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EDU_ESPECIAL_INCLUSIVA_M4

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EDUCAÇÃO ESPECIAL E 
INCLUSIVA
MÓDULO 4
Caro cursista! 
Esta apostila de estudos será nosso principal recurso 
sobre os conhecimentos que queremos construir 
durante o Módulo IV. Por isso, gostaria que você se 
dedicasse lendo o material com atenção.
No presente módulo abordaremos sobre a 
importância da inovação tecnológica no dia a dia das 
pessoas, os recursos da tecnologia assistiva e suas 
categorias, e como a tecnologia assistiva vem 
auxiliando a inclusão das pessoas com deficiências 
na sociedade e melhorando a qualidade de vida.
2
INTRODUÇÃO
A Educação Especial aborda a Tecnologia Assistiva que por meio do Decreto nº 3298 
de 20 de dezembro de 1999 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm) 
considera “Ajudas Técnicas” como os elementos que permitem 
compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais 
ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de 
permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e 
de possibilitar sua plena inclusão social. 
Segundo Bersch (2010), Ajudas Técnicas e Tecnologia Assistiva são expressões 
sinônimas quando se referem aos recursos desenvolvidos e 
disponibilizados às pessoas com deficiência e que visam ampliar 
suas habilidades no desempenho das funções pretendidas. Contudo, 
o conceito da Tecnologia Assistiva é mais abrangente e agrega a 
organização de serviços destinados ao desenvolvimento, indicação e 
ensino relativo à utilização da tecnologia. O trabalho na tecnologia 
assistiva busca promover a autonomia e a independência funcional 
de seu usuário. E através da Comunicação Alternativa vamos abordar a 
forma de garantir a acessibilidade comunicativa que atende pessoas 
sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua 
necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. 
Buscando então, através da valorização de todas as formas 
expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios desta 
metodologia, construir e ampliar sua via de expressão. 
A comunicação é considerada ampliada quando o indivíduo possui 
comunicação insuficiente através da fala e /ou escrita (por exemplo, 
há fala inteligível apenas no núcleo familiar) e considerada 
alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de 
comunicação. Um Sistema de Comunicação Alternativa que se refere ao 
recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de 
comunicação existentes ou substituem as habilidades de 
comunicação inexistentes. E assim, desta forma, este módulo estará 
contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem na Educação 
Especial. Outro tema a se destacar é o Atendimento Educacional Especializado 
AEE, em que a proposta social é inclusiva, mas a sociedade ainda 
discrimina, cria rótulos e demonstra preconceitos; não olha a pessoa 
como ser humano, mas a deficiência. Por outro lado, o AEE é uma 
política pública do Governo Federal que tem como objetivo maior a 
eliminação de todas as barreiras, sejam elas preconceituosas no 
convívio ou nas atitudes. (BERSCH, 2005).
Iremos esclarecer neste contexto o Decreto n.º 6.571/2008 que define o 
lócus privilegiado do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e reitera a 
compreensão de Educação Especial como serviço complementar e 
suplementar a Educação Regular. Surge então, com o Decreto nº 6571/08, 
as Salas de Recursos Multifuncionais que receberam Kits Pedagógicos 
distribuídos no Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. 
(BERSCH, 2005).
Em continuidade, o AEE deve ser oferecido no contraturno da escola 
comum, de maneira complementar ou suplementar à escolarização 
regular. Em complementação à aplicação e desenvolvimento do AEE 
tem-se a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, que estabelece as Diretrizes Operacionais 
para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade 
Educação Especial, entende-se que esses espaços especializados são 
salas de aulas pertencentes à escola comum, e devem fornecer 
aditivos para suplantar as dificuldades de aprendizagem, bem como, 
possibilitar a relação dos alunos deficientes com os conhecimentos 
escolares e com as outras ferramentas culturais de mediação. 
Sendo assim, o atendimento educacional especializado disponibiliza 
programas de enriquecimento curricular no caso de altas 
habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de 
comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de tecnologia 
assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, 
esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica 
do ensino comum. (BERSCH, 2005).
3
A Educação Especial aborda a Tecnologia Assistiva que por meio do Decreto nº 3298 
de 20 de dezembro de 1999 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm) 
considera “Ajudas Técnicas” como os elementos que permitem 
compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais 
ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de 
permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e 
de possibilitar sua plena inclusão social. 
Segundo Bersch (2010), Ajudas Técnicas e Tecnologia Assistiva são expressões 
sinônimas quando se referem aos recursos desenvolvidos e 
disponibilizados às pessoas com deficiência e que visam ampliar 
suas habilidades no desempenho das funções pretendidas. Contudo, 
o conceito da Tecnologia Assistiva é mais abrangente e agrega a 
organização de serviços destinados ao desenvolvimento, indicação e 
ensino relativo à utilização da tecnologia. O trabalho na tecnologia 
assistiva busca promover a autonomia e a independência funcional 
de seu usuário. E através da Comunicação Alternativa vamos abordar a 
forma de garantir a acessibilidade comunicativa que atende pessoas 
sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua 
necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. 
Buscando então, através da valorização de todas as formas 
expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios desta 
metodologia, construir e ampliar sua via de expressão. 
A comunicação é considerada ampliada quando o indivíduo possui 
comunicação insuficiente através da fala e /ou escrita (por exemplo, 
há fala inteligível apenas no núcleo familiar) e considerada 
alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de 
comunicação. Um Sistema de Comunicação Alternativa que se refere ao 
recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de 
comunicação existentes ou substituem as habilidades de 
comunicação inexistentes. E assim, desta forma, este módulo estará 
contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem na Educação 
Especial. Outro tema a se destacar é o Atendimento Educacional Especializado 
AEE, em que a proposta social é inclusiva, mas a sociedade ainda 
discrimina, cria rótulos e demonstra preconceitos; não olha a pessoa 
como ser humano, mas a deficiência. Por outro lado, o AEE é uma 
política pública do Governo Federal que tem como objetivo maior a 
eliminação de todas as barreiras, sejam elas preconceituosas no 
convívio ou nas atitudes. (BERSCH, 2005).
Iremos esclarecer neste contexto o Decreto n.º 6.571/2008 que define o 
lócus privilegiado do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e reitera a 
compreensão de Educação Especial como serviço complementar e 
suplementar a Educação Regular. Surge então, com o Decreto nº 6571/08, 
as Salas de Recursos Multifuncionais que receberam Kits Pedagógicos 
distribuídos no Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. 
(BERSCH, 2005).
Em continuidade, o AEE deve ser oferecido no contraturno da escola 
comum, de maneira complementar ou suplementar à escolarização 
regular. Em complementação à aplicação e desenvolvimento do AEE 
tem-se a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, que estabelece as Diretrizes Operacionais 
para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade 
Educação Especial, entende-se que esses espaços especializados são 
salas de aulas pertencentes à escola comum, e devem fornecer 
aditivos parasuplantar as dificuldades de aprendizagem, bem como, 
possibilitar a relação dos alunos deficientes com os conhecimentos 
escolares e com as outras ferramentas culturais de mediação. 
Sendo assim, o atendimento educacional especializado disponibiliza 
programas de enriquecimento curricular no caso de altas 
habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de 
comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de tecnologia 
assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, 
esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica 
do ensino comum. (BERSCH, 2005).
4
A Educação Especial aborda a Tecnologia Assistiva que por meio do Decreto nº 3298 
de 20 de dezembro de 1999 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm) 
considera “Ajudas Técnicas” como os elementos que permitem 
compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais 
ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de 
permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e 
de possibilitar sua plena inclusão social. 
Segundo Bersch (2010), Ajudas Técnicas e Tecnologia Assistiva são expressões 
sinônimas quando se referem aos recursos desenvolvidos e 
disponibilizados às pessoas com deficiência e que visam ampliar 
suas habilidades no desempenho das funções pretendidas. Contudo, 
o conceito da Tecnologia Assistiva é mais abrangente e agrega a 
organização de serviços destinados ao desenvolvimento, indicação e 
ensino relativo à utilização da tecnologia. O trabalho na tecnologia 
assistiva busca promover a autonomia e a independência funcional 
de seu usuário. E através da Comunicação Alternativa vamos abordar a 
forma de garantir a acessibilidade comunicativa que atende pessoas 
sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua 
necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. 
Buscando então, através da valorização de todas as formas 
expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios desta 
metodologia, construir e ampliar sua via de expressão. 
A comunicação é considerada ampliada quando o indivíduo possui 
comunicação insuficiente através da fala e /ou escrita (por exemplo, 
há fala inteligível apenas no núcleo familiar) e considerada 
alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de 
comunicação. Um Sistema de Comunicação Alternativa que se refere ao 
recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de 
comunicação existentes ou substituem as habilidades de 
comunicação inexistentes. E assim, desta forma, este módulo estará 
contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem na Educação 
Especial. Outro tema a se destacar é o Atendimento Educacional Especializado 
AEE, em que a proposta social é inclusiva, mas a sociedade ainda 
discrimina, cria rótulos e demonstra preconceitos; não olha a pessoa 
como ser humano, mas a deficiência. Por outro lado, o AEE é uma 
política pública do Governo Federal que tem como objetivo maior a 
eliminação de todas as barreiras, sejam elas preconceituosas no 
convívio ou nas atitudes. (BERSCH, 2005).
Iremos esclarecer neste contexto o Decreto n.º 6.571/2008 que define o 
lócus privilegiado do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e reitera a 
compreensão de Educação Especial como serviço complementar e 
suplementar a Educação Regular. Surge então, com o Decreto nº 6571/08, 
as Salas de Recursos Multifuncionais que receberam Kits Pedagógicos 
distribuídos no Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. 
(BERSCH, 2005).
Em continuidade, o AEE deve ser oferecido no contraturno da escola 
comum, de maneira complementar ou suplementar à escolarização 
regular. Em complementação à aplicação e desenvolvimento do AEE 
tem-se a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, que estabelece as Diretrizes Operacionais 
para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade 
Educação Especial, entende-se que esses espaços especializados são 
salas de aulas pertencentes à escola comum, e devem fornecer 
aditivos para suplantar as dificuldades de aprendizagem, bem como, 
possibilitar a relação dos alunos deficientes com os conhecimentos 
escolares e com as outras ferramentas culturais de mediação. 
Sendo assim, o atendimento educacional especializado disponibiliza 
programas de enriquecimento curricular no caso de altas 
habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de 
comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos de tecnologia 
assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, 
esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica 
do ensino comum. (BERSCH, 2005).
OS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO
Na evolução humana, a linguagem destaca-se como o mais 
importante processo, na medida em que constitui elemento crítico 
não somente para a aquisição de outros sistemas simbólicos, como 
a leitura, a escrita e a matemática, mas também para o 
desenvolvimento de habilidades de relacionamento interpessoal 
(WARREN; KAISER, 1988; SCHUMACHER; SHERMAN, 1978 apud CAPOVILLA, 1994).
Entretanto, estima-se que uma em cada 200 pessoas não 
desenvolvem linguagem oral devido a déficits cognitivos, motores, 
neurológicos e emocionais. Para essas pessoas, sistemas de 
comunicação alternativa constituem importante recurso para a 
promoção de seu desenvolvimento, como veremos ao longo desta 
unidade (CAPOVILLA, 1994).
A primeira ideia que geralmente se tem do conceito de comunicação 
é que nos comunicamos por palavras e pela fala. Por meio da fala 
manifestamos sensações, sentimentos, trocamos informações, 
enfim, conhecemos o outro e nos deixamos conhecer. Porém, a 
comunicação entre pessoas é bem mais abrangente do que 
podemos expressar por meio da fala, ou seja, o ser humano possui 
recursos verbais e não verbais que, na interação interpessoal, se 
misturam e se completam. (CAPOVILLA, 1994).
5
Assim, ao falarmos, podemos sorrir, demonstrando emoções, 
concordar ou discordar por um simples gesto, como balançar a 
cabeça, utilizar gestos para complementar o que falamos ou, 
simplesmente, demonstrar interesse ou desinteresse por aquilo que 
está sendo falado. (PASSERINO, AVILA, BEZ; 2010).
A expressão facial é um importante complemento na comunicação 
entre as pessoas, é através das expressões que transmitimos várias 
informações e estados emocionais, como interesse, alegria, tristeza, 
raiva, medo, nojo, entre outros. Podemos afirmar que a comunicação 
só é bem interpretada quando as nossas expressões condizem com 
que realmente falamos.
Além das expressões faciais, temos os gestos que são poderosa 
fonte de comunicação.
2.1 DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO 
Podemos indicar objetos e pessoas com um simples apontar, utilizar 
gestos sociais com significados, simplesmente acenando, como 
“tchau” ou “oi”. Vemos, então, que a comunicação entre pessoas é 
marcada e complementada por vários elementos comunicativos que 
permitem compreender o outro e, também, ser compreendido (MANZINI, 
2006).
Expressões Corporais 
Na comunicação não verbal, encontramos ausência de intercâmbios 
corporais expressivos, assim como falta de intercâmbios coloquiais 
na comunicação verbal, com falas não ajustadas ao contexto 
(algumas vezes repetitivas e apresentando ecolalia) (HOBSON, 1993 apud 
6
PASSERINO, AVILA, BEZ; 2010).
As dificuldades apresentadas na fala podem ter sua origem em 
dificuldades de dar significado às percepções. Os sujeitos com 
autismo parecem perceber tudo num sentido literal. Pesquisas 
mostram que as imagens podem ser utilizadas para comunicação 
com autistas e que a linguagem escrita é melhor que a falada para os 
autistas. Como os disléxicos, os autistas podem ter um defeito no 
hemisfério esquerdo (JORDAN; POWELL, 1995 apud PASSERINO, AVILA, BEZ; 2010).
Sigman e Capps (2000 apud PASSERINO, AVILA, BEZ; 2010) alertam para o fato de que 
embora alguns desenvolvam a linguagem, utilizando as palavras e 
as estruturas gramaticais corretamente, sua fala mostra um déficit 
na compreensão e expressão de intençõese crenças. As crianças 
com autismo não fazem o mesmo tipo de sinais comunicativos 
pré-verbais que outras crianças, mesmo aquelas com deficiência 
mental. Os sinais produzidos pelas crianças com autismo são 
idiossincráticos e somente são compreendidos pelos seus pais e 
pessoas que convivem de perto com a criança.
Embora a fala seja a forma de expressão mais utilizada pelo ser 
humano quando pretendem comunicar, no caso da Paralisia 
Cerebral, os indivíduos estão impossibilitados de exercerem um 
controle correto sobre o seu aparelho fonador e impedidos de se 
exprimirem oralmente (SANTOS; SANCHES, 2005).
Estes indivíduos possuem capacidades e necessidades 
comunicativas idênticas as dos indivíduos falantes, se as lesões que 
afetam os mecanismos da fala não os afetarem do ponto de vista 
cognitivo e emocional. Nestes casos a fala não será a sua forma 
privilegiada de comunicar, sendo necessário implementar o mais 
cedo possível um sistema aumentativo e alternativo de 
comunicação (VON TETZCHNER E MARTINSEN ,2000, P17).
A decisão de quando implementar a comunicação aumentativa nem 
7
sempre foi alvo de concordância entre os teóricos como, por 
exemplo, Chapman e Miller (1980 apud BRASIL, 1995) que referem que a 
aquisição quer da linguagem oral, quer de qualquer sistema 
aumentativo de comunicação, propõe o desenvolvimento de certas 
habilidades, que alguns autores situam no estágio V do 
desenvolvimento sensório motor. Neste estágio, a criança tem a 
capacidade de estabelecer relação entre fins e meios, 
permitindo-nos perceber que há intencionalidade nas ações e na 
comunicação (BRASIL, 1995).
Ferreira, Ponte e Azevedo (1999), ressaltam que esta posição foi muito 
contestada e que atualmente é possível a introdução de estratégias 
de comunicação aumentativa precocemente, visto existirem vários 
níveis que vão desde as estratégias básicas para provocar o desejo 
de comunicar, até à implementação e ao uso de um sistema 
aumentativo e alternativo com uma linguagem simbólica muito 
elaborada e com recurso a tecnologias, sendo possível expressar 
capacidades comunicativas. A criança que vive num ambiente 
socioafetivo estimulante, vê emergir mais facilmente modos de 
comunicação, aprendendo precocemente que existem diferentes 
formas de comunicar, susceptíveis de produzir efeitos diferentes 
sobre o ambiente, até adquirir a linguagem simbólica por forma a 
aceder a outros níveis de desenvolvimento.
Hollis e Carrier (1978 apud PONTE; AZEVEDO, 1999) consideram a comunicação um 
fenômeno pré-linguístico que antecede o desenvolvimento da 
linguagem, assim qualquer intervenção que vise implementar uma 
linguagem deve começar pelo treino de competências 
comunicativas.
Na criança com Paralisia Cerebral pode somente ser afetada a fala, não 
a compreensão e os conceitos linguísticos, mas pode acontecer que 
exista outra deficiência na área da linguagem devido à disfunção 
cerebral ou atraso cognitivo.
8
Para que seja implementado um sistema aumentativo e alternativo 
de comunicação deve ser avaliadas as competências comunicativas 
da criança e as suas capacidades simbólicas.
2.2 OS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
A literatura sobre comunicação alternativa tem apontado para uma 
série de sistemas de símbolos que permitem a comunicação de 
pessoas que não produzem linguagem oral. Os mais conhecidos 
são: o Sistema de Símbolos Bliss (Bliss, 1965; Hehner, 1980 apud NUNES et al, 1998), o 
Pictogram Ideogram Communication System - PIC (Maharaj, 1980 apud NUNES et al, 1998) e o 
Picture Communication Symbols - PCS (Johnson, 1981, 1985 apud NUNES et al, 1998).
 
Estes sistemas têm sido tradicionalmente utilizados por portadores 
de deficiência sob a forma de pranchas de madeira, contendo de 50 
a 300 símbolos, acoplados às cadeiras de rodas. Mais recentemente, 
esses sistemas ganharam versões computadorizadas (CAPOVILLA et al, 
1994; MACEDO et al, 1994) e outros sistemas originais foram construídos – 
como o ImagoAnaVox (CAPOVILLA, et al 1996). O ImagoAnaVox emprega 
também recursos avançados de multimídia. Neste sistema são 
conciliadas a comunicação icônica vocálica obtida pelos 5000 
filmes, fotos e respectivos vocábulos e palavras escritas com a 
comunicação silábico-vocálica obtida pelas 1800 sílabas e 
respectivos vocábulos.
Esses sistemas computadorizados apresentam determinadas 
características que os tornam mais adaptados às necessidades 
específicas dos usuários, facilitando o processo de comunicação 
destes com seu ambiente social. Enquanto a prancha tradicional, em 
função de suas dimensões, pode acomodar um número limitado de 
símbolos, o sistema de telas desdobráveis do programa permite o 
acesso a um universo de símbolos cinco a seis vezes maior que a 
prancha (CAPOVILLA, 1994).
9
2.3 SISTEMA AUMENTATIVO E ALTERNATIVO
Segundo Lloyd y Karlan (1984), o Sistema Aumentativo e Alternativo (SPC) foi 
concebido em 1981 por uma terapeuta da fala, Roxana Mayer Johnson, que 
ao verificar que havia indivíduos com dificuldades com o sistema 
Bliss, sentiu a necessidade de criar um sistema que pelas suas 
características pudesse ser facilmente aprendido por estes 
indivíduos.
O autor explica que os símbolos do SPC são iconográficos, 
desenhados a preto sobre fundo branco, na parte superior 
do símbolo está escrito o seu significado para que seja 
facilmente perceptível por pessoas que não conheçam o 
sistema. Os símbolos foram desenhados com o objetivo de:
 * Serem facilmente apreendidos;
 *Serem apropriados para todos os níveis etários;
 *Serem facilmente diferenciados uns dos outros;
 *Simbolizarem as palavras e atos mais comuns usados 
na comunicação diária;
 *Serem agrupados em seis categorias gramaticais;
 *Possíveis de reproduzir em fotocopiadora. 
 
(Lloyd y Karlan, 1984)
O sistema é composto por 3200 símbolos agrupados em seis 
categorias gramaticais. A divisão em categorias relaciona-se com o 
fato de ser adequado à construção de frases simples. As categorias 
são: pessoas, verbos, adjetivos, substantivos, diversos e sociais, 
sendo recomendado o sistema de cores da chave de Fitzgerald. Esta 
chave foi usada em 1926 por uma professora de surdos, com o 
objetivo de ensinar os princípios linguísticos e a estrutura da frase a 
crianças surdas (SANTOS; SANCHEZ, 2005).
Deste modo, as crianças aprendiam a analisar as relações 
funcionais dos elementos de uma frase e a compreender como a 
ordenação das palavras na frase afeta o significado desta. À 
categoria pessoas corresponde a cor amarelo, à categoria verbos a 
cor verde, à categoria substantivos a cor laranja, à categoria 
adjetivos a cor azul, à categoria diversos a cor branca, à categoria 
social a cor rosa. Pensa-se que o uso desta chave para além da 
consistência no seu uso, facilitará a combinação com outros 
sistemas (SANTOS; SANCHEZ, 2005).
O SPC pode ser utilizado tanto por pessoas cujas necessidades 
comunicativas estejam limitadas à necessidade de um vocabulário 
limitado e a uma estruturação frásica simples, como a indivíduos 
que necessitam de utilizar um vocabulário mais vasto e tem 
possibilidades de estruturar frases com maior grau de complexidade 
(SANTOS; SANCHEZ, 2005).
No caso de crianças que usam estes sistemas, as atividades devem 
ser adaptadas e organizadas de modo a facilitarem a participação 
ativa das crianças nas atividades, promovendo o processo de 
aprendizagem e de socialização (GOV. ES 2018).
10
O sistema é composto por 3200 símbolos agrupados em seis 
categorias gramaticais. A divisão em categorias relaciona-se com o 
fato de ser adequado à construção de frases simples. As categorias 
são: pessoas, verbos, adjetivos, substantivos, diversos e sociais, 
sendo recomendado o sistema de cores da chave de Fitzgerald. Esta 
chave foi usada em 1926 por uma professora de surdos, com o 
objetivo de ensinar os princípios linguísticos e a estrutura da frase a 
crianças surdas (SANTOS; SANCHEZ, 2005).
Deste modo, as crianças aprendiam a analisar as relações 
funcionais dos elementos de uma frase e acompreender como a 
ordenação das palavras na frase afeta o significado desta. À 
categoria pessoas corresponde a cor amarelo, à categoria verbos a 
cor verde, à categoria substantivos a cor laranja, à categoria 
adjetivos a cor azul, à categoria diversos a cor branca, à categoria 
social a cor rosa. Pensa-se que o uso desta chave para além da 
consistência no seu uso, facilitará a combinação com outros 
sistemas (SANTOS; SANCHEZ, 2005).
O SPC pode ser utilizado tanto por pessoas cujas necessidades 
comunicativas estejam limitadas à necessidade de um vocabulário 
limitado e a uma estruturação frásica simples, como a indivíduos 
que necessitam de utilizar um vocabulário mais vasto e tem 
possibilidades de estruturar frases com maior grau de complexidade 
(SANTOS; SANCHEZ, 2005).
No caso de crianças que usam estes sistemas, as atividades devem 
ser adaptadas e organizadas de modo a facilitarem a participação 
ativa das crianças nas atividades, promovendo o processo de 
aprendizagem e de socialização (GOV. ES 2018).
2.4 BRAILLE
Fonte: freepik
11
%
O Sistema Braille é considerado obra magistral do francês Louis Braille 
e sua versão mais conhecida data de 1837. O Braille é um sistema 
de pontos em relevo, importantíssimo para a alfabetização de 
pessoas cegas e abre as portas para a comunicação escrita, a 
educação, o trabalho, a vida social e a cultura (MEC 2018).
O impacto da escrita e leitura para as pessoas cegas em todo o 
mundo alcança à maioria dos idiomas, as ciências exatas e naturais, 
a música, a informática acompanha a história das sociedades e seu 
desenvolvimento global e dinâmico. Daí a agregação da tecnologia 
para produzir textos em Braille com maior qualidade e quantidade 
(ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - MEC 2018).
O surgimento do sistema Braille abriu novas portas para a 
comunicação, educação e cultura de pessoas portadoras de 
deficiência visual. Foi inventado na França por Louis Braille, jovem cego, 
reconhecendo-se o ano de 1825 como o marco dessa importante 
conquista para a educação e integração dos deficientes visuais na 
sociedade. No sistema de escrita e, principalmente, de leitura Braille, 
através de um método lógico de pontos em relevo, distribuídos em 
duas colunas de três pontos para cada símbolo letra, uma pessoa 
cega pode, por meio do tato das pontas de seus dedos, ler o que, com 
um aparelho especial denominado reglete e uma pulsão, “desenhou” 
anteriormente. (SAC - SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS CEGOS).
As Imprensas Braille produzem os seus livros utilizando máquinas 
estereotipias semelhantes às máquinas especiais de datilografia, 
sendo, porém, elétricas. Essas máquinas permitem escrita do Braille 
em matrizes de metal. Essa escrita é feita dos dois lados da matriz, 
permitindo a impressão do Braille nas duas faces do papel.
 
O Sistema é constituído por 63 sinais, obtido pela combinação 
metódica de seis pontos, como dito inicialmente que, na sua forma 
fundamental, se agrupam em duas filas verticais e justapostas de 
três pontos cada. Estes sinais não excedem o campo táctil e podem 
12
ser identificados com rapidez, pois, pela sua forma, adaptam-se 
exatamente à polpa do dedo.
Na leitura, qualquer letra ou sinal braille é apreendido em todas as 
suas partes ao mesmo tempo, sem que o dedo tenha que 
ziguezaguear para cima e para baixo.
Nos leitores experimentados, o único movimento que se observa é 
da esquerda para a direita, ao longo das linhas. Não somente a mão 
direita corre com agilidade sobre as linhas, mas também a mão 
esquerda toma parte ativa na interpretação dos sinais. Em alguns 
leitores a mão esquerda avança até mais ou menos metade da linha, 
proporcionando assim um notável aumento de velocidade na leitura 
(GOV. ES 2018).
2.5 LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
As Línguas de Sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades surdas. 
Ao contrário do que muitos imaginam as Línguas de Sinais não são 
simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para 
facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais 
próprias. Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque 
elas também são compostas pelos níveis linguísticos: o fonológico, 
o morfológico, o sintático e o semântico. O que é denominado de 
palavra ou item lexical nas línguas oral-auditivas são denominados 
sinais nas línguas de sinais. O que diferencia as Línguas de Sinais 
das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial. Assim, uma 
pessoa que entra em contato com uma Língua de Sinais irá aprender 
outra língua, como o francês, inglês, entre outras (www.libras.org.br).
São elementos importantes na educação do aluno surdo:
Falar de forma clara, espontânea e em tom normal para o aluno 
13
surdo, pois desta forma o estudante não perderia o campo visual de 
fala do orador; Atentar para alternativas diferenciadas no 
estabelecimento da comunicação, tais como: valorizar a expressão 
facial e corporal, articular corretamente as palavras, usar vocabulário 
compreensível (para a maioria dos alunos surdos que tem 
dificuldades na língua portuguesa) bem como materiais e recursos 
visuais variados (mapas, gráficos, tabelas, legenda, etc.); exigir 
intérprete de libras, se assim for necessário e solicitado; escrever de 
maneira visível, legível e de fácil localização no quadro-negro ou fixar 
em murais recados e avisos sobre trabalhos, provas, aulas práticas, 
laboratoriais, mudanças de horários de atividades programadas; 
deixar à disposição material para fotocopiar ou indicar referências 
bibliográficas completas (livro, autor e editora); cuidar quanto à 
verificação e preferência de legendas nas programações com vídeo; 
disponibilizar materiais e equipamentos específicos como: prótese 
auditiva, treinadores de fala, softwares específicos. Observar se o 
espaço físico apresenta dificuldades como: muita luminosidade com 
reflexão solar ou pouca luminosidade, excesso de barulho externo 
e/ou interno ao ambiente, salas e/ou auditórios muito amplos, 
interferindo com a inflexão do próprio som da fala do professor, 
distância entre o púlpito do professor e os alunos, etc. (DIAS DE SÁ, 2003).
2.6 RECURSOS, TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS PARA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
Segundo PELOSI (2011), os símbolos são as representações 
auditivas ou visuais, táteis de um conceito. Na CAA utiliza-se de 
vários símbolos como os objetos, a fala, os gestos, a linguagem de 
sinais, as fotografias, os desenhos e a escrita.
14
Há vários tipos de símbolos que são usados para 
representar mensagens. Eles podem ser divididos em:
Símbolos que não necessitam de recursos externos - o indivíduo utiliza apenas o 
seu corpo para se comunicar. São exemplos desse sistema os 
gestos, os sinais manuais, as vocalizações e as expressões faciais. 
Símbolos que necessitam de recursos externos - requerem instrumentos ou 
equipamentos além do corpo do usuário para produzir uma 
mensagem. Esses sistemas podem ser muito simples, ou de baixa 
tecnologia ou tecnologicamente complexos ou de alta tecnologia 
(PELOSI, 2011). 
2.7 TIPOS DE SÍMBOLOS
Segundo Miryam Pelosi (2011): 
Objetos reais - podem ser idênticos ao que estão 
representando ou similares, no qual há variações quanto 
ao tamanho, cor ou outra característica.
Miniaturas - os objetos em miniatura precisam ser 
selecionados com cuidado para que possam ser utilizados 
como recursos de comunicação. Devem ser consideradas 
as possibilidades visuais e intelectuais dos indivíduos na 
sua utilização.
Objetos parciais- em situações nas quais os objetos a serem 
representados são muito grandes, a utilização de parte do 
objeto pode ser muito apropriada.
Fotografias - fotos coloridas ou preto e branco podem ser 
utilizadas para representar objetos, pessoas, ações, 
lugares ou atividades. Nas escolas, muitas vezes, são 
utilizados recortes de revistas ou embalagens de produtos. 
15
2.8 BAIXA E ALTA TECNOLOGIA
Os recursos são os objetos ou equipamentos utilizados para 
transmitir as mensagens e podem ser de baixa ou dealta tecnologia. 
Dentre os recursos de baixa tecnologia de comunicação temos as 
pranchas de comunicação que podem ser construídas utilizando-se 
objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. 
Elas são personalizadas e devem considerar as possibilidades 
cognitivas, visuais e motoras de seu usuário. Essas pranchas podem 
estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai 
olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de 
comunicação dependendo de sua condição motora. 
Eye-gaze - pranchas de apontar com os olhos que podem ser dispostas 
sobre a mesa ou apoiada em um suporte de acrílico ou plástico 
colocado na vertical. O indivíduo também pode apontar com o auxílio 
de uma lanterna com foco convergente, fixada ao lado de sua 
cabeça, iluminando a resposta desejada (PELOSI, 2011).
 
Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita a fixação 
de símbolos ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No 
seu avental o parceiro de comunicação prende as letras ou as 
palavras e a criança responde através do olhar.
16
Comunicador em forma de relógio - o comunicador é um recurso que 
possibilita o indivíduo dar sua resposta com autonomia, mesmo 
quando ele apresenta uma dificuldade motora severa. Seu princípio é 
semelhante ao do relógio, só que é a pessoa que comanda o 
movimento do ponteiro usando um acionador (PELOSI, 2011). 
A autora relata ainda que são recursos de alta tecnologia:
 - “Comunicadores com voz gravada - são comunicadores onde as 
mensagens podem ser gravadas pelo parceiro de comunicação.”
 - “Comunicadores com voz sintetizada - no comunicador com voz 
sintetizada o texto é transformado eletronicamente em voz.”
 - “Computadores - com o avanço da tecnologia têm surgido novos 
sistemas de CAA para as pessoas com necessidades especiais como 
o Classroom, o Overlay Maker, o Comunicar com Símbolos, o Boardmaker, o Invento, 
entre outros.”
2.9 AJUDAS TÉCNICAS OU TECNOLOGIA ASSISTIVA
Tecnologia Assistiva - TA é um termo ainda novo, utilizado para identificar 
todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para 
proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com 
17
deficiência e consequentemente promover vida independente e 
inclusão (BERSCH & TONOLLI, 2006).
Num sentido amplo percebemos que a evolução tecnológica 
caminha na direção de tornar a vida mais fácil. Sem percebermos 
utilizamos constantemente ferramentas que foram especialmente 
desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades do cotidiano, 
como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, 
automóveis, telefones celulares, relógio, enfim, uma interminável 
lista de recursos, que já estão assimilados à nossa rotina e, num 
senso geral, “são instrumentos que facilitam nosso desempenho em 
funções pretendidas”. Introduzirmos o conceito da TA como: “Para as 
pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. 
Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas 
possíveis” (RADABAUGH, 1993).
Cook e Hussey definem a TA citando o conceito do ADA - American with Disabilities 
Act, como “uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias 
e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas 
funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências” (COOK & 
HUSSEY, 1995).
A TA deve ser entendida como um auxílio que promoverá a ampliação 
de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização 
da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de 
deficiência ou pelo envelhecimento (KINQ, 1999 apud PELOSI, 2005).
Podemos então dizer que o objetivo maior da TA é proporcionar à 
pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e 
inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, 
mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu 
aprendizado e trabalho (KINQ, 1999 apud PELOSI, 2005).
A Constituição Federal (CF), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN); as 
reuniões dos Comitês Técnicos, decretos como o Decreto nº 6.949 de 2009 que 
18
INTRODUÇÃO
promulgou a Convenção Internacional (2007) sobre os Direitos das pessoas com 
Deficiência e o Decreto nº 7.612 de 17 de novembro de 2011 que instituiu o Plano 
Nacional dos Direitos da pessoa com deficiência “Viver sem limites” são apenas 
alguns dos documentos oficiais e, digamos, “ordens” do legislativo 
que corroboram com os direitos de acesso das pessoas com alguma 
deficiência, sem esquecermos a Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000 que 
estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com 
mobilidade reduzida.
O Decreto nº 3298 de 20 de dezembro de 1999 considera “Ajudas Técnicas” como 
os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações 
funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de 
deficiência, com o objetivo e permitir-lhe superar as barreiras da 
comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão 
social.
O art. 61 do Decreto nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004 diz que Ajudas Técnicas é o 
termo utilizado na legislação brasileira que engloba produtos, 
instrumentos e equipamentos ou tecnologias adaptadas ou 
especialmente projetadas para melhorar a funcionalidade da pessoa 
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a 
autonomia pessoal total ou assistida. A inclusão de alunos com 
necessidades especiais na classe regular implica o desenvolvimento 
de ações adaptativas, como a flexibilização do currículo, para que ele 
possa ser desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula e atender 
as necessidades individuais de todos os alunos. Essas adaptações 
curriculares realizam-se em três níveis:
 
 1 Adaptações no nível do projeto pedagógico (currículo escolar) 
que devem focalizar, principalmente, a organização escolar e os 
serviços de apoio, propiciando condições estruturais que possam 
ocorrer no nível de sala de aula e no nível individual.
 2 Adaptações relativas ao currículo da classe, que se referem, 
19
principalmente, à programação das atividades elaboradas para sala 
de aula.
 3 Adaptações individualizadas do currículo, que focalizam a 
atuação do professor na avaliação e no atendimento a cada aluno.
Uma escola inclusiva é aquela em que todos os alunos recebem 
oportunidades adequadas às suas habilidades e necessidades. O 
princípio orientador da declaração de Salamanca de 1994 é de que todas 
as escolas devam receber todas as crianças independentemente 
das suas condições físicas, sociais, emocionais ou intelectuais 
(CARVALHO, 1997 apud WALTER, 2010).
EVOLUÇÃO E DEFINIÇÃO2.10
Podemos pontuar na metade da década de 1980, o surgimento dos 
movimentos e lutas que almejavam ampliação do acesso e da 
qualidade na educação das pessoas com deficiência. 
Walter (2010) sintetiza assim a história da comunicação alternativa:
 - Início no Brasil, na década de 70, na escola Quero-Quero em 
São Paulo com o uso do método Bliss por estudantes com 
deficiência motora, porém sem alterações cognitivas, possibilitando 
o uso de um sistema simbólico altamente abstrato;
 - Na década de 80, as escolas especiais começaram a utilizar 
alguns sistemas com fotos e figuras como sistema de comunicação 
alternativa com alunos não oralizados e com deficiência motora, e 
também nas escolas destinadas ao atendimento de pessoas com 
autismo;
 - Na década de 90, a Comunicação Alternativa começa a ser 
questionada e implementada no campo científico, passando a 
compor a metodologia utilizada por pesquisadores de programas de 
20
pós-graduação em educação especial, sendo colocados a prova 
diferentes métodos e recursos destinados a compensar a ausência 
de fala por sujeitos com diferentes deficiências. Nesta última 
década, temos visto inúmeros trabalhos já publicados e os 
resultados vêm apontando grande vantagem no uso da Comunicação 
Alternativa e Tecnologia Assistiva nos diferentes contextos da vida, pois elas 
são de extrema importânciapara suprir e compensar os graves 
distúrbios da comunicação oral de pessoas não verbais incluídas no 
ensino regular e, como dito, em outros contextos da vida. Em 16 de 
novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos humanos da Presidência da 
República SEDH/PR -, através da portaria nº 142, instituiu o Comitê de Ajudas 
Técnicas CAT –, que reúne um grupo de especialistas brasileiros e 
Representantes de órgãos governamentais, agenda de trabalho. 
O CAT TEM COMO OBJETIVOS PRINCIPAIS:
 - Apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias 
entre a sociedade civil e órgãos públicos referentes à área de 
tecnologia assistiva;
 - Estruturar as diretrizes da área de conhecimento;
 - Realizar levantamento dos recursos humanos que atualmente 
trabalham com o tema;
 - Detectar os centros regionais de referência, objetivando a 
formação de rede nacional integrada;
 - Estimular nas esferas federal, estadual, municipal, a criação de 
centros de referência;
 - Propor a criação de cursos na área de tecnologia assistiva, bem 
como o desenvolvimento de outras ações com o objetivo de formar 
recursos humanos qualificados e propor a elaboração de estudos e 
pesquisas, relacionados com o tema da tecnologia assistiva (Brasil, 
2006).
21
TECNOLOGIA ASSISTIVA – CONCEITO BRASILEIRO
Em 16 de novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos 
Humanos da Presidência da República - SEDH/PR, através da 
portaria nº 142, instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, que 
reuniu um grupo de especialistas brasileiros e representantes de 
órgãos governamentais, em uma agenda de trabalho. 
No CAT foi instituído como objetivos principais: 
 - Apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias 
entre a sociedade civil e órgãos públicos referentes à área de 
tecnologia assistiva;
 - Estruturar as diretrizes da área de conhecimento; 
 - Realizar levantamento dos recursos humanos que atualmente 
trabalham com o tema;
 - Detectar os centros regionais de referência, objetivando a 
formação de rede nacional integrada; estimular nas esferas federal, 
estadual, municipal, a criação de centros de referência; 
 - Propor a criação de cursos na área de tecnologia assistiva, bem 
como o desenvolvimento de outras ações com o objetivo de formar 
recursos humanos qualificados e propor a elaboração de estudos e 
pesquisas, relacionados com o tema da tecnologia assistiva (BRASIL – 
SDHPR, 2012).
Para elaborar um conceito de tecnologia assistiva que pudesse 
subsidiar as políticas públicas brasileiras os membros do CAT fizeram 
22
uma profunda revisão no referencial teórico internacional, 
pesquisando os termos Ayudas Tecnicas, Ajudas Técnicas, Assistive 
Tecnology, Tecnologia Assistiva e Tecnologia de Apoio. Alguns dos 
conceitos pesquisados são citados e analisados no texto que segue 
(PORTUGAL, 2007).
De acordo com o Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das 
Pessoas com Deficiência (SNRIPD) de Portugal afirma:
 “Entende-se por ajudas técnicas qualquer produto, instrumento, 
estratégia, serviço e prática utilizada por pessoas com deficiência e 
pessoas idosas, especialmente, produzido ou geralmente disponível 
para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, 
incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade 
de vida dos indivíduos” (PORTUGAL, 2007).
Nesta descrição percebemos a grande abrangência do tema, que 
extrapola a concepção de produto e agrega outras atribuições ao 
conceito de ajudas técnicas como: estratégias, serviços e práticas 
que favorecem o desenvolvimento de habilidades de pessoas com 
deficiência.
O conceito proposto no documento "Empowering Users Through Assistive 
Technology" - EUSTAT, elaborado por uma comissão de países da União 
Europeia traz incorporado ao conceito da tecnologia assistiva as 
várias ações em favor da funcionalidade das pessoas com 
deficiência afirmando:
 “...em primeiro lugar, o termo tecnologia não indica apenas 
objetos físicos, como dispositivos ou equipamento, mas antes se 
refere mais genericamente a produtos, contextos organizacionais ou 
modos de agir, que encerram uma série de princípios e componentes 
técnicos” (EUROPEAN COMMISSION - DGXIII, 1998).
Já os documentos de legislação nos Estados Unidos apresentam a 
TA como recursos e serviços sendo que:
23
“Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte 
dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob 
medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as 
capacidades funcionais das pessoas com deficiência. 
Serviços são definidos como aqueles que auxiliam 
diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, 
comprar ou usar os recursos acima definidos”. (ADA - American 
with Disabilities ACT 1994.)
A partir destes e outros referenciais o CAT - aprovou, em 14 de dezembro de 2007, O conceito 
brasileiro de Tecnologia Assistiva:
"Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de 
característica interdisciplinar, que engloba produtos, 
recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços 
que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à 
atividade e participação, de pessoas com deficiência, 
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão 
social" (BRASIL - SDHPR. – Comitê de Ajudas Técnicas – ATA VII).
3.1 MODALIDADES, CATEGORIAS OU CLASSIFICAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA
A TA se organiza em modalidades ou especialidades e essa forma de 
classificação varia conforme diferentes autores ou instituições que 
trabalham com a TA. A organização por modalidades contribui para o 
desenvolvimento de pesquisas, recursos, especializações profissionais 
e organização de serviços (SÁ; 2003; BERSCH, 2007).
24
Igualmente afirmam Sartoretto e Bersch (2013) que a importância das 
classificações no âmbito da tecnologia assistiva se dá pela 
promoção da organização desta área de conhecimento e servirá ao 
estudo, pesquisa, desenvolvimento, promoção de políticas públicas, 
organização de serviços, catalogação e formação de banco de dados 
para identificação dos recursos mais apropriados ao atendimento 
de uma necessidade funcional do usuário final.
Bersch (2008) explica que os recursos de tecnologia assistiva são 
organizados ou classificados de acordo com objetivos funcionais a 
que se destinam.
 
Os profissionais que trabalham com a Tecnologia Assistiva são 
responsáveis pela avaliação do usuário e seleção do recurso 
apropriado; o desenvolvimento de novas tecnologias; o ensino sobre 
a utilização do equipamento e a implementação nos diferentes 
ambientes como a casa, a escola, a comunidade e o local de 
trabalho. Relembrando que a equipe de TA é de característica 
multidisciplinar e envolve professores, terapeutas ocupacionais, 
fonoaudiólogos, fisioterapeutas, engenheiros, entre outras áreas 
(BERSCH; PELOSI, 2006).
Várias classificações de TA foram desenvolvidas para finalidades 
distintas e ela cita a ISO 9999/2002 como uma importante classificação 
internacional de recursos, aplicada em vários países.
O Sistema Nacional de Classificação dos Recursos e Serviços de TA, dos Estados 
Unidos, diferencia-se da ISO ao apresentar, além da descrição 
ordenada dos recursos, o conceito e a descrição de serviços de TA. A 
classificação HEART, é apresentada de forma adaptada no documento 
EUSTAT – Empowering Users Through Assistive Technology –, que foi elaborado por 
um grupo de pesquisadores de vários países da União Europeia e é 
considerada por eles, como sendo a mais apropriada para a 
formação dos usuários finais de TA, bem como para formação de 
recursos humanos nesta área.
25
Como Sá (2003), Bersch (2008) justifica que ao apresentar uma 
classificação de TA, seguida de redefinições por categorias, 
destaca-se que a sua importância está no fato de organizar a 
utilização, prescrição, estudo e pesquisa de recursos e serviços em 
TA, além de oferecer ao mercado focos específicos de trabalho e 
especialização.
A classificação abaixo foi construída com base nas diretrizes da ADA,tomamos também contribuições de Bersch (2008); Manzini (2006), Sá (2003), 
porém, não é definitiva e pode variar segundo alguns autores. Auxílio 
para a vida diária materiais e produtos que favorecem desempenho 
autônomo e independente em tarefas rotineiras ou facilitam o 
cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas 
atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e 
executar necessidades pessoais.
1- AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA E VIDA PRÁTICA
https://institutoitard.com.br/wp-content/uploads/2019/04/image9.jpg
https://institutoitard.com.br/wp-content/uploads/2019/04/image17.jpg
26
Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e 
independente em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de 
pessoas em situação de dependência de auxílio, nas atividades 
como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar 
necessidades pessoais.
São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios 
domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, 
abotoadores, velcro, recursos para transferência, barras de apoio, 
etc. Também estão incluídos nesta categoria os equipamentos que 
promovem a independência das pessoas com deficiência visual na 
realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, 
verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas 
ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, 
verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever, 
entre outros (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
2 - CAA - COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA
Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em 
defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em 
falar, escrever e/ou compreender. Recursos como as pranchas de 
comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e 
outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA 
para expressar suas questões, desejos, sentimentos, 
entendimentos. A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com 
produção de voz) ou o computador com softwares específicos e 
pranchas dinâmicas em computadores tipo tablets, garantem 
grande eficiência à função comunicativa (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 
2003).
27
http://memoriasdomeubau.blogspot.com/2014/06/caa-comunicacao-aumentativa-e.html
3 - RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR
https://images.app.goo.gl/99EZMtz4hJzGAK2XA
Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para 
tornar o computador acessível a pessoas com privações sensoriais 
(visuais e auditivas), intelectuais e motoras. Inclui dispositivos de 
entrada (mouses, teclados e acionadores diferenciados) e 
dispositivos de saída (sons, imagens, informações táteis). São 
exemplos de dispositivos de entrada os teclados modificados, os 
teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores 
diversos, software de reconhecimento de voz, dispositivos 
apontadores que valorizam movimento de cabeça, movimento de 
olhos, ondas cerebrais (pensamento), órteses e ponteiras para 
28
digitação, entre outros. Como dispositivos de saída podemos citar 
softwares leitores de tela, software para ajustes de cores e 
tamanhos das informações (efeito lupa), os softwares leitores de 
texto impresso (OCR), impressoras braile e linha braile, impressão em 
relevo, entre outros (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
4 - SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE
Através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras 
podem ligar, desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a 
luz, o som, televisores, ventiladores, executar a abertura e 
fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas 
telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados 
em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto 
pode ser acionado de forma direta ou indireta e neste caso, um 
sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como 
a determinação de que seja ativado, se dará por acionadores 
(localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, 
de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz, etc.
https://images.app.goo.gl/ZAkAW8QmwF7pE4PF8
As casas inteligentes podem também se auto ajustar às 
informações do ambiente como temperatura, luz, hora do dia, 
presença de ou ausência de objetos e movimentos, entre outros. 
29
Estas informações ativam uma programação de funções como 
apagar ou acender luzes, desligar fogo ou torneira, trancar ou abrir 
portas. No campo da Tecnologia Assistiva a automação residencial visa a 
promoção de maior independência no lar e também a proteção, a 
educação e o cuidado de pessoas idosas, dos que sofrem de 
demência ou que possuem deficiência intelectual (Bersch, 2008; Manzini, 
2006; Sá, 2003).
5 - PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA ACESSIBILIDADE 
Projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, 
funcionalidade e mobilidade a todas as pessoas, independentemente 
de sua condição física e sensorial. Adaptações estruturais e reformas 
na casa e/ou ambiente de trabalho, por meio de rampas, elevadores, 
adequações em banheiros, mobiliário, entre outras, que retiram ou 
reduzem as barreiras físicas (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
Fonte: freepik
30
6 - ÓRTESES E PRÓTESES 
Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do 
corpo.
Órteses são colocadas junto a um segmento do corpo, garantindo-lhe 
um melhor posicionamento, estabilização e/ou função. São 
normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio de 
mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de 
talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural, 
entre outros (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
Fonte: freepik
31
7 - ADEQUAÇÃO POSTURAL
Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se 
consiga um bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de 
qualquer tarefa quando se está inseguro com relação a possíveis 
quedas ou sentindo desconforto. Um projeto de adequação postural 
diz respeito à seleção de recursos que garantam posturas alinhadas, 
estáveis, confortáveis e com boa distribuição do peso corporal. 
Indivíduos que utilizam cadeiras de rodas serão os grandes 
beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e 
encostos que levem em consideração suas medidas, peso e 
flexibilidade ou alterações musculoesqueléticas existentes (Bersch, 
2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
Recursos que auxiliam e estabilizam a postura deitada e de pé 
também estão incluídos, portanto, as almofadas no leito ou os 
estabilizadores ortostáticos, entre outros, fazem parte deste grupo 
de recursos da TA. Quando utilizados precocemente os recursos de 
adequação postural auxiliam na prevenção de deformidades 
corporais (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
32
8 - AUXÍLIOS DE MOBILIDADE
A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, 
carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e 
qualquer outro veículo, equipamento ou estratégia utilizada na 
melhoria da mobilidade pessoal. Auxílios para ampliação da função 
visual e recursos que traduzem conteúdos visuais em áudio ou 
informação tátil (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
São exemplos: auxílios ópticos, lentes, lupas manuais e lupas eletrônicas; 
os softwares ampliadores de tela. Material gráfico com texturas e 
relevos, mapas e gráficos táteis, software OCR em celulares para 
identificação de texto informativo, etc (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
Fonte: freepik
Auxílios que incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), 
aparelhos para surdez, sistemas com alerta táctil-visual, celular com 
mensagens escritas e chamadas por vibração, software que 
favorece a comunicação ao telefone celular transformando em voz o 
texto digitado no celular e em texto a mensagem falada. Livros, 
textos e dicionários digitais em língua de sinais. Sistema de legendas 
(close-caption/subtitles). (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).33
9 - MOBILIDADE EM VEÍCULOS
Acessórios que possibilitam uma pessoa com deficiência física 
dirigir um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque 
como elevadores para cadeiras de rodas (utilizados nos carros 
particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras de 
rodas, serviços de autoescola para pessoas com deficiência. (Bersch, 
2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
https://www.slideshare.net/mdarlen/tecnologia-assistiva-76187619
10 - ESPORTE E LAZER 
Recursos que favorecem a prática de esporte e participação em 
atividades de lazer. (Bersch, 2008; Manzini, 2006; Sá, 2003).
Fonte: freepik
34
3.2 O QUE É E O QUE NÃO É TECNOLOGIA ASSISTIVA
A TA deve ser entendida como o “recurso do usuário” e não como 
“recurso do profissional”. Isto se justifica pelo fato de que ela serve à 
pessoa com deficiência que necessita desempenhar funções do 
cotidiano de forma independente. Por exemplo: a bengala é da 
pessoa cega ou daquela que precisa de um apoio para a locomoção; 
a cadeira de rodas é de quem possui uma deficiência física e com 
este recurso chega aos lugares que necessita; a lente servirá a quem 
precisa melhorar sua eficiência visual. O software leitor, fala o 
conteúdo de textos digitalizados à pessoa com deficiência visual ou 
a quem não consegue ler em função da dislexia ou deficiência 
intelectual. Todos estes recursos promovem maior eficiência e 
autonomia nas várias atividades de interesse de seus usuários. Por 
princípio, o recurso de TA acompanha naturalmente o usuário que o 
utilizará em diferentes espaços na sua vida cotidiana (BRASIL – SDHPR, 
2012).
Devemos diferenciar a TA de outras tecnologias como as aplicadas na 
área médica e de reabilitação. No campo da saúde a tecnologia visa 
facilitar e qualificar a atividade dos profissionais em procedimentos 
de avaliação e intervenção terapêutica. São equipamentos utilizados 
no diagnóstico de saúde, no tratamento de doenças ou na atividade 
específica de reabilitação, como melhorar a força muscular de um 
indivíduo, sua amplitude de movimentos ou equilíbrio. Estes 
equipamentos não são tecnologia assistiva e sim tecnologia médica 
ou de reabilitação (BRASIL – SDHPR, 2012).
A tecnologia educacional também é facilmente confundida com a 
Tecnologia Assistiva. Um aluno com deficiência física nos membros 
inferiores e que faz uso de cadeira de rodas, utilizará o computador 
com o mesmo objetivo que seus colegas: pesquisar na web, 
construir textos, tabular informações, organizar suas apresentações, 
etc. O computador é para este aluno, como para seus colegas, uma 
35
ferramenta tecnológica aplicada no contexto educacional e, neste 
caso, não se trata de Tecnologia Assistiva. Qualquer aluno, tendo ou 
não deficiência ao utilizar um software educacional está se 
beneficiando da tecnologia para o aprendizado. Na escola o 
professor propõe novas ferramentas tecnológicas com objetivo de 
diversificar e qualificar o acesso ativo dos alunos às informações e 
também proporcionar a eles múltiplas formas de organizarem, 
expressarem e apresentarem os conhecimentos construídos (BRASIL – 
SDHPR, 2012).
Quando então a tecnologia pode ser considerada Assistiva no 
contexto educacional? Quando ela é utilizada por um aluno com 
deficiência e tem por objetivo romper barreiras sensoriais, motoras 
ou cognitivas que limitam/impedem seu acesso às informações ou 
limitam/impedem o registro e expressão sobre os conhecimentos 
adquiridos por ele; quando favorecem seu acesso e participação 
ativa e autônoma em projetos pedagógicos; quando possibilitam a 
manipulação de objetos de estudos; quando percebemos que sem 
este recurso tecnológico a participação ativa do aluno no desafio de 
aprendizagem seria restrito ou inexistente. São exemplos de TA no 
contexto educacional os mouses diferenciados, teclados virtuais 
com varreduras e acionadores, softwares de comunicação 
alternativa, leitores de texto, textos ampliados, textos em Braille, 
textos com símbolos, mobiliário acessível, recursos de mobilidade 
pessoal, entre outros (BRASIL – SDHPR, 2012).
Segundo BRASIL (2012), no campo educacional, por vezes, pode haver 
uma distinção sutil entre TA e tecnologia educacional e para tirar 
dúvidas a respeito disso sugiro que se façam três perguntas: 
 - O recurso está sendo utilizado por um aluno que enfrenta 
alguma barreira em função de sua deficiência (sensorial, motora ou 
intelectual) e este recurso/estratégia o auxilia na superação desta 
barreira?
 - O recurso está apoiando o aluno na realização de uma tarefa e 
proporcionando a ele a participação autônoma no desafio educacional, 
36
visando sempre chegar ao objetivo educacional proposto?
 - Sem este recurso o aluno estaria em desvantagem ou excluído 
de participação?
Tendo respostas afirmativas para as três questões, eu ouso chamar 
a ferramenta utilizada pelo aluno de Tecnologia Assistiva, mesmo 
quando ela também se refere à tecnologia educacional comum. 
Podemos afirmar então que a tecnologia educacional comum nem 
sempre será assistiva, mas também poderá exercer a função 
assistiva quando favorecer de forma significativa a participação do 
aluno com deficiência no desempenho de uma tarefa escolar 
proposta a ele (BRASIL – SDHPR, 2012).
Dizemos que é tecnologia assistiva quando percebemos que 
retirando o apoio dado pelo recurso, o aluno fica com dificuldades de 
realizar a tarefa e está excluído da participação (BRASIL – SDHPR, 2012).
3.3 TERMINOLOGIA APLICADA EM NOSSO PAÍS
Ao pesquisar o tema da Tecnologia Assistiva deveremos direcionar a 
busca a partir dos termos: tecnologia assistiva, ajudas técnicas, 
tecnologia de apoio. Na legislação brasileira, o que aprofundaremos 
a seguir, ainda é aplicado o termo “ajudas técnicas”, quando trata das 
garantias ao cidadão brasileiro com deficiência de acesso a recursos 
destinados a melhorar suas habilidades funcionais. 
Em agosto de 2007, o CAT/ SEDH / PR aprovou o termo Tecnologia Assistiva como 
sendo o mais adequado e passa a utilizá-lo em toda a 
documentação legal por ele produzida. Desta forma, estimula que o 
termo tecnologia assistiva seja aplicado nas formações de recursos 
humanos, nas pesquisas e referenciais teóricos brasileiros. O comitê 
37
sugere também que se façam os possíveis encaminhamentos para 
revisão da nomenclatura em instrumentos legais.
A aprovação no CAT para a oficialização do termo tecnologia assistiva 
leva em conta a ausência de consenso sobre haver diferença 
conceitual entre os termos pesquisados no referencial teórico 
internacional. Os conceitos aplicados a cada um destes termos ora 
se assemelham, ora mostram algumas diferenças, principalmente 
na abrangência, pois podem referir-se especificamente a um 
artefato ou podem ainda incluir serviços, práticas e metodologias 
aplicadas ao alcance da ampliação da funcionalidade de pessoas 
com deficiência.
O CAT considera também que há uma tendência nacional já firmada 
da utilização do termo Tecnologia Assistiva no meio acadêmico, nas 
organizações de pessoas com deficiência, em setores 
governamentais (MEC, MCT, CNPq) e no mercado de produtos. Justifica 
ainda que tecnologia assistiva por ser um termo criado para 
representar um conceito específico nos remete diretamente à 
compreensão deste conceito e se solidifica. O CAT propõe ainda que 
as expressões "tecnologia assistiva" e "ajudas técnicas", neste momento, 
continuem sendo entendidas como sinônimos, pois em nossa 
legislação oficial ainda consta o termo “ajudas técnicas”.
3.4 A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA EM TA E AS AÇÕES GOVERNAMENTAIS
Apesar de a legislação brasileira apontar para o direito do cidadão 
com deficiência da concessão dos recursos de tecnologia assistiva 
dos quais necessita, estamos no início de um trabalho para o 
reconhecimento e estruturação desta área de conhecimento em 
nosso país. Inicial também é o estágio de incentivos à pesquisa e à 
produção nacional de recursos de TA, que venham a atender a grande38
demanda reprimida existente, no entanto, passos importantes estão 
acontecendo nestes últimos anos (LIMA, 2007).
No Decreto 3.298 de 1999, no artigo 19, fala do direito do cidadão brasileiro 
com deficiência às Ajudas Técnicas. Nele consta que: 
“Consideram-se ajudas técnicas, para os efeitos deste Decreto, os 
elementos que permitem compensar uma ou mais limitações 
funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de 
deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da 
comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão 
social.
Parágrafo único
 São ajudas técnicas:
 1- Próteses auditivas, visuais e físicas;
 2- Órteses que favoreçam a adequação funcional;
 3- Equipamentos e elementos necessários à terapia e 
reabilitação da pessoa portadora de deficiência;
 4- Equipamentos, maquinarias e utensílios de trabalho 
especialmente desenhados ou adaptados para uso por pessoa 
portadora de deficiência;
 5- Elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal 
necessários para facilitar a autonomia e a segurança da pessoa 
portadora de deficiência;
 6- Elementos especiais para facilitar a comunicação, a 
informação e a sinalização para pessoa portadora de deficiência;
 7- Equipamentos e material pedagógico especial para educação, 
capacitação e recreação da pessoa portadora de deficiência;
 8- Adaptações ambientais e outras que garantam o acesso, a 
melhoria funcional e a autonomia pessoal; e
 9- Bolsas coletoras para os portadores de ostomia." 
Também o decreto 5.296 de 2004 que dá prioridade de atendimento e 
39
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade 
reduzida, possui um capítulo específico sobre as ajudas técnicas (VII) em 
que descreve várias intenções governamentais na área da tecnologia 
assistiva, além de referir a constituição do CAT/SEDH. Neste decreto 
encontramos que:
“Consideram-se ajudas técnicas os produtos, 
instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou 
especialmente projetados para melhorar a funcionalidade 
de pessoas portadoras de deficiência, com habilidade 
reduzida favorecendo autonomia pessoal, total ou 
assistida" (LIMA, 2007).
O Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
deficiência da ONU e a incorporou ao seu ordenamento jurídico 
conferindo-lhe equivalência constitucional (BRASIL, SDHPR - Secretaria 
Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SNPD. 2012).
Os Estados Partes desta Convenção comprometem-se a assegurar 
os direitos nela impressos e aqui destacamos todos os artigos 
referentes ao tema da Tecnologia Assistiva:
“Artigo 4. Das obrigações gerais:
Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a 
disponibilidade e o emprego de novas tecnologias, inclusive as 
tecnologias da informação e comunicação, ajudas técnicas para 
locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, adequados a 
pessoas com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo 
acessível;
Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência a 
respeito de ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e 
40
tecnologias assistivas, incluindo novas tecnologias bem como outras 
formas de assistência, serviços de apoio e instalações;
Artigo 20: Mobilidade pessoal
Facilitando às pessoas com deficiência o acesso a tecnologias 
assistivas, dispositivos e ajudas técnicas de qualidade, e formas de 
assistência humana ou animal e de mediadores, inclusive 
tornando-os disponíveis a custo acessível;
Incentivando entidades que produzem ajudas técnicas de mobilidade, 
dispositivos e tecnologias assistivas a levarem em conta todos os 
aspectos relativos à mobilidade de pessoas com deficiência.
Artigo 26: Habilitação e reabilitação
Os Estados Partes promoverão a disponibilidade, o conhecimento e o 
uso de dispositivos e tecnologias assistivas, projetados para pessoas 
com deficiência e relacionados com a habilitação e a reabilitação.
Artigo 29: Participação na vida política e pública
Proteção do direito das pessoas com deficiência ao voto secreto em 
eleições e plebiscitos, sem intimidação, e a candidatar-se nas 
eleições, efetivamente ocupar cargos eletivos e desempenhar 
quaisquer funções públicas em todos os níveis de governo, usando 
novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
Artigo 32: Cooperação Internacional
Propiciar, de maneira apropriada, assistência técnica e financeira, 
inclusive mediante facilitação do acesso a tecnologias assistivas e 
acessíveis e seu compartilhamento, bem como por meio de 
transferência de tecnologias.”
(Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - UNU, 2007)
Mais recentemente temos a Lei Brasileira de Inclusão, LEI Nº 13.146, de 6 de julho 
de 2015, que no seu Art. 74 diz: "É garantido à pessoa com deficiência 
acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, 
41
métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua 
autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida."
A legislação brasileira estabelece o direito à tecnologia assistiva e 
preconiza uma ação propositiva da parte do governo, para atender 
esta demanda, no entanto, o cidadão brasileiro com deficiência 
carece primeiramente da informação sobre a existência desta 
legislação e da implicação disto sobre o que lhe é de direito. Não há 
ainda uma orientação pública acessível (texto orientador ou site 
institucional) que concentre as informações necessárias sobre 
Tecnologia Assistiva e aponte aos usuários finais, de forma clara e fácil, os 
caminhos para o acesso a estes bens e serviços públicos. As 
informações existentes estão pulverizadas e ficam, muitas vezes, 
restritas aos diferentes agentes de governo e que atuam nas áreas 
saúde, educação, assistência social, direitos humanos, trabalho, 
fazenda, etc. (BERSCH, 2013 P 17); de 2007 a 2010 tivemos importantes 
ações decorrentes da Agenda Social da Presidência da República. 
Em 2011, O Programa Viver sem Limites, recursos financeiros públicos foram 
aplicados em políticas sociais que integram ações de vários 
ministérios voltadas às pessoas com deficiência. Entre elas, estava o 
incremento da pesquisa, desenvolvimento e inovação da TA (Ministério 
da Ciência Tecnologia e Inovação) e a organização de redes de serviços e 
concessão de Tecnologia Assistiva (Ministério da Saúde). A Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (MEC) efetivou os Programas Salas de 
Recursos Multifuncionais e o Programa Escola Acessível (BRASIL, 2011).
Uma ação conjunta entre Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Ministério da 
Fazenda e Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com o Banco do 
Brasil, promoveu a criação de um crédito especial subsidiado para 
compra direta de 250 itens de produtos de TA. O usuário possui 
acesso a crédito facilitado, o "BB Crédito Acessibilidade" que conta com 
taxa de juros de 0,57% ao mês para quem recebe até cinco salários 
mínimos, ou 0,64% para quem recebe de seis a dez salários mínimos 
mensais. Para compra do bem ou serviço o financiamento pode ser 
42
de até 100% do valor, com limite máximo de até R$ 30 mil por pessoa 
e prestações debitadas diretamente na conta corrente. O prazo para 
quitação é de quatro a 60 meses e a primeira prestação pode ser 
paga em até 59 dias. Outra ação que teve por objetivo facilitar o 
acesso à Tecnologia Assistiva e a diminuição do custo final dos produtos, 
foi feita pelo Ministério da Fazenda ao aprovar a isenção de impostos 
de importação de alguns itens de TA não fabricados no Brasil (ABRIDEF – 
Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva).
Segundo resultados divulgados pelo IBGE, do Censo 2010, o país possui 
45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representa 
23,91% da população. No campo da Tecnologia Assistiva estes números 
revelam a grande demanda existente no sentido de se incrementar 
ações de desenvolvimento e concessão destes recursos que são 
fundamentaisà promoção da inclusão das pessoas com deficiência, 
tanto no campo da educação, inserção no trabalho como na vida em 
sociedade. Apesar de visualizarmos ações importantes podemos 
afirmar que estamos dando os primeiros passos e o que 
conseguimos fazer no momento atual ainda é insuficiente. 
3.5 COMO TER ACESSO A FINANCIAMENTO PARA COMPRA DE TA NO ÂMBITO DAS ESCOLAS PÚBLICAS?
As redes públicas de educação possuem financiamento para 
compra de recursos de TA por meio dos programas Salas de Recursos 
Multifuncionais, Escola Acessível, do Plano de Ações Articuladas - PAR e do Fundeb duplo.
O Ministério da Educação introduziu o Serviço de Tecnologia Assistiva nas escolas 
públicas por meio do Programa “Salas de Recursos Multifuncionais” (SRMF). As 
SRMF são espaços onde o professor especializado realiza o “Atendimento 
Educacional Especializado” (AEE) para alunos com deficiência, no 
contraturno escolar. É atribuição do professor do AEE reconhecer as 
43
necessidades de recursos pedagógicos e de recursos de Tecnologia 
Assistiva que serão necessários à participação de seu aluno nos 
desafios de aprendizagem que acontecem no dia a dia da escola 
comum. Identificando o recurso de TA apropriado o professor 
encaminhará a sua aquisição e trabalhará junto com seu aluno 
capacitando-o no uso da tecnologia. Juntos, levarão esta ferramenta 
para a escola, visando a superação das barreiras à plena 
participação do aluno nos vários projetos, experimentos, acesso às 
informações, produções/registros pessoais, comunicação e 
avaliações (BRASIL, 2011). O programa Escola Acessível disponibiliza verba 
diretamente na escola na promoção da acessibilidade arquitetônica 
e compra de recursos de TA.
No PAR – Plano de Ações Articuladas, as secretarias de educação 
municipais e estaduais poderão demandar verbas para adequação 
do espaço físico de suas escolas, tornando-as acessíveis, poderão 
ainda solicitar salas de recursos multifuncionais e verbas específicas 
para compra de recursos de TA destinados à complementação dos 
equipamentos já existentes nas salas de AEE ou que deverão servir 
diretamente aos alunos atendidos por este serviço. Ainda no PAR o 
gestor poderá demandar verbas para a organização de eventos de 
formação dos profissionais da educação e estes, poderão 
contemplar o Tema da Tecnologia Assistiva no contexto educacional 
(FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação MEC).
As prefeituras e estados recebem do governo federal o valor 
referente ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). No caso dos alunos com 
deficiência o repasse deste valor é acrescido de 1.2 nas matrículas 
daqueles que frequentam classes comuns do ensino regular e o 
atendimento educacional especializado. Este valor adicional poderá 
ser utilizado para a compra de recursos de tecnologia assistiva e 
também em outras ações destinadas a qualificar a educação 
inclusiva e a ação da educação especial nesta perspectiva, sendo um 
exemplo o investimento na formação dos gestores, dos profissionais 
44
do AEE e da escola comum (FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação MEC).
Desenho Universal
O Decreto N° 5.296 de 2004 apresenta o conceito do “Desenho Universal” 
considerado neste documento legal como: “concepção de espaços, 
artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as 
pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, 
de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos 
elementos ou soluções que compõem a acessibilidade”. (LIMA, 2007).
Acreditamos que este importante conceito do desenho universal, que 
contempla a realidade da diversidade humana, deva estar cada vez 
mais presente na formação das nossas engenharias de edificações 
e de produtos. Desta forma, não precisaríamos investir em reformas 
e adaptações para atender a um grupo específico de pessoas, mas 
novos ambientes e produtos serão originalmente criados buscando 
atender a todos, independentemente de sua idade, tamanho, 
condição física, intelectual ou sensorial.
Precisamos também ultrapassar o entendimento de que o Desenho 
Universal se destina exclusivamente à concepção e desenvolvimento 
de espaços e artefatos. Ele se aplica devidamente à ação 
educacional, quando esta é preparada e exercida levando-se em 
conta a diversidade existente na escola e o seu valor, na qualificação 
da educação para todos.
 
Segundo Rose e Meyer (2002),
 “O Desenho Universal para Aprendizagem (Universal Design for 
Learning - UDL), é um conjunto de princípios baseados na pesquisa e 
constitui um modelo prático para maximizar as oportunidades de 
aprendizagem para todos os estudantes. Os princípios do Desenho 
Universal se baseiam na pesquisa do cérebro e mídia para ajudar 
educadores a atingir todos os estudantes a partir da adoção de 
45
objetivos de aprendizagem adequados, escolhendo e desenvolvendo 
materiais e métodos eficientes, e desenvolvendo modos justos e 
acurados para avaliar o progresso dos estudantes”. 
GLOSSÁRIO
A
Acessibilidade – é oferecer possibilidades de transpor as barreiras que 
existem na sociedade, garantindo que todas as pessoas possam 
participar dos diversos âmbitos sociais.
Adaptado – espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou 
elemento cujas características originais foram alteradas 
posteriormente para serem acessíveis.
Ajudas Técnicas - são equipamentos que servem para compensar a 
deficiência ou atuar-lhe as consequências, impedir o agravamento 
da situação clínica das pessoas e permitir o exercício das atividades 
cotidianas e a participação na sua vida escolar, profissional, cultural 
e social.
B
Barreiras arquitetônicas - as existentes nos edifícios públicos e 
privados.
C
Contraturno - substantivo masculino Turno fora do horário normal, 
especialmente relacionado com o tempo para as atividades 
extracurriculares, que são realizadas posteriormente às aulas 
46
obrigatórias e estabelecidas por lei. Etimologia (origem da palavra 
contraturno), Contra + turno.
D
Distúrbio (ver, também, "incapacidade") - situação, geralmente transitória, em 
que a pessoa apresenta deficiência ou incapacidade de ordem física 
(expressão), sensorial ou mental, geralmente reversíveis quando 
sujeitas a terapias especializadas (médicas, pedagógicas, 
psicológicas, psicopedagógicas, fonoaudiológicas, entre outras). 
P
Pessoa com mobilidade reduzida – aquela que não se enquadrando no 
conceito de pessoa com deficiência, tenha, por qualquer motivo, 
dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, 
gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação 
motora e percepção.
47
BERSCH, Rita de Cássia Reckziegel. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto 
Alegre: Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, CEDI, 
2008.
MANZINI, Eduardo José; DELIBERATO, Débora. Portal de ajudas técnicas 
para educação: equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação e 
recreação da pessoa com deficiência física: recursos para comunicação alternativa. 2 ed. 
Brasília: MEC/ SEESP, 2006.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ALVES, Ana Cristina de Jesus. Tecnologia Assistiva: identificação de modelos e 
proposição de um método de implementação de Recursos. São Carlos: UFSCar, 2013.
ALVES, Ana Cristina de Jesus; EMMEL, Maria Luisa Guillaumom; 
MATSUKURA, Thelma Simões. Formação e prática do terapeuta ocupacional que 
utiliza tecnologia assistiva como recurso terapêutico. Rev. Ter. Ocup. Univ. São 
Paulo, v. 23, n. 1, p. 24- 33, jan./abr. 2012.
ALVES, Ana Cristina de Jesus; MATSUKURA, Thelma Simões. 
Percepção de alunos com paralisia cerebral sobre o uso de recursos de tecnologia assistiva 
na escola regular. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v.17, n.2, p.287-304, 
Mai.-Ago., 2011.
ANDRADE, Valéria Sousa de; PEREIRA, Leani Souza Máximo. Influência 
da tecnologia assistiva no desempenho funcional e na qualidade de vida de idosos 
comunitários frágeis: uma revisão bibliográfica. Rev. Bras. Geriatr.

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