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Hemato e Imuno - Unidade 3


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D o u t o r a G a b r i e l a P r a d o
B i o m é d i c a – Tu t o r a e x t e r n a
4 º P E R Í O D O
UNIDADE 3
»UNIDADE 3 – IMUNOLOGIA APLICADA
»TÓPICO 1 – RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRORGANISMOS
»TÓPICO 2 – HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES 
»TÓPICO 3 – IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES
TÓPICO 1 – RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRORGANISMOS
IMUNIDADE AOS MICRORGANISMOS 
As respostas de defesa antimicrobianas do hospedeiro, apesar de numerosas e variadas, existem algumas
características comuns que devemos ressaltar:
(1) A defesa contra os micro-organismos é mediada pelos mecanismos efetores da imunidade inata e
adaptativa;
(2) o sistema imunológico responde de maneira especializada, distinta e eficaz aos diferentes tipos de agentes
infecciosos;
(3) a sobrevivência e a patogenicidade dos micro-organismos em um hospedeiro são criticamente influenciadas
pela capacidade dos micro-organismos para evadir-se ou resistir aos mecanismos efetores da imunidade;
(4) os micro-organismos podem estabelecer infecções latentes ou persistentes, nas quais a resposta imune
controla, mas não elimina o microrganismo e, o microrganismo sobrevive sem propagar a infecção;
(5) em respostas aos micro-organismos, podem ocorrer lesões teciduais
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
IMUNIDADE CONTRA BACTÉRIAS EXTRACELULARES
As bactérias extracelulares possuem uma característica muito importante:
são capazes de se replicar fora das células hospedeiras, por exemplo, no
sangue, em tecidos conjuntivos, nos espaços teciduais e nos lúmens das vias
aéreas e do trato gastrointestinal.
Existem muitas bactérias extracelulares patogênicas e a doença por elas
causada se desenvolve por meio de dois mecanismos:
(1) essas bactérias induzem uma resposta inflamatória, o que resulta na
destruição dos tecidos no local da infecção;
(2) essas bactérias produzem toxinas que levam a diversos efeitos
patológicos
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
Bactérias Extracelulares Exemplos de doenças
Staphylococcus aureus Infecções de pele e tecidos moles
(Síndrome do choque tóxico)
Streptococcus pyogenes (grupo 
A)
Faringite, impetigo, escarlatina
Streptococcus pneumoniae
(pneumococo)
Pneumonia,meningite
Escherichia coli Infecções do trato urinário, 
gastroenterites
Vibrio Cholerae Cólera
Clostridium tetani Tétano
Neisseria meningitis Meningite
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
A resposta imune contra as bactérias extracelulares ativa, primeiramente, a imunidade inata e, 
após, a imunidade adquirida. Os principais mecanismos da imunidade inata contra bactérias 
extracelulares são a ativação do complemento, a fagocitose e a resposta inflamatória. Na 
imunidade adaptativa, a imunidade humoral, aquela mediada por anticorpos, é predominante. 
A imunidade humoral tem três características importantes no combate a bactérias 
extracelulares: bloqueia a infecção, elimina as bactérias e neutraliza suas toxinas.
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
IMUNIDADE CONTRA BACTÉRIAS INTRACELULARES
As bactérias intracelulares facultativas têm como característica importante a capacidade de
sobreviver e até mesmo se replicar dentro de um fagócito (por exemplo: o macrófago). A
manutenção dessas bactérias dentro de um fagócito constitui um mecanismo de escape ou
de defesa do micro-organismo, pois, uma vez dentro de uma célula do hospedeiro, a bactéria
fica inacessível a anticorpos circulantes e células fagocitárias.
Bactérias Intracelulares Exemplos de doenças
Micobactérias Tuberculose, lepra
Listeria monocytogenes Listeriose
Legionella pneumophila Doença dos legionários (lesão pulmonar e inflamação)
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
A resposta imune inata às bactérias intracelulares envolve as células fagocitárias (inicialmente
neutrófilos e posteriormente macrófagos) e as células natural killer (NK). Em situações
normais, os fagócitos ingerem e destroem diretamente os micro-organismos circulantes, mas
as bactérias intracelulares patogênicas são resistentes à degradação dentro dos fagócitos,
portanto, não são destruídas.
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
Na imunidade adaptativa às bactérias intracelulares, ocorre a predominância da imunidade
celular, através do recrutamento e ativação de fagócitos mediados por células T.
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
As bactérias fagocitadas 
estimulam a resposta de 
células TCD8+ se os 
antígenos bacterianos 
estiverem no citosol ou 
se as bactérias 
escaparem dos 
fagossomos e entrarem 
no citoplasma da célula 
infectada, onde não são 
mais suscetíveis aos 
agentes microbicidas. 
Para a sua eliminação, 
devem ser destruídas 
pelos CTLs.
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
IMUNIDADE CONTRA VÍRUS
Os vírus possuem como particularidade serem micro-organismos intracelulares obrigatórios
que utilizam os componentes do ácido nucleico e a maquinaria da síntese de proteínas do
hospedeiro para se replicar e se espalhar. Os vírus são capazes de infectar diversos tipos de
células utilizando moléculas de superfície presentes em células normais como receptores.
Depois de entrar nas células, os vírus podem causar lesão tecidual e doenças virais. A
replicação viral também interfere na síntese de proteínas e nas funções normais da célula,
levando à morte da célula infectada.
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
Os objetivos das respostas imunes inatas e adaptativas contra os vírus são bloquear a infecção
e eliminar as células infectadas.
A imunidade inata aos vírus consiste na inibição da infecção pelos interferons do Tipo I (IFNs
tipo I) e a morte das células infectadas pela célula NK.
A imunidade adaptativa é mediada por anticorpos que bloqueiam a ligação do vírus e a sua
entrada nas células hospedeiras, os anticorpos antivirais ou neutralizantes, e por células
citotóxicas (CTLs), que eliminam a infecção, matando as células infectadas pelo vírus.
A resposta imune adaptativa ocorre através das células apresentadoras de antígenos, via MHC
de Classe I às células TCD8+, consequentemente, ativando-as. Essas células exercem
citotoxicidade através do reconhecimento de antígenos virais nas células-alvos, através da
liberação de granzimas e perforinas (enzimas que quebram proteínas).
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
Vírus da imunodeficiência humana (HIV) 
O HIV é um retrovírus da Família Retrovidae, do Gênero Lentivirus causador da síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS), que é uma DST que, quando presente, faz com que os
indivíduos necessitem de atendimento dos profissionais da saúde, exames e tratamento
medicamentosos para acompanhamento da doença, sendo estes oferecidos pelo Sistema Único
de Saúde (SUS).
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
https://youtu.be/QV2Qz5jVyK0
https://youtu.be/QV2Qz5jVyK0
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
IMUNIDADE CONTRA PARASITAS
Doenças parasitárias humanas são causadas pela infecção do homem com parasitas de
animais, tais como protozoários, helmintos e ectoparasitas (Quadro 2). Tais parasitas são
responsáveis por maiores taxas de morbidade e mortalidade do que qualquer outra classe
de organismos infecciosos, particularmente nos países em desenvolvimento.
As respostas imunes contra os parasitas são projetadas para eliminálos quando possível,
sem muito dano ao hospedeiro, ou para controlá-los em infecções crônicas. Entretanto, para
a maior parte das infecções parasitárias, não está claro como eles são eliminados ou
controlados.Ocorrendo uma combinação de mecanismos imunológicos e fisiológicos.
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
Na resposta inata aos helmintos, os fagócitos também podem atacar os helmintos, secretando
substâncias microbicidas. Porém, a maioria dos parasitas helmínticos tem o tegumento da sua
pele muito resistente, e são muito grandes para serem fagocitados, o que os torna resistentes
a esse tipo de resposta (fagocitose).
A resposta imunológica aos parasitas vai depender da sua classe (protozoário ou helminto). 
A imunidade adaptativa aos parasitas protozoários é mediada por células, em particular pela
ativação de macrófagos por citocinas derivadas de células T CD4+ TH1. Por exemplo, no caso
de protozoários como Leishmania e Toxoplasma, parasitas que residem dentro de macrófagos
o papel das células TH1 é ativar os macrófagos para destruir os invasores; através da produção
de INF-γ e TNF, que atuam na ativação dos macrófagos. Por outro lado, a ativação das células
TH2 pelos protozoários resulta no aumento da sobrevivência do parasita e na exacerbação de
lesões devido às ações supressoras de citocinas TH2 (IL-10, IL-4, IL-12) que atuarão na inibição
da ativação dos macrófagos;
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
A Imunidade 
adaptativa de parasitas 
helmintos é mediada, 
principalmente, pela 
imunidade celular, pela 
ativação de células 
TH2, caracterizada pela 
produção de anticorpos 
da classe IgE e a 
ativação de eosinófilos. 
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
https://youtu.be/NV20z6cFZ7w
A IgE reveste os 
parasitas e os 
eosinófilos se 
ligam à IgE e são 
ativados para 
liberar seus 
conteúdos 
granulares, 
conhecida como 
proteína básica 
principal, que 
destroem os 
helmintos. 
https://youtu.be/NV20z6cFZ7w
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
IMUNIDADE AOS FUNGOS 
As infecções por fungos, também chamadas de micoses, são importantes causas de
morbidade e mortalidade em seres humanos. Algumas infecções fúngicas são endêmicas, ou
seja, doenças que afetam muitas pessoas e estas infecções são normalmente causadas por
fungos presentes no ambiente e cujos esporos contaminam os humanos. Outras infecções
fúngicas são chamadas de oportunistas, pois os agentes causadores causam doenças brandas
ou não manifestam doença em indivíduos sadios, mas podem infectar e causar doença grave
em pessoas imunocomprometidas (pessoas que têm o sistema imune mais fraco);
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
A imunidade inata contra fungos intracelulares é mediada pelas células fagocitárias
(neutrófilos e macrófagos).
Os neutrófilos presumivelmente liberam substâncias fungicidas, tais como as espécies reativas
de oxigênio e enzimas lisossomais e fagocitam os fungos para a morte intracelular.
Em virtude disso, pacientes com neutropenia, como pacientes com câncer, HIV soropositivos,
são extremamente suscetíveis a infecções por fungos oportunistas.
A fagocitose após a ativação de macrófagos via IFN-γ e TNF mediada pelas células TH1, é um
importante papel de defesa nas micoses, entretanto, alguns fungos (por exemplo,
Histoplasma capsulatum) são capazes de residir muito bem em macrófagos, e acabam
burlando o sistema imune, e tornando-se doenças resistentes.
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
A imunidade adaptativa contra os fungos é mediada por células TCD4+ e é diferente para
fungos intracelulares e extracelulares.
• Para fungos intracelulares ocorre predominantemente uma resposta celular do tipo TH1. A
fagocitose ocorre após a ativação de macrófagos por IFNy e TNF mediada por células TH1
(ROITT, 2013).
• Fungos extracelulares provocam fortes reações do tipo TCD4+ TH17. As células TH17
migram do tecido linfoide em que foram produzidas e pela corrente sanguínea migram
para os locais da infecção, onde são estimuladas pelo antígeno a produzir várias citocinas,
dentre elas IL-17 e IL-17F.
• Essas citocinas estimulam queratinócitos ou células epiteliais pulmonares a produzir
quimiocinas que recrutam neutrófilos para o local da infecção.
• Outra citocina produzida é a IL-22, que estimula a produção de peptídeos antimicrobianos
por queratinócitos. A ação coordenada desses tipos celulares e fatores produzidos
resultem na eliminação desses fungos extracelulares
TÓPICO 1 –
RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA AOS 
MICRORGANISMOS
A principal função 
efetora das células 
TH17 é induzir a 
inflamação 
neutrofílica, que 
serve para destruir 
bactérias e fungos 
extracelulares
TÓPICO 2 – HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES
Caro acadêmico, você já deve ter ouvido falar que existem algumas doenças em que o
nosso organismo começa a agir contra ele mesmo. Isso é o que ocorre nas doenças
autoimunes, ou seja, doenças em que há uma resposta imunológica contra um ou mais
autoantígenos. Autoantígenos são chamados os antígenos próprios do nosso corpo aos
quais o nosso sistema imune responde e, normalmente, são proteínas que constituem os
nossos tecidos e órgãos.
A primeira doença que foi 
identificada como tendo origem 
autoimune foi a tireoidite de 
Hashimoto, na década de 1950. 
Essa doença é caracterizada pela 
produção de anticorpos contra a 
proteína da tireoide tiroglobulina, o 
que leva a uma destruição de 
grande parte do tecido glandular, 
levando ao mau funcionamento da 
glândula
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
DOENÇAS AUTOIMUNES: CONCEITOS
As doenças autoimunes se manifestam quando o nosso sistema imune ataca o nosso próprio
corpo. Os anticorpos produzidos contra autoantígeno, são chamados de autoanticorpos e os
linfócitos cujos receptores de antígenos são específicos para autoantígenos são chamados de
células autorreativas. Quase todas as doenças autoimunes envolvem a produção de células
TCD4+ autorreativas e, dependendo da doença, pode haver também a produção de células
TCD8+ autorreativas e células B autorreativas.
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
CARACTERÍSTICAS IMUNOLÓGICAS DAS DOENÇAS AUTOIMUNES 
Os tipos de respostas imunes em doenças autoimunes não são diferentes das respostas imunes
montadas para combater os micro-organismos. Durante uma resposta autoimune o sistema
imunológico também produz células efetoras e moléculas que atacam partes do nosso
organismo. Dentro dessas células efetoras podemos incluir células TCD4+ e TCD8+.
As doenças autoimunes apresentam diversas características gerais que são importantes para a
definição de seus mecanismos implícitos:
➢ As doenças autoimunes podem ser sistêmicas (envolve vários órgãos) ou órgão-específicos,
dependendo da distribuição dos autoantígenos que são reconhecidos;
➢ Vários são os mecanismos efetores responsáveis pela lesão do tecido em diferentes
doenças autoimunes. Esses mecanismos incluem a formação de complexos imunológicos
(antígeno-anticorpos), autoanticorpos pré-existentes circulantes e linfócitos T
autorreativos.
➢ As doenças autoimunes tendem a ser crônicas, progressivas e de autoperpetuação (torna-
se contínuo).
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
Como ocorre uma doença 
autoimune?
Podemos dizer que a doença 
autoimune ocorre quando há 
uma falha dos mecanismos 
normais de tolerância 
imunológica que resultam em 
reações contra as células e 
tecidos do próprio organismo. 
Podemos definir tolerância 
imunológica quando o organismo 
não deve reagir contra antígenos 
do próprio indivíduo (não 
responsividade a antígenos 
próprios – autotolerância), 
definimos também que quando 
um antígeno induz tolerância é 
chamado de tolerógeno
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
A tolerância central ocorre na maturação 
dos linfócitos no qual o encontro como 
antígeno pode levar à morte celular ou à 
substituição de um receptor de antígeno 
autorreativo por outro que não apresente 
esta condição. Isso ocorre nos órgãos 
geradores (por exemplo: timo). 
Esses órgãos contêm autoantígenos e 
antígenos internos. A tolerância periférica 
desencadeia-se quando linfócitos 
maduros reconhecem autoantígenos e 
morrem por apoptose ou quando se 
tornam incapazes de serem ativados pela 
reexposição àquele antígeno.
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
A autoimunidade resulta da combinação de algumas das três anormalidades 
imunológicas principais.
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
HIPERSENSIBILIDADES: MECANISMOS E CLASSIFICAÇÕES 
O termo hipersensibilidade surgiu da definição clínica de imunidade como uma sensibilidade. O
conceito de sensibilidade baseia-se na observação de que um indivíduo que tenha sido exposto
a um antígeno exibe uma reação detectável, ou torna-se sensível a encontros subsequentes
com esse antígeno (memória imunológica).
Existem quatro tipos de hipersensibilidades:
• hipersensibilidade do Tipo I é a mais comum e também é conhecida como alergia;
• hipersensibilidade do Tipo II é causada por anticorpos citotóxicos contra componentes do
tecido normal;
• hipersensibilidade do Tipo III é causada pela deposição de complexos antígenosanticorpos
em vasos sanguíneos de vários tecidos;
• hipersensibilidade do Tipo IV é uma resposta imunológica tardia e não envolve anticorpos,
mas sim células T
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA: TIPO I
Podemos definir as reações de hipersensibilidade do Tipo I como reações alérgicas causadas
pela produção de IgE contra antígenos inócuos. O anticorpo IgE é produzido pelas células
plasmáticas (plasmócitos) localizadas nos linfonodos que drenam o sítio de entrada do
antígeno, ou localmente, nos sítios de reações alérgicas (que em geral são tecidos de mucosa
ou da derme).
A hipersensibilidade do Tipo I também é conhecida como hipersensibilidade imediata, porque
ela começa rapidamente, poucos minutos após o contato com o alérgeno (antígeno estranho
que causa alergia), e tem importantes consequências patológicas (hipersensibilidade).
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
SEQUÊNCIA DE EVENTOS DAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO I
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
Doenças relacionadas com a 
hipersensibilidade do Tipo I
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
HIPERSENBILIDADE POR ANTICORPOS: TIPO II
A hipersensibilidade do Tipo II envolve a produção de anticorpos da classe IgG ou IgM que
reagem com antígenos em células ou tecidos.
Os anticorpos IgG e IgM podem causar lesão tecidual por meio da ativação do sistema
complemento, recrutando células inflamatórias e interferindo nas funções celulares
normais. Alguns desses anticorpos são específicos para antígenos de determinadas
células ou da matriz extracelular e são encontrados ligados a essas células ou tecidos ou
como anticorpos livres na circulação.
Os mecanismos efetores das doenças causadas por anticorpos ocorrem em três etapas:
Opsonização e fagocitose;
 Inflamação mediada por complemento e receptor a Fc;
 Respostas fisiológicas anormais sem lesão celular/tecidual.
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
Os anticorpos específicos
para receptores de hormônios ou de neurotransmissores da
superfície celular podem estimular a atividade desses
receptores mesmo na ausência do hormônio, como se
observa na doença de Graves (hipertireoidismo), ou podem inibir a ligação do 
neurotransmissor ao seu receptor, como ocorre na miastenia grave.
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
Doenças relacionadas à hipersensibilidade do Tipo II
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
Anemia Hemolítica Autoimune
Proteínas da membrana dos 
eritrócitos
Opsonização e fagocitose dos 
eritrócitos
Hemólise (anemia)
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
Diabetes insulino-resistente (tipo I)
Antígeno alvo é o receptor a insulina
Ac inibe a ligação da insulina
Hiperglicemia e Cetoacidose
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
Miastenia Gravis
Antígeno alvo é o receptor de 
Acetilcolina
Ac inibe a ligação da acetilcolina
Fraqueza muscular, paralisia
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
HIPERSENSIBILIDADE MEDIADA POR IMUNOCOMPLEXOS: TIPO III
A hipersensibilidade do Tipo III é causada por imunocomplexos que são formados de
antígenos-anticorpos. Esses imunocomplexos são depositados nos tecidos, particularmente
nas paredes dos vasos sanguíneos, causando lesões. As doenças mediadas por
imunocomplexos tendem a ser sistêmicas e afetam vários órgãos e tecidos, embora sejam
mais suscetíveis nos rins e nas articulações.
Os imunocomplexos circulantes se depositam na parede de vasos sanguíneos, onde ativarão
as proteínas do sistema complemento, e consequentemente, o recrutamento e ativação de
células inflamatórias no vaso sanguíneo, levanto a uma resposta inflamatória intensa no vaso,
no caso da imagem (vasculite).
Normalmente, é comum confundirem hipersensibilidade do Tipo II e hipersensibilidade 
do Tipo III, pois ambas apresentam as mesmas classes de anticorpos (IgG e IgM) e 
ativação de complemento que leva ao processo inflamatório. A diferença entre elas 
consiste na natureza do antígeno: na hipersensibilidade Tipo II o antígeno é expresso no 
tecido-alvo da doença; já na hipersensibilidade Tipo III, o antígeno não está associado ao 
tecido-alvo, e sim na formação de imunocomplexos; assim, a doença é determinada pelos 
locais onde os imunocomplexos se depositam, normalmente em pequenos vasos 
sanguíneos, nas articulações ou nos rins.
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
https://youtu.be/c-baYspboBg
https://youtu.be/c-baYspboBg
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
HIPERSENSIBILIDADE POR CÉLULAS T: TIPO IV
A hipersensibilidade do Tipo IV, também conhecida como hipersensibilidade tardia, é
encontrada em muitas reações alérgicas a agentes infecciosos, na dermatite de contato
resultante de sensibilização a determinadas substâncias químicas simples e na rejeição a
transplantes.
As hipersensibilidades do Tipo IV são mediadas por linfócitos T que induzem inflamação e
matam diretamente as células-alvo, causando lesão no tecido. O principal tipo de linfócito T
ativado nas reações de hipersensibilidades do Tipo IV são as células auxiliares CD4+, as quais
secretam citocinas que promovem a inflamação e ativam leucócitos, especialmente
neutrófilos e macrófagos.
As células T auxiliares também estimulam a produção de anticorpos que danificam os tecidos
e induzem a inflamação, observado na Figura 22 (A). Os CTLs (citotóxicas) contribuem para a
lesão de tecidos em determinadas doenças, observados na Figura 22 (B) (ABBAS, 2015).
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇASAUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
TÓPICO 2 –
HIPERSENSIBILIDADE 
E DOENÇAS 
AUTOIMUNES
Artrite Reumatóide
Doença sistêmica que afeta 
pequenas articulações
Linfócitos T específicos para o 
colágeno articular e também Acs
Deformidades nas articulações que 
comprometem os movimentos
TÓPICO 3 – IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES 
No ano de 1933, foi realizado o primeiro transplante no mundo e, em 1964, esse tipo de 
procedimento foi inaugurado no Brasil com um transplante renal realizado no Hospital 
dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. As técnicas de transplantação e fármacos 
imunossupressoras evoluíram muito desde então, a fim de que se possa dar uma 
melhor qualidade de vida ao transplantado. O transplante clínico para tratar doenças 
humanas tem aumentado continuamente durante os últimos 45 anos.
Segundo a Associação Brasileira de 
transplantes de órgãos (ABTO), de janeiro a 
setembro de 2019 houve uma melhora nas 
taxas de doações e de transplantes de 
alguns órgãos, mas ainda não é o ideal para 
tratar todos os doentes da fila de espera 
(RBT, 2019). 
TÓPICO 3 –
IMUNOLOGIA E 
TRANSPLANTES 
TRANSPLANTES 
O transplante de órgãos envolve a transferência de tecidos, células ou órgãos que podemos
chamar de enxerto; de um local anatômico para outro, podendo ser na mesma pessoa ou
entre pessoas diferentes.
O indivíduo que fornece o enxerto, é denominado de doador, e o indivíduo que recebe o
enxerto é chamado de receptor.
No caso da transferência de células do sangue circulante ou plasma de um indivíduo para
outro, podemos chamar de transfusão.
Rejeição: reação inflamatória contra o enxerto. A rejeição é o reflexo da resposta imunológica
aumentada (inicialmente local) envolvendo, na maioria das vezes, os antígenos HLA do órgão
transplantado.
TÓPICO 3 –
IMUNOLOGIA E 
TRANSPLANTES 
TÓPICO 3 –
IMUNOLOGIA E 
TRANSPLANTES 
TIPOS DE 
TRANSPLANTES 
Para começar a falar sobre como o sistema imune age nos 
transplantes precisamos entender que eles são divididos em 
diferentes categorias ou tipos, podendo ser entre indivíduos e 
entre espécies. Podemos definir os transplantes em quatro tipos: 
autoenxerto, isoenxerto, aloenxerto e xenoenxerto.
TÓPICO 3 –
IMUNOLOGIA E 
TRANSPLANTES 
IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES
No transplante de tecidos que contêm células nucleadas, as respostas das células T às 
moléculas do MHC altamente polimórficas quase sempre disparam uma resposta contra o 
órgão enxertado. A compatibilidade entre o tipo de MHC do doador e do receptor aumenta o 
índice de sucesso dos enxertos; porém, a identidade perfeita só é possível quando o doador 
e o receptor são gêmeos idênticos e, nesses casos, o risco de rejeição é muito menor.
O estudo da rejeição foi abordado pela primeira vez em experimentos com camundongos. 
Foram transplantadas pele entre linhagens de camundongos. Em autoenxertos (mesmo 
animal ou pessoa), a pesquisa obteve 100% de sucesso; em indivíduos da mesma espécie, 
geneticamente idênticos, o enxerto teve 100% de sucesso também. Entretanto, quando a 
pele é enxertada entre dois indivíduos da mesma espécie, mas geneticamente diferentes, 
sem parentesco, o enxerto é inicialmente aceito, porém, após 10 a 13 dias, é rejeitado.
TÓPICO 3 –
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TÓPICO 3 –
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TRANSPLANTES 
TÓPICO 3 –
IMUNOLOGIA E 
TRANSPLANTES 
A, No caso do alorreconhecimento
direto, as células dendríticas do 
doador migram para tecidos linfoides 
secundários no enxerto, onde 
apresentam as moléculas de MHC 
alogênicas para as células T do 
hospedeiro. No caso do 
alorreconhecimento indireto, as 
células dendríticas do receptor que 
entraram no aloenxerto transportam 
as proteínas do MHC do doador para 
os tecidos linfoides secundários e 
apresentam os peptídios derivados 
destas proteínas do MHC alorreativas
de células T do hospedeiro. Em ambos 
os casos, as células T tornam-se 
ativadas e diferenciam-se em células 
efetoras. 
B, as células T efetoras alorreativas
migram para o enxerto, tornam-se 
reativado por aloantígenos e 
medeiam os danos. 
TÓPICO 3 –
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REJEIÇÃO: TIPOS 
DE REJEIÇÃO E 
TRATAMENTOS
TÓPICO 3 –
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• Existem três maneiras que devem ser tomadas para prevenir a rejeição de um enxerto.
Primeiramente, o doador e o receptor precisam ter o tipo sanguíneo compatível, para
que não ocorra complicação de compatibilidade sanguínea. Em seguida são realizados
testes de pesquisa de anticorpos irregulares no soro do receptor para verificar se o
receptor possui anticorpos preexistentes contra o doador.
• A segunda etapa para aumentar o sucesso de um transplante é correlacionar o HLA do
receptor e doador através de uma tipagem tecidual. Quanto mais correlações houver de
HLA, mais chance o transplante tem de ser bem-sucedido. Na Unidade 2, estudamos o
HLA humano.
• A terceira etapa na prevenção à rejeição aos enxertos é o uso de fármacos
imunossupressores, que envolvem o emprego de fármacos ou anticorpos que inibem a
resposta imune dos linfócitos T contra o enxerto.
• Embora esses fármacos inibam a rejeição dos enxertos, eles também inibem a resposta
aos patógenos; isso faz com que pessoas transplantadas apresentem um maior risco de
infecções e o desenvolvimento de tumores.
TÓPICO 3 –
IMUNOLOGIA E 
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https://youtu.be/AdgjiPL0cjQ
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TÓPICO 3 –
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