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Livro Postura

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Prévia do material em texto

1
A POSTURA HUMANA:
Avanços e desafi os
2
3
Maria do Socorro Brasileiro-Santos
Professora do Departamento de Fisioterapia da UFPE
Mestre em Fisiologia pela Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE)
Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
(organizadora)
A POSTURA HUMANA:
Avanços e desafi os
Recife - 2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Reitor: Prof. Amaro Henrique Pessoa Lins
Vice-Reitor: Prof. Gilson Edmar Gonçalves e Silva
Diretora da Editora: Profª Maria José de Matos Luna
COMISSÃO EDITORIAL
Presidente: Profª Maria José de Matos Luna
 
Titulares: André Luiz de Miranda Martins, Artur Stamford, Christine Paulette Yves Ru no, Elba Lúcia C. 
de Amorim, Emanuel Souto da Mota Silveira, José Dias dos Santos, José Wellington Rocha Tabosa, Kátia 
Cavalcanti Porto, Lívia Suassuna, Marcos Gilson Gomes Feitosa, Marlos de Barros Pessoa, Sônia Souza Melo 
Cavalcanti de Albuquerque.
Suplentes: Alexandre Simão de Freitas, Arnaldo Manoel Pereira Carneiro, Augusto César Pessoa Santiago, 
Benício de Barros Neto, Bruno César Machado Galindo, Carlos Alberto Cunha Miranda, Carlos Sandroni, 
Ivandro da Costa Sales, José Gildo de Lima, Luiz Carlos Miranda, Vera Lúcia Menezes Lima, Zanoni Car-
valho da Silva
Editores Executivos: Christine Paulette Yves Ru no, Dênis Bernardes, André Luiz de Miranda Martins
Editora associada à
 
Associação Brasileira de 
Editoras Universitárias
 
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou pro-
cesso, especialmente por sistemas grá cos, microfílmicos, fotográ cos, reprográ cos, fonográ cos e vídeográ-
 cos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial em qualquer sistema de processamento de 
dados e a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer programa juscibernético. Essas proibições aplicam-
se também às características grá cas da obra e à sua editoração.
A postura humana: avanços e desafios / organizadora 
Maria do Socorro Brasileiro Santos. – Recife: Ed. 
Universitária da UFPE, 2009. 
 
 209 p.: il., fig., tab. – (Livro-Texto) 
 
Vários autores 
 
Inclui bibliografia 
 ISBN (broch.) 
 
 1. Postura humana. 2. Sistema locomotor. 
I. Santos, Maria do Socorro Brasileiro. 
 
 
 611.7 CDU(2.ed.) UFPE 
 613.78 CDD(22.ed.) BC2010-011 
 
5
SÉRIE LIVRO-TEXTO
A Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, pautada pelos 
princípios da democracia, transparência, qualidade e compromisso 
social, assume o Ensino Superior como um bem público e um direito 
de todos os cidadãos.
Neste sentido, estimula a melhoria das condições de trabalho 
docente, a implementação de metodologias de ensino inovadoras e 
a articulação dos conhecimentos teóricos e práticos nas diferentes 
áreas do saber como instrumentos de promoção da formação 
científica, humanística e artística que prepare nossos estudantes 
para a intervenção na realidade, segundo o compromisso com o 
desenvolvimento integral e sustentável, a equidade e a justiça social.
Assim, a UFPE, por intermédio da Pró-reitoria para Assuntos 
Acadêmicos e a Editora Universitária, ofertam à comunidade 
acadêmica e à sociedade mais uma coleção da Série Livro-Texto, 
com o objetivo de contribuir para a formação da biblioteca básica do 
estudante de graduação e divulgação do conhecimento produzido 
pelos docentes desta Universidade.
Os livros desta coleção, que contemplam diferentes áreas do saber, 
foram selecionados segundo as condições estabelecidas no Edital de 
Apoio ao Ensino de Graduação, lançado em 2009 e, representam 
o esforço dos docentes e da Universidade com a produção, 
sistematização e divulgação do conhecimento, um de seus principais 
objetivos.
É, portanto com grande satisfação que apresentamos os livros: 
Sobre Organizações e Sociedade de autoria de Marcio Sá - Centro 
Acadêmico do Agreste; Abordagem Teórica da Organização e 
Representação do Conhecimento de Fábio Assis Pinho - Departamento 
de Ciência da Informação; Postura Humana: Avanços e Desafios - 
Maria do Socorro Brasileiro Santos do Departamento de Fisioterapia/
Fisiologia; Política e Gestão da Educação de Laêda Bezerra Machado, 
6
Eliete Santiago, Márcia Regina Barbosa, Maria Lúcia Ferreira de 
Figueirêdo Barbosa e Maria da Conceição Carrilho do Departamento de 
Administração Escolar e Planejamento Educacional; e Fisiologia 
Renal Essencial de Carmem de Castro Alves do Departamento de 
(Fisiologia /Farmacologia).
Recife, setembro de 2009.
Ana Maria Santos Cabral
 
7
Esta obra foi idealizada como uma forma de divulgação das 
experiências acumuladas nos âmbitos da assistência e da pesquisa científi ca 
pelo grupo de professores e pesquisadores do Departamento de Fisioterapia 
da Universidade Federal de Pernambuco em colaboração com pesquisadores 
de outros Departamentos desta e de outras IES, como também, a partir dos 
conhecimentos adquiridos na literatura mundial.
Ela apresenta conhecimentos neurofi siológicos e anatômicos da 
postura, dar informações de como a postura pode ser avaliada e tratada, 
traz conhecimentos das alterações posturais em populações especiais e nos 
diversos sistemas orgânicos e como a integração inter e transdisciplinar 
pode otimizar a saúde e a qualidade de vidas dos pacientes que apresentam 
disfunções posturais.
Nós esperamos que este livro possa ser de grande utilidade a todos os 
estudantes e profi ssionais da Área da Saúde, interessados em conhecimentos 
sobre a Postura Humana.
Gostaria ainda de agradecer sinceramente a todos os autores que 
participaram ativamente na elaboração desta obra, sem os quais ela não 
poderia ser levada a cabo com tanto sucesso.
Maria do Socorro Brasileiro Santos.
Apresentação
8
9
São outros os ventos que sopram o mercado da edição de livros no Brasil 
comparados com os idos de 60, quando a fi sioterapia ensaiava seus primeiros passos 
no país e quando podíamos contar nos dedos as obras à disposição dos fi sioterapeutas; 
quase todas de origem estrangeira. Serão também outros os mecanismos de 
transmissão de conhecimentos nos próximos dez ou vinte anos. O já disponibilizado 
livro eletrônico – e.book - de páginas plásticas fl exíveis e algo semelhantes aos LCD, 
apelidado de kindle (Kindle Wireless Reading Device), e mega Projeto Alexandria, 
de uma das mais conceituadas organizações na área da informática, que pretende 
digitalizar a maioria das obras já editadas no mundo e colocá-las à disposição do 
público, certamente revolucionará o que chamamos hoje de bibliotecas. No entanto, 
seja através da escrita coneiforme, de papiros ou livro eletrônico a motivação de quem 
escreve permanece a mesma através dos tempos – compartilhar conhecimentos. O 
homem não pode se isolar de outros homens. Mesmo que seu corpo físico permaneça 
estático em algum lugar, por decisão própria ou não, através de sinais de fumaça, 
pombos-correio ou computador, há o desejo atávico de compartilhar com os outros as 
experiências que lhe parece adequada para tornar a vida mais confortável e segura. 
No livro A Postura Humana: Avanços e Desafi os, através de onze capítulos 
primorosamente elucidativos, os autores proporcionam uma agradável viagem 
através dos mistérios da anatomia, do equilíbrio e do deslocamento humano desde o 
nascimento até sua idade avançada. A qualidade do corpo de editores, magistralmente 
coordenados pela professora doutora Maria do Socorro Brasileiro-Santos, nos dá a 
garantia de que o assunto exposto foi garimpado de fontes altamente credenciadas 
no campo das ciências da saúde com ênfase na fi sioterapia. Sintam-se convidados a 
transitar por entre os assuntos disponibilizados, saboreando cada frase, cada assunto e 
cada explicação. Certamente, ao fi nal da leitura desta obra, vocês terão agregado um 
grande aporte de conhecimentos ao seu patrimônio profi ssional.
 
Antonio Carlos Tavares de Lucena – Ft, MSc, PhD
Professor Associadodo Departamento de Fisioterapia da UFPE
 
Prefácio
10
11
Capítulo 1
Neurofi siologia da Postura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Adriana Sarmento de Oliveira | Alice Macedo guimarães | Amilton da Cruz Santos
Capítulo 2
Anatomia Funcional da Postura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
Sílvia Regina Arruda de Moraes | Vítor Caiaffo Brito
Capítulo 3
Métodos de Avaliação Postural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
Adriana Sarmento de Oliveira | Ana Paula de Lima Ferreira | Maria do Amparo 
Andrade | Maria do Socorro Brasileiro-Santos
Capítulo 4
Postura e o Sistema Respiratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75
Armèle Dornelas de Andrade | Daniella Cunha Brandão | Jacqueline de Melo 
Barcelar
Capítulo 5
Infl uência das Disfunções Temporoman-dibulares sobre a 
Postura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
Adriana Sarmento de Oliveira | Ana Isabela Arruda Meira Ribeiro | Polyana 
Sarmento de Oliveira 
Capítulo 6
Postura na Mulher durante a Gestação e na Incontinência 
Urinária de Esforço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121
Adriana Sarmento de Oliveira | Caroline Wanderley Souto Ferreira | Jaqueline 
Diniz Barros
Sumário
12
Capítulo 7
Postura no Idoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
Márcia Alessandra Carneiro Pedrosa de Castro | Maria das Graças Rodrigues de 
Araújo
Capítulo 8
Postura no Atleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
Adriana Sarmento de Oliveira | Amilton da Cruz Santos | Kátia Monte-Silva | Maria 
do Socorro Brasileiro-Santos
Capítulo 9
Infl uência da Nutrição sobre a Postura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Adriana Sarmento de Oliveira | Anna Myrna Jaguaribe de Lima | Maria do Socorro 
Brasileiro-Santos
Capítulo 10
Saúde Postural: Integração Fisioterapia e Odontologia . . . . 172
Maria das Graças Paiva | Sara Grinfeld
Capítulo 11
Métodos de Tratamento para as Disfunções Posturais . . . . . . 189
Kátia Monte-Silva | Pedro Olavo de Paula Lima | Thaysa de Oliveira L. Souza
13
Alice Macedo
Guimarães
Graduada em Fisioterapia pela 
Universidade Estadual da Paraíba. 
Fisioterapeuta do Hospital 
Regional Manoel Gonçalves de 
Abrantes - Sousa-PB.
Ana Isabela
Arruda Meira Ribeiro
Especialista em Prótese Dentária 
pela Pontifícia Universidade 
Católica de Minas Gerais. Mestre 
em Odontologia pela Faculdade 
de Odontologia de Pernambuco 
(FOP). Doutoranda em 
Odontologia pela FOP. Professora 
substituta de Prótese Dentária 
na Universidade Estadual da 
Paraíba.
Anna Myrna
Jaguaribe de Lima
Professora da Universidade 
Federal Rural de Pernambuco 
(UFRPE). Graduada em 
Fisioterapia pela Universidade 
Federal da Paraíba. Mestre em 
Fisiologia pela UFPE e Doutora 
em Ciências (Endocrinologia) 
pela Universidade de São Paulo. 
Amilton da
Cruz Santos
Professor do Departamento de 
Educação Física da Universidade 
Federal da Paraíba (UFPB). 
Graduado em Educação Física 
pela UFPB. Mestre em Fisiologia 
pela Universidade Federal 
de Pernambuco, Doutor em 
Fisiologia pela Universidade de 
São Paulo e líder do Grupo de 
Pesquisa em Atividade Física e 
Saúde UFPB/CNPq.
Adriana Sarmento
de Oliveira
Fisioterapeuta graduada pela 
Universidade Estadual da Paraíba, 
Especialista em Acupuntura 
pelo CITE e Mestranda em 
Fisioterapia pela Universidade 
Federal de Pernambuco.
Sobre os autores
14
Ana Paula de
Lima Ferreira
Professora do Departamento de 
Fisioterapia da Universidade 
Federal de Sergipe, Especialista 
em Fisioterapia em Traumato-
ortopedia e Mestre em Nutrição 
pela Universidade Federal de 
Pernambuco.
Armèle Dornelas
de Andrade
Professora do Departamento de 
Fisioterapia da Universidade de 
Federal de Pernambuco (UFPE). 
Graduada em Fisioterapia pela 
UFPE. Doutora pela Universidade 
Aix-Marseille na França, Pós-
doutora pela Universidade de 
British Columbia-Canadá e 
líder do Grupo de Pesquisa 
em Fisiologia e Fisioterapia 
Respiratória UFPE/CNPq.
Caroline Wanderley
Souto Ferreira
Professora do Departamento de 
Fisioterapia da Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE) 
e do Programa de Pós-graduação 
em Fisioterapia da UFPE. 
Graduada em Fisioterapia pela 
UFPE. Mestre em Biofísica e 
Doutora em Nutrição pela UFPE, 
Coordenadora da disciplina 
Fisioterapia em Gineco-
Obstetrícia.
Daniella Cunha
Brandão
Fisioterapeuta graduada pela 
Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE), Especialista 
em Fisioterapia Cardiorespiratória 
pela UFPE, Mestre em Ciências 
da Saúde- UFPE e doutoranda 
em Ciências da Saúde pela 
Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. 
Jaqueline Diniz
Barros
Fisioterapeuta graduada pela 
Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE) e mestranda 
em Patologia pela UFPE.
15
Kátia Monte-Silva
Professora do Departamento de 
Fisioterapia da Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE). 
Graduada em Fisioterapia pela 
UFPE. Especialista em Recursos 
Terapêuticos Manuais, Mestre em 
Nutrição pela UFPE e Doutora 
em Neurociências pela Georg-
August Universitat Gottingen 
- Alemanha. Coordenadora da 
Escola de Postura da UFPE. 
Márcia Alessandra
Carneiro Pedrosa de Castro
Professora do Departamento de 
Fisioterapia da Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE). 
Graduada em Fisioterapia 
pela Universidade Federal da 
Paraíba. Mestre em Fisiologia 
pela UFPE e Doutora em 
Ciências (Endocrinologia) pela 
Universidade Federal de São 
Paulo. Coordenadora da disciplina 
de Cinesiologia para o Curso de 
Educação Física.
Jacqueline de
Melo Barcelar
Fisioterapeuta graduada pela 
Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE), Especialista 
em Fisioterapia Cardiorrespiratória 
e mestranda em Fisioterapia pela 
UFPE.
Maria do Amparo
Andrade
Professora do Departamento de 
Fisioterapia da Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE), 
Mestre em Fisiologia pela 
UFPE. Graduada em Fisioterapia 
pela UFPE e Fonoaudiologia 
pela Universidade Católica 
de Pernambuco. Doutora 
em Medicina Tropical pela 
Universidad de Salamanca - 
Espanha. Coordenadora da 
disciplina Cardiofi sioterapia.
Maria das
Graças Paiva
Professora do Departamento de 
Fisioterapia da Universidade 
Federal de Pernambuco, 
Especialista em Tramato-
Ortopedia e Intervenções Precoce 
nas Disfunções Infantis. Mestre 
em Bioquímica e Doutora em 
Nutrição pela UFPE. 
16
Pedro Olavo
de Paula Lima
Fisioterapeuta graduado pela 
Universidade de Fortaleza e 
Mestrando em Fisioterapia 
pela Universidade Federal de 
Pernambuco.
Polyana Sarmento
de Oliveira
Graduada em Odontologia 
pela Universidade Estadual da 
Paraíba.
Sara
Grinfeld
Professora do Departamento de 
Clínica e Odontologia Preventiva 
da Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE). Graduada 
em Odontologia pela UFPE. 
Especialista em Odontopediatria 
pela Faculdade de Odontologia 
de Pernambuco (FOP) e em 
Educação na Área da Saúde pela 
Universidade Federal do Rio de 
Janeiro. Mestre e Doutora em 
Odontologia (Odontopediatria) 
pela FOP. 
Sílvia Regina
Arruda de Moraes
Professora do Departamento 
de Anatomia da Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE). 
Graduada em Fisioterapia pela 
UFPE. Especialista em Morfologia 
pela Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. Doutora em 
Ciências pela Universidade de São 
Paulo. da disciplina de Anatomia 
do Aparelho Locomotor.
Maria das Graças
Rodrigues de Araújo
Professora do Departamento de 
Fisioterapia da Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE). 
Graduada em Fisioterapia 
pela UFPE. Mestre e Doutora 
em Nutrição pela UFPE, 
Coordenadora da Área de 
Cinesioterapia e Recursos 
Terapêuticos Manuais eLíder 
do Grupo de Pesquisa Avaliação 
e Intervenção no Sistema 
Neuromusculoesquelético UFPE/
CNPq.
17
Thaysa de Oliveira
L. Souza
Fisioterapeuta graduada pela 
Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE) e Mestranda 
em Fisioterapia pela UFPE.
Vitor Caiaffo
Brito
Professor Assistente de Anatomia 
Humana do Departamento de 
Morfologia e Fisiologia Animal 
da Universiade Federal Rural de 
Pernambuco (UFRPE), Graduado 
em Fisioterapia pela Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE), 
Especialista em Morfologia pela 
UFPE, Mestre em Patologia pela 
UFPE.
18
19
TERMOS-CHAVES: 
Capítulo 1
Neurofi siologia da Postura
Adriana Sarmento de Oliveira
Alice Macedo Guimarães
Amilton da Cruz Santos
A partir da leitura deste capítulo o leitor estará 
cientifi camente embasado sobre a neurofi siologia 
do controle postural, adquirindo desta forma, 
conhecimento sufi ciente para se aprimorar em sua 
prática clínica.
Neurofi siologia – é um ramo da fi siologia que tem como objeto o estudo do 
funcionamento do sistema nervoso.
Postura - é a relação mecânica das partes do corpo entre si. 
Controle postural - Processo pelo qual o sistema nervoso central produz padrões 
de atividade muscular necessários para a relação entre o centro de massa e a base 
de sustentação.
20
O controle motor e postural é executado pelo córtex cerebral que é 
formado por duas áreas funcionais: o córtex motor e o córtex somatossensorial, 
que enviam muitos dos sinais que desencadeiam as atividades motoras1.
Opostamente ao sistema sensorial, no qual o produto fi nal é a 
geração de uma representação interna do mundo externo/estado do corpo, o 
processamento motor começa com uma representação interna que envolve a 
construção de comportamentos, ou atos motores, pela montagem e coordenação 
de componentes motores elementares. Para compreendermos como são 
gerados os movimentos, precisamos estudar os modos como as características 
elementares dos movimentos são codifi cadas pelo sistema nervoso2.
Os movimentos podem ser divididos em três classes: as respostas 
refl exas, os padrões motores rítmicos e os movimentos voluntários. Em cada 
uma dessas três classes de movimentos os músculos relaxam e se contraem. 
Os sistemas motores, além de controlar a contração de músculos individuais, 
enviam comandos quanto ao momento de sua execução, planejam ajustes 
posturais adequados para a realização dos movimentos e levam em consideração 
a maquinaria motora, ajustando seus comandos para compensar a inércia dos 
membros e a disposição mecânica dos músculos, ossos e articulações, antes 
do movimento ser executado2.
 O sistema motor, da mesma maneira que o somatossensorial está 
organizado em série ou hierarquicamente em paralelo. A hierarquização 
signifi ca que existem estruturas que controlam outras. Nessa organização 
existem três níveis: o primeiro é a medula espinhal, o segundo, o tronco 
encefálico e o terceiro, as áreas corticais motoras3.
 A medula espinhal é quem possui os circuitos neuronais necessários 
para a realização dos movimentos refl exos e rítmicos. É o nível mais baixo. No 
tronco encefálico integram-se as aferências visuais, vestibulares e somáticas 
que participam na manutenção do equilíbrio e da postura, assim como na 
coordenação e na execução dos movimentos oculares e da cabeça. É o segundo 
nível hierárquico. As áreas corticais motoras compõem o nível hierárquico 
máximo. São três áreas: o córtex motor primário, o córtex motor suplementar 
e o córtex pré-motor. O primeiro intervém na execução dos movimentos 
voluntários e no planejamento dos movimentos simples. As outras duas áreas 
são responsáveis pelo planejamento dos movimentos complexos3.
21
 O controle da postura humana representa um complexo desafi o para 
o sistema de controle motor. A principal tarefa do controle postural é gerar 
uma série de contrações musculares que produzem momentos de força sobre 
as articulações do sistema músculo-esquelético, objetivando principalmente 
a manutenção da postura bípede. Como o sistema nervoso central controla e 
mantém a postura ereta, o mesmo está relacionado com a demanda necessária 
para estabilizar a postura humana4.
O equilíbrio entre o controle motor e o postural é imprescindível, posto 
que, segundo Resende e Sanches5, as alterações posturais podem ser causa ou 
consequência de disfunções musculoesqueléticas.
Neste sentido, este capítulo abordará a neurofi siologia do controle 
motor, através dos mecanismos espinhais e do sistema motor descendente, 
desde o tronco cerebral, enfatizando a atuação do controle motor no controle 
postural.
A MEDULA ESPINHAL ►
Segundo Tyldesley e Grieve6, os neurônios motores inferiores da medula 
espinhal formam a via fi nal comum para a ativação dos músculos em todos 
os movimentos voluntários e refl exos. O número maior de interneurônios que 
neurônios motores na medula espinhal, refl etem o complexo processamento 
de informações realizado pela medula, visto que oferecem inibição recíproca 
de músculos antagonistas e inibição para a atividade dos neurônios motores 
inferiores.
Para compreensão destes mecanismos, faz-se necessário entender temas 
tais como a estrutura e função do músculo esquelético e a compreensão de 
vários conceitos envolvidos no sistema motor humano. 
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO ►
 Todos os movimentos humanos sejam de mínimo ou de máximo 
esforço, inclusive os movimentos oscilatórios quando estamos na postura 
22
em pé, dependem do funcionamento adequado do músculo esquelético. Por 
conseguinte, qualquer tratamento que vise restaurar o movimento corporal 
correto, dependerá igualmente da ação muscular7.
O músculo esquelético é composto de tecido contrátil e tecidos 
conjuntivos não-contráteis. Os tecidos conjuntivos não-contrátéis, endomísio, 
perimísio e o epimísio, conferem aos músculos a habilidade de resistir às forças 
deformantes e a viscoelasticidade8. O aparato contrátil é organizado em uma 
unidade funcional, o sarcômero, que consiste da combinação de fi lamentos de 
actina e miosina9.
As unidades funcionais contráteis dos músculos esqueléticos, os 
sarcômeros, se sobrepõem e formam pontes transversas. Desta forma, 
asseguram a capacidade do músculo de contrair e relaxar. Quando uma 
unidade motora estimula um músculo a se contrair, os fi lamentos de actina-
miosina deslizam juntos e o músculo encurta-se ativamente. Uma vez o 
músculo relaxando, as pontes transversas se separam e o músculo retorna ao 
seu comprimento de repouso10. 
Segundo Ekman11 a membrana de uma célula muscular é denominada 
sarcolema. Esta apresenta projeções denominadas túbulos T, e ao redor destes 
o retículo sarcoplasmático armazenando Ca2+. A contração muscular ocorre 
quando os íons de Ca2+ são liberados devido à alteração de potencial elétrico 
de receptores do sarcolema pela acetilcolina e se ligam a receptores dentro das 
fi bras, através da propagação deste potencial de ação ao longo dos túbulos T. 
A excitação do músculo é desencandeada pela ligação da acetilcolina liberada 
por um neurônio motor inferior. 
Para que a contração muscular ocorra, o Ca2+ deve se ligar a proteína 
troponina, alterando a conformação da mesma. Uma vez havendo esta 
alteração, a tropomiosina é afastada dos locais de ligação a pontes cruzadas na 
actina, possibilitando que a miosina se ligue à actina12. Ocorre então a fi xação, 
o giro e o desprendimento repetidos das cabeças miosínicas que produzem a 
contração11.
A contração muscular é defi nida por Yokohama13 como um processo 
complexo que envolve diversas proteínas celulares e sistemas de produção 
de energia, podendo ser concêntrica ou excêntrica. A contração concêntrica 
23
ocorre quando um músculo é ativado e encurta e a contração excêntrica 
ocorre quando um músculo é ativado, há força, produzida, mas o músculo se 
alonga14.
SISTEMA MOTOR ►
Unidade Motora 
Uma unidade motora é constituída de um único neurônio motor alfa e das 
fi bras musculares que esse neurônio motor inerva. Sempreque esse neurônio 
motor é ativado, o neurotransmissor acetilcolina é liberado em todas as suas 
junções neuromusculares inervadas por esse neurônio. Neurônios motores 
alfa de diâmetro menor e condução mais lenta inervam as fi bras musculares de 
contração lenta. Neurônios motores alfa de diâmetro maior e condução mais 
rápida inervam fi bras musculares de contração rápida. As fi bras musculares 
de contração lenta constituem a maioria das fi bras musculares em músculos 
posturais e de contração lenta11.
Tônus muscular
Segundo Ekman11, o tônus muscular é o grau de tensão (rigidez) no 
músculo em repouso. A rigidez intrínseca e a rigidez passiva do músculo 
proporcionam a tensão do tônus muscular normal em repouso, e são 
relacionadas principalmente a presença da titina e a fracas ligações da actina 
a miosina. Para mantermos a postura de pé, recorremos principalmente à 
carga do esqueleto, estruturas ligamentosas e rigidez intrínseca e passiva dos 
músculos que fi cam ligeiramente ativos quando a oscilação excede os limites 
toleráveis. 
Em teoria, o tônus muscular é infl uenciado pela atividade dos fusos 
gama. O sistema gama está sob o controle de impulsos descendentes do 
sistema motor extrapiramidal. Esse nível mais alto do sistema cortical é mais 
ativo sob condições de estresse emocional15.
24
Fuso muscular
De acordo com Guyton16 o fuso tem a função de informar a alteração 
na velocidade e no comprimento muscular. O fuso muscular mede entre 2 e 3 
mm de largura e cerca de 0,15 mm de comprimento. Os músculos menores, 
que permitem maior precisão de movimento, possuem uma maior densidade 
de fusos por músculos15. Segundo Jamil16, funcionalmente, o fuso muscular 
aferente informa a respeito da extensão, velocidade, aceleração e desaceleração 
das fi bras musculares, e acerca da contração muscular. 
Os fusos recebem dois tipos de aferências denominadas: terminal 
primário e terminal secundário. O terminal primário é uma estrutura 
mielinizada conhecida por fi bras 1a, ele emerge do fuso muscular faz sinapse 
com os interneurônios alfa diretamente ou por meio dos outros interneurônios. 
Entre suas funções ele é responsável por facilitar o comando de aferências 
para os músculos que enervam e inibem os antagonistas, no nível de extensão 
muscular17. O terminal secundário, é formado por fi bras 2a, tem suas terminações 
nas fi bras em cadeia e nas fi bras tipo bolsa 2 e um pouco nas fi bras tipo bolsa 1. 
As deformações capsulares são sensibilizadas principalmente pelas fi bras em 
cadeia e o alongamento passivo fundamentalmente pelas fi bras tipo bolsa18.
REFLEXOS ►
Dois refl exos espinanhais oferecem a base para regulação das 
modifi cações no comprimento e tensão de todos os músculos ativos, controlada 
pela atividade dos neurônios inferiores6; São o refl exo de estiramento muscular 
e o refl exo do tendão de Golgi.
Refl exo tendinoso de Golgi
De acordo com Tyldesley e Grieve6, os órgãos tendinosos de Golgi são 
proprioceptores que consistem de uma terminação nervosa imersa em fi bras 
de colágeno, envolvidas por uma cápsula, dispostos em série com as fi bras 
musculares e respondem a um aumento de tensão de todo o músculo podendo 
ser um mecanismo protetor para evitar danos aos tendões.
25
O Órgão Tendinoso de Golgi (OTG) é localizado entre a fi bra muscular 
e o tendão e na porção profunda do tendão. Em alguns músculos, a cápsula do 
órgão se funde com o órgão tendíneo de Golgi15.
Ekman11, afi rmou que as tensões registradas pelos órgãos tendinosos 
de Golgi são transmitidas na medula espinhal por aferentes 1b, estimulando 
interneurônios alfa do mesmo músculo, ocasionando a inibição autogênica. 
Juntamente com os fusos musculares e o controle descendente, eles ajustam a 
atividade muscular.
Quando o músculo se contrai, as próprias fi bras musculares tracionam 
diretamente as fi bras colágenas, transmitindo, com maior efi ciência, o 
estiramento para o OTG. Como resultado, os OTG sempre respondem de 
forma mais intensa à contração muscular do que ao seu estiramento16,19. 
Apresentando um limiar muito baixo de disparo após uma contração muscular 
ativa e um alto limiar de disparo para o alongamento passivo10. Durante a 
contração muscular, o órgão tendíneo descarrega um impulso nervoso capaz 
de inibir a contração muscular e provoca o relaxamento do músculo20.
Quando a tensão no músculo se eleva, o músculo traciona o tendão e os 
órgãos de Golgi são estimulados, consequentemente, haverá estimulação dos 
neurônios sensitivos que mantêm sinapse com os interneurônios da medula 
espinhal. Estes interneurônios são inibidores para os neurônios motores 
inferiores do mesmo músculo e exercem infl uência sobre os neurônios motores 
que inervam outros músculos em torno da mesma articulação6.
Refl exo de estiramento muscular
Segundo Tyldesley e Grieve6, quando o corpo mantém uma postura, 
os músculos permanecem com um comprimento constante pela atividade do 
refl exo de estiramento muscular, devido à atuação dos fusos nos músculos 
de sustentação. Durante o movimento, o nível do refl exo de estiramento é 
modifi cado pela infl uência das vias descendentes na medula espinhal, 
que modifi ca a situação dos fusos, permitindo rápidas modifi cações de 
comprimento.
26
O refl exo de estiramento ocorre quando um músculo é alongado 
muito rapidamente e as fi bras aferentes primárias estimulam motoneurônios 
alfa da medula espinhal, facilitando a contração das fi bras extrafusais, 
conseqüentemente, aumentando a tensão do músculo10.
SISTEMA MOTOR DESCENDENTE ►
 Os centros motores no córtex cerebral planejam e iniciam os comandos 
motores para o tronco cerebral e medula espinhal6.
No tronco cerebral, a base da postura e do equilíbrio é regulada por outros 
centros motores que recebem informações sobre a posição da cabeça do corpo, 
e sobre o campo visual. Os axônios trafegam dos centros motores para todos os 
níveis medulares, formando o sistema motor descendente (neurônios motores 
superiores). Na medula mantêm sinapses com neurônios esqueleto-motores 
que inervam fi bras extrafusais tipo I e tipo II e com neurônios fusimotores 
que inervam as fi bras intrafusais dos fusos musculares. Os neurônios motores 
superiores afetam, assim, diferentes níveis da atividade muscular voluntária e 
a regulação do tônus postural6.
As vias motoras descendentes são divididas em trato piramidal e 
extrapiramidal. As piramidais são os tratos corticoespinhais e corticobulbares. 
Os tratos extrapiramidais se originam de estruturas localizadas no tronco 
encefálico21. Ekman11 divide as vias descendentes em sistema medial, que 
são os tratos posturais e de movimentos macroscópicos, e sistema lateral, 
movimentos dos membros e de movimentos fi nos. São classifi cados de acordo 
com o ponto em que fazem sinapse: medialmente, lateralmente ou em todo 
corno ventral.
 O sistema ativador medial é formado por quatro tratos do tronco 
encefálico e um do córtex cerebral: tectoespinhal, reticuloespinhal medial, 
vestibuloespinhal medial e lateral, e corticoespinhal medial. O sistema 
ativador lateral é formado por três tratos: corticoespinhal lateral, rubroespinhal 
e reticuloespinhal lateral11,21.
 
27
COMANDOS MOTORES AOS MÚSCULOS: VIA PIRAMIDAL ►
Os neurônios do córtex motor primário são os tratos corticoespinhais 
lateral e anterior, e o corticobulbar (ou corticonuclear)6.
 O trato corticoespinhal origina-se no córtex, passa pela alça posterior 
da cápsula interna, desce pelo tronco, assumindo disposição anterior no 
mesencéfalo, e chega à medula espinhal, onde 85% das fi bras cruzam para 
o lado oposto e entram na substância branca lateral da medula espinhal para 
formar o trato corticoespinhal lateral, as outras fi bras continuam anteriormente 
na substância branca, como trato corticoespinhal anterior. As fi bras 
corticoespinhais anteriores cruzam ao nível do segmento que estão inervando. 
A ação muscular é controlada por área motora no córtex cerebral oposto6. 
 O trato corticoespinhal origina-seem cerca de 30% do córtex motor 
primário, em 30% das áreas pré-motora e motora suplementar e em 40% das 
áreas somatossensoriais posteriores ao sulco central1.
 O trato corticobulbar se origina no córtex. Uma porção do trato 
termina no tronco cerebral, nos núcleos motores dos nervos cranianos, no 
núcleo rubro e no núcleo motor da formação reticular. Este trato ativa os 
músculos envolvidos nos movimentos dos olhos, expressão facial e fala, 
através de ligações com os nervos cranianos. Também tem infl uência indireta 
sobre a medula através de ligações com os centros motores do tronco cerebral 
e seus tratos descendentes. A ativação muscular por este trato pode ser homo 
ou contralateral, dependendo do núcleo do tronco cerebral envolvido6.
CONTROLE POSTURAL: VIA EXTRAPIRAMIDAL ►
 Os centros motores no tronco cerebral são a origem da via extrapiramidal 
dos tratos descendentes. Em geral, as fi bras são excitadoras para os neurônios 
esqueleto-motores dos músculos extensores do pescoço e tronco, e músculos 
proximais dos membros. Seu efeito nos neurônios fusimotores é inibidor, o 
que elimina o tônus indesejável6.
 Os colículos superior e inferior são dois pares de núcleos situados 
no teto do mesencéfalo, que processam as informações visuais e auditivas, 
28
o colículo superior recebe projeções diretas da retina. A resposta desses 
núcleos vão para os segmentos cervicais da medula espinhal através do trato 
tetoespinhal e para os músculos do pescoço. Modifi cações na posição da 
cabeça podem ocorrer em resposta ao som e alterações no campo visual6,21. 
O núcleo rubro no mesencéfalo recebe estimulação do cerebelo e área 
motora primária. O trato rubroespinhal é a via descendente desde o núcleo rubro 
até os neurônios motores inferiores da medula espinhal. Ele está intimamente 
interligado com o trato corticoespinhal para a ativação de músculos fl exores 
proximais nos membros, os quais oferecem sustentação durante o movimento6 
e inibição dos músculos extensores. As fi bras desse trato cruzam para o lado 
oposto na parte inferior do tronco cerebral, e segue um trajeto adjacente e 
lateral ao trato corticoespinhal nas colunas laterais da medula espinhal. A via 
corticorrubroespinhal serve como via acessória para a transmissão de sinais 
discretos do córtex motor à medula espinhal1.
 O núcleo vestibular na medula recebe estímulo desde o vestíbulo 
do ouvido. Os tratos descendentes desde o núcleo vestibular ativam os 
músculos do pescoço para estabilizar a cabeça. Algumas fi bras do trato 
vestibuloespinhal continuam pela medula inervando principalmente os 
neurônios motores extensores para o controle da postura6. Também chamado 
trato vestibuloespinhal lateral, com origem no núcleo vestibular lateral (núcleo 
de Deiters)21.
 A formação reticular, que se estende pelo tronco cerebral, é uma coleção 
de núcleos interligados. Recebe informação somatossensorial ascendente 
desde a medula espinhal e também descendente do córtex cerebral. Existem 
dois tratos reticuloespinhais descendentes. O trato lateral que se origina na 
medula e infl uencia o posicionamento e sustentação dos músculos proximais 
dos membros, durante o movimento. O trato medial se origina na ponte e 
está envolvido com a ativação, principalmente, dos músculos extensores do 
pescoço e tronco, para manter a postura ereta e o equilíbrio de todo o corpo6. 
Assim, a função básica desses tratos está relacionada com o controle do tônus 
e postura. A porção pontina está envolvida na facilitação da musculatura 
antigravitacional e a porção bulbar, no bloqueio do controle refl exo dos 
músculos antigravitacionais21.
29
 As vias descendentes dos centros motores do tronco cerebral formam 
parte do sistema motor que regula a atividade dos músculos para estabilizar 
a posição da cabeça e olhos, oferecer sustentação proximal durante os 
movimentos fi nos de pés e mãos, manter a atividade dos músculos extensores 
para conservar o corpo ereto, contra a gravidade6.
Praticamente todos os movimentos “voluntários” iniciados pelo córtex 
cerebral são executados pela ativação cortical de “padrões” de função, 
armazenados em áreas medulares e encefálicas inferiores – na medula espinhal, 
no tronco cerebral, nos gânglios da base e no cerebelo. Esses centros inferiores, 
por sua vez, enviam sinais ativadores específi cos para os músculos1.
30
31
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21. Umphred AD. Reabilitação Neurológica. 4ed, Barueri: Manole, 2004.
33
Capítulo 2
TERMOS-CHAVES: 
Anatomia Funcional da Postura
Sílvia Regina Arruda de Moraes.
Vítor Caiaffo Brito.
Após a leitura deste capítulo o leitor deve ser capaz 
de identifi car os principais segmentos anatômicos 
envolvidos com a manutenção da postura corpórea 
bem como estabelecer uma correlação funcional 
entre os mesmos. 
Postura - Posição adotada pelos segmentos corpóreos em relação um com o 
outro num determinado momento. 
Anatomia da Coluna Vertebral – Estudo da morfologia das vértebras, 
especifi cando as particularidades anatômicas observadas em cada região da 
coluna.
Anatomia do Membro Inferior - Estudo da morfologia dos elementos 
constituintes do membro inferior relacionando-a a manutenção da postura do 
corpo. 
Evolução da Postura Humana – descrição das alterações anátomofuncionais 
observadas na espécie humana em decorrência da postura bípede assumida.
34
A posturapode ser defi nida como a posição assumida por segmentos 
do corpo em relação um com o outro em um determinado momento. Ela pode 
ser classifi cada como estática, na posição ortostática, sentado ou deitado e, 
dinâmica, quando o corpo se move de uma posição para outra. Nesse contexto 
a coluna vertebral desempenha um papel importante tanto para a postura 
estática como para a movimentação do corpo, em virtude da aquisição da 
posição bípede humana. Dentro de suas múltiplas funções, observa-se que ela 
apresenta uma estrutura essencial que permite o bom desempenho do aparelho 
locomotor. 
CRESCIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL ►
Ao nascimento, a coluna vertebral apresenta unicamente duas curvaturas 
primárias, que são, em grande parte, decorrência da confi guração anatômica 
de seus componentes ósseos. Ambas apresentam concavidade anterior e se 
localizam na região torácica e sacral, respectivamente. Por volta dos três 
meses de idade, surge uma curvatura secundária ao nível da região cervical. 
Essa, ao contrário das duas já existentes é convexa anteriormente e aparece 
no momento em que a criança inicia a sustentação da cabeça sobre a coluna 
vertebral1. Essa curvatura se mantém móvel em virtude do seu raio depender 
da tensão dos músculos que a contraem em sua concavidade e sua mobilidade 
é fundamental para a vida de relação do homem, permitindo uma visão 
mais horizontalizada da cabeça. Quando a criança começa a sentar-se surge 
uma segunda curvatura secundária, a curvatura lombar que é controlada e 
estabilizada pela ação vigorosa de potentes massas musculares. Nesse estágio 
de desenvolvimento, a criança apresenta um padrão postural quadrúpede, 
apesar de possuir membros superiores livres. A partir do crescimento, quando 
começa a demonstrar o bipedismo, seu equilíbrio se torna mais instável, 
assumindo uma postura em pé, inclinada para frente principalmente pelo peso 
do tronco, em parte pelo tamanho do fígado e também pela acentuação da 
curvatura lombar, em decorrência do esforço para manter a posição superior 
do corpo na posição vertical e manter o afastamento dos membros inferiores. 
A curvatura da coluna vertebral de concavidade anterior (curvatura primária; 
torácica ou pélvica) é comumente denominada de cifose; enquanto que 
uma de concavidade posterior (curvatura secundária; cervical ou lombar) é 
denominada de lordose2. 
35
 No individuo adulto o centro de gravidade sofre alteração 
constantemente em função da postura adotada. Na posição ereta e vista a partir 
da posição em perfi l (Figura 1), para uma postura ideal, a linha de prumo 
(corda com um peso amarrado na ponta) deve estar alinhada de modo que 
passe através dos seguintes pontos: do lobo da orelha, da ponta do acrômio, 
por cima do trocanter maior do fêmur, ligeiramento posterior à patela e 
ligeiramente anterior ao maléolo externo 3 .
Figura 1 - Ilustração da linha de prumo da posição 
ereta ideal.
36
O alinhamento postural, enquanto se está sentado, é muito importante, 
pois sentar é uma atividade que pode exercer muita pressão sobre o disco 
intervertebral aumentando pouco menos que a metade da quantidade de pressão 
no disco quando comparado à posição ereta. Em posição sentada, quando a 
curvatura lombar diminui, como ocorre frequentemente quando se senta com 
o dorso sem apoio, a pressão sobre os discos intervertebrais e as estruturas 
posteriores aumenta (Figura 2A). Entretanto nem sempre o peso aumentado 
na região anterior é um problema. Embora a pressão no disco aumente nesta 
posição, a tensão exercida sobre a parte posterior das vértebras (os processos 
articulares, por exemplo) diminui. Manter as curvaturas vertebrais, com o 
auxilio de apoio lombar suportando a lordose lombar, os pés apoiados no solo, 
a parte inferior do dorso apoiada, e a parte superior do corpo em um bom 
alinhamento, são elementos primordiais de uma boa postura sentada (Figura 
2B) 3. 
 
 Figura 2 - Ilustração da postura sentada. Em A - postura incorreta. B - postura sentada ideal 
com apoio dorsal e lombar.
37
MORFOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL ►
 A coluna vértebral representa um elemento importante no papel da 
postura da espécie humana. Ela está constituída por trinta e três ossos irregulares 
denominados vértebras, agrupados nas regiões cervical, tóracica (dorsal), 
lombar, sacral e coccígea, distribuídos em número variável de vértebras: sete 
na região cervical, doze na região torácica, cinco na região lombar, cinco na 
região sacral e de três a quatro na região coccígea4.
 Desde a cabeça até a pelve, as vértebras da coluna vertebral suportam 
progressivamente uma carga de peso maior, condicionando mudanças na sua 
forma nas diferentes regiões da coluna de modo que as vértebras tornam-se 
maiores e mais robustas progressivamente até o sacro, e daí em diante tornam-
se sucessivamente menores 2.
 A coluna cervical é projetada para a mobilidade, e sob condições 
normais isso não se faz por causa da estabilidade5. As sete vértebras cervicais 
(C1 – C7) são as menores vértebras isoladas da coluna e esse tamanho reduzido 
refl ete o fato de que tais vértebras sustentam menos peso do que as vértebras 
mais inferiores. Embora os discos intervertebrais sejam mais fi nos que os das 
regiões mais inferiores, são relativamente espessos em comparação com o 
tamanho dos corpos vertebrais que unem. A espessura relativa dos discos, a 
orientação quase horizontal das faces articulares e a pequena quantidade de 
massa corporal adjacente conferem a região cervical a maior amplitude de 
movimento entre todas as regiões da coluna 6. 
As vértebras C3 a C7 (Fig. 3) demonstram todas as características de 
uma vértebra típica: possuem grandes forames vertebrais para acomodar a 
intumescência cervical da medula espinhal; articulam-se de forma a permitir 
a fl exão e extensão livres e alguma amplitude de fl exão lateral, entretanto 
apresentam uma rotação restrita. As faces articulares planas e quase horizontais 
favorecem esses movimentos; apresentam também o uncos (elevação na borda 
súpero-lateral do corpo vertebral); os processos espinhosos das vértebras C3-
C6 são curtos e geralmente bífi dos. Já o processo espinhoso de C7 é longo e 
proeminente. 
As vértebras C1 (Atlas) e C2 (Áxis) são atípicas. O atlas (Figura 4A) é 
a única vértebra que não possui corpo nem processo espinhoso; porém, possui 
38
duas massas laterais que sustentam o peso do crânio e dois arcos (um anterior 
e outro posterior). O áxis (Figura 4B) é a mais forte das vértebras cervicais. 
C1 que sustenta o crânio, gira sobre C2 quando uma pessoa gira a cabeça para 
dizer “não”. O áxis tem duas faces articulares superiores nas quais o atlas 
gira. A característica morfológica mais marcante de C2 é o dente ou processo 
odontóide que se projeta do seu corpo para cima. O dente do áxis é mantido 
anteriormente à medula espinhal contra a face interna do arco anterior do atlas 
por meio do ligamento transveros do atlas. Além disso, C2 também possui um 
processo espinhos bífi do 6. Essas duas vértebras cervicais juntamente com o 
occipital constituem a região craniovertebral e é responsável pelo controle da 
cabeça na postura ereta 5. 
Figura 3 – Morfologia de uma vértebra 
cervical típica.
 
Figura 4 – A - Morfologia da vértebra C1 - Atlas; B - Morfologia da vértebra C2 – Áxis.
39
As vértebras torácicas (T1-T12) fornecem fi xação para as costelas, dessa 
forma a característica primária das vértebras torácicas são as fóveas costais. 
As vértebras T5-T8 (Fig. 5) possuem características típicas: os processos 
articulares verticalmente com pares de facetas articulares com orientação quase 
coronal que defi nem um arco centralizado no disco intervertebral. Esse arco 
permite rotação e algum grau de fl exão lateral da coluna. A fi xação da caixa 
torácica associada à orientação vertical das facetas articulares e aos processos 
espinhosos superpostos limita a fl exão e a extensão, bem como a fl exão 
lateral. As vértebras T1-T4 possuem algumas característicasdas vértebras 
cervicais, por exemplo: T1 apresenta um processo espinhoso horizontal, 
longo e proeminente semelhante à C7. As vértebras T9-T12 possuem algumas 
características das vértebras lombares, tais como: presença dos tubérculos 
semelhantes aos processos acessórios e mamilares das vértebras lombares. A 
maior parte da transição das características entre as regiões torácica e lombar 
são demonstradas em uma única vértebra; T12. Em geral, sua metade superior 
tem característica torácica e permite basicamente movimentos giratórios, 
enquanto a metade inferior tem característica lombar e permite apenas fl exão e 
extensão. Consequentemente, a vértebra T12 está sujeita a estresse de transição 
que faz com que seja a vértebra mais facilmente fraturada 
Figura 5 – Morfologia de uma 
vértebra torácica.
As vértebras lombares apresentam grandes corpos vertebrais em 
decorrência do aumento na sustentação do peso corporal. Os processos 
articulares estendem-se verticalmente, com as facetas orientadas sagitalmente 
40
no início da região lombar. Porém, passa a uma orientação mais coronal na 
região mais inferior. Nas articulações superiores com orientação mais sagital, 
as facetas dos processos inferiores da vértebra de cima, voltadas lateralmente, 
são sustentadas pelas facetas voltadas medialmente dos processos superiores 
da vértebra abaixo, de uma forma que facilita a fl exão e extensão, mas impede a 
rotação. Os processos transversos projetam-se um pouco póstero-superiormente 
e também lateralmente. Existem ainda processos acessórios (serve de fi xação 
para o músculo intertranversário medial do lombo) e processos mamilares 
(permitem a fi xação dos músculos multífi dos e intertransversário medial). A 
vértebra L5 é a maior de todas as vértebras móveis; sustenta o peso de toda a 
parte superior do corpo. Seu corpo tem um formato de cunha, com a porção 
anterior 3 mm mais alta que a posterior5 e processos transversos grandes. Seu 
corpo é mais profundo anteriormente, portanto é amplamente responsável 
pelo ângulo lombossacral.
Figura 6– Morfolo-
gia de uma vértebra 
lombar.
O sacro, grande, triangular e geralmente em forma de cunha, é formado, 
no individuo adulto, por cinco vértebras fundidas. Está localizado entre os 
ossos do quadril e abaixo de L5. A metade inferior do sacro não sustenta peso, 
por isso, seu tamanho diminui inferiormente. O sacro oferece resistência 
e estabilidade à pelve e transmite o peso do corpo ao cíngulo do membro 
inferior. A base do sacro é formada pela superfície superior da vértebra S1. A 
margem anterior do corpo de S1 denomina-se de promontório sacral. O ápice 
sacral continua-se com o cóccix inferiormente. O sacro possui duas faces: a 
face pélvica (lisa e côncava) e a face dorsal (rugosa e convexa). Lateralmente, 
41
o sacro apresenta uma face articular lisa que se articula com o ílio; assemelha-
se a uma orelha, por isso, é denominada face auricular do sacro. Toda a 
estabilidade do sacro entre os ossos do quadril é decorrente de um potente 
sistema ligamentar 7. 
O cóccix é um pequeno osso triangular formado por três ou quatro 
vértebras rudimentares. É o remanescente do esqueleto da eminência caudal 
embrionária. Possui uma superfície pélvica lisa e côncava e uma superfície 
dorsal convexa com processos articulares rudimentares. O cóccix não 
participa, como as outras regiões da coluna, da sustentação do peso corporal 
na posição bípede, entretanto, na posição sentada, pode sofrer alguma fl exão 
anterior, indicando que está recebendo algum peso. Serve também para a 
fi xação de alguns músculos como o glúteo máximo, ísquiococcígeo e corpo 
anococcígeo.
CURVATURAS ANORMAIS DA COLUNA VERTEBRAL ►
Cifose torácica excessiva:
clinicamente denominada apenas, cifose, embora este termo na verdade 
seja usado para designar a curvatura normal da região torácica da coluna 
é caracterizada por um aumento anormal da curvatura torácica; a coluna 
vertebral faz uma curva de convexidade posterior. Essa anormalidade pode 
resultar da erosão da porção anterior de uma ou mais vértebras. Ocorre mais 
frequentemente nas mulheres idosas, embora também possa ser observada em 
homens mais idosos. A região anterior do corpo vertebral pode sofrer uma 
diminuição em sua altura e isto levar a um aumento da curvatura torácica. O 
aumento da cifose torácica também pode ocorrer em decorrência de fraqueza 
da musculatura extensora do tronco, não suportando as pressões exercidas 
nesta região e cedendo a tais pressões, levando ao aumento da curvatura 
torácica6. 
Hiperlordose Lombar:
clinicamente designada apenas como lordose, embora mais uma vez este 
42
termo descreva a curvatura normal, é caracterizada pela inclinação anterior da 
pelve causando um aumento anormal da curvatura lombar. Esta deformidade 
está frequentemente associada a um enfraquecimento da musculatura do tronco, 
principalmente dos músculos ântero-lateriais do abdome e encurtamento do 
músculo psoas maior. Mulheres grávidas, para compensar a alteração da linha 
de gravidade e o distensionamento da musculatura abdominal, desenvolvem 
uma lordose excessiva temporária na gravidez avançada. Essa curvatura 
excessiva pode causar dor lombar que desaparece após a gravidez. A obesidade 
também pode causar uma hiperlordose lombar e dor devido ao aumento do 
peso do conteúdo abdominal anterior à linha normal de gravidade 6.
Escoliose:
caracterizada por uma curvatura lateral anormal acompanhada por 
rotação das vértebras. Os processos espinhosos giram em direção à cavidade 
da curvatura anormal e, quando o indivíduo curva-se para frente, as costelas 
giram posteriormente (protraem-se) no lado da convexidade aumentada. A 
fraqueza assimétrica dos músculos intrínsecos do dorso (escoliose miopática), 
falha no desenvolvimento da metade de uma vértebra (hemivértebra) e uma 
diferença no comprimento dos membros inferiores são as principais causas 
de escoliose. Quando o comprimento dos membros inferiores é diferente, 
uma inclinação pélvica compensatória pode provocar uma escoliose estática 
funcional. A escoliose por hábito é supostamente causada pelo hábito de fi car 
de pé ou sentar em posição imprópria 6 .
ANATOMIA DO CÍNGULO E PARTE LIVRE DO MEMBRO INFERIOR ►
Cíngulo do Membro Inferior
O cíngulo do membro inferior é constituído pelo sacro, o cóccix e os 
dois ossos ilíacos. As articulações do cíngulo do membro inferior incluem as 
articulações sacroilíacas, a sínfi se púbica, e a lombossacral 3. O cíngulo do 
membro inferior, também chamado de pelve, representa o ponto de encontro 
dos membros inferiores e do tronco, onde se dá a reunião de uma força 
43
ascendente que parte dos apoios no chão com uma força descendente provocada 
pela gravidade e movimentos dos segmentos superiores 7. As articulações do 
cíngulo do membro inferior incluem as articulações Sacroilíacas lateralmente, 
a Sínfi se púbica anteriormente e a Lombossacral superiormente. 
A Articulação Sacroilíaca é uma articulação sinovial, anaxial, entre o 
sacro e o ílio. Suas superfícies articulares estão unidas através dos ligamentos 
sacroilíacos anteriores, sacroilíaco posteriores, sacroilíaco interósseo e também 
pelos ligamentos sacrotuberal e sacroespinhal. Sua função é transmitir o peso 
da porção superior do corpo, através da coluna vertebral, para os ossos do 
quadril. Possui grande estabilidade e pouquíssima mobilidade 3. A Sínfi se 
Púbica consiste de uma articulação cartilagínea entre os ossos púbicos com 
a presença de um disco interpúbico entre os dois ossos. A sínfi se encontra-se 
unida no plano mediano por dois ligamentos: o ligamento púbico superior 
e púbico inferior3. A Articulação entre L5 e S1, Articulação Lombossacral 
está representada pelos pontos articulares existentes na sínfi se intervertebral 
anteriormente e na articulação entre os processos articulares posteriormente. 
Esta articulação é reforçada pelo ligamento iliolombar de cada lado. O 
ângulo formado entre uma linha paralela ao solo e outra ao longo da basesacral denomina-se ângulo lombossacral. Este ângulo é importante porque 
seu aumento ou redução pode signifi car alterações na curvatura lombar, 
respectivamente, uma hiperlordose ou uma retifi cação da curvatura. A 
Articulação Sacrococcígea é cartilagínea e corresponde a juntura entre o 
ápice do sacro e a base do cóccix. Estão unidos através da fi brocartilagem e 
dos ligamentos sacrococcígeos anterior e posterior 3.
Parte livre do Membro Inferior
A articulação do Quadril ou Coxofemoral forma a união entre o cíngulo 
do membro inferior e a parte livre do membro. É uma articulação sinovial do 
tipo esferóide, multiaxial que ocorre entre a cabeça do fêmur e a cavidade do 
acetábulo. Essa articulação possui um sistema ligamentar simples representado 
pela cápsula articular, os ligamentos iliofemoral, pubofemoral, ísquiofemoral, 
o lábio ou orla acetabular, e os ligamentos transverso do acetábulo e da cabeça 
do fêmur. É uma articulação perfeitamente encaixada, demonstrando ser uma 
juntura de apoio extremamente importante na sustentação do peso, e por esse 
44
motivo com menor amplitude de movimento 3.
A cabeça e o colo femoral projetados súpero-medialmente formam um 
ângulo com o corpo de orientação oblíqua. Esse ângulo de inclinação obtuso 
é maior ao nascimento e diminui gradualmente até atingir o ângulo do adulto 
(em média de 26 graus). Esse ângulo de inclinação pode variar de acordo com 
a idade, sexo, e o desenvolvimento do fêmur. Quando o ângulo de inclinação 
é reduzido, pode aparecer uma condição patológica denominada coxa vara; 
quando está aumentado é denominada coxa valga. A coxa vara pode levar 
a um encurtamento leve do membro inferior, o que pode evoluir com uma 
compensação na coluna vertebral, originando uma escoliose 6. 
No homem Articulação do Joelho é essencialmente uma articulação de 
carga sustentada pelo contato das superfícies articulares, condicionando para 
que essas superfícies sejam largas e amplas Em virtude da largura da pelve, 
apresentam um duplo genuvalgo coronal, com o objetivo de aproximar os 
dois pés da linha mediana do corpo. Essa estratégia, entretanto, desequilibrou 
os apoios, fazendo com que a linha de gravidade não siga o eixo diafi sário do 
fêmur, passando pelo côndilo medial do fêmur3. Do ponto de vista anatômico é 
uma articulação classifi cada como sinovial gínglimo, constituída na realidade 
por três articulações: duas femorotibiais (lateral e medial) entre os côndilos 
laterais e mediais do fêmur e da tíbia; e uma articulação fêmoropatelar entre 
a patela e o fêmur, considerada do ponto de vista anatômico o ponto de 
fragilidade da articulação do joelho. É uma articulação incongruente do ponto 
de vista ósseo, portanto sua estabilidade deve-se à resistência dos músculos 
e ligamentos que unem o fêmur e a tíbia. O músculo mais importante na 
estabilização da articulação do joelho é o Quadríceps femoral 3.
 Os principais meios de fi xação da articulação do joelho são a cápsula 
articular, os ligamentos cruzados anterior e posterior, os ligamentos colaterias 
tibial e fi bular, o ligamento patelar e os ligamento poplíteos oblíquo e arqueado. 
Além dos meniscos, dos retináculos, do ligamento transverso do joelho e do 
ligamento menisco femoral posterior. A posição ereta, com o joelho estendido, 
é a posição de maior estabilidade do joelho. Nessa posição, as superfícies 
articulares encontram-se mais congruentes, os ligamentos colaterais e cruzados 
encontram-se mais tensionados e muitos tendões musculares que circundam a 
45
articulação proporcionam uma maior estabilidade 3.
A articulação do tornozelo é uma juntura sinovial em dobradiça 
constituída pela extremidade distal e o maléolo medial da tíbia e o maléolo 
lateral da fíbula, formando um encaixe em forma de pinça. Possui uma 
cápsula reforçada lateral e medialmente pelos ligamentos lateral e deltóide, 
respectivamente. Essa articulação é relativamente instável na posição de 
fl exão plantar porque a tróclea do tálus é mais estreita posteriormente e por 
essa razão, situa-se mais livre dentro do encaixe. Nessa posição ocorrem a 
maioria das lesões do tornozelo 6. 
O Pé apresenta um esqueleto constituído pelo tarso, o metatarso e as 
falanges. O tarso encontra-se constituído por sete ossos curtos: calcâneo, tálus, 
cubóide, navicular e os três ossos cunfeiformes (Figura 7). 
O calcâneo é o maior e o osso mais resistente no pé, enquanto o tálus é 
o único a se articular com os ossos da perna 6. O metatarso consiste de cinco 
ossos metatarsais numerados a partir do lado medial do pé. Cada metatarsal 
apresenta uma base (proximal), um corpo e uma cabeça (distalmente). As bases 
se articulam com os cuneiformes e o cubóide e as cabeças com as falanges 
proximais.
Com exceção do primeiro dedo (Hálux) os outros quatro dedos 
apresentam três falanges (proximal, medial e distal). O Hálux está constituído 
apenas por duas falanges, uma proximal e outra distal. Cada falange, a 
semelhança dos ossos metatarsais apresenta uma base (proximal), um corpo e 
uma cabeça (distal).
46
A
B
A
Metatarsos 
Falanges 
Proximais 
Falanges 
Distais 
Cuneiforme 
Medial
Calcâneo 
Cubóide 
Tálus 
Navicular C
Figura 7 – Morfologia do Pé. A) Vista Superior; B) Vista Lateral; C) Vista Medial
Os ossos que constituem o esqueleto do pé se articulam, na sua 
maioria, através de pequenas e compactas articulações unidas por ligamentos 
e que permite apenas discretos movimentos. Do ponto de vista funcional 
destacam-se as articulações transversa do tarso e a talocalcânea (subtalar). A 
articulação transversa do tarso é formada pela combinação das articulações 
calcaneocubóidea com a talocalcaneonavicular, duas articulações distintas que 
se alinham transversalmente. A articulação calcâneocuboidea (subtalar) é a 
junção sinovial entre o astrágalo (superiormente) e o calcâneo (inferiormente). 
Possui uma cápsula articular fraca e reforçada pelos ligamentos talocalcâneos 
interrósseos, medial, lateral e posterior. A estrutura óssea do pé encontra-se 
sustentada por três principais ligamentos: 
- Ligamento calcaneonavicular plantar, também denominado de 
ligamento mola. É curto e largo e tem um papel fundamental na manutenção 
do arco longitudinal medial do pé 3. Estende do tálus até a face póstero-
inferior do navicular 6.
47
- Ligamento plantar longo, mais superfi cial que o precedente, estende-
se da face plantar do calcâneo até o cubóide e bases do 3º, 4º e 5º metatarsais. 
Realiza o apoio principal do arco longitudinal lateral 3.
- Ligamento calcaneocubóideo plantar, também denominado Ligamento 
Plantar Curto. Dispõe-se profundamente ao ligamento plantar longo, 
estendendo-se da porção anterior da face inferior do calcâneo à face inferior 
do cubóide. Auxilia o ligamento Plantar longo 3.
-Aponeurose plantar é uma faixa fi brosa densa, de localização superfi cial 
que se estende do calcâneo até as falanges proximais. Funciona como um 
tirante, impedindo que o segmento posterior (calcâneo e astrágalos) se separe 
da porção anterior do pé (tarsais anteriores e cabeças dos metatarsais) e 
aumentando a estabilidade do pé e dos arcos durante a sustentação do peso e 
a marcha 3.
Como o pé constitui o ponto de contato no solo ele deve ser capaz 
de absorver choques, adaptar-se às mudanças no terreno e impulsionar o 
corpo para diante durante o deslocamento3. Sendo assim, para permitir que 
esses eventos ocorram, os ossos do pé dispõem-se em arcos. Ao fi car de pé, o 
indivíduo sustenta o peso do corpo em três pontos distintos: base do calcâneo 
e nas cabeças do 1º e 5º metatarsais (Figura 8).
BA
Figura 8 - Em A) Vista Medial do pé apoiado com linha tracejada representando o arco 
longitudinal medial; Em B) Vista lateral do pé apoiado (arco longitudinal lateral).
Entre esses pontos de apoio encontram-se dois arcos longitudinais 
(medial e lateral) em ângulos retos com um terceiro arco (transversal). O arco 
48
longitudinal medial (Fig.8A) constitui a margem medial do pé e se estende 
do calcâneo,passando pelo tálus, navicular e os três cuneiformes até o três 
primeiros metatarsais. O tálus constitui a parte mais alta do arco e por isso 
é denominado de pedra angular. Durante a sustentação do peso corpóreo o 
arco longitudinal medial é deprimido, mas volta a sua posição normal tão 
logo o peso é removido, nunca se achatando ou tocando o solo3. O arco 
longitudinal lateral estende-se anteriormente do calcâneo, através do cubóide, 
até o 4º e 5º metatarsais. É comum tocar o solo durante a sustentação do peso. 
O arco transverso do pé estende-se de lado a lado dos três cuneiformes até o 
cubóide, representando o cuneiforme intermédio a pedra angular desse arco. 
Em resumo, a articulação do tornozelo e o pé atuam como amortecedores de 
choque quando o calcanhar repousa sobre o solo no inicio da fase de apoio 
e como adaptadores sobre às desigualdades do solo e fornecem uma base de 
sustentação estável 3, 8. 
A POSTURA BÍPEDE NO HOMEM ►
A alteração postural observada na espécie humana, ao assumir a 
postura bípede permitiu, dentre outros benefícios, uma liberação dos membros 
superiores, em especial, das mãos, que deixaram de desempenhar o papel 
meramente de apoio para permitir o manuseio de objetos com uma coordenação 
mais precisa que determinou o aumento do tamanho do cérebro e a nova 
orientação espacial do crânio, sobre a coluna vertebral, horizontalizou a visão 
permitindo uma maior mobilidade do globo ocular. Entretanto, esse ganho 
evolutivo veio acompanhado de algumas desvantagens para a espécie. Dentre 
elas podemos citar uma maior vulnerabilidade do equilíbrio favorecendo 
patologias traumáticas agudas (mais freqüentes na espécie humana do que em 
qualquer outra espécie), predisposição de artropatias degenerativas decorrentes 
do aumento da carga nos membros inferiores e na coluna vertebral, ocorrência 
de alterações degenerativas das articulações lombossacrais e sacroilíacas, 
em mulheres multíparas, em virtude da atitude postural que um pesado útero 
gravídico situado adiante da linha de gravidade do corpo impõe à coluna 
49
vertebral e a incompleta adaptação do sistema vascular a partir dos membros 
inferiores contra a ação da gravidade, favorecendo a ocorrência de varizes.
Além disso, a postura assumida sobre dois apoios apenas também 
difi cultou a respiração em virtude de todo o peso torácico ter de ser levantado 
contra à gravidade. Por esse motivo o gradil costal em indivíduos idosos 
apresenta-se “caído” (diminuição dos diâmetros látero-lateral e anteroposterior) 
em virtude da fraqueza muscular, desencadeando insufi ciência respiratória 
devido à defi ciente ventilação pulmonar. 
O bipedismo demonstra no homem o seu maior grau de desenvolvimento 
liberando-lhe as mãos da função locomotora para a execução de ações 
manipulativas delicadas. Isto foi acompanhado por aquisições motoras que 
permitiram a habilidade na fabricação dos instrumentos, na adoção de uma 
dieta diversifi cada e um maior desenvolvimento encefálico. Entretanto, apesar 
de mostrar uma organização maravilhosa do ponto de vista biomecânico, 
apresenta certos defeitos estruturais, condicionados, em parte, pela re-
orientação das superfícies articulares e das massas musculares, como pode 
ser observado nas regiões anatômicas que sofreram mais intensamente com a 
postura bípede assumida pelo Homem, no caso, as articulações do joelho, do 
quadril da coluna vertebral. Juntam-se a esses fatores àqueles relativos ao seu 
controle nervoso, incluído nesse caso, o controle do equilíbrio que durante 
a evolução também sofreu estimulo e aprimoramento impressionantes. Por 
esse motivo, enquanto não for atingido um maior grau de aperfeiçoamento na 
relação entre a estrutura do esqueleto humano e os seus centros de controle 
nervoso relacionados com o equilíbrio, continuará havendo uma incidência 
elevada, comparativamente a outros vertebrados terrestres, de falhas 
mecânicas que incidem sobre o esqueleto, desencadeando traumatismos de 
origem osteoarticulares e miotendinosos 1. 
50
51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ►
1. Massada LJ. O bipedismo no Homo Sapiens. Postura recente. Nova 
Patologia. Lisboa: Editora Caminho, 2001.
2. Gardner E, Gray DJ, O’Rahilly R. Anatomia – Estudo regional do corpo 
humano. 4ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978.
3. Lippert LS. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 4ªed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2008.
4. Gray H. Anatomia. 29ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1973.
5. Olivier J, Middleditch A. Anatomia funcional da Coluna Vertebral. Rio de 
Janeiro: Revinter, 1998. 
6. Dalley AF, Moore KL. Anatomia orientada para a clínica. 4ªed., Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
7. Bienfait M. As bases da fi siologia da Terapia Manual. São Paulo: Summus 
Editorial, 2000.
8. Molina FZ, Manrique DC. Infl uencia del pie en la estática, marcha y otras 
habilidades em escolares de 6 a 12 años. Revista Digital- Buenos Aires. 
Disponível em htt//www.efdeportes.com/efd51/pie.htm.
52
53
TERMOS-CHAVES: 
Métodos de Avaliação Postural
Adriana Sarmento de Oliveira
Ana Paula de Lima Ferreira
Maria do Amparo Andrade
Maria do Socorro Brasileiro-Santos
Após ler este capítulo do livro o leitor estará fundamentado sobre as 
bases teóricas que envolvem o controle da postura estática e dinâmica bem 
como terá conhecimento sufi ciente para compreender, realizar e interpretar os 
achados obtidos através de uma avaliação postural.
Centro de gravidade – é um ponto em torno do qual o peso do corpo está 
igualmente distribuído em todas as direções.
Biofotogrametria - é a aplicação da métrica nas imagens fotográfi cas realizadas 
nos seres vivos.
Diagnóstico postural - é a averiguação subjetiva (análise qualitativa) e/ ou objetiva 
(análise quantitativa) do posicionamento do corpo no espaço. Identifi cação da 
atitude postural e de possíveis desequilíbrios do sistema musculoesquelético 
estabelecendo-se ou não uma inferência com o comportamento de outros sistemas 
do corpo humano. 
Capítulo 3
54
A POSTURA E SUAS ALTERAÇÕES ►
 A postura corporal pode ser defi nida como a posição estática ou 
dinâmica adotada pelo corpo em um determinado instante1.
O conceito de postura ideal consiste no alinhamento do corpo com 
efi ciência fi siológica e biomecânica obtidas com o mínimo gasto energético. 
Assim, minimizam-se também estresses e sobrecargas resultantes da ação 
gravitacional a que o corpo encontra-se constantemente submetido2.
Pode-se afi rmar que os desequilíbrios posturais são consequentes de 
vários fatores causais do tipo: ocorrência de anomalias ósseas, congênitas 
ou adquiridas, hábitos posturais inapropriados, excesso de peso corporal, 
defi ciências protéicas, sedentarismo, frouxidão ligamentar, problemas 
respiratórios e distúrbios psicossomáticos entre outros. 
Para Sacco et al3, a utilização de posturas inadequadas durante as 
atividades cotidianas pode levar a uma aceleração do processo de desgaste 
sofrido pelo aparelho locomotor.
Bricot4 demonstrou em seus estudos que as alterações posturais podem 
ser decorrentes ainda da inefi cácia dos captores sensório-motores que ajustam a 
postura do corpo no espaço. Por esse prisma, o sistema óculo-motor, vestibular, 
podal e temporomandibular quando, por alguma razão, estão alterados, geram 
comportamentos posturais inadequados.
Como mencionado em capítulo prévio, existem cinco componentes do 
sistema proprioceptivo que são indispensáveis para que haja um bom controle 
motor: sistema vestibular, receptores da pele, mecanoceptores articulares, 
receptores visuais e musculares (órgão tendinoso de Golgi e o fuso neuro 
muscular)5.
Amantéa et al6 ainda afi rma existir uma íntima relação entre distúrbio 
temporomandibular e alteração postural corporal, devendo esses pacientes 
apresentarem também desvios posturais principalmente anteriorização da 
cabeça, aumento da lordose cervical e desalinhamento entre os ombros. 
Por outro lado, mais recentemente, diversos estudos têm apontado 
que a DTM antecede aos sinaise sintomas cervicais não se estabelecendo 
uma relação causal entre alteração da postura cervical e ocorrência de DTM. 
55
A hipótese mais aceita é a de que os distúrbios posturais cervicais seriam 
perpetuadores da DTM em situações em que já estivesse sido instalada a 
severidade da disfunção temporomandibular7,8,9. 
Outro fator de relevância para o controle da postura, em particular para 
o equilíbrio postural dinâmico é a efi ciência dos músculos profundos do tronco 
mencionados como CORE ou músculos de estabilização profunda da coluna 
vertebral. A musculatura de estabilização CORE envolve a ação do diafragma, 
transverso do abdômen, multífi dos, oblíquos internos, transverso lombar além 
dos músculos do assoalho pélvico10. 
Segundo Hodges11, os músculos estabilizadores CORE são fundamentais 
para garantir a efi ciência musculoesqueletica. Esse resultado é obtido através 
da contração dos músculos profundos de forma antecipatória (em milésimos 
de segundo) à ação dos músculos superfi ciais acionados durante as posturas 
dinâmicas (Figura 1).
Figura 1 - Estabilização CORE.
Radebold et al12 afi rmam ainda que na presença de uma artralgia, 
ocorre uma hipomobilidade que progressivamente contribuirá para o 
enfraquecimento dos músculos profundos adjascentes e consequentemente 
uma maior instabilidade é atingida contribuindo para o estabelecimento 
de alterações posturais. Esses autores demonstraram ainda que pacientes 
56
lombálgicos crônicos apresentam um controle postural menos efi caz e uma 
resposta muscular mais demorada que o normal.
Segundo Vuillerme et al13, o fator senilidade também contribui para os 
desequilíbrios posturais (Figura 2). Observa-se, por exemplo, que com o avançar 
da idade, o controle postural vertical torna-se comprometido em detrimento 
da perda de altura intervertebral decorrente de redução das propriedades 
hidráulicas e amortecedoras dos discos intervertebrais14. Etchepare, Pereira 
e Texeira15, reforçaram essa idéia ao demonstrarem o declínio de pelo menos 
16,5% na força dos músculos tônico-posturais após a 3ª década de vida. 
Figura 2 - Alterações corporais com a idade.
A AVALIAÇÃO POSTURAL ►
A avaliação postural é extremamente complexa e devem ser considerados 
fatores extrínsecos e intrínsecos, que podem infl uenciar a postura do individuo, 
dentre os quais as condições em que o indivíduo vive, o estado sociocultural e 
emocional, atividade laboral, obesidade, sexo, raça e hereditariedade16.
Atualmente existem diversos métodos pelos quais a postura pode ser 
avaliada como avaliação visual com auxílio do simetrógrafo, biofotogrametria, 
cifolordômetro e escoliômetro. 
57
AVALIAÇÃO POSTURAL VISUAL E FOTOGRAMÉTRICA ►
A avaliação da postura corporal através da posição ortostática tem 
sido utilizada há décadas e por muitos autores como instrumento válido para 
diagnosticar problemas relacionados à postura.
A avaliação visual em posição ortostática baseia-se inicialmente na 
análise visual, por meio da observação qualitativa das curvaturas da coluna 
vertebral e por assimetrias corporais no plano sagital e frontal, anterior e 
posteriormente 17,18. Por esse método, o alinhamento e simetria dos segmentos 
corporais são os parâmetros utilizados para a defi nição da boa postura. Procura-
se estabelecer uma correlação entre a presença ou ausência de simetria com os 
desequilíbrios músculoesqueléticos evidenciados. 
Por outro lado, a avaliação postural em posição ortostática por 
intermédio da imagem fotográfi ca tem sido utilizada por vários pesquisadores 
e, embora muitos a utilizem como instrumento de avaliação qualitativa similar 
a avaliação visual; muitos outros estudiosos têm se preocupado em utilizá-la 
como ferramenta mais objetiva de avaliação dos desvios posturais a partir de 
recursos presentes na informática. Dessa forma, tem sido estudada a utilização 
de fotos obtidas de forma analógica ou digital para avaliação postural 
quantitativa defi nida como fotogrametria ou bioestabilometria19, 20. 
Já que a avaliação qualitativa da postura não permite de tectar pequenas 
alterações posturais e possibilita grandes margens de erros e variações 
entre examinadores diferentes, é importante fun damentar a fotogrametria 
computadorizada como um método de avaliação postural para a prática 
clínica, exigindo que sejam cumpridas as etapas de validação da ferramenta 
21,22. Alguns autores já têm tido essa preocupação, testando a confi abilidade da 
fotogrametria. Já foi demonstrado, que valores de confi abilidade aceitáveis 
para as medidas angulares estudadas, demonstrando que a técnica possui 
um erro quase sempre aceitável na repetição das medidas numa mesma 
fotografi a23,24,25.
Segundo Watson26, o uso do registro fotográfi co é capaz de registrar 
informações sutis e inter-relacionar diferentes partes do corpo que são difíceis 
de mensurar. Muitos autores têm ainda questionado se a fotogrametria 
reproduz os achados de uma avaliação postural visual. Estudos desenvolvidos 
58
por Pereira27 demonstraram uma coerência na avaliação dos dois métodos. 
Entretanto, o autor incluiu em sua metodologia, apenas um examinador e 
descreveu somente a existência ou ausência de coerência entre os achados.
 Para esclarecer essa polêmica, Iunes et al19 realizaram uma 
análise comparativa entre a avaliação postural visual e por fotogrametria 
computadorizada. Em sua metodologia, realizaram as avaliações com 
participação de três fi sioterapeutas experientes e realizaram a comparação 
da concordância entre os dois métodos para verifi car se os resultados 
quantitativos da fotogrametria computadorizada correspondiam à detecção de 
simetrias e assimetrias obtidas com a avaliação postural visual qualitativa. Os 
autores concluíram em seu estudo que os dados da fotogrametria não podem 
ser correlacionados com os dados da avaliação postural visual. Além disso, 
na avaliação postural visual, os dados foram menos concordantes do que na 
fotogrametria, devendo ser questionada sua utilização como gold-standart.
CONCEITO DE FOTOGRAMETRIA E SUA APLICABILIDADE NA FISIOTERAPIA ►
 A palavra “fotogrametria” deriva de três palavras de origem grega 
“photon – luz, graphos – escrita e metron - medições”. Embora pareça uma 
ciência nova para o universo da fi sioterapia, a fotogrametria é um método 
conhecido há muitos e muitos anos. Surgiu em meados do Século XIX, mais 
precisamente em 1858 na França com o Cel. Aimée Laussedat, que a denominou 
de “Metrofotografi a”. Sua evolução mais recente e com imenso potencial diz 
respeito à fotogrametria digital que tem sido utilizada para mapeamento de 
áreas, localização de objetos dentre outras aplicabilidades28.
 No âmbito da Fisioterapia, os conceitos da fotogrametria digital têm 
sido utilizados na propedêutica relacionada às posturas do corpo no espaço29,30. 
Em sua concepção mais ampla, contudo a fotogrametria pode ser defi nida 
como arte, ciência e tecnologia de obtenção de informações confi áveis sobre 
os objetos físicos e o meio ambiente através de processos de gravação, medição 
e interpretação de imagens fotográfi cas31.
 Para a aplicabilidade dos princípios da fotogrametria na área da saúde 
é denominado de biofotogrametria. Na área da Fisioterapia, vários softwares 
59
podem ser utilizados, a exemplo do Programa AutoDESK AutoCAD 2007® 
for Windows, Software para Avaliação Postural (SAPO) da Incubadora 
Virtual Fapesp (2004), entre outros. Há similaridade quanto aos princípios 
dos softwares, inclusive em relação a alguns pontos de referência. Contudo, 
existem especifi cidades quanto à técnica de utilização e traçados obtidos pelos 
mesmos.
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO BIOFOTOGRAMÉTRICA ATRAVÉS DO ► SOFTWARE 
AUTOCAD®
A evolução postural avaliada por foto digital e analisada através de 
programa AutoDESK AutoCAD 2007® for Windows, pode ser considerada 
referência para mensurar assimetrias, desvios e desníveis da postura. Neste 
método biofotogramétrico, o indivíduo deve ser fotografado a uma distância 
padrão

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