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faculdade anhanguera
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
pedagogia
 
solange nadir da silva
GESTÃO DO PROJETO EDUCATIVO
LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL – PREPARANDO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Taboão da Serra
2021
faculdade anhanguera
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
pedagogia
SOLANGE NADIR DA SILVA
GESTÃO DO PROJETO EDUCATIVO
LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL – PREPARANDO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Projeto Educativo apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito parcial à conclusão do Curso de Pedagogia
Docente supervisor: Prof. Maria Fernanda Maceira Maurício
Taboão da Serra
2021
INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda o tema alfabetização e letramento na educação infantil e o preparo da criança até chegar ao ensino fundamental. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde foi pesquisado em diversas referências o embasamento necessário para a fundamentação teórica das ideias argumentadas na pesquisa. Desse modo, concluiu-se que a educação infantil é uma das fases mais importantes da infância, pois nela busca-se preparar de forma lúdica a criança até a chegada ao ensino fundamental. 
O último processo mencionado se dá de forma construtiva, onde o indivíduo passa por etapas, hipóteses relacionadas à escrita, que antecedem a aprendizagem convencional e que se sucedem concomitantemente ao desenvolvimento psicogenético e cognitivo. 
OBJETIVO
Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar e compreender o quão importante é a educação infantil e como ela se apropria da linguagem oral e escrita e assim contribuir de uma maneira positiva para a educação no processo de alfabetização e letramento.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Proporcionar através deste estudo o conhecimento em letramento na Educação Infantil através de histórias, não somente como um divertimento, mas como formação de novos leitores.
Analisar a importância do brincar no desenvolvimento de crianças 
Verificar as possibilidades de aprendizagens que facilitam a construção da reflexão, da autonomia, da criatividade por meio do brincar.
PROBLEMATIZAÇÃO
Diversos teóricos analisam e discutem sobre as diversas concepções que envolvem a alfabetização: Lev Vygotsky (1989), com a teoria do pensamento e linguagem, Emilia Ferreiro (1985) com a teoria da evolução da escrita embasada na teoria do desenvolvimento de Jean Piaget (1993).
Desde quando nascemos começamos um processo de aprendizagem sem fim. O bebê desde a hora em que abre os olhos está aprendendo e socializando com o mundo ao seu redor. 
Conforme a criança cresce ela vai adquirindo um processo de letramento que vai desde o convívio com seus pares, desenhos animados, placas de trânsito, etc.
Ao iniciar a vida escolar, a criança desenvolve um processo de alfabetização significativo, pois há a figura do professor como um mediador de conhecimento através de jogos, brinquedos, brincadeiras, entre outras atividades que vão servir de base nas suas observações e investigações de aprendizado do aluno.
Compreender como a criança constrói seu conhecimento desde a educação infantil é importante, pois ajuda o professor a entender como a criança está se familiarizando com os conteúdos, principalmente como ela está compreendendo a leitura e a escrita.
Considerando o aluno como um sujeito que já possui de certa forma conhecimento do mundo a sua volta, cabe ao professor como mediador apresentar-lhe novos cenários para a construção de novos conhecimentos.
MÉTODO
A educação infantil é definida como a primeira etapa da Educação Básica com uma legislação específica, a LDB n° 9394/96 que garante a todas as crianças o direito de uma educação de qualidade e diferenciada, também permite a vivência da infância e da ludicidade, inserindo a criança no processo de alfabetização sem a exigência da aquisição da leitura e da escrita.
Houve uma grande mudança na atuação do professor em sala de aula devido aos avanços no âmbito social, educacional e tecnológico o que torna mais dinâmica, deixando o professor de ser um mero transmissor de conhecimento.
O desafio de contribuir com o letramento e alfabetização na educação infantil leva o professor a entender que deve exercer um novo papel, de acordo com os princípios de ensino-aprendizagem adotados, estimular a aprendizagem, ajudar os alunos a se organizarem, educar através do ensino, entre outros. 
O processo de alfabetização deve acompanhar o amadurecimento emocional e cognitivo da criança, além de se levar em conta o meio social em que ela está inserida bem como os estímulos	que recebe.
Apresentar ao educando a diversidade textual é importante, mas desde que lhe seja também apresentado a função comunicativa do texto. Isto é fundamental no contexto da alfabetização para que a criança comece a interpretar o que está lendo ou aprendendo a ler. 
Cabe ao professor alfabetizador fazer o paralelo entre a apresentação do sistema de escrita e a função social da linguagem oral e escrita. Convém compreender que alfabetização não seja apenas a decodificação e a aplicação da escrita, leitura e cálculo, embora esses processos ocorrem inicialmente fora, antes mesmo da criança chegar à escola.
Segundo Soares, o termo letramento origina-se da palavra inglesa literacy, que significa condição que assume aquele que aprende a ler e escrever. 
O letramento não veio substituir a alfabetização e atualmente as escolas veem que alfabetizar e letrar precisam estar juntos.
Sendo assim, acredito que devemos e podemos na educação infantil oferecer espaços para que os pequenos possam aprender o que é o mundo escrito.
Nos dias atuais, as crianças recebem muitos estímulos visuais e propagandas, ficando imersas em um mundo letrado, o que torna mais atrativo o interesse em descobrir o que quer dizer os livros, as músicas, entre outros. 
De acordo com Magda Soares (2009) os pequenos antes mesmo do ensino fundamental, devem ter acesso tanto a atividades de introdução ao sistema alfabético, como também práticas sociais de uso da leitura e da escrita, o letramento.
A alfabetização por si só já torna o ser humano capaz de realizar muitas coisas, mas se a pessoa não for letrada não conseguirá ser pleno.
Para Soares (2001, p.34)
O termo letramento surgiu porque apareceu um fenômeno novo que não existia antes, ou, se existia, não nos dávamos conta dele, e, como não dávamos conta dele, não tínhamos nome para ele. 
Portanto, nas atividades onde as crianças fazem seus rabiscos e dizem o que representam, já estão assimilando conceitos que mais tarde precisarão para codificar a escrita. 
Um outro aspecto importante para a compreensão do princípio alfabético, que pode ser trabalhado com os pequenos, é a consciência fonológica através de atividades como parlendas, poesias, cantigas, músicas, pois deste modo, as crianças podem perceber os sons que delimitam a fala, que as palavras com os mesmos sons começam com as mesmas letras, entre outros.
A leitura frequente de histórias para crianças, como nos coloca Soares (2009) é, sem dúvida, a principal atividade de letramento na educação infantil. Ela coloca ainda que além de principal, esta atividade é indispensável para os pequenos. Através da audição de históricas, os alunos são conduzidos a conhecimentos e habilidades para uma significativa inserção no mundo escrito. 
Através do manuseio de livros, as crianças começam a distinguir o que está escrito do que está ilustrado, percebem que aquelas letras contam a história e se motivam a querer saber ler o que está ali. 
Além de se familiarizar com a escrita propriamente dita, através das histórias o aluno enriquece seu vocabulário e desenvolvimento de habilidades de compreensão de textos. Quando o professor faz uma interpretação oral da história, com as crianças da educação infantil, já está trabalhando s habilidades que mais tarde serão transferidas para leitura independente, ou seja, este aluno estará mais apto em interpretar textos em séries posteriores.
São inúmeras as situações que a criança podeperceber a função da escrita para fins diversos e que possibilite que ela utilize em práticas de interação social. Para Doris Bolzan (2005), em seu artigo refletindo sobre o que a criança pensa a respeito de ler e escrever, destaca que “As atividades de leitura e escrita devem promover todo tipo de discussão, tornando-se todos os elementos do ambiente como referência para a construção e reconstrução de hipóteses e concepções”(p.2)
Deste modo, ela coloca que o nome das crianças, a leitura de livros, a escrita de cartazes, bilhetes, mensagens, letras de músicas, nome dos objetos e outras atividades devem ser explorados de maneira lúdica, tornando-se parte essencial do trabalho com as crianças.
Vale ressaltar que a sala de aula também é um ambiente alfabetizador porque existem vários elementos como abecedário, números, calendário, leituras de livros, entre outros, onde as crianças conseguem perceber cada vez mais cedo que estão inseridas num mundo letrado.
Enquanto o processo de alfabetização caracteriza-se pela ação de ensinar aos alunos códigos de leitura e escrita relacionando os sons às letras, letramento envolve o uso social da língua. Ser letrado é ir além das letras, ser capaz de interpretar, reinterpretar, comparar, analisar e reelaborar tudo aquilo à que é exposto. Utilizar a língua de acordo com a situação a qual o indivíduo é colocado cotidianamente. 
[...] entende-se alfabetização como o processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográficos que possibilita ao aluno ler e escrever com autonomia. Entende-se letramento como o processo de inserção e participação na cultura escrita. Trata-se de um processo que tem início quando a criança começa a conviver com as diferentes manifestações da escrita na sociedade (placas, rótulos, embalagens comerciais, revistas, etc.) e se prolonga por toda a vida, com a crescente possibilidade de participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita (leitura e redação de contratos, de livros científicos, de obras literárias, por exemplo). Essa proposta considera que alfabetização e letramento são processos diferentes, cada um com suas especialidades, mas completamente inseparáveis, ambos indispensáveis (MEC/SEB, 2008, p. 12-13). 
Desde cedo dentro de sua própria casa, no convívio com seus familiares a criança já é alfabetizada e letrada, mas é na escola que se completa, aprende ler e escrever, apropriando-se da norma culta. O letramento tem o objetivo efetivo de habilidades e competência na escrita, saber ler e escrever é uma necessidade para poder se comunicar, saber transmitir informações e se informar. 
Deve-se instigar a criança a ler panfletos de supermercado, outdoor, receita ou até mesmo fazer um bilhete simples para um familiar ou um amigo, é importante sempre auxiliá-las, estando por perto para sanar suas dúvidas. É interessante que o professor faça um cantinho de leitura, instigue a leitura e também a produção de texto. 
Conforme define Tfouni (2002, p. 9): 
O letramento, por sua vez, focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição da escrita. Entre outros casos, procura estudar e descrever o que ocorre nas sociedades quando adotam um sistema de escritura de maneira restrita ou generalizada; procura ainda saber quais práticas psicossociais substituem as práticas “letradas” em sociedades ágrafas. 
Sendo assim, entende-se que é possível haver pessoas letradas mesmo sendo analfabetas. No entanto, para que haja uma conciliação entre alfabetização e letramento é necessário que o processo construção da linguagem escrita aconteça a partir de um método analítico, global, pois estes possibilitam o crescimento social do indivíduo, visto que utilizam uma diversidade de textos durante o processo, permitindo a compreensão de suas necessidades e usos sociais, promovendo ainda o desenvolvimento do sujeito como cidadão. 
Segundo os PCN`s de Língua Portuguesa (2001, p. 30) é necessária a: 
[...] constituição de práticas que possibilitem ao aluno aprender linguagem a partir da diversidade de textos que circulam socialmente. 
Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pessoais - que podem estar relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informação, ao exercício da reflexão. De modo geral, os textos são produzidos, lidos e ouvidos em razão de finalidades desse tipo. Sem negar a importância dos que respondem as exigências práticas da vida diária, são os textos que favorecem a reflexão crítica e imaginativa, o exercício de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas, os mais vitais para a plena participação numa sociedade letrada. 
Ambos, alfabetização e letramento se completam e devem caminhar juntos onde ler não significa apenas a decodificação e escrever não traduz-se simplesmente em copiar. Mas onde leitura e escrita dão suporte para viver em sociedade, proporcionando a independência ao indivíduo para informar-se e adquirir conhecimentos. 
A alfabetização tem um papel de grande importância na vida social da criança. É através dela que as crianças aprimoram seus conhecimentos e se comunicam melhor com o meio onde estão inseridas. E para que possam comunicar-se melhor com o mundo ao seu redor é preciso que se desenvolva um trabalho com a intenção e o objetivo de torná-las indivíduos alfabetizados e letrados. 
Assim sendo, o agrupamento dos três primeiros anos de escolarização será sustentado por um permanente processo de avaliação e diagnóstico, que indicará o alcance dos objetivos, os níveis de aprendizagem e as necessidades para replanejamento das ações pedagógicas com vistas ao cumprimento da meta que toda criança ao final dos três primeiros anos do Ensino Fundamental, esteja alfabetizada [...]. 
O currículo Básico Escola Estadual vem afirmar que o processo de alfabetização e letramento da criança ocorre de forma gradativa onde irá se permear pelos três anos das séries iniciais do ensino fundamental, para que assim possa atender ao objetivo de alfabetizar e letrar as crianças por completo, sem nenhuma fragmentação. Dessa forma se irá levar em consideração as particularidades de cada alfabetizando, onde cada um tem o seu próprio tempo de construir e aprimorar os conhecimentos que lhe são ensinados. 
Sendo assim, é muito importante que a escola e o professor não se acomodem diante desta realidade dos três anos para alfabetizar, a ponto de não se empenharem nesta tarefa de construção de conhecimento de maneira desejada, fechando os olhos para aqueles alunos que não conseguem desenvolver seu cognitivo, pelo simples fato que se tem mais dois anos pela frente para este aprender. 
Para isso o Currículo Básico Escola Estadual (2009, p.62) assegura que a atuação do professor terá prosseguimento na mesma turma nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, sempre que possível, de forma a garantir o acompanhamento dos alunos durante o processo de alfabetização e letramento.
Para que ocorra o processo de alfabetização com eficácia é preciso que se desenvolva um trabalho coerente no primeiro ano de alfabetização e a partir desse trabalho os professores dos próximos anos dêem continuidade a esta prática de forma que demonstrem sensibilidade e competência para com os alunos, levando em consideração sua faixa etária, seu desenvolvimento psicológico, a realidade social, a cultura de cada um, para que assim se possa planejar e desenvolver um trabalho que atinja os conhecimentos teóricos a serem ensinados em uma linguagem que possa ser compreendida pelas crianças, criando dessa forma um relacionamento sócio afetivo entre educador e educando, onde se tem uma relação marcada pela afetividade, mas também pelas regras que é de fundamental importância para o desenvolvimento dos alunos nessa fase de alfabetização. 
Mas infelizmente muitos alunos não estão saindo do período de alfabetização preparados por completo para a responsabilidadesocial, isso ocorre devido ao fato de que durante o processo de alfabetização a dificuldade de aprendizagem das crianças e a desqualificação profissional por parte dos professores se tornaram problemas freqüentes que geram um conflito onde se procura sempre um único culpado e não uma solução para resolvê-los. 
Conforme Pinto e Prado (1995, p.93): 
A solução para os problemas da alfabetização das crianças das escolas públicas em nosso país tem sido buscada através da formação dos professores. Implícita está a afirmação: enormes contingentes de crianças não se alfabetizam em um ano porque os alfabetizadores não são qualificados. É preciso, portanto “capacitá-los”, reciclá-los, expô-los às mais recentes teorias sobre leitura e desenvolvimento cognitivo. 
O problema da alfabetização tem deixado de ser unicamente de responsabilidade do aluno carente, que não possui condições favoráveis para o seu desenvolvimento cognitivo (sejam estas de caráter financeiro ou moral), e passa a ser também decorrente da “má formação” do professor, e a partir dessa conjuntura oferecem cursos de capacitação e reciclagem, com a intenção de prepará-los para o exercício com novas metodologias. 
Para tanto Cagliari e Cagliari (1999, p.220) afirmam que: 
Com essa atitude e através de inúmeros cursos de reciclagem e aperfeiçoamento, um número muito grande de professores teve acesso a novas idéias e metodologias. Por outro lado, a idéia de um professor que estuda à medida que ensina e ensina o que estuda e pesquisa foi em grande parte substituída pelo professor aplicador das orientações dos órgãos governamentais. 
Quando o professor limita-se a colocar em prática as idéias e metodologia que a escola ou sistema oferece, ele passa a ser um reprodutor das idéias e dos conceitos que os órgãos governamentais divulgam e essa prática de reprodução não assegura o alcance do objetivo de se alfabetizar a criança por completo, responsabilizando dessa forma o professor pelo fracasso do aluno. 
A “criança carente”, necessitada de “educação compensatória”, cede lugar ao professor malformado, no banco dos réus. Sem dúvida isto é um avanço: no mínimo traz a responsabilidade para o campo da ação do adulto. Mas esta interpretação acerca da origem da “fabricação do fracasso escolar” continua personalista, e se a instituição escolar começa a assumir a sua parte de responsabilidade, isto tem sido feito basicamente de forma a colocar sobre os ombros do professor individualmente a culpa: quando ele for competente o problema da alfabetização estará resolvido (PINTO E PRADO, 1995, p.94). 
O sistema ignora a realidade, onde não adianta oferecer cursos e reciclagens ao professor, se não se preocupar com a qualidade do ensino que está também ligada a quantidade de alunos em sala de aula: É abusivo se pensar que um professor dotado de cursos dará conta de alfabetizar uma sala super lotada de crianças, é preciso repensar essa qualidade de ensino remetendo-a também a quantidade máxima para que o professor desenvolva um trabalho com qualidade. 
Para isso é necessário também se pensar na infra-estrutura escolar, pois a escola precisa de espaços além das salas de aula, que se tornem recursos indispensáveis a qualquer tentativa de se alfabetizar. 
Pinto e Prado, (1995, p.95) afirmam que: 
A escola elementar é a instituição socialmente incumbida de alfabetizar todas as crianças, o que tem como corolário a necessidade de assumir uma postura psicopedagógica, isto é, de garantir espaços de atenção individualizada onde estes se fizerem necessários. 
Para as autoras citadas é necessário espaços na escola extraclasse, onde se possam retirar os alunos da sala de aula atendê-los individualizado de acordo com o grau de dificuldade de cada um. O professor é muito importante nesse processo, pois ele terá que identificar os alunos com dificuldade e encaminhá-los a este espaço. 
De acordo com Barbosa (1994, p.138) o professor tem que “ter um bom conhecimento das crianças que lhe são confiadas, uma atitude positiva e atenta frente aos alunos, uma sensibilidade pelos interesses e possibilidades de cada um”. 
No momento que o professor tem um bom conhecimento de seus alunos ele irá planejar e organizar sua aula e incluirá em seu currículo referenciais teóricos que atendam as necessidades de sua classe. 
Segundo Barbosa (1994, p.140): 
Assim, o professor pode variar (e muito) os materiais e atividades de leitura, criando a cada dia situações novas, atraentes, afirmando o uso social da escrita, evitando o tradicional e não-significativo uso escolar da escrita – os textos decifratórios, as cópias e ditados sem objetivo ou sentido para as crianças. 
É necessário que o professor crie em sala de aula um ambiente alfabetizador onde irá criar diversas situações de leitura e escrita, na qual oportunizará aos educandos um contato com diversas formas de leitura e escrita, para isso é preciso que ele busque materiais além do livro didático ou cartilha, materiais que possuam textos que são desconhecidos pela criança (que não faz parte de sua realidade, bem como aqueles que fazem parte), para que assim se estabeleça contato com a diversidade de textos que existem e aprenda como deve usá-los na sociedade. 
METODOLOGIA
Para desenvolver este projeto, precisamos de uma estrutura que atendesse a condições de aprendizagem mais propícias aos interesses e necessidades dos alunos que seriam alfabetizados. 
Seria uma estratégia que fugisse a sistemática escolar, pelo fato de que a maioria das crianças e jovens já passara por situação de fracasso, sendo assim, optamos por um trabalho de interação em pequenos grupos, orientados pelo professor responsável pelo projeto. O referencial teórico do trabalho fundamenta-se numa abordagem de ensino sócio construtivista. 
Os princípios que procuram dar consistência ao trabalho são buscados nos estudos de Jean Piaget, Vygotsky, Frenet e Paulo Freire, como por exemplo: o papel da linguagem e das relações interpessoais na constituição do pensamento, a necessidade de conteúdos significativos para o aluno, à relação entre alfabetização e cidadania. 
Neste sentido, este projeto não prevê um único método de alfabetização, pois acreditamos que é a postura e o posicionamento político do professor que determinam sua práxis pedagógica. Com esta atitude esperamos preservar a natureza do projeto, ou seja, estudo e pesquisa. 
As orientações são feitas através de encontros de atendimento, em que o professor discute com os estagiários, analisa seus relatórios, as produções dos alunos, as dificuldades surgidas e procura, na teoria, subsídios para sana-las. Há, portanto, um movimento constante entre ação-reflexão-ação. 
ESTRATÉGIA
Oficinas Temáticas abertas para os professores da Rede Pública Municipal.
Ocorrerão encontros semanais para planejar e avaliar a ação pedagógica; três vezes por semana, com alunos do primeiro ciclo de formação da Rede Municipal, desenvolvendo atividades de escritas.
Reuniões mensais com professores, coordenadores pedagógicos e responsáveis da Rede Pública Municipal, para analisar, aprofundar, partilhar conhecimentos e avaliar.
Serão realizadas rodas de leituras, com participação de contadores de história e Visitas Externas, como por exemplo, em cinema, teatro, museu etc. 
Nos encontros ressaltamos os saberes que perpassam no cotidiano escolar e através do diálogo, estabelecemos novas perspectivas de compreensão da prática e de atuação pedagógica. 
Pensando a prática, trazemos problemas não resolvidos e questões relevantes para investigações. Articulando prática e teoria, ampliamos nosso conhecimento e sustentamos o processo de questionamento da realidade. 
As atividades desenvolvidas na Roda de Alfabetização contribuem de maneira significativa para o desenvolvimento integrado dos alunos, numa ação conjunta pela alfabetização.
A formação de uma consciência de cidadania, alfabetizando os alunos para prosseguirem seus estudos, possibilitando uma melhoria na qualidade de vida; divulgação do conhecimento científico, cultural e tecnológico e formação de profissionaispara o ensino e a pesquisa.
CONCLUSÃO 
Conclui-se que os objetivos propostos foram alcançados, de forma que, o estudo realizado respondeu aos problemas comprovando as hipóteses. 
Assim constatou-se que os métodos analíticos utilizam o nível de desenvolvimento psicológico e maturacional do aluno a seu favor, para identificar como a aprendizagem está sendo construída e fazer as intervenções pedagógicas adequadas, enquanto os sintéticos visam à homogeneização da aprendizagem independente das peculiaridades de cada alfabetizando. 
Os analíticos são mais vantajosos no processo alfabetizador, já que, proporcionam ao alfabetizando o contato com textos diversos, proporcionando além da alfabetização em si, também o letramento que define-se em qualidade importante e necessária à inserção social do indivíduo como cidadão. 
Enquanto os métodos tradicionais ou sintéticos embora garantam as habilidades de “ler” e “escrever”, ou melhor dizendo decodificar e copiar, por simplificarem o ensino, não dão conta de letrar, pois entendem que esse último processo deve ser iniciado só depois que o educando estiver “alfabetizado”, ou seja, dominando os códigos linguísticos. No entanto, verificou-se através dessa pesquisa que para que ocorra por parte do sujeito a compreensão ampla da função social da escrita e o pleno domínio dos usos sociais dela, para estar inserido socialmente, é necessário que alfabetização e letramento caminhem lado a lado. 
Portanto, afirma-se seguramente que há a necessidade de inovar o processo alfabetizador, efetivando-o de maneira consciente, construtiva e significativa para as crianças almejando assegurar de fato o aprendizado. 
Recomenda-se que o alfabetizador utilize o método analítico, respeitando os níveis de desenvolvimento da escrita que ocorrem paralelamente ao desenvolvimento físico, cognitivo e psicológico da criança. Tendo em vista que as representações gráficas de cada uma demonstram a fase em que ela se encontra e revela o tipo de intervenção que mais se adéqua. É preciso considerar as garatujas e rabiscos não como erros propriamente ditos, mas, como “erros construtivos” que fazem parte do processo de aprendizagem. 
Deve-se levar em conta que se faz necessária a apresentação, utilização e o conhecimento dos mais diversos gêneros textuais, para que as crianças, desde cedo, sejam estimuladas ao gosto pela leitura e possam entender a utilidade da escrita, como linguagem na forma gráfica, na sociedade contemporânea. A oralidade, a leitura e a escrita devem ser trabalhadas de forma complementar, integrada potencializando-se os diferentes aspectos que cada uma possui. 
Sugere-se ainda, que os educadores, bem como estudantes da área a partir da leitura desta pesquisa sintam-se motivados a realizar outros estudos sobre o tema que possam até mesmo complementar essa pesquisa, observando como se dá o processo de alfabetização e o que pode ser realizado para que ele se torne cada vez mais efetivo. 
REFERÊNCIAS 
1 ANDRADE, Maria margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
2 AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emília Ferreiro. 7. ed. São Paulo: Ática, 2004. 
3 AZEVEDO, Maria Amélia. Para a construção de uma teoria crítica em alfabetização escolar. In: AZEVEDO, Maria Amélia; MARQUES, Maria Lucia (Orgs.) Alfabetização hoje. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995. 
4 BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1994. 
5 BAJARD, Elie. Ler e dizer: compreensão e comunicação do texto escrito. São Paulo: Cortez, 1994. 
6 BISCOLLA, Vilma Mello. Construindo a alfabetização. 2 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,2002 
7 BRITTO, Luiz Percival Leme; ABREU, Marcia. Prefácio. In: ABREU, Márcia (org.) Leituras do Brasil: antologia comemorativa pelo 10º COLE. São Paulo: Mercado de Letras, 1995. 
8 CAGLIARI, Gladis Massini; CAGLIARI, Luis Carlos. Diante das letras: A escrita na alfabetização. São Paulo: Fapesp,1999. 
9 CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. 4 ed. São Paulo: Ática, 1999. 
10 CAVALCANTI, Zélia. Alfabetizando. 2 reimp. Porto Alegre: Artmed, 2001. 
11 CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. São Paulo: Makron Books, 1996. 
12 CITELLI, Beatriz Helena Marão; BONATELLI, Ivanhoé Robson Marques. A escrita na sala de aula: vivências e possibilidades. In:CHIAPPINI, Ligia (Coord.). Aprender e ensinar com textos: aprender e ensinar com textos de alunos. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2001 
13 FEIL, Iselda Terezinha Sausen. Alfabetização: um desafio novo para um novo tempo. 13 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1987. 
14 FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 11. ed. v.2. São Paulo: Cortez, 2003. 
15 FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. 4. ed. Porto alegre: Artes Médicas,1999. 
16 FRANCHI, Eglê Pontes. Pedagogia da alfabetização: da oralidade à escrita. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
17 FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 25 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. 
18 FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996. 
19 GERALDI, João Wanderlei. Da redação à produção de textos. In:CHIAPPINI, Ligia (Coord.). Aprender e ensinar com textos: aprender e ensinar com textos de alunos. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2001 
20 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas 2002. 
21 LENLE, Mirian. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1999. 
22 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Básica. Pró letramento: alfabetização e linguagem. fascículo I. Brasília: MEC/SEB, 2008. 
23 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: Língua Portuguesa. 3. ed. Brasília: MEC/SEF, 2001. 
24 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a educação Infantil. 3. ed. Brasília: MEC/SEF,1998. 
25 MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Os sentidos da alfabetização. São Paulo: UNESP: CONPED, 2000. 
26 OSAKABE, Haquira. O mundo da escrita. In: ABREU, Márcia (org.) Leituras do Brasil: antologia comemorativa pelo 10º COLE. São Paulo: Mercado de Letras, 1995. 
27 PINTO, Heloisa Dantas de Souza; PRADO, Elizabeth Camargo. Alfabetizaçao: responsabilidade do professor ou da escola? In: AZEVEDO, Maria Amélia. Para a construção de uma teoria crítica em alfabetização escolar. In: AZEVEDO, Maria Amélia; MARQUES, Maria Lucia (Orgs.) Alfabetização hoje. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995. 
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