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A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS aula 2 ano

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A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS aula 2º ano (geo) 
Fatores Locacionais
	Os fatores locacionais são as vantagens que um determinado lugar oferece para a instalação de indústrias. No momento de investir, os empresários levam em consideração quais os fatores são mais importantes para aumentar a sua lucratividade. Os principais fatores que atraem indústrias, de modo geral são:
matérias-primas – minerais e agrícolas; energia – petróleo, gás, eletricidade, etc.; mão-de-obra – pouco qualificada (baixa remuneração), qualificada (alta remuneração); tecnologia – parques tecnológicos, universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento; mercado consumidor – relacionado a quantidade de pessoas e poder aquisitivo; logística – disponibilidade de transporte, armazenamento e distribuição; rede de comunicações – telefonia, internet, etc.; complementaridade – proximidade das industrias afins; incentivos fiscais – redução ou isenção de impostos concedidos pelo Estado.
	Durante a primeira Revolução Industrial, do final do século XVIII até meados do século XIX, a proximidade das fontes de energia e das matérias-primas eram fundamentais para a instalação de uma indústria, pois os sistemas de comunicação e transportes ainda eram precários. Com a evolução dos meios de comunicação e dos transportes essa necessidade foi diminuindo. Com os posteriores investimentos em infraestruturas como rodovias, ferrovias e portos a logística para o armazenamento e o escoamento da produção tornou-se um ponto importante. Outros fatores que anteriormente eram muito importantes para a localização de muitas indústrias, sobretudo, as de bens de consumo, foram à disponibilidade de mão-de-obra e de mercado consumidor. É por isso que o fenômeno industrial esteve ligado às concentrações urbanas, culminando na formação de grandes cidades que se tornaram centros industriais. 
	Um fator em especial, vem ganhando importância na hora da decisão sobre onde implantar uma indústria: os incentivos fiscais. Interessados em atrair novas fábricas, diversas esferas de governo concedem isenções de impostos as empresas que pretendem se instalar em seus territórios. Em geral fazem essas concessões a indústrias que tem efeito multiplicador, isto é, que atraem outras fábricas que, por sua vez, não terão incentivos. É comum também a doação de terrenos para a instalação de unidades produtivas, muitas vezes até com a instalação de uma infraestrutura básica já implantada. Por outro lado, as isenções fiscais geram a chamada “guerra fiscal” entre estados e entre cidades, cada uma procurando oferecer os melhores incentivos para atrair a instalação da fábrica para o seu território.
Desconcentração da Atividade Industrial
	Com a globalização e a Revolução Técnico-Cientifica, além dos consequentes avanços nos transportes e nas comunicações, as indústrias passaram a não precisar mais necessariamente a se instalar próximas ao mercado consumidor. Na verdade, para as grandes empresas, o mercado é o mundo todo. A Nike, por exemplo, produtora de material esportivo, está sediada nos Estados Unidos, mas contrata outras fábricas para produzir seu material (tênis, bolsas, camisas, etc.) em países de mão-de-obra barata, sobretudo, da Ásia, de onde seus produtos são exportados para o mundo inteiro. O grande ativo da Nike é a marca, que vai estampada em todos os seus produtos. No capitalismo informacional a marca é mais importante que o produto, que, em muitos casos pode ser fabricado por qualquer empresa terceirizada, localizada em qualquer lugar do mundo. 
	O crescimento econômico e populacional das grandes cidades tem provocado o aumento dos custos de produção devido à forte alta no preço dos imóveis e dos impostos, aos enormes congestionamentos de transito e a elevação dos custos da mão-de-obra. Por conta disso, nas últimas décadas tem ocorrido uma reorganização da distribuição das indústrias no espaço geográfico nas escalas regional, nacional e mundial. A desconcentração industrial, que resulta da necessidade de buscar custos menores. Essa desconcentração foi viabilizada pela modernização dos meios de transportes e de comunicações, e nos métodos de gestão. Hoje, requer-se menos tempo para que mercadorias, pessoas e informações se desloquem pelo espaço terrestre. Desse modo, uma indústria automobilística japonesa pode conceber um projeto na sua sede e desenvolve-lo em outro país com as vantagens que esses oferecem, como mão-de-obra mais barata e garantir suas vendas em escala mundial.
	Globaliza-se assim, não só o mercado, mas também a produção. Essa dinâmica atual permite uma maior especialização da atividade industrial nos mais diversos países e regiões do mundo e a consequente intensificação das trocas comerciais em escala planetária. Porém, apesar da desconcentração em curso, o fenômeno industrial ainda está distribuído de maneira bastante desigual, predominando em algumas poucas regiões do espaço geográfico mundial.
Os Parques Tecnológicos
	No caso das indústrias típicas da Revolução Técnico-Cientifica, um fator fundamental para a escolha de sua localização é a existência de mão-de-obra altamente qualificada. Não é por acaso que indústrias de alta tecnologia (semicondutores, informática, telecomunicações, biotecnologia, entre outras) se concentram próximas a tecnopolos ou parques tecnológicos. Os tecnopolos são o exemplo mais acabado da geografia industrial do capitalismo informacional. Esses novos centros industriais estão associados à formação de profissionais qualificados e ao desenvolvimento de pesquisa realizado pelas universidades. A maioria dos tecnopolos situa-se nos países desenvolvidos, onde se reúnem fatores favoráveis para o seu desenvolvimento como renomadas universidades e institutos de pesquisa (boa qualidade educacional), mão-de-obra qualificada, empresas inovadoras, capital para investimentos, boa infraestrutura. Os tecnopolos concentram-se especialmente nos Estados Unidos, Japão e União Europeia, embora existam em outros países desenvolvidos e em alguns países emergentes. (Adaptado de Eustáquio de Sene e João Carlos Moreira. Espaço geográfico e globalização 2, p.128-134)

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