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RELAÇÃO TRABALHISTA1

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RELAÇÃO TRABALHISTA 
INTRODUÇÃO 
A Constituição do República Federativa do Brasil (1988) indica, no seu artigo 6º, entre outras coisas, que o trabalho é 
um dos direitos sociais do brasileiro. A grande maioria das pessoas – homens, mulheres e até mesmo crianças – 
passa parte de seus dias, e até mesmo da vida, trabalhando. 
Mas, afinal, o que é trabalho? O que ele significa? Quais legislações protegem os trabalhadores? Com este tema, 
você poderá responder a essas perguntas e conhecer melhor outros aspectos do trabalho e do papel dele na 
organização social. 
 
MÓDULO 1 
 Descrever a consolidação das leis do trabalho e a reforma trabalhista 
 
O OBJETIVO DA CLT 
 
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) surgiu na Era Vargas, após 13 anos do regime, no dia 1º de maio de 1943. 
Garantida pelo Decreto-Lei n. 5.452, a CLT tinha como propósito regulamentar as relações de trabalho, fossem elas 
individuais ou coletivas. 
Essa regulamentação se traduziu pela criação de uma legislação trabalhista cuja necessidade de proteção do 
trabalhador, tanto urbano quanto rural, fosse contemplada. 
Ao longo do tempo, a CLT sofreu modificações que buscaram adequá-la às clivagens do mercado. Mesmo diante de 
tais transformações, não se pode negar que ela ainda é a principal ferramenta regulamentadora das relações de 
trabalho. 
Vejamos quais são os principais assuntos abordados na CLT: 
 
REGISTRO DO TRABALHADOR 
 
Em seu artigo 29, § 4º, a CLT veta ao empregador a realização de anotações desabonadas na Carteira de Trabalho e 
Previdência Social (CTPS). O que isso significa? Ele não pode registrar nada que possa ser interpretado como algo 
calunioso ou discriminatório, uma vez que isso pode gerar dificuldades para que o funcionário encontre outro 
emprego. 
 
Caso se descumpra a lei e exista realmente uma gravidade em tais anotações, o (ex)funcionário poderá solicitar uma 
reparação por danos morais ou uma multa pelo constrangimento causado. 
 
 ATENÇÃO 
 
Ainda que não seja interpretado ou caracterizado como dano moral, o registro (anotação) desabonador tem uma 
multa prevista para o empregador no artigo 52 da CLT. 
 
 
 
JORNADA DE TRABALHO 
A jornada normal de trabalho, segundo a legislação trabalhista, é de 8 horas diárias e 44 horas semanais. Além de 
estipular a carga horário para o trabalhador, ela prevê a não computação na jornada diária de trabalho de 10 
minutos (5 minutos antes e 5 após o serviço). 
Sobre o cômputo de horas, a lei também prevê o pagamento de horas extras, bem como o desconto de faltas. Nesse 
caso, muitas empresas adotam um banco de horas para seus funcionários, o que facilita o controle e a flexibilidade 
de suas horas trabalhadas. 
 
PERÍODO DE DESCANSO 
 
É obrigatório que, em todo trabalho cuja duração exceda 6 horas contínuas, seja conferido um intervalo 
(denominado intrajornada) de 1 hora ao funcionário para seu descanso ou sua alimentação. Porém, caso haja algum 
acordo coletivo, esse tempo pode chegar a 2 horas – e não mais que isso. 
 
 
 
 ATENÇÃO 
 
Em uma jornada de trabalho que não ultrapasse 6 horas, e sim 4, o intervalo obrigatório é de 15 minutos. 
A Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) modificou o inciso III do artigo 611-A da CLT. Esse tópico se referia ao 
tempo mínimo de intervalo com uma jornada de trabalho acima de 6 horas. 
Vale saber que o horário de descanso pode ser reduzido para 30 minutos, mas isso só pode ocorrer graças a um 
acordo coletivo ou uma convenção. Além disso, devem estar especificados na cláusula os detalhes das condições de 
repouso ou alimentação, uma vez que elas estão asseguradas aos funcionários. 
 
FÉRIAS 
 
As férias devem ser concedidas ao funcionário anualmente, ou seja, após o período chamado de “aquisitivo”. É 
direito de cada empregado o tempo de férias dentro dos 12 meses de trabalho (que é denominado “concessivo”). 
Caso deixe o emprego sem ser readmitido dentro de 60 dias, ele perderá o direito a ela. 
Já um trabalhador e estudante menor que 18 anos tem a garantia de poder coincidir suas férias com as escolares. 
Quando, em uma mesma empresa (ou outro estabelecimento), houver membros de uma família, todos terão o 
direito, desde que não cause prejuízo para o setor, de gozar férias no mesmo período. 
SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO 
 
É obrigatório que cada empresa, seja ela privada ou pública, obedeça às normas regulamentadoras concernentes à 
segurança do trabalho. O empregador que não garantir a segurança de seu funcionário estará sujeito a penalidades 
previstas na legislação pertinente ao tema. 
 
 
 
 ATENÇÃO 
 
O empregado que, sem a devida justificativa, não cumprir suas obrigações em relação à sua segurança terá tal 
recusa enquadrada como “ato faltoso”. 
 
 
 
SINDICATO 
 
A CLT prevê o acordo coletivo como caráter normativo. O sindicato é o responsável por celebrá-lo com a empresa 
correspondente à categoria. A associação sindical ajuda o trabalhador a resguardar seus interesses laborais e 
econômicos, assim como na defesa da categoria que representa. 
Além da CLT, a Constituição Federal também assegura a organização e a associação sindical (que é uma associação 
considerada como primeiro grau) com a finalidade de coordenar os interesses profissionais ou econômicos de 
profissionais de diferentes áreas. 
Já as federações e as confederações são outras associações – no caso, de grau superior. Aquelas são constituídas 
por, no mínimo, 5 sindicatos que representam a maioria absoluta de um grupo de atividades; já estas, por, no 
mínimo, 3 federações de sindicatos. 
 
REFORMA TRABALHISTA (LEI N. 13.467/2017) 
 
A seguir, vamos discutir pontos importantes da Lei n. 13.467/2017. 
 
PRINCIPAIS PONTOS 
 
A Reforma Trabalhista já era esperada no Brasil não apenas por questões meramente político- partidárias, mas 
também pelo movimento de transformações que já vinha ocorrendo em diversos países. 
Por iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego, teve início em dezembro de 2016 a tramitação da Reforma 
Trabalhista. Ela, contudo, só entrou em vigor no dia 11 de novembro de 2017. 
 
 ATENÇÃO 
 
Desde a promulgação da CLT na Era Vargas, em 1943, até o ano de 2017, nenhuma atualização tinha ocorrido com 
tamanha extensão. 
As alterações decorrentes da Lei n. 13.467/2017 envolvem, pela ordem: 
 
[...] GRUPO ECONÔMICO, TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR, QUESTÕES HERMENÊUTICAS RELATIVAS À 
ELABORAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA E À INTERPRETAÇÃO DAS CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO, 
RESPONSABILIDADE DOS 
 
SÓCIOS E SUCESSÃO TRABALHISTA, PRESCRIÇÃO, MULTAS ADMINISTRATIVAS, DURAÇÃO DO TRABALHO E REGIME 
COMPENSATÓRIO, TELETRABALHO, INTERVALOS, FÉRIAS, DANO EXTRAPATRIMONIAL, TRABALHO DA MULHER EM 
ATIVIDADES INSALUBRES, AMAMENTAÇÃO, TRABALHO AUTÔNOMO, TRABALHO INTERMITENTE, VESTIMENTA, 
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO, NATUREZA JURÍDICA DE PARCELAS RECEBIDAS PELOS EMPREGADOS, EQUIPARAÇÃO 
SALARIAL, ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO, EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO, DISPENSA COLETIVA, 
PLANO DE DISPENSA VOLUNTÁRIA, DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA, ARBITRAGEM PARA OS CHAMADOS 
“HIPERSUFICIENTES”, QUITAÇÃO ANUAL DO CONTRATO DE TRABALHO, REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS NAS 
EMPRESAS, CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, E CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO. 
 
(FINCATO; STÜRMER, 2019, p. 57) 
 
Como se poderia imaginar, a nova lei atua diretamente sobre a vida do trabalhador no âmbito legal e, 
consequentemente, social. 
Entre as muitas mudanças apresentadas por ela, Fincato e Stürmer (2019) consideram que aquelas dispostas a seguir 
merecem o devido destaque: 
TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR 
O artigo 4º, §1º, da Lei n. 13.467/2017 fala sobre o efeito de indenização e estabilidade, frisando que, na contagem 
de tempo de serviço, serão computados os períodos em que o trabalhador estiver afastado por motivo de serviço 
militar e acidente de trabalho. 
No § 2º, porém, não será computado o período em que o funcionário exceder ao trabalho por motivo de: Práticas 
religiosas. 
Descanso. 
 
 
Lazer. 
 
 
Estudo. 
 
 
Alimentação. 
 
 
Atividades de relacionamentosocial. 
 
 
Higiene pessoal. 
 
 
Troca de roupa ou de uniforme (quando não houver a obrigatoriedade de realizar essa troca na empresa). 
 
Diante da insegurança nas ruas e do horário que alguns funcionários saem de seus trabalhos, muitos preferem 
permanecer no local até momento em que acharem seguro. 
 
Essa permanência não onera o empregador, uma vez que o funcionário não está ali à disposição da empresa para a 
realização de alguma atividade. Nesse caso, muitos podem permanecer no local por motivos variados, o que não 
deve ser considerado “hora extra”. 
ESSA MUDANÇA FOI CONSIDERADA POSITIVA TANTO PARA OS EMPREGADORES QUANTO PARA OS EMPREGADOS. 
 
DURAÇÃO DO TRABALHO 
O art. 58, § 2º, da referida lei aborda o tempo despendido do trabalhador de sua residência até o local de trabalho, 
bem como sobre seu retorno, seja caminhando ou por meio de transporte. Esse tempo, enfim, não será computado 
na jornada de trabalho. 
Com a Reforma Trabalhista, o funcionário não tem o direito de receber horas in itinere, ou seja, o tempo de 
deslocamento de sua residência até o local de seu trabalho (ida e volta). 
 
 ATENÇÃO 
Quando o local for de difícil acesso e o transporte público regular não estiver presente, se o empregador oferecer 
um transporte a seu funcionário, ele poderá ser pago por esse horário. 
Por exemplo: O trabalhador inicia sua jornada às 8h, mas o transporte da empresa chega à sua residência às 7h. A 
jornada de trabalho, portanto, começaria às 7h, e não 1 hora depois. 
 
TELETRABALHO 
Não havia regulamentação dessa função no Brasil até então. Em 2017, essa lei acrescentou à CLT os artigos 75-A e 
75-E, que são os responsáveis pela regulação do teletrabalho. 
 
MAS O QUE CARACTERIZA O TELETRABALHO? 
 
RESPOSTA 
 
 
O uso de meios telemáticos e informatizados fora do ambiente de trabalho do funcionário. 
 
[...] A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PREPONDERANTEMENTE FORA DAS DEPENDÊNCIAS DO EMPREGADOR, COM A 
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO QUE, POR SUA NATUREZA, NÃO SE 
CONSTITUAM COMO TRABALHO EXTERNO. 
 
(BRASIL, 2017, art. 75) 
 
ENTÃO, QUAL É A DIFERENÇA ENTRE TELETRABALHO E HOME OFFICE? 
RESPOSTA 
 
 
Os dois termos são confundidos. O home office se trata das atividades realizadas na residência durante dias 
determinados, isto é, o funcionário pode exercer sua função tanto em sua casa como no espaço físico da 
 
empresa. 
 
Nesse caso, ao contrário do teletrabalho, não existe a necessidade de um aditivo contratual. O que pode ser feito 
para conferir maior segurança ao empregado é a confecção de um documento que esclareça a possibilidade de o 
trabalho eventualmente ser realizado fora do ambiente da empresa. 
 
PERCEBE-SE, NA ATUALIDADE, MUITO EM PARTE PELO ADVENTO DA GLOBALIZAÇÃO, NOVAS CONFIGURAÇÕES 
SOCIAIS, ECONÔMICAS E TECNOLÓGICAS, AS QUAIS FAZEM EMERGIR PROFUNDAS MODIFICAÇÕES NO MUNDO 
TRABALHO. SÃO EXEMPLOS DESSAS MODIFICAÇÕES A FLEXIBILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO, A TERCEIRIZAÇÃO DA MÃO 
DE OBRA, A PRODUÇÃO JUST-IN-TIME, MODELOS DE CARREIRAS COM CARACTERÍSTICAS MAIS INDIVIDUAIS E A 
MAIOR VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO E PSICOLÓGICO NO TRABALHO. A ABERTURA DO MERCADO EM PAÍSES 
EM DESENVOLVIMENTO PARA EMPRESAS MULTINACIONAIS E A FORMA DE TRABALHO EM HOME OFFICE, 
POSSIBILITADA PELA INTERNACIONALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DAS EMPRESAS, CARACTERIZAM UM CENÁRIO 
COM DIFERENTES FORMAS DE TRABALHAR E SE APRESENTAM COMO UMA REALIDADE DO FENÔMENO TRABALHO. 
 
(RAFALSKI; ANDRADE, 2015, p. 1) 
 
A pandemia causada pela Covid-19, desde 2020, obrigou várias empresas, diante do isolamento social, a manter seus 
funcionários operando suas funções a partir de casa. Esse cenário ajuda a compreender um pouco mais as diferenças 
entre essas duas modalidades. 
  ATENÇÃO 
 
O home office, portanto, é a realização do trabalho dentro e fora do ambiente da empresa (do trabalho). Já o 
teletrabalho se caracteriza pelas atividades realizadas fora das dependências da empresa (isso não quer dizer que o 
trabalhador não possa eventualmente comparecer ao local). 
Outra diferença entre as duas atividades é que o teletrabalho não é passível de controle de jornada. No 
home office, por outro lado, o funcionário está submetido a um controle de horário pelo empregador. 
SOBRE ESSE PONTO, É POSSÍVEL CONCLUIR QUE A RESPONSABILIDADE RECAI SOBRE O EMPREGADOR NO HOME 
OFFICE, ENQUANTO, NO TELETRABALHO, ELA É PASSÍVEL DE DISCUSSÃO. 
 
 
INTERVENÇÕES CRÍTICAS À REFORMA TRABALHISTA 
 
Diante das rápidas considerações aqui realizadas, alguns autores puderam analisar criticamente alguns aspectos da 
Lei n. 13.467/2017. 
POSSIBILIDADE DE TERCEIRIZAÇÃO DAS ATIVIDADES 
Isso pode resultar em diminuição salarial, uma vez que o salário de terceirizados é menor e eles têm jornadas de 
trabalho mais longas, bem como menos direitos e pouca garantia de estabilidade. 
Nesse cenário, pontua Lacaz (2016), as condições de trabalho não são totalmente adequadas, trazendo riscos de 
acidentes fatais. 
Por exemplo, na Petrobras, entre os anos de 1995 e 2013, foram computados 320 acidentes fatais. Desse 
contingente, 268 eram terceirizados. 
LIBERAÇÃO DA TERCEIRIZAÇÃO NOS SERVIÇOS ESSENCIAIS DE SAÚDE PÚBLICA 
Trata-se de uma tentativa de desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa possibilidade deixaria de contemplar 
e valorizar os servidores em atividade. 
JORNADA DE TRABALHO 
Segundo Antunes (2018), essa jornada, que até então era de 8 horas por dia, com uma possibilidade de 2 horas 
extras e duração de 44 horas por semana, foi alterada para: 
 
12 a 14 horas por dia. 
 
 
Sem remuneração pelas horas extras. 
 
 
48 horas por semana. 
 
 
Tudo isso resulta em maior concorrência, exigência de metas, mais rotatividade e menos solidariedade no ambiente 
da empresa – pontos que têm sido utilizados para explicar o aumento de problemas de saúde e de assédio moral. 
Por exemplo, ter a atenção chamada diante de outros funcionários ou ser ameaçado, alvo de objetos lançados 
contra seu corpo ou constrangido. 
FÉRIAS 
Elas podem ser divididas até em 3 períodos, sendo que nenhum deles pode ter menos que 5 dias. O maior período 
deve ser maior que 14 dias. Além disso, as férias não podem ser gozadas 2 dias antes de um feriado ou em dia de 
descanso remunerado. 
TEMPO DE DESLOCAMENTO 
Anteriormente, o tempo de deslocamento para o trabalho pago pela empresa, de acordo com a CLT, era computado 
como hora de trabalho. Agora isso mudou, o que acentua o desgaste na saúde do funcionário e aumenta a jornada 
de trabalho dele. 
TRABALHO DE MULHER GRÁVIDA 
Anteriormente, o trabalho para elas era proibido em lugares insalubres. Com a mudança ocasionada pela Reforma 
Trabalhista, caso a mulher tenha um atestado médico que garanta sua permanência nesse ambiente, mesmo 
gerando riscos para a saúde do nascituro, ela terá a autorização para trabalhar. 
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL FACULTATIVA 
A lei de 2017 torna-a facultativa, o que dificulta a atuação dos sindicatos mediante demandas dos trabalhadores. 
Tais mudanças, sobretudo as que recaem no tema da terceirização, coisificam ainda mais o trabalhador, pois 
precarizam não apenas o ambiente de trabalho (segurança), mas também a saúde dele. 
 
CLT E REFORMA TRABALHISTA DE 2017 
 
Qual seria o ponto mais relevante da Reforma Trabalhista? É o que veremos a seguir: 
 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
 
1. A REFORMA TRABALHISTA (LEI N. 13.467/2017) ALTEROU ALGUNS PONTOS EM RELAÇÃO À CARGA HORÁRIA 
DE TRABALHO. MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA EM RELAÇÃO A ESSA LEI. 
 
A) A nova legislação não mantém a jornada máxima de 44 horas semanais. 
 
B) As férias podem ser fracionadas, no máximo, em até 2 períodos de 15 dias (cada). 
 
C) O horário de almoço pode ser reduzido, conforme acordo com o sindicato, de 1 hora para 30 minutos. 
 
D) A CLT prevê que o funcionário deve receber hora extra por permanecer no local de trabalho para realizar 
tarefas pessoais. 
E) O horário de almoço não pode ser, em hipótese alguma, diminuído diante de uma jornada de trabalho acima 
de 8 horas por dia. 
 
 
 
2. NESTE MÓDULO,OBSERVAMOS TAMBÉM ALGUMAS CRÍTICAS ACERCA DA REFORMA TRABALHISTA. A 
MAIOR DELAS DIZ RESPEITO AO RISCO DA TERCEIRIZAÇÃO DO TRABALHO. AFINAL, ELA PODE ACARRETAR NÃO SÓ A 
DESVALORIZAÇÃO DO FUNCIONÁRIO, COMO TAMBÉM RETIRAR A SEGURANÇA E AUMENTAR A POSSIBILIDADE DE 
ENFERMIDADES E ASSÉDIO MORAL. MARQUE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE A UM CASO TÍPICO DE ASSÉDIO 
MORAL. 
 
A) O empregador chama a atenção e humilha determinado funcionário por ele não ter conseguido atingir 
metas que, na verdade, eram inatingíveis. 
 
B) O empregador solicita, diante dos demais funcionários, que determinado trabalhador permaneça por mais 
duas horas após sua jornada de trabalho. 
C) O empregador, sabendo da condição financeira de seu funcionário, disponibiliza um veículo da empresa para 
que ele realize a condução até o ambiente de trabalho. 
D) O empregador se comporta, eventual ou isoladamente, de maneira grosseira, isso é considerado um assédio 
moral. 
E) Quando consentido pelo sindicato, o empregador pode espalhar boatos de seu funcionário pela empresa. 
 
 
 
GABARITO 
 
1. A Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) alterou alguns pontos em relação à carga horária de trabalho. 
Marque a alternativa correta em relação a essa lei. 
A alternativa "C " está correta. 
 
horário de descanso poderá ser reduzido para 30 minutos, mas isso somente ocorrerá se for estipulado em um 
acordo coletivo ou em uma convenção. Além disso, os detalhes das condições de repouso ou alimentação precisam 
estar especificados na cláusula contratual, já que tais condições estão asseguradas aos funcionários. 
2. Neste módulo, observamos também algumas críticas acerca da Reforma Trabalhista. A maior delas diz 
respeito ao risco da terceirização do trabalho. Afinal, ela pode acarretar não só a desvalorização do funcionário, 
como também retirar a segurança e aumentar a possibilidade de enfermidades e assédio moral. Marque a 
alternativa que corresponde a um caso típico de assédio moral. 
A alternativa "A " está correta. 
 
Tudo isso resulta em maior concorrência, exigência de metas, mais rotatividade e menos solidariedade no ambiente 
da empresa – pontos que têm sido utilizados para explicar o aumento de problemas de saúde e de assédio moral. Eis 
alguns exemplos desse tipo de assédio: ter a atenção chamada diante de outros funcionários ou ser ameaçado, alvo 
de objetos lançados contra seu corpo ou constrangido. 
 
 
 
MÓDULO 2 
 
 Identificar as transformações do mundo do trabalho com as modificações da dinâmica do capitalismo e seus 
impactos na organização social 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Você pode ver trabalhadores (consegue identificar quantos?) executando serviços diversos na construção de um 
edifício. Eles estão concentrados em suas tarefas que, embora possam ser individualizadas e especializadas, têm um 
objetivo comum. Contudo, a imagem mostra os trabalhadores confundindo-se com os próprios materiais com os 
quais trabalham, quase como máquinas ou coisas, que não são “sociais” nem “sociáveis”. 
Vamos entender melhor o conceito de trabalho partindo de sua origem e das perspectivas de três importantes 
pensadores que estudaram o tema e deixaram reflexões que ainda influenciam a nossa sociedade nos dias atuais: 
Max Weber (1864-1920), Karl Marx (1818-1883) e Émile Durkheim (1858- 1917). 
 
 
 
TRABALHO: A LONGA TRAJETÓRIA DE CONSTRUÇÃO DE UM CONCEITO 
Trabalho é uma atividade eminentemente humana, na qual as pessoas transformam a natureza, utilizando a 
inteligência e a força física, para produzir bens e serviços. O trabalho diferencia o ser humano de outros animais que 
não planejam sua existência e não podem modificá-la, apenas adaptar- se ao meio. Pelo trabalho, os seres humanos 
produzem conhecimento, tecnologia, inovação, criam e transformam, de modo consciente, o mundo em que vivem, 
modificando continuamente os aspectos 
culturais, sociais, econômicos e políticos. 
 
É através do trabalho que se tem acesso aos bens básicos necessários à subsistência, como também aos bens 
tecnológicos e culturais. Contudo, o trabalho é mais do que a produção de bens, é um importante meio de formação 
de vínculos sociais, para além dos familiares, em que o ser humano pode exercitar sentimentos que se constituam 
em práticas de solidariedade, companheirismo e cooperação. Para muitos, o trabalho é o único espaço de 
convivência social. 
A palavra trabalho tem origem no latim tripalium , que se refere a um instrumento utilizado no plantio de lavoura 
nas sociedades antigas. Historicamente, o trabalho intelectual ou que despendia menor força física sempre foi mais 
valorizado do que o trabalho braçal, considerado atividade de escravos na Grécia Antiga. Foram os romanos que 
primeiramente associaram os escravos a objetos de trabalho, qualificando-os como instrumentum vocalis , 
coisificando a pessoa humana. 
 
 SAIBA MAIS 
 
Na Roma Antiga, escravos e animais de carga eram classificados na mesma categoria dos instrumentos destinados a 
cultivar a terra. A diferença era que os escravos pertenciam ao gênero vocale – falantes – e os bois, ao gênero 
semivocale , com voz parcial, isto é, emitem sons, mas não falam. No Direito romano, a condição de coisa (res ), 
estabelecida para o gado e os demais animais de carga, era a mesma do escravo. O Direito romano legislava sobre os 
animais domésticos, que, tais como os escravos, pertenciam a um dono. A escravidão, portanto, embora tenha sido 
um gênero de trabalho, era também uma condição degradante da pessoa humana reduzida à condição de animal. 
Na Antiguidade, trabalho era uma atividade majoritariamente desempenhada por escravos ou pessoas 
pobres, tornando-se sinônimo de perda da liberdade, uma vez que a palavra estava associada ao 
 
esforço físico, à humilhação e ao sofrimento. Por isso, em fins do século VI, tripalium passou a ser também o nome 
dado a um instrumento de tortura usado no Império Romano. 
Na Idade Média, o conceito de trabalho estava ligado à condição social das pessoas, visto que a sociedade estava 
dividida entre os bellatores , os oratores e os laboratores , sendo os primeiros a classe dos cavaleiros, isto é, a alta 
nobreza que se responsabilizava por comandar as guerras, conquistas e defender o território; os seguintes oravam, 
eram os religiosos e o clero; e os últimos, a grande massa de gente das cidades e dos campos, trabalhavam. 
A Igreja valorizava o ato de contemplação e a elevação espiritual em detrimento às atividades braçais, consideradas 
mundanas e apegadas aos bens terrenos. Com o declínio da Idade Média e a consequente retomada da urbanização 
e do comércio, o trabalho se diversificou, mas também aumentou, fazendo com que fosse comparado, 
metaforicamente, com o suplício ou a tortura. 
Com o desenvolvimento do capitalismo, o trabalho sofreu inúmeras e profundas transformações, especialmente 
com o impacto do protestantismo. Segundo o sociólogo Max Weber, a igreja protestante, por pregar a salvação a 
partir de uma vida módica e dedicada ao trabalho, teve papel fundamental no convencimento dos trabalhadores a 
aceitarem as condições de exploração a que estavam submetidos. Isso incluía a negação dos prazeres “terrenos”, o 
luxo, o ócio e a preguiça – enfim, não desperdiçar o tempo com comportamentos que não favorecessem o acúmulo 
de bens e o aperfeiçoamento da alma. 
Essa associação entre o trabalho e a salvação da alma ele chama de “espírito do capitalismo”. Embora condenasse o 
luxo, a riqueza não exteriorizada era sinal da salvação. Aí reside o conceito de Weber de “ética protestante” que se 
verifica com o acúmulo de bens, e não para o consumo e os gastos 
 
supérfluos. Max Weber considera que a “ética protestante” foi o fator cultural de maior impacto para o 
desenvolvimento do capitalismo. 
 
 SAIBA MAIS 
 
Max Weber foi intelectual, jurista e economista alemão, considerado um dos fundadores da Sociologia, além de ter 
influenciado os estudos nas áreas da Economia, da Filosofia, do Direito, da Ciência Política e da Administração. Suas 
principais obras dedicam-seao estudo do capitalismo e do chamado processo de racionalização e desencantamento 
do mundo. 
 
 
Aprofundemos um pouco mais a relação entre a “ética protestante” e o “espírito do capitalismo” a partir do 
pensamento de Max Weber. 
 
Posteriormente, entre os séculos XVIII e XIX, a ideologia capitalista passa a inculcar nos trabalhadores a ideia do 
trabalho como forma de realização pessoal e social, mesmo que estivessem submetidos a duras formas de 
exploração e opressão. Mas foi a partir de meados do século XIX que o capitalismo se intensificou, aumentando o 
ritmo de produção dos mais variados bens, demandando, consequentemente, maior esforço humano no trabalho. 
Essa é uma das características da sociedade de consumo que se funda na produção acelerada dos bens, na 
ampliação da concorrência e na precarização das relações trabalhistas. Práticas como terceirizações, contratos 
temporários ou atividades informais chegaram no século XXI com um verniz de liberdade para o trabalhador e maior 
possibilidade de controle de seu tempo e remuneração, mas teve como resultados concretos o aumento das 
incertezas e as inconstâncias no mundo do trabalho. 
A palavra “trabalho”, portanto, é entendida como toda atividade profissional, remunerada ou não, produtiva ou 
criativa, exercida para determinado fim, cujo sentido é oriundo de uma historicidade, isto é, está em consonância 
com a época, a cultura, o modo de se relacionar e de compreender o mundo de cada sujeito e do grupo do qual fez e 
faz parte. 
 
O SER SOCIAL 
 
Georg Lukács (2013), filósofo e historiador húngaro de vertente marxista, via o trabalho como o “complexo concreto 
de sociabilidade como forma de ser”, ou seja, uma “célula geratriz” ou uma categoria ontológica, que faz parte da 
natureza humana. Isso não significa que ele entendia que a vida social estava limitada ao trabalho, mas sim que toda 
a multiplicidade de expressões humanas se funda no trabalho como atividade originária. 
 
Para Lukács, o trabalho é o ponto de partida para tornar-se “homem do homem”, senhor de si, uma vez que o 
trabalho é o veículo para a autocriação do homem como sujeito histórico. Como ser biológico, ele é um produto do 
desenvolvimento natural, mas o trabalho o leva a um novo ser: o ser social. 
Portanto, o trabalho é o vínculo material entre o ser humano e a natureza, assinalando a passagem do ser 
meramente biológico (que sobrevive e se adapta às circunstâncias da natureza) ao ser social (que cria e transforma 
intencionalmente a natureza). 
Para Karl Marx, o que diferencia o trabalho do homem do de outros animais é a capacidade de dar significado à 
natureza por meio de uma atividade planejada e consciente. Para o filósofo, é pelo trabalho que o homem 
transforma a si e à natureza, e, ao transformá-la, de acordo com suas necessidades, imprime em tudo que o cerca a 
sua marca. No trabalho, o homem “defronta-se com a natureza como uma de suas forças, numa dupla 
transformação entre o homem e a natureza. Põe em movimento as forças naturais de seu corpo [...], a fim de 
apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à vida humana” (MARX, 2011). Na medida em que 
atua sobre a natureza e a modifica, o ser humano também modifica a si próprio. Assim, ao transformar a natureza, o 
homem não só cria ou produz bens, mas modifica a sua própria condição. 
Ao longo de toda a história, o trabalho foi determinante para a vida humana, tanto individual como coletiva. A 
humanidade se estruturou histórica e politicamente, quase em sua totalidade, em função do conceito de trabalho. 
Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, senão impossível, diante da importância e do impacto 
que o trabalho nelas provoca. 
A visão ontológica de trabalho em Marx se opõe à perspectiva capitalista, pois nesse modelo econômico o ser 
humano é limitado ou impedido de exteriorizar a sua natureza, uma vez que os frutos de seu trabalho lhes são 
retirados. 
Por exemplo, o trabalhador da indústria de automóveis, que no final do dia volta para casa de transporte coletivo, 
sucateado, lotado e caro; ou o trabalhador da construção civil que mora em condições precárias ou de aluguel. 
A maneira como a sociedade do capital se organiza resulta na fragmentação do trabalhador, retirando dele a sua 
capacidade de se sentir parte de sua produção, caracterizando o trabalho como um agente da alienação. 
ALIENAÇÃO 
 
A alienação (do alemão Entfremdung , que também pode ser traduzido por “afastamento”) exprime sobretudo a 
ideia de algo que está separado de outra coisa ou que é estranho a essa coisa: estou alienado de mim, na medida em 
que não posso compreender ou aceitar a mim mesmo; o pensamento está alienado da realidade, pois a reflete de 
forma inadequada; estou alienado de meus desejos, uma vez que eles não são autenticamente meus, sendo antes 
impostos a mim do exterior; estou alienado dos resultados dos meus trabalhos porque estes se tornam mercadorias; 
e posso estar alienado de minha sociedade, pois, em vez de fazer parte de uma unidade social que a constrói, me 
sinto controlado por ela. 
Fonte: Sérgio Biagi Gregório 
 
 
Os versos de “Cidadão”, música de Zé Ramalho, ajudam a entender esse contexto de expropriação imposto ao 
trabalhador: 
Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar 
Foi um tempo de aflição Era quatro condução 
Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz, 
desconfiado 
 
Tu 'tá aí admirado 
Ou 'tá querendo roubar? 
 
A análise de Karl Marx (2011) sobre a alienação do trabalhador aprofunda o olhar sobre a percepção que o 
trabalhador tem de si próprio e da riqueza produzida, sempre como riqueza alheia, do capitalista. Embora a força de 
trabalho seja a condição para a produção dos bens e o trabalhador gaste a sua vida com o trabalho, ele não usufrui 
da riqueza produzida. Quando o trabalhador fabrica uma mercadoria na condição de explorado, ele também se 
torna uma, reduzindo-se à condição de instrumento que gera a riqueza de outros homens. Quanto maior for seu 
esforço em produzir mercadorias das quais não se beneficia, mais o trabalhador se coisifica. 
 
O SER COISIFICADO 
Se a alienação do trabalho é considerada por Marx o princípio de todas as outras alienações, a sociedade burguesa é 
a origem do trabalho alienado, uma vez que se fundamenta na propriedade privada que nega ao trabalhador o 
acesso aos bens que produz ou a participação nos lucros. Em virtude disso, as relações humanas se transformam em 
relação entre coisas, entre mercadorias: o trabalhador se desumaniza e se transforma em uma mercadoria, barata, 
que produz outra mercadoria, de maior valor, gerando riqueza para poucos. 
 
O TRABALHADOR TORNA-SE TANTO MAIS POBRE QUANTO MAIS RIQUEZA PRODUZ, QUANTO MAIS A SUA 
PRODUÇÃO AUMENTA EM PODER E EXTENSÃO. O TRABALHADOR TORNA-SE UMA MERCADORIA TANTO MAIS 
BARATA QUANTO MAIOR NÚMERO DE BENS PRODUZ. COM A VALORIZAÇÃO DO MUNDO DAS COISAS, AUMENTA 
EM PROPORÇÃO DIRETA A DESVALORIZAÇÃO DO MUNDO DOS HOMENS. O TRABALHO NÃO PRODUZ APENAS 
MERCADORIA; PRODUZ-SE TAMBÉM A SI MESMO E AO TRABALHADOR COMO UMA MERCADORIA, E JUSTAMENTE 
NA MESMA PROPORÇÃO COM QUE PRODUZ BENS. 
 
(MARX, 2012) 
 
Algumas vezes o trabalho é interpretado como um elemento que promove a satisfação e a autorrealização. Outras 
abordagens, porém, atribuem conotações negativas ao trabalho, representado como maldição, castigo, jugo, 
estigma, coerção, esforço e penalidade – consequências de quem vive para trabalhar. Soma-se a essas percepções 
aquela que entende o trabalho como mero veículo para a sobrevivência material. 
Para Marx (1983), o trabalho no capitalismo deixa de formar o sujeito humano/social e passa a alienar, pois o 
produto (bens e serviços produzidos) e o próprio processo de produção (trabalho) se tornam estranhos à realidade 
do trabalhador. 
O capitalismo modifica a visão de liberdade do homem à medida que ele precisa vender sua força de trabalho para 
sua sobrevivência, dissociandoo trabalho do homem que o realiza. O trabalhador subordinado ao capital não tem 
mais controle do produto nem do processo de seu trabalho, centralizados nas mãos do capitalista. Assim, na 
sociedade capitalista, o trabalho passa a ser visto como meio pelo qual uma parte da sociedade sobrevive e a outra 
parte acumula bens. O trabalho é o meio que permite adquirir os produtos dos demais, dado que ninguém consome 
o que produz. Por conseguinte, a função do trabalho e dos seus produtos passa a ser um meio para obter produtos 
dos outros, gerando uma interdependência em que ninguém consome o que produz e todos dependem da produção 
de todos. 
Para Marx (2012), quando o trabalho e os bens resultantes dele deixam de ser um objeto que pertence ao 
trabalhador, isso indica que ele se tornou um servo de seu objeto: “O auge dessa servidão é que somente como 
trabalhador ele pode se manter como sujeito e apenas como sujeito ele é trabalhador”. 
 
No mundo globalizado e capitalista, onde as relações de poder e dominação não são explícitas, o que prevalece é a 
ideologia liberal, e o trabalho é visto e tratado sob essa ótica, em que predomina a ética individualista e a 
competitividade, impondo ritmos alucinantes no mundo do trabalho, submetendo os trabalhadores à ameaça 
constante da demissão e à insegurança em relação à permanência no emprego. Esse modo de relações de trabalho 
visa “garantir” a submissão do trabalhador a essas condições, inculcando nele o desejo de vencer e obter sucesso, 
que o leva a uma dedicação extra sem limites, que se estende para além dos muros das organizações (ANTUNES, 
2000). Tal situação cria uma insegurança psicossocial que acentua o medo de perder o emprego, aumentando o 
estresse e corroendo o caráter. No entanto, esses mesmos sentimentos fragilizam as relações sociais entre os 
companheiros de trabalho e em outras instituições – como a família. Talvez essa seja a causa de cada vez mais 
trabalhadores estarem propensos ao estresse e aos riscos psicossociais do trabalho, por sentirem o risco do 
desemprego, mesmo trabalhando (SENNETT, 2009). 
 
O SER SOLIDÁRIO 
Para o filósofo e sociólogo Émile Durkheim, o trabalho é um fato social presente em todos os tipos de sociedade e se 
impõe sobre todos os indivíduos, independentemente da própria vontade. Durkheim escreveu a sua principal e mais 
conhecida obra, Da divisão social do trabalho , em 1893, na qual argumenta, ao contrário das análises críticas de 
Marx e Weber, que a divisão social do trabalho promove a coesão social e, por isso, deve ser preservada. O trabalho, 
portanto, em vez de concentrar a atenção 
 
na produtividade, seria um caminho para que os indivíduos criassem vínculos e formassem um grupo coeso. 
 
 
O processo de especialização de funções no mundo do trabalho, como mostra o trecho da obra de Durkheim, torna 
os indivíduos interdependentes. Porém, a depender da intensidade dessa especialização, a sociedade desenvolveria 
dois tipos de solidariedade: mecânica e orgânica. 
A solidariedade mecânica é típica de sociedades pré-capitalistas, onde há pouca divisão do trabalho e, 
consequentemente, pouca importância nas relações. Nessas sociedades, os indivíduos se reconhecem e se 
identificam por culturas e tradições em comum que exercem grande influência sobre a coesão social. 
NUMA CIDADE, PODEM COEXISTIR DIFERENTES PROFISSÕES SEM SE PREJUDICAREM MUTUAMENTE, PORQUE ELAS 
PERSEGUEM OBJETIVOS DIFERENTES. O SOLDADO PROCURA A GLÓRIA MILITAR, O SACERDOTE A AUTORIDADE 
MORAL, O HOMEM DE ESTADO O PODER, O INDUSTRIAL A RIQUEZA, O CIENTISTA O RENOME CIENTÍFICO; CADA UM 
DELES PODE ASSIM ATINGIR O SEU FIM, SEM IMPEDIR OS OUTROS DE ATINGIREM O SEU. 
 
TUDO SE PASSA DO MESMO MODO QUANDO AS FUNÇÕES ESTÃO MENOS AFASTADAS UMAS DAS OUTRAS. O 
MÉDICO OCULISTA NÃO FAZ CONCORRÊNCIA AO QUE TRATA AS DOENÇAS MENTAIS, NEM O SAPATEIRO AO 
CHAPELEIRO, NEM O PEDREIRO AO MARCENEIRO, NEM O FÍSICO AO QUÍMICO ETC. COMO PRESTAM SERVIÇOS 
DIFERENTES, PODEM PRESTÁ-LOS PARALELAMENTE. 
 
(DURKHEIM, 1999) 
 
O desenvolvimento do capitalismo, no qual a industrialização e a urbanização ganham espaço, marca o processo de 
especialização do trabalho e de diferenciação social. Esses fatores, segundo Durkheim, são responsáveis pelo 
declínio da solidariedade mecânica e o surgimento de uma nova solidariedade, denominada de orgânica. 
A solidariedade orgânica, portanto, é uma marca da sociedade capitalista e parte da percepção de que os indivíduos 
são diferentes. É caracterizada pelo alto grau de divisão do trabalho e uma maior heterogeneidade cultural. 
Observe a síntese da teoria de Durkheim sobre a divisão do trabalho no fluxograma a seguir. 
A análise de Durkheim sobre a sociedade e o trabalho visa entender a coesão social ou a sua ausência. Para isso, ele 
utiliza dois conceitos: o da solidariedade e da anomia. 
A solidariedade se evidencia na interação de cada indivíduo na divisão do trabalho. Já a anomia é a manifestação da 
desintegração social gerada pela industrialização, provocando diferenciação social – ricos e pobres, citadinos e 
camponeses, centro e periferia etc. 
A anomia é uma característica do mundo moderno, evidenciado pelas crises e pelo ritmo de trabalho contínuo e 
monótono. Nesse mundo, as relações do capital e do trabalho não produzem solidariedade, 
 
reduzindo o homem ao papel de máquina. Desse modo, a anomia pode levar a crises que desestruturam as relações 
sociais, como o suicídio e a criminalidade. 
 
 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
 
1. (PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM - INSTITUTO AOCP - 2020 - ADAPTADA) COMPREENDER AS 
TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO E SEUS IMPACTOS NA VIDA DOS TRABALHADORES É ESSENCIAL NA 
ATUAÇÃO DE UM SOCIÓLOGO. A RESPEITO DAS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES SOCIOLÓGICAS SOBRE ESSE TEMA, 
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA. 
 
A) As inovações no sistema de organização do trabalho diminuíram o nível de rotatividade dos trabalhadores e 
estimularam a qualificação educacional e profissional dos operários. Esse contexto apresentou um novo passo para 
as relações entre empregadores e empregados no século XX, proporcionando aumento do poder econômico das 
famílias. 
B) A ética protestante e o espírito do capitalismo , de Max Weber, constitui-se como um importante estudo 
sobre como o protestantismo (fator religioso) foi a principal causa do capitalismo ocidental. Essa afirmação é 
pautada na ideia de que o comportamento do protestante, de acordo com a teologia calvinista, deveria ser de 
estímulo ao trabalho profissionalizado e de busca pela riqueza. 
C) Para Marx, a economia é fundamentada pelas relações de trabalho, sendo por meio do trabalho que o 
homem transforma a natureza e reproduz a sua existência. 
D) Segundo Émile Durkheim, as sociedades modernas estão enquadradas teoricamente no tipo de 
solidariedade mecânica, caracterizando-se por alto grau de divisão do trabalho, maior diferenciação cultural, 
especialização das funções entre os indivíduos e enfraquecimento da consciência coletiva. 
E) Os novos modelos de liberalização econômica, especialmente pela terceirização, acarretaram melhorias na 
vida do trabalhador, fortalecimento dos sindicatos e seguridade trabalhista. 
 
 
 
2. (CONSULPLAN - 2018 - SEDUC - PA - ADAPTADA) 
“A NOÇÃO DE ALIENAÇÃO É FUNDAMENTAL NO PENSAMENTO MARXISTA, POIS APRESENTA O ESTADO 
PSICOSSOCIAL PRIMORDIAL AO QUAL O INDIVÍDUO É SUBMETIDO NO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA. ALÉM 
DISSO, MARX NÃO VÊ NO TRABALHO UMA EXPRESSÃO QUALQUER DA VIDA. PARA MARX, O TRABALHO TEM UMA 
LOCALIZAÇÃO ESPECIAL, ATÉ MESMO 
 
PRIVILEGIADA, POR SER A EXTERIORIZAÇÃO DO SER. POR SER A OBJETIFICAÇÃO DA ESSÊNCIA HUMANA, POR SER O 
PROCESSO DE COLOCAR PARA FORA A MAIS PURA HUMANIDADE, O ESFORÇO MATERIAL DA TRANSFORMAÇÃO DO 
MUNDO E A SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES.” 
 
A) É a constatação básica de que o trabalhador está alienado em relação ao produto de seu trabalho que gera a 
revolta de classe, cerne da revolução em massa. 
B) Construir as próprias ferramentas é exercer uma dominação impossível a qualqueroutro animal, o que já 
elimina para o homem a possibilidade de total alienação. 
C) Uma das formas de reconhecer a alienação é quando, no fim do processo de trabalho, o produto feito se 
transforma em algo estranho, independente do ser que o produziu. 
D) É o estranhamento em não se reconhecer num produto a essência da pobreza e da alienação gerada pela 
substituição progressiva e inexorável do homem pela máquina. 
E) A alienação se concretiza quando o trabalhador deixa de participar dos sindicatos e da luta por seus direitos 
por não se ver representado nos líderes sindicais. 
 
 
 
GABARITO 
 
1. (Prefeitura Municipal de Betim - Instituto AOCP - 2020 - ADAPTADA) 
Compreender as transformações no mundo do trabalho e seus impactos na vida dos trabalhadores é essencial na 
atuação de um sociólogo. A respeito das diferentes interpretações sociológicas sobre esse tema, assinale a 
alternativa correta. 
A alternativa "C " está correta. 
 
 
 
Para Marx, o trabalho é a principal característica humana pela capacidade que se tem de transformar a natureza e, 
ao mesmo tempo, transformar a si próprio por meio desse trabalho e da natureza ao seu serviço. Contudo, nem 
sempre as relações de trabalho garantem dignidade ao ser humano, que pode ser tratado como uma “coisa” 
geradora de riqueza e bem-estar a outrem. 
2. (CONSULPLAN - 2018 - SEDUC - PA - ADAPTADA) 
“A noção de alienação é fundamental no pensamento marxista, pois apresenta o estado psicossocial primordial ao 
qual o indivíduo é submetido no modo de produção capitalista. Além disso, Marx não vê no trabalho uma expressão 
qualquer da vida. Para Marx, o trabalho tem uma localização especial, até mesmo privilegiada, por ser a 
exteriorização do ser. Por ser a objetificação da essência humana, por ser o processo de colocar para fora a mais 
pura humanidade, o esforço material da transformação do mundo e a satisfação das necessidades.” 
 
Marx explica que o trabalho pode ser emancipatório, quando possibilita ao trabalhador usufruir das transformações 
que ele faz na natureza. Contudo, também pode alienar o trabalhador, por diversas circunstâncias, como quando, 
movido pelo medo do desemprego ou da concorrência, ele se sujeita a ritmos e formas de trabalho opressores 
contra si e contra seus companheiros. A alienação, para Marx, ainda ocorre quando o trabalhador é alijado da 
possibilidade de usufruir dos bens e serviços que produz. 
 
 
 
MÓDULO 3 
 
 
 Distinguir o trabalho assalariado das formas associadas de trabalho, conhecendo suas especificidades e como 
interferem na organização dos trabalhadores e das empresas 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Os dados do gráfico comparam o aumento do salário mínimo e a inflação no Brasil nos últimos vinte anos. 
Por esses dados, percebe-se que entre 2001 e 2015 houve uma política formal do governo de valorização do salário 
mínimo. Contudo, a partir de 2016, o que se verifica é uma redução dos aumentos que mal cobrem a inflação. Para 
2021, por exemplo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviada 
 
concedendo um aumento de R$ 22 aos atuais R$ 1.045. Após revisão, seu valor em âmbito nacional (exceto para as 
Unidades da Federação que possuem valor próprio), a partir de 01/01/2021, passou a ser R$1.100,00. 
Contudo, o que é salário e como ele se estrutura no mundo do trabalho? Quais são as outras formas possíveis de 
remuneração, além do salário? Vamos entender melhor a seguir. 
 
 
 
TRABALHO E ASSALARIAMENTO 
 
É quase um consenso entre os historiadores que a palavra salário vem da Antiguidade, quando se usava o sal como 
expressão de valor para as relações de trabalho. 
No Direito brasileiro, o salário é conceituado como “o conjunto de parcelas contraprestativas pagas pelo 
empregador ao empregado em decorrência da relação de emprego” (DELGADO, 2005). Segundo a teoria da 
contraprestatividade, o salário é a contraprestação do trabalho na troca que o empregado faz com o empregador, 
fornecendo a sua atividade e dele recebendo a remuneração correspondente. 
Mas nem sempre o trabalho foi remunerado! Nem todas as formas de trabalho pressupõem o recebimento de 
salário. 
Durante a Idade Média, com o crescimento das cidades na Europa, as relações econômicas se modificaram. Se antes 
estavam centradas no campo e os trabalhadores usavam suas próprias produções como forma de pagamento de 
serviços, a vida urbana fez renascer o uso do dinheiro, que se tornou o principal mecanismo de remuneração de 
serviços para pessoas livres. 
Na Idade Moderna, a produção era de caráter familiar e o artesão, proprietário dos meios de produção (oficina e 
ferramentas), realizava todas as etapas, pois não havia divisão do trabalho ou especialização. Em muitos casos, os 
artesões recebiam ajudantes em sua oficina, que, no entanto, não eram assalariados, atuando como aprendizes de 
um ofício até abrirem sua própria oficina. 
O aprendiz recebia como pagamento o próprio aprendizado, mas também poderia receber alimento ou, 
eventualmente, algum dinheiro. Quando o aprendiz não conseguia abrir seu próprio negócio, podia continuar com o 
seu mestre na condição de “jornaleiro” (diarista), recebendo um salário. 
As corporações de ofício – antecessoras dos atuais sindicatos – surgiram como instituições que reuniam 
trabalhadores de determinada categoria em defesa de interesses comuns – entre eles, a defesa do salário justo. 
No século XIX, com a Revolução Industrial, os primeiros sindicatos se organizaram e com eles as lutas contra a 
exploração e em defesa da dignidade do trabalhador, em especial sobre a remuneração, pauta que ainda é central 
nos sindicatos e nas associações contemporâneas. 
É preciso lembrar, porém, que os regimes de trabalho forçado, servidão e escravidão, tanto na Antiguidade como na 
contemporaneidade, são marcados por diversos tipos de violência física, moral e psicológica que desumanizam o 
trabalhador, colocando-o na condição de coisa ou objeto móvel, negando a essas pessoas a remuneração justa pelo 
esforço despendido na geração de riquezas para os outros – o Estado ou as pessoas. 
 
LEIS TRABALHISTAS E O SALÁRIO NO BRASIL 
No Brasil, a discussão sobre o salário mínimo se deu na década de 1930, passando a vigorar a partir de 1º de maio de 
1940. Três anos depois, em 1943, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) definiu, no art. 76, o conceito do salário 
mínimo como a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive 
ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia de serviço e capaz de satisfazer as necessidades básicas de 
alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. 
 
De acordo com o art. 459 da CLT, o período de pagamento do salário não pode ser superior a um mês, e o 
trabalhador deve recebê-lo até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. A legislação também é clara no 
sentido de definir que os salários serão pagos em dinheiro, não havendo nenhuma outra possibilidade de meio, 
instrumento ou bem que ocupe esse lugar. A lei também estabelece o direito a receber um salário adicional a cada 
ano: o décimo terceiro salário é uma gratificação equivalente a um salário mensal, pago em até duas prestações. A 
Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, portanto, garante um salário mínimo nacional que atenda às 
necessidades básicas de vida dos trabalhadores e suas famílias, com reajustes periódicos para manter o poder de 
compra das pessoas. 
A Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, conhecida como Reforma Trabalhista, criou inúmeras mudanças para a CLT. 
No que se refere ao salário mínimo, a reforma abre a possibilidade de um trabalhador receber menos que o salário 
mínimo. Isso só pode acontecer se o empregado trabalhar menos de oito horas diárias. 
A Lei da Reforma Trabalhista trouxe também uma mudança para a composição do salário. Anteriormente, o art. 457 
da CLT determinava que gratificações, percentuais, diárias e outras formas de remuneração variável e acessória 
integravam o salário. Agora, estabelece que essas remuneraçõesacessórias e variáveis não compõem salário e, por 
isso, são excluídas do montante sobre o qual incidem os tributos e as contribuições previdenciárias. 
Segundo a CLT, o vínculo empregatício é caracterizado no contrato de trabalho por quatro condições: 
 
PESSOALIDADE 
 
O contrato é individual e intransferível, sem possibilidade de o contratado colocar eventualmente, ou de modo 
permanente, um substituto em seu lugar. 
 
 
 
SUBORDINAÇÃO 
 
O contratado é subordinado ao contratante, dentro dos limites da lei e no período de trabalho, ou seja, está a 
serviço do contratante, ao dispor dele. 
 
 
 
HABITUALIDADE 
 
No período do contrato, o vínculo de trabalho é permanente, não eventual, com frequência previamente 
determinada no contrato. 
 
ONEROSIDADE 
 
Indica que o contratante deve remunerar o contratado pelo serviço prestado. Ou seja, é empregada aquela pessoa 
(física) que se submete a trabalhar como subordinado para alguém (pessoa física ou jurídica) em troca de salário 
fixo, com frequência predefinida e que trabalha de maneira contínua, não eventual. 
O trabalho assalariado, próprio do vínculo empregatício, induz à competição entre a classe trabalhadora frente ao 
mercado de trabalho (contratantes), levando os trabalhadores desempregados a se qualificar, capacitar e “reciclar” 
(termo que revela o caráter coisificado dos trabalhadores no modo capitalista de produção) para que possam 
competir na venda de sua força de trabalho nos processos seletivos (cada dia mais individualizados), bem como leva 
os trabalhadores empregados a competir com os colegas e intensificar seu trabalho, trabalhando além do período 
contratado (muitas vezes em casa, sem horas extras remuneradas) etc., tão somente pela sua manutenção na 
empresa contratante. 
 
 
 
FLEXIBILIZAÇÃO E PRECARIZAÇÃO 
 
Nas últimas décadas, o mundo do trabalho tem enfrentado diversas crises que levaram a novas formas de relações 
de trabalho e, consequentemente, de remuneração. Na maioria das vezes, o sistema capitalista enxerga no salário 
do trabalhador o motivo das crises e busca formas de resolver a situação para que garanta seus lucros. Quase 
sempre o incentivo à flexibilização do trabalho é uma maneira de as empresas enfrentarem a competitividade numa 
economia internacionalizada, em que a palavra de ordem é a redução de custos. O capital, normalmente, vai em 
busca de regiões periféricas do planeta onde os mercados estão desregulados, com baixos encargos sociais e mão de 
obra barata, levando a um enxugamento de despesas, como se observa em países da Ásia, como a China, na Índia e 
na América do Sul. Com a flexibilização, as grandes empresas concentram suas atividades no produto principal e 
terceirizam as atividades consideradas secundárias, subcontratando empresas. Uma empresa de refrigerantes, por 
exemplo, se dedica apenas à produção da bebida, enquanto a fabricação de vasilhames (garrafas e latas) e a 
distribuição ao consumidor são terceirizadas. 
Outra forma de trabalho terceirizado são as cooperativas de trabalho que surgem de modo induzido e 
supervisionado pelas empresas, instituindo o trabalho do tipo “associado”, caracterizado pela inexistência dos 
direitos trabalhistas. Mesmo a empresa “supervisora” não detém responsabilidade sobre a mão de obra. O trabalho 
associado em cooperativas, não raro, visa diminuir os gastos com a gestão da força de trabalho, mantendo, contudo, 
o controle da produção. 
No Brasil, as cooperativas ganharam força a partir das políticas neoliberais implantadas no governo Fernando Collor, 
no início dos anos 1990, e levadas adiante no governo Fernando Henrique Cardoso, 
 
com a privatização de empresas estatais, a reestruturação empresarial provocada pela abertura do mercado 
nacional a produtos importados, o aumento da competitividade, o estabelecimento de políticas de demissão 
voluntária de empregados e as demissões decorrentes da eliminação de postos de trabalho e da busca de 
enxugamento de custos. 
O ideal da cooperativa encarna a flexibilidade das relações de trabalho evidenciada pela ausência de contratos e pela 
responsabilização do trabalhador. Sem salário fixo, em tese o trabalhador se envolveria mais no trabalho, como 
maneira de garantir melhores ganhos. Contudo, o próprio Estado é falho no acompanhamento das cooperativas. A 
inexistência da fiscalização do governo e o fim de incentivos fiscais e de políticas estatais para as cooperativas 
progressivamente reduziram os atrativos dessa forma de organização do trabalho para as empresas. 
A organização em cooperativas não está limitada ao setor fabril ou agrícola, onde é mais comum, mas alcança outros 
setores, inclusive de trabalhadores qualificados, como é o caso de cooperativas de médicos e de professores. 
Especificamente neste último grupo, detentor de baixos salários, tanto na iniciativa privada quanto na rede pública, 
quando esses profissionais integram cooperativas, chegam a ganhar três vezes mais por hora/aula, renunciando, 
porém, a todos os direitos trabalhistas. 
No entanto, há formas de trabalho associado em cooperativas ou empresas denominadas de autogestionárias, 
aquelas organizadas e/ou assessoradas por organizações não governamentais (ONGs) e sindicatos a partir da 
ocupação de fábricas em situação de falência onde os trabalhadores assumem o comando. Nesse tipo de atividade, 
os trabalhadores precisam participar ativamente da gestão da empresa, tornando-se uma possibilidade diante do 
iminente desemprego motivado pela falência, mas também se constituindo uma alternativa ao capitalismo ao 
reconstruir ideais do socialismo utópico. 
Agora, vamos destacar a importância, as dificuldades e possibilidades das cooperativas, no âmbito da realidade 
brasileira. 
SOCIALISMO E COOPERATIVISMO 
 
Foi a partir das transformações econômicas e sociais impostas pela Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, 
especialmente sobre o trabalhador das indústrias e os mineradores, que os primeiros socialistas desenvolveram o 
conceito de cooperativismo como “um ideal alternativo ao individualismo (o cooperativismo) e uma organização 
alternativa à empresa capitalista (a cooperativa)” (COSTA apud PINHO, 1966). Esses pioneiros do socialismo, também 
chamados de socialistas utópicos, reivindicavam uma sociedade igualitária entre os indivíduos, embora concebessem 
que a mesma sociedade poderia conservar diferenças na esfera econômica. 
Robert Owen era membro da burguesia inglesa, dono de uma indústria têxtil onde começou a aplicar algumas 
mudanças nas relações de trabalho: reduziu a jornada de trabalho, implantou escolas para os filhos dos 
trabalhadores, construiu vilas operárias e concedeu aumento de salários regularmente. Essas iniciativas o levaram ao 
socialismo associacionista e cooperativista que originou o cooperativismo. 
Nos anos de 1830, Owen utilizou a “teoria do valor do trabalho”, desenvolvida pelos pais do liberalismo, Adam Smith 
(1723-1790) e David Ricardo (1772-1823), que tratava do direito do trabalhador ao usufruto do seu trabalho, para 
criar um sistema em que cada produto tinha o seu valor definido conforme as horas de trabalho necessárias para a 
sua produção. O dinheiro do pagamento pelo trabalho seria substituído por vales correspondentes ao número de 
horas trabalhadas que poderiam ser usados entre os trabalhadores, de acordo com suas necessidades. 
Owen defendia a substituição da sociedade individualista por uma sociedade fundada sobre os pilares da associação, 
em que a concentração de riquezas e de poder se transformasse em acesso à saúde, à 
 
educação e à moradia. Robert Owen considerava que o cooperativismo seria capaz de fazer com que os pobres, 
desempregados e miseráveis pudessem obter modos de melhorar suas vidas e conseguir se inserir na sociedade. 
O comerciante francês Charles Fourier também é considerado um teórico socialista da linha utópica. Ele criticava a 
sociedade industrial e defendia a criação de associações para os operários e a organização deles em cooperativas. Na 
sociedadeidealizada por Fourier, o trabalho seria livre e os indivíduos se tornariam cooperados de maneira 
espontânea, sendo que cada um trabalharia naquilo que fosse mais satisfatório, ao mesmo tempo que ajudava seus 
companheiros de trabalho a também satisfazer suas necessidades. 
 
 
 
 
Segundo Fourier, a sociedade seria regida pelos princípios da liberdade e da vida compartilhada, e todos, sem 
nenhuma distinção social, deveriam ter acesso à cultura, à educação e às artes. A organização dessa sociedade se 
daria em grupos denominados falanges, que compartilhariam o mesmo espaço de trabalho, lazer e moradia, 
chamados de “falanstérios”, edifícios onde os trabalhos e a convivência seriam voltados para produzir uma vida 
harmônica. Fourier chegou a criar vilas com essas características, mas que fracassaram em pouco tempo. 
Enquanto Owen e Fourier são identificados com uma visão utópica do socialismo, o filósofo Karl Marx é conhecido 
pela idealização de um socialismo real, também chamado de científico. Para Marx, as cooperativas seriam a 
oportunidade para a sociedade romper com o capitalismo a partir de uma alternativa que se apresentava contrária à 
exclusão dos operários e da apropriação indevida de sua mão de obra excedente. Marx também é contrário à 
interferência do Estado no cooperativismo, com subvenções ou regulamentação, uma vez que, geridas pelos 
próprios operários, as cooperativas atuariam na emancipação de toda a classe operária. A partir do cooperativismo, 
toda a sociedade alcançaria o socialismo, ou seja, Marx entende que o cooperativismo poderia ir além do aspecto 
econômico, abrangendo também a política. 
 
 
[..] O FUTURO NOS RESERVA UMA VITÓRIA AINDA MAIOR DA ECONOMIA POLÍTICA DOS PROPRIETÁRIOS. 
REFERIMO-NOS AO MOVIMENTO COOPERATIVO, PRINCIPALMENTE ÀS FÁBRICAS COOPERATIVAS LEVANTADAS 
PELOS ESFORÇOS DESAJUDADOS DE ALGUNS OPERÁRIOS AUDAZES [...]. PELA AÇÃO, AO INVÉS DE PÔR PALAVRAS, 
DEMONSTRA QUE A PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA E DE ACORDO COM OS PRECEITOS DA CIÊNCIA MODERNA PODE 
SER REALIZADA SEM A EXISTÊNCIA DE UMA CLASSE DE PATRÕES QUE UTILIZA O TRABALHO DA CLASSE DOS 
ASSALARIADOS; QUE, PARA PRODUZIR, OS MEIOS DE TRABALHO NÃO 
 
PRECISAM SER MONOPOLIZADOS, SERVINDO COMO UM MEIO DE DOMINAÇÃO E DE EXPLORAÇÃO CONTRA O 
PRÓPRIO OPERÁRIO; E QUE, ASSIM COMO O TRABALHO ESCRAVO, ASSIM COMO O TRABALHO SERVIL, O TRABALHO 
ASSALARIADO É APENAS UMA FORMA TRANSITÓRIA E INFERIOR, DESTINADA A DESAPARECER DIANTE DO 
TRABALHO ASSOCIADO QUE CUMPRE A SUA TAREFA COM GOSTO, ENTUSIASMO E ALEGRIA. 
 
(MARX, 1983) 
 
 
 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
 
1. (2016 - AOCP - CISAMUSEP - PR - ADAPTADA) 
DE ACORDO COM O DISPOSTO NA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO, CONSIDERA-SE EMPREGADO A: 
 
A) Pessoa jurídica que prestar serviços de natureza eventual a empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário ou outra espécie de remuneração. 
B) Pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza eventual a empregador, ainda que sem 
dependência deste e mediante qualquer forma de remuneração. 
C) Pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, ainda que sem a dependência 
deste e independentemente de salário ou remuneração. 
D) Pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário. 
E) Pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência 
deste e mediante qualquer tipo de remuneração. 
 
 
 
2. (ADAPTADO) A ORGANIZAÇÃO COLETIVA E A COOPERAÇÃO FORAM FUNDAMENTAIS DESDE O INÍCIO DA 
HISTÓRIA HUMANA, POSSIBILITANDO O 
 
DESENVOLVIMENTO DE CIVILIZAÇÕES E A OCUPAÇÃO DE TODAS AS REGIÕES DA TERRA. A COOPERAÇÃO TAMBÉM 
FOI E AINDA É IMPORTANTE NA FORMAÇÃO E ESTRUTURA DAS SOCIEDADES MAIS RECENTES. 
 
COM BASE NESSE CONTEXTO, LEIA ATENTAMENTE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR. 
 
I O ESTABELECIMENTO DE RELAÇÕES DE COOPERAÇÃO POSSIBILITOU, AO HOMEM PRIMITIVO, CONSTRUIR E 
UTILIZAR ABRIGOS, PROTEGER-SE DO ATAQUE DE PREDADORES E OBTER ALIMENTOS. 
 
II O TRABALHO COOPERATIVO APRESENTA UMA GRANDE IMPORTÂNCIA, COM BASE NA AJUDA MÚTUA E NO 
COMPARTILHAMENTO DE OBJETIVOS COMUNS, COM MUITOS EXEMPLOS DESDE A ANTIGUIDADE. 
 
III O SURGIMENTO DE MODOS DE COOPERAÇÃO MODERNOS, COMO O COOPERATIVISMO E O 
ASSOCIATIVISMO, ESTÁ RELACIONADO À MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA, NA DÉCADA DE 1970. 
 
IV UMA RELAÇÃO MUITO PRÓXIMA PODE SER IDENTIFICADA ENTRE O COOPERATIVISMO E O ASSOCIATIVISMO, 
SENDO REFLEXO DOS PRINCÍPIOS E DOS VALORES COMUNS ENTRE ESSAS DUAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO 
COLETIVA. 
 
DAS AFIRMATIVAS ACIMA, SOMENTE: 
 
A) IV é falsa. 
 
B) III é falsa. 
 
C) II é falsa. 
 
D) I é falsa. 
 
E) I e III são falsas. 
 
 
 
GABARITO 
 
1. (2016 - AOCP - CISAMUSEP - PR - ADAPTADA) 
De acordo com o disposto na Consolidação das Leis do Trabalho, considera-se empregado a: 
 
A alternativa "D " está correta. 
 
Para existir vínculo empregatício, é preciso haver um contrato pessoal entre patrão (empregador) e contratado, 
devendo este permanecer ao dispor daquele no período (horário) estabelecido em contrato. Além disso, deve haver 
um vínculo permanente, não eventual, que resulte na remuneração do contratado pelo serviço prestado. 
2. (ADAPTADO) A organização coletiva e a cooperação foram fundamentais desde o início da história humana, 
possibilitando o desenvolvimento de civilizações e a ocupação de todas as regiões da Terra. A cooperação também 
foi e ainda é importante na formação e estrutura das sociedades mais recentes. 
 
Com base nesse contexto, leia atentamente as afirmativas a seguir. 
 
 
I O estabelecimento de relações de cooperação possibilitou, ao homem primitivo, construir e utilizar abrigos, 
proteger-se do ataque de predadores e obter alimentos. 
 
II O trabalho cooperativo apresenta uma grande importância, com base na ajuda mútua e no 
compartilhamento de objetivos comuns, com muitos exemplos desde a Antiguidade. 
 
III O surgimento de modos de cooperação modernos, como o cooperativismo e o associativismo, está 
relacionado à modernização da agricultura, na década de 1970. 
 
IV Uma relação muito próxima pode ser identificada entre o cooperativismo e o associativismo, sendo reflexo 
dos princípios e dos valores comuns entre essas duas formas de organização coletiva. 
 
Das afirmativas acima, somente: 
 
A alternativa "B " está correta. 
 
 
 
O trabalho cooperativo existiu antes da institucionalização das cooperativas que, como empresas coletivas de 
trabalho e lucro compartilhado, surgiram como resposta às demandas do capitalismo industrial. As formas 
associadas de trabalho são consideradas por muitos socialistas, como Karl Marx, um dos princípios de um modo de 
produção justo e que oferece dignidade e solidariedade entre seus membros. 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Verificamos neste tema que o trabalho se caracteriza como uma categoria eminentemente humana por se originar 
da criatividade que produz os bens necessários à subsistência e às suas mais variadas necessidades, tornando o 
homem um ser social. 
Por isso, foi importante termos iniciado nosso estudo apresentando os elementos que caracterizam a realização do 
trabalho no âmbito social – especialmente uma legislação, que, de uma forma ou de outra, interfere em sua vida 
cotidiana. Entendemos, por outro lado, que o trabalho poderá se tornar fonte de alienação se, sob a exploração do 
capitalismo, o trabalhador não refletir sobre sua condição e gastar toda a sua vida sem se perceber como sujeito. 
Tal ideia, como vimos, coisifica o trabalhador, que se comporta tal qual uma máquina. As perspectivas de Weber, 
Marx e Durkheim sobre o trabalho, por exemplo, embora apresentem divergências de abordagens, partem do 
princípio de que o ser humano ocupa a centralidade no mundo profissional. 
Além do trabalho assalariado e da legislação trabalhista do Brasil, que rege a política salarial, estudamos ainda 
outras formas de trabalho: o associado e o cooperativo. Embora tenha origem no socialismo, já que está 
fundamentadoem ideais de solidariedade e companheirismo, o trabalho cooperativo também poderá impactar o 
aumento da precarização da vida do trabalhador quando o capitalismo se apropriar das cooperativas como maneira 
de baixar seus encargos e aumentar seus lucros. 
EXPLORE+ 
 
Que tal aprender um pouco mais sobre o tema com um filme bacana? Veja as dicas a seguir. 
 
A fábrica do nada 
 
 
Entre o ensaio e o musical, A fábrica de nada é um filme de Pedro Pinho que conta a história de um grupo de 
operários que tenta salvaguardar seus postos de trabalho e evitar o encerramento de uma fábrica a partir de um 
sistema de autogestão coletiva. Quando percebem que a administração está roubando máquinas e matérias-primas, 
os trabalhadores decidem se organizar para impedir o deslocamento da produção. Como forma de retaliação, 
enquanto ocorrem as negociações para as demissões, eles são obrigados pelos patrões a permanecer nos seus 
postos, sem nada que fazer. 
Indústria americana 
 
 
Primeiro filme produzido pela Higher Ground, companhia criada por Michelle e Barack Obama, é uma inversão de 
valores no sonho norte-americano. Por três anos (entre 2015 e 2017), os diretores Julia Reichert e Steven Bognar 
filmaram a reabertura da planta de uma fábrica em Ohio que havia sido fechada, em 2008, com a falência da General 
Motors (GM) – símbolo da cultura norte-americana. Uma empresa chinesa compra as antigas instalações da GM e 
inaugura uma filial da Fuyao, indústria de vidros automotivos. Nesse processo, traz centenas de funcionários 
chineses para “acompanhar” os trabalhadores norte-americanos, que veem seus direitos trabalhistas totalmente 
negados.

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