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AÇÃO COLETIVA DE DIREITOS DO CONSUMIDOR 
 
AS AÇÕES COLETIVAS 
O século 20, especialmente a segunda metade, viu uma mudança 
dramática na direção do direito processual civil. De ferramenta 
concebida especificamente para o exercício do direito de ação dos 
indivíduos, tornou-se também uma arena para a proteção dos 
interesses da sociedade como um todo ou de grande parte do 
grupo que representa uma aglomeração social. 
Esse movimento do direito para a ordem social não se reflete 
apenas no campo do contencioso cível. 
 Ao contrário, sente-se em todos os ramos do direito, pois em 
nosso século o que realmente está acontecendo é a implantação 
definitiva do estado jurídico social, substituindo o antigo estado 
jurídico em que apenas o indivíduo era objeto de tutela. 
Na nova visão do Estado e de suas funções, destacam-se os 
chamados interesses descentralizados e coletivos, com especial 
atenção dos legisladores tanto no aspecto material quanto no 
processual. 
Naturalmente, os direitos clássicos de proteção do indivíduo, da 
pessoa, da propriedade e dos direitos individuais não são desprezados ou abandonados. 
Como figura central do organismo social, tudo o que o homem conquistou no campo do direito continua 
sob a proteção do ordenamento jurídico tradicional. O que se tem feito é alargar o campo de ação judicial 
para incluir situações coletivas que antes permaneciam fora dos mecanismos disciplinares, salvaguardas 
e sancionatórias do direito positivo. Dessa forma, no ordenamento jurídico contemporâneo, começam a 
coexistir normas com conteúdo e objetivos muito diversos, sendo, portanto, regidas por princípios 
jurídicos distintos. 
A tarefa do atual aplicador do direito, portanto, é compreender bem o direito em termos da teleologia do 
direito, principalmente em termos dos princípios fundamentais que são válidos em cada parte da 
complexa estrutura normativa, a fim de encontrar um equilíbrio entre os dois. Proteger os interesses 
individuais e proteger os interesses coletivos. 
Obviamente, todos eles têm que viver em uma sociedade regida pela lei e não podem se anular. Portanto, 
ele não apenas enfatizou a “pessoa social”, mas também enfatizou a influência do próprio “grupo” no 
valor jurídico. Em primeiro lugar, a ênfase é colocada no papel dado às associações, sindicatos e outras 
organizações para facilitar o exercício ideal das franquias individuais e coletivas. 
Então, o reconhecimento dos direitos subjetivos, juntamente com os direitos individuais, é diretamente 
atribuível ao grupo e, portanto, deve ser reconhecido como direito coletivo e, portanto, deve ser exercido 
e protegido. 
IMPORTANTE 
 
A ação coletiva caracteriza-
se, assim, por autores que 
agem não para defender seus 
próprios direitos, mas para 
buscar proteção que 
beneficie comunidades 
inteiras ou grandes grupos 
que tenham real 
responsabilidade pela 
titularidade dos direitos 
materiais invocados. 
 
 
 
 
 
 
 
Através da ação de massa, foi concebido entre nós o primeiro 
processo judicial para a proteção dos direitos coletivos. Por seu 
intermédio, qualquer cidadão tem o direito de se defender em 
juízo contra atos ilícitos do poder público e atos lesivos ao 
patrimônio público. 
O sistema de processo civil público foi instituído por meio da Lei 
Complementar nº 40, de 12.13.81, e da Lei nº 7.347, de 24.7.85, 
ampliando a tutela jurisdicional no direito processual nacional 
para a instauração de ações coletivas ou coletivas genuínas. 
Desde então, o campo de expressão dos direitos coletivos ou 
descentralizados deixou de ser apenas a ação dos agentes do 
poder público, como acontece quando as massas agem. 
No entanto, remédios processuais destinados a garantir um 
interesse não podem ser transplantados para a resolução de 
conflitos em áreas onde os interesses são de natureza diferente. 
Esta é a mesma situação observada na terapia humana. 
Em vez de cumprir sua função natural de cura, o medicamento 
utilizado nas condições prescritas torna-se fonte de ataque ao 
organismo e agravamento da doença. 
É contra esse risco natural de disfunção dos remédios processuais coletivos que a doutrina atual lança 
um sério alerta: o uso generalizado e indiscriminado de ações civis públicas, como no passado habeas 
corpus, mandados de segurança e os próprios mandados de execução, pode constituir grave ameaça à 
ordem jurídica, criam um ambiente de litígio, insegurança e debate generalizado, que não é propício ao 
desenvolvimento do país. 
O risco apresentado é proporcional à densidade e eficácia do medicamento, assim como as armas 
atômicas e os antibióticos citados acima. 
O uso imprudente de novos remédios pode ameaçar a manutenção da ordem jurídica e prejudicar o 
funcionamento normal da administração, justiça e economia. 
 
II – Direito material coletivo e direito processual coletivo 
O fato de a Lei nº 7.347/1985 estabelecer uma ação especial de defesa de direitos coletivos ou 
descentralizados não significa que todos os interesses de grupo estejam automaticamente protegidos 
pela competência da ação civil pública. 
Assim como os interesses individuais, para alcançar a proteção processual específica, os interesses 
descentralizados devem atingir o alcance dos direitos estipulados pelas normas materiais. 
O próprio direito processual não é fonte de direitos subjetivos materiais, mas apenas um instrumento de 
proteção e realização estipulado por normas materiais. Ao tratar das ações coletivas, Cappelletti ensinou 
que nesse novo tipo de processo civil o que se protege são “interesses diversificados, desde que o direito 
IMPORTANTE 
 
 
A defesa coletiva torna-se 
possível contra quem violar 
interesses coletivos ou 
descentralizados, sejam 
administradores públicos ou 
particulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
material os traduza em direitos” que não são “nem privados nem públicos; nem totalmente privados nem 
totalmente públicos”. 
Segundo os mestres italianos, a evolução da tutela jurídica dos interesses descentralizados, 
incidentalmente relacionados com os interesses pessoais, envolve dois momentos consecutivos, ligados 
de forma lógica e necessária: 
a) Na primeira fase, a constituição e as normas inconstitucionais tendem a defender interesses 
fragmentados (ou mais precisamente, alguns deles), daí o surgimento de "leis substantivas que protegem 
os consumidores, o meio ambiente, as minorias, os direitos civis, os direitos civis etc."; 
b) Na segunda etapa, é preciso mudar o sistema tradicional de proteção processual e criar ações 
adequadas para descentralizar os benefícios que foram traduzidos do direito material em direitos. 
Sob esse ponto de vista, a Lei 7.347/1985 insere-se na preocupação processual de proteger os direitos 
descentralizados ou coletivos entre nós que tenham sido definidos ou venham a ser definidos por outros 
diplomas legais (gerais e constitucionais). 
Portanto, vale o alerta do STF: trata-se quase exclusivamente de uma lei com conteúdo normativo de 
natureza processual. Portanto, a definição e representação de direitos descentralizados ou coletivos não 
se encontram no Código de Processo Civil Público, mas devem ser procuradas em outras fontes, bem 
como na Lei de Substâncias. 
 
III – Ações coletivas possíveis após o CDC 
Diante das inovações da Lei de Defesa do Consumidor, o alcance das ações coletivas foi além do previsto 
no Código de Processo Civil Público (Lei nº 7.347/1985). Desde então, houve três tipos de ação coletiva 
entre nós: 
a) ações coletivas relacionadas a direitos coletivos; 
b) aquelas relacionadas a direitos descentralizados; 
c) aquelas referentes a direitos individuais homogêneos. 
Direitos coletivos e descentralizados, embora definidos individualmente pelo CDC, compartilham uma 
transindividualidade e indivisibilidade comuns. Pertencem a grupos e não podem ser exercidos e 
defendidos a não ser pelo grupo ou seus interesses.IV – Direitos individuais homogêneos 
Quando o direito do consumidor se concentra na proteção coletiva de direitos individuais homogêneos, 
não os classifica como direitos coletivos ou descentralizados. Somente por meio da política processual 
lhes proporciona remédio no âmbito das relações de consumo, possibilitando tratá-los cumulativamente 
em um único processo por meio da economia processual. 
Portanto, esta ação especial não se confunde com a ação civil pública da Lei nº 7.347/1985, que protege 
direitos genuínos coletivos ou descentralizados, inclusive os decorrentes das relações de consumo. É um 
equívoco tratar os direitos individuais homogêneos como um direito coletivo ou descentralizado e 
pretender que a ação civil pública se destina a resolver conflitos de direitos individuais homogêneos. 
Teori Albino Zavascki alertou que "os legisladores brasileiros criaram mecanismos próprios para 
defender os chamados 'direitos individuais homogêneos', distintos e amplamente inconfundíveis 
daqueles que ajudam a defender tanto os direitos descentralizados quanto os coletivos". 
Assim, o Capítulo 3 do Código de "Proteção do Consumidor nos Tribunais" estabelece neste tópico a 
importante distinção entre a configuração processual de proteção dos direitos coletivos e 
descentralizados dos consumidores e a proteção de seus direitos individuais, e delineia o impacto do 
sistema sobre eles. termos de propriedade e diferenciação. 
 
V – Direitos difusos e coletivos 
No ordenamento jurídico pátrio, a proteção de interesses 
descentralizados e coletivos no âmbito das relações de consumo 
é feita por meio de instrumento próprio, a saber, o contencioso 
civil público, principalmente quando promovido pelo setor 
público. 
É um mecanismo que molda a natureza dos direitos e interesses 
que procura proteger – isto é, direitos e interesses 
descentralizados e coletivos. 
Dada a clara finalidade que lhe foi conferida pelos legisladores e 
o caráter em que foi concebida, a ação civil pública busca 
defender os direitos coletivos no sentido mais amplo, ao invés de 
defender coletivamente os direitos subjetivos individuais, e por 
isso, seus próprios “próprios direitos processuais”. 
mecanismos.” 
 Assim, proíbe o uso de ferramentas específicas para a defesa de 
interesses e direitos discretos e coletivos para veicular reivindicações destinadas a proteger os direitos 
dos indivíduos homogêneos. 
Para proteger tais direitos, os legisladores designaram outros mecanismos de defesa coletiva, a saber: 
Mandados de Execução Coletiva (art. Artigos 91 a 100 da Lei de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei 
nº 8.078/1990). 
No âmbito da proteção dos direitos coletivos dos consumidores, algumas normas específicas e 
indisponíveis são elencadas em capítulos separados do Direito do Consumidor. Somente em relação a 
eles se pode considerar ação civil pública com base na Lei nº 7.347/1985. 
No entanto, como mencionado anteriormente, isso não é feito por meio de ação civil pública. No entanto, 
à medida que o processo de ação coletiva se homogeneizou, a distinção entre ação civil pública e ação 
coletiva de consumo deixa de ser relevante, reduzindo-se ao nível da terminologia. 
 
 
IMPORTANTE 
 
A extraordinária 
legitimidade conferida às 
pessoas pelo art. 82º do 
Direito do Consumidor, no 
âmbito da proteção dos 
direitos individuais 
homogêneos, não é ampla e 
apenas “limita-se à ação 
coletiva de responsabilidade 
por danos sofridos pelo 
consumidor individual”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI – Procedimento único 
Percebe-se, assim, que, originalmente na ordem estatal, é impossível atribuir os instrumentos de defesa 
dos direitos coletivos à proteção dos direitos individuais homogêneos e vice-versa. 
Na verdade, ela não pode ser veiculada no âmbito de ações civis públicas destinadas a defender direitos 
individuais e coletivos – pretensões destinadas a proteger direitos de indivíduos homogêneos; ou, ainda, 
a ação civil coletiva – a defender direitos de indivíduos homogêneos – pressupondo a proteção de direitos 
coletivos ou direitos descentralizados. 
Em suma, a defesa dos direitos coletivos (objeto da ação civil pública) não se confunde com a defesa dos 
direitos coletivos (que pode ser alcançada por meio da ação coletiva de consumo em favor dos titulares 
de direitos individuais homogêneos). 
Embora essa distinção substancial entre o objeto da ação civil pública e a defesa coletiva do consumidor 
tenha sido originalmente definida pela doutrina, do ponto de vista processual, ela perdeu o sentido 
diante das circunstâncias previstas na lei. Despacho nº 8.078/1990 em geral “aplica-se ao disposto no 
Capítulo III da lei que promulga a Lei de Defesa do Consumidor para a defesa dos direitos e interesses 
da pessoa física, coletiva e individual”. 
 
Portanto, o procedimento observável para todas as ações 
coletivas é o mais padronizado possível, seja na 
área da ação civil pública (Lei 7.347) ou na área da ação 
coletiva do consumidor (Lei 8.078 - CDC). 
A partir da padronização de procedimentos definida pela 
jurisprudência, a doutrina se julgou com direito a uma 
revisão do tratado que havia dominado antes disso, de que 
não havia direitos coletivos materiais dentro da esfera 
homogênea dos direitos individuais, mas apenas a 
defesa coletiva de eventuais direitos distintivos. 
titularidade de padrão processual e individualização. 
Nessa nova linha de pensamento, os coletivos 
também se apresentam como qualificadores de interesses 
individuais homogêneos, aproximando-se de alguma 
forma de direitos coletivos típicos ou descentralizados. 
O imóvel pertencente a um apartamento para duas ou 
três pessoas, por exemplo, não pode ser objeto de defesa 
do setor público em ação coletiva quando sofre dano 
em decorrência de conduta ilícita. 
Mesmo diante de interesses homogêneos de mais de um titular, faltam interesses coletivos que possam 
justificar proteções processuais coletivas. Nessa ordem de pensamento, o número de interessados não é 
necessariamente indeterminado. 
No entanto, a origem comum de direitos homogêneos deve ser suficiente para justificar uma meta 
transindividual que autoriza a "condenação geral", revelando "utilidade processual indivisível", na lição 
IMPORTANTE 
 
Tarlamini explicou que "não 
basta ter vários titulares de 
credores individuais e 
homogêneos" para justificar 
a campanha de ação civil 
pública. Segundo o autor, “é 
preciso mais: o suposto dano 
ou ameaça deve ter potencial 
para afetar um grande 
número de indivíduos”. 
 
 
 
 
 
 
 
de Alcides Muñoz da Cunha, sua conduta "em favor de todas as vítimas ou sucessores, por danos de 
origem comum". Reconhecendo que a ação coletiva não pode ser reduzida a sindicatos particulares, a 
indivisibilidade das afirmações coletivas continua até a sentença geral que a trata. É apenas durante as 
fases de liquidação e execução que o objecto do processo é dividido para todos os efeitos jurídicos, 
substantivos e processuais. 
 
“No entanto, enquanto se busca uma condenação geral, busca-se um interesse 
indivisível para a multidão de vítimas que têm interesse comum em obter tal 
condenação”. 
 
Na sociedade popular, a ação coletiva para proteger direitos individuais homogêneos, especialmente no 
mecanismo do artigo 100 do CDC (Liquidação e Execução Coletiva), é uma ordem processual que 
responde a demandas futuras, necessidades do direito material . 
 
"Na sociedade de massa - concluiu Talamini - os relevantes valores jurídicos materiais 
- justificados nos amplos interesses detidos pela comunidade - desencorajam condutas 
ilegais que causam muito dano". 
 
É por isso que mesmo que várias pessoas sejam prejudicadas por danos de origem comum, nem sempre 
as ações civis públicas serão consideradas, se os interesses dispersos não estiverem configurados para 
"prevenir e impedir a formação de grandes conflitos" sem asua existência "Necessidade de protecção 
colectiva" não estabelecida

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