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1.2 Fundamentos recepção de bola drible passes arremessos fintas

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METODOLOGIA 
DO HANDEBOL
Rodrigo de Azevedo 
Franke
Fundamentos: recepção 
de bola, drible, passes, 
arremessos e fintas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a importância do treinamento dos fundamentos básicos 
como um meio de integração social, cultural e esportiva.
 � Desenvolver aspectos psicomotores concomitantemente ao apren-
dizado dos fundamentos do handebol.
 � Identificar os fundamentos do handebol e seus elementos constitutivos.
Introdução
O handebol é um esporte que exige tanto capacidades físicas gerais, 
como saltar, correr e arremessar, quanto a capacidade de executar gestos 
específicos dessa prática. Para o ensino do handebol, é importante que 
o professor consiga transmitir os conceitos e fundamentos básicos da
modalidade e, talvez ainda mais fundamental, que procure obter outros 
benefícios oriundos do aprendizado de uma prática esportiva com um
público que está iniciando ou com alunos inseridos no âmbito escolar.
O professor não deve deter-se somente ao ensino técnico ou tático do 
handebol, mas sim aos diversos elementos que compõem o cotidiano do 
indivíduo, como aspectos socioeducativos, culturais, relativos ao caráter e 
ao comportamento, além da aquisição de novos hábitos e de um estilo de 
vida mais ativo, estabelecendo, assim, relações entre as aulas e o contexto 
social e pessoal em que os alunos estão inseridos.
Neste capítulo, você compreenderá a importância do treinamento 
dos fundamentos básicos como um meio de integração social, cultural 
e esportiva, conservando a saúde e fortalecendo a vontade para adquirir 
novas atitudes e estímulos para uma vivência harmoniosa, desenvolver 
aspectos psicomotores concomitantemente ao aprendizado dos funda-
mentos do handebol e conhecer os fundamentos do handebol e seus 
elementos constitutivos.
Importância do treinamento dos 
fundamentos do handebol
A importância do esporte como fenômeno sociocultural cresceu nos últimos 
anos. Além de compreender uma prática voltada para o desenvolvimento 
físico e a saúde, atualmente o esporte é visto como um meio de integração 
social e cultural, que auxilia na construção de identidades nacionais. A prática 
do handebol tem importante influência na vida dos seus praticantes, estando 
ligada à construção do caráter e à melhora de aspectos como saúde e estética, 
socialização, lazer, profissão e educação. 
Jogar handebol implica a troca de informações contínuas e o relacionamento 
interpessoal, pois o jogador a todo momento se relaciona com seus compa-
nheiros de equipe e os adversários. A busca da integração social é constante 
durante o jogo, o que propicia o estabelecimento de redes de relacionamento 
entre os alunos.
No âmbito esportivo, podemos assumir diferentes papéis — de atleta, 
torcedor, técnico, árbitro ou dirigente, etc. —, todos envolvendo o conheci-
mento do esporte e a sua prática, no ensino, na vivência, na aprendizagem 
ou no treinamento. No papel de professor, temos o poder de ampliar a visão 
do handebol para além da questão física, estimular novas atitudes, valores e 
modos de comportamento e uma vivência harmoniosa entre as pessoas, valo-
rizando o handebol e suas vertentes socioculturais (MACHADO; GALATTI; 
PAES, 2014).
Papel socioeducativo do handebol
Ensinar os fundamentos do handebol para além da sua prática motora e da 
automatização dos movimentos é ter em mente o papel socioeducativo do 
esporte. Sua esfera histórico-cultural, o ensino de valores, a ética, o respeito 
Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas2
e o papel da mídia constituem algumas das questões que englobam o ensino 
do handebol considerando o seu papel socioeducativo. 
Para pessoas em situação de vulnerabilidade social, o handebol pode 
se tornar uma ferramenta para complementar o que é aprendido nas outras 
disciplinas na escola e trabalhar questões importantes muitas vezes não de-
senvolvidas na família, como a ética, o respeito e a empatia. Além disso, pode 
representar uma ocupação do tempo livre e minimizar a exposição a situações 
de risco. Há muitos projetos sociais com esse intuito, buscando no esporte o 
regaste da cidadania de pessoas em vulnerabilidade social.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são diretrizes elaboradas pelo governo 
federal com o objetivo de orientar os educadores por meio da normatização dos 
aspectos fundamentais relativos a cada disciplina. Todos os PCN têm uma meta em 
comum: garantir aos alunos o direito a usufruir dos conhecimentos necessários para 
o exercício da cidadania. Os PCN de Educação Física apontam como princípios norte-
adores para os professores a diversidade, a inclusão, a integração e o convívio social, 
mostrando a importância dos esportes e das práticas corporais para além das questões 
físicas. Você pode saber mais sobre os PCN e o papel da Educação Física na integração 
social dos alunos no site do Ministério da Educação, pelos links:
https://goo.gl/HhFqOX
https://goo.gl/qIJSb
Os seguintes conteúdos podem ser elencados para trabalhar nas aulas de 
handebol em conjunto com o ensino dos fundamentos e conhecer o seu papel 
socioeducativo (MACHADO; GALATTI; PAES, 2015):
 � Ética — princípios, valores e modos de comportamento; pelo jogo de 
handebol, podemos ensinar os alunos a respeitarem as regras do jogo, não 
trapacearem e a falarem a verdade sempre. É preciso estimular os alunos 
a falarem quando existe uma falta, mesmo que o próprio aluno a tenha 
cometido, respeitando os colegas de turma e o professor acima de tudo. 
O professor deve ressaltar e valorizar quando os alunos agem eticamente, 
por exemplo quanto ao fato de querer ter vantagens com o jogo desleal.
3Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas
 � Empatia — troca de papéis; podemos estimular os alunos a colocarem-
-se no lugar do outro durante a aula. Por exemplo, em uma situação 
de infração, pedir calma e mostrar que, ao agir com violência, o aluno 
pode ferir o colega, situação pela qual não gostaria de passar se fosse 
o contrário. Ainda, podemos eleger um aluno durante o jogo para ser 
o árbitro da partida, a fim de que vivencie esse outro papel. 
 � Participação, inclusão, diversificação e autonomia — durante as 
aulas, como professores ou treinadores, temos o dever de incluir todos 
os alunos, desde os menos até os mais habilidosos. Formar equipes 
com diferentes níveis de habilidade, de ambos os sexos, incluir quem 
apresenta alguma limitação e estimular a autonomia dos alunos são 
indispensáveis quando queremos ensinar o papel socioeducativo do 
handebol.
 � Relações interpessoais — precisamos construir um ambiente favorável 
para o desenvolvimento das relações entre os alunos, para o autoconhe-
cimento e para uma relação harmoniosa na turma. Deve-se ressaltar 
que o colega que está em uma equipe adversária a nossa não é nosso 
inimigo. Para isso, o professor pode variar a formação das equipes a 
cada aula, para que todos joguem com todos, em várias posições de 
jogo, especialmente na iniciação esportiva.
 � Relações entre o que acontece na aula com a vida — é importante 
incluir o aluno no contexto social e mostrar que o que ocorre na aula 
se relaciona com o que acontece na sua comunidade. Falar sobre a 
corrupção na política, por exemplo, pode ser um assunto interessante 
no ensino no handebol. Mostrar que trapacear no jogo também repre-
sentar uma forma de corrupção pode fazer os alunos pensarem para 
além do esporte. 
Existem muitos projetos sociais no Brasil que buscam alcançar os bene-
fícios sociais, éticos, cognitivos, psicológicos e físicos que o esporte pode 
proporcionar, inclusive em relação ao handebol, normalmente aplicados em 
comunidades, cidades ou bairros das cidades em condição de vulnerabilidade 
social, ou seja, locais em que os sujeitos estejam inseridos em um contexto em 
que não haja acesso a boas condições para a prática esportiva, instituições de 
ensino, organizações culturais ou centrosde saúde. Existem questões em geral 
incluídas em projetos sociais que envolvam o esporte, como a assiduidade na 
escola, o incentivo ao respeito aos colegas e aos professores, a obtenção de 
boas notas e a intolerância quanto a episódios de violência.
Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas4
Agora que você compreendeu a importância do treinamento dos funda-
mentos básicos como um meio de integração social, cultural e esportiva, 
conservando a saúde e fortalecendo a vontade para adquirir novas atitudes 
e estímulos para uma vivência harmoniosa, falaremos a seguir sobre como 
desenvolver aspectos psicomotores concomitantemente ao aprendizado dos 
fundamentos do handebol.
Aspectos psicomotores × 
fundamentos do handebol
Deve-se direcionar a iniciação ao esporte principalmente ao desenvolvimento 
motor dos alunos, o qual engloba aspectos psicomotores, afetivos e cognitivos. 
É importante considerá-lo o objetivo principal, pois pessoas bem desenvolvidas 
motoramente tendem a apresentar um melhor desenvolvimento em habilidades 
motoras especializadas, como a execução dos fundamentos específicos do 
handebol. Além disso, quando nos preocupamos com a base do desenvolvimento 
motor, como os aspectos psicomotores na iniciação esportiva do handebol, 
desenvolvemos alunos com aptidão física para outros esportes, visto os muitos 
fundamentos semelhantes entre eles, além de poderem desenvolver um bom 
repertório motor, o que facilitará a sua aprendizagem (TOLDO, 2015). 
Para uma boa execução dos fundamentos, é necessário o desenvolvimento 
das capacidades psicomotoras. Conhecer as fases e os elementos básicos do 
desenvolvimento é importante para que o professor de Educação Física propicie 
5Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas
aos alunos atividades, como brincadeiras e jogos, direcionadas para sua idade 
e a fase do seu desenvolvimento psicomotor. 
As capacidades psicomotoras dependem do desenvolvimento de alguns 
elementos básicos do desenvolvimento motor, como a motricidade fina, a 
motricidade global, o equilíbrio, a organização espacial e temporal, a la-
teralidade, etc. (WEISS; ZAREMBA, 2014). A seguir, abordaremos cada 
um desses elementos e exemplificaremos como eles se relacionam com os 
fundamentos do handebol. 
Motricidade fina
A motricidade fina está relacionada à destreza manual ou pedal para realizar 
atividades que envolvam, respectivamente, mãos e pés. Os movimentos finos 
são importantes para a criança, pois estão associados ao desenvolvimento da 
escrita, a usar uma tesoura, etc. Nos esportes, esses aspectos também são 
fundamentais, pois muitos deles envolvem o manuseio de objetos (p. ex., a bola).
A motricidade fina está relacionada especialmente ao fundamento da empunhadura. 
Atividades que envolvam segurar a bola, estimulando o uso das duas mãos, são 
interessantes para o desenvolvimento da motricidade fina e auxiliarão para uma boa 
empunhadura da bola. Sugere-se na iniciação do handebol o emprego de diferentes 
objetos com diferentes tamanhos e texturas em atividades que exijam que o aluno os 
conduzam, os passem para um colega ou os arremessem em um alvo, o que também 
auxiliará no desenvolvimento da motricidade global, assunto comentado a seguir.
Motricidade global
Tem relação estreita com o controle e a contração dos grandes grupamentos 
musculares, responsáveis por realizar movimentos mais amplos do nosso 
corpo no espaço. Essa capacidade psicomotora é responsável por padrões de 
movimento básicos, como engatinhar, saltar, correr, pular, empurrar e puxar, 
diretamente associados aos esportes, inclusive o handebol, em que os atletas 
precisam ter boa aptidão física e bom desenvolvimento dos elementos em 
destaque.
Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas6
Entre os fundamentos com maior relação com a motricidade global, podemos citar o 
arremesso, em que o atleta muitas vezes precisa saltar e realizar movimentos complexos 
simultaneamente. Também destaca-se o drible, já que o aluno precisa se deslocar em 
velocidade para vencer o marcador no confronto individual. Na iniciação, é possível 
recomendar atividades elementares que envolvam esses gestos básicos, com atividades 
lúdicas que propiciem um maior nível de motivação para a prática.
Equilíbrio
Refere-se à capacidade de o sistema de controle motor gerar estabilidade cor-
poral para que o indivíduo consiga realizar determinados gestos sem prejuízo. 
Diversos sistemas do corpo humano (vestibular, proprioceptivo, etc.) atuam 
em conjunto para prover informações e manter o indivíduo equilibrado, tanto 
em ações estáticas quanto dinâmicas.
O equilíbrio tem relação com diferentes aspectos do jogo de handebol, como as fintas 
e a recepção, já que o aluno precisa de uma condição corporal estável para realizá-los. 
Para poder trabalhar esse aspecto psicomotor, é necessário promover justamente o 
contrário: instabilidade. O aluno deve ser capaz de responder às condições adversas de 
equilíbrio, partindo de situações menos desafiantes para mais desafiantes, a fim de que, 
futuramente, consiga responder de maneira mais equilibrada em diferentes ocasiões.
Organização espacial e temporal
Também chamada de organização espaço-temporal, reflete a capacidade de 
um indivíduo em situar-se em relação a outros indivíduos, outros objetos ou, 
ainda, seu próprio corpo. Isso inclui a noção de distância, noção de altura, 
noção de tempo ou de posição (direita e esquerda, em cima e embaixo e à frente 
ou atrás), ou seja, compreende a relação do corpo da criança com o meio em 
que está inserida e os demais agentes com quem ela interage.
7Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas
A organização espaço-temporal tem relação muito próxima com os sistemas táticos 
(posicionamentos ofensivo e defensivo) e o fundamento do passe, já que, para esses 
aspectos, é fundamental que o indivíduo consiga calcular mentalmente o espaço e o 
tempo necessários para realizar, por exemplo, um lançamento ou uma cobertura na 
marcação. Uma maneira interessante de estimular esse aspecto psicomotor consiste em 
realizar exercícios com espaço reduzido e aumentando gradualmente essa proporção, 
o que facilita a assimilação do aluno do espaço que dispõe para o jogo, bem como o 
tempo que leva para que as ações ocorram.
Lateralidade
Trata-se da predisposição a utilizar de modo dominante um dos lados do 
corpo para executar tarefas cotidianas, esportivas ou especializadas. Existem 
indivíduos com dominância do lado direito do corpo (destros), do lado esquerdo 
do corpo (canhotos) e sem dominância específica de um dos lados do corpo 
(ambidestros). A lateralidade é um reflexo do nível de atividade de um dos 
hemisférios do nosso cérebro nos membros responsáveis por realizar os movi-
mentos, processo que pode ser diretamente influenciado pela carga genética.
A lateralidade influenciará todos os gestos do jogo — dribles, fintas, passes, arremessos 
e recepções. Na maior parte das ações do jogo, os alunos optarão por realizar os gestos 
com os seus membros dominantes, já que apresentam maior destreza e capacidade com 
esse lado do corpo. Entretanto, é importante estimulá-los a trabalharem também com 
o lado não dominante, já que em determinados momentos da partida será necessário 
realizar os gestos com esse lado do corpo. Para isso, há exercícios simples: trata-se dos 
mesmos exercícios que podem ser utilizados para trabalhar os fundamentos básicos 
do handebol, entretanto realizados com o lado não dominante.
De acordo com os aspectos psicomotores que podem ser trabalhados com 
as aulas de handebol na Educação Física, podemos incorporar o trabalho es-
pecífico dos fundamentos da modalidade, para o qual, entretanto, precisamos 
Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas8
compreender cada um dos fundamentos e as suas características específicas 
dentro do jogo.
Fundamentos do handebol e 
seus elementos constitutivos
Os esportessão regidos por um conjunto técnico de gestos, considerados 
fundamentais para o jogo e que contêm características próprias para que 
sejam considerados adequados, além de variações de um mesmo fundamento. 
Ainda, pode-se descrever um movimento específico de um fundamento bio-
mecanicamente para avaliar se está sendo executado corretamente e quais 
são suas características (REIS, 2006). Entre os fundamentos do handebol, 
podemos citar a recepção de bola, o drible, o passe, o arremesso, a finta e a 
empunhadura, conceituados individualmente, com variações (quando aplicável) 
e características particulares.
Recepção de bola
A recepção consiste no ato de receber e dominar a bola com as mãos após 
um passe de um companheiro de time. O gesto deve ser realizado com as 
mãos alinhadas e ligeiramente curvadas para encaixar a bola na palma da 
mão (concavidade), além de um pequeno afastamento entre dedos e cotovelos 
levemente flexionados. Atletas ou alunos com maior facilidade nesse funda-
mento costumam executá-lo com uma única mão, para dar maior dinâmica às 
jogadas. Assim como os passes, esse fundamento é executado principalmente 
pelos armadores (HESPANHOL JUNIOR, 2012), jogadores responsáveis por 
arquitetar o modo como as jogadas são construídas pela equipe.
A recepção pode ainda ser classificada em três categorias distintas, de 
acordo com a altura em que o passe foi realizado: recepção alta, em que a 
bola é lançada acima de linha do ombro; recepção média, em que a bola é 
lançada na linha do peito; e recepção baixa, em que a bola é lançada próxima 
à linha do quadril.
Drible
Gesto técnico do handebol, consiste em quicar a bola, estando o atleta parado 
ou em movimento. A mão do jogador deve estar posicionada acima da bola 
enquanto realiza o drible, e os deslocamentos progressivos devem priorizar 
9Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas
a posição da bola na lateral do braço que executa o drible, levemente à frente 
do corpo.
O drible é um dos fundamentos ofensivos mais importantes, já que pos-
sibilita desorganizar o sistema defensivo adversário por uma vitória pessoal. 
O jogador tem a possibilidade de avançar em quadra mantendo a posse de 
bola e abrindo espaços a partir de movimentos de cobertura dos adversários. 
O drible também é uma forma de viabilizar uma posição ou uma condição de 
jogo mais fácil para o atacante, quando este consegue se livrar da marcação 
e tem, consequentemente, mais tempo para preparar ou finalizar uma jogada.
Passes
O passe é o fundamento que dá dinâmica ao jogo de handebol, consistindo em 
lançar a bola para um companheiro para que ele dê continuidade à jogada. A 
forma como pode ser executado varia conforme observado a seguir.
 � Passe por cima do ombro — gesto mais básico desse fundamento, é 
realizado para a frente ou em sentido oblíquo. O gesto técnico do passe 
de ombro no handebol consiste na execução desse tipo de passe com 
o menor desperdício de energia, com a maior rapidez e velocidade, 
portanto com maior eficácia (REIS, 2006).
 � Passe em pronação — gesto de passe mais complexo, é realizado no 
sentido lateral e para trás. O jogador utiliza muito esse recurso para 
rondar a área com passes laterais, fazendo os movimentos de extensão 
de cotovelo e pronação da radioulnar.
 � Passe por trás da cabeça — realizado no sentido lateral e diagonal 
com a bola passando atrás da cabeça do executante.
 � Passe por trás do corpo — realizado no sentido lateral e diagonal com 
a bola passando atrás do corpo do executante.
 � Passe para trás — executado atrás da linha do passador, por meio do 
movimento de extensão do punho e próximo à linha do ombro e da 
cabeça do jogador que está executando o passe.
 � Passe quicado — o gesto consiste em um lançamento diagonal da 
bola na direção do chão, para que ela quique e chegue até as mãos do 
companheiro responsável pela recepção da jogada. É muito comumente 
utilizado quando o jogador tem a trajetória bloqueada e busca uma 
alternativa diferente para encontrar um companheiro desmarcado.
Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas10
Arremesso
Fundamento de finalização do handebol constitui o gesto básico do jogo. Na 
maior parte das vezes, o jogador realiza o gesto por cima do ombro projetando 
potência para vencer o goleiro ou buscando colocar a bola fora de seu alcance. 
A partir da empunhadura e de uma posição facilitada para o arremesso, 
o jogador leva a bola em uma linha posterior a cabeça para, posteriormente,
ser projetada para a frente por meio de um misto de movimento de rotação
interna, flexão horizontal e extensão do ombro e extensão de cotovelo.
O arremesso está presente no tiro de sete metros, conhecido como o pênalti do 
handebol, situação em que é possível observar algumas variações plásticas na forma 
como o arremesso é executado, como no vídeo reproduzido pelo canal Jr Esportes 
encontrado no link a seguir.
https://goo.gl/foHPvQ
Fintas
O fundamento de finta (Figura 1) é semelhante ao drible, afinal tem o mesmo 
objetivo: vencer a marcação adversária para buscar progressão na quadra. 
Entretanto, finta e drible não são sinônimos. Diferentemente do conceito 
de drible que abordamos anteriormente, a finta consiste em uma tentativa 
de “enganar” o marcador com movimentos do corpo, facilitando, assim, a 
execução de um passe ou mesmo de um drible ou arremesso.
11Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas
É importante que o atleta realize movimentos rápidos com os braços ou 
mesmo movimentos de falsos deslocamentos corporais, ludibriando os defen-
sores e abrindo espaços ou promovendo condições favoráveis para a evolução 
do jogo ofensivo. Para isso, tornam-se importantes a velocidade de reação, a 
agilidade e a alternância do ritmo em que os gestos são executados (começar 
um movimento lento e buscar a aceleração ou o contrário).
Figura 1. Imagem ilustrativa do fundamento de finta no handebol.
Fonte: Focus and Blur/Shutterstock.com.
Empunhadura
Também podemos citar a empunhadura como um dos fundamentos do han-
debol, considerado, inclusive, o gesto elementar e mais básico do jogo, já que, 
sem uma empunhadura adequada, sua prática fica extremamente prejudicada. 
A empunhadura consiste em segurar a bola na palma da mão pressionando-a 
com os dedos, mantendo a bola firme para poder realizar outros gestos do 
jogo e evitando que ela caia e uma possível perda de posse.
Como você pode observar neste capítulo, o handebol não se limita somente 
ao ensino de fundamentos específicos do esporte. Os benefícios da implantação 
dessa prática esportiva na vida das crianças podem ser enormes, cabendo ao 
professor utilizar os mecanismos e as estratégias cabíveis para obter diferentes 
vantagens em relação ao processo de aprendizagem.
Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas12
1. Assinale a opção que engloba 
a importância do treinamento 
dos fundamentos básicos 
como um meio de integração 
social, cultural e esportiva:
a) O aperfeiçoamento dos 
fundamentos é essencial para 
a especialização no esporte e 
detectar talentos esportivos.
b) A prática do handebol pode 
ser um estímulo para novas 
atitudes, valores e modos de 
comportamento e uma vivência 
harmoniosa entre as pessoas.
c) O treinamento dos 
fundamentos é voltado apenas 
para o aperfeiçoamento 
da técnica dos alunos.
d) O handebol deve ser voltado 
para o desenvolvimento da 
autonomia, por isso o professor 
precisa privilegiar aqueles com 
uma participação maior da aula.
e) O esporte é citado pelos 
Parâmetros Curriculares 
Nacionais somente como um 
meio para o desenvolvimento 
motor dos alunos.
2. Qual dos seguintes aspectos 
psicomotores é influenciado pela 
atuação preferencial de um dos 
hemisférios do nosso cérebro?
a) Organização espaço-temporal.
b) Lateralidade.
c) Equilíbrio.
d) Motricidade global.
e) Motricidade fina.
3. A organização espaço-temporal 
reflete a capacidade de um 
indivíduo em situar o seu corpoem relação a outros corpos, 
objetos ou, ainda, outras pessoas. 
Qual tipo de estratégia é possível 
adotar para buscar melhorar 
esse aspecto psicomotor?
a) Promover condições de 
desequilíbrio e instabilidade.
b) Diminuir o tamanho da 
bola utilizada no jogo.
c) Incentivar ações mais rápidas.
d) Buscar realizar atividades 
com ambos os membros.
e) Reduzir o espaço no qual 
se dá a atividade.
4. De acordo com os diferentes tipos 
de passe, é correto afirmar que:
a) O passe por cima do ombro 
é um dos menos eficientes.
b) O passe quicado exige 
menor gasto energético.
c) Passes em pronação são 
comumente utilizados para 
rodar a área com passes laterais.
d) O passe por trás do corpo é o 
mais utilizado durante o jogo.
e) Passes por trás da cabeça têm 
sentido frontal e diagonal.
5. Qual das seguintes formas 
de execução de arremesso 
é utilizada para a cobrança 
de um tiro de 7 metros?
a) Arremesso em suspensão.
b) Arremesso com queda.
c) Arremesso com apoio.
d) Arremesso com rolamento.
e) Arremesso com queda 
ou rolamento.
13Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas
HESPANHOL JUNIOR, L. C. et al. Principais gestos esportivos executados por jogadores 
de handebol. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Porto Alegre, v. 34, n. 3, p. 727-739, 
jul./set. 2012.
MACHADO, G. V.; GALATTI, L. R.; PAES, R. R. Pedagogia do esporte e projetos sociais: 
interlocuções sobre a prática pedagógica. Movimento, Porto Alegre, v. 21, n. 2., p. 405-
418, abr./jun. 2015.
MACHADO, G. V.; GALATTI, L. R.; PAES, R. R. Pedagogia do esporte e o referencial his-
tórico-cultural: interlocução entre teoria e prática. Pensar a Prática, Goiânia, v. 17, n. 2, 
p. 414-430, jan./mar. 2014.
REIS, H. H. B. O ensino do handebol utilizando-se do método parcial. Revista Digital, 
Buenos Aires, año 10, n. 93, feb. 2006. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/
efd93/handebol.htm>. Acesso em: 23 out. 2018.
TOLDO, A. B. A. Handebol: o uso do Youtube como ensino-aprendizagem na prática 
desportiva. 2015. 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso. (Especialização em Mídias na 
Educação) – Curso de Especialização em Mídias na Educação, Centro Interdisciplinar 
de Novas Tecnologias na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto 
Alegre, 2015.
WEISS, J. E.; ZAREMBA, C. M. Influência de um programa de iniciação ao Handebol no 
aprimoramento das habilidades motoras fundamentais e especializadas em crianças 
do 6° ano do ensino fundamental. In: PARANÁ. Os desafios da escola pública paranaense 
na perspectiva do professor PDE: artigos. Curitiba, 2014. (Cadernos PDE, v. 1).
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros 
curriculares nacionais: educação física. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro07.pdf>. Acesso em: 23 out. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros 
curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 
1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf>. Acesso 
em: 23 out. 2018.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL. MiniHand. 2013. Disponível em: <http://
www.brasilhandebol.com.br/noticias_detalhesEspecial.asp?id=28764&contexto=07.
01&moda=&area=&ip>. Acesso em: 23 out. 2018.
Fundamentos: recepção de bola, drible, passes, arremessos e fintas14
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