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LITERATURA OCIDENTAL I
2019
Prof.ª Raquel da Silva Yee
GABARITO DAS 
AUTOATIVIDADES
2
LITERATURA OCIDENTAL I
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 Considerando as discussões de Jorge Luis Borges no ensaio Sobre 
los clásicos, expostas na Leitura Complementar, analise as asserções 
a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Um clássico é um livro que as gerações de homens, instigados por diversos 
motivos, leem com fervor prévio e com uma misteriosa lealdade.
PORQUE
II. Os clássicos vêm até nós da tradição e exigem um ato de fé prévia. No 
entanto, essa concepção coletiva é eterna e imutável.
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma 
justificativa correta da I.
c) (x) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição 
falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição 
verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
2 Leia o poema do escritor Carlos Drummond de Andrade. Em seguida, 
responda à questão proposta.
Iniciação Literária
Leituras! Leituras!
Como quem diz: Navios... Sair pelo mundo
voando na capa vermelha de Júlio Verne.
Mas por que me deram para livro escolar
a Cultura dos campos de Assis Brasil?
O mundo é só fosfatos – lotes de 25 hectares
– soja – fumo – alfafa – batata-doce – mandioca –
pastos de cria – pastos de engorda.
3
LITERATURA OCIDENTAL I
Se algum dia eu for rei, baixarei um decreto
condenando este Assis a ler sua obra.
FONTE: ANDRADE, Carlos Drummond de. Iniciação literária. In: Nova reunião: 23 
livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 603.
O poema de Drummond estabelece uma relação intertextual com os escritos 
do autor francês Júlio Verne (1828-1905), enfatizando o processo de iniciação 
literária ao universo dos textos clássicos. A partir do texto acima, avalie as 
afirmações a seguir:
I. O eu lírico demonstra prazer pela leitura da ficção do escritor Júlio 
Verne, mas sente-se forçado a ler um livro que trata de dados descritivos 
referentes ao universo agrário brasileiro.
II. Depreende-se do poema a ideia de que a leitura de um clássico é como um 
voo, um momento de liberdade que possibilita ao leitor “sair pelo mundo" 
através da imaginação.
III. O eu lírico apresenta um paradoxo entre as leituras espontâneas e o 
livro escolar, considerando a obra de Júlio Verne um modelo de texto 
convencional. 
É correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) (x) I e II, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
3 Tendo em vista as reflexões apresentadas neste tópico, faça uma 
lista de seus clássicos. Que livros fazem parte do seu reportório 
de leitura? Selecione e apresente alguma obra que você já leu ou 
ouviu falar, que pode ser considerada significativa para a formação 
do leitor. Em seguida, disserte sobre a relevância da obra escolhida, 
baseando-se na concepção de "clássico", formulada pelos autores 
Ítalo Calvino e Jorge Luis Borges.
R.: Espera-se que o estudante cite algumas obras, aborde suas 
particularidades e compreenda o caráter universal do fenômeno literário, 
que um livro clássico é inesquecível, integra nossas lembranças, mobiliza os 
horizontes de expectativas do leitor, amplia nossas experiências de leitura 
e de vida.
4
LITERATURA OCIDENTAL I
TÓPICO 2
1 Leia as discussões apresentadas pelo filósofo francês Georges 
Gusdorf acerca do mito e responda à questão seguinte.
A consciência mítica primitiva, que garantia a coerência rígida das primeiras 
comunidades humanas, desapareceu em face do progresso da crítica racional 
e das técnicas sustentadas pela ciência. Mas esta primeira consciência 
extensiva e unanimista foi substituída por uma consciência mítica segunda, 
mais secreta, e como que nos bastidores do pensamento racional. As 
intenções míticas, aqui, mais livres, supõem uma adesão individual e como 
que uma triagem entre as possibilidades oferecidas aos desejos de cada 
um. Religião, literatura, política, propõem, em ordem dispersa, fórmulas 
míticas nas quais cada homem, chamado assim a uma espécie de exame 
de consciência, é convidado a se reconhecer.
O papel crescente da literatura e sua progressiva difusão deve ser relacionado 
com o recuo das crenças religiosas. A experiência mítica teve de se fixar em 
meios novos de expressão. O aspecto formal da literatura importa menos do 
que sua significação material. O estilo valoriza os elementos mais arcaicos do 
ser no mundo, cuja permanência justifica o sucesso do poema e do drama, 
assim como motiva a expansão das obras-primas da literatura universal. O 
prodigioso desenvolvimento do romance, que é, sem dúvida, o aspecto mais 
significativo da vida literária contemporânea, deve-se sem dúvida ao fato de 
que o romance põe o mito ao alcance de todos sob o revestimento de uma 
história fácil de seguir. Eliade assinalou a sobrevivência dos arquétipos míticos 
como claves da literatura. "As provações, os sofrimentos, as peregrinações do 
candidato à iniciação, [...] por exemplo, sobrevivem no relato dos sofrimentos e 
dos obstáculos que o herói épico ou dramático deve superar (Ulisses, Enéas, 
Parsifal, este ou aquele personagem de Shakespeare, Fausto e outros), 
antes de atingir seus fins. [...]". O próprio romance policial, que constitui 
um dos aspectos mais singulares do folclore contemporâneo, prolonga, 
sob as aparências do duelo entre o detetive e o criminoso, a inspiração dos 
romances de capa e espada, que foi mais remotamente aquela dos romances 
de cavalaria, e remonta a muito mais atrás ainda na noite dos tempos, isto 
é, até as raízes do inconsciente.
VOCABULÁRIO:
Unanimista: do que é unânime, aceito por todos.
Eliade: Mircea Eliade (1906-1986), intelectual romeno, historiador e filósofo 
das religiões.
5
LITERATURA OCIDENTAL I
Claves: chaves; representações.
FONTE: GUSDORF, Georges. Mito e metafísica. São Paulo, Convívio, 1979, p. 
268-269.
A partir do texto acima, avalie as afirmações a seguir:
I. Para o autor, a consciência mítica permanece na atualidade, nas 
expressões da vida diária, ainda que o mito das comunidades primitivas 
tenha desaparecido em virtude da crítica científica.
II. A literatura, como expressão artística, recupera fórmulas míticas ao 
retomar aspectos inconscientes dos nossos medos e anseios, através 
das provações do herói, da luta entre o bem e o mal etc. 
III. É possível inferir que o mito reaparece nos dias atuais através das 
narrativas que reforçam os ideais de felicidade, o mistério, a luta pela 
liberdade e pela ordem social, entre outras.
É correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) (x) I, II e III.
2 Para Aristóteles, na tragédia, os deuses e heróis são imitados num 
tom nobre e elevado; enquanto na comédia os homens comuns são 
satirizados. Segundo o filósofo grego, a tragédia leva o espectador 
a pensar sobre o destino do ser humano e o sentido da existência, 
suscitando a compaixão e o terror. Na poesia dramática, a purgação 
das emoções do espectador corresponde ao movimento denominado:
a) ( ) Coro.
b) (x) Catarse.
c) ( ) Farsa.
d) ( ) Exórdio.
e) ( ) Invocação.
3 Considerando as discussões sobre os gêneros literários, expostas 
no Tópico 2, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre 
elas.
6
LITERATURA OCIDENTAL I
I. Na atualidade, a classificação dos gêneros literários apresenta elementos 
previstos pela teoria aristotélica, permanecendo a mesma desde sua 
criação.
PORQUE
II. As obras literárias são estanques e obedecem às leis fixas de estruturação, 
necessárias à criação estética.
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma 
justificativa correta da I.
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição 
falsa.d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição 
verdadeira.
e) (x) As asserções I e II são proposições falsas.
TÓPICO 3
1 Durante as nossas discussões sobre a literatura latina, vimos que 
o poeta Virgílio, além de ter criado a epopeia Eneida, foi o grande 
difusor da poesia bucólica, exaltando a beleza da vida tranquila nos 
campos. Poetas de épocas posteriores, inspirados pela tradição 
greco-romana, também manifestaram diferentes perspectivas sobre 
a relação entre o eu lírico e a natureza. Leia abaixo os poemas de 
Camões (1524-1580), Juan Meléndez Valdés (1754-1817) e Fernando 
Pessoa (1888-1935) e explique de que maneira o eu lírico dos poemas 
estabelece relações com a paisagem bucólica.
TEXTO 1
Alegres campos, verdes arvoredos,
Claras e frescas águas de cristal,
Que em vós os debuxais ao natural,
Discorrendo da altura dos rochedos:
Silvestres montes, ásperos penedos
Compostos de concerto desigual;
Sabei que sem licença de meu mal
Já não podeis fazer meus olhos ledos.
7
LITERATURA OCIDENTAL I
E, pois já me não vêdes como vistes,
Não me alegrem verduras deleitosas,
Nem águas que correndo alegres vêm.
Semearei em vós lembranças tristes,
Regar-vos-hei com lágrimas saudosas,
E nascerão saudades de meu bem.
FONTE: CAMÕES, Luis de. Lírica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992, p. 15.
TEXTO 2
De la primavera
La blanda primavera 
derramando aparece 
sus tesoros y galas 
por prados y vergeles.
Despejado ya el cielo 
de nubes inclementes, 
con luz cándida y pura 
ríe a la tierra alegre.
[…]
De esplendores más rico 
descuella por oriente 
en triunfo el sol y a darle 
la vida al mundo vuelve.
Medrosos de sus rayos 
los vientos enmudecen, 
y el vago cefirillo 
bullendo les sucede,
el céfiro, de aromas 
empapado, que mueven 
en la nariz y el seno 
mil llamas y deleites.
[…]
VOCABULARIO:
Cefirillo: referente a céfiro, viento de poniente.
FONTE: VALDÉS, Juan Meléndez. De la primavera. In: GARCÍA LÓPEZ, José. 
Historia de la literatura española. 20. ed. Barcelona: Vicens Vives, 1997, p. 444.
8
LITERATURA OCIDENTAL I
TEXTO 3
Gozo os campos sem reparar para eles.
Perguntas-me porque os gozo.
Porque os gozo, respondo.
Gozar uma flor é estar ao pé dela inconscientemente
E ter uma noção do seu perfume nas nossas ideias mais apagadas.
Quando reparo, não gozo: vejo.
Fecho os olhos, e o meu corpo, que está entre a erva,
Pertence inteiramente ao exterior de quem fecha os olhos —
À dureza fresca da terra cheirosa e irregular;
E alguma coisa dos ruídos indistintos das coisas a existir,
E só uma sombra encarnada de luz me carrega levemente nas órbitas,
E só um resto de vida ouve.
FONTE: PESSOA, Fernando. In: Poemas completos de Alberto Caeiro. São 
Paulo: Hedra, 2006, p. 153.
R.: Nos poemas, o eu lírico e a natureza se relacionam de maneiras 
diferentes. No soneto de Camões, a natureza permanece exuberante, 
mas, para o eu lírico, ela traz lembranças tristes e saudades, não inspira 
alegria como em outros momentos do passado. No poema de Valdéz, a 
paisagem bucólica é marcante, a luz do Sol irradia nos riachos, o eu lírico 
expressa seu amor pela natureza e desfruta alegremente da suavidade da 
primavera. Já no poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos poéticos 
de Fernando Pessoa), o eu lírico aproveita literalmente o campo com sua 
visão intuitiva, preferindo o contato direto, sem que haja a preocupação de 
construir referências sobre a natureza.
2 Leia abaixo um fragmento do poema de Horácio.
A pálida morte percute compassadamente, com seu pé justo, 
as choças [casas] dos pobres e os palácios dos reis. 
Caro Sesto, a suprema brevidade da vida impede-nos de conceber 
uma esperança duradoura. 
FONTE: HORÁCIO, Odes I, IV, In: CARDOSO, Z. A. A literatura latina. Porto Alegre: 
Mercado Aberto, 1989. P. 13-15.
Em relação ao poema e às principais ideias de Horácio, avalie as 
afirmações a seguir. 
I. O poema expressa a ideia de que a vida é breve e a morte é certa, de 
que é preciso, portanto, saber aproveitar o dia.
9
LITERATURA OCIDENTAL I
II. O trecho do poema "A pálida morte percute compassadamente" sugere 
a insatisfação e a desesperança do eu lírico com a vida, e o seu desejo 
pela morte.
III. Encontramos nos diversos temas das odes horacianas um elogio à 
simplicidade, a vontade do eu lírico de usufruir do momento presente.
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) (x) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
3 Sobre as produções literárias latinas na Antiguidade Clássica, analise 
as asserções a seguir.
I. Na prosa de Petrônio, assim como na de Apuleio, o sujeito da enunciação 
é marcado pelo uso da primeira pessoa e a obra mescla o papel do 
narrador com o do protagonista.
II. A ficção em prosa O asno de ouro, de Apuleio, apresenta alguns vestígios 
explícitos do autor, sinalizando aspectos autobiográficos e acentuando 
uma fusão de vozes. 
III. O gênero romance, como denominação e forma literária, aparece 
exclusivamente na Idade Média.
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) (x) I e II, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
TÓPICO 4
1 A aventura do Cantar de Mío Cid começa em Vivar, terra natal de 
Rodrigo Díaz, o Cid Campeador. Em certa ocasião, ele recebe notícias 
de seu exílio por parte do rei Alfonso VI, que lhe concede nove dias 
de prazo para abandonar o reino. Leia abaixo o fragmento da primeira 
parte do Cantar de Mío Cid e responda à questão seguinte.
10
LITERATURA OCIDENTAL I
[…]
4 - Nadie da hospedaje al Cid por temor al Rey. Sólo una niña de nueve años 
pide al Cid que se vaya. El Cid acampa en la glera del río Arlanzón
Le convidarían de grado, mas ninguno no osaba; 
El rey don Alfonso tenía tan gran saña; 
Antes de la noche, en Burgos de él entró su carta, 
Con gran recaudo y fuertemente sellada: 
Que a mío Cid Ruy Díaz, que nadie le diese posada, 25 
Y aquel que se la diese supiese veraz palabra, 
Que perdería los haberes y además los ojos de la cara, 
Y aún más los cuerpos y las almas. 
Gran duelo tenían las gentes cristianas; 
Escóndense de mío Cid, que no le osan decir nada, 30 
El Campeador adeliñó a su posada. 
Así como llegó a la puerta, hallola bien cerrada; 
Por miedo del rey Alfonso que así lo concertaran: 
Que si no la quebrantase por fuerza, que no se la abriesen por nada. 
Los de mío Cid a altas voces llaman; 35
Los de dentro no les querían tornar palabra. 
Aguijó mío Cid, a la puerta se llegaba; 
Sacó el pie de la estribera, un fuerte golpe le daba; 
No se abre la puerta, que estaba bien cerrada.
[…]
FONTE: GUTIÉRREZ, Aja, M.ª del Carmen; RODRÍGUEZ, Timoteo Riaño. Cantar 
de Mío Cid. 3: texto modernizado. Alicante: Biblioteca virtual Miguel de Cervantes, 
2007. Disponível em: <http://www.cervantesvirtual.com/portales/cantar_de_mio_cid/
obra_ediciones/>. Acesso em: 15 maio 2018.
Assinale a alternativa que corresponde corretamente ao trecho citado 
acima.
a) ( ) D. Afonso VI temia a chegada de Mío Cid.
b) ( ) Uma das filhas de Mío Cid questionou a postura violenta de Dom 
Alfonso VI.
c) ( ) A menina que estava na hospedaria insistiu para Mío Cid permanecer 
no local.
d) ( ) Mío Cid teria ferido Dom Alfonso VI às margens do rio Arlanzón.
e) (x) Mío Cid golpeou à força a porta da hospedaria.
11
LITERATURA OCIDENTAL I
2 Leia a cantiga Se eu pudesse desamar, do trovador medieval Pero 
da Ponte. 
Aproveite e ouça acantiga musicada por Pedro Barroso, disponível em: 
https://cantigas.fcsh.unl.pt/versaomusical.asp?cdcant=986&cdvm=96. 
Depois, responda às questões a seguir.
Se eu podesse desamar
a quem me sempre desamou
e podess'algum mal buscar
a quem me sempre mal buscou!
Assi me vingaria eu,
 se eu pudesse coita dar
 a quem me sempre coita deu.
Mais sol nom poss'eu enganar
meu coraçom que m'enganou,
per quanto mi fez desejar
a quem me nunca desejou.
E por esto nom dórmio eu,
 porque nom poss'eu coita dar
 a quem me sempre coita deu.
Mais rog'a Deus que desampar
a quem m'assi desamparou,
ou que podess'eu destorvar
a quem me sempre destorvou.
E logo dormiria eu,
 se eu podesse coita dar
 a quem me sempre coita deu.
Vel que ousass'en preguntar
a quem me nunca preguntou,
por que me fez em si cuidar,
pois ela nunca em mi cuidou;
e por esto lazeiro eu:
 porque nom posso coita dar
 a quem me sempre coita deu.
FONTE: <https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=986&pv=sim>. Acesso em 
25 abr. 2018.
12
LITERATURA OCIDENTAL I
a) Qual é o conflito sentimental vivido pelo eu lírico?
R.: A coita amorosa, ou seja, o sofrimento amoroso, o fato de a amada ser 
inalcançável.
b) Os versos expressam características de que tipo de cantiga? Justifique 
sua resposta com base no texto e nas discussões apresentados no 
tópico 4.
R.: Os versos correspondem às cantigas de amor, nas quais o eu lírico 
masculino idealiza a figura da mulher amada e expressa o sofrimento de um 
amor não correspondido.
3 (ENADE, 2017) 
El hecho de situar un poema al final de la unidad didáctica revela, en muchos 
casos, las dificultades que dicho material plantea al profesor para incorporarlo 
realmente en el desarrollo de la clase: el poema queda así relegado a una 
posición de cierre marginal, de ejercicio voluntario que generalmente y por 
motivos de tiempo para el cumplimiento de la programación no se llega a 
realizar nunca en clase. Los que nos dedicamos a la enseñanza del español 
como lengua extranjera solo tenemos que echar un vistazo a nuestros 
libros de texto para constar que desafortunadamente esta es a realidade 
imperante. Existe por tanto la necesidad de encontrar estratégias para 
hacer que la literatura forme una parte más significativa de los programas de 
enseñanza de lenguas a extranjeros y aprovechar la riqueza que los textos 
literários ofrecem como input de lengua para desarrollar las cuatro destrezas 
linguísticas fundamentales en la adquisición de una lengua: comprensión 
lectora, comprensión auditiva, expresión oral e expresión escrita, dentro de 
un contexto cultural significativo.
FONTE: ALBADALEJO GARCÍA, M. D. Marco teórico para el uso de la literatura 
como instrumento didáctico en la clase de E/LE. Marco ELE: n. 5, 2017 (adaptado).
Teniendo en cuenta el texto anterior y sus conocimientos acerca del uso 
de textos literarios en clases de ELE, analice las siguientes afirmaciones.
I. Los textos literarios puedem dar al estudiante extranjero una comprensión 
de los códigos y de las manifestaciones culturales que constituyen la 
sociedad en la cual se habla la lengua que se está aprendiendo.
II. En los textos literarios se encuentram variaciones estilísticas, estructuras 
sintácticas y formas de conectar ideas que también están presentes en el 
lenguaje del cotidiano.
13
LITERATURA OCIDENTAL I
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 No canto III da obra A Divina Comédia, Dante e Virgílio chegam à 
entrada do Inferno. Dante se assombra com a inscrição que lê sobre o 
seu portal. Os textos reunidos nesta atividade, cada qual a seu modo, 
fazem referência às cenas descritas pelo poeta italiano. Leia, abaixo, 
o trecho do poema e, em seguida, a releitura da cena através da 
história em quadrinhos (HQ) elaborada pelo designer norte-americano 
Seymour Chwast.
TEXTO 1
VAI-SE POR MIM A CIDADE DOLENTE, 
VAI-SE POR MIM A SEMPITERNA DOR, 
VAI-SE POR MIM ENTRE PERDIDA GENTE. 
MOVEU JUSTIÇA O MEU ALTO FEITOR, 
FEZ-SE A DIVINA POTESTADE, MAIS 
O SUPREMO SABER E O PRIMO AMOR. 
ANTES DE MIM NÃO FOI CRIADO MAIS 
NADA SENÃO ETERNO, E ETERNO EU DURO. 
DEIXAI TODA A ESPERANÇA, Ó VÓS QUE ENTRAIS.
III. Los textos literarios permiten al estudiante extranjero entrar en contacto 
con estructuras de la lengua estándar, representadas en las gramáticas 
tradicionales, que son muestras legítimas de uso cotidiano da la lengua 
extranjera.
Es correcto lo que se afirma en:
FONTE: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2017/32_
LET_POR_ESP_LICENCIATURA_BAIXA.pdf>. Acesso: 27 mar. 2019.
a) ( ) la afirmación I, solamente.
b) ( ) la afirmación III, solamente.
c) (x) las afirmaciones I y II, solamente.
d) ( ) las afirmaciones II y III, solamente.
e) ( ) las afirmaciones I, II y III.
14
LITERATURA OCIDENTAL I
Essas palavras vi, num tom escuro 
escritas sobre o alto de uma porta,
donde eu: "Meu mestre, o seu sentido é duro".
E ele, a mim, como mestre que conforta:
“Livra-te desse medo circunspecto,
aqui toda tibiez esteja morta;
Que chegando ora estamos ao conspecto
das tristes gentes das quais já te disse
que têm perdido o bem do intelecto”.
Depois, na sua tomando com meiguice
minha mão, como que me confortei,
fez que no umbral secreto eu o seguisse.
Gritos, suspiros, prantos lá encontrei
que ecoavam no espaço sem estrelas,
pelo que no começo até chorei.
Diversas línguas, hórridas querelas,
brados de mágoa, irrupções de ira
com estalar de mãos em suas sequelas,
formam um tumulto que regira,
no intemporal negrume, sem parade,
qual turbilhão de areia em torno atira.
E eu, co'a cabeça já de horror tomada:
“Que gente essa é", indaguei, “nesse clamor,
 que parece em sua dor tão derrotada?"
E ele: "As almas que vês nesse amargor,
São os que têm no mundo – e ora deploram –
Vivido sem infâmia e sem louvor.
[…]
FONTE: ALIGHIERI, D. A Divina Comédia - Inferno. 4. ed. Tradução e notas de ltalo 
Eugenio Mauro. São Paulo: Editora 34, 2017.
15
LITERATURA OCIDENTAL I
TEXTO 2
FONTE:<https://cultura.estadao.com.br/blogs/a-biblioteca-de-raquel/as-divinas-
comedias-de-dante/>. Acesso em: 20 set. 2018.
A partir da leitura dos textos 1 e 2, podemos inferir que:
I. No texto 1, a inscrição que Dante lê na entrada do Inferno causa temor 
diante da impossibilidade de salvação dos pecadores.
II. No poema, entre gritos, suspiros e prantos, Dante encontra almas inertes, 
isentas da dor e do castigo, diferentemente do que ressalta a história em 
quadrinhos.
III. No texto 2, o Inferno é retratado como o reino das trevas, onde o ser 
humano, castigado por moscas e vespas, escapa da lei de sua própria 
natureza. 
Está correto o que se afirma em:
a) (x) I, apenas.
b) ( ) I e II, apenas.
c) ( ) II e III, apenas.
d) ( ) I e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
16
LITERATURA OCIDENTAL I
2 Leia, abaixo, um poema de Camões e outro de Petrarca. Analise 
a linguagem dos textos, identifique suas temáticas e os possíveis 
diálogos entre eles. 
TEXTO 1
Não tenho paz nem posso fazer guerra;
temo e espero, e do ardor ao gelo passo,
e voo para o céu, e desço à terra,
e nada aperto, e todo o mundo abraço.
Prisão que nem se fecha ou se descerra,
nem me retém nem solta o duro laço;
entre livre e submissa esta alma erra,
nem é morto nem vivo o corpo lasso.
Vejo sem olhos, grito sem ter voz;
e sonho perecer e ajuda imploro;
a mim odeio e a outrem amo após.
Sustento-me de dor e rindo choro;
a morte como a vida enfim deploro:
e neste estado sou, Dama, por vós.
FONTE: PETRARCA. Poemas de amor de Petrarca. Tradução de Jamil Almansur 
Haddad. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.
TEXTO 2
Tanto de meu estado me acho incerto, 
que em vivo ardor tremendo estou de frio; 
sem causa, juntamente choro e rio, 
o mundo todo abarco e nada aperto. 
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
da alma um fogo me sai, da vista um rio;
agora espero, agora desconfio, 
agora desvario, agora acerto. 
Estando em terra, chego ao Céu voando, 
num'hora acho mil anos, e é de jeito
que em mil anos não posso achar um' hora.17
LITERATURA OCIDENTAL I
Se me pergunta alguém porque assim ando, 
respondo que não sei; porém suspeito
que só porque vos vi, minha Senhora.
FONTE: CAMÕES, L. Sonetos. São Paulo: Martin Claret, 2004.
Considerando os poemas destacados acima, avalie as afirmações a 
seguir.
I. O verso de Petrarca “Temo e espero e do ardor ao gelo passo”, no texto 
1, mantém uma correspondência de sentido com o verso “Quem em vivo 
ardor tremendo estou de frio", de Camões.
II. Há, nos dois poemas, uma manifestação dos sentimentos do eu lírico pela 
mulher amada.
III. O eu lírico dos poemas expressa ideias contraditórias, apesar do amor 
correspondido.
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas. 
b) (x) I e II, apenas.
c) ( ) II e III, apenas.
d) ( ) I e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
3 Leia a estrofe a seguir, que faz parte do canto VI do poema épico Os 
Lusíadas, de Luís de Camões.
[…]
Vistes que com grandíssima ousadia 
Foram já cometer o Céu supremo; 
Vistes aquela insana fantasia 
De tentarem o mar com vela e remo; 
Vistes, e ainda vemos cada dia, 
Soberbas e insolências tais, que temo 
Que do mar e do Céu em poucos anos 
Venham Deuses a ser, e nós humanos.
[…]
FONTE: CAMÕES, L. Os Lusíadas. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 169.
Considerando o episódio narrado anteriormente e as reflexões acerca 
da produção épica camoniana realizadas durante este tópico, classifique 
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
18
LITERATURA OCIDENTAL I
( ) No trecho do poema, a ousadia representa a bravura da expedição 
portuguesa que, com "vela e remo", navegava rumo ao mar desconhecido, 
ao Oriente.
( ) No episódio acima citado é possível perceber uma visão humanista no 
que diz respeito à capacidade do homem de superar as adversidades.
( ) Em Os Lusíadas, Camões glorifica os deuses da Antiguidade Clássica 
e Vasco da Gama em detrimento do povo lusitano.
( ) Na epopeia, os navegadores portugueses são considerados heróis 
superiores aos das epopeias clássicas, Odisseia de Homero e Eneida, 
de Virgílio.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) ( ) V – V – F – F. 
b) ( ) F – F – V – F. 
c) (x) V – V – F – V. 
d) ( ) F – F – V – V. 
e) ( ) V – V – F – V.
TÓPICO 2
1 Leia atentamente o trecho do emblemático Capítulo VIII de Dom 
Quixote de La Mancha, "La aventura de los molinos de viento”.
Capítulo VIII
Del buen suceso que el valeroso Don Quijote tuvo en la espantable y jamás 
imaginada aventura de los molinos de viento, con otros sucesos dignos de 
felice recordación
En esto descubrieron treinta o cuarenta molinos de viento que hay en aquel 
campo, y así como Don Quijote los vió, dijo a su escudero: 
- La ventura va guiando nuestras cosas mejor de lo que acertáramos a 
desear; porque ves allí, amigo Sancho Panza, donde se descubren treinta o 
poco más desaforados gigantes con quien pienso hacer batalla, y quitarles a 
todos las vidas, con cuyos despojos comenzaremos a enriquecer: que esta 
es buena guerra, y es gran servicio de Dios quitar tan mala simiente de sobre 
la faz de la tierra. 
- ¿Qué gigantes? dijo Sancho Panza.
19
LITERATURA OCIDENTAL I
- Aquellos que allí ves, respondió su amo, de los brazos largos, que los 
suelen tener algunos de casi dos leguas.
- Mire vuestra merced, respondió Sancho, que aquellos que allí se parecen 
no son gigantes, sino molinos de viento, y lo que en ellos parecen brazos 
son las aspas, que volteadas del viento hacen andar la piedra del molino. 
- Bien parece, respondió Don Quijote, que no estás cursado en esto de las 
aventuras; ellos son gigantes, y si tienes miedo quítate de ahí, y ponte 
en oración en el espacio que yo voy a entrar con ellos en fiera y desigual 
batalla. 
Y diciendo esto, dio de espuelas a su caballo Rocinante, sin atender a las 
voces que su escudero Sancho le daba, advirtiéndole que sin duda alguna 
eran molinos de viento, y no gigantes aquellos que iba a acometer. Pero él 
iba tan puesto en que eran gigantes, que ni oía las voces de su escudero 
Sancho, ni echaba de ver, aunque estaba ya bien cerca, lo que eran; antes 
iba diciendo en voces altas: 
- Non fuyades, cobardes y viles criaturas, que un solo caballero es el que 
os acomete. Levantóse en esto un poco de viento y las grandes aspas 
comenzaron a moverse, lo cual visto por Don Quijote, dijo: pues aunque 
mováis más brazos que los del gigante Briareo, me lo habéis de pagar.
Y en diciendo esto, y encomendándose de todo corazón a su señora Dulcinea, 
pidiéndole que en tal trance le socorriese, bien cubierto de su rodela, con 
la lanza en el ristre, arremetió a todo el galope de Rocinante y embistió con 
el primero molino que estaba delante; y dándole una lanzada en el aspa, la 
volvió el viento con tanta furia, que hizo la lanza pedazos, llevándose tras sí 
al caballo y al caballero, que fue rodando muy maltrecho por el campo. Acudió 
Sancho Panza a socorrerle, a todo el correr de su asno, y cuando llegó halló 
que no se podía menear: tal fue el golpe que dio con él Rocinante.
—¡Válame Dios! —dijo Sancho—. ¿No le dije yo a vuestra merced que mirase 
bien lo que hacía, que no eran sino molinos de viento, y no lo podía ignorar 
sino quien llevase otros tales en la cabeza?
— Calla, amigo Sancho —respondió don Quijote—, que las cosas de la 
guerra más que otras están sujetas a continua mudanza; cuanto más, 
que yo pienso, y es así verdad, que aquel sabio Frestón que me robó el 
aposento y los libros ha vuelto estos gigantes en molinos, por quitarme la 
gloria de su vencimiento: tal es la enemistad que me tiene; mas al cabo al 
cabo han de poder poco sus malas artes contra la bondad de mi espada.
20
LITERATURA OCIDENTAL I
— Dios lo haga como puede —respondió Sancho Panza.
Y, ayudándole a levantar, tornó a subir sobre Rocinante, que medio despaldado 
estaba. Y, hablando en la pasada aventura, siguieron el camino del Puerto 
Lápice, porque allí decía don Quijote que no era posible dejar de hallarse 
muchas y diversas aventuras, por ser lugar muy pasajero; sino que iba muy 
pesaroso, por haberle faltado la lanza; y diciéndoselo a su escudero, le dijo:
— Yo me acuerdo haber leído que un caballero español llamado Diego Pérez 
de Vargas, habiéndosele en una batalla roto la espada, desgajó de una 
encina un pesado ramo o tronco, y con él hizo tales cosas aquel día y 
machacó tantos moros, que le quedó por sobrenombre «Machuca», y así él 
como sus decendientes se llamaron desde aquel día en adelante «Vargas 
y Machuca». Hete dicho esto porque de la primera encina o roble que se 
me depare pienso desgajar otro tronco, tal y tan bueno como aquel que 
me imagino; y pienso hacer con él tales hazañas, que tú te tengas por 
bien afortunado de haber merecido venir a vellas y a ser testigo de cosas 
que apenas podrán ser creídas.
— A la mano de Dios —dijo Sancho—. Yo lo creo todo así como vuestra 
merced lo dice; pero enderécese un poco, que parece que va de medio 
lado, y debe de ser del molimiento de la caída.
— Así es la verdad —respondió don Quijote—, y si no me quejo del dolor, es 
porque no es dado a los caballeros andantes quejarse de herida alguna, 
aunque se le salgan las tripas por ella.
— Si eso es así, no tengo yo que replicar —respondió Sancho—; pero sabe 
Dios si yo me holgara que vuestra merced se quejara cuando alguna cosa 
le doliera. De mí sé decir que me he de quejar del más pequeño dolor que 
tenga, si ya no se entiende también con los escuderos de los caballeros 
andantes eso del no quejarse.
No se dejó de reír don Quijote de la simplicidad de su escudero; y, así, le 
declaró que podía muy bien quejarse como y cuando quisiese, sin gana o 
con ella, que hasta entonces no había leído cosa en contrario en la orden 
de caballería […]
FONTE: CERVANTES, Miguel de. Don Quijote de la Mancha. Madrid: Real Academia 
Española, 1605. Disponível em: <https://cvc.cervantes.es/literatura/clasicos/quijote/
edicion/parte1/cap01/default.htm>. Acesso em: 10 set. 2018.
a) Neste episódio, como se relacionam a realidadee a ficção?
21
LITERATURA OCIDENTAL I
R.: A obra Dom Quixote apresenta o tema da ficção e sua razão de ser, a 
maneira como ela se infiltra na vida e vai transformando-a. No fragmento, 
podemos perceber que Quixote, representando a fantasia poética, acredita 
na suposta batalha com os gigantes, enquanto Sancho Pança, mais racional, 
personifica as convenções sociais, a realidade histórica, e não é levado pela 
aventura e fantasia de seu amigo. A coexistência dessas duas personalidades 
cria um conflito existêncial bastante explorado pela literatura barroca.
b) De que forma as novelas de cavalaria influenciaram Dom Quixote?
R.: Os romances de cavalaria são gêneros literários ideológicos que 
expressavam os sonhos e os anseios da coletividade. Nesse sentido, 
podemos interpretar que na fantasia do cavaleiro Quixote, símbolo do homem 
utópico, as aventuras se tornaram uma tarefa séria e importante diante da 
degradação da sociedade humana. 
2 Considerando as discussões apresentadas no Tópico 1 e o fragmento 
do Capítulo VIII de Dom Quixote de La Mancha, evidenciado na 
questão acima, analise as asserções a seguir.
I. Na passagem destacada, Sancho Pança descobre que os moinhos de 
vento são gigantes dispostos a guerrear.
II. Dom Quixote, em seu delírio, representa, de certa forma, a rebeldia da 
imaginação e a necessidade de transformação diante dos obstáculos 
intransponíveis.
III. O idealismo que move Dom Quixote também o transforma numa metáfora 
sobre a condição humana, um retrato dos desafios individuais.
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) I e II, apenas.
c) (x) II e III, apenas.
d) ( ) I e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
3 (ENADE, 2017)
TEXTO 1
Que trata de la primera salida que de su tierra hizo el ingenioso don Quijote
22
LITERATURA OCIDENTAL I
Hechas, pues, estas prevenciones, no quiso aguardar más tiempo a poner en 
efecto su pensamiento, apretándole a ello la falta que él pensaba que hacía en 
el mundo su tardanza, según eran los agravios que pensaba deshacer, tuertos 
que enderezar, sinrazones que enmendar, y abusos que mejorar, y deudas 
que satisfacer; y así, sin dar parte a persona alguna de su intención, y sin que 
nadie le viese, una mañana, antes del día (que era uno de los calurosos del 
mes de Julio), se armó de todas sus armas, subió sobre Rocinante, puesta 
su mal compuesta celada, embrazó su adarga, tomó su lanza, y por la puerta 
falsa de un corral, salió al campo con grandísimo contento y alborozo de ver 
con cuánta facilidad había dado principio a su buen deseo. 
FONTE: CERVANTES, M. El ingenioso hidalgo don Quijote de La Mancha. Edición 
del IV Centenario. Real Academia de La Lengua Española. São Paulo: Prol Gráfica, 
2004.
TEXTO 2
FONTE: PORTINARI, C. Dom Quixote 
a cavalo com lança e espada. In: 
CERVANTES, M.; PORTINARI, C; 
DRUMMOND, C. Dom Quixote. Rio de 
Janeiro: DiaGraphis, 1973.
TEXTO 3
O Esguio Propósito
Caniço de pesca
fisgando no ar,
gafanhoto montado
em corcel magriz,
espectro de grilo
cingindo loriga,
fio de linha
à brisa torcido,
relâmpago
ingênuo
furor
de solitárias horas indormidas
quando o projeto invade a noite 
obscura.
Esporeia
O cavalo,
Esporeia
O sem-fim
FONTE: DRUMMOND, C. O Esguio 
Propós i to In : CERVANTES, M. ; 
PORTINARI, C; DRUMMOND, C. Dom 
Quixote. Rio de Janeiro: DiaGraphis, 
1973.
23
LITERATURA OCIDENTAL I
Considerando os três textos apresentados, assinale a opção correta.
FONTE: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2017/32_
LET_POR_ESP_LICENCIATURA_BAIXA.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2019.
a) ( ) Há, nos três textos, a transposição de um sistema significante a 
outro (romance/imagem/poema), o que inviabiliza uma leitura das obras 
separadamente, uma vez que elas mantêm uma relação dialógica.
b) ( ) A intersemiose das três obras abarca o sitema linguístico e o visual, 
mas se percebe, ao correlacioná-las, uma superioridade da palavra sobre 
a imagem, pois o texto 1 descreve detalhes que não podem ser vistos no 
texto 2.
c) (x) O cavaleiro retratado de forma retorcida no texto 2 recupera “mal 
compuesta celada” de Dom Quixote no texto 1, assim como o texto 3 
representa graficamente esse desequilíbrio por meio da irregularidade 
da disposição dos versos.
d) ( ) Nos textos 2 e 3, a relação dialógica atinge o seu grau máximo, pois 
em ambos a imagem de Dom Quixote é desconstruída pela representação 
do desarranjo ou da ruptura entre a realidade e o devaneio, o que não se 
esboça no texto 1.
e) ( ) O impulso, os sonhos e a desconexão com a realidade são traços 
de Dom Quixote presentes no texto 1 e ausentes nas metáforas criadas 
nos textos 2 e 3, que estampam um típico cavaleiro medieval.
4 A partir da releitura dos fragmentos do Capítulo VIII de Dom Quixote de 
La Mancha, elabore um glossário bilíngue com 10 palavras, na direção 
espanhol-português, como no exemplo abaixo. Para esclarecer o 
significado de determinada palavra, consulte o dicionário bilíngue 
da Real Academia Española e o Word Reference, disponíveis online 
em: http://www.rae.es e www.wordreference.com, entre outros.
Espuelas esporas
valeroso corajoso
doliera doía
molinos moinhos
lanza lança
deseo desejo
entonces então
enemistad inimizade
quiso queria
aunque embora
mirase olhar
24
LITERATURA OCIDENTAL I
TÓPICO 3
1 Leia a seguir um dos trechos mais expressivos de Hamlet. Trata-se 
de um tipo especial de texto, chamado de solilóquio. É usado quando 
um personagem fala consigo mesmo — ou pensa em voz alta.
HAMLET: Ser ou não ser – eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra o mar de angústias –
E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir;
Só isso. E com o sono – dizem – extinguir
Dores do coração e as mil mazelas naturais
A que a carne é sujeita; eis uma consumação
Ardentemente desejável. Morrer – dormir –
Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando tivermos escapado ao túmulo vital
Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão
Que dá à desventura uma vida tão longa.
Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,
A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,
As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,
A prepotência do mando, e o achincalhe
Que o mérito paciente recebe dos inúteis,
Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso
Com um simples punhal? Quem aguentaria fardos,
Gemendo e suando numa vida servil,
Senão porque o terror de alguma coisa após a morte –
O país não descoberto, de cujos confins
Jamais voltou nenhum viajante – nos confunde a vontade,
Nos faz preferir e suportar os males que já temos,
A fugirmos pra outros que desconhecemos?
E assim a reflexão faz todos nós covardes.
E assim o matiz natural da decisão
Se transforma no doentio pálido do pensamento.
E empreitadas de vigor e coragem,
Refletidas demais, saem de seu caminho,
Perdem o nome de ação. (Vê Ofélia rezando.)
Mas, devagar, agora!
A bela Ofélia!
25
LITERATURA OCIDENTAL I
(Para Ofélia.) Ninfa, em tuas orações
Sejam lembrados todos os meus pecados.
FONTE: SHAKESPEARE, W. Hamlet. Tradução Pietro Nassetti. São Paulo: Martin 
Claret Ltda, 2003. 
Reflita sobre os personagens de Hamlet transcritos no trecho anterior. 
Interprete o dilema apresentado pelo personagem.
R.: O fragmento do texto apresenta o dilema da dúvida e da existência, os 
conflitos da consciência, o questionamento de si mesmo, do sentido da vida 
perante a expectativa de morte. Seria melhor aceitar o sofrimento, a injustiça, 
ou rebelar-se contra eles, enfrentando as adversidades? Shakespeare aborda 
artisticamente dilemas humanos que são universais e eternos.
2 No famoso trecho da peça teatral, podemos considerar que o dilema 
de Hamlet enfatiza 
a) ( ) O enfrentamento do sofrimento através da libertação espiritual.
b) ( ) A visão teocêntrica das personagens e do mundo.
c) ( ) O predomínio da razão sobre as paixões.
d) (x) A natureza humana e suas contradições.
e) ( ) A falta de consciência de sua indecisão.3 Ao compararmos o solilóquio de Hamlet com o de Segismundo em 
La vida es sueño (1635), de Calderón de la Barca, exposto no Tópico 
2, podemos inferir que:
I. Nos dois textos, a vida, a morte e o sonho são percebidos de maneira 
cética.
II. Segismundo, assim como Hamlet, não sabe o que é a vida, se é realidade 
ou ficção.
III. Para Hamlet, o destino do homem é incontrolável, nada do que ele faz 
pode modificá-lo.
IV. Está correto o que se afirma em
a) ( ) I, apenas. 
b) ( ) I e II, apenas.
c) (x) II e III, apenas.
d) ( ) I e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
26
LITERATURA OCIDENTAL I
4 (ENADE, 2014) 
Considerado um dos maiores escritores de todos os tempos, William 
Shakespeare deixou uma vasta obra, da qual são mais conhecidas suas 
peças teatrais. Foi pela grande importância e fama do autor que Richard 
Appignanesi decidiu adaptar suas peças teatrais, como Hamlet, Romeu 
e Julieta e Macbeth para os quadrinhos, usando o estilo mangá. Um 
aspecto interessante dessa adaptação é o fato de Appignanesi realizar 
uma releitura da obra clássica, mantendo os diálogos e as falas da 
versão original em inglês.
FONTE: <http://garotait.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2014.
A partir do texto e da ilustração apresentados, e tendo em vista a 
perspectiva do ensino e a aprendizagem de língua estrangeira, avalie 
as afi rmações a seguir.
I. A associação entre o texto imagético e o texto verbal, nas histórias em 
quadrinhos (HQ), permite ao aprendiz preencher lacunas de interpretação.
II. O caráter lúdico das HQs pode auxiliar no processo de ensino-aprendizagem 
de idiomas estrangeiros e literaturas estrangeiras.
III. A articulação entre o ensino de uma língua estrangeira e o de sua respectiva 
literatura torna os objetos de estudo marcas simbólicas imbuídas de 
expressão cultural verbal e não verbal.
IV. A série de mangás Shakespeare é um gênero/textual em que se privilegia 
a linguagem verbal, visto que os diálogos adaptados são em língua 
estrangeira.
27
LITERATURA OCIDENTAL I
Está correto o que se afirma em:
FONTE: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2014/32_
letras_portugues_ingles.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019.
a) (x) I e II, apenas.
b) ( ) I e IV, apenas.
c) ( ) II e III, apenas.
d) ( ) I, III e IV apenas.
e) ( ) I, II, III e IV.
5 Ao contrário da tragédia, a comédia é um gênero teatral que geralmente 
trata de assuntos do cotidiano de forma humorada. Os conflitos se 
caracterizam por armações, enganos ou confusões e costumam 
acabar em finais, no mínimo, divertidos. O que o dramaturgo Molière 
nos conta no século XVII, através da comédia Escola de Mulheres, 
que ressoa hoje? Que temas podem ser considerados atuais? Qual 
é a função do teatro nesse contexto? 
R.: Espera-se que o estudante compreenda que a peça teatral procura 
provocar no espectador a reflexão sobre as relações humanas, envolvendo 
o casamento, o paternalismo, as convenções morais da sociedade da época, 
a infidelidade conjugal, a emancipação feminina, temas ainda presentes 
nos debates contemporâneos. Como forma de expressão artística, o teatro 
de Molière exerce uma função fundamental ao provocar um efeito estético, 
instigar o riso e problematizar questões sociais e o comportamento humano.
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 A seguir, você vai ler e analisar criticamente um poema de Bocage. 
Em seguida, responda às questões propostas.
Oh retrato da morte, oh noite amiga 
Por cuja escuridão suspiro há tanto! 
Calada testemunha do meu pranto, 
Dos meus desgostos secretária antiga! 
28
LITERATURA OCIDENTAL I
Pois manda Amor, que a ti somente os diga, 
Dá-lhes pio agasalho no teu manto; 
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto 
Dorme a cruel, que a delirar me obriga: 
E vós, oh cortesãos da escuridade, 
Fantasmas vagos, mochos piadores, 
Inimigos, como eu, da claridade! 
Em bandos acudi aos meus clamores; 
Quero a vossa medonha sociedade, 
Quero fartar meu coração de horrores. 
FONTE: BOCAGE, M. M. Soneto e outros poemas. São Paulo: FTD, 1994, p.8.
a) Qual é a temática explícita do poema?
R.: A presença da morte.
b) Como é apresentado o estado de espírito do eu lírico? Exemplifique 
com trechos do poema.
R.: O eu lírico, num tom fatalista, apresenta um estado de espírito pessimista, 
que pode ser percebido nas palavras que destacam a morte, o pranto, os 
fantasmas, e nos contrastes estabelecidos entre dia e noite, escuridão e 
claridade.
c) O poema dialoga com as principais tendências da estética arcadista? 
Explique.
R.: O poema de Bocage apresenta uma subjetividade exacerbada, que se 
tornará uma tendência temática do Romantismo, afastando-se, portanto, das 
concepções arcadistas que geralmente buscam uma vida simples e bucólica, 
sem excessos emocionais. 
2 Considerando as discussões sobre os movimentos intelectuais que 
surgiram na Europa no século XVIII, analise as asserções a seguir e 
a relação proposta entre elas.
29
LITERATURA OCIDENTAL I
O Iluminismo foi um movimento cultural que se difundiu a partir do século 
XVIII e que, simbolicamente, significa luz ao intelecto.
PORQUE
Os pensadores iluministas acreditavam ser possível encontrar o saber por 
meio da razão, através de formas subjetivas de pensamento.
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma 
justificativa correta da I.
c) (x) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição 
falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição 
verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
3 Quanto ao Arcadismo, é correto afirmar que:
a) ( ) Os poetas árcades reavivaram as ousadias estéticas do Barroco. 
b) (x) A estética retoma os temas e as formas líricas da tradição 
clássica. 
c) ( ) Os poemas árcades contestam a valorização dos espaços prazerosos 
e da vida simples.
d) ( ) A poesia lírica expressa um desequilíbrio das formas e dos 
sentimentos.
TÓPICO 2
1 O movimento artístico-literário do Romantismo está diretamente 
relacionado ao desenvolvimento sociocultural ocorrido na Europa 
em meados do século XVIII. Analise as proposições relacionadas à 
concepção romântica e assinale a alternativa correta.
I. O Romantismo propôs uma ruptura com a rigidez formal da tradição literária 
clássica, privilegiando a representação da individualidade.
II. Os romances da época abandonam as tradições locais e a imaginação 
para enfatizar enredos pautados em aspectos objetivos e racionais.
III. Os textos literários dos escritores do Romantismo são frutos de construções 
lúcidas que enaltecem a moral comum e os costumes sociais.
30
LITERATURA OCIDENTAL I
Está correto o que se afirma em:
a) (x) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
2 Leia a seguir um trecho das reflexões do jovem Werther, protagonista 
do romance Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, e analise 
as seguintes asserções.
– Paixão! Embriaguez! Loucura! Conservai-vos tão serenos, tão 
desinteressados, vós, os moralistas; cobris de injúrias o bêbado, detestais 
o insensato, passais ao largo como o sacerdote e agradeceis a Deus, tal 
o fariseu, por não vos ter feito iguais a eles.
Mais de uma vez me embriaguei, minhas paixões nunca estiveram longe 
da loucura e não me arrependo nem de uma coisa nem de outra, apesar de 
terem me ensinado que sempre haveria
de menoprezar todos os indivíduos excepcionais que fizeram algo de 
grandioso, algo de aparentemente irrealizável!
– Mas também na vida cotidiana é insuportável ouvir quase sempre gritar 
para qualquer um empenhado numa ação livre, nobre, inesperada: “É um 
bêbado, está louco!”
Envergonhai-vos, vós todos tão sóbrios! Envergonhai-vos, vós todos tão 
sensatos!
FONTE: GOETHE, J. Wolfgang von. Os sofrimentos do Jovem Werther. Tradução 
de Leonardo César Lack. São Paulo: Abril, 2010.
I. A exaltação dos sentimentos, a fantasiae a embriguez são traços 
românticos expressos nas reflexões do jovem Werther.
II. Werther defende o impulso das paixões sem que haja um estado de 
desequilíbrio e de semiconsciência do ser humano. 
III. A visão de Werther expressa uma insatisfação com a vida cotidiana e 
representa uma ruptura com o espírito racionalista. 
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) (x) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
31
LITERATURA OCIDENTAL I
3 Leia o poema Cantos del Peregrino, do argentino José Marmól (1817-
1871), e responda à seguinte questão.
Si en peregrina vida por los etéreos llanos 
Las fantasías bellas de los poetas van, 
Son ellas las que brillan en rutilantes mares
Allá en los horizontes del cielo tropical.
Allí las afliciones se avivan en el alma.
Allí se poetize la voz del corazón;
Allí es poeta el hombre; allí los pensamientos
Discurren solamente por la region de Dios.
FONTE: JOZEF, Bella. História da literatura hispano-americana. 3. ed. Rio de 
Janeiro: F. Alves, 1989. p.66.
No fragmento do poema a característica romântica observada é:
a) ( ) A erudição do vocabulário.
b) ( ) O predomínio dos contrastes da natureza.
c) ( ) A objetividade do eu lírico.
d) (x) A peregrinação e as aflições da alma dos poetas.
e) ( ) A construção racional do mundo interior.
TÓPICO 3
1 A partir das reflexões apresentadas neste tópico sobre o contexto 
histórico e social oitocentista, elabore um texto dissertativo 
contemplando os seguintes aspectos:
a) os eventos e as ideias que influenciaram o modo como a literatura 
representa o mundo.
b) a visão objetiva da realidade e as relações entre os textos literários 
e seus contextos de produção.
R.: O século XIX foi marcado por grandes mudanças sociais, diante dos 
avanços científicos que deram nova percepção ao modo de pensar o mundo e 
de observar a realidade. Na filosofia, o positivismo de Comte se contrapunha 
ao idealismo romântico, exaltando a realidade positiva da ciência e das suas 
leis. A doutrina filosófico-determinista, de Hippolyte Taine, difundiu a ideia 
de que o homem podia ser considerado produto do ambiente, do momento 
histórico e da raça a que pertence. A teoria da evolução de Charles Darwin 
também despertou interesses pela Ciência. O pensamento socialista de 
32
LITERATURA OCIDENTAL I
Karl Marx, por sua vez, propôs critérios de justiça social à classe operária. 
Todas essas concepções contribuíram para que os escritores passassem 
a reproduzir, em suas obras literárias, uma realidade sem idealizações, na 
sua forma mais concreta, destacando as ações do homem, suas condições 
econômicas e sociais.
2 Considerando as discussões de María Augusta da Costa Vieira no 
excerto do artigo Diálogo textual: el Quijote y la obra de Machado de 
Assis, expostas como sugestão de leitura complementar, analise as 
asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. A inventividade literária de Machado de Assis estabelece conexões com 
a forma narrativa de Cervantes.
PORQUE
II. Os autores pertencem à mesma tradição literária que entende a narrativa 
como um diálogo intenso com várias formas de discurso, estruturado na 
noção de paródia.
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I.
b) (x) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma 
justificativa correta da I.
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição 
falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição 
verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
3 Para Antonio Maura (2018), os escritores Cervantes e Machado de 
Assis surgiram em momentos históricos e estéticos cruciais. Seus 
trabalhos contribuíram para uma nova abordagem tanto na estrutura 
narrativa quanto no tratamento do próprio autor. Leia abaixo os 
fragmentos dos prólogos dos romances Dom Quixote de La Mancha 
e Memórias póstumas de Brás Cubas e responda à questão seguinte.
Texto 1
Desocupado lector: sin juramento me podrás creer que quisiera que este libro, 
como hijo del entendimiento, fuera el más gallardo y más discreto que pudiera 
imaginarse. Pero no he podido yo contravenir al orden de naturaleza; que 
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LITERATURA OCIDENTAL I
en ella cada cosa engendra su semejante. Y así, ¿qué podrá engendrar el 
estéril y mal cultivado ingenio mío sino la historia de un hijo seco, avellanado, 
antojadizo y lleno de pensamientos varios y nunca imaginados de otro alguno, 
bien como quien se engendró en una cárcel, donde toda incomodidad tiene 
su asiento y donde todo triste ruido hace su habitación? 
Texto 2
Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei 
a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti 
algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com 
a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá 
sair desse conúbio. 
FONTE: MAURA, A. El autor y sus máscaras: Cervantes y Machado de Assis. Revista 
de Estudios Brasileños. v. 5, n. 9, 16 mar. 2018, p. 56.
Com base nas discussões apresentadas ao longo dos nossos estudos 
e nos fragmentos acima, podemos inferir que:
I. Nos romances de Cervantes e Machado de Assis os narradores apresentam 
traços melancólicos que refletem peculiaridades histórico-culturais. 
II. A prosa realista de Machado de Assis é caracterizada por um jogo 
intertextual e por sua linguagem irônica.
III. Em ambas as obras os narradores sinalizam aproximações, desafiam e 
estabelecem um diálogo com o leitor. 
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) (x) I, II e III.
4 (ENADE, 2008)
Texto 1
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, 
mas uma infinidade de portas e janelas alinhadas. [...] Sentia-se naquela 
fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que 
mergulham o pé na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, 
a triunfante sensação de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava 
para o cortiço iam e vinham como formigas, fazendo compras.
FONTE: Aluísio Azevedo. O cortiço. São Paulo: Ática, 1989, p. 28-9.
34
LITERATURA OCIDENTAL I
Texto 2
Aliás, o cortiço andava no ar, excitado pela festa, alvoroçado pelo jantar, que 
eles apressavam para se dirigirem a Montsou. Grupos de crianças corriam, 
homens em mangas de camisa arrastavam chinelos com o gingar dos dias 
de repouso. As janelas e as portas escancaradas por causa do tempo quente 
deixavam ver a correnteza das salas, transbordando em gesticulações e em 
gritos o formigueiro das famílias.
FONTE: Émile Zola. Germinal. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 136.
Texto 3
Aluísio Azevedo certamente se inspirou em L’Assommoir (A taberna), de Émile 
Zola, para escrever O cortiço (1890), e por muitos aspectos seu texto é um 
texto segundo, que tomou de empréstimo não apenas a ideia de descrever 
a vida do trabalhador pobre no quadro de um cortiço, mas um bom número 
de pormenores, mais ou menos importantes. Mas, ao mesmo tempo, Aluísio 
quis reproduzir e interpretar a realidade que o cercava e sob esse aspecto 
elaborou um texto primeiro. Texto primeiro na medida em que filtra o meio; 
texto segundo na medida em que vê o meio com lentes de empréstimo. 
Se pudermos marcar alguns aspectos dessa interação, talvez possamos 
esclarecer como, em um país subdesenvolvido, a elaboração de um mundo 
ficcional coerente sofre de maneira acentuada o impacto dos textos feitos 
nos países centrais e, ao mesmo tempo, a solicitação imperiosa da realidade 
natural e social imediata.
FONTE: Antonio Candido. De cortiço a cortiço. In: O discurso e a cidade. Rio de 
Janeiro: 1004, p.106-7/128-9.
Assinale a opção em que a relação intertextual entre O Cortiço e Germinal 
é interpretada pelos parâmetros críticos apresentados no texto de Antonio 
Candido acerca da relação entre a obrado brasileiro Aluísio Azevedo e a do 
francês Émile Zola.
FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/prova/inep-
2008-enade-letras>. Acesso em: 21 mar. 2019.
a) ( ) O texto de Aluísio Azevedo é um texto primeiro em relação ao de 
Zola porque foi escrito anteriormente e influenciou a produção naturalista 
do escritor francês.
b) ( ) A relação de proximidade entre o texto de Azevedo e o de Zola 
evidencia que o diálogo entre os textos os desassocia da realidade social 
em que foram produzidos.
35
LITERATURA OCIDENTAL I
c) (x) O texto de Aluísio Azevedo, por suas condições de produção, 
está submetido ao modelo naturalista europeu, ao mesmo tempo em 
que atende a demandas da realidade nacional.
d) ( ) O Cortiço é um texto segundo em relação ao texto de Zola porque é, 
sobretudo, a duplicação do modelo literário francês e da realidade social 
das classes operárias europeias.
e) ( ) A presença de elementos do naturalismo francês em O Cortiço 
é indicativo da troca cultural que ocorre no espaço do intertexto, 
independentemente das realidades locais de produção.
TÓPICO 4
1 Leia abaixo um trecho do soneto Correspondências, que faz parte da 
obra poética Les fleurs du mal, de Baudelaire, publicada em 1857.
Correspondências
A Natureza é um templo onde vivos pilares
Deixam sair às vezes palavras confusas:
Por florestas de símbolos, lá o homem cruza
Observado por olhos ali familiares.
Tal longos ecos longe lá se confundem
Dentro de tenebrosa e profunda unidade
Imensa como a noite e como a claridade,
Os perfumes, as cores e os sons se transfundem.
Perfumes de frescor tal a carne de infantes,
Doces como o oboé, verdes igual ao prado,
– Mais outros, corrompidos, ricos, triunfantes,
Possuindo a expansão de algo inacabado,
Tal como o âmbar, almíscar, benjoim e incenso,
Que cantam o enlevar dos sentidos e o senso.
FONTE: D’ONOFRIO, S. Teoria do texto 1: prolegômenos e teoria da narrativa. 2. 
ed. São Paulo: Ática, 2002.
A partir das ideias expressas no poema acima, podemos inferir que:
I. Os primeiros versos sugerem que a natureza emite palavras misteriosas.
II. Há no poema uma correspondência entre diferentes sensações que faz 
referência à sinestesia literária. 
III. Nos dois tercetos, o eu lírico afirma que há na natureza vegetal dois tipos 
de perfumes, os mais frescos e os mais vistosos.
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LITERATURA OCIDENTAL I
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) (x) I, II e III.
2 Leia o poema Bilhete a Baudelaire, em que o autor brasileiro Vinícius 
de Moraes (1913-1980) revisita a tradição literária da modernidade. 
Em seguida, analise as asserções.
Bilhete a Baudelaire
 
Poeta, um pouco à tua maneira
E para distrair o spleen
Que estou sentindo vir a mim
Em sua ronda costumeira
 
Folheando-te, reencontro a rara
Delícia de me deparar
Com tua sordidez preclara
Na velha foto de Carjat
 
Que não revia desde o tempo
Em que te lia e te relia
A ti, a Verlaine, a Rimbaud...
 
Como passou depressa o tempo
Como mudou a poesia
Como teu rosto não mudou!
Los Angeles, 1947 
FONTE: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/bilhete-
baudelaire-0>. Acesso em: 10 dez 2018.
I. No poema, os traços da modernidade ficam evidentes na noção do eu 
lírico sobre a passagem do tempo.
II. O poema evoca poetas realistas franceses cujas produções literárias 
enfatizam o rigor formal e a expressão objetiva da realidade histórica do 
século XIX.
III. No poema, o termo spleen difundido pelo poeta francês Baudelaire 
representa um estado de melancolia, um sentimento de angústia que se 
aproximam das orientações românticas.
37
LITERATURA OCIDENTAL I
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) (x) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
3 Preencha corretamente as lacunas da assertiva exposta abaixo.
O movimento simbolista privilegia a ________ e se opõe ao pensamento______, 
voltando-se para o _________com temáticas religiosas e místicas através de 
uma linguagem capaz de aproximar campos sensoriais diferentes e transmitir 
a essência humana. 
a) ( ) sensação – irracional – lirismo.
b) ( ) razão – místico – objetivismo. 
c) (x) emoção – materialista – subjetivismo.
d) ( ) musicalidade – sentimentalista – pragmatismo.

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