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AULA 06

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Direito Material II
2ª FASE OAB – MÓDULO II – CONTEÚDO TEÓRICO
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DIREITO MATERIAL II
JUSTA CAUSA
Obs.: Será continuado o tema extinção do contrato de trabalho. Anteriormente foi expos-
to sobre o ato de improbidade que é o ato de desonestidade, alguns princípios que 
devem ser aplicados na dispensa por justa causa e um panorama sobre todas as 
modalidades de extinção contratual.
Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
• Ato de improbidade é o ato de desonestidade.
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
• Essa alínea trata de dois atos distintos (tal qual na alínea h), que trata sobre ato de 
indisciplina ou de insubordinação, sem com isso querer dizer que são sinônimos.
• A incontinência de conduta tem a ver especificamente com um tipo de falta de cunho 
sexual. Uma conduta sexual inadequada, imprópria.
Obs.: Fazendo uma analogia com a incontinência urinária. Na incontinência urinária, a pes-
soa é detentora de uma patologia em que ela não consegue segurar muito a vontade 
de urinar, então onde quer que ela esteja, quando vem à vontade ela tem que urinar.
Ex.: Um homem detentor de incontinência urinária está caminhando pela rua e veio a 
vontade de urinar. Não resta alternativa, a não ser fazer xixi na esquina e na hora que este 
homem está se recompondo, por azar, uma família vira a esquina e dá de frente com o 
homem ainda decomposto com o membro para fora.
• O primeiro pensamento que irá passar pela cabeça daquelas pessoas será que aquele 
homem é um tarado, pois a pessoa na rua, em céu aberto, de dia com o membro para 
fora é um tarado.
• Esse é o primeiro pensamento que vem. Ninguém vai achar que o homem é detentor 
da patologia de incontinência urinária. Logo, a pessoa com incontinência pode ser con-
fundida como um tarado.
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Obs.: Incontinência quer dizer tarado, assim não tem como esquecer porque a incontinên-
cia de conduta está atrelada a uma falta de cunho sexual, a uma conduta sexual 
inadequada, imprópria na empresa.
Ex.: Se alguém for mandado embora por ter praticado um ato sexual inadequado, o tipo 
de justa causa adequada é a incontinência de conduta.
O PULO DO GATO:
Já caiu em prova:
• Dois empregados foram flagrados em ato sexual no banheiro. A diretoria da empresa 
estava apresentando a empresa para alguns investidores quando de repente, des-
cendo uma escada, se deparam com dois empregados transando na escada.
Qual imagem que a empresa passa para os outros de fora quando dois empregados no 
horário de trabalho são flagrados mantendo uma relação sexual?
– Os dois serão dispensados.
Há uma pequena trava e logo em seguida começa a falar: Ficou provado para o nosso 
compliance que ele está assediando sexualmente uma funcionária da empresa.
Obs.: O gerente foi mandado embora por incontinência de conduta porque assédio sexual 
é uma conduta sexual impropria.
• Antigamente, as perguntas em provas sobre incontinência de conduta, usavam o 
exemplo do funcionário que ligava para o tele sexo, e as questões abordavam a hipó-
tese de um vigilante que de madrugada pegou o telefone da empresa para ligar para 
esse serviço e veio a conta telefônica enorme, pela cobrança do serviço.
Obs.: Ele pode ligar, mas não da empresa no horário de trabalho.
Atualmente, no mundo moderno, o funcionário quando flagrado vendo sites pornográficos 
na empresa, pode-se tratar de uma conduta imprópria, porque um cliente se deparou com 
ele assistindo um filme pornô. É uma conduta sexual imprópria então é uma incontinência de 
conduta. 
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ATENÇÃO
Somente fundamenta na prova incontinência de conduta, quando for uma falta de 
cunho sexual.
• Mau procedimento é algo muito abstrato, vez que tudo que não for um bom procedi-
mento será um mau procedimento. De certa forma, pode-se dizer que todos os com-
portamentos das alíneas do art. 482 da CLT são de cunho de mau procedimento.
Obs.: Contudo, se a pessoa roubou não se pode dizer que foi um mau procedimento uma 
vez que possui delimitação própria que é a improbidade.
Obs.: Se a pessoa cometeu um ato sexual inadequado na empresa, não se fala de mau 
procedimento porque têm específico que é a incontinência de conduta. O mau proce-
dimento então é um “cheque em branco”.
• Quando a pessoa comete uma conduta que na sua concepção é uma falta grave 
e não se consegue enquadrar em nenhuma das alíneas do art. 482, dá-se o mau 
procedimento.
Obs.: O mau procedimento é muito abstrato, não sendo comum ser cobrado em prova, 
tendo em vista que as questões cobradas necessitam de objetividade em suas res-
postas e esse quesito é repleto de subjetividade.
Ex.: O professor está ministrando aula ingerindo bebida, mas não se encontra embriagado.
• A CLT fala de embriaguez, logo não é possível ‘’mandar embora’’ por esse quesito. 
O regulamento da empresa não fala nada, por jamais imaginar que o professor fosse 
gravar uma aula bebendo.
Então, não há como fundamentar como indisciplina, porém todos compreendem que é 
incompatível com o exercício do magistério, um professor ministrar aula ingerindo bebida 
alcoólica.
• Nesse caso, dá-se a justa causa por mau procedimento.
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c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, 
e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, 
ou for prejudicial ao serviço;
• A negociação habitual se dá quando o empregado desvia o cliente da empresa em 
que trabalha.
Ex.: Uma funcionária de um salão de beleza que passa a atender a cliente do salão em 
sua casa, deixando então o salão de faturar a parte que lhe cabia pelo trabalho da manicure 
vez que ela propõe fazer o serviço com valor mais baixo. 
• A manicure está “roubando” clientes do salão para atender por fora. Está havendo então 
uma negociação habitual por conta própria, causando um prejuízo ao empregador.
Ex.: Em um escritório de advocacia, sendo o advogado empregado do escritório e passa 
a atender o cliente por fora do escritório, desviando o serviço prestado pelo escritório. Assim, 
há um prejuízo ao empregador causado por este advogado, empregado, devido à negocia-
ção habitual que este está realizando contra ele.
• São casos que o empregado capta o cliente, por conta da empresa em que ele traba-
lha de carteira assinada, e passa a atender esse cliente por fora, desviando o cliente 
que era originalmente do seu empregador, com a finalidade de receber o valor 100% 
por fora do ambiente de prestação de serviço.
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido 
suspensão da execução da pena;
Ex.: O empregado mais prestativo de uma empresa, ouviu relatos que estava sendo 
traído por sua esposa e para lavar sua honra mata o suposto amante. Então, esse empre-
gado é preso.
• Ainda que o crime não tenha nada a ver com o empregador, ele precisa romper o con-
trato uma vez que o empregado está preso, não indo trabalhar.
ATENÇÃO
• Esse rompimento não pode ser feito mediante uma prisão preventiva ou temporária.
Para que se possa romper o contrato é necessário esperar a condenação criminal tran-
sitada em julgado.
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• Enquanto ele está preso temporariamente o contrato fica suspenso, não produz efei-
tos, não gera direitos nem obrigações. A partir do momento que há a condenação cri-
minal aí se dá a justa causa.
Exemplo:
O caso do goleiro Bruno, que estava trabalhando no Flamengo de carteira assinada, à 
época que foi preso pelo assassinato de Eliza Samudio. Enquanto ele estava preso preventi-
vamente o contrato ficou suspenso, houve a condenação criminal, houve recurso, não rever-
teu, houve trânsito em julgado. Diante disso, o Flamengo aplicou a justa causa.
• Para que se possa aplicar essa justa causa, deve-se ter atenção com relação a puni-
bilidade do crime, ou seja, que esse crime tenha tido a condenação criminal transitada 
em julgado, em que houve o efetivo cumprimento da pena.
Obs.: Afastando, assim, os crimes de pequeno potencial ofensivo, onde a pena é suspensa 
e o agente tem que cumprir serviços comunitários ou pagando cestas básicas. As-
sim, não terá como aplicar a justa causa. 
Obs.: Duas coisas importantes a serem observadas é a condenação criminal transitado 
em julgado e que não pode ter havido a suspensão da pena.
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
• Desídia não é um ato isolado, é um comportamento desidioso, é o empregado deslei-
xado, que não cumpre as suas funções com o zelo devido.
Ex.: O empregado chegar atrasado, não se pode dar justa causa porque é uma pena 
de pequeno potencial ofensivo sendo passível de uma advertência. Porém, ele reincide por 
várias vezes, ele faltou ou não cumpriu com as metas.
• Cada pequena falta que ele comete vai receber do empregador uma suspensão ou 
advertência sendo punido.
• Quando o empregador entende possuir um conjunto probatório suficiente para conven-
cer um juiz, que esse empregado não gosta de trabalhar e que o contrato tem que ser 
desfeito por desleixo, o empregador pode aplicar a justa causa na próxima falta que o 
empregado cometer.
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Obs.: O empregado dispensado por justa causa, ‘’se faz de vítima’’ e vai buscar a tutela 
jurisdicional do Estado, exigindo, assim, todas as suas verbas.
• A empresa apresenta provas e o juiz, analisando o conjunto probatório, verifica que 
pode manter a dispensa por justa causa.
Obs.: Não há na Lei uma descrição de quantos atrasos/faltas configuram a desídia deven-
do haver bom senso ao analisar.
O PULO DO GATO: 
Já caiu em prova questão que dizia:
Nos últimos dois meses, o empregado chegou atrasado para trabalhar em vinte dias, e dos 
outros quarenta dias de trabalho faltou vinte dias, vindo trabalhar corretamente somente 
nos últimos sessenta dias.
Questionava-se, qual era a conduta a ser tomada pelo empregador na aplicação de medi-
da, que se tratava da desídia.
f) embriaguez habitual ou em serviço;
Embriaguez habitual é diferente de embriaguez em serviço.
A embriaguez em serviço é muito fácil de visualizar. Se o funcionário chegar para tra-
balhar bêbado na empresa, ele já se embriagou durante o horário de trabalho. É absoluta-
mente incompatível com uma empresa alguém está trabalhando embriagado independente 
da função que ocupa.
O PULO DO GATO:
Exemplo que caiu em questão de prova:
Aconteceu uma festa na repartição e o empregado, no meio da comemoração, retira do 
bolso uma garrafa pequena de whisky e começa a tomá-la. Assim, depois de um tempo 
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de duração da comemoração, ao finalizar, todos retornam aos seus afazeres. Contudo, 
o funcionário que estava bebendo o whisky, apresenta comportamento alterado, estando 
bêbado no trabalho.
• Neste caso, uma pessoa flagrada bêbada em serviço tem que ser dispensada por 
justa causa.
Ex.: Um cliente chega em uma loja para ser atendido por um vendedor que está bêbado. 
Esse cliente não volta mais naquela empresa, saindo com uma impressão péssima sobre o 
estabelecimento.
• O empregado que fica embriagado em serviço, que comete esse ato de irresponsa-
bilidade, deve ser dispensado por justa causa.
• A lei não dispõe se a embriaguez habitual deve ser no serviço.
Ex.: O empregado que é exemplar em seu trabalho (labor), mas que todos os dias ao sair 
do trabalho, dá uma parada no bar à caminho de casa e ingerir bebida alcoólica.
• Teoricamente ele pode ser dispensado por justa causa, pois a Lei fala em embria-
guez habitual.
Obs.: Esta lei foi escrita em 1943, uma época em que esse bêbado se confunde com a 
ideia de um ‘’vagabundo’’, um bêbado fica estigmatizado com a imagem de um irres-
ponsável mesmo que ele trabalhe bem.
• Então, a CLT à época que foi escrita, o legislador tinha uma visão de moralidade muito 
diferente, fato é que mudou ao longo do tempo em que a moral é algo subjetivo e vai 
mudando ao longo do tempo, ao longo das décadas. 
• Atualmente, é pacífico que alcoolismo é patologia, uma doença declinada pela própria 
Organização Mundial de Saúde, o INSS tem como causa de afastamento o alcoolismo 
e se a pessoa é um doente não importa os fatos que levaram a esse alcoolismo.
Obs.: Se a pessoa é doente, ela não pode ser punida, ela tem que ser tratada.
• No caso da embriaguez habitual, houve uma revogação tácita. Não está escrito em 
lugar nenhum, mas a nossa doutrina e jurisprudência é unânime no sentido de que o 
alcoólatra não pode ser punido.
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Obs.: Se ficar configurado que o empregado é alcoólatra em uma prova, tem-se que dizer 
que isso é uma doença e sendo uma doença tem que ser enviado para tratamento 
médico, indo para o INSS e o contrato fica suspenso. Assim, ao final, ele vai ser cura-
do e estará com capacidade laborativa apto para o trabalho ou será aposentado por 
invalidez por isso.
• Apesar de haver expressa previsão legal, a embriaguez em serviço cabe justa causa, 
pois é o empregado que bebeu durante o trabalho e a embriaguez habitual o empre-
gado é encaminhado para tratamento.
• Embriaguez em serviço(patologia): Justa causa.
• Embriaguez habitual (doença): revogação tácita. 
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego.
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������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Rafael Tonassi.
��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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