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1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direito Material II 2ª FASE OAB – MÓDULO II – CONTEÚDO TEÓRICO A N O TA ÇÕ E S DIREITO MATERIAL II JUSTA CAUSA Obs.: Será continuado o tema extinção do contrato de trabalho. Anteriormente foi expos- to sobre o ato de improbidade que é o ato de desonestidade, alguns princípios que devem ser aplicados na dispensa por justa causa e um panorama sobre todas as modalidades de extinção contratual. Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; • Ato de improbidade é o ato de desonestidade. b) incontinência de conduta ou mau procedimento; • Essa alínea trata de dois atos distintos (tal qual na alínea h), que trata sobre ato de indisciplina ou de insubordinação, sem com isso querer dizer que são sinônimos. • A incontinência de conduta tem a ver especificamente com um tipo de falta de cunho sexual. Uma conduta sexual inadequada, imprópria. Obs.: Fazendo uma analogia com a incontinência urinária. Na incontinência urinária, a pes- soa é detentora de uma patologia em que ela não consegue segurar muito a vontade de urinar, então onde quer que ela esteja, quando vem à vontade ela tem que urinar. Ex.: Um homem detentor de incontinência urinária está caminhando pela rua e veio a vontade de urinar. Não resta alternativa, a não ser fazer xixi na esquina e na hora que este homem está se recompondo, por azar, uma família vira a esquina e dá de frente com o homem ainda decomposto com o membro para fora. • O primeiro pensamento que irá passar pela cabeça daquelas pessoas será que aquele homem é um tarado, pois a pessoa na rua, em céu aberto, de dia com o membro para fora é um tarado. • Esse é o primeiro pensamento que vem. Ninguém vai achar que o homem é detentor da patologia de incontinência urinária. Logo, a pessoa com incontinência pode ser con- fundida como um tarado. 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direito Material II 2ª FASE OAB – MÓDULO II – CONTEÚDO TEÓRICO A N O TA ÇÕ E S Obs.: Incontinência quer dizer tarado, assim não tem como esquecer porque a incontinên- cia de conduta está atrelada a uma falta de cunho sexual, a uma conduta sexual inadequada, imprópria na empresa. Ex.: Se alguém for mandado embora por ter praticado um ato sexual inadequado, o tipo de justa causa adequada é a incontinência de conduta. O PULO DO GATO: Já caiu em prova: • Dois empregados foram flagrados em ato sexual no banheiro. A diretoria da empresa estava apresentando a empresa para alguns investidores quando de repente, des- cendo uma escada, se deparam com dois empregados transando na escada. Qual imagem que a empresa passa para os outros de fora quando dois empregados no horário de trabalho são flagrados mantendo uma relação sexual? – Os dois serão dispensados. Há uma pequena trava e logo em seguida começa a falar: Ficou provado para o nosso compliance que ele está assediando sexualmente uma funcionária da empresa. Obs.: O gerente foi mandado embora por incontinência de conduta porque assédio sexual é uma conduta sexual impropria. • Antigamente, as perguntas em provas sobre incontinência de conduta, usavam o exemplo do funcionário que ligava para o tele sexo, e as questões abordavam a hipó- tese de um vigilante que de madrugada pegou o telefone da empresa para ligar para esse serviço e veio a conta telefônica enorme, pela cobrança do serviço. Obs.: Ele pode ligar, mas não da empresa no horário de trabalho. Atualmente, no mundo moderno, o funcionário quando flagrado vendo sites pornográficos na empresa, pode-se tratar de uma conduta imprópria, porque um cliente se deparou com ele assistindo um filme pornô. É uma conduta sexual imprópria então é uma incontinência de conduta. 5m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direito Material II 2ª FASE OAB – MÓDULO II – CONTEÚDO TEÓRICO A N O TA ÇÕ E S ATENÇÃO Somente fundamenta na prova incontinência de conduta, quando for uma falta de cunho sexual. • Mau procedimento é algo muito abstrato, vez que tudo que não for um bom procedi- mento será um mau procedimento. De certa forma, pode-se dizer que todos os com- portamentos das alíneas do art. 482 da CLT são de cunho de mau procedimento. Obs.: Contudo, se a pessoa roubou não se pode dizer que foi um mau procedimento uma vez que possui delimitação própria que é a improbidade. Obs.: Se a pessoa cometeu um ato sexual inadequado na empresa, não se fala de mau procedimento porque têm específico que é a incontinência de conduta. O mau proce- dimento então é um “cheque em branco”. • Quando a pessoa comete uma conduta que na sua concepção é uma falta grave e não se consegue enquadrar em nenhuma das alíneas do art. 482, dá-se o mau procedimento. Obs.: O mau procedimento é muito abstrato, não sendo comum ser cobrado em prova, tendo em vista que as questões cobradas necessitam de objetividade em suas res- postas e esse quesito é repleto de subjetividade. Ex.: O professor está ministrando aula ingerindo bebida, mas não se encontra embriagado. • A CLT fala de embriaguez, logo não é possível ‘’mandar embora’’ por esse quesito. O regulamento da empresa não fala nada, por jamais imaginar que o professor fosse gravar uma aula bebendo. Então, não há como fundamentar como indisciplina, porém todos compreendem que é incompatível com o exercício do magistério, um professor ministrar aula ingerindo bebida alcoólica. • Nesse caso, dá-se a justa causa por mau procedimento. 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direito Material II 2ª FASE OAB – MÓDULO II – CONTEÚDO TEÓRICO A N O TA ÇÕ E S c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; • A negociação habitual se dá quando o empregado desvia o cliente da empresa em que trabalha. Ex.: Uma funcionária de um salão de beleza que passa a atender a cliente do salão em sua casa, deixando então o salão de faturar a parte que lhe cabia pelo trabalho da manicure vez que ela propõe fazer o serviço com valor mais baixo. • A manicure está “roubando” clientes do salão para atender por fora. Está havendo então uma negociação habitual por conta própria, causando um prejuízo ao empregador. Ex.: Em um escritório de advocacia, sendo o advogado empregado do escritório e passa a atender o cliente por fora do escritório, desviando o serviço prestado pelo escritório. Assim, há um prejuízo ao empregador causado por este advogado, empregado, devido à negocia- ção habitual que este está realizando contra ele. • São casos que o empregado capta o cliente, por conta da empresa em que ele traba- lha de carteira assinada, e passa a atender esse cliente por fora, desviando o cliente que era originalmente do seu empregador, com a finalidade de receber o valor 100% por fora do ambiente de prestação de serviço. d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; Ex.: O empregado mais prestativo de uma empresa, ouviu relatos que estava sendo traído por sua esposa e para lavar sua honra mata o suposto amante. Então, esse empre- gado é preso. • Ainda que o crime não tenha nada a ver com o empregador, ele precisa romper o con- trato uma vez que o empregado está preso, não indo trabalhar. ATENÇÃO • Esse rompimento não pode ser feito mediante uma prisão preventiva ou temporária. Para que se possa romper o contrato é necessário esperar a condenação criminal tran- sitada em julgado. 10m 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direito Material II 2ª FASE OAB – MÓDULOII – CONTEÚDO TEÓRICO A N O TA ÇÕ E S • Enquanto ele está preso temporariamente o contrato fica suspenso, não produz efei- tos, não gera direitos nem obrigações. A partir do momento que há a condenação cri- minal aí se dá a justa causa. Exemplo: O caso do goleiro Bruno, que estava trabalhando no Flamengo de carteira assinada, à época que foi preso pelo assassinato de Eliza Samudio. Enquanto ele estava preso preventi- vamente o contrato ficou suspenso, houve a condenação criminal, houve recurso, não rever- teu, houve trânsito em julgado. Diante disso, o Flamengo aplicou a justa causa. • Para que se possa aplicar essa justa causa, deve-se ter atenção com relação a puni- bilidade do crime, ou seja, que esse crime tenha tido a condenação criminal transitada em julgado, em que houve o efetivo cumprimento da pena. Obs.: Afastando, assim, os crimes de pequeno potencial ofensivo, onde a pena é suspensa e o agente tem que cumprir serviços comunitários ou pagando cestas básicas. As- sim, não terá como aplicar a justa causa. Obs.: Duas coisas importantes a serem observadas é a condenação criminal transitado em julgado e que não pode ter havido a suspensão da pena. e) desídia no desempenho das respectivas funções; • Desídia não é um ato isolado, é um comportamento desidioso, é o empregado deslei- xado, que não cumpre as suas funções com o zelo devido. Ex.: O empregado chegar atrasado, não se pode dar justa causa porque é uma pena de pequeno potencial ofensivo sendo passível de uma advertência. Porém, ele reincide por várias vezes, ele faltou ou não cumpriu com as metas. • Cada pequena falta que ele comete vai receber do empregador uma suspensão ou advertência sendo punido. • Quando o empregador entende possuir um conjunto probatório suficiente para conven- cer um juiz, que esse empregado não gosta de trabalhar e que o contrato tem que ser desfeito por desleixo, o empregador pode aplicar a justa causa na próxima falta que o empregado cometer. 15m 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direito Material II 2ª FASE OAB – MÓDULO II – CONTEÚDO TEÓRICO A N O TA ÇÕ E S Obs.: O empregado dispensado por justa causa, ‘’se faz de vítima’’ e vai buscar a tutela jurisdicional do Estado, exigindo, assim, todas as suas verbas. • A empresa apresenta provas e o juiz, analisando o conjunto probatório, verifica que pode manter a dispensa por justa causa. Obs.: Não há na Lei uma descrição de quantos atrasos/faltas configuram a desídia deven- do haver bom senso ao analisar. O PULO DO GATO: Já caiu em prova questão que dizia: Nos últimos dois meses, o empregado chegou atrasado para trabalhar em vinte dias, e dos outros quarenta dias de trabalho faltou vinte dias, vindo trabalhar corretamente somente nos últimos sessenta dias. Questionava-se, qual era a conduta a ser tomada pelo empregador na aplicação de medi- da, que se tratava da desídia. f) embriaguez habitual ou em serviço; Embriaguez habitual é diferente de embriaguez em serviço. A embriaguez em serviço é muito fácil de visualizar. Se o funcionário chegar para tra- balhar bêbado na empresa, ele já se embriagou durante o horário de trabalho. É absoluta- mente incompatível com uma empresa alguém está trabalhando embriagado independente da função que ocupa. O PULO DO GATO: Exemplo que caiu em questão de prova: Aconteceu uma festa na repartição e o empregado, no meio da comemoração, retira do bolso uma garrafa pequena de whisky e começa a tomá-la. Assim, depois de um tempo 20m 7 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direito Material II 2ª FASE OAB – MÓDULO II – CONTEÚDO TEÓRICO A N O TA ÇÕ E S de duração da comemoração, ao finalizar, todos retornam aos seus afazeres. Contudo, o funcionário que estava bebendo o whisky, apresenta comportamento alterado, estando bêbado no trabalho. • Neste caso, uma pessoa flagrada bêbada em serviço tem que ser dispensada por justa causa. Ex.: Um cliente chega em uma loja para ser atendido por um vendedor que está bêbado. Esse cliente não volta mais naquela empresa, saindo com uma impressão péssima sobre o estabelecimento. • O empregado que fica embriagado em serviço, que comete esse ato de irresponsa- bilidade, deve ser dispensado por justa causa. • A lei não dispõe se a embriaguez habitual deve ser no serviço. Ex.: O empregado que é exemplar em seu trabalho (labor), mas que todos os dias ao sair do trabalho, dá uma parada no bar à caminho de casa e ingerir bebida alcoólica. • Teoricamente ele pode ser dispensado por justa causa, pois a Lei fala em embria- guez habitual. Obs.: Esta lei foi escrita em 1943, uma época em que esse bêbado se confunde com a ideia de um ‘’vagabundo’’, um bêbado fica estigmatizado com a imagem de um irres- ponsável mesmo que ele trabalhe bem. • Então, a CLT à época que foi escrita, o legislador tinha uma visão de moralidade muito diferente, fato é que mudou ao longo do tempo em que a moral é algo subjetivo e vai mudando ao longo do tempo, ao longo das décadas. • Atualmente, é pacífico que alcoolismo é patologia, uma doença declinada pela própria Organização Mundial de Saúde, o INSS tem como causa de afastamento o alcoolismo e se a pessoa é um doente não importa os fatos que levaram a esse alcoolismo. Obs.: Se a pessoa é doente, ela não pode ser punida, ela tem que ser tratada. • No caso da embriaguez habitual, houve uma revogação tácita. Não está escrito em lugar nenhum, mas a nossa doutrina e jurisprudência é unânime no sentido de que o alcoólatra não pode ser punido. 25m 8 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Direito Material II 2ª FASE OAB – MÓDULO II – CONTEÚDO TEÓRICO A N O TA ÇÕ E S Obs.: Se ficar configurado que o empregado é alcoólatra em uma prova, tem-se que dizer que isso é uma doença e sendo uma doença tem que ser enviado para tratamento médico, indo para o INSS e o contrato fica suspenso. Assim, ao final, ele vai ser cura- do e estará com capacidade laborativa apto para o trabalho ou será aposentado por invalidez por isso. • Apesar de haver expressa previsão legal, a embriaguez em serviço cabe justa causa, pois é o empregado que bebeu durante o trabalho e a embriaguez habitual o empre- gado é encaminhado para tratamento. • Embriaguez em serviço(patologia): Justa causa. • Embriaguez habitual (doença): revogação tácita. g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego. 30m ������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Rafael Tonassi. ��A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material.
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