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25/04/2022 15:31 Crédito tributário
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02368/index.html# 1/31
Crédito tributário
Prof. Irapuã Gonçalves de Lima Beltrão
Descrição
Análise dos conceitos básicos do crédito tributário, bem como dos elementos trazidos pelo Código Tributário Nacional (CTN) para o vínculo
obrigacional.
Propósito
Compreender os conceitos básicos do crédito tributário, absorvendo os elementos trazidos pelo CTN para o vínculo obrigacional, é de fundamental
importância ao necessário conhecimento para atuação jurídico-profissional na área do Direito Tributário.
Preparação
Antes de iniciar a apresentação deste conteúdo, tenha em mãos o CTN (Lei nº 5.172/1966).
Objetivos
Módulo 1
Conceito, constituição e suspensão do crédito tributário
Reconhecer o conceito, a constituição e a suspensão do crédito tributário.
Módulo 2
Extinção do crédito tributário
Identificar as situações de extinção do crédito tributário.
Módulo 3
Exclusão do crédito tributário. Privilégios e garantias do crédito
Analisar a exclusão, as garantias e os privilégios tributários.
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1 - Conceito, constituição e suspensão do crédito tributário
Ao fim do módulo, você será capaz de reconhecer o conceito, a constituição e a suspensão do crédito
tributário.
Conceito
Para a perfeita visualização da obrigação, de modo que o sujeito passivo encontre-se pronto a cumpri-la, vejamos o esquema a seguir dos três
momentos que ensejam a formação do dever tributário, conforme vimos na introdução:
Uma vez ocorrida a obrigação tributária, faltaria traduzir tal dever para sua expressão econômica, que vai se materializar, então, com a formação do
Como sabido, o tributo representa a principal receita obtida compulsoriamente pelo Estado-tributante do particular-contribuinte. O ordenamento
jurídico nacional organizou tal dever como um vínculo obrigacional, tendo o CTN disciplinado, de forma lógica, a relação jurídico-tributária. 
Podemos identificar três momentos que ensejam a formação do dever tributário: 
Lei: define, abstrata e genericamente, a obrigação tributária.
Fato gerador: que concretiza a situação definida em lei.
Lançamento: medida adotada pela autoridade estatal buscando verificar a ocorrência do fato gerador, formalizando o ocorrido e
traduzindo o valor devido.
Com o lançamento, marca-se a transição da obrigação para o crédito, que será analisado ao longo deste conteúdo.
Introdução
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crédito tributário. Esse é, portanto, o reconhecimento formal do sujeito ativo de uma obrigação com cunho pecuniário, resultante de um fato gerador
produzido pelo sujeito passivo.
Por ter tal função, podemos afirmar, sem dúvida, que o crédito tributário nasce da obrigação principal, tendo, portanto,
os mesmos limites, as mesmas características e a mesma natureza daquela obrigação (art. 139 do CTN).
Nos dizeres do CTN, em especial no art. 142, caberá à Administração Pública, por meio do lançamento, constituir o crédito tributário. Assim, é esse
procedimento administrativo que vai permitir à Administração tornar a obrigação tributária algo líquido e certo, passível de exigência pela Fazenda. 
Ainda segundo o CTN, em seu art. 140, a obrigação principal tem certo grau de independência do crédito tributário. Isso quer dizer que não é afetada
pelas circunstâncias que venham a modificar o crédito. Dessa forma, se o processo de lançamento for anulado, suspenso ou interrompido, a obrigação
subsistirá, perfeita e intocável. Igualmente, o crédito tributário pode ser excluído (isenção/anistia), mas a obrigação permanecerá inalterada.
Exemplo
Se, por equívoco, figurar em lançamento como sujeito passivo quem não o seja, nem por isso será afetada a obrigação. A correção poderá ser feita
para exigir o cumprimento da obrigação por parte do verdadeiro devedor.
Em relação ao crédito, vale dizer que, depois de regularmente constituído, somente poderá ser modificado nos casos expressamente determinados
pelo próprio CTN (art. 141). Devemos ainda reconhecer que o crédito estará definitivamente constituído quando terminado todo o procedimento da
atividade do lançamento, estando cientes de que o último ato deste é a notificação do sujeito passivo pela Fazenda Pública.
Lançamento
O art. 142 do CTN traz o conceito legal de lançamento. A função deste é individualizar a obrigação prevista em abstrato pela lei e surgida em concreto
com a ocorrência do fato gerador. Na verdade, o lançamento compete sempre à autoridade administrativa, e em relação a esta é um dever vinculado e
obrigatório, sob pena de responsabilidade funcional. 
Para a Administração Pública, já conhecemos a noção de atos discricionários e vinculados, o que nos faz repetir que, ocorrido o fato gerador, deve,
necessariamente, o representante da Fazenda Pública efetuar vinculadamente o lançamento. Para tanto, deve cumprir as seguintes funções:
Atestar a ocorrência do fato gerador.
Determinar a matéria tributável, ou seja, a base de cálculo no caso concreto.
Calcular o montante devido.
Identificar o sujeito passivo (não só o contribuinte, mas também eventuais responsáveis).
Propor, se for o caso, a aplicação de penalidade.
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Conclui-se, então, que o lançamento vai unicamente formalizar a obrigação, isto é, dar as “formas” da respectiva obrigação tributária. A autoridade
administrativa não pode inventar nem criar nada no lançamento. Deve apenas verificar a ocorrência do fato gerador e declarar os elementos da
obrigação tributária.
Normas aplicáveis e o direito intertemporal
Os arts. 143 e 144 do próprio CTN constituem a ideia de que tal atividade deve traduzir o ocorrido no momento do fato gerador, ao determinar que o
lançamento será egulado pelas circunstâncias fáticas e legais vigentes à época da ocorrência do fato gerador. 
Assim, se o fato gerador envolver circunstância mensurável em moeda estrangeira, salvo disposição em contrário, será utilizada a conversão pelos
padrões vigentes no momento do fato gerador. 
De igual forma, a lei que rege os elementos básicos do tributo será aquela vigente no momento da ocorrência do fato gerador, não importando eventual
modificação legislativa posterior. Veja a ilustração a seguir.
Nessa hipótese, pouco importa se a nova alíquota y% é maior ou menor do que a antiga alíquota x%, utilizando-se a Lei nº 1 do tributo, e não a nova Lei
nº 2. Por outro lado, o art. 144 do CTN destaca que há, concomitantemente, dois aspectos do lançamento:
A retroatividade do lançamento
Tendo em vista que esse artigo refere-se “à data da ocorrência do fato gerador da obrigação”, sendo então aplicada a legislação que estiver
vigente à época.
A irretroatividade da lei tributária
a lei não poderá retroagir a fatos geradores do pretérito, mesmo que a lei do momento da realização do lançamento esteja revogada ou
modificada.
Formalmente, existe, contudo, uma exceção à retroatividade no lançamento, dizendo o § 1º do art. 144 do CTN que será aplicável a nova lei se trouxer
novos critérios de apuração ou instrumentos de fiscalização, ou ainda caso tenha ampliado os poderes de investigação das autoridades fazendárias ou
atribuído ao crédito outras garantias ou privilégios.
Modalidades do lançamento
O professor Irapuã Beltrão discorre sobre as modalidades de lançamento, diferenciando-as e trazendo exemplos.


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Historicamente, o Direito brasileiro sempre praticou três tipos de lançamento, variando eles no grau de participação que o sujeito passivo da obrigação
tributária tinha no procedimento. Com o advento do CTN, unificou-se o procedimento, que até então tinha variações locais, reconhecendoo legislador,
como modalidades do lançamento, as seguintes:

Por declaração

Por homologação

Direto (de ofício)
Lançamento por declaração
Nesta primeira hipótese, o próprio contribuinte, ou alguém em seu nome, presta informações necessárias à autoridade tributária competente para fazer
o lançamento. Caracteriza-se essa modalidade por essa colaboração de terceiro, daí ser denominada por alguns também lançamento misto (art. 147
do CTN).
Exemplo
O grande exemplo dessa modalidade de lançamento era o antigo imposto de renda das pessoas físicas, mas ela vem caindo cada vez mais em desuso.
Atualmente, os impostos de transmissão são, usualmente, lançados por declaração, variando, contudo, em razão da legislação de cada estado e
município ou do Distrito Federal.
O destaque do artigo é a expressão declarante, para comportar a pessoa que traz a informação, já que não necessariamente será o sujeito passivo do
tributo, podendo ser um terceiro distinto daquele que deverá suportar o pagamento em si. 
O fato de essa modalidade basear-se nas declarações prestadas não quer necessariamente dizer que tais informações serão obrigatoriamente aceitas
pela autoridade administrativa, que deverá, ao empreender a atividade, verificar a plausibilidade dos dados informados e concluir a apuração dos
valores.
Lançamento por homologação
Nesta segunda hipótese, o sujeito passivo calcula a quantidade do tributo e, sem prévio exame da autoridade administrativa, recolhe o valor, tendo o
fisco até cinco anos para fazer o lançamento, por homologação, do valor recolhido (art. 150 do CTN).
Essa é, sem dúvida, a modalidade mais utilizada no Direito Tributário atual, dada a comodidade para a burocracia
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tributária.
Há o dever do sujeito passivo de antecipar o pagamento, sem o prévio exame da administração. Ocorre, em geral, no Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 
Os pagamentos sempre estarão sujeitos à homologação por parte da administração, e os que tiverem sido recolhidos corretamente receberão a
aprovação (homologação). Assim, aquela antecipação de pagamento fica submetida à condição resolutória de verificação e concordância
administrativa, e o lançamento só vai se materializar com a expressa concordância da administração. 
A Fazenda Pública tem, então, que verificar o valor a antecipar e homologar — ou não — o depósito antecipado em cinco anos, a contar do fato gerador,
sob pena de decadência, homologando-se tacitamente aquele pagamento prévio nos termos do § 4º do art. 150 do CTN. Caso nada seja manifestado
pela administração fazendária nesse prazo, ocorrerão a homologação tácita daquele pagamento e a liberação definitiva do contribuinte.
Curiosidade
Por todas essas características, essa modalidade de lançamento foi chamada por alguns de autolançamento, mas tal denominação é muito criticada
pela maioria da doutrina, pois daria a entender que o lançamento seria efetuado pelo próprio sujeito passivo, enquanto já sabemos que esse é ato
privativo da administração fazendária.
Sem prejuízo da crítica e da imprecisão (erro, para alguns), vamos encontrar alguns dispositivos da legislação e outros tantos julgados dos tribunais
utilizando tal expressão. 
Por fim, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem entendido que, nas hipóteses de tributos que seriam lançados por declaração, caso o contribuinte
preste informações (declarando o valor a pagar), sem efetuar o pagamento correspondente, a Fazenda poderá dispensar o lançamento, tudo
considerado nas seguintes súmulas:
Súmula nº 436 do STJ
“A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do
fisco.”
Súmula nº 446 do STJ
“Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.”
Lançamento de ofício
Nesta modalidade, o lançamento é feito diretamente pela autoridade administrativa, independentemente de qualquer atitude do sujeito passivo, ou de
terceiros, tal qual ocorre, em geral, no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e
em algumas taxas.
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Todos os atos relativos à constituição do montante devido serão realizados sem interferência do sujeito passivo.
O lançamento de ofício ocorre também quando existem irregularidades nas outras modalidades, sendo a forma como a autoridade administrativa ou
tributária efetua por auto de infração, que é lavrado pelos representantes do fisco. 
O lançamento da multa pela infração das obrigações tributárias (inclusive, a acessória) é, em geral, realizado nessa modalidade, dando origem ao
chamado auto de infração. Justo por tudo isso, o CTN prevê a listagem das hipóteses em que o procedimento será assim realizado, a saber: 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
I. quando a lei assim o determine;
II. quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;
III. quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos
do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido
de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não
o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV. quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido
na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V. quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada,
no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI. quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
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Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. 
A princípio, realizado o lançamento, aquela constituição do crédito há de ser definitiva. Afirma-se até certa imutabilidade, mas naturalmente relativa.
Contudo, admite o próprio CTN que o lançamento possa ser modificado, sendo as causas para tanto previstas no art. 145, sendo elas:

Impugnação do sujeito passivo

Recurso de ofício

Iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no
próprio art. 149
Destaca-se, nesse dispositivo, a remissão feita ao art. 149, já mencionado, que prevê a hipótese da revisão de ofício do lançamento e, por via de
consequência, do crédito, corolário natural da possibilidade de revisão dos atos administrativos. 
Além disso, tais eventuais modificações são importantes para que se possa afirmar o momento da constituição definitiva do crédito, já que, não
ocorrendo quaisquer daquelas causas, valerá o ato do lançamento como medida final de acertamento do valor tributário.
Suspensão do crédito tributário
Uma vez constituído definitivamente o crédito, este será exigível nos prazos previstos na legislação. Contudo, o CTN previu hipóteses em que essa
exigibilidade ficará suspensa, destacando que, às quatro causas originariamente previstas, foram adicionadas expressamente outras duas, em 2001,
por meio da Lei Complementar nº 104. 
Assim, temos o fenômeno da suspensão do crédito tributário, quando o sujeito passivo da obrigação tem adiada ou impedida, por algum tempo, a
VII. quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com
dolo, fraude ou simulação;
VIII. quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião dolançamento anterior;
IX. quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da
autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade
especial.
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exigibilidade dessa obrigação. Vale ainda ressaltar que a concessão de suspensão do crédito naturalmente não libera o sujeito passivo do
cumprimento das obrigações acessórias. 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
suspenso, ou dela consequentes.
Atenção
É importante registrar que tal suspensão será sempre temporária, não podendo, em qualquer das hipóteses, ser eterna, figurando, necessariamente, por
prazo determinado, no caso da moratória e do parcelamento.
Vamos conhecer, portanto, as hipóteses de suspensão.
Moratória
O instituto da moratória representa uma dilação do prazo concedida pelo sujeito ativo ao sujeito passivo para o pagamento de uma dívida. Como
constitui benefício com os valores devidos à Fazenda Pública, deverá ser concedida por meio de lei. 
Pelo disposto no art. 152 do CTN, a moratória pode aparecer sob duas formas:
E át l
Moratória
O depósito do seu montante integral
As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo
A concessão de medida liminar em mandado de segurança
A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial
O parcelamento
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Em caráter geral
Inciso I, sem que indique individualmente qualquer beneficiário.
Em caráter individual
Inciso II, com a particularização do contribuinte favorecido.
Na forma do art. 152 citado, importa notar que a lei de sua concessão, respeitadas as repartições constitucionais, será do ente político competente,
podendo restringir o favor a uma região ou categoria de contribuintes. Mas as disposições do referido artigo admitem inclusive a hipótese excepcional
de ser concedida pela União para os tributos dos outros entes políticos. 
De qualquer forma, deverá sempre vir acompanhada por lei, e o ato legislativo que autorizar sua concessão, em caráter individual, especificará
obrigatoriamente os seguintes requisitos: 
I o prazo de duração; 
II As condições de concessão, se de caráter individual. 
Poderá ainda especificar, se for o caso, os tributos a que se aplica, o número de prestações e seus vencimentos, e as garantias que deverão ser
oferecidas pelo beneficiário, tudo na forma dos requisitos listados no art. 153 do CTN. E tal dispositivo deve ainda ser combinado com o parágrafo
único do art. 152, que autoriza que a lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente sua aplicabilidade a determinada região do
território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. 
Por outro lado, é imperioso recordar que a moratória representa uma forma de suspensão do crédito, razão pela qual se aplica, em geral, àquelas
dívidas já lançadas, desde que não sejam fruto de má-fé (art. 154), podendo ainda ser revogada, se concedida individualmente (art. 155).
Depósito integral do montante do crédito tributário
Essa hipótese não se confunde com o pagamento, mas se refere, sim, ao depósito como garantia, certamente para instrumentalizar uma discussão
administrativa ou judicial.
Sua principal utilidade está no fato de que, uma vez tendo o insucesso daquela eventual demanda, o sujeito passivo não estará sujeito a qualquer
consequência de atraso ou mora, afastando os juros e as multas. 
Mas, dada a necessidade de interpretação literal das causas de suspensão do crédito (art. 111 do CTN), tal efeito não se obterá com outra eventual
garantia a ser ofertada pelo contribuinte. Assim, já definiu o STJ na Súmula nº 112: “O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito se integral
e em dinheiro.”
Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal (STF), deparando com algumas imposições de depósitos fixados como condições de recorribilidade ou para
medidas judiciais, afastou a possibilidade de que o depósito seja determinado compulsoriamente. Das decisões da Suprema Corte, restou fixada a
interpretação de que a apresentação do depósito seja uma faculdade do contribuinte, nunca uma obrigatoriedade. 
Vejamos as duas súmulas vinculantes editadas pelo STF:
Súmula Vinculante nº 21
“É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.”
Súmula Vinculante nº 28
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Súmula Vinculante n 28
“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do
crédito tributário.”
Reclamações e recursos administrativos
Na esfera administrativa, tal qual no Poder Judiciário, há um procedimento pelo qual se impugnam lançamentos ou autos de infração, por exemplo,
sendo relevante notar que qualquer iniciativa nesse sentido suspenderá a exigibilidade do crédito tributário. 
Caberá a cada ente tributante definir suas regras para tal processamento, sendo tais normas usualmente denominadas regedoras do “processo
administrativo fiscal”. 
Independentemente da possibilidade de legislação pelos entes tributantes, afirmou o CTN que, iniciado o procedimento com as medidas regulares de
impugnação, questionamento, reclamação e seus recursos, o crédito ficará suspenso, devendo o sujeito passivo ser entendido no campo da
regularidade. Obviamente, essa previsão advém dos princípios constitucionais garantidores do processo no art. 5º e representará uma forma de
suspensão, apesar da efetivação do depósito mencionado no inciso anterior.
Concessão de liminar em mandado de segurança
Neste caso, o que determina a suspensão é um comando, uma ordem do Poder Judiciário, sendo relevante notar que o administrador não pode eximir-
se de cumpri-la, sob pena de desobediência à autoridade judiciária.
É importante observar que não bastará a impetração do mandado de segurança para que o crédito tributário tenha sua exigibilidade suspensa, sendo
indispensável que o juiz competente, ao analisar os requisitos processuais, profira decisão liminar com aquele efeito suspensivo. Igualmente, do ponto
de vista processual, uma vez revogada ou cassada aquela liminar, ainda que continuando o processamento do feito, o crédito tributário voltará a ser
plenamente exigível.
Medida liminar ou antecipação de tutela em outras ações judiciais
Veio apenas para consolidar a jurisprudência que também as admitia, como manifestação do poder geral de cautela que os magistrados têm para
assegurar situações que não podem aguardar as decisões definitivas. Na verdade, se lembrarmos que o CTN foi redigido originalmente pelo legislador
de 1966, impõe-se a conclusão de que as novidades processuais trazidas pelas reformas legislativas no Código de Processo Civil (CPC) não estavam
reconhecidas no CTN. 
Tal qual afirmado para a hipótese de concessão de liminar no mandado de segurança, essa modalidade tem que ser vista pelo prisma processual, já
que, ocorrendo qualquer revogação da liminar ou da tutela antecipada, sem prejuízo das demais etapas no processamento do feito, a exigibilidade do
crédito tributário volta a ser plena.
Parcelamento
Muitos já vislumbravam o parcelamento no CTN, mas teve a Lei Complementar nº 104/2001 o mérito de expressamente reconhecer sua possibilidade,
além de determinar a aplicação subsidiária de todas as regras aplicáveis à moratória.
25/04/2022 15:31 Crédito tributário
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02368/index.html# 12/31De toda sorte, não se devem confundir os institutos, já que:
Moratória
Pressupõe a dilatação do prazo (com ou sem divisão de cotas no momento do pagamento)
Parcelamento
Não trará prazos de pagamento, apenas o fracionamento das dívidas em cotas.
Sem prejuízo disso, desde a inclusão, em 2001, o parcelamento consta como forma própria de suspensão da exigibilidade do crédito e será concedido
na forma e na condição estabelecidas em lei específica de cada ente federativo. 
Ainda pelo que consta no atual art. 155-A do CTN, ao utilizar os mesmos padrões definidos pelo CTN para a moratória, admitiu-se a possibilidade de
sua concessão em caráter geral ou individual, com eventuais requisitos, condições ou garantias, mas sempre por tempo determinado. 
Além disso, deve ser dado destaque ao contido no § 1º do art. 155-A, que estabelece o não afastamento dos juros e multa no caso do parcelamento
concedido, salvo disposição em sentido contrário.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Lançamento
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Moratótia


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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
De conformidade com a sistemática do Código Tributário Nacional (CTN), o crédito tributário é constituído:
A Pelo fato gerador da obrigação tributária principal
B Pela obrigação tributária principal
C Por lei ordinária
D Por lei complementar
E Pelo lançamento
Parabéns! A alternativa E está correta.
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Questão 2
É caso de suspensão da exigibilidade do crédito tributário:
A A compensação
B A transação
C O depósito de seu montante integral
D A conversão do depósito em renda
E A isenção
Parabéns! A alternativa C está correta.
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2 - Extinção do crédito tributário
Ao fim do módulo, você será capaz de identificar as situações de extinção do crédito tributário.
Situações de extinção do crédito tributário
Diferentemente dos casos de suspensão, pelos quais se retira a exigibilidade por tempo certo, nas hipóteses de extinção, dá-se a terminação da
relação tributária, liberando definitivamente o sujeito passivo da obrigação que tinha diante do Estado (sujeito ativo), com o desaparecimento da dívida
e da própria obrigação tributária surgida com o fato gerador. 
Nesse ponto, nunca é demais recordar que o próprio art. 113, § 1º, do CTN determina que a obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador,
tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
Hoje são 11 os casos de extinção, de acordo com a enumeração feita pelo art. 156 do CTN, a saber: 
I. o pagamento; 
II. a compensação; 
III. a transação; 
IV. a remissão; 
V. a prescrição e a decadência; 
VI. a conversão de depósito em renda; 
VII. o pagamento antecipado e a homologação do lançamento; 
VIII. a consignação em pagamento; 
IX. a decisão administrativa irreformável; 
X. a decisão judicial passada em julgado; 
XI. a dação em pagamento em bens imóveis. 
Pagamento
É a forma mais comum de extinção do crédito e nada mais é do que o cumprimento da obrigação (objeto) com a entrega da soma feita em dinheiro
pelo sujeito passivo ao sujeito ativo. 
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
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Pela atual redação da legislação tributária (art. 162 do CTN), o pagamento poderá ser feito em:
Moeda
Cheque
Vale postal
Estampilha
Papel selado
Processo mecânico
25/04/2022 15:31 Crédito tributário
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Processo mecânico
Naturalmente, cada ente federativo deverá prescrever suas normas para disciplinar a realização do pagamento. Do mesmo modo, na hipótese de
omissão de regras próprias, determina o CTN que o pagamento deverá realizar-se em qualquer repartição no domicílio do sujeito passivo (art. 159) e
deverá ainda ser feito até 30 dias após a comunicação do lançamento feita ao sujeito passivo (art. 160).
Entretanto, reforça-se que pode a legislação de cada tributo dispor de modo contrário, fixando outro prazo para o
pagamento, inclusive com desconto para o caso de antecipação de sua efetivação.
De qualquer forma, o não pagamento tempestivo gerará, salvo disposição de lei em contrário, juros de mora de 1% ao mês (art. 161 do CTN), não
havendo no Código qualquer previsão de multa genérica. 
O pagamento do crédito tributário é tão importante que o CTN fixou a ideia de que este não se presume, devendo ser comprovado pelo sujeito passivo
toda vez que exigido. Dessa forma, o fato de se realizar o pagamento, por exemplo, de uma parcela do IPTU não faz presumir seu pagamento integral; o
fato de pagar o IPTU relativo a um ano não quer dizer que o do ano anterior também tenha sido pago; o fato de pagar qualquer tributo não faz presumir
o pagamento dos demais tributos, tal qual norma do art. 158 do Código. 
Na mesma direção, o art. 157 do CTN explicita o óbvio. O fato de ter sido aplicada penalidade ao sujeito passivo não dispensa o recolhimento integral
do crédito.
Compensação
A compensação não é instituto privativo do Direito Tributário, tendo sua regulamentação no Código Civil (CC), que dispõe, em seu art. 368, a ideia do
estabelecimento do equilíbrio de contas do contribuinte e do Estado, existindo débitos recíprocos, que terminariam por se anular.
Nesta hipótese de extinção, deve necessariamente haver lei estipulando as condições e as garantias para sua ocorrência (art. 170 do CTN). Se o
contribuinte pretender fazer essa compensação pela via judicial, determina atualmente o art. 170-A que isso somente poderá acontecer após o trânsito
em julgado da respectiva decisão judicial. 
Na medida da dependência de lei, impõe-se ao contribuinte obter o reconhecimento da autoridade administrativa para sua efetivação, não podendo
realizá-la de modo unilateral em suas contas. 
Podemos afirmar que são requisitos para que se opere a compensação:

Credores e devedores recíprocos

Lei autorizada

Reconhecimento administrativo ou trânsito em julgado de ação judicial

Existência de créditos líquidos e certos em favor do sujeito passivo
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Existência de créditos líquidos e certos em favor do sujeito passivo
Transação
É a hipótese legal do vulgarmente denominado acordo. Igualmente, tendo sua origem no Direito Civil (art. 840 do CC), é o ajuste pelo qual as partes
terminam um litígio, ou evitam que se verifique, mediante mútuas concessões. Da mesma forma, deve haver uma lei autorizadora, sendo necessário
ainda que essa lei indique qual autoridade administrativa realizará efetivamente o acordo em cada caso concreto.
No caso tributário, de acordo com o art. 171 do CTN, ficou explícita a possibilidade de sua realização para terminar o litígio, ficando sempre
dependente de regulamentação por lei de cada ente federativo.
Remissão
Trata-se do perdão da dívida pelo Estado (art. 172 do CTN), dependendo de lei de cada ente federativo, sendo certo que o próprio Código já prevê
alguns parâmetros a serem seguidos. 
Na forma contida no art. 172 do CTN, a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou
parcial do crédito tributário,atendendo:
Obviamente, só poderá dar-se por lei, ou autorizada por esta, devendo ainda indicar os requisitos e as condições a que o sujeito passivo deverá atender
para receber tal perdão. Por força do art. 150, § 6º, a Constituição Federal ainda exige que esse favor seja concedido por lei específica.
à situação econômica do sujeito passivo;
ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato;
à diminuta importância do crédito tributário;
a considerações de equidade, em relação às características pessoais ou materiais do
caso;
a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
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Prescrição e decadência tributárias
O professor Irapuã Beltrão conceitua e diferencia a prescrição e a decadência tributárias, tratando de suas principais regras.
Ambas importam em desaparecimento de direito pelo transcurso de determinado lapso de tempo, sendo seu efeito prático o mesmo. Entretanto,
apresentam diferenças claras, já que:
Na decadência
O que desaparece é o próprio direito, por não ter sido exercido no prazo determinado.
Na prescrição
Há o desaparecimento do direito de ação contra o contribuinte pelo decurso do tempo que a lei fixar.
A decadência ou caducidade, em Direito Tributário, significa a perda do direito de a Fazenda Pública proceder ao lançamento do crédito tributário.
Nesse sentido, o art. 173 do CTN determinou que decai (ou caduca) o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário em cinco anos, sendo
contados a partir: 
I. do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; ou 
II. da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
É importante observar que, para o lançamento por homologação, temos regra própria (art. 150, § 4º, do CTN), prevendo que o lapso decadencial de
cinco anos será contado a partir da ocorrência do fato gerador. 
Considerando, dessa forma, o § 4º do art. 150 do CTN uma regra específica para os casos de lançamento por homologação fruto de pagamentos
antecipados, a previsão do art. 173, I, do CTN será aplicada aos demais casos, figurando-se como um método geral para início da contagem da
caducidade do direito da Fazenda Pública. Assim, podem-se sintetizar os critérios para utilização do termo inicial da seguinte forma:
Modalidades de lançamento Termo inicial
Lançamento por declaração Primeiro dia do exercício seguinte
Lançamento de ofício Primeiro dia do exercício seguinte
Lançamento por homologação Fato gerador
Elaborado por Irapuã Gonçalves de Lima Beltrão.
Em qualquer hipótese, sendo constatada — administrativamente ou por ato judicial — a existência de vício formal na realização do lançamento, impõe-
se sua invalidação, abrindo-se novo prazo de cinco anos, a contar da data em que se tornou definitiva aquela anulação. 
Não ocorrida a decadência do direito do fisco, o crédito foi regularmente constituído, e será esperado o pagamento. Não realizado o pagamento e
configurada a mora do contribuinte, a Fazenda Pública deve adotar as providências para a cobrança judicial, e será cogitado o prazo de prescrição. 
Nesse sentido, o art. 174 do CTN determinou que ocorrerá a prescrição também em (cinco anos contados, desta feita, da data da constituição
definitiva do crédito tributário, que será, em geral, do lançamento feito. 

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Tradicionalmente, os prazos prescricionais estão sujeitos a interrupções e suspensões. A suspensão do prazo prescricional caracteriza-se com:
a cessação temporária do seu curso, sendo certo que, uma vez superada a causa a prescrição retorna a seu curso
normal, computado o tempo anteriormente decorrido […]. [Enquanto isto, na] interrupção da prescrição a situação
é diversa: verificada uma das causas interruptivas, perde-se por completo o tempo decorrido. O lapso
prescricional iniciar-se-á novamente. O tempo decorrido fica totalmente inutilizado.
(VENOSA, 2010)
Assim, será tal prazo interrompido:

Pelo despacho que ordenar a citação pessoal do devedor

Pelo protesto judicial

Por qualquer ato judicial que constitua o devedor em mora

Por qualquer ato inequívoco em que o devedor reconheça seu débito
Por outro lado, ao contrário das hipóteses de interrupção que foram sistematizadas e agrupadas no próprio parágrafo único do art. 174 do CTN,
encontramos os casos de suspensão no contexto do tratamento tributário, na medida em que são determinadas as causas de suspensão da
exigibilidade do próprio crédito. Assim, se o contribuinte impugnou a exigência, a exigibilidade está suspensa, só se restabelecendo o direito à ação
depois da decisão administrativa final, decorrido o prazo de 30 dias para cumprimento da cobrança.
Conversão de depósito em renda
Ocorre em qualquer caso em que haja um depósito a favor da Fazenda Pública e ele passe a integrar definitivamente os cofres públicos, não estando
mais sujeito a não importar condição ou pendência. 
Dessa forma, o depósito do montante integral realizado, tanto judicial quanto administrativamente, para suspender a exigibilidade dos valores devidos
à Fazenda Pública, quando não mais funcionar como garantia de discussão ou no curso de processo, poderá ser convertido em renda, extinguindo,
total ou parcialmente, o crédito tributário.
Pagamento antecipado e homologação do lançamento
Nesse caso, conforme nossos comentários, ao mencionarmos essa modalidade de lançamento, haverá o pagamento antecipado, sob a condição
resolutória da homologação. 
Naturalmente, a extinção real do crédito tributário não se dá com aquela antecipação de pagamento, mas, sim, com a posterior e futura homologação
dos valores. Por isso essa hipótese não se confunde com a regra genérica do pagamento.
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Consignação em pagamento
A consignação em pagamento é o meio judicial disponível ao devedor para liberar-se de sua obrigação, quando não concordar com o objeto da
obrigação ou encontrar algum obstáculo ilegal ou irregular para efetivar o pagamento. Assim, recorrendo ao Poder Judiciário, deposita o valor que
entende devido, postulando ao juiz o reconhecimento do acerto de seu posicionamento. 
A ação consignatória tem sua origem na ideia de que o erro de uma parte não justifica o da outra envolvida no vínculo obrigacional. Dessa forma, o
devedor tem a obrigação de pagar, e se o credor, por qualquer motivo, não quiser receber ou mesmo dificultar o recebimento, o devedor deverá efetivar
o depósito em juízo, para liberar-se de sua obrigação. 
Trata-se, na verdade, de uma ação judicial e, ao decidir o conflito, o juiz dirá quem tem razão:
Sujeito passivo
Se julgada a favor do contribuinte, o pagamento se reputa efetuado, convertendo-se tal depósito em renda.
Fazenda Pública
Se o juiz der ganho de causa à administração, esta deverá cobrar ainda os juros de mora, além das penalidades cabíveis.
Para disciplinar o instituto e seu emprego na relação fiscal, o CTN trouxe, no art. 164, a descrição de que a importância de crédito tributário pode ser
consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: 
I. de recusa de recebimento ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
II. de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; e 
III. de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
Decisão administrativa irreformável
Reconhecido pelo próprio Código que o sujeito passivo terá direito a discordar dos valores exigidos pela Fazenda Pública, apresentando sua
impugnação, reclamações e recursos, haverá um processoadministrativo tributário. Esse processo exigirá das autoridades administrativas
competentes a solução do caso concreto posto para análise e, se a decisão for favorável ao sujeito passivo, extinguirá o crédito tributário. 
É importante observar, das disposições do CTN, que o art. 145 admite que aquela impugnação pode implicar alteração do lançamento anteriormente
realizado e que esse procedimento suspende a exigibilidade do crédito (art. 151, III), se observadas as regras legais a respeito do processo
administrativo fiscal. É nesse sentido da existência de uma lei reguladora do procedimento que a decisão favorável ao contribuinte somente produzirá
aquele efeito extintivo do crédito, quando a decisão prolatada não mais puder ser alterada na esfera administrativa, nem na esfera judicial.
Decisão judicial passada em julgado
Da mesma forma que o sujeito passivo pode questionar administrativamente os valores exigidos, é a todos garantida — inclusive pela própria

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Constituição Federal (art. 5º, XXXV) — a possibilidade de buscar no Poder Judiciário a solução para as discordâncias ou divergências surgidas no caso
concreto.
Atenção
Mas novamente a extinção do crédito somente vai ocorrer com a imutabilidade da decisão judicial conquistada com a coisa julgada. Assim, não basta
o ingresso de ação judicial ou o curso de processo para afastar definitivamente o crédito tributário, sendo indispensável decisão favorável ao sujeito
passivo sem qualquer possibilidade de modificação por recursos.
Dação em pagamento
Outro instituto muito comum no direito privado, conceituado pelo CC, é a hipótese em que “o credor pode consentir em receber prestação diversa de
que lhe era devida” (art. 356 do CC de 2002). 
Inovada pela Lei Complementar nº 104/2001, somente será válida, no Direito Tributário, para bens imóveis e na forma e nas condições estabelecidas
em lei de cada um dos entes tributantes.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Pagamento
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Consignação em pagamento
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Os prazos para a Fazenda Pública constituir e cobrar o crédito tributário são, respectivamente:
A
Prescricional de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado, e
decadencial de cinco anos, a contar da constituição definitiva do crédito tributário.
B
Decadencial de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado, e
prescricional de cinco anos, a contar da constituição definitiva do crédito tributário.
C
Decadencial de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, e prescricional de cinco anos, a contar do primeiro dia do
exercício seguinte da constituição definitiva do crédito tributário.
D
Prescricional de cinco anos, a contar da notificação válida feita ao devedor, e decadencial de cinco anos, a contar da decisão judicial
que anular o primeiro lançamento.
E
Decadencial de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte ao surgimento da obrigação tributária, e prescricional de
cinco anos, a contar da inscrição do crédito na dívida ativa.
Parabéns! A alternativa B está correta.
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Questão 2
Uma lei municipal determinou o cancelamento de débitos fiscais com a Fazenda Municipal de valor inferior a R$250,00. Nesse caso, trata-se de:
A Anistia
B Isenção
C Remição
D Remissão
E Moratória
Parabéns! A alternativa D está correta.
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3 - Exclusão do crédito tributário. Privilégios e garantias do
crédito
Ao fim do módulo, você será capaz de analisar a exclusão, as garantias e os privilégios tributários.
Exclusão do crédito tributário
Seguindo o padrão das outras modalidades de atingimento do crédito, o CTN prevê ainda dois casos de exclusão do crédito. Neles, ainda que ocorrido
o fato gerador da tributação, o crédito não será satisfeito pela forma regular de quitação do tributo pelo sujeito passivo. Segundo o art. 175 do CTN,
são formas de exclusão do crédito a isenção e a anistia. 
De qualquer modo, nessas formas de exclusão do crédito tributário, haverá o impedimento do lançamento do tributo por determinação legal, apesar de
ter ocorrido o fato gerador da obrigação tributária.
A exclusão do crédito tributário significa evitar que ele se constitua.
Desta feita, nessas hipóteses de exclusão, ocorre o fato gerador, mas, por disposição legal, haverá o impedimento de que a autoridade administrativa
realize a constituição do crédito tributário. Ou seja, não haverá o lançamento por determinação de lei que protege aquela situação, seja por isenção,
seja por pela anistia. 
Por força do art. 150, § 6º, a Constituição ainda exige que esse favor seja concedido por lei específica. Sendo liberalidade do Poder Público, tanto a
primeira quanto a segunda não gerarão direitos adquiridos, tampouco liberarão o sujeito passivo do cumprimento das obrigações acessórias.
Isenção
A isenção constitui o favor clássico do Direito Tributário, já que dispensa o sujeito passivo do pagamento em relação a fatos geradores que ainda vão
ocorrer. Trata-se de medida de política fiscal, ora associada à capacidade contributiva ora associada a objetivos de uma finalidade extrafiscal. 
Por dispensar o pagamento de fato gerador futuro, fica excluído o crédito com a dispensa da autoridade administrativa de realizar o lançamento
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
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correspondente. Naturalmente, constitui matéria de reserva legal, ou, como explicita o art. 176 do CTN, ainda que fruto de convenção ou contrato,
depende de lei para sua materialização.
A lei concessiva ou autorizativa deve, portanto, especificar de forma clara os tributos a que se aplica, mesmo porque
será objeto de interpretação literal.
Exatamente por causa dessa determinação da forma de interpretar seu ato concessivo, deve ser afastada qualquer leitura extensiva em sua aplicação.
Atenção
Uma ponderação importante é que a isenção concedida a prazo certo e sob condições específicas não poderá ser revogada antes de seu termo final,
salvo nos casos de descumprimento das exigências estabelecidas, tendo em vista o art. 178 do CTN.
O dispositivo deixa claro que, para haver a proteção da irrevogabilidade sobre a isenção, não basta que o favor tenha sido dado com prazo
determinado, mas também que ela (a proteção da irrevogabilidade sobre a isenção) seja onerosa, ou seja, tenha sido concedida com a imposição de
condições ao particular. Naturalmente, essa proteção somente se dá na medida em que o beneficiário esteja cumprindo as condições, podendo ser
resumida da seguinte forma:
Quanto ao prazo
Sem prazo irrevogável Com prazo certo
Indeterminado Determinado
Elaborado por Irapuã Gonçalves de Lima Beltrão.
Esta sistemática prevista no CTN foi inclusive objeto de destaque no Judiciário, tendo o STF a estabelecido na Súmula nº 544: “Isenções tributárias
concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas.”
Anistia
A anistia refere-seà modalidade de exclusão do crédito na qual o poder tributante dispensa o pagamento de infrações cometidas anteriormente.
Observando as demais disposições do próprio Código, demanda lei para sua efetivação, tendo ainda o CTN orientado para a impossibilidade de sua
aplicação às situações qualificadas como crimes ou contravenções, praticadas com dolo, fraude ou simulação, e aquelas resultantes do conluio de
duas ou mais pessoas. 
Como a anistia também constitui liberalidade do Poder Público, deverá ter seu fundamento em lei, observando-se ainda a exigência constitucional (art.
150, § 6º) de que o diploma legal seja específico em matéria tributária. 
Essa concessão da dispensabilidade poderá abranger todas as infrações cometidas, sendo denominada anistia geral. Contrariamente, o perdão poderá
também ser limitado a algumas infrações, tais quais:

Para determinado tributo

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
Para determinada região do território da entidade tributante

Para determinado montante de penalidade pecuniária
Reconhecendo todas essas possibilidades, o art. 181 do CTN ainda prevê a possibilidade de que a anistia seja limitada com condição de pagamento
do tributo. 
Da mesma forma que os demais favores fiscais anteriormente reconhecidos pelo CTN, a anistia pode ser concedida em individual, mas sempre
dependerá de lei autorizativa, por despacho administrativo em expediente requerido pelo interessado com a demonstração do cumprimento dos
requisitos legais, e jamais gerará direito adquirido.
Privilégios e garantias do crédito
Como as receitas tributárias representam a grande forma de mantença do Estado, as leis tributárias sempre trazem garantias e privilégios ao crédito
tributário, de forma a tentar assegurar a arrecadação daqueles valores, mesmo que em situações extremas. 
Por óbvio, o CTN prevê as garantias e os privilégios básicos de todos os créditos tributários, sendo certo que os casos ali previstos não estão postos
de forma taxativa (art. 183 do CTN), e que as leis tributárias poderão trazer outros.
Garantias
A maneira de assegurar os créditos em geral no Direito está na responsabilidade que o patrimônio do devedor sofre. Assim, no caso de não pagamento
do crédito, o patrimônio do devedor responderá por aquele valor. Na estrutura do Direito, todavia, existem várias excludentes de bens que deixam de
responder por aquele crédito (ex.: impenhorabilidade, inalienabilidade, incomunicabilidade).
A grande garantia do crédito tributário está no fato de que, em geral, aquelas exceções que retiram determinados bens dessa responsabilização não se
aplicam ao Direito Tributário (ex.: as impenhorabilidades derivadas da vontade das pessoas). O crédito tributário somente não poderá deixar de
considerar a chamada “impenhorabilidade absoluta” (art. 184 do CTN), cuja listagem hoje está prevista no CPC. Pode-se dizer que a garantia atribuída
ao crédito tributário é a ampla responsabilização do patrimônio do devedor. 
Outra garantia foi o estabelecimento da presunção de fraude à execução pelo art. 185, se o devedor alienar patrimônio depois de iniciada a cobrança
do crédito tributário regularmente inscrito e não reservar bens suficientes para o pagamento daquele. 
Como a previsão do CTN marcava o início da presunção da fraude para a fase judicial, muitos sonegadores se aproveitavam disso para evitar a
aplicação do art. 185. Na reforma da Lei Complementar nº 118/2005, antecipou-se o momento da presunção, sendo agora contado não mais da ação
de execução fiscal, mas, sim, da inscrição em dívida ativa.
Atenção
Vale notar que tal presunção é de caráter absoluto, não admitindo qualquer tentativa de prova em contrário.
Se tal medida veio para proteger os interesses do fisco, de igual forma a Lei Complementar nº 118/2005 trouxe a figura da indisponibilidade de bens
decretada pelo juiz, na forma do novo art. 185-A, naquilo que alguns estão chamando de bloqueio ou penhora on-line. 
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Mas, para que se empregue tal instituto, são fundamentais alguns aspectos:

Dívida em fase de execução, com o devedor citado para o feito de
cobrança.

Apesar de ter ocorrido a citação pessoal, o devedor não pode ter efetuado
o pagamento, nem apresentado bens à penhora.
Uma vez determinado seu emprego, alguns pontos devem ser observados:
Preferências do crédito tributário
O professor Irapuã Beltrão discorre sobre as preferências do crédito tributário, procurando sistematizar e contextualizá-las.
A ideia de privilégio foi estampada pelo CTN na qualidade de preferências do crédito tributário, tendo o Direito Tributário uma preferência genérica,
somente sendo ultrapassado historicamente pelo crédito trabalhista na forma do art. 186. 
Com isso, o crédito não precisará “disputar” uma eventual posição de destaque em qualquer procedimento, sendo essa a razão pela qual afirma o CTN,
no art. 187, que o crédito tributário não estará sujeito a concurso de credores ou habilitação nos procedimentos de falência, concordata, inventário ou
arrolamento. Ocorre que, no contexto da edição da Lei de Falências e Recuperação Judicial (Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005), muito
argumentou-se sobre a impossibilidade de outros credores receberem seus valores, razão pela qual a ordem dos privilégios foi parcialmente
a decisão judicial será comunicada preferencialmente por via eletrônica;
a comunicação será encaminhada para os registros de imóveis, autoridades supervisoras
do mercado bancário e do mercado de capitais;
a indisponibilidade deve limitar-se ao valor da dívida exigível;
se atingidos bens ou direitos em montantes superiores, deve o juiz determinar o imediato
levantamento dos bens ou valores que excederam ao limite.

25/04/2022 15:31 Crédito tributário
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modificada.
A redação original do CTN já colocava o crédito trabalhista como preferência ao tributário, tendo a reforma de 2005 explicitado que o mesmo
aconteceria com o crédito de acidente de trabalho, hoje também explícito no caput do art. 186. Entretanto, a grande modificação se deu com a inclusão
do parágrafo único nesse artigo. 
Por tal disposição, ficou evidente que, no caso de decretação de falência, o crédito tributário não será preferido aos créditos extraconcursais ou às
importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real.
Assim, os encargos para a administração da massa falida, aí considerando as despesas relacionadas com os fatos ocorridos depois da decretação
judicial da falência, devem ser satisfeitos antes de todas as dívidas havidas pelo falido. Por esse motivo, ganharam a denominação de
“extraconcursais”, pois não vão participar do concurso junto aos demais credores. 
Se, por um lado, os créditos tributários devidos pelo falido não são preferidos aos créditos extraconcursais, os fatos geradores de tributos ocorridos
nesse processo de falência têm tal natureza na forma do art. 188, já com a redação dada pela Lei Complementar nº 118/2005. Destarte, os tributos
ocorridos depois da decisão falimentar na administração da massa são considerados extraconcursais e serão preferidos aos tributos cujos fatos
geradores ocorreram antes da declaração de quebra da empresa ou do empresário. 
Contudo, a grande inovação das reformas de 2005 foi a inversão realizada com os créditos com garantia real (como o penhor ou a hipoteca), que antes
não tinham preferência aos tributários.
Ainda para completar a regra sobre as preferências que existem na hipótese falimentar sobre o crédito tributário, o referido parágrafo único do art. 186
estampa a possibilidade de que o predomínio do credor trabalhista poderá ter um limite ou uma condição, devendo tal previsão ser conjugada com a
disciplina completa dos créditos dada pelo art.83 da Lei nº 11.101/2005, que estabeleceu um limite de 150 salários mínimos por credor. 
Também resultado do art. 83 da Lei nº 11.101/2005 (c/c parágrafo único do art. 186 do CTN), extrai-se que a preferência fiscal ocorrerá apenas no
crédito derivado da ocorrência do fato gerador do tributo, não se aplicando às multas resultantes da legislação tributária. Nesse caso, as multas (como
as decorrentes do descumprimento da obrigação acessória) somente serão pagas depois dos demais credores. 
Essas multas tributárias somente terão preferência aos créditos subordinados, assim entendidos os dessa forma previstos em lei ou em contrato, e os
créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 
No que concerne à nova classificação de recebimento dos créditos, a elaboração do quadro geral de credores deverá observar basicamente os
seguintes critérios (extraídos da combinação das novas disposições do CTN com os arts. 83 e segs. da nova Lei de Falências):
I – créditos trabalhistas limitados a 150 salários-mínimos por credor e os decorrentes de
acidentes de trabalho;
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Como visto, o CTN ainda cria, em consonância com as leis falimentares, o pagamento preferencial do crédito tributário surgido após a decretação da
falência (como encargos da massa falida). Já sob a denominação de créditos extraconcursais (art. 188), extrai-se do Código que esses valores serão
pagos antes dos débitos surgidos na gestão normal da empresa que virá a falir. 
Além disso, para completar as preferências de recebimento do crédito tributário, determina também a norma codificada que ele deve ser satisfeito
antes dos demais encargos do monte em inventário ou arrolamento (art. 189) ou de outros valores devidos no caso de liquidação judicial ou voluntária
de pessoas jurídicas (art. 190). 
Para garantir a exequibilidade dessas preferências, o CTN determina ainda que não seria concedida concordata (hoje já extinta), considerada extintas
as obrigações do falido (art. 191), nem julgada partilha ou adjudicação (art. 192), sem que haja a comprovação do pagamento de todos os tributos
eventualmente envolvidos na situação. 
De igual forma, será dada a exigência para a nova figura da recuperação judicial, mormente com a inclusão do art. 191-A.
Com isso, para que as empresas consigam o reconhecimento judicial de sua proposta de recuperação, deverão demonstrar situação de regularidade
II – créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente de sua natureza e tempo de constituição,
exceto as multas;
IV – créditos com privilégio especial;
V – créditos com privilégio geral;
VI – créditos quirografários, entre os quais os saldos dos créditos derivados da legislação
do trabalho que excederem 150 salários-mínimos;
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados.
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fiscal, por meio de certidão negativa que prove a quitação dos tributos ou com certidões das quais constem créditos tributários vencidos e não pagos,
mas com a exigibilidade suspensa.
O último privilégio criado nesse momento pelo CTN foi a exigência de prova de quitação do pagamento de tributo para participação em concorrência,
licitação ou para contratação. Claro que, hoje em dia, a redação do art. 193 do CTN já foi devidamente ampliada pelas leis licitatórias posteriores ao
Código, mas a ideia básica é a mesma: de que se evite nova relação com pessoa inadimplente com o Poder Público.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Isenção
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Garantias
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02368/index.html# 30/31Considerações finais
Nos termos do Código Tributário Nacional (CTN), a isenção e a anistia constituem causas de:
A Extinção do crédito tributário
B Exclusão do crédito tributário
C Moratória do crédito tributário
D Suspensão da exigibilidade do crédito tributário
E Imunidade
Parabéns! A alternativa B está correta.
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Questão 2
O termo inicial para a fraude à execução fiscal é:
A A citação válida do executado.
B O despacho do juiz que ordena a citação.
C A distribuição da execução fiscal.
D O início de procedimento administrativo de fiscalização.
E A inscrição na dívida ativa.
Parabéns! A alternativa E está correta.
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Considerações finais
Naturalmente, a partir das previsões iniciais e das regulamentações do CTN, o mundo fiscal ganha vida, com a edição das normas de cada tributo por
meio das entidades federativas competentes. Algumas espécies ganham mais relevo ou não na prática nacional, dependendo muito dos montantes de
arrecadação efetiva na sociedade e de seus efeitos nas vidas dos contribuintes. 
Sem prejuízo disso, todas as espécies tributárias têm como raiz fundamental esses conceitos extraídos do CTN, o que revela a importância das
definições observadas anteriormente. A compreensão das formas de constituição, suspensão e extinção do crédito tributário é essencial para verificar
se é devido um tributo e se ele pode ser exigido.
Constituição, suspensão e extinção do crédito tributário
O professor Irapuã Beltrão encerra revendo os principais conceitos do módulo, analisando a constituição, a suspensão e a extinção do crédito
tributário.
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Referências
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. STJ. Súmula 436. DJe de 13/5/2010. Consultado na internet em: 10 jul. 2021.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. STJ. Súmula 446. DJe de 13/5/2010. Consultado na internet em: 10 jul. 2021.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. STJ. Súmula 112. DJ de 3/11/1994. Consultado na internet em: 10 jul. 2021.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. STF. Súmula 544. DJ de 12/12/1969. Consultado na internet em: 10 jul. 2021.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. STF. Súmula vinculante 21. DJe 10/11/2009. Consultado na internet em: 10 jul. 2021.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. STF. Súmula vinculante 28. DJe 17/2/2010. Consultado na internet em: 10 jul. 2020.
VENOSA, S. de S. Direito Civil: parte geral. São Paulo, SP: Atlas, 2010.
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Para continuar estudando sobre o crédito tributário, o lançamento, e a prescrição e a decadência, recomenda-se a leitura do artigo As diferenças entre
prescrição e decadência tributária, de Silvia Bellandi Paes de Figueiredo, disponível na plataforma do Conjur.
Sobre as garantias do crédito tributário, é interessante a leitura de A penhora on-line no âmbito da execução fiscal, por Lúcia de Oliveira Andrade,
disponível no portal DireitoNet.
Leia no site Migalhas uma interessante decisão do STF sobre as preferências do crédito tributário, em Não há preferência da União em execuções
fiscais, decide STF.
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