AV1 Dir Civil 2022

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25/04/2022 20:26
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Disciplina: ARA0571 / DIREITO CIVIL - PARTE GERAL
Data:25/04/2022
Período: 2022.1 / AV1
Turma: 3010
Leia com atenção as questões antes de responder.
É proibido o uso de equipamentos eletrônicos portáteis e consulta a materiais de qualquer natureza durante a realização da prova. Questões objetivas e discursivas que envolvam operações algébricas devem possuir a memória de cálculo.
Boa prova.
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1.
(IV Exame-OAB) O negócio jurídico depende da regular manifestação de vontade do agente envolvido. Nesse sentido, o art. 138 do Código Civil dispõe que "são anuláveis os negócios jurídicos quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio". Relativamente aos defeitos dos negócios jurídicos, analise as alternativas abaixo:
 O erro é substancial quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, ainda que tenha influído nesta de modo superficial
 O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
 O erro de cálculo não autoriza a retificação da declaração de vontade.
 O falso motivo, por sua gravidade, viciará a declaração de vontade em todas as situações e, por consequência, gerará a anulação do negócio jurídico.
 O erro de cálculo gera a anulação do negócio jurídico, uma vez que restou viciada a declaração de vontade nele baseada.
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2.
Dionízio alugou o imóvel de Batoré, para fins residenciais, com cláusula de vigência de 36 meses. Porém, no décimo mês, Dionízio alegou que não teria condições de pagar os três últimos aluguéis já vencidos, informando que estava insolvente, uma vez que não tinha patrimônio suficiente para saldar suas dívidas. Assim sendo, Batóré acionou o fiador Jaime, que era irmão de Dionízio, exigindo o pagamento dos aluguéis que ficaram em aberto. Jaime, por intermédio de seu advogado, sustentou em sua defesa que o único patrimônio que tinha em seu nome era o apartamento onde residia com sua família, no bairro de Bangu. Portanto, argumentou que seu imóvel seria impenhorável por força de Lei nº 8009/90 (Lei do Bem de Família), cabendo ao juiz suspender a execução.
Diante das circunstâncias do caso concreto e seguindo as disposições legal sobre o bem de família, é CORRETO afirmar que:
 A penhora pode recair sobre todos os bens do devedor, inclusive o bem de família, em qualquer processo exceto nos casos de obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação ou nos casos de cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar.
 A impenhorabilidade do bem de família é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, exceto nos casos de obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação, dentre outras hipóteses excepcionadas na Lei do bem de família.
 A penhora pode recair sobre todos os bens do devedor, inclusive o bem de família, em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, exceto nos casos de obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação, dentre outras situações excepcionadas na Lei do bem de família.
 A impenhorabilidade do bem de família somente é oponível em processo de execução civil e fiscal, não tendo efeito nos processos de execução previdenciária, trabalhista ou de outra
natureza. Porém, é reconhecida nos casos de obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
 A impenhorabilidade do bem de família é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, bem como nos casos de obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
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3.
DECISÃO. 28/04/2021. Terceira Turma mantém leilão do quadro A Caipirinha, de Tarsila do Amaral
Por unanimidade, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o recurso de Carlos Eduardo Schahin e manteve o leilão da tela A Caipirinha, pintada em 1923 por Tarsila do Amaral. O quadro foi vendido por R$ 57,5 milhões, valor recorde para uma obra de arte brasileira, em venda pública, em razão de uma ação de execução movida por bancos credores contra o pai do recorrente, o empresário Salim Taufic Schahin.
Intimado para que fornecesse a localização da pintura, com a finalidade de garantir sua futura penhora, Carlos Schahin opôs embargos de terceiro à ação de execução, ao argumento de que seria o real proprietário da obra, pois a teria comprado de seu pai mediante contrato firmado em 2012.
Contudo, o juízo de primeiro grau e o TJSP declararam a nulidade do negócio, entendendo que foi simulado, pois não houve pagamento nem entrega da obra ao comprador. O contrato mencionava o preço de R$ 240 mil pelo quadro e a garantia de posse vitalícia ao vendedor.
Ao STJ, Carlos Schahin alegou que o negócio realizado com seu pai pode ser juridicamente enquadrado como doação, devendo ser reconhecida a ocorrência de simulação relativa ou dissimulação, o que impede a decretação da sua nulidade absoluta. Além disso, argumentou que a ocorrência de nulidade absoluta de negócio jurídico, por simulação, seja relativa ou absoluta, depende de ação própria e, por essa razão, não poderia ser decretada em embargos de terceiro. Em seu voto, o relator, ministro Moura Ribeiro, ressaltou que o TJSP, após analisar as provas, afastou a alegação de doação e concluiu ter havido, de fato, um negócio de compra e venda absolutamente simulado. Para o tribunal paulista, nenhuma obrigação assumida no contrato de compra e venda foi executada, conduzindo à conclusão de que não era intenção dos contratantes a transferência do bem, seja de forma onerosa ou gratuita.
Fonte: STJ.
Com base no noticiado pelo STJ. Podemos considerar que:
I. No caso, a Simulação gera nulidade absoluta, que pode ser sanada pelas partes.
II. No caso, a Simulação gera nulidade absoluta, que pode ser declarada de ofício pelo juiz da causa.
III. No caso, a Simulação gera nulidade absoluta, devendo ser alegada no período de 4 anos, prazo decadencial.
IV. No caso, a Simulação gera nulidade absoluta, insuscetível de prescrição ou decadência. Estão corretas as afirmativas:
 I e IV I, II e IV II e III I e III II e IV
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4.
Levando em consideração a teoria dos fatos jurídicos, atos jurídicos e negócios jurídico, bem como as previsões normativas do Código Civil brasileiro sobre tais matérias, analise o caso concreto e, em seguida, marque a assertiva CORRETA.
Onofre realizou um testamento para dispor 25% do seu patrimônio ao seu sobrinho Josué, seguindo todas as formalidades exigidas na lei. Cinco anos após a elaboração do testamento, Onofre faleceu. Entretanto, seus filhos Andrade, Roberto e João questionaram a validade daquele documento, alegando em juízo que o testamento seria um ato jurídico em sentido estrito, razão pela qual deveriam prevalecer os efeitos decorrentes da lei quanto às regras da herança legal. Portanto, segundos os filhos de Onofre, seriam eles os únicos herdeiros legitimados para receber a herança deixada por seu pai. Diante dessas circunstâncias, é certo afirmar que:
 O testamento deve ser compreendido como ato jurídico em sentido estrito, de caráter bilateral porque depende da aceitação da herança.
 O testamento deve ser compreendido como ato jurídico em sentido estrito, cujos efeitos decorrem diretamente da lei.
 O testamento deve ser compreendido como fato jurídico em sentido estrito, pois seus efeitos estão condicionados a ocorrência de um fato futuro e incerto.
 O testamento deve ser compreendido como negócio jurídico unilateral. O testamento deve ser compreendido como negócio jurídico bilateral.
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5.
Conforme o Código Civil em seu:
"Art. 2º A personalidade civil dapessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro."
O Nobre doutrinador Carlos Roberto Gonçalves trás que "A personalidade é pressuposto para a inserção e atuação da pessoa na ordem jurídica.¿
Quais são às Teorias que tratam do início da personalidade jurídica da pessoa física no nosso ordenamento?
 Teoria Natalista, Teoria da Personalidade Concepcionista e Teoria da Capacidade de Fato Teoria da Personalidade Condicionada e Teoria Concepcionista
 Teoria Natalista, Teoria da Personalidade Condicionada e Teoria Concepcionista Teoria Natalista, Teoria da Personalidade Equilibrada, Teoria da Condição
 Somente a Teoria Concepcionista
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6.
A ADI 4275 que trata do "DIREITO CONSTITUCIONAL E REGISTRAL. PESSOA TRANSGÊNERO. ALTERAÇÃO DO PRENOME E DO SEXO NO REGISTRO CIVIL. POSSIBILIDADE. DIREITO AO NOME, AO RECONHECIMENTO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, À LIBERDADE PESSOAL, À HONRA E À DIGNIDADE. INEXIGIBILIDADE DE CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO OU DA REALIZAÇÃO DE TRATAMENTOS HORMONAIS OU PATOLOGIZANTES." confirma
como o atual posicionamento do STF com relação aos direitos da personalidade.
Sobre o tema Direitos da Personalidade, NÃO podemos afirmar que trata-se de um direito:
 Prescritíveis Vitalícios
 Irrenunciáveis
 Extra-patrimoniais Absolutos
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7.
Analise os trechos abaixo:
"Eu não pedi pra nascer Eu não nasci pra perder
Nem vou sobrar de vítima Das circunstâncias
Eu tô plugado na vida Eu tô curando a ferida Às vezes eu me sinto
Uma mola encolhida, hey
Você é bem como eu
Conhece o que é ser assim Só que dessa história
Ninguém sabe o fim"
(Toda Forma de Amor - Lulu Santos)
"Dedicatória: Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas." (Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis)
Os autores acima citados, em breves linhas, tratam de dois eventos importantes para compreender o início e fim da personalidade jurídica da pessoa natural: o nascimento e a morte. Após a leitura, considerando a disciplina de tais assuntos no Código Civil/02, é possível concluir que
 o Código Civil é claro ao adotar a teoria da personalidade condicional em seu art. 2º. O evento nascimento com vida, portanto, é necessário à configuração da personalidade. Este é o entendimento adotado das Cortes Superiores brasileiras.
 a personalidade da pessoa natural encontra fim na morte. Por tal razão, é necessária a verificação material da morte, através de atestado de óbito por médico. O Código Civil traz tal exigência em sua redação.
 a personalidade jurídica da pessoa natural começa a partir da concepção. Somente a partir deste momento a
pessoa terá seus direitos assegurados. O Código Civil traz em seu texto exceção à esta regra.
 a personalidade jurídica da pessoa natural começa a partir do nascimento com vida. Somente a partir do nascimento com vida a pessoa terá seus direitos assegurados. O Código Civil não prevê qualquer tipo de exceção à esta regra.
 a personalidade da pessoa natural pode ter seu encerramento de diversas formas, sob uma perspectiva legal. Podemos observar a morte natural ou até mesmo a ausência de uma pessoa, quando ocorrer seu desaparecimento sem qualquer notícia. Da mesma forma, diante de situações em que é extremamente provável que alguém tenha falecido, há possibilidade jurídica em se declarar sua morte.
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8.
Assinale a alternativa que NÃO contém pessoa jurídica de direito público interno.
 Estados
 Fundação Pública Associação Pública Partido Político Autarquia
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9.
O negócio jurídico consiste em:
 o encontro de, pelo menos, duas declarações de vontade lícitas; qualquer negócio admitido pela ordem jurídica;
 documento ao qual a lei conferiu executividade.
 declaração de vontade voltada para a produção de determinados efeitos ;
 o encontro de, pelo menos, duas declarações de vontade tipicamente previstas;
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10.
A respeito da desconsideração da personalidade jurídica, a melhor doutrina aponta a existência de duas grandes doutrinas, a respeito dessas teorias é CORRETO afirmar que:
 O direito brasileiro admite apenas a existência da teoria menor que foi a adotada pelo Código Civil brasileiro.
 A teoria maior é a adotada pelo Código de Defesa do Consumidor e exige como único elemento o prejuízo do credor.
 A teoria maior foi a adotada pelo Código Civil brasileiro, e para ser deferida, exige a presença de dois requisitos: o abuso da personalidade jurídica somado ao prejuízo ao credor.
 A teoria menor foi a adotada pelo Código Civil brasileiro, e para ser deferida, exige a presença de dois requisitos o abuso da personalidade jurídica somado ao prejuízo ao credor.
 A teoria maior é aquela adotada pelo Código de Defesa do Consumidor.
Campus:
CAMPO GRANDE (RJ)
Prova Impressa em 25/04/2022 por
JAMIL RANGEL DA SILVA
Ref.: 5195586270
Prova Montada em 12/04/2022