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livro gestao industrial ii (1)

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Gestão Industrial II 
1 
Gestão Industrial II 
Luiz Carlos de Freitas 
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Gestão Industrial II 
2 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: Luiz Carlos de Freitas 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
 
F866ge Freitas, Luiz Carlos de. 
Gestão industrial II / Luiz Carlos de Freitas ; revisão de Rafael Dias 
de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, RJ: ASOEC - Universo. 
Departamento de Ensino à Distância, 2019. 
215 p. : il. 
 
 
1. Indústrias. 2. Contabilidade. 3. Contabilidade de custo. 4. 
Balanço (Contabilidade). 5. Análise contábil e financeira. 6. Custo 
industrial. 7. Processos de fabricação. 8. Produtos industrializados - 
Administração. 9. Engenharia de produção. 10. Ensino à distância. I. 
Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título. 
 
CDD 338.981 
Bibliotecária responsável: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a 
ASOECpelo conteúdo do t exto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
Gestão Industrial II 
3 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio 
dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço 
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio 
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se 
responsável pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o 
momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
 
Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
Gestão Industrial II 
4 
Gestão Industrial II 
5 
 
Sumário 
 
 
Plano da disciplina .............................................................................................................. 07 
Apresentação da disciplina ................................................................................................ 09 
Unidade 1 – Conceito Básico de Contabilidade ............................................................. 15 
Unidade 2 – Introdução à Contabilidade de Custos....................................................... 43 
Unidade 3 – Fundamentos da Contabilidade de Custos ............................................... 67 
Unidade 4 – Sistemas de Custeio de Produção e suas Aplicações ............................... 99 
Unidade 5 – Relações: Custo/Volume/Lucro ................................................................... 133 
Unidade 6 – Formação do Preço de Vendas .................................................................... 167 
Considerações finais ........................................................................................................... 201 
Conhecendo o autor ........................................................................................................... 203 
Referências ........................................................................................................................... 205 
Anexos .................................................................................................................................. 207 
 
 
Gestão Industrial II 
6 
 
Gestão Industrial II 
7 
 
 
Apresentação da Disciplina 
 
Prezado(a)s aluno(a)s 
A disciplina Gestão Industrial II tem por objetivo disponibilizar ao aluno os 
conhecimentos e habilidades para a gestão dos custos no exercício de suas 
atividades nos processos de produção de produção ou serviços para atingir as 
metas perpetuidade no mercado em que atua. 
O ponto de partida será conhecer como as práticas da contabilidade orienta as 
etapas da contabilidade de custos considerando que todo processo de produção 
de demanda origem e aplicação de fatores de produção(tecnologia, material, 
capital, trabalho) para que possa realizar sua apropriação nas etapas do processo e 
fornecer subsídios para orientar o gerenciamento dos recursos materiais, humanos 
e financeiros, de atividades, capitais, etc. Nesse contexto a identificação dos 
métodos de custeios apropriados às características da empresa poderá ser utilizado 
não só para otimizar os custos como compreender seu papel na formação dos 
preços finais capaz de dar lucro e competir no mercado. Assim, vamos 
compreender o método de custeio por absorção, por departamentalização, por 
atividades(ABC), custeio direto e indireto. 
Outro fator importante a ser analisado é a identificação dos custos quando o 
processo de produção acontece em fases diversas em área ou departamentos ou 
centros de custos diferentes. As apurações destes custos estão relacionadas ao 
assunto conhecido como custos conjuntos e possibilitam a empresa conhecer 
composição dos custos em cada etapa do processo e assim orientar as decisões. 
Os custos totais compõem o preço final, orienta a recuperação do 
investimento tanto financeiro como temporal, quando fornecerão subsídios 
estabelecer o break-even point que indicará quantidade necessário de produção 
para sua recuperação e a partir dessa quantidade a empresa terá lucros. 
E para fechar os estudos, veremos a formação dos preços com todas suasvariáveis e forma apurar o equilíbrio que poderá ser o contábil, financeiro ou por 
margem de contribuição e de segurança. 
Gestão Industrial II 
8 
Gestão Industrial II 
9 
 
Plano da Disciplina 
 
 
Unidade 1 - Conceito Básico de Contabilidade 
Nesta primeira unidade faremos um estudo sobre os principais conceitos e as 
características da Contabilidade e compreender como são aplicados nos processos 
de gestão da empresa industrial tanto no que se refere ao seu controle como para 
tomadas de decisão como o ponto de partida para compreender nas unidades 
seguintes a utilização da gestão de custos e financeiro da empresa industrial. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer os conceitos e a aplicação da Contabilidade na gestão 
industrial 
 Conhecer os objetivos e finalidade da aplicação da contabilidade na 
gestão industrial 
 Conhecer a composição do patrimônio empresarial para o controle 
na gestão empresarial 
 Conhecer a estrutura do Balanço Patrimonial e suas contas 
 Conhecer as contas de despesas e receitas na gestão industrial para 
apuração dos resultados financeiros 
 Identificar a origem dos recursos como auxílio da gestão industrial 
 Identificar as contas de receitas no patrimônio empresarial. 
Gestão Industrial II 
10 
 
Unidade 2 - Introdução à Contabilidade de Custos 
Depois de uma breve introdução à Contabilidade e entender sua contribuição 
no contexto da disciplina que orienta a identificação da origem e aplicação dos 
recursos, bem como o registro e controle do patrimônio, nesta unidade teremos a 
oportunidade de conhecer a Contabilidade de Custos que teve origem nos 
ambientes das empresas industriais para controle dos estoques. 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer o processo histórico da Contabilidade de Custos 
 Identificar as etapas da utilização do controle de estoques como 
primeiro passo da Contabilidade de Custos. 
 Compreender a importância do custeio dos custos como parâmetro 
de gestão. 
 Conhecer o papel da contabilidade gerencial e financeira na gestão 
dos custos. 
 Identificar os custos diretos, indiretos e demais componentes na 
produção. 
 Conhecer a esquematização da Contabilidade de Custos como 
gestão industrial 
 Adequar as ações de gerenciamento à gestão dos custos de 
produção. 
 
Unidade 3 – Fundamentos da Contabilidade de Custos 
Após tomar conhecimentos dos principais conceitos e variáveis dos custos a 
serem geridos nas operações industriais, podemos avançar e identificar os custos 
em processos de fabricação comum no cotidiano da produção empresarial. 
Veremos também, que existem outras formas de gestão do custo de 
fabricação obedecendo as diversas etapas dos processos de produção. No caso da 
produção por processo ou contínua, também conhecida como em série ou em 
massa, a produção fornece uma saída contínua de produtos ou produtos 
Gestão Industrial II 
11 
homogêneos, podendo ser um único produto(automóvel) ou diversos produtos 
homogêneos(refrigerantes, artigos farmacêuticos). 
 
Objetivos da unidade: 
 Identificar os custos de produtos e os de período. 
 Aplicar o rateio dos custos de produtos e de período 
 Gerenciar os custos por processo 
 Realizar a distinção entre os custos por ordem e por processo. 
 Implementar uma cultura de qualidade na gestão dos custos 
 Reconhecer os critérios de gestão dos custos por 
departamentalização 
 Realizar o rateio dos custos por departamentos. 
 
Unidade 4 - Sistemas de Custeio de Produção e suas Aplicações 
Nessa unidade faremos um estudo sobre os sistemas de custeio de produção, 
ou melhor, a apropriação dos custos do processo de fabricação que tem por 
objetivo auxiliar na orientação da gestão industrial e na identificação de seu 
comprometimento nos preços para atingir as metas de longo prazo que é a 
perpetuidade da empresa. 
Objetivos da unidade: 
 Identificar o custo de oportunidade na fabricação de um produto, 
 Apurar o custo de oportunidade para na formação dos preços de venda 
 Apurar os custos dos produtos em produção conjunta 
 Aprimorar o sistema gerencial de custos na utilização de mesmo fator de 
produção. 
 Estruturar o gerenciamento de custo por absorção. 
 Identificar o custeio baseio em atividades como método de gestão de 
produção. 
Gestão Industrial II 
12 
 
Unidade 5 – Relações: Custo/ Volume / Lucro 
Na continuidade de nossos estudos na gestão industrial, após aprofundar 
conhecimentos sobre os métodos de custeio, vamos avançar analisando a relação 
existente entre o custo, o volume de produção e o lucro como estratégia necessária 
para que eficácia na produção e a obtenção dos lucros a que a empresa se destina. 
Objetivos da unidade: 
 Compreender a importância da análise custo/volume\lucro no 
processo de gestão dos custos na produção. 
 Compreender a aplicação dos ponto de equilíbrio para identificar o 
volume de produção necessária para cobrir os custos e fomentar o 
lucro. 
 Conhecer os métodos de gestão dos custos pelos variados pontos de 
equilíbrio para atender a determinada necessidade. 
 Compreender como utilizar a margem de contribuição e margem de 
segurança na gestão de custos na produção industrial 
 Desenvolver competências para estabelecer o custo-padrão 
necessário a alocação entre os centros de custos ou departamentos. 
 Identificar as variações dos custos-padrão como auxílio à gestão 
industrial. 
 
Unidade 6 - Formação do Preço de Vendas 
Nesta última unidade da disciplina e após compreender os procedimentos que 
orientam a gestão em suas diversas fases da produção e áreas na empresa, vamos 
compreender os procedimentos que a empresa deverá adotar para formar os 
preços de venda e gerir a produção e o financiamento do capital, da produção e 
dos investimentos. 
Gestão Industrial II 
13 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer os componentes na formação dos preços de vendas. 
 Identificar os procedimentos de formação dos preços de vendas 
 Compreender os procedimentos de formação dos preços pelo mark-
up, com base no lucro, na receita líquida e a preço de mercado. 
 Compreender os processos de apuração do grau de alavancagem 
operacional. 
 Compreender os critérios de apuração da alavancagem financeira 
 Desenvolver a utilização do grau de alavancagem operacional e 
financeira como instrumento de tomada de decisão. 
 
 
Bons estudos! 
Gestão Industrial II 
14 
 
Gestão Industrial II 
15 
Conceito Básico de 
Contabilidade 1 
Gestão Industrial II 
 
16 
 
Prezado(a)s aluno(a)s, 
 
Nesta primeira unidade faremos um estudo sobre os principais conceitos e as 
características da Contabilidade e compreender como são aplicados nos processos 
de gestão da empresa industrial tanto no que se refere ao seu controle como para 
tomadas de decisão como ponto de partida para compreender nas unidades 
seguintes a utilização da gestão de custos e financeiro da empresa. 
O Balanço Patrimonial registra as contas e a situação da empresa em 
determinado período de tempo, normalmente um ano, tendo três grandes grupos: 
Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Por eles será possível identificar os bens, 
direitos e obrigações que a gestão deverá se atentar, bem como apresentará a 
situação líquida que poderá ser positiva ou negativa, ou seja, apresentado lucro ou 
prejuízo. 
Diante dessas contas e da apuração dos resultados, a empresa poderá ser 
eficiente no controle das despesas que são necessárias para o cumprimento das 
operações empresariais, mas, deverá ser controlada para que não comprometa os 
resultados da empresa e haver desperdício de recursos. 
Veremos também, o registro e conhecimento da origem dos recursos para 
aplicação da empresa, ou seja, se são recursos próprios ou dos sócios que 
possibilitará um resultado mais cômodo na gestão ou se são recursos de terceiros, 
mediante dívidas que comprometem receitas futuras e consequentemente irá 
exigir uma gestãode grande eficiência para não comprometer os resultados da 
empresa. 
 
Gestão Industrial II 
 
17 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer os conceitos e a aplicação da Contabilidade na gestão 
industrial 
 Conhecer os objetivos e finalidade da aplicação da contabilidade na 
gestão industrial 
 Conhecer a composição do patrimônio empresarial para o controle 
na gestão empresarial 
 Conhecer a estrutura do Balanço Patrimonial e suas contas 
 Conhecer as contas de despesas e receitas na gestão industrial para 
apuração dos resultados financeiros 
 Identificar a origem dos recursos como auxílio da gestão industrial 
 Identificar as contas de receitas no patrimônio empresarial. 
 
Plano da unidade: 
 Conceitos Básicos de Contabilidade 
Campo de aplicação da Contabilidade. 
 Principais conceitos contábeis 
 Objeto da Contabilidade. 
 Objetivo da Contabilidade 
 Finalidade da Contabilidade 
 Patrimônio: elementos básicos e constituição. 
 Ativo, Passivo e situação líquida 
 Resultado, despesas e receitas no Balanço Patrimonial 
 Origens e Aplicação dos Recursos 
Realize os estudos na sequência do conteúdo e para uma boa compreensão, 
faça uma primeira leitura sem interrupção, seguida de uma segunda leitura 
marcando os pontos principais e na terceira procure construir conhecimentos a 
partir das anotações para desenvolver autonomia para realizar suas atividades. 
Bons estudos! 
Gestão Industrial II 
 
18 
 
Conceitos Básicos de Contabilidade 
 
A primeira questão a responder nesses estudos está relacionada aos objetivos 
da Contabilidade na formação do engenheiro de produção e nesta unidade 
estaremos compreendendo os principais conceitos e aplicação dos diversos 
conhecimentos nas tomadas de decisão na gestão industrial. Pois a área contábil 
da empresa armazena e organiza os dados que são fundamentais para conhecer a 
saúde econômica e financeira da empresa. 
 
Veremos alguns conceitos, considerando que a Contabilidade é uma ciência 
que pode ser incluída no grupo das ciências econômicas e administrativas que dão 
o suporte às estratégias estabelecidas. 
 Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação 
destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de 
natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à 
entidade objeto de contabilização(IBRACON apud, RIBEIRO, 1999 p. 33). 
 A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, 
manter um controle permanente do Patrimônio da empresa(RIBEIRO 
1999, p. 33). 
Importante entender saber que o conceito oficial de Contabilidade foi 
formulado no primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, na cidade do Rio de 
Janeiro, no período de 17 a 27 de agosto de 1924, assim descrito: “Contabilidade é 
a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro 
relativas à administração econômica.”(Deliberação no 29186 apud RIBEIRO 1999, 
p.33). 
Vamos refletir! 
Então, podemos perguntar: o que é Contabilidade? 
Gestão Industrial II 
 
19 
 
Pode-se verificar que, mesmo possamos encontrar vários conceitos, 
verificamos que todos convergem para o controle e análise do patrimônio, por 
meio das informações contábeis. Assim, mesmo que possa encontrar na 
Contabilidade algumas ramificações, sua teoria é voltada para a estática 
patrimonial, dinâmica patrimonial e o levantamento patrimonial, estabelecendo 
assim, princípios e regras de conduta; e suas possíveis aplicações a serem 
praticadas pelos profissionais da área contábil. Essa estática patrimonial é definida 
como o estudo dos valores que compõem o patrimônio pela sua forma, estrutura, 
valor e equilíbrio. 
Em contrapartida, verifica-se que a dinâmica patrimonial está voltada para o 
estudo do investimento de valores monetários, ou seja, aplicação de recursos; e 
para as fontes de financiamento que é o mesmo que captação de recursos. 
Os levantamentos realizados do patrimônio, representa uma relação entre a 
natureza estática e dinâmica patrimonial, pois estuda a forma de registrar e 
disciplinar os fenômenos ocorridos, de modo que possa facilitar as interpretações, 
de maneira clara e lógica. Então, a Contabilidade, enquanto ciência aplicada, 
sugere o envolvimento da utilização de técnicas ou procedimentos que a 
Contabilidade teórica, com os princípios e regras, formalizou para a execução das 
aziendas(empresas e entidades),. Como exemplo, têm-se a diferenciação da 
empresa face à empresa e sua formação, a estruturação dos fatos concernentes às 
compras, vendas, pagamentos e recebimentos, fechamento das contas, 
levantamento dos resultados e do balanço da empresa. 
Após entender como a Contabilidade pode contribuir na dinâmica da gestão 
empresarial seja industrial ou não, vamos avançar e compreender outros conceitos 
fundamentais na compreensão da gestão econômica e financeira a partir dos 
dados da estática patrimonial. 
Gestão Industrial II 
 
20 
 
Campo de aplicação da Contabilidade. 
Abrange a todas as pessoas que possuem patrimônio, seja física ou jurídica. 
Enquanto pessoa jurídica, pode ser entidades ou empresas privadas, públicas 
municipais, estaduais ou federais, ou mistas, ou seja, podendo ser toda e qualquer 
azienda. 
 
Percebe-se que azienda é o mesmo que fazenda, mas, não no sentido de peça 
de pano ou estrutura de fazenda rural. Vemos que no país o Ministério da Fazenda 
é uma pessoa jurídica de direito público e tem por objetivo fornecer bens e 
serviços à sociedade sem a contrapartida de valor cobrado. Em contrapartida, tem-
se as empresas que tem por objetivo a obtenção de lucro ao fornecer produtos ou 
serviços aos consumidores. 
Abrange também às instituições sem fins lucrativos como as de assistência 
social, fundações, ONGs, etc. Inclui-se ainda, as pessoas físicas que são imbuídas de 
direitos e obrigações a partir de seu nascimento e registro nos cartórios de registro 
civil de pessoas naturais. 
As pessoas jurídicas se constituem pelos atos praticados para produção ou 
circulação de bens ou serviços(as sociedades empresariais) e aquelas que não 
praticam aos de comércio (sociedade simples) e são registradas em órgãos 
competentes, dependendo do tipo de sociedade, tais como: sociedades 
empresariais, na junta comercial de cada Estado; sociedade simples, no cartório 
civil de pessoas jurídicas(quando registradas, tornam-se sociedade de direito e 
legal). 
Importante! 
Azienda é o conjunto de obrigações, bens materiais e direitos, 
representações em valores ou suscetíveis de apreciação econômica, constitutivos de 
um patrimônio, considerado juntamente com a pessoa natural ou jurídica que sobre 
ele tem poderes de administração e disponibilidade, fazenda(FERREIRA, 1999, p. 245). 
Gestão Industrial II 
 
21 
 
Um exemplo de aplicação da Contabilidade se relaciona ao Imposto de Renda, 
que tem uma aplicação contábil realizada a cada ano, mediante a busca de 
informações ou prestação de contas do patrimônio da pessoa física e jurídica junto 
à Receita Federal. O objetivo de nossos estudos será aplicação nos ambientes das 
organizações empresariais e mais especificamente direcionado para as empresas 
industriais. 
 
Principais conceitos contábeis 
 
Vimos que a Contabilidade fornece informações obre o patrimônio da empresa 
e vamos avançar tanto em seus aspectos teóricos, bem como práticos da área de 
conhecimento. 
Objeto da Contabilidade. 
Podemos dizer que o objeto da Contabilidade é o patrimônio e que ela registra 
todas as transações que acontecem na entidade por meio dos lançamentos 
contábeis, possibilitando obter informações sobre a variação da composição de 
bens, direitos, obrigações, formação de lucro ou de prejuízo no período apurado, 
tanto fisicamente quando monetariamente. 
Assim, tem-se que as informações devem inspirar confiança e segurança aos 
usuários com agilidade. As informações devemrespeitar o nível de conhecimento 
de quem destina, pois somente dessa forma será possível utilizá-las para a tomada 
de decisão. 
 
Objetivo da Contabilidade. 
 Seu objetivo é controlar o patrimônio das aziendas mediante a utilização de 
técnicas contábeis. Para tanto, se baseia em seus princípios que, no Brasil são 
regulamentados pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade(CFC) 750, 
de 29 de dezembro de 1993. 
Gestão Industrial II 
 
22 
 
São eles. 
 Princípio da entidade. 
 Princípio da continuidade. 
 Princípio da oportunidade. 
 Princípio do registro pelo valor original. 
 Princípio da utilização monetária. 
 Princípio da competência. 
 Princípio da prudência. 
O princípio da entidade se baseia na autonomia do patrimônio pertencente à 
azienda, em relação a todos os outros patrimônios existentes. Portanto, não se 
pode confundir com os patrimônios dos seus sócios ou proprietários. 
A partir do controle do patrimônio, as informações são geradas para atender ao 
objetivo final da Contabilidade. 
 
Finalidade da Contabilidade 
Pode-se concluir que a finalidade da Contabilidade é gerar informações, de 
carácter econômico e financeiro a respeito das aziendas, ou seja, informações 
quantitativas e qualitativas, expressas tanto em termos físicos quanto em termos 
monetários. Assim, têm-se que a informação contábil é tão importante para os 
usuários quanto para o gestor de negócios, que o CFC, no ano de 1995, aprovou na 
Resolução 785 CFC, de 28.07.1995, referente às características da informação 
contábil. 
As informações procedentes da Contabilidade devem proporcionar aos seus 
usuários base segura às suas decisões, satisfazendo as necessidades comuns a um 
grande número de diferentes pessoas interessadas. Porém, na informação contábil 
são indispensáveis alguns atributos, tais como, confiabilidade, tempestividade, 
compreensibilidade e comparabilidade. Dessa forma, podemos concluir que para 
atender as principais funções é o registro e controle dos atos e fatos 
administrativos. 
Gestão Industrial II 
 
23 
 
 
Patrimônio: elementos básicos e constituição. 
Então, qual o conceito de patrimônio? 
Importante! 
Atos Administrativos é uma ação praticada pela administração que não 
provoca (podendo vir a provocar) alteração qualitativa e/ou quantitativa no 
patrimônio da entidade, portanto, a princípio, não interessa à contabilidade. 
Fatos Administrativos, que também são conhecidos como FATOS CONTABEIS, 
são acontecimentos verificados na empresa que provocam variações nos elementos 
patrimoniais, podendo alterar ou não, a situação Líquida Patrimonial. 
As técnicas utilizadas as atividades contábeis são as seguintes: 
 E escrituração, que compreende o registro dos fatos. 
 Demonstrações contábeis, que são as demonstrações expositivas dos 
fatos. 
 Auditoria, que busca a confirmação dos registros e demonstrações 
contábeis. 
 Análise de balanços, que se constitui na análise e interpretação de 
balanços. 
Importante! 
É o conjunto de bens materiais e/ou imateriais, avaliáveis em dinheiro e 
vinculados à entidade pela propriedade privada ou por cessão a qualquer título, dos 
quais a mesma possa dispor no giro dos seus negócios.( GRECO e AREND 1997, p. 35) 
Gestão Industrial II 
 
24 
 
O essencial do patrimônio é sua autonomia em relação aos demais 
patrimônios existentes, o que significa que a entidade dele pode dispor livremente, 
dentro dos limites legais, racionalidade econômica e administrativa. 
O conceito de patrimônio deriva da seguinte equação: 
 Bens + Direitos = Patrimônio Bruto 
 Bens + Direitos – Obrigações = Patrimônio Líquido. 
Chama-se de Passivo a Descoberto quando o resultado é negativo, ou seja, 
quando as obrigações superam o valor dos bens e direitos. 
Bens. 
Bens é tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido em 
dinheiro, sendo utilizado na realização do objetivo principal de seu proprietário. 
São as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das 
empresas e podem ser: 
 Bens de capital, que são aqueles que se destinam a propiciar a 
produção de outros bens, tais como, matéria-prima e insumos. 
 Bens de uso ou de consumo, que são aqueles aplicados para a 
satisfação das necessidades imediatas ou em apoio às operações, tais 
como, computador e data show. 
Assim os bens podem ser classificados da seguinte forma. 
Quanto à natureza. 
Bens materiais, tangíveis ou corpóreos que têm como característica principal 
sua própria existência e tangibilidade: móveis, utensílios, veículos. 
Imóveis, ou seja, os terrenos. 
Bens imateriais, intangíveis ou incorpóreos, tendo como características 
principais, sua inexistência física ou como coisa. Então trata-se de um bem 
imaterial: marcas e patentes, direitos industriais, ponto comercial, royalties, entre 
outros. 
Gestão Industrial II 
 
25 
 
Ainda podemos classificar os bens quanto à sua posse/propriedade, 
independente da sua natureza, que pode ser: 
Quanto à disposição. 
Bens próprios, que se refere à propriedade detida pela empresa, podendo 
estar em poder da mesma ou de terceiros. 
Bens terceiro, que são os bens que a empresa tem posse, ou seja, está 
usufruindo, perante promessa de devolução ou pagamento. 
Outra forma de classificar os bens é sob o ponto de vista contábil, quando os 
bens devem se suscetíveis de avaliação econômica e mensuráveis. 
E podem ser. 
 Bens numerários. 
São aqueles que representam: 
 Dinheiro em espécie; cheques de terceiros à sua disposição; vale-
refeição, vale-transporte; todos os guardados no cofre. 
 Dinheiro e cheques de terceiros depositados em bancos; 
 Dinheiro aplicado no mercado financeiro; 
 Dinheiros, ordens de pagamento ou cheques remetidos às filiais da 
empresa. 
 Bens de renda. 
São bens necessários ao desenvolvimento das atividades da empresa. Podem 
gerar receitas quando alugados. Têm caráter de investimentos. 
São exemplos de bens de renda: imóveis não destinados ao uso da empresa e 
sim de terceiros; obras de artes; imóvel desativado como o uso de uma filial da 
empresa, alugado a terceiros. 
Gestão Industrial II 
 
26 
 
 Bens de venda. 
São os bens estocados na empresa para posterior venda ou revenda. Têm 
caráter mercantil, tais como os produtos fabricados na empresa industrial e 
vendidos. No caso das empresas comerciais, tem-se as mercadorias que são 
adquiridas dos fornecedores para serem revendidas. 
Direitos 
São os créditos que a empresa possui de terceiros. São bens e valores 
pertencem à empresa, mas que não estão e, poder dela. São os valores de 
propriedade da empresa que estão em posse de terceiro, representados por títulos 
de créditos que o titular ou direito receberá de terceiros, inclusive impostos. 
São exemplos de direitos: locações a receber, duplicatas a receber, notas 
promissórias a receber, impostos a recuperar. 
Obrigações. 
São bens em poder da empresa que pertencem a terceiros ou os direitos 
cedidos por eles, gerando dívidas da empresa com os mesmos. São compromissos, 
assumidos pela empresa de pagar alguém em determinada data. 
São exemplos: duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a recolher. 
Diante do que vimos, podemos avançar um pouco mais para a compreensão 
matemática da equação de equilíbrio do patrimônio, o que nos leva a equação de 
primeiro grau, onde separamos de um lado as aplicações dos recursos, 
apresentados pelos bens e direitos adquiridos e do outro lado, as origens dos 
recursos de onde surgiram os recursos para comprar os bens ou adquirir os 
direitos, teremos a seguinte equação. 
Imagine uma situação em que você tome de empréstimo em um banco 
$20000,00, no período “n” e sem juros. A equação será dada por: 
Gestão Industrial II 
 
27 
 
ATIVO PASSIVO 
Dinheiro em caixa: $20 000,00 Obrigações: $20 000,00 
Total do ativo: $20 000,00 Totaldo passivo: $20 000,00 
 
Passado algum tempo, resolveu comprar um eletrodoméstico no valor de 
$5000,00. 
ATIVO PASSIVO 
Dinheiro em caixa: $15 000,00 Obrigações $20 000,00 
Eletrodoméstico : $ 5 000,00 
Total do ativo: $20 000,00 Total do passivo: $20 000,00 
 
Podemos observar nesse exemplo simples que houve movimentação do 
patrimônio, mas o equilíbrio entre a aplicação dos recursos e sua origem manteve-
se nas duas situações. Isto explica porque uma gestão eficiente dos recursos da 
empresa acontece com os registros e controles corretos dos mesmos em todas 
operações que se relacional a compras, vendas, empréstimos, pagamentos, etc. 
As legislações relacionadas à Contabilidade mencionam demonstrações 
financeiras para o controle das organizações empresariais, isto é o resultado 
econômico da atividade contábil através do Balanço Patrimonial. 
 
Vamos refletir! 
Então o que é Balanço Patrimonial? 
O Balanço Patrimonial, demonstra a situação patrimonial de uma empresa, com 
ou fins lucrativos, em determinado tempo, apresentando o ativo, o passivo e o 
patrimônio líquido, sempre sob valores históricos, ou seja, sob valores do momento 
do lançamento. 
Gestão Industrial II 
 
28 
 
Vamos compreender como as variações que apresentamos podem influenciar 
na situação patrimonial da empresa registrada pela Contabilidade. 
 
Ativo, Passivo e Situação Líquida 
Patrimônio 
A T I V O P A S S I V O 
Bens (B) Obrigações (O) 
Direitos (D) Patrimônio Líquido ( PL) 
Total do Ativo Total do Passivo 
 
Ativo (A) 
Sendo a Contabilidade a ciência do patrimônio, o ativo é a parte positiva do 
patrimônio. São as aplicações de capitais. É o conjunto de valores que expressa o 
investimento e no Balanço Patrimonial. É lançado do lado esquerdo. 
Nele está contido, os bens e direitos que uma empresa possua aplicações 
como recursos ou capitais. 
De acordo com a Lei 6.404/76, o ativo é composto de três grupos de contas: 
 Ativo circulante(longo prazo). Nesse grupo as contas são 
agrupadas às outras contas e que os seus itens serão transformados 
em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro 
de um ano. 
 Ativo realizável(longo prazo). A diferença entre ativo realizável e 
ativo circulante está no prazo. Enquanto no ativo circulante os itens 
se movimentam em até um ano, no ativo realizável os itens se 
movimentam a partir de um ano; por isso é um ativo de longo prazo. 
Gestão Industrial II 
 
29 
 
 Ativo permanente. São ativos que a empresa possui e dificilmente 
serão vendidos, pois não destinados à venda e sim a destinados à 
formação de infraestrutura para a empresa, a fim de gerar resultados 
positivo. Por isso, é intitulado como permanente, pois a empresa não 
tem a intenção de vender; embora possa fazer a substituição, por 
exemplo, por uma nova tecnologia. 
Então tem-se que: A = B + D 
Passivo (P) 
O Passivo representa as dívidas ou as obrigações que a empresa tem com 
terceiros, a curto e longo prazo. É a parte exigível do patrimônio, ou seja, valores 
que os credores cobrarão com o vencimento. Por isso, são consideradas as 
obrigações como elementos negativos, enquanto que os bens e direitos são 
elementos positivos. 
Então, o Passivo evidencia as origens dos recursos provenientes de terceiros 
e conforme a Lei 6.404/76, é composto de quatro grupos de contas. 
 Passivo circulante(exigível curto prazo). São as obrigações ou 
dívidas que a empresa tem para com terceiros, vencíveis num prazo 
de até um ano. 
 Passivo exigível(longo prazo). São as obrigações ou as dívidas que 
a empresa tem para com terceiros, vencíveis num prazo superior a 
um ano. 
 Resultados de exercícios futuros. Compõem o grupo de contas 
posicionado do lado direito do Balanço Patrimonial, porém, pouco 
utilizado na prática. 
 Patrimônio Líquido. É a situação líquida patrimonial que a empresa 
apresenta. Ou seja, após deduzir dos bens e dos direitos, as 
obrigações de uma empresa, que representam o patrimônio bruto; 
temos então o Patrimônio Líquido. Está posicionada também do lado 
direto do Balanço Patrimonial, apenas por uma questão de 
equilíbrio. 
Gestão Industrial II 
 
30 
Patrimônio Líquido. 
É obtido pela sobra quando somamos bens e direitos e deduzimos das 
obrigações. Assim, o Patrimônio Líquido pode ser positivo, negativo ou nulo, é 
também chamado de situação líquida patrimonial. 
Embora esteja localizado do lado direito do Balanço Patrimonial, não é 
elemento do Passivo Exigível e Passivo não-exigível, pois representa as obrigações 
da empresa para com os proprietários. Representa a própria riqueza da empresa. 
São registradas no Patrimônio Líquido, as origens de recursos próprios, dos 
sócios, acionistas ou proprietários. 
De acordo com a Lei 6 404/76, o Patrimônio Líquido é composto de: 
 Capital social. Corresponde, numa sociedade anônima, ao total de 
ações comprometidas na constituição da empresa. 
 Reservas. São os valores acumulados no Patrimônio Líquido, para 
posterior utilização. 
 Lucros ou prejuízos acumulados. Se a empresa, no final do período, 
sendo o exercício social igual a um ano, tiver lucro, o que sobra após 
as devidas distribuições do lucro irá compor o saldo da conta lucros 
acumulados. 
 
 
Então, tem-se que o Patrimônio Líquido(PL), situação líquida patrimonial(SLP) 
ou Passivo não-exigível, é o mesmo que recursos próprios, capitais próprios ou 
fontes próprias e é registrado do lado direito do Balanço Patrimonial. 
PL = SLP 
Importante! 
Se a empresa tiver prejuízo, não haverá distribuições a serem feitas, e, 
ainda, diminuirá o Patrimônio Líquido, pois representará uma parte negativa. 
Gestão Industrial II 
 
31 
 
Representação gráfica das variações do patrimônio. 
Tem por objetivo demonstrar as diferentes situações ou estados patrimoniais 
que uma empresa pode apresentar, ou seja, demonstrar na estrutura do Balanço 
Patrimonial o valor registrado do Patrimônio Líquido, após subtrair do Ativo o valor 
das obrigações. 
Partindo dessa assertiva, podemos observar que o patrimônio pode apresentar 
três situações líquidas diferentes. 
 Situação líquida patrimonial superavitária, positiva ou ativa. 
Tomemos o exemplo hipotético do Balanço Patrimonial de uma empresa, 
como segue. 
Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
Bens $60 000,00 
Direitos $40 000,00 
Obrigações 
 - dívidas $30 000,00 
Patrimônio Líquido 
- Riqueza líquida $70 000,00 
Total do Ativo $100 000,00 Total do Passivo $100 000,00 
 
Observe que se somarmos os Bens aos Direitos($100 000,00), teremos um 
Ativo maior que as obrigações($30 000,00). Logo, B + D > O, teremos uma 
situação líquida patrimonial(PL), positiva, ativa, ou superavitária. 
Gestão Industrial II 
 
32 
 
 Situação líquida patrimonial negativa, passiva ou deficitária 
Tomemos que no período seguinte os seguintes dados. 
 Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
Bens $60 000,00 
 
Direitos $40 000,00 
Obrigações 
 - dívidas $110 000,00 
Patrimônio Líquido 
- riquezas líquidas $ 10 000,00 
Total do Ativo $100 000,00 Total do Passivo $100 000,00 
 
Nesse caso, estamos diante de uma situação de falta de recursos na empresa 
para as aplicações necessárias e, consequentemente, restará dívidas com terceiro 
para pagar. 
Observar que ao somar os bens e direitos($100 000,00), será menor que as 
obrigações com terceiros($110 000,00), então teremos que: B + D < O. 
Logo, estamos diante de uma situação líquida patrimonial(PL) será 
negativa, passiva ou deficitária em $10 000,00. 
 
Resumindo a situação líquida patrimonial. 
Será positiva ou superavitária,porque os elementos do Ativo positivos(bens 
e direitos) superam os elementos negativos(obrigações). 
Será ativa, porque os elementos do Ativo(bens e direitos) superam os 
elementos do Passivo exigível(obrigações). 
Gestão Industrial II 
 
33 
 
 Será negativa ou deficitária, porque os elementos 
negativos(obrigações) superam os elementos positivos(bens e 
direitos). 
 Será passiva porque os elementos do Passivo(obrigações superam 
os elementos do Ativo(bens e direitos). 
 Será nula quando a soma dos bens e direitos forem iguais as 
obrigações, tendo com isso, a riqueza líquida(PL) = 0. 
 
Observa-se que a partir do Balanço Patrimonial a empresa terá o controle de 
sua situação ou estado, ou seja, o resultado econômico. 
Então vamos compreender esse conceito. 
 
Resultado, despesas e receitas no Balanço Patrimonial 
Todas aziendas buscam a obtenção de resultado, seja como meio ou como 
fim. As entidades, por exemplo, embora tenham como objetivo fim o bem-estar 
social, podem obter como objetivo meio um resultado favorável, o lucro. Porém, as 
empresas, visam sempre o lucro como objetivo fim, mas podem como objetivo 
meio, obter um resultado igual a bem-estar social. 
Nas organizações empresariais, resultado é o que se obtém após o confronto 
de receitas e despesa num período contábil. Se as receitas auferidas num 
determinado período superam as despesas incorridas no mesmo período, então o 
resultado será positivo, ou seja, lucro. Isso terá como consequência o aumento do 
Patrimônio Líquido. Caso as despesas incorridas sejam superiores às receitas 
auferidas, o resultado será negativo, ou seja, prejuízo; o que consequentemente 
diminuirá o Patrimônio Líquido. 
Para entender o resultado do patrimônio é preciso conhecer os elementos que 
interferem no mesmo compostos pelas Receitas e as Despesas. E, essas são 
identificadas e representadas por um componente patrimonial ou um componente 
de resultados denominado de “conta”. 
Gestão Industrial II 
 
34 
 
 
Todas ocorrências diárias nas empresas, responsáveis pela gestão do 
patrimônio(como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc) são 
registrados pela contabilidade em contas próprias. 
Vejamos um esquema para entender como as contas são utilizadas no 
controle do patrimônio. 
Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
Bens 
Caixa 
Veículos 
 
Direitos 
Duplicatas a receber 
Promissórias a receber 
 
Obrigações 
Fornecedores 
Duplicatas a pagar 
 
Patrimônio líquido 
Capital 
Lucros acumulados 
 
Veja que as contas representam os elementos componentes do patrimônio. 
Dividem-se em ativas(bens e direitos) e passivas(obrigações e Patrimônio Líquido). 
Outro componente importante no controle das contas patrimoniais, são as 
“contas de resultado” que representam as variações patrimoniais e dividem-se em 
contas de Despesas e Receitas, e sua representação técnica é a seguinte. 
Vamos refletir! 
Pergunta-se, então: o que é uma conta? 
Conta é a representação gráfica do débito e do crédito, quando de um 
lançamento contábil na movimentação de bens, direitos ou obrigações. 
Gestão Industrial II 
 
35 
 
Contas de Resultado 
Despesas Receitas 
 
 
 
 
Vejamos um exemplo hipotético: 
Receitas totais = $80 000,00 
Despesas totais = $ 20 000,00 
Resultado = $ 60 000,00 (positivo) 
Neste caso, há uma situação de lucro de $60 000,00, pois Receitas > Despesas. 
Outro exemplo: 
Receitas totais = $100 000,00 
Despesas totais = $ 140 000,00 
Resultado = $ 40 000,00(negativo) 
Neste caso, há uma situação de prejuízo de $40 000,00, pois Receitas < 
Despesas. 
Vamos aprofundar nos conceitos de despesas e receitas para melhor 
compreender as contas de resultados. 
 
Despesas. 
Caracterizam-se pela participação no consumo de bens e/ou pela utilização de 
serviços, tendo por objetivo a obtenção da receita, que poderá participar de forma 
direta ou indireta nas atividades empresariais. Então, pode-se dizer que os gastos 
são necessários ao desenvolvimento das operações das aziendas. 
Assim, podemos dizer que as despesas poderão diminui o Ativo ao aumentar o 
Passivo, pois as despesas são as variações negativas do Patrimônio Líquido. 
Gestão Industrial II 
 
36 
 
São exemplos de despesas: material de limpeza; material de expediente; 
energia elétrica; prêmios de seguros; impostos; despesas de juros; aluguéis 
passivos ou despesas de aluguéis; despesas de salários, etc. 
 
Receitas. 
As receitas são oriundas da venda de bens ou da prestação desserviços, ou 
seja, acontecem pelas entradas de elementos para o ativo, sob forma de dinheiro 
ou diretos a receber, proveniente das operações das aziendas. Portanto, dizemos 
que as receitas são variações positivas do Patrimônio Líquido. 
As principais formas de uma empresa auferir são: as vendas de mercadorias, 
produtos ou serviços; sendo, as mercadorias para as empresas comerciais, os 
produtos para empresas industriais e a prestação de serviços para as empresas civis 
e prestadoras de serviços. 
São exemplos de receitas patrimoniais: aluguéis ativos ou receitas de aluguéis; 
juros ativos ou receitas de juros; receitas de serviços; vendas de mercadorias ou 
receitas com vendas, etc. 
 
Origens e Aplicação dos Recursos 
Se analisar o Balanço Patrimonial sob uma ótica financeira, teremos a evidência 
de que o Passivo colocará à disposição da empresa os recursos necessários para sua 
aplicação, que se posicionará na formação do ativo patrimonial. 
Diante deste exposto podemos entender que na análise contábil a aplicação 
dos recursos se posicionará na composição do Ativo, ou seja, na compra de móveis 
e utensílios, imóveis, na formação do caixa, dos bancos etc. 
Então, podemos identificar qual são as origens dos recursos. 
 Recursos próprios. Nesse caso, os recursos disponibilizados para 
empresa se originam dos próprios sócios e constitui do Capital Social, 
inicial componente do Patrimônio Líquido. Incluem ainda, os recursos 
Gestão Industrial II 
 
37 
próprios advindos de recursos dos mesmos sócios para aumento do 
capital, bem como os recursos oriundos dos lucros apurados na atividade 
empresarial em uma unidade de tempo. 
 Recursos de terceiros. São os recursos oriundos de terceiros, contraindo 
obrigações com dívidas para aplicar em seus ativos de bens e serviços, 
pagar salários, tributos, empréstimos, etc. 
Análise do passivo 
No Balanço Patrimonial, os recursos de terceiros são representados pelo 
Passivo Exigível e os recursos próprios pelo Patrimônio Líquido. A soma dos 
recursos de terceiros com os próprios forma o capital total a disposição da 
empresa, representado pela equação. 
Uma análise do passivo, possibilita à empresa identificar as fontes ou origens 
dos recursos que financiam as operações da empresa. Poderá verificar um caso em 
que o passivo exigível seja financiado por recursos de terceiros mediante 
endividamento, ou de outra forma, quando se verificar um patrimônio líquido 
superior ao passivo exigível, indicando que os ativos foram financiados por 
recursos próprios, ou capital próprio que traduz em maior segurança para os 
credores e investidores. 
 
 
Leitura complementar! 
MULLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade Básica: elementos 
fundamentais. Pearson Prentice Hall. SP:2007. 
MULLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade Introdutória. Pearson Prentice Hall. 
SP:2012. 
Gestão Industrial II 
 
38 
 
Nessa unidade vimos como a Contabilidade poderá ser grande importância 
para o sucesso da empresa industrial a partir do conhecimento da aplicação dos 
elementos componentes do Balanço de Patrimonial. Conhecer as contas do Ativo, 
Passivo e Patrimônio Líquido implica em criar as condições para as tomadas de 
decisão na gestão econômico-financeira da empresa. 
Identificar o peso de cada conta nos resultados da empresa e sua influência 
negativa ou positiva, deficitária ousuperavitária é de grande relevância na gestão 
empresarial. Gerir os recursos de terceiros e aplicá-los com eficiência e destino é 
um desafio constante da gestão empresarial. 
A utilização dos dados do Balanço patrimonial coloca o gestor com 
conhecimento apurado da situação quanto aos bens, direitos e obrigações que 
compõem a estrutura da empresa, fazer novos investimentos e atender às 
exigências legais. 
Assim, encerramos os nossos estudos básicos da compreensão relacionada à 
Contabilidade que ser de grande importância par ao contexto da próxima unidade 
que se relaciona à Contabilidade de Custos. 
 
 
Bons estudos e vamos para a próxima unidade. 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Gestão Industrial II 
 
39 
 
Exercícios – Unidade 1 
 
01) O Ativo consiste: 
a) No conjunto de Bens, Direitos e Obrigações 
b) No conjunto de Bens e Direitos 
c) No Patrimônio Líquido 
d) No saldo entre Ativo e Passivo 
e) Na Situação Líquida Ativa 
 
02) A situação Líquida patrimonial é representada pelo Patrimônio Líquido, 
logo o mesmo vem a receber também o nome de Capital 
a) De terceiros 
b) Social 
c) Autorizado 
d) Próprio 
e) Acumulado 
 
03) O patrimônio apresenta os seguintes aspectos: 
a) Realizado ou não-realizado 
b) Bom ou ruim 
c) Numérico ou alfabético 
d) Quantitativo e qualitativo 
e) Abstrato e qualitativo 
Gestão Industrial II 
 
40 
 
04) A equação fundamental da contabilidade na nomenclatura da 
Contabilidade é a seguinte. 
a) Ativo = Passivo 
b) Ativo + Passivo 
c) Ativo + Passivo = Patrimônio Líquido 
d) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
e) Ativo = Passivo + situação Líquida 
 
05) Marque a alternativa que contenha o exemplo de direitos na Balanço 
Patrimonial. 
a) Caixa 
b) Fornecedores 
c) Contas a pagar 
d) Contas a receber 
e) Móveis e utensílios 
 
06) Na Contabilidade, o Patrimônio de uma empresa é o conjunto de bens, 
direitos e obrigações. Contabilmente, as obrigações da empresa estão localizadas 
no 
a) ativo circulante 
b) ativo não circulante 
c) patrimônio líquido 
d) capital social 
e) passivo 
Gestão Industrial II 
 
41 
 
07) A respeito das contas de receitas e despesas, assinale a opção correta. 
a) As contas de receitas e despesas são contas de resultado, também 
denominadas de contas temporárias, pois seus saldos são encerrados 
para a apuração do resultado da entidade. 
b) As contas de receitas e despesas, denominadas contas patrimoniais, são 
encerradas no final do período para a apuração do resultado. 
c) Despesa corresponde ‡ entrada de elementos para o ativo, sob a forma 
de dinheiro ou de direitos a receber 
d) Receitas representam o reconhecimento de um passivo, com o aumento 
de obrigações a serem cumpridas para com clientes. 
e) As contas de despesas são de natureza credora, e as contas de receita são 
de natureza devedora. 
 
08) Quais os tipos de bens que existem? 
a) Bens de vida sem vida 
b) Bens de valor e sem valor 
c) Bens que possuem corpo e os que não possuem corpo 
d) Bens de necessidade e sem necessidade 
e) Bens com características de direito 
Gestão Industrial II 
 
42 
 
09) Em relação ao conceito de origem de recurso, apresente as funções de recursos 
que a empresa poderá utilizar. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
 
10) Dentro da demonstração financeira Balanço Patrimonial, aparecem os termos 
ativo e passivo. O que querem dizer? 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
Gestão Industrial II 
 
43 
2Introdução à Contabilidade de Custos 
Gestão Industrial II 
 
44 
 
Depois de uma breve introdução à Contabilidade e entender sua contribuição 
no contexto da disciplina que orienta a identificação da origem e aplicação dos 
recursos, bem como o registro e controle do patrimônio, nesta unidade teremos a 
oportunidade de conhecer a Contabilidade de Custos que teve origem nos 
ambientes das empresas industriais para controle dos estoques, evoluiu para ser 
uma área de conhecimento importante para orientar o gerenciamento da empresa, 
abrangendo os estoques, o custeio dos custos diretos e indiretos no processo de 
produção e transformação e fornecer informações para a tomada de decisão em 
todos os aspectos estratégicos da empresa. 
Teremos a oportunidade de conhecer duas outras importantes áreas de 
conhecimento e que se complementam que é a Contabilidade Financeira que 
trabalha com informações de aspectos monetários e são utilizados com uma visão 
de futuro e a Contabilidade Gerencial que utiliza das informações para tomadas de 
decisão no processo de gestão da empresa. Para que possam ser utilizadas essas 
informações, faz-se necessária a identificação dos componentes dos custos que 
envolvem a produção e classificá-las de acordo com sua natureza que podem estar 
relacionados à produção, ou à quantidade, ou como ganho, despesa, desembolso 
entre outros. 
Para que a gestão dos custos ocorra de forma a ser eficaz, o processo de 
gerenciamento de se faz presente quando as funções de gerenciamento como 
planejamento, organização, coordenação comando e controle deverá ser a 
preocupação constate de todas áreas da empresa de forma a otimizar a utilização 
dos recursos e fazer da empresa competitiva. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer o processo histórico da Contabilidade de Custos 
 Identificar as etapas da utilização do controle de estoques como 
primeiro passo da Contabilidade de Custos. 
 Compreender a importância do custeio dos custos como parâmetro 
de gestão. 
Gestão Industrial II 
 
45 
 
 Conhecer o papel da contabilidade gerencial e financeira na gestão 
dos custos. 
 Identificar os custos diretos, indiretos e demais componentes na 
produção. 
 Conhecer a esquematização da Contabilidade de Custos como 
gestão industrial 
 Adequar as ações de gerenciamento à gestão dos custos de 
produção. 
 
Plano da unidade: 
 Processo histórico da Contabilidade de Custos 
 Contabilidade de Custos 
 Terminologias em custos 
 Esquema de aplicação da Contabilidade de Custos 
 Campo de atuação da Contabilidade de Custos 
 Planejamento na Contabilidade de Custos 
 
Realize os estudos na sequência do conteúdo e para uma boa compreensão, 
faça uma primeira leitura sem interrupção, seguida de uma segunda leitura 
marcando os pontos principais e na terceira procure construir conhecimentos a 
partir das anotações para desenvolver autonomia para realizar suas atividades. 
 
Bons estudos. 
Gestão Industrial II 
 
46 
 
Processo histórico da Contabilidade de Custos 
 
Depois de conhecermos um pouco da importância da Contabilidade no 
contexto da gestãoindustrial, iremos encaminhar nossos estudos que tem por 
objetivo aprofundar os recursos e técnicas da Contabilidade de Custos para 
avaliação das diversas realidades da gestão de estoques, custeio e as variações dos 
custos no contexto produtivo. 
Antes porém, precisamos compreender o processo histórico da Contabilidade 
de Custos na evolução da própria natureza da organização empresarial. E nesse 
contexto, podemos dividir a evolução dos sistemas de produção em duas fases: 
primeiro, o sistema familiar, de corporações ou doméstico e em segundo 
momento, o sistema de produção fabril. 
Na primeira fase, até o século XVI, não havia grande necessidades de sistema 
de contabilidade profundos para controle porque todo o processo de gestão, de 
controle e de produção acontecia de forma simples e ocorria entre os próprios 
familiares. Não havia grandes concorrências entre os agentes produtores, com 
baixa existência de tecnologia e acumulação. E não exigia sofisticação de sistemas 
de contabilidade para controle. 
Com o aumento da população e o recipiente surgimento de área urbana e o 
crescimento da população exige modificação no processo produtivo e de controle. 
Essas modificações obrigaram os artesãos, que atendiam as necessidades da época, 
a se organizarem para conviver com as demandas crescentes em função do 
aumento da população e as concorrências. Esse processo deu origem ao Sistema 
de Corporações, que tinha por objetivo conviver com a concorrência e com as 
dificuldades relacionadas à produção e controle. O mestre artesão, proprietário e 
contratador dos recursos s respondia por toda organização e controle. 
Com o crescimento dos mercados e das áreas urbanas, seguido da evolução 
tecnológica, novos modelos de sistema produtivo começaram a disputar a 
hegemonia do sistema corporativo. Surge, assim, o intermediário que negociava as 
aquisições de matérias primas e as encomendas da produção para o consumidor 
final. Assim surgia outra fase da organização da produção, iniciada no século XVII, 
Gestão Industrial II 
 
47 
com a crescente predominância do chamado sistema de produção fabril, com uma 
visão empreendedora e de negócio, ou seja, o intermediário se reveste da figura do 
empreendedor. 
Com espírito de empreendedor, o intermediário negociava com os 
fornecedores, fazia o levantamento de recursos financeiros necessários e deu 
origem às fábricas, pela reunião dos artesãos em um local organizado para 
dinamizar a produção e esses passam a ser assalariados, quando utiliza-se da 
estrutura de produção, equipamento e organização desse empreendedor. O 
mestre artesão, com suas habilidades e competências se transformam em 
supervisores das fábricas. Aqui, percebe-se a necessidade de controle dos recursos 
produtivos, dos custos do material e do trabalho. Porém, não se via a presença da 
Contabilidade de custos e sim a Contabilidade Financeira, que oriunda do período 
do mercantilismo tinha por objetivo atender às necessidades de controle das 
relações comerciais, prevalecia até o século XVIII na Revolução Industrial. 
A apuração dos resultados em suas operações com mercadorias se dava a 
partir da seguinte disposição: 
 Estoques Iniciais (+) Compras (-) Estoques Finais = Custo das 
Mercadorias Vendidas(CMV). 
A partir desses dados era possível obter o Lucro Bruto, confrontando-se dos 
Custos das Mercadorias Vendidas com as receitas de venda dos produtos. 
Então teremos: 
 Vendas (-) Custo das Mercadorias Vendidas = Lucro Bruto 
E, partindo do Lucro Bruto, extrai-se às despesas de vendas dos produtos, do 
financiamento das operações e relacionados à manutenção da empresa. 
Assim teremos: 
 Lucro Bruto (-) Despesas com Vendas, Despesas Financeiras e 
Despesas Administrativas = Lucros ou Perdas 
Vê-se a predominância, da busca do resultado financeiro a partir de um 
controle simples adotado nesta fase, sem dar valor aos aspectos da Contabilidade 
como hoje conhecemos. Sabe-se que as informações da Contabilidade atendem as 
diversas necessidades da gestão empresarial e dos negócios e devem seguir 
Gestão Industrial II 
 
48 
normas rígidas de geração. E como vimos, a preocupação dos controles permeava 
a identificação dos lucros e assim, leva à compreensão de que dão início a duas 
áreas importantes que se relacionam com as questões financeira e gerenciais. 
Então vamos aprofundar um pouco sobre a Contabilidade financeira e 
gerencial. 
Contabilidade Financeira: o que é? 
É utilizada basicamente para atender às necessidades externas e para isso 
ocupa-se com a elaboração de demonstrações financeiras para terceiros tais como 
os credores, os acionistas, os seus fornecedores, clientes. Portanto, ela tem por 
objetivo de atender os stakeholders. 
 
Por servir a um ambiente externo, a Contabilidade Financeira é condicionada a 
apresentar os requisitos fiscais e as imposições legais e normalmente são 
preparadas para um ano para que possibilite fazer comparações sobre a posição 
financeira, a rentabilidade e o desempenho da empresa em determinado período. 
É importante destacar também, que a Contabilidade Financeira não somente é 
importante para o público externo, pois ela fornece instrumentos para a gestão 
interna com informações que faculte a previsão, planejamento e tomada de 
decisões. Alguns autores, entendem que apresenta como a forma mais pura de 
contabilidade, devido a manutenção eficaz dos registros e relatórios financeiros 
fornecem informações relevantes para terceiros. 
Portanto, enfatiza proporcionar uma visão correta da posição financeira da 
empresa, ela se baseia principalmente nas análises do Balanço Patrimonial; 
Demonstrativo de Resultados de Exercícios e Demonstrativo de Fluxo de Caixa. 
Importante! 
Os stakeholders são os públicos de interesse de uma organização. São as 
partes interessadas e envolvidas voluntária ou involuntariamente com a mesma, onde 
há um objetivo específico de relacionamento, trazendo benefícios para ambas as 
partes. 
Gestão Industrial II 
 
49 
 
 
São elas: 
 Atende ao público externo, ou seja, são os agentes não participam 
do processo de tomada de decisão. 
 Tem natureza histórica, ou seja, considera as transações passadas, 
confirmadas. 
 Unidades monetárias, ou seja, consideram as transações em termos 
monetários. 
 Aspecto legal. Tem valor legal e sofrem auditorias para atender os 
aspectos externos. 
 Custos históricos e transações são necessárias para a Contabilidade 
Financeira. 
 
Depois da análise da Contabilidade Financeira, vamos compreender a 
Contabilidade Gerencial( do inglês Management Accounting) no contexto da 
gestão industrial. É considerada como a contabilidade que é utilizada pelos 
gestores e administradores no cotidiano das empresas. 
As características da Contabilidade Gerencial são as seguintes. 
 Tem natureza seletiva, pois as informações contábeis a serem 
utilizadas pela gestão são escolhidas a partir dos objetivos a serem 
alcançados. 
 Fornecem as informações sem influem nas decisões. 
Importante! 
A pergunta agora seria a seguinte: quais são as características da 
Contabilidade Financeira? 
Gestão Industrial II 
 
50 
 Não se limita a regras da Contabilidade Financeira, ou seja, tem 
preocupação com a utilidade das informações. 
 Não possui regras e convenções específicas, pois atende à dinâmica 
da gestão em dado momento. 
 Eficiência interna melhorada, devido as informações utilizadas é 
possível analisar o desempenho real de todas áreas em relação ao 
seu orçamento. 
 Utiliza-se de base histórica da Contabilidade Financeira para as 
análises de desempenho. 
 
Portanto, podemos observar que a Contabilidade Financeira e Gerencial, 
apresentam características diferentes, mas se complementam quando podem ser 
aproveitadas no processo de tomadas de decisão. E as principais diferenças que 
podemos apontar são as seguintes. 
 Por um lado a ContabilidadeFinanceira acompanha toda informação 
financeira da empresa e por outro, a Gerencial registra e relata toda 
informações, sejam elas financeiras ou não. 
 Enquanto que os usuários da Contabilidade Financeira podem ser 
internos ou externos, os da Gerencial serão apenas internos à 
empresa. 
 Enquanto que a Financeira se baseia em dados históricos, a gerencial 
se baseia em tomadas de decisões futuras. 
 A Financeira é reportada publicamente, enquanto que gerencial tem 
a particularidade de ser confidencial. 
 Enquanto que a Financeira, trabalha somente com informações 
monetárias, a gerencial trabalha com todas, monetárias e não 
monetárias, tal como registro de estoque, vendas, etc. 
 Quanto aos relatórios utilizados, na Financeira há padronização 
enquanto que na gerencial não há rigidez. 
Gestão Industrial II 
 
51 
 
 Quanto ao aspecto legal, a financeira é obrigatória para atender 
questões fiscais, tributárias, enquanto que a gerencial tem caráter de 
busca de eficiência. 
 Quanto a periodicidade, a financeira atende normalmente a um ano, 
enquanto que a gerencial é realizada de acordo com as necessidades 
da empresa. 
 
Para melhor compreender a diferença, vamos apresentar alguns exemplos. 
1 – Receitas com vendas. 
Na Contabilidade Financeira as receitas com vendas são deduzidas dos Custos 
das Mercadorias Vendidas ou dos serviços prestados, o que provoca uma redução 
do Lucro Bruto. Por outro lado, na gestão gerencial, as receitas com vendas podem 
ser deduzidas dos Custos Variáveis de Produção, gerando assim, a Margem de 
Contribuição. Essa informação possibilita saber quando se apura nas vendas, para 
absorver os custos despesas fixas, resultado assim o lucro. 
2 – Princípio do Custo de Aquisição. 
 Na Contabilidade Financeira, o custo mercadoria vendida é o custo da 
formação computando, o custo médio ponderado do estoque de onde foi baixada 
aquela mercadoria, atendendo o Princípio Contábil do Custo de Aquisição ou de 
Formação. Enquanto que, no tratamento gerencial, o custo variável que entra no 
cálculo da margem pode ser o custo de reposição que é diferente do custo médio 
variável da mercadoria estocado quando são baixados os itens vendidos no mês. 
Como vimos, a Contabilidade Financeira, trabalha custos históricos e custos 
concorrentes, ou seja, decisões gerenciais devem lidar com o futuro, 
prospectivamente, e consequentemente, estimar custos futuros que serão mais 
valiosos para as tomadas de decisões. E dessas necessidades, surgiram a 
Contabilidade de Custos. E, devido às essas combinações, vemos que a 
Contabilidade de Custos, devido às técnicas de orientação de gerenciamento, 
torna-se um instrumento classificável como Contabilidade Gerencial e evolui no 
tempo. 
Gestão Industrial II 
 
52 
E, a partir dessas premissas vamos utilizar da tabela seguinte para verificar as 
comparações existentes a Contabilidade Financeira e Gerencial. Adaptada de 
TAVARES, 1994. 
ÍTENS CONTABILIDAE FINANCEIRA 
CONTABILIDADE 
GERENCIAL 
Usuários de 
relatórios Externos e internos Internos 
Objetivo dos 
relatórios 
Atender as necessidades e 
facilitar análise dos usuários 
externos 
Facilitar as etapas do 
gerenciamento: POCCC e da 
tomada de decisão 
Forma dos 
relatórios 
Origens e Aplicações dos 
Recursos, Balanço Patrimonial, 
Demonstração dos Resultados, 
Demonstração das Variações dos 
Patrimônio Líquido 
Relatório de 
desempenho, de custos, 
para tomadas de decisões, 
orçamentos. 
Frequência dos 
relatórios 
Mensal, semestral, anual, 
sazonal. 
Quando surgir a 
necessidade. 
Custos 
utilizados Dados históricos Históricos e esperados 
Bases de 
mensuração 
Moeda corrente 
Variadas bases de 
moeda 
Restrições das 
informações 
Princípios contábeis aceitos 
Não tem, exceto 
quando indicado pela 
administração 
Arcabouço 
técnico e teórico 
Ciências Contábeis. 
Utiliza-se de outras 
áreas: finanças, economia, 
estatística, comportamento 
organizacional, pesquisa 
operacional 
Características 
das informações Deve ser objetiva 
Orientada relevante no 
tempo 
Perspectivas dos 
relatórios. 
Orientação histórica Orientada para o futuro 
 
Após compreender o processo histórico, podemos avançar para uma 
introdução à Contabilidade de Custos. 
 
Gestão Industrial II 
 
53 
 
Contabilidade de Custos 
 
Sabe-se que as empresas industriais são divididas em departamentos ou áreas 
para que possam ser geridas para atender aos seus objetivos de produção ou 
fabricação e tornar-se competitivo no mercado. Portanto, com o tempo foi-se 
observando a necessidade de estruturação de um sistema de gestão de estoques, 
de organização e avaliação dos inventários, daí surge a Contabilidade de Custos 
com suas técnicas e metodologias que atendiam às necessidades de controle dos 
materiais utilizados na produção. Daí a compreensão de que os estudos 
empresariais estão associados à avaliação de estoques, que são procedimentos de 
natureza externa, mas, fornecendo informações importantes no processo gerencial. 
Então, o que é Contabilidade de Custos? 
 
É o ramo da contabilidade financeira que utiliza técnicas 
específicas para identificar, classificar e registrar os custos 
ligados diretamente à produção de bens e/o serviços. É um 
componente fundamental da contabilidade gerencial, pois, 
transmite as informações relacionadas com a estrutura dos 
custos, facilitando, assim, as tomadas de decisões. É usada 
mais especificadamente na atividade industrial, bem como na 
prestação de serviços(SANTOS, p. 30, 2008). 
 
Observa-se que um dos objetivos da Contabilidade de Custos é a 
determinação do Custo dos Produtos Vendidos(CPV) que tem grande importância 
nana apuração dos resultados. Quando analisado no contexto de indústria e 
comércio, verifica-se que o CPV é semelhante ao CMV que é Custo das Mercadorias 
Vendidas, tendo como diferenças apenas a produção para a primeira e a 
comercialização para a segunda. 
Gestão Industrial II 
 
54 
 
Nas empresas industriais, além, dos estoques e matéria direta e indireta para a 
produção que necessita ser controlado, existem outros que demandam a mesma 
atenção que são os estoques relacionados ao estoque de produtos em elaboração 
e o estoque de produtos acabados. Assim, exige uma apuração e a consolidação 
dos gastos envolvidos na produção dos bens estocados, com a apuração de 
montantes de materiais, da mão-de-obra e de gastos gerais de fabricação aplicados 
na produção de cada um desses bens. Assim que a necessidade da adoção de um 
sistema de registro e acompanhamento, da apropriação e rateio de gastos, como 
também complexos lançamentos contábeis e controles paralelos denominados de 
extraoficiais, deu fundamento para se constituísse na Contabilidade de Custos um 
conjunto de técnicas e de procedimentos dando origem à sua própria criação. 
Atualmente, a Contabilidade de Custos, reflete em todas as atividades 
empresariais como instrumento gerencial do planejamento e do controle e, 
principalmente, na tomada de decisão. Abrange avanços, tais como os métodos 
quantitativos e modelos de decisão, produtividade padrões de desempenho, 
conceitos de ciências comportamentais, contabilidade de recursos humanos, teoria 
da curva d aprendizado e conceitos avançados de marketing. 
Percebe-se também, que as empresas de serviços têm dedicado atenção na 
utilização dos mecanismos da Contabilidade de Custos devido à possibilidade de 
fornecer grande número de dados para a tomada de decisões cotidianamente e de 
longo prazo. 
 
Terminologias em custos 
 
Segundo MARTINS(p. 24, 1998), “produzir é transformar os meios econômicos 
em produtos ou serviços possíveis de serem consumidos ou utilizados”, no 
processo de apuração dos custos dessa transformação ou de produção é o total 
desses custos incorridos em determinado período, estando ou não totalmente 
acabada. 
Gestão Industrial II 
 
55 
 
A partir dessa colocação,podemos delinear algumas definições de custos. 
 Custo da produção acabada. São aqueles envolvidos na produção 
acabado no período em análise, abrangendo ainda, os custos presentes 
na elaboração do início do período e foram concluídos no mesmo 
período. 
 Custos primários. São os custos elementares e diretos envolvidos na 
produção ou fabricação, tais como o da mão-de-obra e material direto. 
 Custo de transformação. É o total dos custos de produção exceto os de 
matéria-prima, material secundário e de embalagem. São custos 
necessários à transformação dos produtos(mão de obra indireta, material 
de consumo, energia elétrica, combustível, etc). 
Além dessas definições, existem outras que podem ser classificados como 
segue. 
Quanto à sua incidência do produto, podem ser. 
 Diretos. São os custos que podem ser facilmente identificados 
diretamente com o produto, sem a necessidade de se efetuar o rateio. 
 Indiretos. São os custos que não põem ser apropriados diretamente ao 
produto e, por isso, necessitam de um critério de rateio, que é atribuição 
de custos a departamentos o a produtos calculada sobre uma base 
determinada para sua alocação. 
Quanto à sua relação com a quantidade produzida, podem ser. 
 Custos variáveis. São os que variam diretamente com as quantidades 
produzidas: a matéria-prima. 
 Custos fixos. São aqueles que não se alteram em função do volume de 
produção ou comercialização. Com isso, ele será cada menor por 
unidade, quanto maior for a produção. 
 Custos semifixo ou semivariáveis. São os custos que variam de acordo 
com a produção, porém, não há relação direta. 
Gestão Industrial II 
 
56 
Além das operações de produção ou fabricação, a gestão dos custos na 
empresa envolve também com a distribuição e administração. Eis que os gastos 
com a distribuição não são atribuídos aos produtos porque são formados no setor 
comercial da empresa e incidem sobre o produto acabado e vendido, tais como as 
comissões pagas. Esses custos são apurados no momento de sua ocorrência e 
designados como despesas. 
Também, são atribuídos ao período em análise, os gastos oriundos das ações 
que são necessários ao funcionamento da empresa, tais como, as despesas de 
administração, que não tem relação direta com o custo/volume/lucro. 
Diante dessa abordagem, vamos verificar também, as terminologias que são 
comuns para a Contabilidade Financeira e os custos. 
São eles. 
Ganho. É um lucro não relacionado à atividade operacional da empresa, como 
a venda de bem por valor superior ao saldo registrado na Contabilidade, 
denominado de ganho de capital, ganhos de variação cambial, etc. 
Prejuízo. É o resultado negativo de uma transação ou de um conjunto de 
transações de um período, o resultado negativo da soma das receitas menos as 
despesas do período em questão, ou seja, as despesas suplantaram as receitas 
desse período. 
Desembolso. É o pagamento resultante da compra (aquisição) de um bem ou 
serviço. É a saída financeira da empresa, entrega de ativos. 
Ex.: Pagamento de uma fatura. 
Gastos. "Esforço financeiro" com que a entidade arca para obter bens 
(produtos) ou serviços. Somente é considerado gasto no momento que existe o 
reconhecimento contábil da dívida ou da redução do ativo dado em pagamento. 
O Gasto pode representar tanto um custo como uma despesa. 
Ex.: Gasto com matéria-prima, gasto com comissões sobre vendas. 
Custo. Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens 
ou serviços. É um gasto reconhecido como custo no momento da fabricação de um 
produto ou execução de um serviço. 
Gestão Industrial II 
 
57 
Ex.: matéria-prima, mão de obra direta. 
Despesa. Gasto que provoca redução do patrimônio. Bem ou serviço 
consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. 
Ex.: comissão sobre vendas. 
Investimento. É todo o gasto para aquisição de ativo, com finalidade de 
obtenção de benefícios a curto, médio ou a longo prazo. 
Podemos concluir que todo custo é um investimento, mas nem todo o 
investimento é um custo. 
Ex.: Matéria-prima, máquina para a fábrica, ações de outras empresas. 
Perdas. São bens ou produtos consumidos de forma anormal e involuntários. 
São gastos não intencionais decorrentes de fatores externos, fortuitos ou da 
atividade produtiva normal da empresa. 
Ex.: Perdas com estoque deteriorados, incêndios. 
Rateio. É o processo de divisão dos custos indiretos de produção aos centros 
de custos (departamentos), observando critérios pré-estabelecidos para sua 
alocação 
Depois de conhecidos os itens básicos de aplicação da Contabilidade de 
Custos no âmbito da gestão empresarial, vamos compreender como tornar-se essa 
aplicação adequada ao processo gerencial. 
 
Esquema de aplicação da Contabilidade de Custos 
 
Também conhecido como ciclo básico da Contabilidade de Custos, vamos 
apresentar os conhecimentos básicos para a gestão dos custos na empresa. 
Sabemos que o objetivo principal da Contabilidade de Custos é classificação, o 
agrupamento e o controle dos custos incorridos diretamente ou não no processo 
de produção ou transformação para determinar os valores do estoque e dos custos 
dos produtos vendidos. Daí, a necessidade de identificar as etapas de apuração dos 
valores dos custos unitários de produção, como segue: 
Gestão Industrial II 
 
58 
 
Separação dos custos e despesas envolvidas. Há necessidade de se fazer a 
distinção entre os custos e as despesas, pois os primeiros estão relacionados com a 
produção e as despesas são contabilizadas no Demonstrativo do Resultado do 
Exercício. 
Apropriação dos custos diretos. São os custos relacionados aos insumos e 
matérias primas utilizadas diretamente a cada produto elaborado na empresa. 
Juntam-se a estes, os demais custos ligados diretamente aos produtos e devem ser 
apropriados. 
Apropriação dos custos indiretos. São aqueles que para serem apropriados 
devem ser utilizados de critérios de rateio que estejam ligados ao princípio de 
Causas e Efeitos, quando se observa que o agente causador do fato, corresponde 
a determinada variação patrimonial quantitativa e deva ser debitado pelo 
respectivo valor. Assim os custos indiretos devem ser atribuídos a quem 
competem, ou seja, àquele setor que se utilizou deles. 
Apuração do Custo Unitário, do Custo do Produto Vendido e Estoque 
final. Aqui, verifica-se que podem ser apontados os custos totais de produção e 
deles extrair os custos unitários ao dividir pelas quantidades produzidas ou 
transformadas. Dos unitários, será possível o Custo dos Produtos Vendidos(CPV). E 
deles, considerando a quantidade total poderá obter o Estoque Final. 
Então, têm-se que os custos dos produtos são determinados pelo somatório 
de todos elementos de custos atribuídos no processo de produção. Porém, no 
processo de transformação de matéria prima em produtos acabados, são 
necessários outras atividades como os relacionados a mão de obra(MOD), 
instalações, máquinas e equipamentos, energia elétrica, materiais auxiliares, 
lubrificantes, água, gastos com manutenção entre outros. 
Como apurar os custos de um produto? 
De forma simplificada e para o estágio de nossos estudos, temos: 
 Custo do Produto = Custo de matérias-primas + custos de 
transformação(MOD). 
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Como sabemos que os custos de transformação são compostos de dois tipos 
de custos, podemos identificar os três fatores de custos que compõem o produto 
final. Então, 
 Custo do produto = custo das matérias primas + custo da mão-de-
obra + outros custos de fabricação. 
Existem também outros custos que são chamados de gastos gerais de 
fabricação ou de produção. São também, chamados de custos indiretos de 
fabricação e podem ser classificados em três categorias: 
 Materiais indiretos, que são os lubrificantes, materiais de limpeza, 
materiais de manutenção e de reparos, etc. 
 Mão-de-obra indireta, que são

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