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Ontem estive presente em uma palestra na cidade de São João da Boa Vista- SP, e o tema de discussão foi “delação premiada”. Resolvi então compartilhar com todos, o meu entendimento sobre o assunto, que atualmente está sendo destaque nas mídias, com relação aos criminosos políticos envolvidos no esquema de desvio de dinheiros dos cofres públicos, o “lava jato”. Pois bem. Para começarmos o assunto em questão, pode- se dizer que é necessários requisitos para que haja a delação premiada. Sempre que houver um delator, que o mesmo seja concorrente do crime, lembrando que sempre haverá mais de um agente. É necessário que ele confesse a prática desta conduta ilegal, admitindo a imputação, e além disso deverá apontar o outro comparsa que praticou o crime juntamente com ele. No final, com sua delação, o mesmo será beneficiado ou com uma diminuição de pena, perdão judicial, ou a não instauração de processo. Isso vai depender muito do caso em questão, e do entendimento do julgador, e ver o que será cabível. Muitos questionam e e criticam dizendo que não é justo conceder o perdão judicial à um agente que estaria traindo os comparsas, pois o mesmo também praticou a conduta e contribuiu juntamente com os outros, para chegar ao resultado final, ou pelo menos tentar chegar. Muitos acham que isso é totalmente contrário à ética moral, que seria um verdadeiro “tapa na cara” dos brasileiros. Em todo caso, realmente seria tudo isso. No entanto, isso funciona como um jogo. Pensem na hipótese seguinte que vou- lhes dizer. Quando há um grande benefício para o agente que praticou condutas ilícitas, apenas para o mesmo entregar os comparsas e entregar todos os planos de subtração dos cofres públicos, o MP irá aliviar a situação do agente que estaria dessa forma, contribuindo com as investigações, resultando a identificação dos coautores e partícipes envolvidos. Se não houver esse jogo, eles não irão confessar e nem sequer ajudar o MP a desvendar profundamente as pistas, e as provas. Por isso, o objetivo desses benefícios. A delação se encaixa em uma técnica extraordinária de investigação. Sempre a procura de provas. Técnica “especial”. Não é usada sempre, um exemplo: Igual a busca e apreensão. Sempre a finalidade é produzir provas. É uma técnica que vem sido usada delicadamente e que nunca houve um combate tão severo como termos nos dias de hoje, por causa da corrupção. Há um grande destaque nos dias de hoje. Essa foi a introdução. Falaremos agora sobre a colaboração premiada. Muitas vezes a pessoa que participa da conduta, quer contribuir para o juiz e o promotor, porém muitas vezes os agentes não se conhecem, muitas vezes não há como delatar o comparsa, pois sinceramente ele desconhece. Entretanto, ele sabe das principais condutas, onde por exemplo, estaria guardado tal objeto, ou então, quando a corja irá agir novamente. Na realidade, ele não estaria identificando o comparsa, porém estaria contribuindo de alguma forma. (Não falamos em delação, e sim em colaboração com a justiça, por isso premiada) Colaboração é gênero, delação é espécie. São prêmios ambos com benefício durante a execução da pena ou durante o andamento da ação. Se formos analisar, o termo delação é ainda mais usual, mas delação é uma “fatia do bolo”, pois está ligado muito ao Direito Norte Americano (técnica da negociação, por ser uma forma de justiça negociada, a delação premiada tem sido utilizada para combater organizações criminosas, garantindo ao delator ampla negociação e proteção do Estado, haja vista que por serem bem articulados e organizados, tornar- se ia praticamente impossível levantar qualquer indício de materialidade e autoria nessas atividades criminosas.) A delação está prevista no Direito brasileiro desde 1960. Lei 8.137/90; 9.613/98. Redução da pena de 1 a dois terços. Esse é o benefício em delatar e colaborar. Artigo 107, Incisos... Perdão Judicial! Sendo primário, tendo contribuído voluntariamente em colaborar com a identificação dos coautores e partícipes. Organização criminosa: 12850/13: Alguns parâmetros. Crime praticado por 3 ou mais pessoas. Artigo 288 foi revogado parcialmente desde 2013, quando tornou- se associação criminosa. (3 a 8 anos de reclusão). JAMAIS confundir com organização criminosa: 04 ou mais pessoas (4 a 8 anos) estruturada. LEI ESPECIAL!!! Artigo 4: Perdão judicial, reduzir até dois terços para quem colaborar com a investigação, com o resultado de identificar os coautores e partícipes envolvidos (DELAÇÃO PREMIADA); (COLABORAÇÃO); (RECUPERAÇÃO DO OBJETO DE FURTO). O artigo prevê que o MP poderá deixar de oferecer denúncia desde que aquele colaborador não seja o líder e que o mesmo não tenha tido a iniciativa! O MP irá receber o inquérito e irá analisar se denunciará ou não o colaborador, se há teses que realmente irá ajudar. Se não houver a ajuda, será arquivado o processo. GUILHERME MARTINS RONCHI ALUNO DO CURSO DE DIREITO, 3º NOTURNO UNIFEOB
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