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Definição e Classificação dos Aglomerantes Segundo NBR 11172 Aglomerante é o material ativo, ligante, em geral pulverulento, cuja principal função é formar uma pasta capaz de preencher os vazios e promover a união entre os grãos dos agregados. São utilizados na obtenção das argamassas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção de natas. As pastas são misturas de aglomerante com água e são pouco empregadas devido aos efeitos secundários causados pela retração após sua cura. Seu uso, geralmente, restringe-se aos rejuntamentos de azulejos e ladrilhos. As natas são pastas preparadas com excesso de água. As natas de cal são utilizadas em pintura e as de cimento são usadas sobre argamassas para obtenção de superfícies lisas. Os aglomerantes Hidráulicos se subdividem em: Simples Compostos Mistos Com adições •Cal Hidráulica. Pega é a perda de fluidez da pasta. Ao se adicionar, água a um aglomerante hidráulico, depois de um certo tempo, começam a ocorrer reações químicas de hidratação, que dão origem à formação de compostos, que aos poucos, vão fazendo com que a pasta perca sua fluidez, até que deixe de ser deformável para pequenas cargas e se torne rígida gradativamente. Início de pega de um aglomerante hidráulico é o período inicial de solidificação da pasta. É contado a partir do lançamento da água no aglomerante, até ao início das reações químicas com os compostos do aglomerante. Esse fenômeno é caracterizado pelo aumento brusco da viscosidade e pela elevação da temperatura da pasta. Fim de pega de um aglomerante hidráulico é quando a pasta se solidifica completamente, não significando, entretanto, que ela tenha adquirido toda sua resistência, o que só será conseguido após anos. A determinação dos tempos de início de e de fim de pega dos aglomerantes são importantes, pois através deles pode-se determinar o tempo disponível para transportar, lançar e adensar argamassas e concretos, controlar a execução da cura, escorar, desenformar, ou ainda liberar o tráfego para pessoas ou equipamentos. No caso dos cimentos portland comercial, o fim da pega ocorre de cinco a dez horas depois do lançamento da água ao aglomerante. Nos cimentos de pega rápida, o fim da pega se verifica poucos minutos após o seu início. É o produto resultante da calcinação de rochas calcárias (CaCO3) numa temperatura inferior a de fusão do material (850 a 900 0C), mas que ainda não é o aglomerante empregado em construções. (gás carbônico) ou óxido de cálcio O óxido de cálcio deve ser hidratado para virar hidróxido de cálcio Ca(OH)2 denominado de cal extinta. (Cal Extinta)(Cal Virgem) O processo de hidratação da cal virgem é executado no canteiro de obras. As pedras são colocadas em tanques onde ocorre a sua extinção ao se misturarem com a água. O fenômeno de transformação de cal virgem em cal extinta é exotérmico, isto é, se dá com grande desprendimento de calor (250 cal/g, podendo em alguns casos a temperatura atingir 400 0C), o que torna o processo altamente perigoso. Por este motivo, deve-se aguardar 48horas, no mínimo, após a hidratação das pedras, para o emprego do material na obra. As argamassas de cal, inicialmente, têm consistência plástica, mas endurecem por recombinação do hidróxido com o gás carbônico, presente na atmosfera (daí o nome cal aérea), voltando ao seu estado inicial de carbonato de cálcio. (Cal Extinta) (Gás Carbônico) A cal viva ou cal virgem é distribuída no comércio em forma de pedras ou moída e ensacada. Cal hidratada Industrializada é um produto manufaturado que sofreu em usina, o processo de hidratação. É disponibilizada no comércio como um produto seco, na forma de um pó branco de elevada finura. A cal é encontrada no mercado em sacos de 20kg. maior facilidade de manuseio, por ser um produto pronto, eliminando do canteiro de obras a operação de extinção; maior facilidade de transporte e armazenamento. Este tipo de cal é um aglomerante hidráulico, ou seja endurece pela ação da água, e foi muito utilizado nas construções mais antigas, sendo posteriormente, substituído pelo cimento Portland. Esse material será estudado posteriormente. A cal pode ser utilizada como único aglomerante em argamassas para assentamento de tijolos ou revestimento de alvenarias ou em misturas para a obtenção de blocos de solo/cal, blocos sílico/calcário e cimentos alternativos. Durante muito tempo a cal foi largamente empregada em alvenarias, que vêm atravessando muitos séculos de vida útil. Atualmente o maior emprego da cal se dá, misturada ao cimento Portland em argamassas. Devido a elevada finura de seus grãos (2 μm de diâmetro), e consequente capacidade de proporcionar fluidez, coesão (menor suscetibilidade à fissuração) e retenção de água, a cal melhora a qualidade das argamassas. A cal confere uma maior plasticidade as pastas e argamassas, permitindo que elas tenham maiores deformações, sem fissuração, do que teriam com cimento Portland somente. As argamassas de cimento, contendo cal, retêm mais água de amassamento e assim permitem uma melhor aderência. No estado fresco, a cal propicia maior plasticidade à argamassa, permitindo melhor trabalhabilidade e, consequentemente, maior produtividade na execução do revestimento. Outra propriedade no estado fresco é a retenção de água, importante no desempenho da argamassa, relativo ao sistema alvenaria/revestimento, por não permitir a sucção excessiva de água pela alvenaria. A cal também é muito utilizada, dissolvida em água para pinturas, na proporção de mais ou menos 1,3 gramas por litro de água. A esta solução chama-se nata de cal e sua utilização é conhecida como caiação. As tintas de cal, além do efeito estético, têm, também, efeito asséptico, devido a sua alta alcalinidade (PH alto). No estado endurecido, a cal apresenta a capacidade de absorver deformações devido ao seu módulo de deformação. Esta propriedade é de extrema importância no desempenho da argamassa, que deve acompanhar as movimentações da estrutura. A cal possibilita a diminuição da retração gerando menor variação dimensional, além de carbonatar lentamente ao longo do tempo, tamponando eventuais fissuras ocorridas no endurecimento, no caso de argamassa mista. Nas construções usuais, as superfícies nas quais serão aplicados os revestimentos, predominam as constituídas pelos materiais: concreto, alvenarias de tijolos, de blocos cerâmicos e de blocos de concreto. Estes materiais, em função da variedade de dimensões dos tijolos e blocos e do rudimento das técnicas de execução, podem induzir irregularidades das superfícies: nas paredes, quanto à planaridade, à verticalidade e horizontalidade do topo e da base; nos pisos e nos tetos, quanto à planaridade e horizontalidade. Para que se tenha um acabamento de boa qualidade técnica e de bom aspecto na aplicação de revestimentos (principalmente em forma de placas), as irregularidades precisam ser corrigidas. As argamassas compostas com os aglomerantes cimento e/ou cal, podem por si só constituir o revestimento, como também são utilizadas para a correção de eventuais irregularidades, constituindo a base para a posterior aplicação de outros revestimentos em forma de placas, como os cerâmicos e algumas pedras de faces planas, ou ainda são utilizadas como elementode ligação e aderência entre as superfícies sobre as quais serão aplicados revestimentos com faces relativamente irregulares, como as pedras brutas. As argamassas são aplicadas, desde uma só camada, ou em camadas sobrepostas, cada qual com características próprias quanto aos materiais que a compõem, quanto à granulometria dos agregados, quanto às proporções entre os componentes e quanto à técnica de aplicação. Esta diversidade implica também em variedade de indicações de utilização, variedade de custos e variedade de textura do acabamento, constituindo superfícies desde lisas, levemente ásperas até as rústicas. O revestimento conhecido como reboco ou massa fina é feito com argamassa preparada, inicialmente com cal hidratada e areia fina, que juntos devem constituir mistura bastante homogênea, à qual será acrescida água suficiente para umedecê-la. Assim, é colocada em repouso por algum tempo (recomendável entre 10 e 14 dias), com o fim de melhorar a hidratação da cal. Depois é acrescida de água e cimento para que seja lançada e estendida com colher de pedreiro sobre a camada de chapisco ou sobre o emboço. É desempenada com régua e desempenadeira de madeira e posteriormente alisada com bloco de espuma de nylon, de consistência macia. Constitui acabamento áspero com baixo custo de execução e por isso tem seu uso bastante disseminado. Precisa, posteriormente, receber camada de pintura. Traço é a proporção entre os componentes das argamassas (neste caso: cimento, cal hidratada e areia). Os traços variam de acordo com a utilização que vai ser dada à argamassa. A tabela a seguir apresenta os traços indicados para as utilizações mais comuns das argamassas, onde: ◦ O Cimento e a areia são medidos secos e soltos. ◦ A Cal hidratada é medida em estado pastoso firme. ◦ A Água é a menor quantidade possível para trabalhabilidade necessária. Fonte: TCPO* – Editora Pini * Tabela de Composições de Preços para Orçamentos Para argamassas de uso imediato, os passos para mistura manual são: ◦ Medir primeiro o agregado miúdo (areia) e esparramar para formar uma camada de cerca de 12cm de altura; ◦ sobre essa camada de areia colocar os aglomerantes (cal hidratada e cimento); ◦ mexer até formar uma mistura homogênea, depois, amontoar a mistura, abrindo um espaço no meio para adição da água; ◦ adicionar e misturar a água aos poucos, evitando o excesso. Já para mistura mecânica o procedimento é o seguinte: ◦ Ligar a betoneira (ou similar); ◦ colocar o agregado (areia); ◦ adicionar a metade da água; ◦ colocar os aglomerantes (cal hidratada e cimento); ◦ adicionar o resto da água, evitando sempre colocar em excesso; ◦ tempo de mistura: de 3 a 5 minutos. “Se for possível deixar a argamassa em descanso (entre 16 e 24 horas), pode-se obter maior rendimento, melhor liga e redução das microfissuras, entre outras vantagens. É a chamada argamassa intermediária, em que se misturam a cal hidratada e a areia, sem adicionar o cimento portland. Depois da maturação, coloca- se o cimento no momento da aplicação.” Fonte: Guia das Argamassas nas Construções, da Associação Brasileira dos Produtores de Cal – ABPC. Não se recomenda que as argamassas base para pinturas do tipo epóxi contenham cal, que retarda a cura e diminui sua resistência, podendo a argamassa ser desagregada pelas tensões provocadas pelo processo de polimerização das resinas epóxi. Recomenda-se que se consultem os fabricantes das tintas epóxi, para definição dos traços recomendados para as argamassas base para as pinturas deste tipo. Existem diferentes tipos de aditivos químicos que podem ser utilizados nas argamassas, entre eles: impermeabilizantes, adesivos, aceleradores de pega, retardadores de pega, plastificantes, controladores de fissuração, etc. Recomenda-se que se consulte o fabricante dos aditivos para definição dos traços das argamassas a serem aditivadas e a especificação e proporção do aditivo a ser utilizado. Filito Mineral originado de rocha e metamórfica com granulação fina. Sua composição mineralógica é constituída por 40 a 50% de caulinita, 25 a 30% de sericita e 10 a 25% de quartzo. Pode-se dizer que ele é um intermediário entre a ardósia e mica-xisto. Na construção civil o filito é utilizado como aglutinante e plastificante, para melhorar a trabalhabilidade da argamassa no estado fresco. O filito é uma matéria-prima natural, sem controle de qualidade, norma técnica ou padrão de fabricação. Assim, é impossível garantir uma mistura homogênea pois cada lote desse produto possui características muito diferentes de um outro. Se numa obra, eventualmente ocorrer um erro na mistura da água + cal + cimento + areia e essa argamassa ficar empobrecida (aglomerante insuficiente), ela não vai aderir à parede, denunciando imediatamente o problema ao pedreiro que será obrigado a corrigir o problema. Se o mesmo erro ocorrer na mistura com filito, a argamassa empobrecida vai aderir à parede devido ao alto poder aglutinante desse material no estado fresco. E quando a argamassa secar, vai esfarelar. Além disso, O filito tem rendimento bem inferior ao da cal. Um saco de 20 kg de cal hidratada chega, em alguns casos, a apresentar rendimento superior ao de 2 sacos de filito, o que derruba a tese da economia em substituir a cal. Para se fazer real economia na argamassa, o ideal é garantir uma alvenaria de boa qualidade, perfeitamente aprumada e nivelada, evitando o desperdício. É comum em obras corrigir problemas de alinhamento da alvenaria “tirando na massa”. Como consequência, o consumo de cimento, cal e areia supera em muito as previsões do orçamento inicial da obra.
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