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Morfologia de sementes e plantas jovens de aroeira

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198 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 
_____________________________________________________________________________________ 
 
Volume 8 – Número 1 – 1° Semestre 2008 
_____________________________________________________________________________________ 
 
Morfologia de sementes, de plântulas e de plantas jovens de aroeira 
(Myracrodruon urundeuva Allemão) 
 
Ana Licía Patriota Feliciano1, Luiz Carlos Marangon1, Alan Cauê de Holanda2 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho objetiva descrever os caracteres morfológicos internos e externos de sementes, 
plântulas e mudas de Myracrodruon urundeuva. As sementes foram provenientes: do Centro de 
Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido (EMBRAPA) – Petrolina-PE, e da Universidade 
Federal de Campina Grande, Campus de Patos - PB. Optou-se pela escolha de 20 unidades de 
semeio-sementes, para as medições de comprimento, largura e espessura, usou-se um paquímetro 
1/10 mm. Com o auxílio de um microscópio estereoscópico binocular, observaram-se detalhes das 
características externas e internas das sementes. As sementes germinadas foram repicadas, 
colocadas em sacos de polietileno, posteriormente foram produzidas 50 plantas jovens. As 
ilustrações da plântula e planta jovem foram feitas, manualmente, com detalhes observados sob lupa 
binocular. O fruto é uma drupa globosa ou ovóide, com um cálice persistente; semente piriforme, 
com tegumento membranáceo, desprovido de endosperma; germinação do tipo epígea fanerocotilar; 
a plântula apresenta raiz atropurpúrea, fina, sinuosa, com pêlos finos esbranquiçados; na terceira 
fase, a planta jovem possui raiz levemente tuberosa, com hipocótilo de 2,0 cm e epicótilo de 1,0 a 
2,0 cm de comprimento. 
 
Palavras-chave: germinação, protófilos, pronomofilo. 
 
Morphology of seeds, of seedling and of young plants of aroeira (Myracrodruon 
urundeuva Allemão) 
 
ABSTRACT 
 
The present work aims at to describe the internal and external morphologic characters of seeds, 
young plant and seedlings of Myracrodruon urundeuva. Some seeds were coming: of the Center of 
Agricultural Research of the Semi-arid Tropic (EMBRAPA) - Petrolina-PE, and of the Federal 
University of Campina Grande, Campus of Patos - PB. Opted for the choice of 20 units of sow-
seed, for the length measurements, width and thickness, an instrument graduate 1/10 mm was used. 
With the aid of a microscope stereoscopic, details of the external and internal characteristics of the 
seeds were observed. The germinated seeds were pealed, placed in sacks of polyethylene, later 50 
young plants were produced. The illustrations of the seedling and it young plant they were done, 
manually, with details observed under binocular magnifying glass. The fruit is a globe drupe or 
oval, with a persistent chalice; seed piriform, with membrane tegument, unprovided endosperm; 
germination of the type epigea fanerocotilar; the plantules presents root atropurpurea, fine, sinuous, 
with whitish fine hair; in the third phase, the young plant possesses root slightly tuberose, with 
hypocotyl of 2,0 cm and epicotyl from 1,0 to 2,0 cm of length. 
 
Keywords: germination, protophylls, pronomofilo. 
 
 
 
199 
1 INTRODUÇÃO 
 
O estudo da morfologia de sementes e 
plântulas nos estágios iniciais de 
desenvolvimento contribui para melhorar o 
conhecimento do processo reprodutivo das 
espécies vegetais, servindo de subsídio para a 
produção de mudas, além de ser fundamental 
para uma melhor compreensão do processo de 
estabelecimento da planta em condições naturais 
da floresta (Guerra et al., 2006). 
De acordo com Oliveira (1993) a morfologia 
de plântulas tem merecido atenção como parte 
de estudos morfo-anatômicos, com intuito de 
ampliar o conhecimento sobre determinada 
espécie ou agrupamento sistemático de plantas e 
para facilitar o reconhecimento e identificação 
das espécies de uma determinada região, dentro 
de um enfoque ecológico. Diante disso, Melo & 
Varela (2006) afirmam que o conhecimento 
específico dos aspectos morfológicos de 
germinação de sementes de uma espécie, 
contribui em sua propagação e tornam-se 
fundamentais para o melhor planejamento e 
tratamento silvicultural das espécies, permitindo 
o uso racional da floresta. 
As estruturas morfológicas de um embrião, 
assim como a posição que ocupa na semente são 
tão distintas entre os diferentes grupos de 
plantas, que podem ser seguramente utilizadas 
para a identificação de famílias, gêneros e até 
espécies (Toledo & Marcos-Filho, 1977). 
Segundo Amorin et al. (2006), na fase juvenil, a 
identificação de plantas é difícil porque os 
caracteres morfológicos externos de uma planta 
nos estádios iniciais de desenvolvimento, nem 
sempre são semelhantes àqueles observados no 
indivíduo adulto. 
Cunha & Ferreira (2003) destacam a 
dificuldade de se reconhecer às plantas, a partir 
de plântulas, haja vista, que os caracteres 
externos nos estádios iniciais de 
desenvolvimento podem ser diferentes daqueles 
observados no indivíduo adulto ou em plantas 
de espécies e gêneros afins. 
Com relação às formações florestais do semi-
árido nordestino, Feliciano (1989), destacou que 
os estudos morfológicos de sementes, de 
plântulas e de mudas poderão contribuir para a 
identificação e para o conhecimento mais amplo 
de algumas espécies dessa região, já que, na 
época seca, as árvores apresentam-se sem 
folhas, flores ou frutos. 
A espécie Myracrodruon urundeuva Allemão 
(aroeira, aroeira-do-cerrado, aroeira-do-sertão, 
aroeira-preta, dentre outros) é uma espécie da 
família Anacardiaceae, de distribuição natural 
limitada à América do Sul, nativa no Brasil e 
mais amplamente distribuída nas regiões 
nordeste, sudeste e centro-oeste, ocorrendo 
também na Bolívia, Paraguai e Argentina 
(Santin & Leitão Filho 1991, Gurgel-Garrido et 
al. 1997, Carmello-Guerreiro & Paoli 1999). 
Esta espécie caracteriza-se por ser 
caducifólia nos meses mais secos, coincidindo 
com a época de floração, porte variando com a 
região de ocorrência (Andrade et al. 2000). A 
madeira é muito utilizada para obras externas, 
como postes, moirões, esteios, estacas, 
dormentes, vigas e armações de pontes, 
moendas de engenhos, na construção civil como 
caibros, vigas, tacos para assoalhos, ripas e para 
peças torneadas. A árvore, pela beleza de sua 
copa aproximadamente piramidal e, por outras 
qualidades ornamentais é indicada para 
arborização em geral (Lorenzi, 1998). 
Diante disso, o presente trabalho objetiva 
contribuir para a melhoria dos conhecimentos 
silviculturais da espécie Myracrodruon 
urundeuva, descrevendo os caracteres 
morfológicos internos e externos de sementes, 
plântulas e mudas. 
 
2 MATERIAL E MÉTODOS 
 
2.1 Obtenção e observações morfológicas de 
sementes 
 
As sementes de Myracrodruon urundeuva 
Allemão foram provenientes de dois locais do 
semi-árido: do Centro de Pesquisa Agropecuária 
do Trópico Semi-Árido (EMBRAPA) – 
Petrolina-PE, e da Universidade Federal de 
Campina Grande, Campus de Patos - PB. Em 
seguida, foram encaminhadas para o 
Laboratório de Sementes do Departamento de 
Engenharia Florestal da Universidade Federal 
de Viçosa – MG, na qual foram feitos os testes 
de germinação. Pequenas amostras de sementes 
foram devidamente catalogadas e incluídas na 
carpoteca do Setor de Dendrologia do 
Departamento de Engenharia Florestal. 
200 
As sementes atrofiadas, atacadas por insetos 
ou que possuíam alguma injúria foram 
eliminadas, juntamente com as impurezas. 
Posteriormente, 20 unidades de semeio-
sementes, fruto ou parte deste foram escolhidas 
aleatoriamente para medições de comprimento, 
largura e espessura, sendo anotadas as medidas 
mínimas e máximas, utilizando-se um 
paquímetro 1/10 mm. Com o auxílio de um 
microscópio estereoscópico binocular,com 
diferentes aumentos, observaram-se detalhes das 
características externas e internas das sementes. 
Foram realizados os cortes transversais e 
longitudinais realizados com lâminas de aço, 
para observação da consistência e da quantidade 
do endosperma em relação ao tamanho do 
embrião e a posição deste no interior da 
semente. 
Os caracteres externos e internos, analisados 
nas descrições, e a terminologia empregada 
estão de acordo com os trabalhos de Martin 
(1946), Font-Quer (1963), Kozlowski & Gunn 
(1972), Barroso (1978; 1984) e Kuniyoshi 
(1983). 
As medidas externas e internas das sementes 
foram expressas em milímetros (mm), para 
melhor visualização dos tamanhos. 
 
2.2 Germinação e produção da planta jovem 
 
As sementes de aroeira foram acondicionas 
em placas de Petri com tampa. O substrato 
usado foi papel “kimpak”. Em seguida, as 
sementes foram levadas para germinador, à 
temperatura constante de 25ºC, na presença de 
luz constante, e umedecidas com água destilada, 
sempre que necessário. 
Considerou-se germinadas as sementes que 
apresentaram a emissão da radícula. As 
sementes germinadas foram repicadas, 
colocadas em sacos plásticos pretos, de 
polietileno (15 x 24 x 0,10 cm). Usou-se como 
substrato, terra de subsolo e posteriormente 
produziram-se 50 plantas jovens da espécie. 
Esse material foi levado para casa de vegetação 
do Departamento de Solos, regadas diariamente, 
permanecendo ali até o estádio juvenil. Foi 
anotado todo o processo de desenvolvimento e 
de diferenciação dos estádios por meio de 
observações diárias. 
O material observado na casa de vegetação 
foi descrito, sendo dividido em três fases 
distintas, com base no crescimento da espécie. 
A primeira fase apresentou características de 
desenvolvimento de germinação, desde o 
intumescimento da semente até a emissão dos 
cotilédones, porém sem os protófilos formados; 
a segunda foi designada como plântula, 
considerada a fase de desenvolvimento, em que 
o protófilo está totalmente formado. A 
metodologia empregada e os parâmetros 
observados para as descrições da primeira e 
segunda fase foram baseados nos trabalhos de 
Font-Quer (1963), Rizzini (1977), Kuniyoshi 
(1983), Roderjan (1983), Feliciano (1989) e 
Vidal & Vidal (2000). 
A terceira fase foi denominada planta jovem, 
e o parâmetro estabelecido foi o aparecimento 
do pronomofilo, seguindo a terminologia usada 
nos trabalhos de Engler (1876), Finger (1977), 
Rizzini (1977), Roderjan (1983) e Feliciano 
(1989). 
Todo material da primeira e da segunda fase 
foi conservado em vidros fechados, com álcool 
70%. Fizeram-se observações sobre as 
sementes, plântulas e planta jovem, com o 
auxilio do microscópio estereoscópico. Os 
exemplares de plantas jovens foram prensados e 
enviados, juntamente com as sementes, para a 
Divisão de Botânica da Empresa Pernambucana 
de Pesquisa Agropecuária, em Recife-PE, para 
confirmação taxonômica das espécies. 
As ilustrações foram feitas, manualmente, 
com detalhes observados sob lupa binocular. 
Escolheu-se material sadio, bem desenvolvido e 
representativo de cada fase. Os desenhos 
apresentam escalas, em centímetros (cm), 
conforme indicações nas figuras. As dimensões 
foram obtidas por meio de régua milimetrada, 
com uso da lupa. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
3.1 Descrição morfológica do fruto-semente 
 
A unidade de semeio é o fruto-semente, uma 
drupa globosa ou ovóide, com um cálice 
persistente, medindo 2,8 a 3,9 mm de 
comprimento por 2,8 a 3,5 mm de largura, e 2,4 
a 2,8 mm de espessura; epicarpo castanho-
escuro, membranáceo, rugoso; mesocarpo 
castanho, carnoso, lacunoso, resinífero e odor 
201 
bem característico (Figura 1A); pireno córneo-
cartilaginoso, castanho-claro, translúcido, tetra-
anguloso, com ângulos salientes e irregulares 
(Figura 1B). Barroso et al. (1999), afirmam que 
os caracteres de frutos e, algumas vezes, de 
sementes são decisivos na identificação dos 
táxons. 
A semente é piriforme, com tegumento 
membranáceo, desprovido de endosperma 
(Figura 1C). O embrião é reto, invaginado; os 
cotilédones possuem 2 a 3 mm de comprimento 
por 2 mm de largura, plano-convexos, carnosos, 
ápice obtuso, base sub-cordada, assimétrica 
(Figura 1E). Eixo hipocótilo-radícula, apresenta 
cerca de 2,0 mm de comprimento, súpero e 
acumbente (Figura 1D-E). 
Ressaltando a importância de se descrever a 
morfologia do embrião foi que Feliciano (1989) 
percebeu ao estudar a germinação de sementes e 
desenvolvimento de muda, acompanhado de 
descrições morfológicas, de dez espécies 
arbóreas ocorrentes no Semi-árido Nordestino, 
que havia algumas semelhanças entre as 
espécies, sendo necessário recorrer às 
observações dos caracteres do embrião, por 
serem estes mais confiáveis, visto que não 
sofrem alterações externas e são distintamente 
diferentes, constituindo, assim, parâmetro 
indispensável na identificação das espécies. 
 
 
Figura 1. Aspectos morfológicos da semente de Myracrodruon urundeuva. A – Drupa (dr); B – Pireno (pr), vista 
frontal (vf) e lateral (vl); C – Sementes (s); D – Embrião (em); E – cotilédone (c), face adaxial (ad); F, G, H – 1a Fase de 
desenvolvimento – germinação, radícula (rd), hipocótilo (hi), pêlos (pe) e raiz (r). 
 
202 
3.2 Fases de desenvolvimento 
 
3.2.1 Aspectos morfológicos da germinação 
 
A germinação é do tipo epígea fanerocotilar, 
teve início dois dias após a semeadura com uma 
percentagem de 80% de sementes germinadas. 
Observação semelhante ao encontrado por 
Ferreira et al. (1998), ao estudar a 
caracterização morfológica do fruto, semente, 
plântula e muda de Dipteryx alata, também 
constatando uma germinação do tipo epígea 
fanerocotilar, pois observou-se que os 
cotilédones e a plúmula foram conduzidos 
acima da superfície do solo, mediante o 
crescimento vigoroso do hipocótilo. 
Uma das razões que justifiquem esta 
semelhança na germinação deve-se 
provavelmente ao sistema fisiológico de cada 
espécie, que serve como mecanismo de 
sobrevivência e adaptação quando germinadas. 
O eixo hipocótilo-radícula é branco, oblíquo, 
ascendente, embrião totalmente coberto pelo 
tegumento (Figura 1F-G). Radícula sigmóide ou 
sinuosa, inicialmente esbranquiçada, tornando-
se atropurpúrea, com tufo de pêlos brancos; 
região das raízes secundárias mais espessa, sem 
emissão das radicelas; hipocótilo fino, 
cilíndrico, levemente tortuoso; cotilédones 
iniciando a emissão, com tegumento ainda 
persistente no ápice (Figura 1H). Cotilédones 
verdes, com ou sem tegumento preso no ápice, 
tendendo a abrir-se; hipocótilo branco-
esverdeado; radícula atropurpúrea, com pêlos 
(Figura 2J). Logo após, os cotilédones ficam 
livres, verdes, patentes, pequenos, com 
primórdios de raízes secundárias (Figura 2J). 
 
3.2.2 Aspectos morfológicos da plântula 
 
Com os protófilos formados inicia-se a 
segunda fase, designada plântula. A raiz 
apresenta-se atropurpúrea, fina, sinuosa, com 
pêlos finos esbranquiçados, com poucas raízes 
secundárias. O colo é liso, branco, cilíndrico, 
bem diferenciado pela mudança de coloração. O 
hipocótilo mede 1,0 a 1,9 cm de comprimento, 
cilíndrico, pubérulo carmim, clareando para 
verde. Os cotilédones são isófilos, opostos, com 
pecíolo de 0,4 a 0,6 cm de comprimento, 
sulcados, pubérulos, de cor carmim; o limbo 
possui 1,2 cm de comprimento por 1,0cm de 
largura, herbáceo, discolor, atroverde na face 
adaxial e verde-claro a verde-violáceo na dorsal, 
ovado, ápice largo obtuso, bordo inteiro, base 
assimétrica-obtusa, trinérveo, ocasionalmente 
nervuras avermelhadas abaxialmente. 
O epicótilo, mede cerca de 0,9 a 2,4 cm de 
comprimento, reto, cilíndrico, vermelho 
clareando para verde, próximo aos protofilos, 
puberulento. Protófilos opostos, compostos, 
trifoliados; o pecíolo possui de 0,5a 1,0 cm de 
comprimento, sulcado na face adaxial, 
avermelhado, às vezes esverdeado ou com 
nuances vermelhas, pubescente. Os folíolos são 
laterais opostos, com 1,2 a 1,4 cm de 
comprimento por 0,4 a 0,6 cm de largura, e 
folíolo terminal maior, com 1,8 a 2,7 cm de 
comprimento por 0,6 a 0,9 cm de largura, 
subsésseis, discolores, na face abaxial, verdes e 
avermelhados, com nervuras vermelhas 
pubescentes, lanceolados a oblongos, ápice 
agudo, bordos serreados, ciliados, base 
assimétrica nos folíolos laterais e ligeiramente 
decurrente no terminal; a nervação é nítida nas 
duas faces, com nervura principal impressa na 
parte abaxial, esparsamente pilosa; nervuras 
secundárias quase perpendiculares à principal, 
geralmente terminando na ponta de cada dente 
da margem, verde, ocasionalmente violácea. A 
gema apical é verde-violácea, muito pilosa 
(Figura 2L). 
As folhas e os ramos, quando feridos ou 
macerados, exalam forte cheiro. Exsudação 
rápida, translúcida e com cheiro forte. 
 
 
 
 
203 
 
Figura 2. Aspectos morfológicos da germinação e plântula de Myracrodruon urundeuva. I, J – 1a fase de 
desenvolvimento – germinação, hipocótilo (hi), drupa (dr), cotilédone (c), gema apical (g), colo (co), pêlos (pe) e raiz 
(r); L – 2a fase – plântula, radícula (rd). 
 
3.2.3 Aspectos morfológicos da planta jovem 
 
Após observar o aparecimento do 
pronomofilo inicia-se a terceira fase, planta 
jovem, cuja raiz é axial, levemente tuberosa, 
com raízes secundárias pouco desenvolvidas e 
esparsas, castanho-clara. O hipocótilo, com 
cerca de 2,0 cm de comprimento, engrossado na 
base, castanho, com estrias castanho-escuras, 
retas ou reticuladas. Os cotilédones são 
ausentes, com cicatrizes inconspícuas. O 
epicótilo possui 1,0 a 2,0 cm de comprimento, 
cilíndrico, reto, verde, com estrias castanhas, 
retas e reticuladas. 
Os protófilos são opostos os dois primeiros; 
os cincos posteriores são alternos, trifoliolados, 
semelhantes ao da plântula; os demais são 
imparipinados, 5 a 7 foliolados; peciolados; o 
pecíolo mede de 3 a 4 cm de comprimento, com 
base purpúrea; ráquis com 2,5 cm de 
comprimento, pecíolo e ráquis verde-claros a 
verde-purpúreos, semi-cilíndricos, levemente 
sulcados na face adaxial, híspidos; a gema axial 
é bem purpúrea, pubescentes, com pêlos 
dourados; os folíolos são opostos, curtos, 
peciolados nas laterais, o terminal com cerca de 
2,0 cm de comprimento, semelhante ao pecíolo, 
sendo mais purpúreo. 
Raiz tuberosa foi observada por Feliciano 
(1989) na espécie Amburana cearensis. De 
acordo Labouriau (1964), a presença de raiz 
tuberosa torna a espécie capaz de resistir às 
condições adversas do meio e, segundo Rizzini 
(1965), tal estrutura constitui-se uma estratégia 
adaptativa que tem alto poder de rebrotamento, 
quando ocorre algum dano à parte aérea. 
A formação da raiz tuberosa para estas 
espécies, é bem provável que seja resultado dos 
processos bioquímicos e fisiológicos de cada 
espécie, pois neste tipo de raiz encontra-se uma 
reserva de nutrientes, que servirá para ambas as 
espécies resistirem às situações adversas 
proporcionadas pelo seu habitat natural. 
Folíolos laterais, com 3,5 a 5,0 cm de 
comprimento por 2,0 a 2,5 cm de largura, o 
terminal com 4,5 a 6,5 cm de comprimento por 
2,0 a 2,5 cm de largura, herbáceos, discolores, 
atroverdes na face adaxial, verde-claros na 
204 
abaxial, ovados a lanceolados, ápice agudo a 
levemente acuminado, base assimétrica nos 
laterais e aguda no terminal, bordos serreados, 
ciliados, peninérveos, com nervura principal e 
secundária impressas na face abaxial e 
parcialmente impressas na adaxial, nervuras 
secundárias patentes e levemente oblíquas, 
bifurcadas no ápice, pubescentes em ambas as 
faces. 
Caule verde, estriado na base, estrias 
castanhas a purpúreas, hirsuto, com pêlos verde-
carmim a carmim, adpressos, escassos na base e 
densos para o ápice, com lenticelas brancas a 
castanhas, numerosas entre as estrias (Figura 
3M). 
 
 
 
Figura 3. Aspectos morfológicos da planta jovem de Myracrodruon urundeuva. M – 3a Fase de desenvolvimento – 
planta jovem, gema axilar (ga), folíolo (fi), raiz secundária (rs) e raiz (r). 
 
4 CONCLUSÃO 
 
O fruto é uma drupa globosa ou ovóide, com 
um cálice persistente. A semente é piriforme, 
com tegumento membranáceo, desprovido de 
endosperma. A germinação é do tipo epígea 
fanerocotilar. 
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(1)Professores Adjunto do Departamento de Ciência 
Florestal da UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n 
- Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife - PE. e-mail: 
licia@dcfl.ufrpe.br 
 (2)Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência 
Florestal - UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n - 
Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife (PE). Bolsista da 
FACEPE. e-mail: holandaac@yahoo.com.br

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