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_ ÍNDICE DA LIÇÃO EB-2 CALCULOS EM CORRENTE CONTÍNUA - | oooacnàw 10 11 13 13 17 18 24 26 30 31 34 - Introdução - Símbolos gráficos - Eletricidade estática - Eletricidade dinámica - comparando a resistência dos condutores - relação entre resistência e número de ampàres / - Relação entre tensão e corrente - Relação entre tensão e resistência ~ - Relação entre tensão, resistência e corrente - Múltiplos e submúltiplos do ohm - Dependência da resistência elétrica de um condutor de acordo com suas dimensões e estrutura atômica - Influência da temperatura na resistência elétrica dos materiais - Efeito Joule e potência elétrica - Aplicações práticas do efeito Joule - Tabela geral - Prefixos decimais Ao conectar pela primeira vez um aparelho e/étr¡co à tomada, é necessário verificar, antes de tudo, se a tensão da rede corresponde à do apareIha pois este deve ser ligado a uma fonte de iguaI tensão para funcionar de maneIra perfelta. EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 3 lNTRODUÇÃO Nesta Iição vamos estudar as unidades elétricas fundamentais, que serão a base para a realização de cálculos na área da eletroeletrômca. A figura 1 mostra vários instrumentos usados na medição das unidades elétricas. Embora os aspectos de cada um possam variar, todos se prestam para a mesma finalidadez avaliar numericamente os fenómenos que ocorrem num corpo condutor. com a passagem da corrente e|étrica. Figura 1 _ lnstrumentos de mediçao Já sabemos a Iei básica da eletricidade - cargas iguais se repelem e cargas diferentes se atraem -, e também que a quantidade de carga elétrica num corpo é determinada pela sua diferença entre prótons e elétrons. Sabemos, também. que são necessários bilhões de elétrons em movimento, para percebermos seus eíeitos num condutor. Partindo destes conhecimentos, veremos a seguir aIguns valores pré-estabe|ecidos de unidades elétricas. No decorrer do curso utilizaremos unidades padronizadas pelo sistema internacional de unidades, a saber: de comprimento ........................ metro = m de massa ............................... kilograma = kg de tempo ............................... segundo = s As unidades elétricas, medidas padronizàdas usadas para comparar as grandezas da eletricidade, podem ser divididas em eletricidade dinãmica e estática. A unidade eletrostállca e o Coulomb (C) sào utilizados na eletricidade estática somente para indicar a quantidade de eIetrici_dade. Já na_ eletricidade dinâmica, que indica movimento, encontramos as umdadesz 4 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 Ampére ........ (intensidade de corrente) = A Ohm ....................... (resistência elétrica) = Q VoIt .......... (tensão elétrica) = V Watt.............. ..................... '...(potência)=W SÍMBOLOS GRÁFICOS Qualquer circuito elétrico é representado através de esquemas elétricos, onde os componentes aparecem em forma de símbolos Estes símbolos obedecem as normas internacionais que tem por finalidade uniformizar e torná-los compreensíveis em todos os países. No Brasil, estes símbolos são regidos peIa Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), baseados no órgão internacional International Electrotechnical Commlssion (IEC). Na tabe_|_a I, representamos alguns componentes e símbolos gráficos que serão utIIIzados nesta IlÇãO. Descrição Componente Símbolo fio condutor m resistores chave pilha fome regulada e ajustável cruzamento ent_re cqndutores sem conexao eletnca cruzamento entre cqnqutores com conexão eletrlca Iigação do condutor à terra Iigacão do condutor à massa ou chassu acoplamento mecânico OBS: o CIrcuno envolvado por esta Iipha tracejada está com acoplamento mecanlco Tabela I , _ Componentes e símbolos graflcos EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 5 ELETRICIDADE ESTÁTICA UNIDADE ELETROSTÁ TICA - Esta primeira unidade elétrica é aplicada unicamente à eletricidade estática, isto é, cargas elétricas em repouso (e|etricamente armazenada). já exemplificadas na experiência da eletrização por atrito. As Iinhas que chegam nos dois corpos carregados com eletrici› dade negativa, ilustradas na figura 2, equivalem a uma unidade eletros- tática, que por sua vez representa a repulsão produzida entre os corpos (cargas iguais se repelem). \1/ \1/ ®<4 WJ>®Lw'\\ /®\Í\ Figura 2 Representação gráfica das Iinhas de força que atuam entre dois corpos eletrizados A unidade eletrostática raramente é utilizada, pois representa uma quantidade de eletricidade sumamente pequena para que possa ser empregada na prática onde se requer quantidades bem maiores de elétrons COULOMB - O Coulomb (C) foi a primeira unidade prática utilizada na eletricidade, e tem esse nome em homenagem aos trabalhos realizados pelo cientista francês Charles Coulomb. Esta unidade equivale a 3 bilhões de unidades eletrostátiças. Até agora temos comparado as unidades da energia elétrica com a repulsão entre as cargas; porém, vimos que o elétron é a menor carga elétrica possível chamado também de carga elétrica elementar. Portanto existe uma relação entre o Coulomb e o número de elétrons, pois o Coulomb representa uma quantidade definida de eletrici- dade. 6 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 Esta relação é a seguinte: 1 (um) Coulomb representa a quantidade . total de eletricidade que mantém ou produz uma diferença de 6,28 >< 1018 (6.280.000.000.000.000.000) eIétrons. Em outras palavras, o Coulomb é a quantidade total de eletricidade produzida por um deslocamento de 6,28 >< 1018 eIétrons. Não se impressione com estes números, pois são mencionados somente a título de informação. sem nenhuma utiIidade prática Vemos no exemplo ilustrado na figura 3 a corrente eIétrica comparada com a água, onde o Coulomb (C) equivale aos litros de água no reservatório. podendo ser gasto a qualquer momento e a qualquer velocidade. Em outras palavras, o Coulomb é a unidade eIétrica que representa a quantidade total de eletricidade disponíveL Na prática você também encontrará esta grandeza eIétrica com o nome de carga eIétrica Nesta mesma unidade se mede também o fluxo eletrostático. _ _ Figura 3 0 Coulomb Indlca a quantidade de eletricidade disponível ELETRICIDADE DINÀMICA INSIDADE DA CORREWE ELÉTRICA WAMPEREãV - Pros*- seguindo com o nosso exemp|o, assim como empregamos a expressão litros por segundo para expressar a velocidade da água contida num reservatório até chegar às torneiras, o ampêre é a unidade eIétrica utílizada para indicar a intensidade ou quantidade de eIétrons que flui num ponto do circuito durante um (1) segundo (figura 4). Um amp'ere representa o movimento de 6,28 X 1018 eIétrons. Em- bora tenha exatamente o mesmo número de eIétrons que o ampére, o Coulomb não é utiIizado como medida de unidade eIétrica porque se refere à eletricidade em repouso (eIetricidade estática), ao passo que o ampére representa a intensidade dos eIétrons em movimento num segundo (eIetricidade dinàmica). Em resumo, 1 ampére é igual a 1 Coulomb por segundo. Outra razão importante para se entender o que é ampére, é que todos os efeitos da eletricidade (ca|or. qu artificiaL ondas eletromag- EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 7 néticas, etc.), dependem do quxo de elétrons e são expressos em ampéres e não em elétrons por segundo. Se fôssemos utilizar elétrons por segundo para determinar o fluxo de elétrons, a enorme quantidade dos mesmos dificultaria grandemente a realização dos cálculos em razão dos números serem muito elevados. Figura 4 _ 13Um ampêre é uma corrente de elétrons a uma velocldade de 6,28 X 10 de_ elétrons por segundo Na figura 5 iIustramos alguns exemplos práticos de intensidade de eletricidade que alguns aparelhos elétricos necessitam para seu funcionamento. Uma lâmpada incandescente comum necessita de aproximadamente 0,5 ampàre para se acender, ao passo que uma lâmpada maior necessita de 1 ampére; um ferro de passar precisa de aproximadamente 5 ampàres para se aquecer e um motor de 10 cavalos vapor, 75 ampéres. _ Figurç 5 Consumo em amperes de dlversos aparelhos elétricos 8 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 MILIAMPERE - Às vezes o ampére é uma unidade muito eIevadapara certas medições, em geral com correntes elétricas inferiores a 1 ampére. Por esta razão, frequentemente é utilizada como unidade de intensidade elétrica a milésima parte do.çampére (0;,001;A), expressa em miliampére (mA). Na figura 5, por exemplo, a Iâmpada incandescente comum necessitaria de: 0,5 X 1000 = 500 miliampéres (0u 500 mA) Em outros casos você encontrará vanres ainda menores que o miliampére. Trata-se do microampêre (abrevia-se yA) que equivale à miIionésima parte de 1 ampére. Portanto, temos ainda as seguintes relações da grandeza ampére: 1.000.000 ,uA = 1 A 1 uA = 0,000.001 A A qu artificial produzida por estas Iâmpadas incandescentes é devida à fricção (atrito) dos elétrons no fiIamento, eIevando a temperatura a tal ponto que o filamento se torna incandescente. Por esta razão, quanto maior a corrente que passa no filamento de uma Iâmpada, tanto maior a intensidade de qu produzida Comparando a resistência dos condutores Ainda que os metais sejam os meIhores condutores de eletricidade, devido ao desprendimento fácil de elétrons das órbitas exteriores de um átomo a outro, mesmo assim, sempre oferecem certa oposição (resistência) à passagem da corrente elétrica, em virtude do atrito dos elétrons em movimento com os elétrons da órbita exterior de cada átomo de metaL Portanto, a resistência que os metais oferecem depende de sua estrutura eIetrónica e esta resistência varia de metal para metaI. Conforme a estrutura de cada material, a fricção entre os elétrons em movimento com os estacionários pode ser maior ou menor. Comparando-se novamente com o sistema hidráulico iIustrado na figura 6, podemos dizer que a resistência elétrica equivale também à resistência por atrito que um cano oferece à passagem da água. Num sistema hidráulico, quanto maior o diâmetro do cano, mais fácil será a passagem da corrente de água, e maior será também a quantidade de Iitros por segundo que o cano deixa quir. Este mesmo princípio é váIido no caso da corrente elétrica: quanto maior o diâmetro do fio (in mais grosso), menor será a resistência oferecida e, maior será também o número de ampéres que o fio poderá conduzir. Isto é facilmente explicado porque, quanto maior o diãmetro (.relativamente) do fio, maior será também o número de elétrons |ivres que irão se mover, permitindo assim uma meIhor passagem da corrente _ _ Como a resistência de um condutor apresenta certa oposição (I¡mItação) à passagem da corrente elétrica, este fator deve ser Ievado em consideracão nos circuitos elétricos, pois em parte a resistência determina EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 9 a quantidade de corrente (e|étrons) que o circuito pode conduzir. Por esta razao, fon escolhida uma unidade padrão para expressar a resistência dos condutores. reservatório atrito da moléculas da água contra o cano A I”;:|;: "'\\ /'Inn\*\ . 491r~ atrito dos elétrons$'@q no fio condutor IVMwnflwuB lVÍmMII Ih l w F_i ura 6_ ~ A resistência é devn a à frlcçao dos elétrons Esta unidade padrão recebeu o nome de ohm (a'brevia-se m em homenagem ao grande físico e matemático alemão Georg Simon Ohm, que descobriu a relação existente entre as unidades elétricas. UNIDADE DE RESISTENCIA ELÉTRICA (OHM) - Com a finaIidade de obter uma unidade de referência, em comparação com a quaI se pudesse especificar a resistência que um determinado metal ou circuito apresenta à passagem de uma corrente elétrica, foi convencionado internacionalmente que 1 ohm equivale à resistência que uma cquna de mercúrio, de diâmetro constante. com 106 cm de aItura e peso de 14 gramas, oferece à passagem da corrente e|étrica a uma temperatura de 0° centígrados. Naturalmente. você não precisa decorar esta definição, pois é exp|icada a títqu de informação, já que, como veremos mais adiante, é muito simples o cálculo para sua aplicação. É importante saber que, utilizando esta unidade como padrão as resisténcias dbs demais metais também foram especificadas emohm acordq com o diâmetro ou área transversal do condutor. v; ' e | \J omo por exemplo, veja na tabela II alguns caIIbres de ro de cobre. Na tabela II você pode notar que, à medida que aumenta o diãmetro, a quantidade de ampàres que o fio pode conduzir também aumenta. A mesma coisa acontece num sistema hidráulicoz quanto maior o diãmetro do cano. mais |itros de água por segundo fluirão pelo sistema hidráulico. 10 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 Bitola d20 fio Resistência em ohms Diâmetro em Capacidade (mm ) por quilómetro milímetros em ampéres 1,5 12.20 1,38 7____,4 19,5 2,5 7,56 1,78 r __ _4, 26.0 4.0 4.70 2,25 7_L-35.0 610 3,11 2,76 b46|0 10,0 1,84 3,57 «~- 63,0 Tabela Il A quantidade de ampàres que um fio pode conduzir é proporcional à sua bitola Relação entre resistência e número de ampéres Pelas explicações dadas até agora, compreendemos que se aumentarmos a resistência de um circuito elétrico, a corrente irá diminuir, pois a maior oposição que a resistência oferece fará baixar a corrente que qui pelo circuito. Em outras pal_avras, a resistência é lnversamente proporclonal à corrente. Para reduzur a corrente de um circuito elétrico, aumentamos a resistência, e para aumentar a corrente, dlmlnuímos a resistêncla. __ Para aumentar ou reduzir a resistência num circuito elétrico, utIIIzamos reostatos ou potenciômetros, que serão estudados brevemente. UNIDADE DE TENSÃO ELÉTRICA (VOLT) - A unidade elétrica utiIizada para indicar o desequilíbrio do número de elétrons num condutor é o volL Esta unidade também é conhecida como unidade de diferença de potencial (ddp) ou unidade de força eletromotriz (fem), pois é a força que sempre deve existir para produzir um fluxo de corrente elétrica. O volt é a unidade de pressão elétrica, ou fem, e corresponde à pressão ou força eletromotriz necessária para fazer circular uma corrente de 1 ampére por um circuito cuja resistência é de 1 ohm. Retornando à comparação da corrente elétrica com a hidráulica, podemos dizer que a lensão - número de voIts presente no circuito - corresponde à~pressão que um sistema hidráulico deve ter para manter o quxo de água (figura 7). Podemos citar o exemplo das Iinhas de transmissão, que transportam a energia elétrica gerada nas usinas até as cidades. Conforme a distância a ser percorrida e a potência a ser transportada por uma Iinha de transmissão, a tensão varia entre 23 miI voIts a 750 miI voIts. Por esta razão utiIiza-se o múItipIo de voIt, chamado de kiIovo|t, que corresponde a 1.000 voIts. Assim, nestas Iinhas de transmissão de energia das usinas até os consumidores. as tensões variam de 23 kV até 750 kV e são chamadas de alta tensão. Nestes casos, a pressão elétrica precisa ser eIevada para vencer grandes distãncias. A_tua/mente_ os técnicos em gera/ dispõem de apareIhos eletjomcos preCIsos para medição de corrente, tensão e res¡stenc¡a de um c¡rcu¡to. Estes aparelhos são conhecidos, q EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 1 1 m respectjvamente, como amperímetros (ou miliamperímetros, se _estrverem calibrados em miliampéres); voltfmelrm se estiverem em volts; e ohmímetros, se estiverem calibrados em ohms. Quando um único aparelho reúne um voltímetro, um amperímetro e um ohmímetro, chamamos a este instrumento dew Na figura 1 ilustramos alguns tipos de medidores elétricos, cuias técnicas de manuseio estudaremos em outra ocasião. RELAÇÃO ENTRE TENSÃO E CORRENTE ~b E4// 1 O que acontece numa torneira quando aumentamos a diferença de nível no reservatório de água? A resposta é simples: aumentará o fluxo de água por segundo na saída do encanamento. pois quanto maior a altura da caixa maior será a pressão. O mesmo ocorre num circuito elétrico quando aumentamos a tensão (diferença de potencial entre dois terminais). Aumentando a pressão elétrica, o fluxo de elétrons (corrente) se moverá com mais intensidade, ou seja, a corrente elétrica aumentará (figura 8). Figura 7 Um volt é a pressão elétrica pecessária para que flua uma corrente de um ampàre por um clrcuno que tem um ohm de resistência 12 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 Aumentando a tensão. a correntede um circuito elétrico também aumentará e, desta forma, obtém-se efeitos com maior intensidade. como por exer_np|o: mais calor, maior Iuminosidade, etc., pois um maior número de amperes percorrerá o circuito. Observe o exemplo da figura 8. o amperímetro indica mais ampéres flui maior número de Iitros por segundo ___..› manómetro Figura 8 Se a tensão de um circuito aumenta, a corrente também aumenta Tanto em A como B da figura 8, a resistência elétrica (que poderia ser qualquer outro dispositivo) do circuito é a mesma (2 ohms), e a única variação está na tensão apIicada. Em A utilizamos uma bateria que fornece 6 volts (o amperímetro indica a passagem de uma corrente de 3 ampàres), enquanto que em B a bateria é de 12 volts de tensão, e o amperímetro indica 6 ampéres. Compare o efeito da tensão elétrica com o efeito da pressão hidráulica indicada pelo manômetro. Lembre-se poi§, que se aumentarmos a tensão de um circuito, a corrente tambem sera aumentada, porque esta é diretamente proporcional à tensão. Já falamos da relação existente entre o número de ohms e o número de ampéres, e que se reduzíssemos a quantidade de ohms (resistência de um circuito) aumentaríamos a intensidade da corrente elétrica. Portanto. se desejarmos aumentar a intensidade de uma corrente elétrica, devemos conseguí-Ia de duas maneiras: 1a - reduzindo a resistência do circuito; 2a - aumentando a tensão (fem) aplicada. Se fizermos as duas coisas ao mesmo tempo, a corrente aumentará mais do que se reduzíssemos só a resistêñcia, ou se aumentassemqs somente a tensão. EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 13 RELAÇÃO ENTRE TENSÃO E RESISTÊNCIA Quando a fonte de força eletromotriz (tensão) for mais aIta do que o necessário, esta tensão pode ser reduzida intercalando-se um resistor no circuito. Com isso, grande parte da pressão elétrica será gasta. para vencer a oposição que o resistor apresenta à passagem da corrente elétrica. transformando em calor parte desta energia elétrica produzida pela fonte, conforme iIustramos na parte superior da figura 9 Figura 9 Intercalando-se um resnstor no circunto, a tensão se reduz _ Ne'sta iIustração _ob_servamos que a tensão indicada depois do resustor e menor que a Indtcada antes, por isso, dizemos que um resistor produz uma queda de tensão. *_ Na parte inferior da figura 9, a intercalação de um resistor num circuito elétrico equivale (em termos comparativos) mais ou menos a um furo no encanamento, pois a pressão diminui devido ao vazamento de água. Coñtudo. no caso do circuito elétrico, os elétrons, ao invés de escaparem. produzem calor ao vencer a resistência, isto é, parte da energia se perde na produção de calor. RELAÇÃO ENTRE TENSÃO, RESISTÉNCIA E CORRENTE Pelas explicações dadas até agora a respeito das unidades elétricas, 14 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 podemos concluir que estas unidades apresentam relaçóes comuns entre SI_. pOIs se uma delas tiver o valor aumentado, a outra tanto pode ser dlmanIda como aumentada, dependendo da unidade. Esta relação correspondente à lei de ohm e tào exata, que podemos expressá-la matematicamente. Em todos os trabalhos de eletroeletrómca esta é uma das leis de maior importáncia, já que nos permite calcular uma terceira unidade elétrica, desde que conheçamos duas delas Por exemplo, é possível calcular a corrente que é aplicada num Circuito quando conhecemos a tensão e a resrstenCIa deste cnrcu¡to. ou calcular a tensão quando conhecemos a corrente e a resnstenCIaL etc. A lei de ohm diz que a intensidade da corrente em qualquer circuito é calculada dividindo-se a tensão (fem) pela resisténcia do circuita Em outras palavras, o número de ampéres que qui por um circuito é calculado dividindo-se a tensão aplicada ao circuito pela rosisténcia do mesmo. Para simplificar este raciocínio utilizamos as Ietras: | = intensidade da corrente E = força eletromotriz ou tensãó R = resistêncial que expressa a fórmula: Para se utilizar esta fórmula basta substituir as Ietras pelos valores numéricos das unidades Por exemploz Qual a corrente de um circuito com 12 volts de tensão e 3 Q de resisténcia? | : '? E = 12 volts R : 3 Q apIicando-se a fórmula temos: E 12 I = _ : _- : 4 R 3 A . _ _lsto é. como I representa a corrente, podemos afirmar que no CerUItO fluem 4 ampéres, mesmo sem ter um amperímetro em mâos. Retornando à figura 8. vamos supor, por exemplo, que desco- nhecemos a corrente do circuito. De posse dos valores conhecidos (6 volts e 2 ohms) aplicamos a fórmula da Iei de Ohm, para sabermos a intensidade da corrente que qui pelo circuito. Neste caso temos: EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 15 I : 7 E = 6 volts R : 2 ohms apllcando a fórmula temos | :.-Ê- . l . I = 3 A 2 _Vejamos outro exemplo: Sabendo que o filamento de uma Iãmpada possw uma resistência de 22 Q, e estando Iigada a uma fonte de 110 voIts, qual a corrente que circula peIo seu filamento7 110volts ¡=__-__ ¡ = 5A 220 R 22 Apesar da fórmula original da Iei de ohm seuimlpelas regras matemáticas podemos convertê- Ia emwoara se calcular a tgnsãa eemüE + lrpara se calcular a :'›: sf'*'"t.:Exemplos Qual a tensão de um aquecedor elétrico de 10 ampàres (corrente) e 11 ohms (resistência)? E = ? I = 10 Invertendo a fórmula temos: R = 11 E=l><R=10><11E=110voIts Qual a resistência da Iâmpada de um automóvel de 4 ampéres. Iigada a uma bateria de 6 voIts? (figura 10) Figura 10 A maneira de calcular a resistência quando se conhece a tensão e a corrente 16 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 ? . 6 R 4 1.SQ =4 E 6 l _|'|'|:U Vamos ver outro exemplo, onde podemos caIcuIar a resistência (em ohms) de um c¡rcu¡to, tendo em mãos os valores da tensão e corrente que circulam peIo mesmo (figura 11). Figura 11 A maneira de caIcular uma resistência Temos um ferro de passar roupas, cujas especificações indicam que trabalha numa tensão de 110 volts e que requer uma corrente de 5 A. O elemento de resistência (Iiga conhecida como Nicromo) foi destruído quase totalmente, e só sabemos que o fio é de bitola 22. Consultandp as tabelas de resistência por metro. encontramos que o fio de Nicromo bItoIa 22 tem uma resistência de 7 ohms por metro. Para caIcuIarmos o comprimento total do fio, primeiramente precisamos caIcuIar a resistência total em ohms, através da fórmula: ZU lI í10 volts R E I 5 ampéres“ II u utilizando, neste caso, os vanres já conhecidos R=_11_0-=22Q ' Como sabemos que o fio de Nicromo tem uma resistência de 7 ohms por metro, dividimos 22 por 7 para obtermos o comprimento total: 22 +' 7 = 3,1 metros ”"i"' EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 17 Desta forma, temos todos os dados necessários para a reconstrução ou reposição da resistência do ferro de passar roupas. Na figura 12 iIustramos uma maneira fácil para memorizar a Iei de Ohm. Quando desejamos calcular a unidade desconhecida. cobrimos a inicial desta com o dedo. Por exemplo: se desejamos calcular a tensão, cobrimos com o dedo a Ietra que a representa (E) e a fórmula nos indica que devemos muItipIicar a intensidade da corrente pela resistência, isto é, muItipIicar o número de ampêres peIo número de ohms (figura 12A). Se queremos calcular a corrente, cobrimos com o dedo a Ietra l e a fórmula nos indica que devemos dividir o número de voIts pelo número de ohms (figura 12B). Para calcular a resistência cobrimos com o dedo a IetraR e a figura nos indica que devemos dividir o número de voIts peIo número de ampéres (figura 12C). Figura 12 Uma maneira de memorizar facilmente a Iei de ohm É possível que, a princípio, esta Iei Ihe pareça um tanto difícil de ser assimilada; todavia, repassando as explicações várias vezes e efetuando os cálculos, dentro de pouco tempo vocé estará familiarizado com o seu uso. Lembre-se que esta Iei é um dos principais instrumentos para todo técnico devido à sua grande utilidade prática. MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DO OHM Muitas vezes vocé vai encontrar resistores com vanres muito eIe- vados. em milhares e até miIhões de ohms. Para expressar estas enor- mes quantidades foi criada uma unidade maior, equivalente a'-, chamada de_e uma unidade equivalente a 1 18 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 Wde ohms, chamada de aF ~ , ' fa .A relação entre os múItipIos da grandeza ohm é à segumzte 1kiloohm =1kn =1.ooon =1><1oan 1 megaohm = 1 MQ = 1.ooo.ooo Q = 1 >< 106 Q Para se obter resistores de valor eIevado é necessário recorrer às Iigas de carvâo e grafite, pois nenhum dos metais tem uma resistência tão alta que permita obter tais valores num comprimento consideravelmente reduzida Estes resistores são adquiridos no mercado, de acordo com seu valor em ohms e a sua capacidade de dissipação em watts. Entretanto existem |igas especiais de níquel e cromo (in Nicromo) que são utilizadas em aparelh_os especiais a fim de aumentar a resistênciá do circuito. Nestas Iigas assim como em todos os metais condutores de eletricidade, a resistência em ohms depende também do diâmetro. Porém, mesmo utilizando o fio nicromo de calibre reduzido na prática não é possível obter resistências maiores que 50 000 Q (50 kQ) com estes fios. Em outros casos o problema é oposto, ou seja, é necessário manter a resistência do circuito tão baixa quanto possível, a fim de que possa quir por eIe a maior quantidade possível de ampéres. Este é o caso dos sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica, pois as usinas geradoras de eletricidade situam-se muito distantes das cidades; os fios condutores são demasiadamente compridos e, portanto, apresentam resistência bastante eIevada. Para resolver esse problema, torna~se necessário utilizar fios de cobre de diâmetro muito maior, mas que, por sua vez, aumentam o custo da instalação. Além de ser necessário utilizar mais cobre, o custo total da instalação cresce também, com o aumento do peso dos cabos, devido aos isoladores de maior resistência mecânica, torres mais sólidas, etc. Apesar desta eIevação nos custos, tudo isso tem que ser feito, caso contrário seria muito reduzido o número de ampéres que estas Iinhas de transmissão iriam conduzir e, conforme vimos anteriormente, a tensão seria demasiadamente reduzida se a resistência fosse eIevada. DEPENDENCIA DA RESISTENCIA ELÉTRICA DE UM CONDUTOR DE ACORDO COM SUAS DIMENSÓES E ESTRUTURA ATÓMICA Considerando 2 condutores cilíndricos homogêneos de mesmo materiaL de mesma seção transversal S e de comprimentos diferentes, submetidos a uma mesma fem, verifica-se que, com a mesma leitura observada nos dois voltímetros, ocorrerão Ieituras diferentes nos dois amperímetros (figura 13). O primeiro apresentará uma Ieitura menor que o do segundo; se a corrente for menor é porque a oposição à passagem da mesma e ma¡or, EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 1 9 ou seja, a resistência que este condutor apresenta é maior. A B *.,_ I| * . . _ r + Sn +® l|_ 1I +E Figura 13 Condutores homogêneos de mesmo material e comprimentos diferentes Se o comprimento de um condutor fosse o dobro do outro, observaríamos que o condutor maior seria atravessado por uma corrente com exatamente a metade do outro e portanto, apresentaria uma resistência elétrica duas vezes maior que a do condutor menor. Se mantivermos a mesma fem aplicada em dois condutores de mesmo materiaL de mesmo comprimento, porém com seções transversais diferentes (figura 14), os amperímetros irão indicar Ieituras diferentes também. Neste caso, a corrente será maior no condutor mais grosso (seção transversal maior). indicando que a resistência elétrica é menor. Se a seção transversal for, por exemplo, duas vezes maior que a do outro, o condutor mais grosso será atravessado por uma corrente duas vezes maior que a do condutor mais fino. Assim, podemos concluir que a resistência elétrica do condutor mais grosso é exatamente a metade da apresentada pelo condutor mais fino. 20 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 Figura 14 Condutores com seções transversais diferentes Agora, se mantivermos a mesma fem apIicada em dois condutores dç mesmo comprimento e mesma seção transversal, porém de materiais dIferentes, como por exemplo um de ferro e outro de cobre (figura 15) os amperímetros novamente irão indicar Ieituras diferentes. No condutor de cobre o amperímetro registrou uma leitura maior que a do ferro, mostrando que o cobre apresenta uma resistência menor que a do ferro, ou seja, materiais diferentes, mesmo tendo dimensões iguais, apresentam resistências elétricas diterente$. Por esta razão, existe um coeficiente que varia conforme a natureza do material de que é feito o condutor, diretamente relacionado com a resistência elétrica que este condutor apresenta Quanto maior for este coeficiente, máior será a resisténcia do condutor. Este coeficiente é simbolizado pela Ietra grega -e é denominado resistividade elétrica do materiaL OCCIDENTAL SCHOOLS 21EB-2 I l | J COBRE I/ l l l l \ II \\ Sl +fv\ + lp +"E I 1 I \ J FERRO ll :' I \ â +KVX + QH E Figura 15 Condutores de materiais diferentes, com seção transversal e comprimentos iguais A expressão que relaciona a dependéncia quantitativa dos três fenômenos analisados é denominada de 2a Iei de Ohm, descoberta por Georg Ohm em 1825. onde: R = resistência elétríca do condutor Z = comprimento do condutor S = seção transversal do condutor p = resistividade elétrica 22 (ohms vezes metro). OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 No Sistema Internacional (SI) a resistividade é expressa em Q.m A seguir, apresentamos na tabela Illa resistividade para vários materiais, tais como: metais, |igas, semicondutores e isolantes. MATERIAL p m . m) Alumínio 2,8 >< 10-8 Chumbo 21 >< 10'8 METAIS Cobre 1,7 X 1O'8 Ferro 11 >< 10'8 Platina 10,8 ><10'Ê Prata 1,6 >< 10-a Ouro 2,3 >< 10'B Tungstênio 4,9 X 10'8 Constantan 50 >< 10'B Manganina 43 >< 10'8 LIGAS Latào 8 >< 10'B Níque|-cromo 110 >< 10'B Niquelina 40 >< 1043 Germânio 0,47 SEM|-CONDUTORES SHÍCÍO 3000 Grafite 0,005 Solo 103 Água pura 2,5 103 Mármore 108 Vidro 1010 2 Porcelana 3 í*' 101 ÍSOLANTES Mica 1012 Ebonite 1016 Baquelite 2 ' 1014 Borracha 1015 Parafina 5 ' 1016 Tabe|a Ill Resistividade de diversos materiais EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 23 No caso dos resistores são empregados materiais como carbono ou alguns tipos de Iigas como o níqueL cromo, constantan, mangamna_, tçdos de alta resistividade. a fim de se obter resistores de altos va|ores res¡stwos, com dimensões físicas adequadas às pequenas dimensões dos componentes eletrónicos. Exemplos de aplicação para problemas sobre resistividade: 1 - Determinar a resisténcia de um condulor de alumínío de seção transversal igual a 1 mm2 e 30 m de comprimenta Sabe-se que a resistívídade do alumínio é de 2,8 ~ 10'8 Q.m. Fórmu|a: zC R = -p s dados: p : 2,8 >< 10'8 Q.m = 30 m S = 1 mm2 R : ? Como a resistividade e o comprimento estão expressos em metros (m), vamos transformar a medida da área S para metros quadrados (m2): 1 mm = 1 >< 1O'3 m 1 mm2 = (1 >< 10'3)2 m2 : 1 >< 10'6 m2 Assim, 30 m R : 2,8>§10_BQ.m X W : 841 10-8 *' 106 :- : 84 ,- 10'2 : 0.84 Q 2 - Dese¡a-se obter uma resisténcia de 3 Q a partir de um condutor de cobre de 10 mm2 de seção Calcular o comprimento do fio. dados: R «'s p :1,7 ><10'8 Qm (tabe|a III) z : ' zz 7 P S =10 mm2 R = 3 Q 24 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 Para obtermos o comprimento em metros, vamos transformar a medida da área S para metros quadrados, de modo a ficar compatível com a unidade de p. 1mm2 =1><10"5 m2 10 mm2 :10 ><10'6 m2 :1 x10'5 m2 Portanto, zz RXS _ 30><1><10'5m2 p 1,7 >< 10'B Q.m 3 -5 8 , 3= _ >< 10 ><10 = 1,765X10 1,7 22 1765 m 3 - Determinar a seção transversa/ de um condutor de prata Cuja resístência é de 0,016 Q e cujo comprimento é de 10 m. Fórmulaz dadosz _ Z p=1.6X1O'BQ.mS _ p R Zz 10 m s = 7 R = 0,016 Q s = 1,6><10'BQ.m 10 m 1OOO><10'Bm2 0,016 Q sabe-se que: 1 m = 1 X 103 mm então: 1 m2 : 1 >< 106 mm2 assim, S =103 ><10'8 ><106 mm2 = 10 mm2 S = 10 mm2 INFLUÊNCIA DA TEMPPERATURA NA RESISTÊNCIA ELETRlCA DOS MATERIAlS Ao estudarmos a 1a Iei de Ohm não analisamos a influéncia da temperatura na resistência elétrica dos materiais, considerando que o valor da resistência se manteriaconstante durante todo o tempo. A 14 IeI de EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 25 Ohm se baseia nesta condição, ou seja, só é válida enquanto a resistência do resistor for mantida constante Através da fórmula R = E + I podemos deduz_ir, para uma determinada tensão aplicada, o ~va|or da corrente que val atravessar o resistor. Veja que isto é muito importante, pois esta fórmu|a, Ii_mita o vanr da intensidade da corrente em qualquer parte de um circunto. Agora, se por algum motivo o resistor se aquecer, sua resistência irá variar e consequentemente, alterar o valor da corrente elétrica. Tal fato é particularmente observado em eletrônica quando ocorre um defeito qualquer que provoca o sobreaquecimento de componentes. Em certos casos, as propriedades resistivas poderão voltar ao normaL mas se o sobreaquecimento for constante poderá danificar o componente. As diversas pesquisas demonstram que a variação da resistência de um material com o aumento da temperatura, depende da natureza do material de que o mesmo é feito, ou seja, da sua estrutura atômica. Os vários materiais comumente utilizados em eletricidade foram classificados experimentalmente por meio de um fator designado pela Ietra grega “alfa" (a) , denominado Coeficiente de temperatura do materiaL Este coeficiente, diretamente em correspondência com o material, relaciona a variação da resistência com a variação de temperatura, indicando a variação que sofre cada ohm inicial de resistência, quando o corpo é aquecido de um grau centígrado. Assim, conhecendo-se Rm (resistência de um condutor à tem- peratura 91) e d'esejando-se caIcuIar a resistência que o mesmo apre- sentará em uma temperatura 92, esta resistência Rez será caIculada assim: (9 é a Ietra grega “teta” - leia-se “téta” - normalmente utilizada para designar temperatura). Fia2:R61[1+0'(92'91)] ondez Rez = resistência do condutor a temperatura 92°C Rm = resistência do condutor a temperatura 61°C a = coeficiente de temperatura do material 62 = temperatura final do condutor 91 = temperatura inicial do condutor Na tabela IV apresentamos os valores dos cpçficientes de temperatura a dos materiais mais empregados em eletnCIdade. Analisando esta tabela, verificamos que as Iigas metálicas apresentam um pequeno coeficiente de temperatura, o que eprica sua Iarga aplicação na construção de componentes eletrônicos de resistência elétrica pouco sensível às variações de temperatura Entre estes, a manganina. o constantan, o níqueI-cromo além do carbono são os materiais utilizados para a fabricação de resistores, pois 26 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 além de apresentarem alto coefíciente de resístividade, possuem baíxos valores de coeficiente de temperatura. r METAL a (°C'1) Alumínio 3,2 >< 1O'3 Ferro 5,0 >< 1O'3Chumbo 4,2 >< 10'3 Cobre 3,9 >< 1O'3 Tungstênío 4,5 >< 10'3 LIGAS METÁLICAS a (°C") Níquel-cromo 1,7 X 10'4 Constantan (O,1a0,4) >< 10'“Manganina (o,o a o,3) >< 10'4\ Tabela IV _ Coeficiente térmico dos materiais mais usados na eletroeletrômca EFEITO JOULE E POTÊNCIA ELÉTRICA O calor gerado no condutor quando atravessado por uma determmada intensidade de corrente elétrica é conhecído como “efeíto Joule”, nome dado em homenagem ao cientista James Prescott Joule (séc. XIX), que estabeleceu a dependência entre a energia elétríca e a quantidade de calor produzida. Este efeito é devido aos choques sucessivos dos elétrons da corrente elétrica com a estrutura atômíca do material. O calor que se desenvolve no seio do própno material, aquece~o e se dissipa no meío Quais os elementos que influenciam na quantidade de calor produzida pela corrente elétríca? Além da própría corrente, temos a resistêncía elétríca do condutor e o tempo em segundos em que circula a corrente elétrica pelo materiaL Estas trés grandezas estão relacionadas na equação que exprime matematícamente a Iei de Joule. EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 27 q=0,24><R><I2><t (ca|) resistência do material dada em ohms (Q) corrente que atravessa o condutor. dada em ampéres (A) nedz = quantidade de canr produzida dada em calorias (cal) = tempo em que circular a corrente, dada em segundos (s) O produto R X I2 é denominado potência elétrica dissipada sob a forma de calor” Assim, P-- R >< I2. No Sistema Internacional a unidade da potência elétrica é o Watt (W ). Relacionando 2a potência dissipada no resistor com a 1a Iei de Ohm, temos: P - R X I2 e E= R >< I, onde obtemos: P:-><I2 P=E><I ou P=R><- P=_ Vamos agora resolver alguns exemplos de apIicaÇão. 1 - Determine a tensão e a potência desenvolvidas num resistor de 1 kQ quando percorrido por uma corrente de 20 mA. PeIa 1a Iei de Ohm, temos que: E=R><I,ass¡mE:1><1o3><20><10'°=2ov =20V/ 28 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 Tendo-se E e I podemos caIcuIar a potência dissipada no resistor. que é: P=E><I=20V><20mA=400mW=0,40W P = O.40 W 2 - Num resistor de 120 Q está sendo aplicado uma tensão de 12 V, qual é a potêncía dissipada por este resistor? dados:R21200E=12V , pede-sep:7\ p :_E2:(12)2 _ 12W R 120 ' ' '.P=1,2W 3 - Por um resistor de 100 Q e O,5 W, está circulando uma corrente de 25 mA. Calcule a potência dissípada e verifique se está acima do máximo estipulado pelo fabricante. dados: R = 100 Q | = 25 mA PFABRICANTE = 0,5 W pede-se P = ? P = R >< |2 =1oo >< (25 ><10'3)2 =1oo >< 625 ><10'6 = 62500 ><10'6 = = 0,0625 w Como a potência consumida é bem menor que a poténcia máxima estipulada pelo fabricante, concluímos que o resistor está trabalhando com folga. 4 - Qual é a máxima tensão que se pode aplicar a um resistor de 10 kQ e 1/4 W'? dados: R = 10 kQ PFABRICANTE = 1/4 W pede-se: EMAX = 7 EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 29 Sabe-se que: P = E2 + R, assim: E2 = P >< R EMAX =\/ PMAX >< R“ = ñzs >< 1oood = J2500' ' EMAX = 50 V Mesmo que o aumento da temperatura nos resistores não altere sensivelmente os vanres das respectivas resistências, (por serem constituídos de materiais com baixíssimo valor de coeficiente térmico) os resistores irão apresentar Iimitações em relação à potência elétrica dissipada. Existe um Iimite na capacidade do resistor suportar a dissipação de energia sob a forma de canr, acima do qual a energia pode danificar o resistor para sempre. Assim, uma das principais características técnicas de qualquer resistor é a sua potência máxima dissipada. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 - Um resistor Iigado a uma fonte de15 V é percorrido por uma corrente de 20 mAÀ a) Qual o valor da resistência do resistor? b) Qual é a potência dissipada peIo resistor'? 2 - Qual é a máxima corrente que pode atravessar um resistor de1.2 kQ a 1/8 W? 3 - Determinar o valor de R e P. R : ?, P : ?_':l_- AD E:10V l=15mA RESPOSTAS 750 Q O,3 W ^+ 1 _ a) R b) P 2 - RESPOSTA Imax : 10,2 mA RESPOSTAS ,15 W 3 P 0 R 667 Q Outras unidades - múltiplos do watt - também são muito utili- zadas, como por exemplo, o cavalo-vapor ou CV, que equivale a 736 watts. o HP, do inglês Horse Power, que equivale a 746 watts, e o kilowatt ou kW, que é igual a 1.000 watts. Para medidas de produção ou consumo, utiliza- se o kiIowatt-hora (kWh), ou seja, 1.000 watts produzidos ou consumidos durante uma hora. Consequentemente, pode-se estabelecer uma relação emre estas grandezas. 30 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 1 W = 0,001 kW 1 kW = 1.000 W 1 CV = 736 W 1 CV = O,736 kW 1 kW = 1.36 CV 1 W = 0.00136 CV 1 HP = 746 W A unidade watt também pode ser traduzida em Joules por segundo, ou seja, 1 W é a potência de trabalho de 1 Joule durante 1 segundo (W = J/s). Por exemplo: um aparelho que faz um trabalho de 50 Joules em 10 segundos consome energia na razão de 5 J/seg. Isto significa que a potência deste equipamento é de 5 watts. APLICAÇÕES PRÁTICAS DO EFEITO JOULE Até agora preocupamo-nos com as conseauências do efeito JouIe. Vamos agora analisar alguns exemplos da utilização deste efeito na prática. Todos os resistores de aquecimento empregados em aparelhos aquecedores como: ferros elétricos, chuveiros, torradeiras, cafeteiras, fogões elétricos e aparelhos aquecedores em geral, são baseados neste efeito. A figura16 mostra vários tipos de resistores empregados nos mais diversos tipos de dispositivos industriais ou domésticos. Figura 16 _ Aspectos de resistências para aquecnmento geral EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 31 _ O exemplo mais comum da aplicação do efeito Joule é a Iâmpada Incandescente. Sabemos que quando uma corrente elevada passa por um fío. este irá aquecer-se, e quanto maior o atrito entre os elétrons maior ocalor gerado. No caso da Iâmpada incandescente, é aplicada uma tensão no filamento (pequena resistência em espiral) de tungstênio. O tungstênio é um metal que apresenta o maior coeficiente térmico (mais suscetível ao aumento de temperatura), além de apresentar uma temperatura de fusão bastante elevada Qualquer material emite radiações quando se aquece. Os metais, principalmente, emitem radiações que vão desde a cor vermelha até a cor branca, quando então se aproximam de sua temperatura de fusâo. No caso das Iâmpadas incandescentes, o filamento de tungstênio irradia uma qu intensa na cor branca. O atrito dos elétrons provoca neste filamento uma temperatura de 2.400 a 2.800 graus centígrados (°C); e por este motivo é feito yácuo no interior do bulbo, pois caso contrário, haveria combustão, ou meIhor, o contato com o oxigenio do ar faria com que este filamento aquecido se- queimasse. Outro processo para evitar essa combustão é encher o bulbo com gases inertes (gases que não permitem combustão), em baixa pressão, dos quais o argônio é o mais empregado. Todos os resistores de aquecimento e mais as Iâmpadas incandescentes, por serem fabricados com materiais de alto coeficiente térmico, possuem grande variação de resistência com o aumento da temperatura e portanto, não seguem a 1a Iei de Ohm. Pegue uma Iâmpada incandescente e meça a sua resistência,_ se você repetir o teste após tê-Ia aquecida pela apIIcação da tensao eletrlca, notará que a sua resistência aumentou. Na prática, mesmo que conceitualmente errado, os resistores de aquecimento comumente são denomlnados e conhecudos como resistências. TABELA GERAL Para resolver questões que envolvam potência, resistência, in- tensidade de corrente e tensão, através da Iei de Ohm. recomendamos o uso da tabela V que é prática e de fácil identificação e contém todas as fórmulas das unidades elétricas vistas nesta Iição. Esta tabela, contém quatro partes iguais, uma para cada unidades l = intensidade da corrente; R : resistência; E = tensão e P = potência. Cada unidade possui três fórmulas. isto é. trés maneiras diferentes de se 32 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 descobrir a unidade deseiada, partindo de dois elementos conhecidos. 1 - Para calcular a intensidade da corrente (l) E a) conhecendo a tensão (E) e a resistência (R): ..... I = í ^ . ~ P b) conhecendo a potenCIa (P) e a tensao (E): ....... I = í . . . - . / P c) conhecendo a potenCIa (P) e a reSIstenCIa (R): | = í 2 - Para calcular a resistência (R) - E a) conhecendo a tensao (E) e a corrente (I): ....... R = -I- E2 b) conhecendo a tensão (E) e a potência (P): ...... R = -P- . . P c) conhecendo a potenCIa (P) e a corrente (I): ..... R = ? 3 - Para calcular a tensão (E) a) conhecendo a resistência (R) e a corrente (I): . E = I >< R P b) conhecendo a potência (P) e a corrente (I): ...... E = - c) conhecendo a potência (P) e a resistência (R): E = \/ P >< R 4 - Para calcular a potência (P) a) conhecendo a tensão (E) e a corrente (I): ..... P = E >< I b) conhecendo a corrente (I) e a resistência (R): P = 12 >< R E2 c) conhecendo a tensão (E) e a resistência (R): P = -_ EB-2 OCCIDENTAL SCHOOLS 33 _ A seguir damos alguns problemas bastante comuns para você aphcar estas fórmulas e resolver. Confronte depois suas respostas com as que estão no final da Iição. EXERCÍCIOS 1 - O filamento de uma Iâmpada possui uma resistência de 20 Q. Se for aplicada uma tensão de 5 volts, qual a potência dissipada por este filamento? 2 - Qual a tensão que foi aplicada numa resistência de 28, 8 Q, se esta consome uma potência igual a 20 watts? % › » 3 - A potência consumida pelo filamento de uma Iâmpada pequena é de 1,25 watts quando nela é aplicada uma tensão de 5 vo/ts. Determinar a resistência deste filamento. 4 - Num determinado circuito, uma resistência de 8 Q consome uma potência de 648 watts. Qual a corrente que circulará por essa resistência? ¡_ 5 - A potência dissipada por uma resistêncía é de 300 watts. Qual a íntensidade da corrente que se verificará na resistência se a mesma for ligada a uma fonte de tensão de 400 volts? 1 wT '- W " 6 - Por uma resistência flui uma corrente igual a 2 ampêres e a potência dissipada é de 100 watts. Qual a tensão aplicada nos extremos desta resistência? 7 - Por um circuito elétrico flui uma intensidade de corrente igual a 14 amperes e sua potência é de 1,176 watts. Qual a resistência oferecida pelo circuito? . , 8 - Um resistor de 10 Q está ligada a uma tensâo de 24 V, como mostra a fígura a seguir. Quanto deverá marcar o voltímetro e o amperímetra _ 9 - Uma bateria de 6 volts está ligada a uma pequena Iâmpada de 0,5 Q. Oual a íntensídade da corrente que a atravessa? ,« Ar 10 - Qual a resistência de um condutor que ligado a uma ddp de 12 volts deixa fluir uma corrente de 20 mA? JLCOJ 34 OCCIDENTAL SCHOOLS EB-2 11 - Qual a tensão que devemos aplicar a uma resistência de 0,5 kQ para se obter uma corrente de 200 mA? V 12 - Um gerador fornece uma corrente de 5 ampéres, mantendouma tensao de 14 volts em seus termina¡s. Calcular a potência (em watts) desenvolvida. _ 13 - Qual a tensão nos termínais de um dispositivo consumidor /Igado a um circuito que absorve uma potência de 6 watts, sendo atravessado por uma corrente de 20 mA? 14 - Qual a potência do motor de partida de um aulomóvel que trabalha numa tensão de 6 volts com 120 ampàres? _ _ _› 15 - Numa resisténcia circula uma corrente de 1,7_5 ampéres, quando Ihe é aplicada uma tensão de 2,5 volts. Qual a potênCIa dISSlpada pela resistência? M LSÍ : d (9L ÍIêA OZL : d (aL 3/\ OOL = 3 (9 fv 9L^o LÍMOLs = va:aev ' :|EB autAos sa va (z iM g 'L L :se;sodsau PREFIXOS DECIMAIS Na prática, com os circuitos elétricos, ou mesmo em Iiteratura técnica reIativa à eletrônica, você vai encontrar ainda muitos outros múltiplos e submúltiplos pelos quais as unidades devem ser multiplicadas. Relacionamos a seguir o prefixos mais comuns que indicam vanres decimais, os quais serão fatores nestas multiplicações, por exemplo: microampére, Megaohm, etc... Prefixos Fator pelo qual a unidade é multiplicada exa E 1o18 = 1.ooo.ooo.ooo.ooo.ooo.ooo peta P 1015 = 1.ooo.ooo.ooo.ooo.ooo tera T 1012 = 1.ooo.ooo.ooo.ooo giga G 109 = 1.ooo.ooo.ooo mega M 106 = 1.ooo.ooo quilo k 103 = 1.ooo hecto h 102 = 100 deca da 10 deci d 10'1 = o,1 centi c 10'2 = 0,01 mili m 10-3 = o,oo1 micro ,u 10'6 = o.ooo.oo1 nano n 10'9 = o,ooo.ooo.001 pico p 10'32 = o,ooo.ooo.ooo.oo1 femto f 10'15 = o,ooo.ooo.ooo.ooo.oo1 atto a 10'18 = o,000.ooo.000.000.ooo.oo1 í OCCIDENTAL SCHOOLS Exame da Lição > m ' Cada questão apresenta TRÊS respostas - Somente UMA delas está correta 0 Marque a quejulgar CORRETAOBSERVAÇÕES 0 Transcreva suas alternativas para a FOLHA DE RESPOSTAS - Devolva a Tolha de respostas preenchida em sua próxima correspondêncna anotando também no envelope 0 seu número de matrícula 1 - Um resístor está sob tensão de 21 V. Nestas condições é percorrido por uma corrente de intensidade igual a 4,2 mA. Qual é o valor da resistência do resistor? a) R = 6000 DJWR = 3,0 kQ C) R = 5,0 kQ C 2 - Deseja-se obter uma resistência de1,5 Q a partir de um condutor de ouro de 4 mm2 de seção. O comprimento do_ fio será de aproximadamentez a) 580 m b) 2600 m c) 260 m 3 - Para se manter constante a intensidade da corrente que circula por um circuito, independente do aumento da tensão aplicada. devemos: a) aumentar proporcionalmente a resistência do circuito b) diminuir proporcionalmente a resístência do circuito c) não é possível manter constante a intensidade da corrente, se a tensão aplicada ao circuito for aumentada \4 - Podemos afiríâ que a resistência elétrica de um condutor: o a) oferece uma oposição à aplicação da ten§ão elétríca s b çé_ diretamente proporcionaI ao seu comprlmento c) á§ alternativas a e b estão corretas \/ 5 gnQual das afirmativas abaixo está incorreta? _= \ aaKNY Ãjyo coeficiemte de resistívidade relaciona a variação da resistêlfcia de um material com a variação da temperatura b) quanto mais grosso é um condutor menor é a sua resistência elétrica c) o aparelho que mede diretamente a tensão elétrica é o voltímetro 6 - Determinar a corrente e a potência desenvolvidas num resistor de 12 kQ, quando Ihe é aplicado uma tensão de 24 V. v-›;hl _<4 a) 20 mW e 4,8 mA b) 0,48 W e 20 mA ç fw 48 mW e 2 mA ¡ 7 - Podemos afirmar que: «-7'a) O calor gerado no condutor ao ser atravessado por uma determinada intensidade de corrente elétrica é conhecido \ como efeito Joule 1 b) a divisão entre a resistência e a corrente é denominada de ; potência elétrica c) as alternativas a e b estão corretas 8 -Determine a resistência de um condutor de cobre de seção transversal Igual a 2 mm2 e 3 m de comprimentoz A ¡x,/ a) 0,00365 níw o,265 Q c) o,0255 Q 9 - Podemos afirmar que: lVÁ1MQ=1><103kQ b) a unidade de medida da intensidade da corrente elétrica é ' simbolizada pela letra l c) as alternativas a e b estão corretas - 10 - A máxima corrente que pode atravessar um resistor de 470 Q e 1/2 ›_ . W é de aproximadamente2 , ' - a) 142 mA › - 11b) 25 mA f" c) 33 mA ¡ = \ *a.*:-”b NV . 1 ín ' BrazílOCCIDENTAL scuoo“t'.?!'“:-F wgg, '- '* _no Brasíl I . DIREITOSRESERVADQS À 7 ,, . \ v ~ma .