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OBSERVAÇÕES PRELIMINARES Para aqueles que incluem a imputabilidade entre os componentes do fato punível (Francisco Muñoz Conde), a inaplicabilidade da sanção o desintegra, o extingue. Para Aníbal Bruno, não se pode tomar a pena por momento constitutivo do atuar criminoso, mas ver nela somente a sua consequência jurídica específica. Causas extintivas: → Artigo 107 do CP (não é taxativo); → § 2º do artigo 312 do CP; → § 5º do artigo 89 da Lei 9.099/95 “Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um anos § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.” “Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). (...) § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade” • A extinção da punibilidade pode ser declarada em qualquer fase do processo. Se tiver ocorrido ainda durante a fase de inquérito policial, o juiz não poderá declará-la, mas sim, após ouvir o MP, determinar o seu arquivamento. • Pode ser conhecida antes ou depois da sentença transitada em julgado, sempre retroagindo para beneficiar o agente “Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.” . TÍTULO VIII DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Extinção da punibilidade Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial deste Código; (Revogado) VIII - pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso anterior, se cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o prosseguimento do inquérito policial ou da ação penal no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da celebração; (Revogado) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. MORTE DO AGENTE (ART. 62 DO CPP) “Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.” Se a certidão for falsa e declarada a extinção da punibilidade? TJ/SP – “A decisão que decreta a extinção da punibilidade transitada em julgado e, ainda que se demonstre a falsidade da prova do óbito, não pode ser por ela revista porque não existe em nosso direito revisão pro societate”. ANISTIA, GRAÇA E INDULTO Anistia: infrações penais que possuem cunho político (regra), mas nada impede que seja concedida a crimes comuns. A competência é da União - Congresso Nacional (art. 21, XVII e art. 48, VIII da CF). Art. 2º, I da lei 8.072/90: são insuscetíveis de anistia, graça e indulto os crimes hediondos e equiparados. → Lei de execução penal (forma) Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade . punibilidade Extinção da . administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. Graça (indulto individual) e indulto (coletivo) são fatos determinados pelo Chefe do Poder Executivo. Competência do Presidente da República – art. 84, XII da CF. Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa PELA RETROATIVIDADE DE LEI QUE NÃO MAIS CONSIDERA O FATO COMO CRIMINOSO • Abolitio criminis (política criminal): Princípio da Intervenção Mínima e princípio da Lesividade • Nenhum efeito penal permanecerá, tais como reincidência e maus antecedentes, permanecendo os de natureza civil Art. 2º : Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. PELA PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA OU PEREMPÇÃO; Decadência: vítima perde seu direito de queixa ou representação em razão do decurso do tempo. → Decadência do direito de queixa ou de representação Art. 103: Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado o dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. Perempção: para sanções de iniciativa privada propriamente dita ou personalíssima. Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. PELA RENÚNCIA DO DIREITO DE QUEIXA OU PELO PERDÃO ACEITO, NOS CRIMES DE AÇÃO PRIVADA; Renúncia: expressa (art. 50 do CPP) ou tácita (art. 104 do CP). Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. Artigo 74, parágrafo único da Lei 9.099/95 (hipótese) Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. . Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. Perdão do ofendido (art. 56 do CPP): somente na hipótese em que se procede mediante queixa. Pode ser: a) processual; b) extraprocessual; c) expresso ou d) tácito (ato incompatível). Art. 106: O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; III - se o querelado o recusa, não produz efeito. § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgadoa sentença condenatória.” PELA RETRATAÇÃO DO AGENTE, NOS CASOS EM QUE A LEI A ADMITE; É o ato pelo qual, o agente reconhece o erro que cometeu e o denuncia a autoridade, retirando o que anteriormente havia dito. Calúnia e difamação(art. 143 do CP) → Retratação Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Falso testemunho(art. 342, §2º do CP) § 2 O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade PELO PERDÃO JUDICIAL, NOS CASOS PREVISTOS EM LEI. Natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial: absolutória, condenatória declaratória? Súmula 18 do STJ A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. Exemplos: arts. 121, § 5º e 129, § 8º, ambos do CP
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