Teoria da Literatura e Produção Textual, avaliação

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Teoria da Literatura e Produção Textual-Avaliação
Questão 1
 Platão, em A República, ao apresentar estudos sobre a mimesis, apresenta tipos de falas em uma narrativa. São elas:
a.
O poeta fala em nome de outrem e seu nome. O poeta fala em seu nome. O poeta fala para em nome do seu leitor.
b.
O poeta fala em seu nome. O poeta fala para expressa-se. O poeta fala em nome do seu leitor.
c.
O poeta fala em nome do seu leitor. O poeta fala para expressar sua realidade. O poeta fala em nome de outrem.
d.
O poeta fala em seu nome. O poeta fala em nome de outrem. O poeta fala em seu nome e em nome de outrem.
e.
O poeta fala em nome de outrem. O poeta fala para denunciar outrem. O poeta falar para defender-se.
Questão 2
Texto da questão
A perspectiva funcionalista de Roman Jakobson (1896-1982) e de outros estudiosos da Escola de Praga em relação à produção textual influenciou os estudos linguísticos desenvolvidos no século XX. Por isso, os aspectos funcionais e comunicativos da linguagem ganharam atenção e originaram variadas vertentes da Linguística. Ao esquematizar o processo de comunicação verbal, Jakobson tinha objetivo de elucidar seus componentes e apontar a função predominante no texto de acordo com sua predisposição comunicativa. Assim é possível afirmar que para Jakobson, o texto literário
a.
estabelece contato com o receptor da mensagem por meio da forma física em que se apresenta, portanto dispõe da função Fática como função dominante.
b.
Retoma a Poética de Aristóteles, devendo seguir critérios e normas estabelecidos para elaboração de um bom texto literário e atentar-se às estruturas verbais que definem a Literatura.
c.
diferencia-se da Linguística por apresentar a função Poética e empregar a linguagem de maneira elevada em relação aos demais modos de comunicação verbal.
d.
Apresenta a função Poética como dominante, visto que o foco da comunicação é a própria mensagem, podendo ainda apresentar outras funções secundárias.
e.
Tem seus significados extraídos do exercício da palavra, ação que demanda do leitor atenção quanto às propriedades da função emotiva no texto, em razão do uso do contexto social e histórico para originar emoção e devida situcionalização do meio.
Questão 3
Texto da questão
Ao contrário de Platão, o filósofo Aristóteles limitou seus estudos apenas à poesia, excluindo fatores como educação e família, voltando à natureza do seu objeto de estudo. Ao analisar seus escritos, em A Poética, é possível perceber as diferenças de análises entre Platão e Aristóteles, pois o segundo filosofo:
a.
Defendia que a poesia deveria ser desenvolvida com base nos sentimentos e emoções que o escritor deseja transmitir ao seu leitor, sem se preocupar com sentido educativo ou até mesmo seguir um padrão dos gêneros literários existentes.
b.
Procura tornar a poesia uma fonte pedagógica e de ensino para seu público leitor.
c.
Procurava defender a ótica pragmática em seus estudos, para que a virtude fosse transmitida nos poemas.
d.
Buscava caracterizar a Literatura, estudar seus gêneros e uma forma de desenvolver boas fábulas sem se preocupar com teor educativo.
e.
Atentou-se apenas à estrutura da poesia, buscando aprimorá-la com intenção de alcançar o sucesso na escrita.
Questão 4
Texto da questão
Camões escreveu "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", afirmação que pode ser relacionada às mudanças que a Literatura sofreu ao longo do tempo e ainda sofre. Os poetas clássicos, juntamente com suas regras e objetividade, foram destronados na primeira parte do século X
IX pelos escritores românticos, que defendiam a escrita livre e subjetiva e, na sequência, ainda no mesmo século, esses escritores perderam espaço para os escritores denominados naturalistas, que buscavam representar como uma sociedade funciona e defendia a coletividade. É possível concluir que:
a.
As mudanças apresentadas e defendidas pelos escritores de determinada época foram facilmente aceitas pelos escritores anteriores, como no caso dos românticos, que aceitaram com naturalidade as propostas dos naturalistas, pois assim fizeram os escritores clássicos quando os românticos expuseram a reforma nas regras dos textos.
b.
A Literatura não sofreu mudanças drásticas, os escritores apenas aprimoram as regras estabelecidas pelos escritores clássicos a fim de melhorar a arte da escrita.
c.
A Literatura sofreu muitas mudanças com o tempo, mudando seu objetivo diversas vezes, pois os escritores de determinadas épocas defendiam que a Literatura estava desgastada e precisava de mudanças, mas apesar de alterarem as regras e foco, a essência dos poetas clássicos sempre permaneceu.
d.
É natural que a Literatura sofra mudanças de regras ou visão conforme a época, porém muitos não estão aptos a aceitar com facilidade mudanças na arte escrita.
e.
Assim que um novo movimento literário surge, o movimento anterior é automaticamente descartado e perde seu valor perante os especialistas literários.
Questão 5
Texto da questão
Em decorrência da modernidade e questionamento do cânone literário, o professor e crítico literário Harold Bloom conceitua a influência que tais autores modernos sofrem dos canônicos, mesmo quando em vias de criticar ou realizar interpretações das obras originais. Tal processo é definido como:
a.
Processo de desconstrução.
b.
Releitura perversa.
c.
Influências poéticas frutíferas.
d.
Distorção canônica.
e.
Angústia da influência.
Questão 6
Texto da questão
Aristóteles defende a mímese em três partes: boas, más ou ruins. Se a imitação é considerada boa, significa que são melhores que nós. Se são ruins, conclui-se: o imitador é pior que nós. Assinale a opção que apresenta respectivamente as opções de gênero que exalta a boa e má imitação do homem.
a.
Tragédia e Comédia.
b.
Comédia e Tragédia.
c.
Tragédia e Drama.
d.
Drama e Tragédia.
e.
Comédia e Drama.
Questão 7
Texto da questão
A Literariedade proposta pelo formalismo russo diferencia o discurso cotidiano do literário por meio de características particulares ao uso de cada um desses discursos, como é possível verificar-se na tabela abaixo: Sobre tais discursos, é possível firmar que:
a.
A fidelidade do discurso cotidiano aos fatos e figuras históricas torna essa forma de discurso gratuita, assim como outros tipos de discursos escritos que reportem a um conteúdo exterior.
b.
No discurso cotidiano, todos os elementos são significativos, o que torna os signos do discurso elementos plurissignificativos. Sendo assim, a pluralidade de contextos no discurso, assim como a transparência dos significados, torna-se evidente ao dar atenção ao que se requer do leitor para a devida interpretação da mensagem.
c.
O discurso literário não se compromete com a veracidade de fatos históricos, permitindo assim a ressignificação dos signos neles contidos. Essa característica marca o texto literário como gratuito, podendo conservar-se ao longo do tempo e proporcionar novas interpretações a cada leitura.
d.
A significação requer maior atenção do emissor na produção do discurso cotidiano, visto que há o interesse em produzir a mensagem fidedigna quanto aos fatos históricos. A riqueza do discurso provém das relações de sentido entre signo e significante, tornando o discurso menos transparente.
e.
O discurso cotidiano e o literário se confundem visto que ambos demonstram o uso incomum da língua, evidenciando dessa forma a opacidade da comunicação humana em função da riqueza linguística.
Questão 8
Texto da questão
Assim como Xenófanes, Platão defendia o conceito de Mímese, e para estudar esse conceito, criou a seguinte tripartida: · há um relato puramente imitativo, como se encontra na tragédia e na comédia, gêneros em que impera o diálogo, sem interferência do narrador; · outro tipo de relato não é imitativo, pois são fatos relacionados pelo próprio poeta, que fala em seu nome, como se indicou antes - seu exemplo provém do ditirambo, canto coral de pendor lírico que pode usar a primeira ou a terceira pessoa do discurso; · o terceiro modelo utiliza os dois recursos precedentes,[...] em que há partes em que o poeta se expressa e outras em que são as personagens que falam. (ZILBERMAN, 2018, p. 34-35) A partir dessa tríade sobre a mimese, analise quais desses conceitos estão presentes no trecho de Ilíada, de Homero, (1944 apud ZILBERMAN, 2018, p. 35) a seguir e assinale a resposta correta: Canta, ó deusa, de Aquileus Peleida a ira ingente, que tão calamitosa foi para os guerreiros acaios, e almas de heróis sem conta fez baixar ao Hades e seus corpos deu em repasto a cães e aves carniçais: assim Zeus o quis em razão da contenda brava, que um a outro tornou insuportáveis o Atreida, príncipe de guerreiros, e o divino Aquileus.E qual dos deuses empederniu os dois em tão teimosa reixa e os tornou um ao outro detestáveis? O filho de Letó e de Zeus! Escandera-se contra el-rei o deus e lhe lançou no acampamento a peste: iscadas as tropas, morriam por mangas e inteiras turmas, por haver ultrajado o Atreida ao sacerdote Crises. Aproximara-se o sacerdote das esbeltas naus acaias, em busca de sua filha, por cujo resgate oferecia preço imenso; presas no topo do cetro, ostentava as insígnias de Apolo que remessa longe o dardo; e exorou humilde a todos os acaios e em especial aos dois Atreidas que governavam as armas: - Atreidas e todos vós, ó gentis-polainudos acaios, queiram os deuses moradores do Olimpo conceder-vos a graça de arrasardes a cidade de Príamos e de voltardes satisfeitos a vossos lares. Para tanto não será muito que vos digneis restituir-me minha filha e aceitar minha oferta, por atenção e respeito ao filho de Zeus.
a.
No trecho anterior, há presença da mímese referente ao primeiro conceito da tríade de Platão, pois a epopeia é um dos gêneros em que se impera o diálogo, sem que haja interferência direta do narrador.
b.
O segundo conceito da tríade se faz presente no trecho, uma vez que o poeta se manifesta o tempo todo na epopeia, sendo ele próprio o protagonista da obra.
c.
O narrador da epopeia de Homero é o próprio poeta que deseja invocar sua musa. Como está escrito na primeira pessoa, o trecho é exemplo do segundo modelo da tríade de Platão.
d.
O terceiro conceito é exemplificado no trecho, pois tanto o poeta quanto os personagens têm voz na epopeia, exemplo disso é a manifestação do poeta invocando a musa nos primeiros parágrafos e no quarto parágrafo transfere a para o personagem Crises.
e.
A epopeia estudada é narrada inteiramente na terceira pessoa, relatando emoções e desejos relacionados ao poeta, sendo característica da segunda regra da tríade.
Questão 9
Texto da questão
Platão após estudar a poesia, suas características e formas de uso, em A República, condena ao extremo a poética, pois, embasando seus estudos por meio da mimese, declarou que:
a.
Praticamente toda arte é cópia de objetos já existentes, com exceção da poética que não é uma imitação e sim uma criação imaginativa do escritor
b.
A poesia é desprovida de teor artístico, pois as fábulas existentes nas epopeias trazem mentiras e desrespeito aos deuses.
c.
A poesia é a arte que mais sofre imitação artística, pois os escritores não procuram expor sua criatividade nos seus textos, apenas reproduzem o que já está escrito.
d.
A poesia nada mais é que a imitação da imitação.
e.
A mimese condena todo teor de reprodução, seja na estética, seja no assunto da poesia.
Questão 10
Texto da questão
Tzvetan Todorov, ao analisar os tipos de narradores que estão presentes em uma obra literária concluiu: "o narrador pode saber maios que as personagens, tanto quanto elas, ou até menos" (ZILBERMAN, 2018, p.80). Oscar Tacca, por sua vez, ao embasar seus estudos em Todorov, afirmou que "o narrador está sempre presente em todas as narrativas, já que alguém fala ao ser contada uma história. O narrador é, pois, uma consciência narradora, que detém um conhecimento, ao contrário do leitor, que o ignora. As diferenças entre os narradores estabelecem-se desde esse patamar, já que o narrador pode saber mais, tanto quanto ou menos que o leitor. Assim, para Tacca há três tipos de narradores:
a.
Narrador onisciente, narrador observador e narrador protagonista.
b.
Narrador onisciente, narrador personagem e narrador deficiente.
c.
Narrador onisciente, narrador personagem e narrador deficiente.
d.
Narrador onisciente, narrador equisciente e narrador deficiente.
e.
Narrador onisciente, narrador equisciente e narrador personagem