preventiva com a legítima finalidade de garantir a ordem pública. Com base nestes dados, sob pena de caracterizado o constrangimento ilegal (CPP, art. 648, II), impõe-se que o inquérito policial esteja concluído no prazo máximo de 10 dias. BL: art. 10, CPP.
##Atenção: DICA: Delegado só chega para trabalhar na Delegacia às 10 (réu preso): 30 (réu solto) horas.
(TRF4-2010): O prazo previsto para término do inquérito policial, no Código de Processo Penal, é de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso. Em caso de indiciado solto, é de 30 (trinta) dias. BL: art. 10, CPP.
(TRF4-2010): Quando se tratar de indiciado preso preventivamente, o prazo para término do inquérito será contado da data em que for executada a ordem de prisão, segundo o Código de Processo Penal. BL: art. 10, CPP.
        § 1o  A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. (PCTO-2008) (PCAP-2010) (TJPR-2011) (PCSC-2014) (MPPR-2017) (PGESE-2017) (Cartórios/TJCE-2018) (PCPI-2018) (DPEMG-2019) (PCPR-2013/2021)
        § 2o  No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. (PF-2009) (PCAP-2010) (PCPR-2013) (PCSC-2014) (MPRS-2016) (PGESE-2017) (PCAC-2017) (PCPI-2018)
        § 3o  Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. (PCRO-2009) (PCAP-2010) (MPSC-2012) (PCSP-2012) (Cartórios/TJES-2013) (Cartórios/TJPE-2013) (PCPR-2013) (Cartórios/TJDFT-2014) (PCSC-2014) (PGESE-2017) (PCAC-2017) (DPEMA-2018) (PCPI-2018)
        Art. 11.  Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. (PCPI-2018) (MPRS-2021) (PGM-Florianópolis/SC-2022)
 Art. 12.  O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. (TJAP-2009) (MPDFT-2009) (PGEPE-2009) (PF-2009) (TJMS-2010) (TJPE-2011) (PCGO-2013) (PCRO-2014) (MPPR-2017) (MPSP-2017) (PCSP-2014/2018) (MPBA-2018) (PCPI-2018) (PCRS-2018) (TJSC-2019) (PCES-2019) 
	(MPSP-2017): O inquérito policial, por ser peça informativa, é dispensável para a propositura da ação penal, mas sempre acompanhará a inicial acusatória quando servir de base para a denúncia ou a queixa. BL: art. 12 e 39, §5º, CPP.
(TJAP-2009-FCC): O IP, no ordenamento jurídico, poderá ser dispensado pelo MP quando dispuser de elementos suficientes para oferecimento da denúncia constantes de peças de informação. BL: art. 12 e 39, §5º, CPP.
        Art. 13.  Incumbirá ainda à autoridade policial:
        I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; (PCPI-2009) (PCRJ-2012) (Cartórios/TJMS-2014) (PCAC-2017) (TJRJ-2019) (Cartórios/TJGO-2021)
	(TJRJ-2019-VUNESP): Nos literais e expressos termos do art. 13 do CPP, incumbe à autoridade policial, entre outras funções: fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos. BL: art. 13, I, CPP.
        II -  realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; (PCRJ-2012) (Cartórios/TJAC-2012) (PCBA-2013) (Cartórios/TJMS-2014) (PCAC-2017) (PCMS-2017) (PCPI-2009/2018) (DPEMA-2018) (TJRJ-2019) (Cartórios/TJGO-2021)
        III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; (PCRJ-2012) (Cartórios/TJMS-2014) (PCAC-2017) (PCPI-2009/2018) (TJRJ-2019) (Cartórios/TJGO-2021)
        IV - representar acerca da prisão preventiva. (PCPI-2009) (PCRJ-2012) (Cartórios/TJBA-2013) (PCPA-2016) (PCRS-2018)
	(Cartórios/TJGO-2021-VUNESP): Em consonância com os estritos termos do art. 13 do CPP, sem prejuízo das demais funções, incumbirá à autoridade policial fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e ao julgamento dos processos, realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo MP, cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias e representar acerca da prisão preventiva. BL: art. 13, I a IV, CPP.
Art. 13-A.  Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.  (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Téc. Judic./TRF2-2017) (Cartórios/TJMG-2018) (PCGO-2018)
	(PCRS-2018-Fundatec): De acordo com o CPP, estando em pleno curso o delito de sequestro e cárcere privado, compete à autoridade policial: Requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. BL: art. 13-A, caput, CPP.
(PCMS-2017-FAPEMS): Conforme disposição expressa no CPP vigente, o Delegado de Polícia que preside investigação policial sobre o crime previsto no art. 149-A (Tráfico de Pessoas) do Código Penal - Decreto- Lei n° 2.848/1940, dentre as providências a serem adotadas, poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas de iniciativa

Outros materiais