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EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA MÓDULO 4 Caro cursista! Esta apostila de estudos será nosso principal recurso sobre os conhecimentos que queremos construir durante o Módulo IV. Por isso, gostaria que você se dedicasse lendo o material com atenção. No presente módulo abordaremos sobre a importância da inovação tecnológica no dia a dia das pessoas, os recursos da tecnologia assistiva e suas categorias, e como a tecnologia assistiva vem auxiliando a inclusão das pessoas com deficiências na sociedade e melhorando a qualidade de vida. 2 INTRODUÇÃO A Educação Especial aborda a Tecnologia Assistiva que por meio do Decreto nº 3298 de 20 de dezembro de 1999 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm) considera “Ajudas Técnicas” como os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. Segundo Bersch (2010), Ajudas Técnicas e Tecnologia Assistiva são expressões sinônimas quando se referem aos recursos desenvolvidos e disponibilizados às pessoas com deficiência e que visam ampliar suas habilidades no desempenho das funções pretendidas. Contudo, o conceito da Tecnologia Assistiva é mais abrangente e agrega a organização de serviços destinados ao desenvolvimento, indicação e ensino relativo à utilização da tecnologia. O trabalho na tecnologia assistiva busca promover a autonomia e a independência funcional de seu usuário. E através da Comunicação Alternativa vamos abordar a forma de garantir a acessibilidade comunicativa que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Buscando então, através da valorização de todas as formas expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios desta metodologia, construir e ampliar sua via de expressão. A comunicação é considerada ampliada quando o indivíduo possui comunicação insuficiente através da fala e /ou escrita (por exemplo, há fala inteligível apenas no núcleo familiar) e considerada alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de comunicação. Um Sistema de Comunicação Alternativa que se refere ao recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de comunicação existentes ou substituem as habilidades de comunicação inexistentes. E assim, desta forma, este módulo estará contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem na Educação Especial. Outro tema a se destacar é o Atendimento Educacional Especializado AEE, em que a proposta social é inclusiva, mas a sociedade ainda discrimina, cria rótulos e demonstra preconceitos; não olha a pessoa como ser humano, mas a deficiência. Por outro lado, o AEE é uma política pública do Governo Federal que tem como objetivo maior a eliminação de todas as barreiras, sejam elas preconceituosas no convívio ou nas atitudes. (BERSCH, 2005). Iremos esclarecer neste contexto o Decreto n.º 6.571/2008 que define o lócus privilegiado do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e reitera a compreensão de Educação Especial como serviço complementar e suplementar a Educação Regular. Surge então, com o Decreto nº 6571/08, as Salas de Recursos Multifuncionais que receberam Kits Pedagógicos distribuídos no Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. (BERSCH, 2005). Em continuidade, o AEE deve ser oferecido no contraturno da escola comum, de maneira complementar ou suplementar à escolarização regular. Em complementação à aplicação e desenvolvimento do AEE tem-se a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, que estabelece as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial, entende-se que esses espaços especializados são salas de aulas pertencentes à escola comum, e devem fornecer aditivos para suplantar as dificuldades de aprendizagem, bem como, possibilitar a relação dos alunos deficientes com os conhecimentos escolares e com as outras ferramentas culturais de mediação. Sendo assim, o atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento curricular no caso de altas habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. (BERSCH, 2005). 3 A Educação Especial aborda a Tecnologia Assistiva que por meio do Decreto nº 3298 de 20 de dezembro de 1999 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm) considera “Ajudas Técnicas” como os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. Segundo Bersch (2010), Ajudas Técnicas e Tecnologia Assistiva são expressões sinônimas quando se referem aos recursos desenvolvidos e disponibilizados às pessoas com deficiência e que visam ampliar suas habilidades no desempenho das funções pretendidas. Contudo, o conceito da Tecnologia Assistiva é mais abrangente e agrega a organização de serviços destinados ao desenvolvimento, indicação e ensino relativo à utilização da tecnologia. O trabalho na tecnologia assistiva busca promover a autonomia e a independência funcional de seu usuário. E através da Comunicação Alternativa vamos abordar a forma de garantir a acessibilidade comunicativa que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Buscando então, através da valorização de todas as formas expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios desta metodologia, construir e ampliar sua via de expressão. A comunicação é considerada ampliada quando o indivíduo possui comunicação insuficiente através da fala e /ou escrita (por exemplo, há fala inteligível apenas no núcleo familiar) e considerada alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de comunicação. Um Sistema de Comunicação Alternativa que se refere ao recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de comunicação existentes ou substituem as habilidades de comunicação inexistentes. E assim, desta forma, este módulo estará contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem na Educação Especial. Outro tema a se destacar é o Atendimento Educacional Especializado AEE, em que a proposta social é inclusiva, mas a sociedade ainda discrimina, cria rótulos e demonstra preconceitos; não olha a pessoa como ser humano, mas a deficiência. Por outro lado, o AEE é uma política pública do Governo Federal que tem como objetivo maior a eliminação de todas as barreiras, sejam elas preconceituosas no convívio ou nas atitudes. (BERSCH, 2005). Iremos esclarecer neste contexto o Decreto n.º 6.571/2008 que define o lócus privilegiado do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e reitera a compreensão de Educação Especial como serviço complementar e suplementar a Educação Regular. Surge então, com o Decreto nº 6571/08, as Salas de Recursos Multifuncionais que receberam Kits Pedagógicos distribuídos no Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. (BERSCH, 2005). Em continuidade, o AEE deve ser oferecido no contraturno da escola comum, de maneira complementar ou suplementar à escolarização regular. Em complementação à aplicação e desenvolvimento do AEE tem-se a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, que estabelece as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial, entende-se que esses espaços especializados são salas de aulas pertencentes à escola comum, e devem fornecer aditivos parasuplantar as dificuldades de aprendizagem, bem como, possibilitar a relação dos alunos deficientes com os conhecimentos escolares e com as outras ferramentas culturais de mediação. Sendo assim, o atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento curricular no caso de altas habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. (BERSCH, 2005). 4 A Educação Especial aborda a Tecnologia Assistiva que por meio do Decreto nº 3298 de 20 de dezembro de 1999 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm) considera “Ajudas Técnicas” como os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. Segundo Bersch (2010), Ajudas Técnicas e Tecnologia Assistiva são expressões sinônimas quando se referem aos recursos desenvolvidos e disponibilizados às pessoas com deficiência e que visam ampliar suas habilidades no desempenho das funções pretendidas. Contudo, o conceito da Tecnologia Assistiva é mais abrangente e agrega a organização de serviços destinados ao desenvolvimento, indicação e ensino relativo à utilização da tecnologia. O trabalho na tecnologia assistiva busca promover a autonomia e a independência funcional de seu usuário. E através da Comunicação Alternativa vamos abordar a forma de garantir a acessibilidade comunicativa que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Buscando então, através da valorização de todas as formas expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios desta metodologia, construir e ampliar sua via de expressão. A comunicação é considerada ampliada quando o indivíduo possui comunicação insuficiente através da fala e /ou escrita (por exemplo, há fala inteligível apenas no núcleo familiar) e considerada alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de comunicação. Um Sistema de Comunicação Alternativa que se refere ao recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de comunicação existentes ou substituem as habilidades de comunicação inexistentes. E assim, desta forma, este módulo estará contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem na Educação Especial. Outro tema a se destacar é o Atendimento Educacional Especializado AEE, em que a proposta social é inclusiva, mas a sociedade ainda discrimina, cria rótulos e demonstra preconceitos; não olha a pessoa como ser humano, mas a deficiência. Por outro lado, o AEE é uma política pública do Governo Federal que tem como objetivo maior a eliminação de todas as barreiras, sejam elas preconceituosas no convívio ou nas atitudes. (BERSCH, 2005). Iremos esclarecer neste contexto o Decreto n.º 6.571/2008 que define o lócus privilegiado do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e reitera a compreensão de Educação Especial como serviço complementar e suplementar a Educação Regular. Surge então, com o Decreto nº 6571/08, as Salas de Recursos Multifuncionais que receberam Kits Pedagógicos distribuídos no Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. (BERSCH, 2005). Em continuidade, o AEE deve ser oferecido no contraturno da escola comum, de maneira complementar ou suplementar à escolarização regular. Em complementação à aplicação e desenvolvimento do AEE tem-se a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, que estabelece as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial, entende-se que esses espaços especializados são salas de aulas pertencentes à escola comum, e devem fornecer aditivos para suplantar as dificuldades de aprendizagem, bem como, possibilitar a relação dos alunos deficientes com os conhecimentos escolares e com as outras ferramentas culturais de mediação. Sendo assim, o atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento curricular no caso de altas habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. (BERSCH, 2005). OS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO Na evolução humana, a linguagem destaca-se como o mais importante processo, na medida em que constitui elemento crítico não somente para a aquisição de outros sistemas simbólicos, como a leitura, a escrita e a matemática, mas também para o desenvolvimento de habilidades de relacionamento interpessoal (WARREN; KAISER, 1988; SCHUMACHER; SHERMAN, 1978 apud CAPOVILLA, 1994). Entretanto, estima-se que uma em cada 200 pessoas não desenvolvem linguagem oral devido a déficits cognitivos, motores, neurológicos e emocionais. Para essas pessoas, sistemas de comunicação alternativa constituem importante recurso para a promoção de seu desenvolvimento, como veremos ao longo desta unidade (CAPOVILLA, 1994). A primeira ideia que geralmente se tem do conceito de comunicação é que nos comunicamos por palavras e pela fala. Por meio da fala manifestamos sensações, sentimentos, trocamos informações, enfim, conhecemos o outro e nos deixamos conhecer. Porém, a comunicação entre pessoas é bem mais abrangente do que podemos expressar por meio da fala, ou seja, o ser humano possui recursos verbais e não verbais que, na interação interpessoal, se misturam e se completam. (CAPOVILLA, 1994). 5 Assim, ao falarmos, podemos sorrir, demonstrando emoções, concordar ou discordar por um simples gesto, como balançar a cabeça, utilizar gestos para complementar o que falamos ou, simplesmente, demonstrar interesse ou desinteresse por aquilo que está sendo falado. (PASSERINO, AVILA, BEZ; 2010). A expressão facial é um importante complemento na comunicação entre as pessoas, é através das expressões que transmitimos várias informações e estados emocionais, como interesse, alegria, tristeza, raiva, medo, nojo, entre outros. Podemos afirmar que a comunicação só é bem interpretada quando as nossas expressões condizem com que realmente falamos. Além das expressões faciais, temos os gestos que são poderosa fonte de comunicação. 2.1 DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO Podemos indicar objetos e pessoas com um simples apontar, utilizar gestos sociais com significados, simplesmente acenando, como “tchau” ou “oi”. Vemos, então, que a comunicação entre pessoas é marcada e complementada por vários elementos comunicativos que permitem compreender o outro e, também, ser compreendido (MANZINI, 2006). Expressões Corporais Na comunicação não verbal, encontramos ausência de intercâmbios corporais expressivos, assim como falta de intercâmbios coloquiais na comunicação verbal, com falas não ajustadas ao contexto (algumas vezes repetitivas e apresentando ecolalia) (HOBSON, 1993 apud 6 PASSERINO, AVILA, BEZ; 2010). As dificuldades apresentadas na fala podem ter sua origem em dificuldades de dar significado às percepções. Os sujeitos com autismo parecem perceber tudo num sentido literal. Pesquisas mostram que as imagens podem ser utilizadas para comunicação com autistas e que a linguagem escrita é melhor que a falada para os autistas. Como os disléxicos, os autistas podem ter um defeito no hemisfério esquerdo (JORDAN; POWELL, 1995 apud PASSERINO, AVILA, BEZ; 2010). Sigman e Capps (2000 apud PASSERINO, AVILA, BEZ; 2010) alertam para o fato de que embora alguns desenvolvam a linguagem, utilizando as palavras e as estruturas gramaticais corretamente, sua fala mostra um déficit na compreensão e expressão de intençõese crenças. As crianças com autismo não fazem o mesmo tipo de sinais comunicativos pré-verbais que outras crianças, mesmo aquelas com deficiência mental. Os sinais produzidos pelas crianças com autismo são idiossincráticos e somente são compreendidos pelos seus pais e pessoas que convivem de perto com a criança. Embora a fala seja a forma de expressão mais utilizada pelo ser humano quando pretendem comunicar, no caso da Paralisia Cerebral, os indivíduos estão impossibilitados de exercerem um controle correto sobre o seu aparelho fonador e impedidos de se exprimirem oralmente (SANTOS; SANCHES, 2005). Estes indivíduos possuem capacidades e necessidades comunicativas idênticas as dos indivíduos falantes, se as lesões que afetam os mecanismos da fala não os afetarem do ponto de vista cognitivo e emocional. Nestes casos a fala não será a sua forma privilegiada de comunicar, sendo necessário implementar o mais cedo possível um sistema aumentativo e alternativo de comunicação (VON TETZCHNER E MARTINSEN ,2000, P17). A decisão de quando implementar a comunicação aumentativa nem 7 sempre foi alvo de concordância entre os teóricos como, por exemplo, Chapman e Miller (1980 apud BRASIL, 1995) que referem que a aquisição quer da linguagem oral, quer de qualquer sistema aumentativo de comunicação, propõe o desenvolvimento de certas habilidades, que alguns autores situam no estágio V do desenvolvimento sensório motor. Neste estágio, a criança tem a capacidade de estabelecer relação entre fins e meios, permitindo-nos perceber que há intencionalidade nas ações e na comunicação (BRASIL, 1995). Ferreira, Ponte e Azevedo (1999), ressaltam que esta posição foi muito contestada e que atualmente é possível a introdução de estratégias de comunicação aumentativa precocemente, visto existirem vários níveis que vão desde as estratégias básicas para provocar o desejo de comunicar, até à implementação e ao uso de um sistema aumentativo e alternativo com uma linguagem simbólica muito elaborada e com recurso a tecnologias, sendo possível expressar capacidades comunicativas. A criança que vive num ambiente socioafetivo estimulante, vê emergir mais facilmente modos de comunicação, aprendendo precocemente que existem diferentes formas de comunicar, susceptíveis de produzir efeitos diferentes sobre o ambiente, até adquirir a linguagem simbólica por forma a aceder a outros níveis de desenvolvimento. Hollis e Carrier (1978 apud PONTE; AZEVEDO, 1999) consideram a comunicação um fenômeno pré-linguístico que antecede o desenvolvimento da linguagem, assim qualquer intervenção que vise implementar uma linguagem deve começar pelo treino de competências comunicativas. Na criança com Paralisia Cerebral pode somente ser afetada a fala, não a compreensão e os conceitos linguísticos, mas pode acontecer que exista outra deficiência na área da linguagem devido à disfunção cerebral ou atraso cognitivo. 8 Para que seja implementado um sistema aumentativo e alternativo de comunicação deve ser avaliadas as competências comunicativas da criança e as suas capacidades simbólicas. 2.2 OS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA A literatura sobre comunicação alternativa tem apontado para uma série de sistemas de símbolos que permitem a comunicação de pessoas que não produzem linguagem oral. Os mais conhecidos são: o Sistema de Símbolos Bliss (Bliss, 1965; Hehner, 1980 apud NUNES et al, 1998), o Pictogram Ideogram Communication System - PIC (Maharaj, 1980 apud NUNES et al, 1998) e o Picture Communication Symbols - PCS (Johnson, 1981, 1985 apud NUNES et al, 1998). Estes sistemas têm sido tradicionalmente utilizados por portadores de deficiência sob a forma de pranchas de madeira, contendo de 50 a 300 símbolos, acoplados às cadeiras de rodas. Mais recentemente, esses sistemas ganharam versões computadorizadas (CAPOVILLA et al, 1994; MACEDO et al, 1994) e outros sistemas originais foram construídos – como o ImagoAnaVox (CAPOVILLA, et al 1996). O ImagoAnaVox emprega também recursos avançados de multimídia. Neste sistema são conciliadas a comunicação icônica vocálica obtida pelos 5000 filmes, fotos e respectivos vocábulos e palavras escritas com a comunicação silábico-vocálica obtida pelas 1800 sílabas e respectivos vocábulos. Esses sistemas computadorizados apresentam determinadas características que os tornam mais adaptados às necessidades específicas dos usuários, facilitando o processo de comunicação destes com seu ambiente social. Enquanto a prancha tradicional, em função de suas dimensões, pode acomodar um número limitado de símbolos, o sistema de telas desdobráveis do programa permite o acesso a um universo de símbolos cinco a seis vezes maior que a prancha (CAPOVILLA, 1994). 9 2.3 SISTEMA AUMENTATIVO E ALTERNATIVO Segundo Lloyd y Karlan (1984), o Sistema Aumentativo e Alternativo (SPC) foi concebido em 1981 por uma terapeuta da fala, Roxana Mayer Johnson, que ao verificar que havia indivíduos com dificuldades com o sistema Bliss, sentiu a necessidade de criar um sistema que pelas suas características pudesse ser facilmente aprendido por estes indivíduos. O autor explica que os símbolos do SPC são iconográficos, desenhados a preto sobre fundo branco, na parte superior do símbolo está escrito o seu significado para que seja facilmente perceptível por pessoas que não conheçam o sistema. Os símbolos foram desenhados com o objetivo de: * Serem facilmente apreendidos; *Serem apropriados para todos os níveis etários; *Serem facilmente diferenciados uns dos outros; *Simbolizarem as palavras e atos mais comuns usados na comunicação diária; *Serem agrupados em seis categorias gramaticais; *Possíveis de reproduzir em fotocopiadora. (Lloyd y Karlan, 1984) O sistema é composto por 3200 símbolos agrupados em seis categorias gramaticais. A divisão em categorias relaciona-se com o fato de ser adequado à construção de frases simples. As categorias são: pessoas, verbos, adjetivos, substantivos, diversos e sociais, sendo recomendado o sistema de cores da chave de Fitzgerald. Esta chave foi usada em 1926 por uma professora de surdos, com o objetivo de ensinar os princípios linguísticos e a estrutura da frase a crianças surdas (SANTOS; SANCHEZ, 2005). Deste modo, as crianças aprendiam a analisar as relações funcionais dos elementos de uma frase e a compreender como a ordenação das palavras na frase afeta o significado desta. À categoria pessoas corresponde a cor amarelo, à categoria verbos a cor verde, à categoria substantivos a cor laranja, à categoria adjetivos a cor azul, à categoria diversos a cor branca, à categoria social a cor rosa. Pensa-se que o uso desta chave para além da consistência no seu uso, facilitará a combinação com outros sistemas (SANTOS; SANCHEZ, 2005). O SPC pode ser utilizado tanto por pessoas cujas necessidades comunicativas estejam limitadas à necessidade de um vocabulário limitado e a uma estruturação frásica simples, como a indivíduos que necessitam de utilizar um vocabulário mais vasto e tem possibilidades de estruturar frases com maior grau de complexidade (SANTOS; SANCHEZ, 2005). No caso de crianças que usam estes sistemas, as atividades devem ser adaptadas e organizadas de modo a facilitarem a participação ativa das crianças nas atividades, promovendo o processo de aprendizagem e de socialização (GOV. ES 2018). 10 O sistema é composto por 3200 símbolos agrupados em seis categorias gramaticais. A divisão em categorias relaciona-se com o fato de ser adequado à construção de frases simples. As categorias são: pessoas, verbos, adjetivos, substantivos, diversos e sociais, sendo recomendado o sistema de cores da chave de Fitzgerald. Esta chave foi usada em 1926 por uma professora de surdos, com o objetivo de ensinar os princípios linguísticos e a estrutura da frase a crianças surdas (SANTOS; SANCHEZ, 2005). Deste modo, as crianças aprendiam a analisar as relações funcionais dos elementos de uma frase e acompreender como a ordenação das palavras na frase afeta o significado desta. À categoria pessoas corresponde a cor amarelo, à categoria verbos a cor verde, à categoria substantivos a cor laranja, à categoria adjetivos a cor azul, à categoria diversos a cor branca, à categoria social a cor rosa. Pensa-se que o uso desta chave para além da consistência no seu uso, facilitará a combinação com outros sistemas (SANTOS; SANCHEZ, 2005). O SPC pode ser utilizado tanto por pessoas cujas necessidades comunicativas estejam limitadas à necessidade de um vocabulário limitado e a uma estruturação frásica simples, como a indivíduos que necessitam de utilizar um vocabulário mais vasto e tem possibilidades de estruturar frases com maior grau de complexidade (SANTOS; SANCHEZ, 2005). No caso de crianças que usam estes sistemas, as atividades devem ser adaptadas e organizadas de modo a facilitarem a participação ativa das crianças nas atividades, promovendo o processo de aprendizagem e de socialização (GOV. ES 2018). 2.4 BRAILLE Fonte: freepik 11 % O Sistema Braille é considerado obra magistral do francês Louis Braille e sua versão mais conhecida data de 1837. O Braille é um sistema de pontos em relevo, importantíssimo para a alfabetização de pessoas cegas e abre as portas para a comunicação escrita, a educação, o trabalho, a vida social e a cultura (MEC 2018). O impacto da escrita e leitura para as pessoas cegas em todo o mundo alcança à maioria dos idiomas, as ciências exatas e naturais, a música, a informática acompanha a história das sociedades e seu desenvolvimento global e dinâmico. Daí a agregação da tecnologia para produzir textos em Braille com maior qualidade e quantidade (ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - MEC 2018). O surgimento do sistema Braille abriu novas portas para a comunicação, educação e cultura de pessoas portadoras de deficiência visual. Foi inventado na França por Louis Braille, jovem cego, reconhecendo-se o ano de 1825 como o marco dessa importante conquista para a educação e integração dos deficientes visuais na sociedade. No sistema de escrita e, principalmente, de leitura Braille, através de um método lógico de pontos em relevo, distribuídos em duas colunas de três pontos para cada símbolo letra, uma pessoa cega pode, por meio do tato das pontas de seus dedos, ler o que, com um aparelho especial denominado reglete e uma pulsão, “desenhou” anteriormente. (SAC - SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS CEGOS). As Imprensas Braille produzem os seus livros utilizando máquinas estereotipias semelhantes às máquinas especiais de datilografia, sendo, porém, elétricas. Essas máquinas permitem escrita do Braille em matrizes de metal. Essa escrita é feita dos dois lados da matriz, permitindo a impressão do Braille nas duas faces do papel. O Sistema é constituído por 63 sinais, obtido pela combinação metódica de seis pontos, como dito inicialmente que, na sua forma fundamental, se agrupam em duas filas verticais e justapostas de três pontos cada. Estes sinais não excedem o campo táctil e podem 12 ser identificados com rapidez, pois, pela sua forma, adaptam-se exatamente à polpa do dedo. Na leitura, qualquer letra ou sinal braille é apreendido em todas as suas partes ao mesmo tempo, sem que o dedo tenha que ziguezaguear para cima e para baixo. Nos leitores experimentados, o único movimento que se observa é da esquerda para a direita, ao longo das linhas. Não somente a mão direita corre com agilidade sobre as linhas, mas também a mão esquerda toma parte ativa na interpretação dos sinais. Em alguns leitores a mão esquerda avança até mais ou menos metade da linha, proporcionando assim um notável aumento de velocidade na leitura (GOV. ES 2018). 2.5 LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS As Línguas de Sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades surdas. Ao contrário do que muitos imaginam as Línguas de Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias. Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas também são compostas pelos níveis linguísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico. O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas oral-auditivas são denominados sinais nas línguas de sinais. O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial. Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua de Sinais irá aprender outra língua, como o francês, inglês, entre outras (www.libras.org.br). São elementos importantes na educação do aluno surdo: Falar de forma clara, espontânea e em tom normal para o aluno 13 surdo, pois desta forma o estudante não perderia o campo visual de fala do orador; Atentar para alternativas diferenciadas no estabelecimento da comunicação, tais como: valorizar a expressão facial e corporal, articular corretamente as palavras, usar vocabulário compreensível (para a maioria dos alunos surdos que tem dificuldades na língua portuguesa) bem como materiais e recursos visuais variados (mapas, gráficos, tabelas, legenda, etc.); exigir intérprete de libras, se assim for necessário e solicitado; escrever de maneira visível, legível e de fácil localização no quadro-negro ou fixar em murais recados e avisos sobre trabalhos, provas, aulas práticas, laboratoriais, mudanças de horários de atividades programadas; deixar à disposição material para fotocopiar ou indicar referências bibliográficas completas (livro, autor e editora); cuidar quanto à verificação e preferência de legendas nas programações com vídeo; disponibilizar materiais e equipamentos específicos como: prótese auditiva, treinadores de fala, softwares específicos. Observar se o espaço físico apresenta dificuldades como: muita luminosidade com reflexão solar ou pouca luminosidade, excesso de barulho externo e/ou interno ao ambiente, salas e/ou auditórios muito amplos, interferindo com a inflexão do próprio som da fala do professor, distância entre o púlpito do professor e os alunos, etc. (DIAS DE SÁ, 2003). 2.6 RECURSOS, TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS PARA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA Segundo PELOSI (2011), os símbolos são as representações auditivas ou visuais, táteis de um conceito. Na CAA utiliza-se de vários símbolos como os objetos, a fala, os gestos, a linguagem de sinais, as fotografias, os desenhos e a escrita. 14 Há vários tipos de símbolos que são usados para representar mensagens. Eles podem ser divididos em: Símbolos que não necessitam de recursos externos - o indivíduo utiliza apenas o seu corpo para se comunicar. São exemplos desse sistema os gestos, os sinais manuais, as vocalizações e as expressões faciais. Símbolos que necessitam de recursos externos - requerem instrumentos ou equipamentos além do corpo do usuário para produzir uma mensagem. Esses sistemas podem ser muito simples, ou de baixa tecnologia ou tecnologicamente complexos ou de alta tecnologia (PELOSI, 2011). 2.7 TIPOS DE SÍMBOLOS Segundo Miryam Pelosi (2011): Objetos reais - podem ser idênticos ao que estão representando ou similares, no qual há variações quanto ao tamanho, cor ou outra característica. Miniaturas - os objetos em miniatura precisam ser selecionados com cuidado para que possam ser utilizados como recursos de comunicação. Devem ser consideradas as possibilidades visuais e intelectuais dos indivíduos na sua utilização. Objetos parciais- em situações nas quais os objetos a serem representados são muito grandes, a utilização de parte do objeto pode ser muito apropriada. Fotografias - fotos coloridas ou preto e branco podem ser utilizadas para representar objetos, pessoas, ações, lugares ou atividades. Nas escolas, muitas vezes, são utilizados recortes de revistas ou embalagens de produtos. 15 2.8 BAIXA E ALTA TECNOLOGIA Os recursos são os objetos ou equipamentos utilizados para transmitir as mensagens e podem ser de baixa ou dealta tecnologia. Dentre os recursos de baixa tecnologia de comunicação temos as pranchas de comunicação que podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. Elas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário. Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora. Eye-gaze - pranchas de apontar com os olhos que podem ser dispostas sobre a mesa ou apoiada em um suporte de acrílico ou plástico colocado na vertical. O indivíduo também pode apontar com o auxílio de uma lanterna com foco convergente, fixada ao lado de sua cabeça, iluminando a resposta desejada (PELOSI, 2011). Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita a fixação de símbolos ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No seu avental o parceiro de comunicação prende as letras ou as palavras e a criança responde através do olhar. 16 Comunicador em forma de relógio - o comunicador é um recurso que possibilita o indivíduo dar sua resposta com autonomia, mesmo quando ele apresenta uma dificuldade motora severa. Seu princípio é semelhante ao do relógio, só que é a pessoa que comanda o movimento do ponteiro usando um acionador (PELOSI, 2011). A autora relata ainda que são recursos de alta tecnologia: - “Comunicadores com voz gravada - são comunicadores onde as mensagens podem ser gravadas pelo parceiro de comunicação.” - “Comunicadores com voz sintetizada - no comunicador com voz sintetizada o texto é transformado eletronicamente em voz.” - “Computadores - com o avanço da tecnologia têm surgido novos sistemas de CAA para as pessoas com necessidades especiais como o Classroom, o Overlay Maker, o Comunicar com Símbolos, o Boardmaker, o Invento, entre outros.” 2.9 AJUDAS TÉCNICAS OU TECNOLOGIA ASSISTIVA Tecnologia Assistiva - TA é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com 17 deficiência e consequentemente promover vida independente e inclusão (BERSCH & TONOLLI, 2006). Num sentido amplo percebemos que a evolução tecnológica caminha na direção de tornar a vida mais fácil. Sem percebermos utilizamos constantemente ferramentas que foram especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades do cotidiano, como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, automóveis, telefones celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de recursos, que já estão assimilados à nossa rotina e, num senso geral, “são instrumentos que facilitam nosso desempenho em funções pretendidas”. Introduzirmos o conceito da TA como: “Para as pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis” (RADABAUGH, 1993). Cook e Hussey definem a TA citando o conceito do ADA - American with Disabilities Act, como “uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências” (COOK & HUSSEY, 1995). A TA deve ser entendida como um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento (KINQ, 1999 apud PELOSI, 2005). Podemos então dizer que o objetivo maior da TA é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho (KINQ, 1999 apud PELOSI, 2005). A Constituição Federal (CF), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN); as reuniões dos Comitês Técnicos, decretos como o Decreto nº 6.949 de 2009 que 18 INTRODUÇÃO promulgou a Convenção Internacional (2007) sobre os Direitos das pessoas com Deficiência e o Decreto nº 7.612 de 17 de novembro de 2011 que instituiu o Plano Nacional dos Direitos da pessoa com deficiência “Viver sem limites” são apenas alguns dos documentos oficiais e, digamos, “ordens” do legislativo que corroboram com os direitos de acesso das pessoas com alguma deficiência, sem esquecermos a Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000 que estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. O Decreto nº 3298 de 20 de dezembro de 1999 considera “Ajudas Técnicas” como os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo e permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. O art. 61 do Decreto nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004 diz que Ajudas Técnicas é o termo utilizado na legislação brasileira que engloba produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologias adaptadas ou especialmente projetadas para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal total ou assistida. A inclusão de alunos com necessidades especiais na classe regular implica o desenvolvimento de ações adaptativas, como a flexibilização do currículo, para que ele possa ser desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula e atender as necessidades individuais de todos os alunos. Essas adaptações curriculares realizam-se em três níveis: 1 Adaptações no nível do projeto pedagógico (currículo escolar) que devem focalizar, principalmente, a organização escolar e os serviços de apoio, propiciando condições estruturais que possam ocorrer no nível de sala de aula e no nível individual. 2 Adaptações relativas ao currículo da classe, que se referem, 19 principalmente, à programação das atividades elaboradas para sala de aula. 3 Adaptações individualizadas do currículo, que focalizam a atuação do professor na avaliação e no atendimento a cada aluno. Uma escola inclusiva é aquela em que todos os alunos recebem oportunidades adequadas às suas habilidades e necessidades. O princípio orientador da declaração de Salamanca de 1994 é de que todas as escolas devam receber todas as crianças independentemente das suas condições físicas, sociais, emocionais ou intelectuais (CARVALHO, 1997 apud WALTER, 2010). EVOLUÇÃO E DEFINIÇÃO2.10 Podemos pontuar na metade da década de 1980, o surgimento dos movimentos e lutas que almejavam ampliação do acesso e da qualidade na educação das pessoas com deficiência. Walter (2010) sintetiza assim a história da comunicação alternativa: - Início no Brasil, na década de 70, na escola Quero-Quero em São Paulo com o uso do método Bliss por estudantes com deficiência motora, porém sem alterações cognitivas, possibilitando o uso de um sistema simbólico altamente abstrato; - Na década de 80, as escolas especiais começaram a utilizar alguns sistemas com fotos e figuras como sistema de comunicação alternativa com alunos não oralizados e com deficiência motora, e também nas escolas destinadas ao atendimento de pessoas com autismo; - Na década de 90, a Comunicação Alternativa começa a ser questionada e implementada no campo científico, passando a compor a metodologia utilizada por pesquisadores de programas de 20 pós-graduação em educação especial, sendo colocados a prova diferentes métodos e recursos destinados a compensar a ausência de fala por sujeitos com diferentes deficiências. Nesta última década, temos visto inúmeros trabalhos já publicados e os resultados vêm apontando grande vantagem no uso da Comunicação Alternativa e Tecnologia Assistiva nos diferentes contextos da vida, pois elas são de extrema importânciapara suprir e compensar os graves distúrbios da comunicação oral de pessoas não verbais incluídas no ensino regular e, como dito, em outros contextos da vida. Em 16 de novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos humanos da Presidência da República SEDH/PR -, através da portaria nº 142, instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas CAT –, que reúne um grupo de especialistas brasileiros e Representantes de órgãos governamentais, agenda de trabalho. O CAT TEM COMO OBJETIVOS PRINCIPAIS: - Apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias entre a sociedade civil e órgãos públicos referentes à área de tecnologia assistiva; - Estruturar as diretrizes da área de conhecimento; - Realizar levantamento dos recursos humanos que atualmente trabalham com o tema; - Detectar os centros regionais de referência, objetivando a formação de rede nacional integrada; - Estimular nas esferas federal, estadual, municipal, a criação de centros de referência; - Propor a criação de cursos na área de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimento de outras ações com o objetivo de formar recursos humanos qualificados e propor a elaboração de estudos e pesquisas, relacionados com o tema da tecnologia assistiva (Brasil, 2006). 21 TECNOLOGIA ASSISTIVA – CONCEITO BRASILEIRO Em 16 de novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República - SEDH/PR, através da portaria nº 142, instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, que reuniu um grupo de especialistas brasileiros e representantes de órgãos governamentais, em uma agenda de trabalho. No CAT foi instituído como objetivos principais: - Apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias entre a sociedade civil e órgãos públicos referentes à área de tecnologia assistiva; - Estruturar as diretrizes da área de conhecimento; - Realizar levantamento dos recursos humanos que atualmente trabalham com o tema; - Detectar os centros regionais de referência, objetivando a formação de rede nacional integrada; estimular nas esferas federal, estadual, municipal, a criação de centros de referência; - Propor a criação de cursos na área de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimento de outras ações com o objetivo de formar recursos humanos qualificados e propor a elaboração de estudos e pesquisas, relacionados com o tema da tecnologia assistiva (BRASIL – SDHPR, 2012). Para elaborar um conceito de tecnologia assistiva que pudesse subsidiar as políticas públicas brasileiras os membros do CAT fizeram 22 uma profunda revisão no referencial teórico internacional, pesquisando os termos Ayudas Tecnicas, Ajudas Técnicas, Assistive Tecnology, Tecnologia Assistiva e Tecnologia de Apoio. Alguns dos conceitos pesquisados são citados e analisados no texto que segue (PORTUGAL, 2007). De acordo com o Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (SNRIPD) de Portugal afirma: “Entende-se por ajudas técnicas qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e prática utilizada por pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente, produzido ou geralmente disponível para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos” (PORTUGAL, 2007). Nesta descrição percebemos a grande abrangência do tema, que extrapola a concepção de produto e agrega outras atribuições ao conceito de ajudas técnicas como: estratégias, serviços e práticas que favorecem o desenvolvimento de habilidades de pessoas com deficiência. O conceito proposto no documento "Empowering Users Through Assistive Technology" - EUSTAT, elaborado por uma comissão de países da União Europeia traz incorporado ao conceito da tecnologia assistiva as várias ações em favor da funcionalidade das pessoas com deficiência afirmando: “...em primeiro lugar, o termo tecnologia não indica apenas objetos físicos, como dispositivos ou equipamento, mas antes se refere mais genericamente a produtos, contextos organizacionais ou modos de agir, que encerram uma série de princípios e componentes técnicos” (EUROPEAN COMMISSION - DGXIII, 1998). Já os documentos de legislação nos Estados Unidos apresentam a TA como recursos e serviços sendo que: 23 “Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos”. (ADA - American with Disabilities ACT 1994.) A partir destes e outros referenciais o CAT - aprovou, em 14 de dezembro de 2007, O conceito brasileiro de Tecnologia Assistiva: "Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social" (BRASIL - SDHPR. – Comitê de Ajudas Técnicas – ATA VII). 3.1 MODALIDADES, CATEGORIAS OU CLASSIFICAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA A TA se organiza em modalidades ou especialidades e essa forma de classificação varia conforme diferentes autores ou instituições que trabalham com a TA. A organização por modalidades contribui para o desenvolvimento de pesquisas, recursos, especializações profissionais e organização de serviços (SÁ; 2003; BERSCH, 2007). 24 Igualmente afirmam Sartoretto e Bersch (2013) que a importância das classificações no âmbito da tecnologia assistiva se dá pela promoção da organização desta área de conhecimento e servirá ao estudo, pesquisa, desenvolvimento, promoção de políticas públicas, organização de serviços, catalogação e formação de banco de dados para identificação dos recursos mais apropriados ao atendimento de uma necessidade funcional do usuário final. Bersch (2008) explica que os recursos de tecnologia assistiva são organizados ou classificados de acordo com objetivos funcionais a que se destinam. Os profissionais que trabalham com a Tecnologia Assistiva são responsáveis pela avaliação do usuário e seleção do recurso apropriado; o desenvolvimento de novas tecnologias; o ensino sobre a utilização do equipamento e a implementação nos diferentes ambientes como a casa, a escola, a comunidade e o local de trabalho. Relembrando que a equipe de TA é de característica multidisciplinar e envolve professores, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, engenheiros, entre outras áreas (BERSCH; PELOSI, 2006). Várias classificações de TA foram desenvolvidas para finalidades distintas e ela cita a ISO 9999/2002 como uma importante classificação internacional de recursos, aplicada em vários países. O Sistema Nacional de Classificação dos Recursos e Serviços de TA, dos Estados Unidos, diferencia-se da ISO ao apresentar, além da descrição ordenada dos recursos, o conceito e a descrição de serviços de TA. A classificação HEART, é apresentada de forma adaptada no documento EUSTAT – Empowering Users Through Assistive Technology –, que foi elaborado por um grupo de pesquisadores de vários países da União Europeia e é considerada por eles, como sendo a mais apropriada para a formação dos usuários finais de TA, bem como para formação de recursos humanos nesta área. 25 Como Sá (2003), Bersch (2008) justifica que ao apresentar uma classificação de TA, seguida de redefinições por categorias, destaca-se que a sua importância está no fato de organizar a utilização, prescrição, estudo e pesquisa de recursos e serviços em TA, além de oferecer ao mercado focos específicos de trabalho e especialização. A classificação abaixo foi construída com base nas diretrizes da ADA,tomamos também contribuições de Bersch (2008); Manzini (2006), Sá (2003), porém, não é definitiva e pode variar segundo alguns autores. Auxílio para a vida diária materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais. 1- AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA E VIDA PRÁTICA https://institutoitard.com.br/wp-content/uploads/2019/04/image9.jpg https://institutoitard.com.br/wp-content/uploads/2019/04/image17.jpg 26 Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais. São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos para transferência, barras de apoio, etc. Também estão incluídos nesta categoria os equipamentos que promovem a independência das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever, entre outros (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). 2 - CAA - COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar, escrever e/ou compreender. Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o computador com softwares específicos e pranchas dinâmicas em computadores tipo tablets, garantem grande eficiência à função comunicativa (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). 27 http://memoriasdomeubau.blogspot.com/2014/06/caa-comunicacao-aumentativa-e.html 3 - RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR https://images.app.goo.gl/99EZMtz4hJzGAK2XA Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o computador acessível a pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas), intelectuais e motoras. Inclui dispositivos de entrada (mouses, teclados e acionadores diferenciados) e dispositivos de saída (sons, imagens, informações táteis). São exemplos de dispositivos de entrada os teclados modificados, os teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, software de reconhecimento de voz, dispositivos apontadores que valorizam movimento de cabeça, movimento de olhos, ondas cerebrais (pensamento), órteses e ponteiras para 28 digitação, entre outros. Como dispositivos de saída podemos citar softwares leitores de tela, software para ajustes de cores e tamanhos das informações (efeito lupa), os softwares leitores de texto impresso (OCR), impressoras braile e linha braile, impressão em relevo, entre outros (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). 4 - SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE Através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras podem ligar, desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores, ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto pode ser acionado de forma direta ou indireta e neste caso, um sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a determinação de que seja ativado, se dará por acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz, etc. https://images.app.goo.gl/ZAkAW8QmwF7pE4PF8 As casas inteligentes podem também se auto ajustar às informações do ambiente como temperatura, luz, hora do dia, presença de ou ausência de objetos e movimentos, entre outros. 29 Estas informações ativam uma programação de funções como apagar ou acender luzes, desligar fogo ou torneira, trancar ou abrir portas. No campo da Tecnologia Assistiva a automação residencial visa a promoção de maior independência no lar e também a proteção, a educação e o cuidado de pessoas idosas, dos que sofrem de demência ou que possuem deficiência intelectual (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). 5 - PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA ACESSIBILIDADE Projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e mobilidade a todas as pessoas, independentemente de sua condição física e sensorial. Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, por meio de rampas, elevadores, adequações em banheiros, mobiliário, entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). Fonte: freepik 30 6 - ÓRTESES E PRÓTESES Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo. Órteses são colocadas junto a um segmento do corpo, garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural, entre outros (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). Fonte: freepik 31 7 - ADEQUAÇÃO POSTURAL Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto. Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e com boa distribuição do peso corporal. Indivíduos que utilizam cadeiras de rodas serão os grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos que levem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações musculoesqueléticas existentes (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). Recursos que auxiliam e estabilizam a postura deitada e de pé também estão incluídos, portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos, entre outros, fazem parte deste grupo de recursos da TA. Quando utilizados precocemente os recursos de adequação postural auxiliam na prevenção de deformidades corporais (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). 32 8 - AUXÍLIOS DE MOBILIDADE A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo, equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal. Auxílios para ampliação da função visual e recursos que traduzem conteúdos visuais em áudio ou informação tátil (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). São exemplos: auxílios ópticos, lentes, lupas manuais e lupas eletrônicas; os softwares ampliadores de tela. Material gráfico com texturas e relevos, mapas e gráficos táteis, software OCR em celulares para identificação de texto informativo, etc (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). Fonte: freepik Auxílios que incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, sistemas com alerta táctil-visual, celular com mensagens escritas e chamadas por vibração, software que favorece a comunicação ao telefone celular transformando em voz o texto digitado no celular e em texto a mensagem falada. Livros, textos e dicionários digitais em língua de sinais. Sistema de legendas (close-caption/subtitles). (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).33 9 - MOBILIDADE EM VEÍCULOS Acessórios que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para cadeiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras de rodas, serviços de autoescola para pessoas com deficiência. (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). https://www.slideshare.net/mdarlen/tecnologia-assistiva-76187619 10 - ESPORTE E LAZER Recursos que favorecem a prática de esporte e participação em atividades de lazer. (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003). Fonte: freepik 34 3.2 O QUE É E O QUE NÃO É TECNOLOGIA ASSISTIVA A TA deve ser entendida como o “recurso do usuário” e não como “recurso do profissional”. Isto se justifica pelo fato de que ela serve à pessoa com deficiência que necessita desempenhar funções do cotidiano de forma independente. Por exemplo: a bengala é da pessoa cega ou daquela que precisa de um apoio para a locomoção; a cadeira de rodas é de quem possui uma deficiência física e com este recurso chega aos lugares que necessita; a lente servirá a quem precisa melhorar sua eficiência visual. O software leitor, fala o conteúdo de textos digitalizados à pessoa com deficiência visual ou a quem não consegue ler em função da dislexia ou deficiência intelectual. Todos estes recursos promovem maior eficiência e autonomia nas várias atividades de interesse de seus usuários. Por princípio, o recurso de TA acompanha naturalmente o usuário que o utilizará em diferentes espaços na sua vida cotidiana (BRASIL – SDHPR, 2012). Devemos diferenciar a TA de outras tecnologias como as aplicadas na área médica e de reabilitação. No campo da saúde a tecnologia visa facilitar e qualificar a atividade dos profissionais em procedimentos de avaliação e intervenção terapêutica. São equipamentos utilizados no diagnóstico de saúde, no tratamento de doenças ou na atividade específica de reabilitação, como melhorar a força muscular de um indivíduo, sua amplitude de movimentos ou equilíbrio. Estes equipamentos não são tecnologia assistiva e sim tecnologia médica ou de reabilitação (BRASIL – SDHPR, 2012). A tecnologia educacional também é facilmente confundida com a Tecnologia Assistiva. Um aluno com deficiência física nos membros inferiores e que faz uso de cadeira de rodas, utilizará o computador com o mesmo objetivo que seus colegas: pesquisar na web, construir textos, tabular informações, organizar suas apresentações, etc. O computador é para este aluno, como para seus colegas, uma 35 ferramenta tecnológica aplicada no contexto educacional e, neste caso, não se trata de Tecnologia Assistiva. Qualquer aluno, tendo ou não deficiência ao utilizar um software educacional está se beneficiando da tecnologia para o aprendizado. Na escola o professor propõe novas ferramentas tecnológicas com objetivo de diversificar e qualificar o acesso ativo dos alunos às informações e também proporcionar a eles múltiplas formas de organizarem, expressarem e apresentarem os conhecimentos construídos (BRASIL – SDHPR, 2012). Quando então a tecnologia pode ser considerada Assistiva no contexto educacional? Quando ela é utilizada por um aluno com deficiência e tem por objetivo romper barreiras sensoriais, motoras ou cognitivas que limitam/impedem seu acesso às informações ou limitam/impedem o registro e expressão sobre os conhecimentos adquiridos por ele; quando favorecem seu acesso e participação ativa e autônoma em projetos pedagógicos; quando possibilitam a manipulação de objetos de estudos; quando percebemos que sem este recurso tecnológico a participação ativa do aluno no desafio de aprendizagem seria restrito ou inexistente. São exemplos de TA no contexto educacional os mouses diferenciados, teclados virtuais com varreduras e acionadores, softwares de comunicação alternativa, leitores de texto, textos ampliados, textos em Braille, textos com símbolos, mobiliário acessível, recursos de mobilidade pessoal, entre outros (BRASIL – SDHPR, 2012). Segundo BRASIL (2012), no campo educacional, por vezes, pode haver uma distinção sutil entre TA e tecnologia educacional e para tirar dúvidas a respeito disso sugiro que se façam três perguntas: - O recurso está sendo utilizado por um aluno que enfrenta alguma barreira em função de sua deficiência (sensorial, motora ou intelectual) e este recurso/estratégia o auxilia na superação desta barreira? - O recurso está apoiando o aluno na realização de uma tarefa e proporcionando a ele a participação autônoma no desafio educacional, 36 visando sempre chegar ao objetivo educacional proposto? - Sem este recurso o aluno estaria em desvantagem ou excluído de participação? Tendo respostas afirmativas para as três questões, eu ouso chamar a ferramenta utilizada pelo aluno de Tecnologia Assistiva, mesmo quando ela também se refere à tecnologia educacional comum. Podemos afirmar então que a tecnologia educacional comum nem sempre será assistiva, mas também poderá exercer a função assistiva quando favorecer de forma significativa a participação do aluno com deficiência no desempenho de uma tarefa escolar proposta a ele (BRASIL – SDHPR, 2012). Dizemos que é tecnologia assistiva quando percebemos que retirando o apoio dado pelo recurso, o aluno fica com dificuldades de realizar a tarefa e está excluído da participação (BRASIL – SDHPR, 2012). 3.3 TERMINOLOGIA APLICADA EM NOSSO PAÍS Ao pesquisar o tema da Tecnologia Assistiva deveremos direcionar a busca a partir dos termos: tecnologia assistiva, ajudas técnicas, tecnologia de apoio. Na legislação brasileira, o que aprofundaremos a seguir, ainda é aplicado o termo “ajudas técnicas”, quando trata das garantias ao cidadão brasileiro com deficiência de acesso a recursos destinados a melhorar suas habilidades funcionais. Em agosto de 2007, o CAT/ SEDH / PR aprovou o termo Tecnologia Assistiva como sendo o mais adequado e passa a utilizá-lo em toda a documentação legal por ele produzida. Desta forma, estimula que o termo tecnologia assistiva seja aplicado nas formações de recursos humanos, nas pesquisas e referenciais teóricos brasileiros. O comitê 37 sugere também que se façam os possíveis encaminhamentos para revisão da nomenclatura em instrumentos legais. A aprovação no CAT para a oficialização do termo tecnologia assistiva leva em conta a ausência de consenso sobre haver diferença conceitual entre os termos pesquisados no referencial teórico internacional. Os conceitos aplicados a cada um destes termos ora se assemelham, ora mostram algumas diferenças, principalmente na abrangência, pois podem referir-se especificamente a um artefato ou podem ainda incluir serviços, práticas e metodologias aplicadas ao alcance da ampliação da funcionalidade de pessoas com deficiência. O CAT considera também que há uma tendência nacional já firmada da utilização do termo Tecnologia Assistiva no meio acadêmico, nas organizações de pessoas com deficiência, em setores governamentais (MEC, MCT, CNPq) e no mercado de produtos. Justifica ainda que tecnologia assistiva por ser um termo criado para representar um conceito específico nos remete diretamente à compreensão deste conceito e se solidifica. O CAT propõe ainda que as expressões "tecnologia assistiva" e "ajudas técnicas", neste momento, continuem sendo entendidas como sinônimos, pois em nossa legislação oficial ainda consta o termo “ajudas técnicas”. 3.4 A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA EM TA E AS AÇÕES GOVERNAMENTAIS Apesar de a legislação brasileira apontar para o direito do cidadão com deficiência da concessão dos recursos de tecnologia assistiva dos quais necessita, estamos no início de um trabalho para o reconhecimento e estruturação desta área de conhecimento em nosso país. Inicial também é o estágio de incentivos à pesquisa e à produção nacional de recursos de TA, que venham a atender a grande38 demanda reprimida existente, no entanto, passos importantes estão acontecendo nestes últimos anos (LIMA, 2007). No Decreto 3.298 de 1999, no artigo 19, fala do direito do cidadão brasileiro com deficiência às Ajudas Técnicas. Nele consta que: “Consideram-se ajudas técnicas, para os efeitos deste Decreto, os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. Parágrafo único São ajudas técnicas: 1- Próteses auditivas, visuais e físicas; 2- Órteses que favoreçam a adequação funcional; 3- Equipamentos e elementos necessários à terapia e reabilitação da pessoa portadora de deficiência; 4- Equipamentos, maquinarias e utensílios de trabalho especialmente desenhados ou adaptados para uso por pessoa portadora de deficiência; 5- Elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal necessários para facilitar a autonomia e a segurança da pessoa portadora de deficiência; 6- Elementos especiais para facilitar a comunicação, a informação e a sinalização para pessoa portadora de deficiência; 7- Equipamentos e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa portadora de deficiência; 8- Adaptações ambientais e outras que garantam o acesso, a melhoria funcional e a autonomia pessoal; e 9- Bolsas coletoras para os portadores de ostomia." Também o decreto 5.296 de 2004 que dá prioridade de atendimento e 39 estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, possui um capítulo específico sobre as ajudas técnicas (VII) em que descreve várias intenções governamentais na área da tecnologia assistiva, além de referir a constituição do CAT/SEDH. Neste decreto encontramos que: “Consideram-se ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade de pessoas portadoras de deficiência, com habilidade reduzida favorecendo autonomia pessoal, total ou assistida" (LIMA, 2007). O Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência da ONU e a incorporou ao seu ordenamento jurídico conferindo-lhe equivalência constitucional (BRASIL, SDHPR - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SNPD. 2012). Os Estados Partes desta Convenção comprometem-se a assegurar os direitos nela impressos e aqui destacamos todos os artigos referentes ao tema da Tecnologia Assistiva: “Artigo 4. Das obrigações gerais: Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a disponibilidade e o emprego de novas tecnologias, inclusive as tecnologias da informação e comunicação, ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, adequados a pessoas com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo acessível; Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência a respeito de ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e 40 tecnologias assistivas, incluindo novas tecnologias bem como outras formas de assistência, serviços de apoio e instalações; Artigo 20: Mobilidade pessoal Facilitando às pessoas com deficiência o acesso a tecnologias assistivas, dispositivos e ajudas técnicas de qualidade, e formas de assistência humana ou animal e de mediadores, inclusive tornando-os disponíveis a custo acessível; Incentivando entidades que produzem ajudas técnicas de mobilidade, dispositivos e tecnologias assistivas a levarem em conta todos os aspectos relativos à mobilidade de pessoas com deficiência. Artigo 26: Habilitação e reabilitação Os Estados Partes promoverão a disponibilidade, o conhecimento e o uso de dispositivos e tecnologias assistivas, projetados para pessoas com deficiência e relacionados com a habilitação e a reabilitação. Artigo 29: Participação na vida política e pública Proteção do direito das pessoas com deficiência ao voto secreto em eleições e plebiscitos, sem intimidação, e a candidatar-se nas eleições, efetivamente ocupar cargos eletivos e desempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de governo, usando novas tecnologias assistivas, quando apropriado; Artigo 32: Cooperação Internacional Propiciar, de maneira apropriada, assistência técnica e financeira, inclusive mediante facilitação do acesso a tecnologias assistivas e acessíveis e seu compartilhamento, bem como por meio de transferência de tecnologias.” (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - UNU, 2007) Mais recentemente temos a Lei Brasileira de Inclusão, LEI Nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que no seu Art. 74 diz: "É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, 41 métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida." A legislação brasileira estabelece o direito à tecnologia assistiva e preconiza uma ação propositiva da parte do governo, para atender esta demanda, no entanto, o cidadão brasileiro com deficiência carece primeiramente da informação sobre a existência desta legislação e da implicação disto sobre o que lhe é de direito. Não há ainda uma orientação pública acessível (texto orientador ou site institucional) que concentre as informações necessárias sobre Tecnologia Assistiva e aponte aos usuários finais, de forma clara e fácil, os caminhos para o acesso a estes bens e serviços públicos. As informações existentes estão pulverizadas e ficam, muitas vezes, restritas aos diferentes agentes de governo e que atuam nas áreas saúde, educação, assistência social, direitos humanos, trabalho, fazenda, etc. (BERSCH, 2013 P 17); de 2007 a 2010 tivemos importantes ações decorrentes da Agenda Social da Presidência da República. Em 2011, O Programa Viver sem Limites, recursos financeiros públicos foram aplicados em políticas sociais que integram ações de vários ministérios voltadas às pessoas com deficiência. Entre elas, estava o incremento da pesquisa, desenvolvimento e inovação da TA (Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação) e a organização de redes de serviços e concessão de Tecnologia Assistiva (Ministério da Saúde). A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (MEC) efetivou os Programas Salas de Recursos Multifuncionais e o Programa Escola Acessível (BRASIL, 2011). Uma ação conjunta entre Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Ministério da Fazenda e Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com o Banco do Brasil, promoveu a criação de um crédito especial subsidiado para compra direta de 250 itens de produtos de TA. O usuário possui acesso a crédito facilitado, o "BB Crédito Acessibilidade" que conta com taxa de juros de 0,57% ao mês para quem recebe até cinco salários mínimos, ou 0,64% para quem recebe de seis a dez salários mínimos mensais. Para compra do bem ou serviço o financiamento pode ser 42 de até 100% do valor, com limite máximo de até R$ 30 mil por pessoa e prestações debitadas diretamente na conta corrente. O prazo para quitação é de quatro a 60 meses e a primeira prestação pode ser paga em até 59 dias. Outra ação que teve por objetivo facilitar o acesso à Tecnologia Assistiva e a diminuição do custo final dos produtos, foi feita pelo Ministério da Fazenda ao aprovar a isenção de impostos de importação de alguns itens de TA não fabricados no Brasil (ABRIDEF – Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva). Segundo resultados divulgados pelo IBGE, do Censo 2010, o país possui 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representa 23,91% da população. No campo da Tecnologia Assistiva estes números revelam a grande demanda existente no sentido de se incrementar ações de desenvolvimento e concessão destes recursos que são fundamentaisà promoção da inclusão das pessoas com deficiência, tanto no campo da educação, inserção no trabalho como na vida em sociedade. Apesar de visualizarmos ações importantes podemos afirmar que estamos dando os primeiros passos e o que conseguimos fazer no momento atual ainda é insuficiente. 3.5 COMO TER ACESSO A FINANCIAMENTO PARA COMPRA DE TA NO ÂMBITO DAS ESCOLAS PÚBLICAS? As redes públicas de educação possuem financiamento para compra de recursos de TA por meio dos programas Salas de Recursos Multifuncionais, Escola Acessível, do Plano de Ações Articuladas - PAR e do Fundeb duplo. O Ministério da Educação introduziu o Serviço de Tecnologia Assistiva nas escolas públicas por meio do Programa “Salas de Recursos Multifuncionais” (SRMF). As SRMF são espaços onde o professor especializado realiza o “Atendimento Educacional Especializado” (AEE) para alunos com deficiência, no contraturno escolar. É atribuição do professor do AEE reconhecer as 43 necessidades de recursos pedagógicos e de recursos de Tecnologia Assistiva que serão necessários à participação de seu aluno nos desafios de aprendizagem que acontecem no dia a dia da escola comum. Identificando o recurso de TA apropriado o professor encaminhará a sua aquisição e trabalhará junto com seu aluno capacitando-o no uso da tecnologia. Juntos, levarão esta ferramenta para a escola, visando a superação das barreiras à plena participação do aluno nos vários projetos, experimentos, acesso às informações, produções/registros pessoais, comunicação e avaliações (BRASIL, 2011). O programa Escola Acessível disponibiliza verba diretamente na escola na promoção da acessibilidade arquitetônica e compra de recursos de TA. No PAR – Plano de Ações Articuladas, as secretarias de educação municipais e estaduais poderão demandar verbas para adequação do espaço físico de suas escolas, tornando-as acessíveis, poderão ainda solicitar salas de recursos multifuncionais e verbas específicas para compra de recursos de TA destinados à complementação dos equipamentos já existentes nas salas de AEE ou que deverão servir diretamente aos alunos atendidos por este serviço. Ainda no PAR o gestor poderá demandar verbas para a organização de eventos de formação dos profissionais da educação e estes, poderão contemplar o Tema da Tecnologia Assistiva no contexto educacional (FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação MEC). As prefeituras e estados recebem do governo federal o valor referente ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). No caso dos alunos com deficiência o repasse deste valor é acrescido de 1.2 nas matrículas daqueles que frequentam classes comuns do ensino regular e o atendimento educacional especializado. Este valor adicional poderá ser utilizado para a compra de recursos de tecnologia assistiva e também em outras ações destinadas a qualificar a educação inclusiva e a ação da educação especial nesta perspectiva, sendo um exemplo o investimento na formação dos gestores, dos profissionais 44 do AEE e da escola comum (FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação MEC). Desenho Universal O Decreto N° 5.296 de 2004 apresenta o conceito do “Desenho Universal” considerado neste documento legal como: “concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade”. (LIMA, 2007). Acreditamos que este importante conceito do desenho universal, que contempla a realidade da diversidade humana, deva estar cada vez mais presente na formação das nossas engenharias de edificações e de produtos. Desta forma, não precisaríamos investir em reformas e adaptações para atender a um grupo específico de pessoas, mas novos ambientes e produtos serão originalmente criados buscando atender a todos, independentemente de sua idade, tamanho, condição física, intelectual ou sensorial. Precisamos também ultrapassar o entendimento de que o Desenho Universal se destina exclusivamente à concepção e desenvolvimento de espaços e artefatos. Ele se aplica devidamente à ação educacional, quando esta é preparada e exercida levando-se em conta a diversidade existente na escola e o seu valor, na qualificação da educação para todos. Segundo Rose e Meyer (2002), “O Desenho Universal para Aprendizagem (Universal Design for Learning - UDL), é um conjunto de princípios baseados na pesquisa e constitui um modelo prático para maximizar as oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes. Os princípios do Desenho Universal se baseiam na pesquisa do cérebro e mídia para ajudar educadores a atingir todos os estudantes a partir da adoção de 45 objetivos de aprendizagem adequados, escolhendo e desenvolvendo materiais e métodos eficientes, e desenvolvendo modos justos e acurados para avaliar o progresso dos estudantes”. GLOSSÁRIO A Acessibilidade – é oferecer possibilidades de transpor as barreiras que existem na sociedade, garantindo que todas as pessoas possam participar dos diversos âmbitos sociais. Adaptado – espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características originais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis. Ajudas Técnicas - são equipamentos que servem para compensar a deficiência ou atuar-lhe as consequências, impedir o agravamento da situação clínica das pessoas e permitir o exercício das atividades cotidianas e a participação na sua vida escolar, profissional, cultural e social. B Barreiras arquitetônicas - as existentes nos edifícios públicos e privados. C Contraturno - substantivo masculino Turno fora do horário normal, especialmente relacionado com o tempo para as atividades extracurriculares, que são realizadas posteriormente às aulas 46 obrigatórias e estabelecidas por lei. Etimologia (origem da palavra contraturno), Contra + turno. D Distúrbio (ver, também, "incapacidade") - situação, geralmente transitória, em que a pessoa apresenta deficiência ou incapacidade de ordem física (expressão), sensorial ou mental, geralmente reversíveis quando sujeitas a terapias especializadas (médicas, pedagógicas, psicológicas, psicopedagógicas, fonoaudiológicas, entre outras). P Pessoa com mobilidade reduzida – aquela que não se enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. 47 BERSCH, Rita de Cássia Reckziegel. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre: Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, CEDI, 2008. MANZINI, Eduardo José; DELIBERATO, Débora. Portal de ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: recursos para comunicação alternativa. 2 ed. Brasília: MEC/ SEESP, 2006. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ALVES, Ana Cristina de Jesus. Tecnologia Assistiva: identificação de modelos e proposição de um método de implementação de Recursos. São Carlos: UFSCar, 2013. ALVES, Ana Cristina de Jesus; EMMEL, Maria Luisa Guillaumom; MATSUKURA, Thelma Simões. Formação e prática do terapeuta ocupacional que utiliza tecnologia assistiva como recurso terapêutico. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 23, n. 1, p. 24- 33, jan./abr. 2012. ALVES, Ana Cristina de Jesus; MATSUKURA, Thelma Simões. Percepção de alunos com paralisia cerebral sobre o uso de recursos de tecnologia assistiva na escola regular. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v.17, n.2, p.287-304, Mai.-Ago., 2011. ANDRADE, Valéria Sousa de; PEREIRA, Leani Souza Máximo. Influência da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de vida de idosos comunitários frágeis: uma revisão bibliográfica. Rev. Bras. Geriatr.
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