Diário de aula - ONGs e OINGs no Sistema Internacional

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O sistema internacional é formado por múltiplas camadas, tais quais: os Estados,
organizações internacionais, movimentos transnacionais, empresas transnacionais, ONGs e
OINGs. A cada processo ocorrido no sistema internacional, são mobilizadas algumas dessas
camadas, de acordo com sua área de atuação.
Principalmente no contexto do pós guerra fria, começam a crescer as OINGs, que virão a se
tornar uma importante camada do sistema internacional em termos de exercer pressão sobre
os governos e as OIs. As OINGs, assim como as ONGs nos espaços nacionais, têm o
propósito de exercerem atividades de interesse geral, a grande maioria destas atua na área de
direitos humanos ou meio ambiente.
Durante a segunda metade do século XX, período no qual o número de ditaduras ultrapassou
o de democracias no cenário internacional, as OINGs de direitos humanos foram importantes
atores na luta contra os Estados, que eram os principais violadores desses direitos. Uma
OING que teve papel de destaque nesse período foi a Anistia Internacional, que atuou em
diversas denúncias de prisões políticas em todo o mundo e também foi uma das pioneiras na
abordagem de temas relacionados aos direitos das mulheres, tal como a Human Rights
Watch, inclusive atuando diretamente na ONU.
É possível verificar que, apesar Guerra Fria ter sido uma fase de abstenção por parte dos
Estados em questões ligadas a direitos humanos, muitas ONGs e OINGs foram capazes de
exercer pressão sobre os Estados e as OIs, fazendo com que as agendas de direitos humanos
permanecessem menos estagnadas. Também é válido ressaltar que, para que as ONGs e
OINGs atuam realmente em interesses gerais, estas devem ser financiadas por pessoas
físicas, pois Estados e empresas não são totalmente confiáveis, como no caso acima citado
no qual os Estados, que deveriam proteger os direitos humanos eram os atores que mais os
violavam em contextos não democráticos.