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099 FISIOLOGIA VEGETAL Índice INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 2 1. FISIOLOGIA DO METABOLISMO DA MATÉRIA E ENERGIA ............................... 3 1.1. ENERGÉTICA DO METABOLISMO ................................................................................ 3 1.2. TIPOS DE METABOLISMO ................................................................................................. 8 1.3. TIPOS DE ALIMENTAÇÃO ................................................................................................. 8 1.4. Fotoautotrofia ............................................................................................................................ 10 1.4.1. Energia Solar ou Radiante ....................................................................................................... 10 1.4.2. Pigmentos Fotossintéticos ....................................................................................................... 12 1.4.3. Fotossistemas .......................................................................................................................... 14 1.4.4. Fotossistema I - Fase luminosa da fotossintese ....................................................................... 17 1.4.5. Fotossistema II ........................................................................................................................ 17 1.4.6. Fotofosforilação acíclica ......................................................................................................... 18 1.4.7. Fosforilação cíclica ................................................................................................................. 20 1.4.7. Fotofosforilação. Hipótese de Mitchell Hipótese de Acoplamento Quimiostático (Quimiosmótico) ............................................................................................................................... 21 1.4.7.1. Assimilação de CO2 ou fase química ................................................................................... 22 1.4.8. Fotorrespiração (Via ácido glicolico) ...................................................................................... 24 1.4.9. C4-Fotossintese e CAM (Via de Hatch–Slack)....................................................................... 25 1.4.10. Ecologia da fotossíntese ........................................................................................................ 28 1.4.10.1. Luz ...................................................................................................................................... 29 1.4.10.2. Factores CO2 e O2 .............................................................................................................. 30 1.4.10.3. Comparação entre plantas C3, C4 e CAM ......................................................................... 31 1.4.11. Bactérias fotossintéticas ........................................................................................................ 31 1.4.12. Bactérias quimiossintéticas ................................................................................................... 32 1.5. Desassimilação/Catabolismo ................................................................................................. 34 1.5.1. Degradação das substâncias de reserva ................................................................................... 34 1.5.2. Tipos de Organismos com no Catabolismo............................................................................. 34 1.5.3. Decomposição da glicose ........................................................................................................ 35 2. Troca e transporte de da matéria .............................................................................................. 40 2.1. Processos fisiológicos de transporte através da membrana ................................................... 40 2.1.1. Tipos de transporte .................................................................................................................. 40 2.1.1.1. Difusão ................................................................................................................................. 40 2.1.1.2. Permeação Facilitada ............................................................................................................ 41 2.1.1.3. Propriedade de um transportador ......................................................................................... 42 2.1.2. Transporte Activo .................................................................................................................... 42 2.1.3.3. Endocitose e Exocitose( ou Estusão) ................................................................................... 44 2.2. Economia da agua na planta .................................................................................................. 44 2.2.1. Potencial da agua(ψ) ............................................................................................................... 44 2.2.2. Sistema osmotico da célula ..................................................................................................... 45 2.2.3. Perda de água na planta ........................................................................................................... 47 2.2.3.1. Transpiração ......................................................................................................................... 47 2.2.3.2. Gutação ................................................................................................................................. 52 2.2.3.3. Exsudação ............................................................................................................................. 52 2.2.4. Absorção da agua pela planta .................................................................................................. 52 2.2.5. Inchação/Imbibição/Turgescência ........................................................................................... 55 B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 1 2.2.6. Tipos gerais de plantas segundo o balanço hidrico ................................................................. 55 2.2.7. Absorção e transporte de sais minerais ................................................................................... 56 2.2.7.1. Potencial das membranas ..................................................................................................... 57 2.2.7.2. Estrutura das moléculas orgânicas (por ex: enzimas) .......................................................... 57 2.2.7.3. Aumento da polarização dos grupos reactivos ..................................................................... 57 2.2.7.4. Reacções redox ..................................................................................................................... 57 2.2.8. Transporte de sais minerais a distâncias longas ...................................................................... 57 3. Metabolismo do Azoto na planta ............................................................................................. 59 3.1. Redução de nitrato (processo assimilatório) ...................................................................... 60 3.1.1. Nitrificação .............................................................................................................................. 60 3.1.2. Desnitrificação ........................................................................................................................ 60 3.1.3. Fixação biologica de N2 .......................................................................................................... 60 3.2. Assimilação primária de NH4 + /NH3 e sintese de aminoácidos .....................................62 3.3. Reservas de Nitrogénio ........................................................................................................... 71 4. Metabolismo secundário das plantas ...................................................................................... 72 5. Fisiologia do crescimento e desenvolvimento ...................................................................... 82 5.1.1 Processos diferentes de crescimento ........................................................................................ 83 5.1.2. Progresso e medição de crescimento ....................................................................................... 83 5.2. Diferenciação ............................................................................................................................. 85 5.2.1. Gene Expressão diferenciada .................................................................................................. 85 5.2.2. Regulação dos processos da diferenciação .............................................................................. 86 Epiderme ........................................................................................................................................... 87 5.3. Fitohormonas ou hormonas vegetais ................................................................................... 88 5.3.1. Conceito Hormona .................................................................................................................. 88 5.3.2. Auxinas .................................................................................................................................... 88 5.3.3. Giberelinas .............................................................................................................................. 90 5.3.4. Citocininas ............................................................................................................................... 92 5.3.5. Ácido Abscísico ...................................................................................................................... 93 5.3.6. Etileno ..................................................................................................................................... 94 6. Fisiologia dos movimentos das plantas .................................................................................. 95 6.1. Mecanismos dos movimentos ............................................................................................... 95 6.1.1. Movimentos higroscópicos (Inchação e desinchação) ............................................................ 95 6.1.2. Movimento de coesão .............................................................................................................. 96 6.1.3. Movimentos de explosão ......................................................................................................... 96 6.1.4. Movimento de turgescência (Mudança de turgor) .................................................................. 97 6.1.5. Movimentos por contracção de proteínas ................................................................................ 98 6.1.6. Movimentos de Crescimento ................................................................................................... 98 B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 2 INTRODUÇÃO A fisiologia é o estudo das actividades vitais ou seja a explicação, não só descritiva como também causal da origem e funcionamento das estruturas dos seres; O objecto da fisiologia é explicar claramente e por completo os processos que se dão no organismo segundo as leis físicas e químicas conhecidas requerendo para tal, o emprego de métodos físicos e químicos e recntemente a informática. Entanto se parte de uma construção e função apropriadas, tanto das partes como do organismo no seu conjunto, ela em geral é útil e razonável como ajuda heurística pois por regra geral só poderam perdurar no curso da filigenia os caracteres vantajosos, quer dizer aqueles que apresentam um valor de secção positiva. A fisiologia vegetal pode dividir-se em três partes: Fisiologia do metabolismo material e energético, do desenvolvimento e dos movimentos. Evidentemente que as partes em que se divide a fisiiologia são para facilitar sua compreensão. Estas partes interferem entre si em múltiplos aspectos; sobretudo os fenómenos de crescimento, desenvolvimento e movimento activo estão acompanhados sempre de troca de materiais e energéticos. RAMOS DE FISIOLOGIA VEGETAL 1. Fisiologia do Metabolismo da Matéria e Energia 2. Fisiologia do Desenvolvimento (Crescimento, Desenvolvimento e Reprodução) 3. Fisiologia de Movimentos HISTÓRIA DE DESENVOLVIMENTO DE FISIOLOGIA VEGETAL 1779 Jan Inganhousz (1730-1799) - Descoberta dos processos de fotossintese 1804 Nicolas T. De Saussure – Troca Gasosa Vegetal 1866 Julius Sachs - Fundador da Fisiologia Vegetal Experimental 1930 R. Willstaker - Estrutura da Clorofila 1937 H. A. Krebs & Coop (Ciclo de Krebs) - Ciclo de ácidos Tricarboxílicos 1937 R. Hill - Fotólise de água pelos cloroplastos isolados: “Reacção de Hill” Todo o O2 do ar (20%) é rsultante (produto) da fotólise de água (Separação de hidrogénio do oxigénio) 1957 M. Calvin - Ciclo de Calvin Fixação de CO2 pelos cloroplastos e produção de glicose. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 3 1. FISIOLOGIA DO METABOLISMO DA MATÉRIA E ENERGIA 1.1. ENERGÉTICA DO METABOLISMO “A vida é um sistema dinâmico e aberto”: Dinâmico em relação à matéria e aberto quanto à energia. Substância ATP – “Moeda de Troca” ATP Adenosina Trifosfato. Tem a Função de armasenamento, transporte e distribuição da energia – Ela sofre uma divisão hidrólitica. ATP + H2O ADP + Pi Processo Turnover É um processo completo de divisão hidrolítica e/de armazenamento e fornecimento de energia pela ATP ∆G = -30.51 Kj/mol ou –7.3 Kcal/mol Durante o processo de divisão de ATP formando ADP + Pi há formação de cargas. Pois a molécula de água dissocia-se e os seus iões tem como função neutralizar essas cargas. MOLÉCULA DE ATP ATP ADP + Pi + ∆G -∆G B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 4 O processo turnover é um processo enzimático regulado por enzimas especiais designadas ATP-ases, e ATP-hidrolases.. Em presença de ATP-ases, ADP transforma-se em ATP implica fixação ou aumento de energia – E sob acção de ATP-hidrolase ATP divide-se em ADP-Pi e implica fornecimento de energia. ATP ATP-hidrolases ADP + Pi ADP + Pi ATP-ases ATP Reacções Redox São muito importantes na vida sobretudo nas reacções fisiológicas. D Oxidação D + A + e - Redução A - D + A D + + A - D/D+ Sistemas redox B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 5 A/A- Potencial Redox H2 2H + + 2e - Eº = -420mv Transportadores de electrões As reacções fisiológicas necessitam de transportadores de electrões substâncias transportadores mais importantes: H2 NADPH + H + /NAD(P) + Nicotinamida Adenina Dinocleótido (fosfato) H2 FADH2/FAD Flavina Adenina Dinucleótido Essas substâncias (transportadoras) podem transportar electrões ou hidrogénio. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 6 Estrutura básica de NAD B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo,Setembro 2001 7 Nota: A reacção é muito importatnte no ciclo de Calvin Other hydrogen-transmitters are flavins, quinones, porphyrins (heme-groups) and several proteins containing metal-ions. Flavins: The most common flavin is flavin adenine dinucleotide (FAD) that contains riboflavin or vitamin B2 besides an adenine residue. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 8 1.2. TIPOS DE METABOLISMO a) Assimilação/Anabolismo – Processos que integram a matéria e energia b) Desassimilação/Catabolismo – Processos que desintegram e dissipam a energia e matéria no organismo 1.3. TIPOS DE ALIMENTAÇÃO Segundo a fonte de carbono Segundo a fonte de energia a) Organismos autotroficos - Fonte de carbono – CO2 Fotoautotroficos Quimioautotroficos Usam energia solar Usam energia quimica (H2S, NH3, NH4 + ) b) Organismos Heterotroficos - Fonte de carbono - compostos orgânicos Fototróficos Quimiotróficos Bactérias púrpuras Todos animais c) Organismos Mixotroficos Podem ser autotroficos ou heterotroficos dependendo das condições ambientais em que se encontram. Potenciais Redox Padrão de Alguns Sistemas Biologicos Importatntes Sistema Redox E° pH 7 (mV) Clorofila a(red)/Clorofila a(oxid) (Estado excitado) ~-600 Ferrodoxina(red)/Ferrodoxina(oxid) -430 H2/2H + -420 2Cisteina/Cisteina -340 NAD(P)H/NAD(P) + -320 H2S/Srombico -240 Riboflavina(red)/Riboflavina(oxid) -210 Clorofila a(red)/Clorofila a(Oxid) (Estado estacionario) 450 H2O/1/2O2 815 2H2O/H2O2 oxidação da agua 1350 B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 9 Riboflavina (vitamina B2) no seu oxidado e seu estado reduzido O termo vitamina não tem nada de fato que fazer num livro de ensino de botânica, porque origina da fisiologia de nutrição humana e inclui um grupo de moléculas humanas (e muitos animais) não podem sintetizar. Eles têm que obter isto adequadamente da nutrição vegetal. A maioria das vitaminas funcionam como coenzimas. A parte activa do FAD é um anel de alloxazina. Em contraste com NAD+ (ou NADP+), protões e ambos os electrões são ligados pelo sistema de anel. Isto também é verdade para o mononucleotídeo de flavina relacionado (FMN). Depois de ligar estes cofactores, as enzimas assumem uma cor amarela. Elas são chamadas flavoproteínas. Também deveria ser mencionado, que FAD e FMN não são nenhum nucleotídeos que embora seus nomes insinuem isso como o anel de alloxazina não são ligados a um resíduo de açúcar mas por um álcool (ribit, ribitol) ao invés. Entre outras reacções, flavinas tomam parte nas reacções deshidrogenase da cadeia respiratória. Quinonas são envolvidas nas reacções redox nas mitocôndrias (cadeia respiratória) e cloroplastos (fotossíntese). É distinto entre ubiquinonas e plastoquinonas. Os dois grupos diferem nas diferentes cadeias laterais. A Coenzima Q, uma ubiquinona, tem uma posição fundamental como um aceitador de electrões primário no Fotossistema II da fotossíntese. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 10 1.4. Fotoautotrofia Assimilação de CO2 pela autotrofia ou fotossintese 6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6H2O + 6O2 CO2 + 2H2O (CH2O)n + H2O + O2 Estas reacções bioquimicas resultam da absorçõ de energia solar (luminosa) e a sua utilização para a sintese de compostos orgânicos ricos em energia. Por outras palavras é um processo de transformação de energia solar em energia quimica 1.4.1. Energia Solar ou Radiante A energia é composta por particulas chamadas fotões ou Quantum. Fotões – São particulas materiais que se movem no espaço em forma de ondas. Lei de Planck (Fisico Alemão) E = h*ν ν = C/λ E = h*C/λ B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 11 Luz Vermelha 700 nm 171 Kj/mol Luz Amarela 600 nm 199 Kj/mol Luz Azul 438 nm 272 Kj/mol Luz Violeta 400 nm 298 Kj/mol A eficiência da fotossintese depende da capacidade de absorver determinadas comprimentos de onda de espectros de luz visivel por parte de pigmentos fotossinteticos. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 12 1.4.2. Pigmentos Fotossintéticos a) Clorofilas Clorofila a – tem cor verde –azulada Clorofila b – tem cor verde-amarelada Nota: A clorofila a e b Existem em plantas superiores numa relação de 3:1 B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 13 Clorofila c existe em chromophytae (a + c Clorofila d existe em Rhodophytae (a + d) b) Carotenoides São longas cadeias carbonadas e geralmente derivadas de isopreno. Ex: β-caroteno com 40 carbonos c) Xantófilas Fucoxantina d) Ficobilinas Ficoeritrina Ficocianina B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 14 Exemplos: Um tipo de clorofila a ou um pigmento da clorofila a tem um máximo de absorção de 700 nm e faz parte do fotossistema I. P 700 Cl a FS I Outro tem máximo de absorção de 680 nm e faz parte do fotossistema II P 680 Cl a FS II 1.4.3. Fotossistemas É um sistema de pigmentos diferentes que tem como função captar a luz de variados e diferentes comprimentos de onda e o transporte dessa luz de um pigmento para o outro vizinho. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 15 Modelo de fotossistema Toda a luz captada pelos pigmentos do fotossistema propaga-se (escoa-se) para o centro de reacção. No centro de reacção dos pigmentos podem-se formar electrões que se movem fora do centro. Esses electrões podem ser captados por um aceitador de electrões. E através dum dador de electrões preenche-se o vácuo de electrões no centro de reacções. Portanto o centro de reacções pode receber e ceder electrões. CR* + A CR* + A - [10 -10 s] No centro de reacções CR* + D CR* + D + ocorrem reacções redox CR* - Centro de reacção A – Aceitador D – Dador de electrões Excitação do centro de reacção B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 16 Pigmento Estado basal Estado excitado Fluorescência Quando o pigmento fotossintético recebe a luz, transporta-a até ao centro de reacção e, este excita-se; e, como forma de utilização de energia recebida, forma-se um outro nivel de energia (electrões). A energia esta praticamente situada entre os dois niveis. O fenomeno de fluorescência verifica-se so quando existe um aceitador de electrões liberados pelo centro de reacção. Nota: Numa célula de cloroplasto normal sem efeitos negativos não se verifica o fenómeno de fluorescência. Exemplo de composição de um fotossistema FSI 200 pigmentos de carotenoides 200pigmentos de Cl a 50 pigmentos de Cl b 1 pigmento P 700 FS I absorve luz de comprimento de onda mais longo que 680 e esta relacionado com a redução de: NADP + NADPH + H + B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 17 FS II absorve luz de comprimento de onda mais curto que 680 e esta relacionado com a fotolise de agua e libertação de oxigénio. 1.4.4. Fotossistema I - Fase luminosa da fotossíntese X= NADP + + 2H + h*ν 2e NADPH + H + Centro dereacção Aceitador terminal de electrões Estado basal FS I FS I Fotossistema I A1 Aceitador primário de electrões ou factor x t Transportador de electrões Fd Ferrodoxina (importante transportador de electrões) A diferença de energia entre o estado basal (P 700*) e o estado excitado (P 700) é de – 0.55 V e tem o nome de potencial redox P 700/P 700* = -0.55V 1.4.5. Fotossistema II A1 t Fd t P700 Varios pigmentos fotossintéti cos B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 18 2e ADP + Pi h*ν ATP ? ? 2e H2O 1/2O2 + 2H + FS II FS I A2 Aceitador de electrões ou factor Q FS II Fotossistema II Cit b3 Citocromo b3 Cit f Citocromo f Pc Plastocianina Pq Plastoquinona h*ν Fotão Fotólise da água Mn Z 2H2O 2e + 2H + + 2[OH - ] 2[OH - ] H2O + 1/2O2 Para a substituição dos electrões que saem dos centros de reacção a planta realiza a fotolise de agua donde resultam electrões que vão preencher o vacuo de electrões. 1.4.6. Fotofosforilação acíclica É um conjunto de processos – Fotolise da agua, fotossistema I e fotossistema II até ao aceitador terminal de electrões e cuja função é a formação do ATP. A2 Cit b3 Pq P680 Pc Pigment os Variados Cit F P700 B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 19 NADPH + H + 2e 2e ADP + Pi 2h*ν 2e ATP 2H + 2h*ν 2H2O FS I 2e Z 1/2O2 FS II Nota: O processo é duplo Produtos deste processo: ATP com –218 Kj de energia NADPH + H + Produtos laterais: O2 e 2 protões H + X P680 Q P700 Cyt f Pcy Fd Pq Pq Pq B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 20 O processo utiliza 8 protões para a formação de duas moléculas de ATP e duas moléculas de NADPH + H + 1.4.7. Fotofosforilação cíclica É um processo mais primitivo em relação à fotofosforilação aciclica e assemelha-se à das bactérias. A fosforilação ciclica so utiliza um so fotossistema – O fotossistema I (P700). Nesta fotofosforilação não ocorre a formação do equivalente redutivo (aceitador terminal de electrões) NADPH + H + e também não ha fotolise de agua consequentemente não ha libertação de oxigénio. 2e 2e 2h*ν ADP + Pi ATP Neste processo ocorre apenas a formação de ATP. O processo usa 2 fotões para a formação de uma molécula de ATP. Não participa o FS II excepto os seus transportadores de electrões. Balanço das duas Fotofosforilações 2H2O [CH2O]n 10 Fotões ½O2 + H2O + 2H + Fase da reacção Fase luminosa independente da luz X C Cytf Pcy P 700 Cytrb Fd Reacção Fotoquímica Assimilação de CO2 2(NADPH + H + ) ATP B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 21 1.4.7. Fotofosforilação. Hipótese de Mitchell Hipótese de Acoplamento Quimiostático (Quimiosmótico) Sabe-se que nas mitocondrias das células encontram-se os tilacoides das mitocôndrias das células dos cloroplastos onde existem os pigmentos fotossintéticos segundo Mitchell. Portanto as reacções fotoquimicas ocorrem nas membranas dos tilacoides. A hipotese de Mitchell parte do principio de que: 1. A membrana dos tilacoides é impermeavel a protões H+ e que para a passagem desses protões através da membrana precisam ou tem de existir um transportador. 2. Que esses elementos transportadores de electrões devem possuir posições assimétricas dentro da membrana. 3. Formação de um gradiente de protões no interior da membrana dos tilacoides (grande concentração de protões no interior) * Os protões são utilizados na formação de ATP, que ocorre num elemento especial designado ATP – sintetase ou factor copulativo é uma enzima Os protões saem do interior da membrana através da ATP-sintetase por um processo osmotico. É nos tilacoides dos cloroplastos onde ocorre a fotofosforilação (Formação do ATP). Nota: A reacção fotoquimica esta localizada/ocorre na membrana dos tilacoides das mitocondrias. Os fotossistemas FS I e FS II encontram-se nas plantas superiores e nas algas clorofitas. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 22 Um tilacoide contém cerca de 10 5 moléculas de pigmentos (clorofilas a e b, carotenoides) e que cerca de 500 estão unidas a aproximadamente 200 cadeias de transporte de electrões. A plena luz do sol alcançam cada centro de reacção cerca de 200 quanta por segundo. Além da agua (dos dadores primários de electrões nas bactérias fotossintetizadoras) e das clorofilas, participam também no transporte fotossintético de electrões citocromos, protidos metaliferos, nucleotideos pirimidicos flavoproteínas e quinonas. Os citocromos se derivam como as clorofilas do sistema ciclico das porifirinas pelo que como atomo central do anel tetrapirrolico possuem ferro e não magnésio. Estes complexos porifirinicos com ferro estão ligados a proteínas como grupos prostéticos. No transporte de electrões pelos citocromos o atomo central sofre um câmbio de valência (Fe 3+ /Fe 2+ ). Os distintos citocromos se diferenciam pelos seus espectros de absorção caracteristicos. É possivel bloquear a fotorreacção II mediante certos inibidores por exemplo o herbicida DCMU (diclorofenildimetilureia); este produto actua ao nivel de PQ2. 1.4.7.1. Assimilação de CO2 ou fase química Neste processo ocorre praticamente a utilização dos produtos da fase luminosa (fotoquimica) O ATP e NADPH + H + . Esta reacção/processo ocorre no estroma dos cloroplastos e não depende da luz. A reacção de assimilação de CO2 ocorrem 4 passos. 1. Fixação de CO2 – Carboxilação 2. Redução de carbono fixado 3. Regeneração do aceitador de CO2 4. Sintese de glicose B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 23 Ciclo de Calvin Balanço da reacção 6CO2 + 12NADPH + 12H + + 18ATP C6H12O6 + 12NADP + + 18ADP + 18Pi 1. Fixação de CO2 6Ribulose1,5difosfato + 6CO2 12ácido3-fosfoglicérico P 5C P 12 3C P Ribulose é uma pentose com 5 atomos de carbono Rubisco Ribulose bifosfato carboxilase-oxidase 2. Redução do carbono 12ácido3fosfoglicérico + 12ATP + 12NADPH + 12H + 12gliceraldeido 3fosfato + 12ADP + 12 Pi + 12 NADP + Volta de novo para a fase luminosa O objectivo do ciclo de calvin é a formação da glicose como forma de armazenamento de matéria prima e energia para posterior elaboração de muitas estruturas e ocorrência de outros processos bioquimicos. Rubisco B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 24 1.4.8. Fotorrespiração (Via ácido glicólico) A fotorespiração ocorre exclusivamente nos tecidos vegetais Nota: A respiração é praticamente a decomposição da glicose que resulta na formação de ATP e libertação de CO2. Enquanto que na fotorespiração embora ocorrendo a decomposição de glicose não ha formação de ATP (respiração sem produção de ATP). Na fotorespiração participam 3 componentes: cloroplastos, peroxisoma e mitocôndrias. I. Nos cloroplastos: Ocorre a oxidação do rubisco e forma-se ácido glicolico e um fosfato. O ácido glicolico é introduzido no peroxisoma. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia- Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 25 II. No peroxisoma Ocorre a oxidação do glicolato e forma-se o ácido glioxilico que imediatamente se converte em glicina. A glicina introduz-se nas mitocôndrias. III. Nas mitocôndrias Ocorre a oxidação da glicina em serina. A serina atravessa a membrana das mitocôndrias e ja no peroxisoma é levada ao ciclo de Calvin em forma de glicerato (ácido glicérico). Nota: Neste processo uma actividade importante é o aproveitamento do produto lateral – o glicolato que se forma pela oxidação do rubisco. O material produzido na fotossintese reduz- se quase até à metade. Outra importância é a produção da glicina e serina: aminoácidos importantes/essenciais para outros organismos. So as plantas têm a capacidade de formar aminoácidos outros organismos são consumidores. O processo da fotorespiração ocorre nas plantas do tipo C3 (nas quais ocorre o processo de Calvin). Nas plantas do tipo C4 a fotorepiração é quase nula. 1.4.9. C4-Fotossíntese e CAM (Via de Hatch–Slack) CAM – Crassulacean Acidic Metabolism Existe uma ligação entre as trocas gasosas nas plantas, através de estomas, e a transpiração (perda de agua). Ao mesmo tempo que na planta ocorre a assimilação de CO2 e retirada de O2, ocorre também a transpiração (perda de agua). Plantas do tipo C4. C4-Fotossíntese O processo designado C4-fotossintese ocorre nas células do mesofilo (células normais que realizam fotossintese). O aceitador de CO2 nestas plantas é o fosfoenolpiruvato e, o primeiro produto estavel que se forma é o carbono 4-C4 (dai o a classificação das plantas) –Oxalacetato A utilização do CO2 ocorre nas células da bainha dos feixes vasculares mas estas células não captam CO2 directamente do ambiente. O CO2 é cptado pelas células do mesofilo em quantidades maiores apos que é transformado/armazenado em forma de ácido maléico e transportado até às células da bainha dos feixes. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 26 Ex: Poaceae (Zea mays, Sacharum officinarum, Panicum sorgum) e Caryophyllales (todas Amaranthaceae, algumas Chenopodiaceae e Pontulacaceae) mas também diferentes Euphorbiaceae. Plantas CAM – Metabolismo dos ácidos nas plantas da família Crassulaceae Este tipo de plantas têm uma adaptação fisiológica para o balanço hidrico. São plantas cuja caracteristica principal é a suculência. Ex: plantas da família Crassulaceae, Cactaceae, Bromeliaceae, Euphorbiaceae. São cerca de 28 famílias. Ciclo Cicadiano Regular Noite Dia PEP + CO2 OAA Ciclo de Calvin CO2 Vacuolo Noite PEP Nas plantas CAM Durante o periodo da noite ha fixação de CO2 e é reservado em forma de malato (ácido nucleico) nos vacuolos. Durante o dia ocorre a utilização desse CO2 no ciclo de Calvin e regenera-se durante este processo, o PEP. Este complexo todo/processo ocorre numa mesma célula. A vantagem dessas plantas em absorver o CO2 no periodo da noite é que elas evitam muita perda de agua pela transpiração. Pois que durante o dia os seus estomas encontram-se fechados e não ha trocas gasosas. Malato B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 27 Diferenças entre plantas C4 e plantas CAM Plantas C4 Plantas CAM Fixação de CO2 em células do mesofilo Fixação de CO2 e utilização numa mesma e sua utilização nas células de bainha e unica célula. dos feixes Fixação à noite e utilização de dia. Plantas C3, C4 e plantas CAM Esta ordenação representa uma sequência do ponto de vista evolutivo. Cada grupo de plantas possue adaptações fisiológicas ou bioquimicas no que diz respeito à fixação de CO2 e a redução de transpiração. Essas adaptações são mais para a sobrevivência e não para o crescimento. Células do mesofilo Nas plantas C4 Células da bainha dos feixes: Nestes não existe FS II. Quer dizer ; não ha formação do equivalente redutivo (NADPH + H + ). So ha formação do ATP Tpc: Quais são as consequências da falta do equivalente redutivo? Eficiência dos fotossistemas FS I (P700) Absorve luz de radiações vermelhas (e constitue uma região de pouca luz). O comprimento de onda dessa luz é maior e por isso a qualidade de luz não é melhor. Quando o comprimento de onda é maior a energia é baixa. E= h*C/λ FS II (P680) O comprimento de onda é menor e por isso a energia é elevada. Absorve radiações que constituem a maior parte de luz solar. Por isso é mais eficiente este fotossistema. A hipotese quimiosmotica parte de que a compensação do gradiente de protões que pode conduzir à formação de ATP através de uma ATP-ase ligada à membrana. Este complexo de ATP-ase na membrana dos tilacoides consta, como nas membranas das mitocôndrias e de bactérias, de um componente hidrofobo (coupling factor 1, CF1) e outro hidrofilo (CF2), unidos fortemente à membrana. Ao separar-se da membrana do tilacoide estes factores de acoplamento , ao bloquearem-se por anticorpos interrompe-se a fotofosforilação. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 28 É preciso que 5 protões atravessem a barreira de ATP-ases para que se carreguem duas moléculas de ATP. As ATP-ases devem provavelmente ser activadas por um câmbio de conformação antes de entrar em acção. Ja foi demonstrado que um campo eléctrico o gradiente de protões provocado experimentalmente entre o espaço interno do tilacoide e o estroma ao equilibrar-se, incluso na escuridão, pode formar ATP de ADP e Pi. Certas sustâncias desacoplam o transporte fotossintético de electrões e a formação de ATP basta sua influência prosseguir, por exemplo, a Reacção de Hill pelo que cessa a fotofosforilação. Pertencem a estes desacopladores da fotofosforilação por ex: iéoes NH4 + , arsenato, CCCP (Carbonilciamida-n-clorofenilhidrazona) e desaspidina, um derivado de fluoroglicina existente em espécies de Dryopteris. A acção desacopladora de tais substâncias poderia consistir segundo a hipotese quimiosmotica em que impedem a orientação do gradiente de protões (e ja foi observado, por ex: com CCCP) ou que inibem o ATP-ase. A hipotese quimiosmotica explicaria também por que para a fotofosforilação(e também para a fotossintese activa) é necesario que o espaço interno do tilacoide esteja isolado de estroma (isso encontra-se ja nos procariotas que carecem de membrana externa do cloroplasto) so um compartimento isolado pode manter um gradiente de concentração de determinados materiais em seu torno. (In Strasburger pag.s 255 a256) A escassa produção de O2 na bainha dos feixes condutores de algumas plantas C4 (planta de fotossistema II) e a elevada concentração de CO2 inibem a fotorespiração. As plantas C4 têm pois na fase luminosa menores perdas de substâncias e por isso realizam uma maior economia no aproveitamento dos produtos assimilados. Espécies do tipo de fotossintese C4 se encontram em distintos lugares do sistema das plantas pelo que são especialmente abundantes em alguns grupos, por ex: nas Poaceas (milho, cana- de-açucar, etc), as Amarantaceas e as Quenopodiaceas. 1.4.10. Ecologia da fotossíntese Factores externos que influenciam a fotossintese 1. Intensidade da luz 2. Concentração de CO2 3. Concentração de O2 4. Temperatura e abastecimento da agua para a planta B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 29 Indicadores da intensidade da fotossintese -Libertação de O2/quantidade de O2 libertado – Efluxo -Quantidade de CO2 absorvido – Influxo -Quantidade de matéria Orgânica produzida Fotossíntese Aparente = FotossínteseReal – Fotorespiração 1.4.10.1. Luz Influência da luz Planta de sol: feijoeiro Violeta africana Planta de sombra luz Curva de compensanção luminosa Ponto de compensação (IC) = Ponto em que o valor fotossintético coincide com o valor da respiração. Ponto de saturação (IS) = ponto a partir do qual mesmo aumentando a intensidade da luz a fotossintese não altera Cada planta reage à sua maneira perante a presença da luz. E cada planta suporta uma intensidade luminosa determinada. Planta de sol (Feijoeiro) Planta de sombra (Violeta africana) P.to de Saturação P.to de Saturação Luz P.to de compensação B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 30 Tipos de Plantas Plantas de sombra Ex: Violeta africana Plantas de luz fraca Ex: Alocasia macrorrhiza Plantas de sol Ex: Feijoeiro Plantas de luz intensa Ex: Plantas CAM Cada tipo de planta tem o seu ponto de compensaço e de saturação. Adaptações Fisiológicas nas plantas Plantas de sombra, apresentam folhas maiores, pois recebem poucos raios solares e necessitam de uma maior superficie de absorção de luz. Parênquima em palissada Parênquima lacunoso Plantas de sol apresentam folhas com superficie reduzida não precisam de uma grande superficie de absorção. Parênquima em palissada Parênquima lacunoso Estas diferenciações nas folhas ocorrem durante o processo de desenvolvimento da planta. Numa mesma planta podem existir folhas de maior e de menor superficie de absorção. 1.4.10.2. Factores CO2 e O2 C4 C3 5% O2 C3 2O% O2 0.01 0.02 CO2 [%Volume] N.B. Na atmosfera existe 78% N2 21% O2 0,03% CO2 B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 31 Plantas C4 Pouca quantidade de CO2 é suficiente para realizarem a fotossintese e muito rapidamente atingem o ponto de saturação. O consumo de menores quantidades de CO2 implica maior produtividade de O2 pela planta. 1.4.10.3. Comparação entre plantas C3, C4 e CAM C3 C4 CAM Produto primário de fixação de CO2 Anatomia da folha Fotossintese aparente (mg CO2 dm 2 /h) Ponto de compensação de CO2 Ponto de saturação de luz Forespiração Optimo de A° Eficiência de transpiração 1.4.11. Bactérias fotossintéticas As bactérias fotossintéticas: Séao anaerobicas, sem presença de oxigénio – é um processo primitivo. Realizam a fotossintese sem formação de Oxigénio. Os representantes são: Bactérias sulfidricas verdes Bactérias sulfidricas púrpuras Bactérias púrpuras.Equação de fotossintese das bactérias Equação da fotossintese das bactérias 6CO2 + 12H2S ou H2A C6H12O6 + 6H2O +12S ou A A - substância orgânica qualquer A fonte de energia para a realização da fotossintese das bactérias é a luz solar e a fonte de electrões ou protões é o H2S ou H2A B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 32 2H + A [2H] 2e NADH + H+ 2e 2hν 2e ADP + Pi NAD+ ATP 2H+ [2H] 2e H2S S ou A H2A BC = Bacterioclorofila BC 890 = Bacterioclorofila com max de absorção de 890 nm Fora da região de luz visivel -Luz infravermelha Fotossintese das Bactérias Capacidade de fotossintese das bactérias As bactérias têm capacidade de absorver luz de ondas muito curtas e ondas muito longas 300-400 Luz ultravioleta (ondas muito curtas) elas atingem o maximo 700-800 Luz infravermelha (ondas longas) também atingem o maximo. Nisto as bactérias podem viver em regiões onde mesmo as plantas superiores não podem viver; as bactérias quanto a absorção de luz são mais eficientes que as plantas superiores. 1.4.12. Bactérias quimiossintéticas A fonte de energia que utilizam na assimilação de CO2 provem da oxidação de substâncias inorgânicas. Como equivalente redutivo é o NADH. Representantes: T2 T2 T T BC 890 Bact Cl Carotenoi de B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 33 1. Bactérias nitrificantes NH3 3O2 Nitrosomonas ΔG°=-272Kj 2H + 2H2O 2NO2 - O2 Nitrosomonas Nitrobactérias Nitrobactérias Parabiose (Pseudo-simbiose) ΔG°=-75Kj 2NO3 - A relação entre nitrsomonas e nitrobactérias não é simbiotica; trata-se duma pseudo- simbiose chamada parabiose. Esta relação é muito necessaria. As nitrobactérias utilizam o nitrito (NO3 - ) produzido pelas nitrosomonas – oxidando-o para nitrato. Os nitritos são substâncias fortemente venenosas contudo raras vezes se libertam pois as nitrobactérias existem em maiores quantidades que as nitrosomonas e conseguem absorver e oxidar quase todos os nitratos produzidos pelas nitrosomonas. Os nitratos são importantes para a fotossintese das plantas 1. Bactérias Sulfidricas oxidantes Ex: Thiobacillus 2H2S + O2 2S + 2H2O ΔG°=-209 Kj 2S + 2H2O + 3O2 2H2SO4 ΔG°=-498 Kj 2. Ferrobactérias Ex: Ferrobacillus 4Fe 2+ + 4H + + O2 4Fe 3+ + H2O ΔG°=-67 Kj 3. Bactérias de gas detonante Ex: Hidrogenomonas H2 + ½O2 H2O ΔG°=-239 Kj B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 34 1.5. Desassimilação/Catabolismo 1.5.1. Degradação das substâncias de reserva Vias metabolicas de respiração Oxalacetato Citrato Malato Isocitrato Fumarato Succinato α-cetoglutarato Hidrogénio Cadeia de Respiração ATP O2 Fosforilação oxidativa H2O 1.5.2. Tipos de Organismos com base no Catabolismo a) Organismos anaeróbicos Vivem em ausência de oxigénio e degradam os nutrientes sem necessitar de oxigénio Fermentação b) Organismos aeróbicos Proteinas Aminoácidos Ciclo de Krebs Acetil CoA Piruvato Monosacari deos Glicerina Gorduras Carbohidratos de Reserva Ácidos Gordos B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 35 Vivem na presença de oxigénio e utilizam o oxigénio para oxidar moléculas orgânicas e obter energia através da respiração celular. c) Organismos aeróbicos facultativos Podem realizar a respiração celular (em presença de O2) ou podem realizar fermentação (na ausência de O2). 1.5.3. Decomposição da glicose I. GlicoliseCitoplasma Citoplasma II. Formação da Acetil-CoA Matriz externa III. Ciclo de Krebs IV. Cadeia transportadora de electrões Membrana interna (Oxidação terminal) Nota: A respiração celular esta ligada com o citoplasma e com mitocôndrias. 1.5.3.1. Glicólise Lactica Fermentação Álcoolica Condições anaerobicas Butirica Glicose Glicolise Piruvato CO2 + H2O (Respiração mitocondrial) -Condições aerobicos B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 36 ATP ADP ATP ADP 2(Pi , NAD + ) 2NADPH + 2H+ 2ADP 2ATP 2ADP 2ATP Balanço Glicose + 2ADP + 2Pi + 2NAD + + 2H 2 Piruvato + 2ATP + 2(NADH + H + ) Uma molécula de glicose produz ~2% de energia 1.5.3.2. Formação de Acetil CoA e ciclo de Krebs CH3-CO-COO - NAD + NADH + H + CO2 CH3-CO-S-CoA Acetil-CoA Glicose Piruvato (3) 3-Fosfogli cerato (3C-P) Glicose-6-P (6C-P) Frutose-6-P(6C-P) Frutose-1,6- difosfato (P-6C-P) Dihidroxicet ona (3C-P) 1,3-Difosfogli cerato (P-3C-P) Gliceraldeido- 3-P (3C-P) Piruvato B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 37 CoA é uma parte protéica (enzima) que se liga ao grupo acetil para formar uma estrutura funcional. CoA significa factor e, não participa na reacção. O CH3 -C ~S- CoA Ácido acético activado O O grupo acetil CH3-C- é muito mais activo (ou reactivo) que o ácido acético O CH3-CO~S-CoA entra no ciclo de Krebs. O ciclo de Krebs ocorre nas mitocônrias, concretamente na matriz interna das mitocôndrias. Balanço do ciclo de Krebs 2FADH2 4CO2 2ATP 6(NADH + H + ) Acetil CoA H2O HS-CoA Oxalacetato Citrato NAD+ H2O L-malato NADH + H+ Cisaconitato H2O ATP H2O Fumarato Fosforilação Iso-citrato FAD Oxidativa NAD+ 1/2O2 CO2 FADH2 NADH + H + α-Cetogltarato Succinato NAD+ HS-CoA NADH + H+ CO2 ATP Succinil-CoA HS-CoA ADP + Pi 1.5.3.3. Cadeia transportadora de electrões e fosforilação oxidativa Os processos de transporte de electrões e fosforilação oxidativa ocorrem na membrana interna das mitocôndrias e estão relacionadas com a estrutura lipo-protéica da membrana. Transporte de electrões O transporte de electrões têm natureza metálica i. é, são moléculas protéicas com elementos metálicos (natureza-protéica-metálica). Os metais podem ser magnésio, potássio, etc. Na base de uma molécula de glicose B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 38 Contém pigmentos citocromos do tipo a, b, c constituidos de Fe e Cu. O mecanismo de transporte de electrões por pigmento depende do metal que contêm. Os metais tanto podem ceder electrões ou recebê-los mudando de carga. Ex: 2es + 2 citoc Fe 3+ 2 citoc Fe 2+ 2 citoc Fe 2+ 2 citoc Fe 3+ + 2e 2H + + 2e + 1/2O2 H2O A energia não se forma de uma unica vez, mas em passos e em cada passo forma-se uma parte de energia. Fosforilação oxidativa Hipotese de acoplamento quimiostatico A hipótese de acoplamento quimiostático é uma forma de explicação da via de transporte de uões H + e electrões pelas membranas. Esta hipótese estabelece que no processo de fosforilação oxidativa ha um transporte de iões de hidrogénio (H + ) da matriz interna para a matriz externa das mitocôndris. A matriz externa é praticamente acida. O transporte de electrões é feito através da membrana interna. Para o transporte de iões H + e electrões não é utilizado ATP, ele é realizado através de processos quimicos – diferença de potencial redox. Balanço energético da respiração numa molécula de glicose A. Glicolise 2 ATP 2NADH + H + =(4) ATP B. Formação da acetil-CoA 2NADH + H + =6 ATP C. Ciclo de Krebs 2ATP 6NADH + H + =18 ATP 2FADH2 =4 ATP 36 ATP ~42% de energia da glicose + calor ΔG°=-2870 Kj B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 39 Ácidos gordos Ácido palmitico=190 ATP (C16) ΔG°=-4355Kj Fermentação lactica 2NADH + H + 2NAD + CO2 2NADH + H + Fermentação Lactica 2NAD + Ocorre em bactérias tais como streptococcus lactis, Lactobacillus sp e em organismos superiores; Fermentação Alcoolica no homem ocorre na musculatura Ocorre em: Leveduras Sacharomyces cerevisae Sacharomyces vini Sacharomyces carls bergensis Bactérias pseudomonas Entre o processo de respiração celular e fermentação o processo mais primitivo é a fermentação. E entre a respiração celular e a fotossintese o processo mais antigo é a fotossintese. Respiração celular Objectivo: Oxidação de substâncias alimentares de reserva (aminoácidos, ácidos gordos, hidratos de carbono, etc.) para o fornecimento de energia em forma de ATP. Possibilidades de formação de ATP numa célula Através da respiração celular Através do processo de fotossintese – fotoquimica – fotorespiração. Nota: Toda a célula necessita de ATP para a realização de todos os processos metabólicos. Glicose 2 Piruvato 2 Etanol + 2ATP 2 Acetal deido 2 Lactato + 2ATP B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 40 Produção de ATP Para a produção de ATP ocorrem varios processos tanto nas plantas como em animais e bactérias. Fotossintese Respiração celular Plantas Respiração celular Animais Fermentação Fermentação Fermentação Bactérias/Leveduras 2. Troca e transporte de matéria 2.1. Processos fisiológicos de transporte através da membrana Funções da membrana -Delimitação -Absorção de substâncias -Transporte ou transferência de substâncias e sua regulação 2.1.1. Tipos de transporte 2.1.1.1. Difusão É um movimento ao acaso da particulas ( do meio de maior concentração para o de menor concentração) com tendência a atingir o equilibrio dinâmico. O fundamento fisico da difusão é a diferença de concentrações de substâncias entre os dois meios. Leis de difusão ou leis de Fick Primeira lei A taxa de difusão é dada por n = Quantidade de particulas dn D*A*dc t = Tempo dt dl D = Coeficiente de difusão dn taxa de difusão A = Superficie de troca dt C = Concentração dc gradiente de concentração l = Distância a percorrer pelas particulas ATP B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 41 dl Nota: A velocidade de difusão é directamente proporcional à temperatura. Quando à temperatura é elevada, a velocidade de difusão aumenta. Segunda lei de difusão ou lei de Fick “A distância percorrida pelas particulas na difusão é directamente proporcional à raíz quadrada do tempo”. X = const t Nota: O processo de difusão é mais eficaz para pequenas distâncias Desvantagens da difusão A velocidade de difusão diminue com o tempo Ex: Difusão de fluoresceina na agua Tempo Distância (mm) 1 seg 0.09 10 seg 0.28 30 seg 0.48 1 min 0.68 1 h 5.2 1 dia 26 1 mês 140 Numa célula, a difusão realiza-se entre o interior da célula e os espaços entre as células – espaços intercelulares chamados Espaços livres de difusão ou “free spaces”. Nesses espaços encontram-se sempre moléculas a movimentarem-se livremente e que podem entrar em interacção com as paredes das células, diminuindo assim a area dos espaços livres de difusão, passando a denominar-se de Espaços livres aparentes ou “apparent free space”. A permeabilidade da membrana depende de 2 factores: -Tamanho das particulas que a atravessam -Solubilidade lipidica das substâncias. 2.1.1.2. Permeação Facilitada Permeação: é o processo de passagem duma substância através duma membrana. Ou pode-se entender como a capacidade que uma substância tem de atravessar uma membrana. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 42 Visto a membrana ser muito selectiva geralmente as substâncias atravessam-na com ajuda de um translocador ou transportador - Carrier Vantagem da presença de transportadores Os translocadores funcionam como catalizadores e aceleram o processo de passagem de uma substância pela membrana e a energia que seria gasta para o transporte de uma molécula pode servir para mais moléculas. 2.1.1.3. Propriedades de um transportador -Deve possuir um centro activo no qual se vai ligar à substância por transportar -Tem uma alta especificidade. Cada transportador transporta uma substância específica -Actuaem ambos sentidos: De fora para dentro da célula e de dentro para fora da célula. -Pode ser regulado pela célula -Depende da temperatura. Existem temperaturas moderadas para o funcionamento dum transportador. Os transportadores são estruturas protéicas que a altas temperaturas não funcionam. 2.1.2. Transporte Activo O transporte activo é um mecanismo activo que para sua ocorrência utiliza ou consome energia em forma de ATP e realiza-se contra o gradiente de concentração (isto é da região de menor concentração para o de maior concentração). Transporte passivo Transporte activo Sem energia Exige energia em forma (Difusão) de ATP Exemplo de transporte activo Funcionamento de uma bomba de iões de Na e K K + K + Espaço extracelular Na + Na + Na + Na + Na + Membrana duma célula K + K + K + K + K + Na + Na + Espaço intracelular B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 43 A mesma bomba que transporta iões de Na + para fora da célula transporta também iões de K + para dentro da célula. Durante esse processo ha uma enzima que cataliza a hidrolise do ATP para permitir o fornecimento de energia a utilizar nesse transporte activo de iões. Ao mesmo tempo que os iões de Na + são transportados para fora pelo transporte activo eles retornam no interior da célula por difusao. O mesmo acontece com iões de K + . O retorno de iões de Na + para a célula é muito importante porque permite a entrada para dentro da célula de moléculas necessarias à célula tais como: glicose, aminoácidos, etc. Esquema de funcionamento da bomba de iões: Nota: A proteína que transporta iões de Na + é a mesma que transporta iões de K + . A proteína quando é fosforilada tem afinidade para iões de Na + e muda de estrutura quando é desfosforilada passando a ter afinidade para iões de K + . B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 44 2.1.3.3. Endocitose e Exocitose(ou Estusão) Endocitose Entrada de particulas dentro da célula Fagocitose-Inclusão de particulas solidas dentro da célula. Pode ser para fins de Exocitose defesa do organismo ou para alimentação Pinocitose-Inclusão de particulas liquidas. Ex: Células do intestino quando absorvem substâncias alimentares EEC EIC Exocitose EEC Endocitose EIC EEC EIC 2.2. Economia da água na planta A agua é a componente principal das células vivas constituindo cerca de 80-90% do peso total duma célula Funções da água - Como solvente universal - Como reagente - Como estabilizador das células 2.2.1. Potencial da água(ψ) Potencial da água ψ é uma grandeza termodinâmica e é expressa em bar 1 bar 10 5 Pa O potencial da água ψ não tem um valor fixo porque ele depende da temperatura e da presença ou não de substâncias dissolvidas. μw-μow μw Potencial quimico da água Ψ= νw μow Potencial da matriz (matricial) νw Volume molar parcial da água μw<μow B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 45 O potencial da água caracteriza o estado hídrico da planta, do solo e do ambiente (atmosfera). Propriedades do potencial (ψ) Em água pura nas condições PTN, ψ=0 Em água com partículas dissolvidas ψ<0 Com o aumento da pressão ψ>0 Movimento espontâneo da água A água geralmente move-se da região de maior ψ para região de menor ψ i.é, de valores menos negativos para os mais negativos. Ex: Movimento de água numa planta. Ambiente seco -1000 bar Solo seco -25 bar Solo humido 0 bar 2.2.2. Sistema osmótico da célula Tubo ascendente Parede porosa Parede celular Membrana Semipermeavel Água pura Citoplasma Solução Suco de açucar Celular (conteudo do vacuolo celular) Célula de Pfeffer Célula vegetal Descrição dos processos B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 46 Na célula de pfeffer - A agua tende a entrar na solução açucarada. Com o aumento da quantidade de solução esta sobe através do tubo ascendente até que se chega a uma fase em que ha equilibrio no qual a solução ja não sobe mais. Na célula vegetal - Existe a parede celular. A troca de substâncias (agua) ocorre apenas com o vacuolo central que possue uma membrana selectiva. Parede celular Vacuolo Meio hipotonico No meio hipotonico a concentração é maio menor; a quantidade de solvente é maior; por isso mesmo cria-se uma pressão osmotica que tende a empurrar a agua para o interior da célula/vacuolo. Mas no vacuolo cria-se uma pressão que tende a impedir a entrada de agua nele. Pressão osmótica(ψs/PO) É a força que tende a empurrar o liquido (agua) para dentro do vacuolo. Pressão de Turgescência (ψp/PT) É a força que tende a impedir a entrada de agua dentro do vacuolo. A diferença entre duas forças (pressão osmotica e pressão de turgescência) da-nos o potencial da agua (ψw) Deficit da pressão de difusão (DDP). (-)ψw = (-)ψs + (+)ψp ψw = ψs - ψp DDP = PO - PT Potencial Osmótico (ψπ) É a força com que a agua pode penetrar dentro da célula. O porencial osmotico depende da concentração de substância dentro da célula. Quando a concentração dentro da célula é maior, o potencial osmotico sera maior. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 47 Na agua pura o potencial osmotico é igual a zero e expressa-se em bar. Ψπ = 0 bar Ψπ = -CRT Para soluções ideais Concentração Temperatura absoluta Constante universal de gases Nota: Cada célula tem o seu potencial osmotico especifico Ψπ* Ex: Para uma célula com [ ] = 1M a 0° C T = 273 K Ψπ* = 22,7 bar Para soluções reais em que existem forças de interacção entre moléculas temos que introduzir um factor de correcção na formila Ψπ = -CRT; chamado coeficiente osmotico (g) e teremos: Ψπ = -gCRT Para soluções reais gC = Osmolaridade Depois da introdução do coeficiente osmotico (g) o potencial expressa-se em molares. O potencial osmotico (Ψπ) indica como a adua penetra na célula ou atravessa a membrana. Nas plantas o Ψπ varia de –2 a –40 bar 2.2.3. Perda de água na planta A planta perde água de 2 maneiras: -por transpiração -por gutação 2.2.3.1. Transpiração É o fenómeno de devolução da água ao meio ambiente pela planta sob forma de vapor ou, é a perda de água no estado gasoso pela planta. Ex: Num dia de sol uma planta de girassol pode perder 1 litro de agua por dia. Uma árvore grande pode perder cerca de 400 litros de agua por dia B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 48 A transpiração é um processo endotérmico e engloba um processo fisico que é a evaporação. Evaporação – é o fenómeno da perda de água duma supeficie molhada por acção da temperatura. Orgãos de transpiração Epiderme Exoderme Rizoderme Periderme A força motriz da transpiração é o baixo potencial hidrico do ar. Quando o ar é seco (falta de agua) a agua é retirada da planta para o ambiente. Factores da transpiração Temperatura – Temperaturas elevadas implicam maior transpiração Superficie exposta – Maior superficie implica maior transpiração Pressão atmosferica – A transpiração aumenta com o aumento da pressão atmosferica. Ventilação – Maior ventilação implica maior transpiração Humidade relativa – Com o aumento da humidade a transpiração diminue. H(absoluta) Hr = *100H(saturante) Tipos de transpiração Estomática por estomas Transpiração Cuticular por meio da cutícula Lenticular por lentículas Transpiração estomática É directamente controlada pela planta e liberta muita quantidade de vapor de agua. É o tipo principal de transpiração. A transpiração estomatica da-se por difusão livre da agua; do interior da célula para o ambiente. Parênquima lacunoso Camada subestomática Ambiente B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 49 Classificação da planta segundo a posição das células estomáticas na folha 1. Folhs epiestomáticas Com estomas na pagina superior. São geralmente folhas de plantas aquaticas com folhas flutuantes. 2. Folhas hipoestomáticas Com estomas na pagina inferior. São folhas de plantas vulgares. São terrestres. 3. Folhas anfiestomáticas Com estomas nas duas paginas. São folhas das zonas temperadas Nota: Cada planta so pode ter um dos três tipos de folhas e nunca se encontram 2 tipos de folhas numa mesma planta. Número de estomas por mm 2 da superficie foliar As plantas das regiões temperadas humidas têm folhas com muitos estomas pois uma vez que a humidade diminue a percentagem da transpiração. As plantas criaram adaptações para poder aumentar os sitios da transpiração. O número elevado de estomas eleva o poder de transpiração; eficiência que se chama – Efeito de margem. A transpiração é mais eficiente nas margens da folha, por isso as margens da folha são as primeiras a secar. Mecanismo de regulação da transpiração A planta regula a transpiração por meio de um mecanismo fisiológico que é o grau de abertura dos estomas. Planta Estomas na face inferior Estomas na face superior Figueira 145 0 Nymphaea (aquatica) 0 460 Zea mays 68 52 B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 50 O grau ou a taxa de transpiração é directamente proporcional ao grau de abertura dos estomas. A abertura dos estomas deve-se a um movimento designado fotoactivo ou fotonastico que consiste no aumento da turgescência. Esquema de abertura dos estomas H2O Fissura aberta Maior transpiração Fissura fechada Parede espessa Paredes finas facilmente dilataveis Causas da abertura dos estomas Presença de luz ________________ fotossintese____________ consumo de CO2 ___________ diminuição de ácido carbonico _____________ aumento de pH ____________ activação de enzimas para a decomposição de amido em glicose ____________ a diminuição do potencial osmotico ψs do conteudo vacuolar da célula estomatica ___________ o movimento da agua das células vizinhas para as células estomaticas _______________ aumento da turgescência da célula estomatica ______________ abertura da fissura do estoma ______________ transpiração. Factores que influenciam o movimento estomático 1. Radiação solar 2. Temperatura 3. Ventilação 4. Disponibilidade de agua no solo 5. humidade do ar atmosferico B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 51 Periodicidade diária de transpiração A transpiração não se dá de igual maneira nos diferentes períodos do dia Dia com 500 muito vento 300 Dia com 100 pouco vento h 6 18 6 18 A transpiração deve-se à grande diferença de potencial hidrico entre o interior da folha e o ar atmosferico. Como consequência a agua tende a sair da folha para o meio ambiene. Ex: Folha -25 bar Atmosfera -940 bar sentido do movimento da agua Importância da transpiração 1. Permite o movimento interno passivo da água e transporte de sais minerais. 2. sendo um processo endotérmico visa reduzir a temperatura da planta. A planta (ou folha) conserva uma temperatura de cerca de 15° C enquanto estiver muito quente. Deslocação da água através da planta A água circula dentro dos elementos condutores do xilema (células mortas) graças à existência de forças que permitem a ascenção de agua às partes mais acima da planta. Forças que permitem a subida da água às partes mais acima da planta. 1. Pressão radicular O potencial hidrico nas raízes é mais negativo que o do solo por isso a agua flue do solo para as raízes. Esta força consegue fazer subir a agua até cerca de 30 m de altura da planta. 2. Transpiração B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 52 Por causa da transpiração a região das folhas fica menor quantidade de agua (potencial hidrico menor) isto faz com que a agua (da região media da planta) suba até às folhas. 3. Força de coesão das moléculas de agua Devido a união entre as moléculas de agua, a subida de uma leva a subida de outras tantas. 4. Aderência capilar A aderência das moléculas de agua a paredes capilares 2.2.3.2. Gutação É a perda de agua em forma liquida pela planta. Ocorre quando a transpiração é deficiente ou não é possivel geralmente devido à temperaturas baixas. A gutação observa-se geralmente nas manhãs. As células que realizam a gutação chamam-se Hidatodos e localizam-se geralmente nas margens da folha. Nota: As gotas de agua que aparecem na superficie da folha não é resultado da gutação mas sim da condensação de vapores de agua da atmosfera. As gotas de agua resultantes da gutação aparecem nas margens da folha (pois os hidatodos localizam-se nas margens). Colocasia nymphaefolia 100 ml H2O por dia Hidátodos 2.2.3.3. Exsudação É a eliminação de soluções aquosas em lugares de ferimentos na planta. 2.2.4. Absorção da água pela planta As plantas absorvem agua através de toda a sua superficie mas principalmente através das raízes. A absorção de agua pelas raízes é uma caracteristica muito especial das plantas cormofitas. As talofitas brofitas etc, absorvem agua através da superficie do corpo da planta. O solo B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 53 É um componente solido de compensação variada; de particulas solidas, liquidas, gasosas agrupadas de diferentes maneiras. Água no solo Água livre Diz-se à água disponível para aplanta e que circula livremente pelos espaços entre os corpúsculos do solo. Água fixa Aquela que se encontra dentro das partículas do solo e não é livre de circular. A raíz duma planta necessita duma grande capacidade para retirá-la. Água de hidratação Designa-se aquela que se encontra a rodear as particulas do solo/dos sais devido à interacção entre as cargas da molécula de agua e iões dos sais. Esta água é muito fixa. Potencial de água no solo 1. ψ = -1 a-3 bar Solo saturado 2. ψ = solo seco aumenta o valor negativo do potencial 3. ψ = -100 bar Solo salgado Ca ++ B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 54 Para que a água do solo seja absorvida pela planta é indispensável que haja uma diferença de potencial de água entre o solo e a raíz. O potencial na raíz deve ser mais negativo que o do solo. A Raíz Por exemplo a raíz da planta de trigo/mapira. É uma raíz fasciculada e de homorrhiza (não tem raíz principal) e podem atingir 2 m de profundidade e juntos as raízes de uma unica planta podem perfazer aproximadamente 80 Km de extensão. A superficie das raízes é de pêlos radiculares. Os pêlos radiculares além de aumentarem a superficie de absorção pelas raízes também permitem a ligação entre as raízes e as particulas do solo. Tipos de absorção (Absorção Simplástica e absorção Apoplástica). Absorção Simplástica Esquema do pêloradicular Absorção Apoplástica Rizoderme/Exoderme Cortiça (parênquima cortical) Endoderme Periciclo Absorção Simplástica Ocorre através das células vivas. É controlada pela membrana da célula e a água passa pelo vacúolo. Ocorre graças à osmose e transporte activo. Absorção Apoplástica Ocorre através dos espaços intercelulares e por isso não é controlada pelas membranas das células. Esta via termina na endoderme que não permite a passagem de substância (água) pois são células suberificadas. Ocorre através de difusão. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 55 2.2.5. Inchação/Imbibição/Turgescência É a absorção da água por um corpo inchável e polimolecular que sofre um aumento de volume. Razões deste fenómeno A inchação deve-se à existência no corpo, de corpuscúlos/partículas com cargas à volta das quais se formam invólucros de água. H2O A capacidade de inchação depende do volume e tipo de iões Li + Na + K + Rb + Cs + Aumento do raio ionico Capacidade de formação de agua de hidratação Efeito capilar É um fenomeno ligado com as paredes celulares. As estruturas da parede celular composta por uma rede de (macro e microfibrilas) limitam a capacidade de aumento de volume da célula. Este fenómeno designa-se Inchação limitada; acontece na celulose, amido e mais. A inchação não limitada ocorre por exemplo nas moléculas de proteínas e agar-agar. 2.2.6. Tipos gerais de plantas segundo o balanço hídrico Plantas adaptadas ao ambiente segundo a humidade 1. 1. Plantas Xerófitas -Possuem uma resistência à secura na superfície foliar devido à reução da superficie foliar. As folhas podem caducar no tempo seco. -Ocorre a redução da transpiração devido à existência de pêlos mortos na superficie da folha. -O sistema radicular tem grande profundidade e extensão -São plantas suculentas (capacidade alta de retensão de água). 2. Plantas hidrófitas B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 56 -São plantas vasculares aquaticas mas, os elementos de transporte estão muito reduzidos; por isso a absorção de água e sais minerais ocorre mais pela superficie. -Não apresentam cuticula -A sua epiderme normalmente tem cloroplastos. 3. Plantas higrófitas São plantas que crescem em zonas húmidas. Nelas verifica-se um aumento de transpiração devido à grande superficie das suas folhas, pêlos vitais nas folhas e estomas numa posição elevada (mais à superficie da folha). Ocorre também a gutação. 4. Plantas Mesófitas São plantas menos adaptadas; têm um balanço hídrico instável, isto é, ocorre neles o murchecimento. 2.2.7. Absorção e transporte de sais minerais Analisando a composição químca duma planta verificamos que se divide em dois grupos de elementos. 1. Macroelementos Existem em maior percentagem e, são eles o H, C, O, N, K Ca,, Mg, P, S 2. Microelementos Existem em baixas concentrações e são eles o Cl, B, Fe, Mn, Zn, Cu, Mo, (Na) *Outros ainda aparecem em concentrações extremamente baixas tais como Si, Al, V, Co Exemplo duma composição química completa duma planta (Zea mays) Percentagem de peso seco total O2 44.4 Mg 0.18 C 43.6 S 0.17 H 6.2 Cl 0.14 N 1.46 Al 0.11 Si 1.17 Fe 0.083 K 0.92 Mn 0.035 Ca 0.23 Não deter 0.93 P 0.20 Esta composição perfaz 10-20% do peso vital da planta e os restantes 80-90% são de água B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 57 O silício serve de estabilizadoe da parede da planta O2, H2 e C são os mais importantes e aparecem em maiores percentagem e, estão envolvidos nos processos da fotossíntese. 2.2.7.1. Potencial das membranas Na + /(K + /Mg 2+ ) e Cl - /Ca 2+ . Estes elementos podem formar um potencial na membrana da célula devido a um gradiente de concentrações desses iões. 2.2.7.2. Estrutura das moléculas orgânicas (por ex: enzimas) K + , Ca 2+ , Mg 2+ , Mn 2+ estes elementos(iões) participam na formação de compostos peptidicos da estrutura em rede da parede celular. 2.2.7.3. Aumento da polarização dos grupos reactivos Mg 2+ , Cu 2+ , Mn 2+ além de participarem nas reacções redox podem ser parceiros duma reacção em cadeia. 2.2.7.4. Reacções redox Cu, Fe, Co, Mn, Mo São transportadores de electrões (PC) (Cit) (fotolise) 2.2.8. Transporte de sais minerais a distâncias longas O transporte de sais minerais e agua ocorre em vasos especiais nos vasos condutores: xilema, traqueia e traqueides. O transporte pode ser activo ou passivo. 1. Transporte de sais e agua pelos elementos de xilema Sendo o xilema constituido por células mortas o transporte é passivo (apoplastico). Formações tubulares especializados por onde ocorre o transporte B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 58 2. Transporte pelo floema Floema é composto por células vivas e o transporte é activo (Simplastico). Velocidade 50-100 cm/h Vasos crivosos Porque os vasos crivosos não possuem nucleo mitocôdrias nem vacuolos a energia necessaria para o transporte activo é fornecida pelas células companheiras. Nota: O sistema de transporte de substância na planta é muito complexo e inclue muitas e diversas forças; as indicadas são portanto as mais importantes. B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 59 3. Metabolismo do Azoto na planta As plantas têm a capacidade de fixar o nitrogénio e elas podem sintetizar todos os compostos orgânicos azotados que necessitam a partir do nitrogénio inorgânico (são organismos N- autotroficos). Fontes de nitrogénio para as plantas São os nitratos do solo e N2 (molecular) Compostos azotados utilizados pelas plantas N° de oxid. +5 NO3 - Nitrato +3 NO2 - Nitrito 0 N2 Nitrogénio molecular -1 NH2OH Hidroxilamina -3 NH4 + , NH2 - amonio, grupo amina Oxidação Fixação durante tem- bacteriana pestades (raios) de N2 Desnitrificação Nitrato-redutase Nitrito- redutase Nitrobacter Nitrosomonas Cat Decomposição bacteriana Glutamato Glutamina Aspartato Aminoácidos Ácido fumarico Compostos azotados de diversos organismos N2 atmosférico NO3 - NO2 - NH4 + Ácido α-cetoglutarico B. Bandeira Universidade Pedagogica - Dep.to de Biologia - Fisiologia Vegetal Maputo, Setembro 2001 60 3.1. Redução de nitrato (processo assimilatório) Nitrato (+5) Amoniaco (-3) Este processo ocorre nas plantas mediante consumo de 8 equivalentes redutivos e em duas etapas: Nitrato-redutase I. Nitrato + 2e Nitrito NADH2 2e FAD Fe-Mo Nitrato Nitrito redutase II. Nitrito + 6e (de ferrodoxina ou NADH2) NH4 + NADH2 Fd red (NADH2) 2e 6e NAD+ Fed. oxid Nitrito- -redutase 3.1.1. Nitrificação Nitrobactérias (nitrosomonas) 2NH3 + 3O2 2HNO2 + 2H2O Bactérias aerobicas Nitrobactérias (nitrobacter) 2HNO2 + O2 2HNO3 3.1.2. Desnitrificação NO3 - N2 Bactérias anaerobicas 3.1.3. Fixação biologica de N2 Este é um processo inverso ao da desnitrificação N2 NH3/NH4 + Fixação de N2 por microorganismos livres (singulares) Bactérias fotoautotroficas (ex: Rhodospirillum, Chlorobium) Bactérias heterotroficas (ex: Azotobacter, Clostridium) (aerobia) (anaerobia) Cianobactérias (ex: Nostoc, Anabaena) Entre essas bactérias livres alguns vivem na agua e outras no solo. Os da agua são os mais
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