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MEDICINA VETERINÁRIA – 4 º PERÍODO DISCIPLINA: Terapêutica Veterinária PROFESSOR: Msc. Adilson de Lima Lopes Junior DISCENTES: Alexandre Gomes da Silva, Hanna Lara Silva Negreiros Dray, Maria Vitória Muchacho Soares, Rebeca Kelen da Silva Bandeira, Suzana Souza dos Santos e Yuan Góes Ribeiro Campos ATIVIDADE 1 – HIBERNOTERAPIA 1. Conceito de Hibernoterapia A hibernoterapia consiste em uma técnica terapêutica de hibernação artificial, que visa o bloqueio do sistema nervoso autônomo com o objetivo de atuar na harmonia da homeostasia do organismo, reduzindo danos por ele sofrido. A conduta, baseia-se basicamente por dois fundamentos: bloqueio do sistema nervoso autônomo pela administração de fármacos determinados e diminuição do metabolismo basal, pelo qual o organismo sofrerá uma refrigeração da superfície corporal. 2. Aplicação Clínica Os chamados tranquilizantes são fármacos utilizados para produzir no animal um efeito de tranquilização, acalmando a agitação e a hiperatividade. Tranquilizantes menores produzem sedação sem sonolência, já os tranquilizantes maiores são utilizados em situações mais graves Na Medicina Veterinária podemos aplicar os tranquilizantes maiores e menores para contenção química, no pré-anestésico, para acalmar o paciente, reduzir a ansiedade do animal, facilitar o manuseio do animal na clínica, promover o relaxamento muscular, assim como podem ser utilizados em casos de transtornos comportamentais. Os efeitos colaterais extrapiramidais e endócrinos, apesar de importantes na medicina humana para o tratamento de psicoses e transtornos mentais, na veterinária não possuem a mesma relevância. 3. Fármacos Empregados na Hibernoterapia de Cães e Gatos Os fármacos utilizados são, principalmente, os fenotiazínicos (clorpromazina, levomepromazina, acepromazina). Os fenotiazínicos são considerados tranquilizantes maiores que atuam no sistema nervoso central (SNC) bloqueando receptores dopaminérgicos e causando ataraxia, que é um estado de relativa indiferença do animal a estímulos externos sem perda de consciência. O bloqueio de receptores dopaminérgicos promove o aumento da produção e liberação da dopamina, em uma tentativa de vencer esse bloqueio. Além disso, essas substâncias deprimem a função tronco encefálica, diminui a excitabilidade do SNC e deprimem centros cardiovascular e respiratório da medula oblonga. Outros efeitos dessas substâncias são: diminuição da agressividade dos animais; inibição das reações vegetativas emocionais; potencialização dos efeitos dos hipnóticos, dos anestésicos gerais, dos opiáceos e dos analgésicos antiinflamatórios; e diminuição do limiar convulsivo (favorecem o aparecimento de crises epilépticas). Apresentam, ainda, propriedades antieméticas, antihistamínicas, anti-espasmódicas e, principalmente, adrenolíticas. ATIVIDADE 2 – TERAPÊUTICA ANTIANÊMICA Anemia Hemolítica Congênita 1. Tipos a) Porfiria Eritropoéitica Congênita Ocorre devido ao acúmulo exacerbada de porfirinas no sangue, resultando na lise de eritrócitos maduros ou imaturos e anemia hemolítica. A porfiria eritropoiética caracteriza- se pela coloração marrom avermelhada de ossos e dentes dos animais portadores, onde os dentes e ossos de animais jovens ficam avermelhados e o dos adultos ficam com coloração castanha escura. A porfiria eritropoiética congênita acomete os bovinos, suínos e felinos. Nos bovinos, ocorrem lesões de fotossensibilização na pele não pigmentada devido à acumulação de porfirinas. Nos suínos, a sintomatologia caracteriza-se apenas por coloração marrom dos dentes, enquanto que nos felinos os dentes primários apresentam uma pigmentação acastanhada e fluorescência vermelho-rosada sob luz ultravioleta. Em outros casos, pode se observar urina com coloração rósea, dentes marrom-rosados e anemia severa em gatos. b) Deficiências de Piruvato-Quinase e Deficiência de Fosfofrutoquinase É um tipo de anemia hemolítica congênita severa que é causada pela deficiência de piruvato-quinase e fosfofrutoquinase. A deficiência de piruvato-quinase associada à anemia hemolítica é relatada principalmente em cães da raça Basenji, Beagle e West Highland White Terrier, causando uma anemia hemolítica altamente regenerativa, grave e crônica com osteosclerose. Nos gatos, é caracterizada por uma anemia hemolítica intermitente sem osteosclerose. A deficiência de fosfrutoquinase, descrita nas raças de cães Springer Spaniel Inglês e Cocker Spaniel, resulta geralmente em hemólise após a hiperventilação que esses animais realizam durante exercícios, uma vez que os eritrócitos são mais sensíveis a alterações de pH e mais susceptíveis a hemólise durante exercícios devido à dieficiência de fosfrutoquinase. Ela é menos grave quando comparada com a anemia hemolítica causa pela deficiência de piruvato-quinase. 2. Etiologia Quanto à etiologia, as anemias podem ocorrer pela perda do sangue caracterizando as hemorragias, destruição acelerada dos eritrócitos ou diminuição na sua produção (originando a hipoplasia ou aplasia da medula óssea), bem como da utilização deficiente desse nutriente essencial para produção de eritrócitos. A hemorragia pode ser crônica ou aguda. A hemorragia crônica pode ser causada por: parasitismo, úlceras gastro-intestinais, hematúrias, neoplasias, e outras, enquanto que as hemorragias agudas podem ter sua causa em razões de traumas, úlceras gastro-intestinais, cirurgias, defeitos na hemostasia – intoxicação por warfarina, samambaia e outros. Horas após a perda de sangue os valores do eritrograma permanecem normais, ocorrendo o movimento intravascular de fluido para o espaço extravascular, não evidenciando a anemia no início da perda aguda do sangue. O aumento do volume de plasma para níveis normais é indicado devido à diminuição dos níveis de proteínas plasmáticas, sendo seguida pela diminuição dos parâmetros do eritrograma. Com a continuação da hemodiluição haverá uma significativa queda nos valores do eritrograma e proteínas plasmáticas em até quatro horas. Após dois dias de hemorragia a amostra de sangue colhida diagnosticará anemia normocítica normocrômica acompanhada por hipoproteinemia, com a resposta dos reticulócitos, ocorrendo após três dias. Esta concentração de proteína aumenta em dois a três dias e podendo retornar ao normal a partir do quinto ou sétimo dia antes dos parâmetros dos eritrócitos terem sido restaurados. Com a persistência do quadro da proteína reduzida, sugere-se a continuidade da perda de sangue. Na anemia hemolítica, ocorre a lise dos eritrócitos em um taxa elevada. Uma sequela clássica das anemias hemolíticas em geral é a hiperbilirrubinemia, que é o aumento da concentração de bilirrubina plasmática. Ademais, uma hiperbilirrubinemia severa causa icterícia e pode ocasionar esplenomegalia, a qual é secundária à hemólise extravascular e hiplerplasia macrofágica dentro do baço. A anemia por destruição acelerada dos eritrócitos – em razão da hemólise, pode ser intravascular ou extravascular. As anemias hemolíticas congênitas são ocasionadas, geralmente, devido a um efeito intracelular restrito a uma proteína, onde o que determina o grau da anemia hemolítica é a proteína específica que foi danificada e a localização do defeito dentro da molécula. Nesse sentido, essas anomalias congênitas, nos animais, podem resultar na síntese do grupo heme e de enzimas glicolíticas. Os achados laboratoriais pressupostos da anemia hemolítica são: a resposta regenerativa; leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda, devido ao estímulo da medula óssea; hiperbilirrubinemia, hemoglobinúria e hemoglobinemia (na hemólise intravascular); coloração vermelha do plasma; hiperbilirrubinemia (cor amarela do plasma) quando associada à diminuição do volume globular sugerindo uma fagocitose aumentada dos eritrócitos. Ademais, observa-se a lâmina em buscade evidências de parasitos eritrocitários, eritrócitos fragmentados, esferócitos e corpúsculos de Heinz. 3. Tratamento a) Porfiria Eritropoéitica Congênita Basicamente, o tratamento tem como objetivo não permitir a exposição dos animais à luz solar e retirá-los da reprodução, e podem ser usados produtos antissépticos e pomadas para tratamento local. b) Deficiências de Piruvato- Quinase e Deficiência de Fosfofutorse Há ausência de um tratamento simples, uma vez que tanto a esplenectomia quanto a terapia com glicorticoesteróides não são eficientes. O tratamento de quelação de ferro deve ser indicada quando se têm no organismo do animal uma grande quantidade de ferro. Por ser uma anemia rápida e severa ou uma insuficiência hepática, os animais jovens são mais sensíveis a essa deficiência. Quando ocorre uma deficiência de fosfofrutoquinase no organismo do animal, por consequência há uma hemólise. Foram relatadas em cães das raças Springer Spaniel Inglês e Cocker Spaniel. Episódios hemolíticos são oriundos de uma hiperventilação por consequência de exercícios realizados pelos animais. Anemia Hemolítica Adquirida 1. Tipos a) Anemia Hemolítica Adquirida por anticorpos quentes Os anticorpos que reagem à temperatura corporal são quase sempre IgG, raramente IgM ou IgA. Os anticorpos quentes são responsáveis por cerca de 70% a 80% de todos os casos de anemia, que pode ocorrer em qualquer idade. Anemia Hemolítica quente é classificada como secundária em cerca de 25% dos casos. Na anemia hemolítica autoimune quente, os autoanticorpos reagem mais fortemente à temperatura corporal de 37°C. b) Anemia Hemolítica Adquirida por anticorpos frios Na anemia hemolítica autoimune fria, a destruição dos eritrócitos acontece a temperaturas entre 4º e 18ºC. Os anticorpos ativos em baixas temperaturas causam duas doenças clinicamente distintas: a doença das aglutininas a frio (crioaglutininas) e a hemoglobinúria paroxística a frio. A doença das aglutininas a frio é mediada por anticorpo IgM contra antígenos polissacarídeos na superfície das hemácias em 90% dos casos. Os anticorpos frios são usualmente produzidos em resposta a infecções ou por doenças linfoproliferativas. Hemoglobinúria paroxística a frio é um subtipo raro de anemia descrita inicialmente como manifestação de sífilis terciária. Em virtude do significativo declínio da ocorrência de sífilis terciária, os raros casos relatados nos últimos anos estão relacionados a infecções virais, especialmente em crianças. 2. Etilogia As anemias hemolíticas adquiridas são causadas pela destruição prematura dos eritrócitos circulante. Dessa forma, a medula óssea responde aumentando a produção dos mesmos e, como consequência, há o aumento de bilirrubina indireta. As anemias hemolíticas mais frequentes são adquiridas, e grande parte delas é provocada por uma hemólise extravascular devido a um defeito intracelular restrito a apenas uma proteína (sendo esta mais frequente no cão). A etiologia da anemia hemolítica adquirida pode ser diversa, algumas das identificadas são: a) Infeciosa Várias doenças infecciosas caracterizam-se por estimular a formação de auto- anticorpos contra os eritrócitos causando assim anemia hemolítica dentre elas, anaplasmose (bovinos), babesiose (várias espécies), hemobartonelose (gatos), teileriose (bovinos), tripanossomose (bovinos), leptospirose (bovinos e equinos), anemia infecciosa equina (equinos) e malária (macacos e humanos). b) Imunológica - Anemia Hemolítica Imunomediada (AHIM) Uma das causas mais comuns de anemia hemolítica adquirida contempla a destruição autoimune de hemácias por autoanticorpos dirigidos contra antígenos. Em alguns pacientes, a produção de autoanticorpos é iniciada ou exacerbada por uma reação imune a uma infeção. Isso é mais provável de ocorrer em indivíduos mais novos com infecções virais e resulta na produção de autoanticorpos, outro fator que pode dar início a este processo é a realização de transfusão sanguínea ou transplante. c) Tóxica Outra causa de anemias hemolíticas em animais é a intoxicação por plantas e medicamentos. 3. Tratamento a) Anemia Hemolítica Imunomediada em Cães e Gatos O tratamento se direciona para a supressão da resposta imune, utilizando-se imunossupressores, principalmente glicocorticoides, ciclosporina, leflunomida e micofenolato de mofetila. Em casos graves, aplica-se imunoglobulina intravenosa. O terapia ocorre em um longo período. Por vezes são necessários como tratamento suporte as transfusões sanguíneas, a fluidoterapia e a antibióticoterapia. Os glicocorticoides de predileção são a prednisona e a dexametasona, que atuam inibindo a fagocitose e produção de imunoglobulinas, para que estas não destruam os eritrócitos. A prednisona deve ser administrada de 1 a 2 mg/kg, por via oral, a cada 12 horas. Se o fármaco utilizado for a dexametasona deve-se administrar na fase inicial da terapia na dose de 0,2 a 0,4 mg/kg, por via subcutânea ou intravenosa, a cada 24 horas. b) Anemia Hemolítica do Potro Neonato (Isoeritrólise Neonatal Equina) Nesta anemia, derivada dos anticorpos no colostro da mãe, de incompatibilidade com os eritrócitos de seu potro, deve-se interromper a ingestão de colostro por 48 horas. É possível mantê-lo com a mãe se um bocal for utilizado no potro. Este deve se alimentar de leite com quantidade mínima de 10% de seu peso corporal, sendo a cada 2 horas, com uso de sonda nasogástrica se necessário. Em casos graves, onde o hematócrito é inferior a 12% ou haja no potro sinais de taquicardia, taquipneia e incapacidade de mamar e permanecer em estação, é indispensável o uso de transfusão sanguínea para amenizar a anemia, podendo ser necessário 500 ml de papa de eritrócitos ou de 1 a 4 litros de sangue total. A hemácias transfundidas tem meia vida de 5 dias, dando tempo para o animal produzir suas próprias células. Com falha renal, indica-se a fluidoterapia. Ainda, na suspeita de septicemia, recomenda-se terapia antimicrobiana. c) Anemia Hemolítica Tóxica I. Intoxicações por Cebola (Allium cepa) O tratamento concentra-se em reduzir os efeitos oxidativos, assim como evitar lesão renal oriunda da hemoglobinúria. Desta forma, pode-se administrar, em felinos, por exemplo, precursores da glutariona, como o N-acetilcisteína. Caso haja hipóxia grave ou anemia hemolítica, a transfusão sanguínea ou de concentrados (papa) de hemácias é desejável. Se a ingestão ocorreu em até duas horas, faz-se necessário induzir a êmese (vômito), podendo ser realizada lavagem orogástrica. Para adsorver os compostos de dissulfetos, administra-se carvão ativado. II. Intoxicações por Cobre O prognóstico é reservado e em intoxicações agudas, por vezes, para evitar choque, são necessários sedativos e tratamento sintomático. Para diminuir dano oxidativo nas hemácias pode-se administrar Vitamina C a 500 mg/animal/dia por via subcutânea. Para auxiliar no aumento da excreção de cobre e redução do dano hepático, indica-se, ocasionalmente, a administração de prednisona ou prednisolona. d) Anemia Hemolítica de Origem Parasitária I. Anaplasmose X Babesiose Para Anaplasma se indica antibióticos a base de oxitetraciclina, já para Babesia, derivados da diamidina. É de considerável mencionar que o tratamento para um desses agentes não terá efeito no outro agente e vice-versa. Caso não se confirme qual destes é a causa, deve-se tratar o animal com ambos os tratamentos ou fornecer dipropionato de midocarb, que é efetivo contra ambos. II. Erliquiose (Pancitopenia Canina Tropical, Tifo Canino ou Febre Hemorrágica Canina) Indica-se antibioticoterapia, sendo medicamento mais indicado a doxiciclina, em razão de sua melhor absorção por via oral. Utiliza-se tratamento suporte, principalmente em casos crônicos. Para hemorragias se utiliza a transfusão, em desidratação, a fluidoterapia,podendo ser associada a protetores gástricos e hepáticos. Recomenda-se explicar para o tutor que este não deve oferecer leite ou derivados para o animal durante o tratamento para que as drogas não sejam inativadas. III. Micoplasmose O tratamento tem por base a oxitetraciclina, por três semanas, doxiciclina ou tetraciclina. Em anemias graves, corticosteróides. Em casos de fraqueza e perda de apetite, se administra complexo B, por motivo de sua atuação fortificantes, aumentando o tônus muscular e estimulando o sistema circulatório. REFERÊNCIAS ARENA, G.; BOTELHO, A.; EVARISTO, B.; MORAIS, P. V.; NEGRI, D. D. Fenotiazínicos: usos, efeitos e toxicidade em animais de grande e pequeno porte. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v. 7, n. 12, 2009. DA ROSA, L. A. et al. INTOXICAÇÃO EM GATOS POR CEBOLA (Allium cepa) – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. ANAIS CONGREGA MIC, p. 160-161, 2017. FERREIRA, E. B. Considerações sobre hibernoterapia e suas aplicações em psiquiatria. Anais da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, v. 17, p. 113-130, 1957. GORENSTEIN, T. G.; SANTOS, B. D.; BASSO, R. M; TAKAHIRA, R. K. ANEMIA HEMOLÍTICA IMUNOMEDIADA PRIMÁRIA EM CÃES-REVISÃO DE LITERATURA. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 22, n. 2, 2019. ROCHA, A. A.; PINHEIRO, M. A.; COSTA, P. P. C. Porfiria em Pequenos Animais. 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