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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CAMPUS SOBRAL CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA RELATÓRIO TÉCNICO Disciplina: Instrumentação, Medidas e Instalações Elétricas Professor: Adson Bezerra Moreira PRÁTICA 01: Instrumentos de Medição Luis Felipe Carneiro de Sousa – 495074 Paulo Afonso do Rego Fernandes Junior – 494226 Paulyran Calisto Alves – 433933 SOBRAL 2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 5 3 MATERIAIS .......................................................................................................... 5 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................ 6 4.1 Medição das tensões de linha e de fase da rede elétrica ........................................ 6 4.1.1 Questionamentos ..................................................................................................... 9 4.2 Medição da tensão do primário e secundário e teste de continuidade de um transformador ........................................................................................................ 9 4.2.1 Questionamentos ................................................................................................... 11 4.3 Medição de corrente através de duas tecnologias de medição ............................ 12 4.3.1 Questionamentos ................................................................................................... 14 4.4 Utilização do wattímetro ...................................................................................... 15 4.4.1 Questionamentos ................................................................................................... 18 5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 20 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 21 3 1 INTRODUÇÃO Durante o curso de engenharia elétrica, o momento de ter contato com disciplinas específicas da área é aguardado por muitos estudantes, pois é ali que começam a ter contato com instrumentos de medição, aprender sua correta aplicação, funcionamento, vantagem e desvantagens. Uma das principais disciplinas é a de Instalações Elétricas Residenciais, onde a sua principal função é repassar conhecimento sobre a utilização de equipamentos, informações sobre as normas de instalações elétricas e elaborar projetos elétricos. Instrumentos de medida ou instrumentos de medição, como o próprio nome sugere, são aparelhos usados para realizar a medida de determinadas grandezas. Os diversos tipos de instrumento de medidas elétricas podem ser de campo ou de bancada, analógicos ou digitais, e com diferentes graus de precisão. O multímetro é o aparelho responsável por realizar a medição de diversas grandezas elétricas e não-elétricas, e possuem diversas funções como as tradicionais medições de tensão, resistência, corrente e continuidade, entre outras funções em multímetros mais complexos. Figura 1 - Multímetro digital Fonte: Conecta FG. Outro instrumento de medição é o alicate amperímetro, onde ele facilita a medição em situações na quais é difícil interromper o circuito, realizar medição de corrente com valores elevados e garantir a segurança de quem está fazendo a medição. As bobinas presentes nas pinças do alicate identificam a variação do campo eletromagnético, assim a corrente elétrica é calculada pelo aparelho e exibida no mostrador. Além de medir corrente elétrica, o alicate amperímetro também é capaz de medir resistência e tensão elétrica. https://www.mundodaeletrica.com.br/dicas-de-como-usar-multimetro/ 4 Figura 2 - Alicate amperímetro Fonte: Dimensional. Outra ferramenta bastante utilizada é o instrumento feito para realizar a medição de potência elétrica, fator de potência, distorção harmônica, resistência, temperatura, frequência, tensão e corrente. Sendo um instrumento muito versátil, por conter várias funcionalidades para diversas aplicações. Figura 3 - Wattímetro analógico Fonte: JBV. 5 2 OBJETIVOS A prática para a elaboração do presente relatório tem como objetivo: a) Fazer o uso de equipamentos de medição, especificamente voltímetro, amperímetro, alicate volt-amperímetro e wattímetro; b) Efetuar medições de tensão de linha e de fase; c) Compreender a relação do transformador e as tensões no primário e secundário; d) Simular circuitos para verificação de corrente, tensão e potência. Sendo assim, a atividade divide-se em quatro partes, as quais consta-se no procedimento experimental. 3 MATERIAIS a) Multímetro; b) Alicate amperímetro; c) Wattímetro; d) Lâmpadas incandescentes. 6 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1 Medição das tensões de linha e de fase da rede elétrica Inicialmente com o multímetro configurado para medir tensão alternada e selecionado a escala de 600 𝑉𝑅𝑀𝑆 mediu-se a tensão entre o neutro e cada fase, colocando as pontas de prova do multímetro na mesma e assim realizando a leitura no display do aparelho. A Figura 4, Figura 5 e Figura 6 apresenta a leitura de tensão das respectivas fases A, B e C com relação ao neutro. Figura 4 - Tensão de Fase A Fonte: Próprio autor. 7 Figura 5 - Tensão de Fase B Fonte: Próprio autor. Figura 6 - Tensão de Fase C Fonte: Próprio autor. Posteriormente, ainda com a mesma aparelhagem, configurações e técnicas da medição de tensões de fases, mediu-se a tensão entre fases. Desta forma com as pontas de prova, conectou-se as mesmas entre fase A e B, fase A e C e por último fase B e C. As Figuras 7, 8 e 9 ilustram a leitura do multímetro na respectiva ordem apresentada. 8 Figura 7 - Tensão entre Fase AB Fonte: Próprio autor. Figura 8 - Tensão entre Fase AC Fonte: Próprio autor. 9 Figura 9 - Tensão entre Fase BC Fonte: Próprio autor. Desta forma preenche-se a seguinte Tabela 1 com a tensões medidas. Tabela 1 - Tensões medidas Diferença de Tensão medida Tensão (V) Neutro-Fase A 217 Neutro-Fase B 219 Neutro-Fase C 218 Fase A – Fase B 380 Fase A – Fase C 381 Fase B – Fase C 382 Fonte: Próprio autor. 4.1.1 Questionamentos 1) Nota-se que existe a seguinte relação entre tensões de fase e tensões entre fase (tensão de linha). 𝑉𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 = 𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒√3 (1) 4.2 Medição da tensão do primário e secundário e teste de continuidade de um transformador 10 Adiante, a bobina primaria do transformador foi conectada uma tensão de aproximadamente 220 𝑉𝑅𝑀𝑆 . A Figura 10 apresenta a montagem do mesmo. Figura 10 - Transformador de tensão Fonte: Próprio autor. Posteriormente, com o multímetro, mediu-se a tensão dos terminais das bobinas primaria e secundaria do transformador. A leitura do multímetro é vista na tabela a seguir. Tabela 2 - Tensões no transformador Bobina Tensão (V) Primária 216 Secundaria 118 Fonte: Próprio autor. Posteriormente desenergizado o transformador, com o multímetro, usou-se a função teste de continuidade, verificou-se a continuidade dos enrolamentos das bobinas primária e secundária. A Figura 11 apresenta o teste de continuidade feito. 11 Figura 11 - Teste de continuidade Fonte: Próprio autor. Dado a Figura 11, conclui-se que os fios dos enrolamentos são contínuos, visto que segundo o manual do fabricante, em casa do circuito aberto, o LCD mostraria o digito mais significativo (1). 4.2.1 Questionamentos 1) Transformador abaixador de tensão. 2) Relaçãode 2:1, a tensão de saída é metade da tensão de entrada. 3) O transformador está em pleno funcionamento, os enrolamentos das bobinas apresentaram-se contínuos. 4) Sim, é possível ligar fase e neutro aos terminais da bobina secundária. Desta forma o transformador teria efeito de elevar a tensão aos terminais opostos, ocorrendo que, dada a relação de número de espiras no primário e secundário do transformador, apresentará nos terminais a seguinte relação: 𝑉𝑆 = 2𝑉𝑃 (2) Se introduzido uma tensão 𝑁 volts em 𝑉1 (bobina secundaria do transformador), do outro lado sairá uma tensão 2𝑁 em 𝑉2 (bobina primária do transformador). 12 4.3 Medição de corrente através de duas tecnologias de medição Foi montado um circuito elétrico contendo uma lâmpada ligada em série com um amperímetro analógico e energizado com a rede elétrica alternada de 220 𝑉𝑅𝑀𝑆. O esquema elétrico condiz com o demonstrado na Figura 12. Figura 12 - Circuito elétrico com uma lâmpada Fonte: Próprio autor. A potência especificada na lâmpada utilizada indicava ser de 60W. Realizando uma operação matemática para identificar a corrente eficaz (𝐼𝑅𝑀𝑆) que fluiria no condutor, se fez a seguinte averiguação: �̅� = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝐼𝑅𝑀𝑆 cos 𝜃 (3) 𝐼𝑅𝑀𝑆 = �̅� 𝑉𝑅𝑀𝑆 cos 𝜃 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 60 220 = 273 𝑚𝐴 Onde �̅� é a potência ativa consumida e o ângulo de defasagem 𝜃 é nulo para cargas resistivas, portanto cos 𝜃 = 1. Foi conferido o mesmo resultado na simulação, constatado na Figura 12. Já a medida experimental resultou em uma corrente de 280 𝑚𝐴, assim como demonstra a Figura 13. 13 Figura 13 - Corrente que flui através da lâmpada Fonte: Próprio autor. A mesma aferição foi realizada, contudo, utilizando um alicate amperímetro. O condutor foi enrolado envolta da pinça do alicate de tal forma que se formou duas espiras, assim então mediu-se o resultado. O valor observado foi de 0,52 𝐴, contudo o real valor de corrente é 260 𝑚𝐴, visto que foi envolvido duas vezes o condutor pelo dispositivo medidor. É possível constatar a aferição através da Figura 14. Figura 14 - Medindo corrente através da lâmpada pelo alicate amperímetro Fonte: Próprio autor. 14 Portanto, os resultados obtidos dentre os dois dispositivos de medição foram: Tabela 3 - Aferição da corrente pelos medidores Tipo de medidor Corrente (mA) Alicate amperímetro 260 Amperímetro analógico 280 Fonte: Próprio autor. 4.3.1 Questionamentos 1) O funcionamento do alicate amperímetro é regido pelo fenômeno da indução eletromagnética, sendo que o condutor energizado que percorre o interior da pinça do alicate gera um campo magnético circular ao longo do seu eixo longitudinal. Por sua vez, esse campo magnético gera um fluxo magnético através de um circuito magnético, onde internamente uma bobina envolvida nesse núcleo induz uma tensão elétrica. Um circuito identificará a intensidade da tensão induzida e determinara a proporcionalidade da corrente que flui pelo condutor medido. 2) As medições elétricas estão cercadas por incertezas, por isso, quanto maior precisão maior será a aproximação do valor real medido. O valor real pleno normalmente nunca se é obtido, portanto busca-se técnicas para aprimorar as medições. Na medição de corrente por um alicate amperímetro, utiliza-se o artifício de envolver quantidades maiores de espiras do mesmo cabo medido, levando a multiplicar o valor a ser medido por um inteiro referente ao número de voltas introduzidas na pinça. Isso provocará uma melhor aproximação do valor real da corrente. 3) A vantagem é a não necessidade de interferir diretamente no circuito, evitando a desconexão do fio para inserção do amperímetro em série ao circuito observado, bastando apenas abraçar o alicate a um condutor. 4) Como descreve a lei de Amperè, havendo dois condutores com corrente iguais, mas em sentidos opostos, acarretará em uma corrente envolvida pela amperiana nula. Isso resultará na não produção de fluxo magnético pelo circuito magnético do alicate amperímetro, implicando na não indução de tensão na bobina. No experimento laboratorial foi constatado o mesmo fenômeno, podendo-se visualizar na Figura 15. 15 Figura 15 - Verificação de corrente nula Fonte: Próprio autor. 4.4 Utilização do wattímetro Continuando a prática, incrementou-se duas lâmpadas de 60W a mais no circuito, interligando-as em paralelo. O esquema exigido foi montado conforme o circuito simulado. Figura 16 - Circuito elétrico com três lâmpadas em paralelo Fonte: Próprio autor. No laboratório, foi interligado jumpers entre a rede de alimentação e as soquetes das lâmpadas, respeitando o arranjo paralelo à meio das lâmpadas. A confecção descreveu exatamente como exprime a Figura 17. 16 Figura 17 - Circuito montado possuindo três lâmpadas em paralelo Fonte: Próprio autor. Foi medido a corrente em cada ramo contendo uma das lâmpadas. Foi inserido em série com a lâmpada um amperímetro analógico em cada ramo, além de também verificar o resultado da corrente pelo alicate amperímetro. As medições experimentais são mostradas nas Figuras 18 e 19. Figura 18 - Corrente que flui através das lâmpadas em paralelo Fonte: Próprio autor. 17 Figura 19 - Medindo corrente em cada lâmpada pelo alicate amperímetro Fonte: Próprio autor. Na Figura 19 também foi envolvido duas espiras na pinça do medido, então o resultado verdadeiro é a metade da que é mostrada. Os valores medidos estão expostos na tabela a seguir: Tabela 4 - Medição das correntes pelos dois medidores Tipo de medidor Corrente (mA) Tensão (V) L1 L2 L3 L1 L2 L3 Alicate amperímetro e Voltímetro 285 280 265 214 214 214 Amperímetro analógico e Voltímetro 280 282 267 214 214 214 Fonte: Próprio autor. Inserindo agora um wattímetro, calcula-se a potência proveniente do uso das três lâmpadas. A potência total esperada é de 180W, visto que o resultado seria a soma entre a potência de cada lâmpada. O circuito simulado contata o valor teórico. 18 Figura 20 - Esquema elétrico utilizando wattímetro Fonte: Próprio autor. Quando é montado o circuito na prática, conforme a Figura 21, obteve o valor experimental condizente com o esperado, conferindo a concordância entre os indicadores. Figura 21 - Medindo potência pelo wattímetro Fonte: Próprio autor. 4.4.1 Questionamentos 1) Considerando a potência mencionada pelo fabricante da lâmpada sendo 60W e a tensão da rede em 220V, as correntes serão: 19 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 60 220 = 273 𝑚𝐴 (4) Avaliando o valor teórico com os valores experimentais, encontram-se em uma faixa aceitável dentro dos 5% de erro percentual. 2) O esquema de montagem é apresentado nas Figuras 17 e 18. 3) O wattímetro é um instrumento desenvolvido para medição de potência elétrica ativa, detectando as grandezas tensão e corrente nos pontos de interesse e promove o produto entre suas intensidades. Há dois tipos desse instrumento, sendo os do tipo eletrodinâmico e o do eletrônico. Os wattímetros eletrodinâmicos são constituídos por um par de bobinas para medir tensão e corrente e um galvanômetro d’Arsonval. O torque produzido sobre o ponteiro é resultado da interação das forças magnéticas provenientes da corrente que flui nas bobinas, gerando uma deflexão que faz indicar a intensidade da grandeza através de uma escala. Agora nos wattímetros eletrônicos, o seu funcionamento consiste na utilização de transdutores, microcontroladores e circuitos de condicionamento, adquirindo dados relativos a corrente e tensão. 4) Ocorreria que a potência medida seria negativa pela inversão da polaridade da bobina do voltímetro ou da mudança do sentido da corrente na bobina do amperímetro. 5) Como a bobinado voltímetro observa a tensão perante somente as cargas L2 e L3, a mensuração da potência fica reclusa somente a elas. Visto que a corrente na bobina do amperímetro é resultado da soma das correntes entre os ramos das duas lâmpadas analisadas pela bobina do voltímetro, então a potência verificada pelo wattímetro será somente a soma da potência das duas lâmpadas em paralelo. Portanto, a potência será o dobro da potência de cada lâmpada, ficando assim em 120W apresentados. 20 5 CONCLUSÃO Nessa prática foi possível observar o funcionamento dos instrumentos de medição, suas vantagens e desvantagens, um em relação ao outro. Observou-se também o funcionamento do transformador. Partindo para a análise dos resultados, é notório que os valores não foram exatamente iguais aos valores teóricos e passados também na literatura. Entretanto, os valores estiveram sempre próximos do esperado, reforçando assim o conhecimento. 21 REFERÊNCIAS HILBURN, J. L.; JOHNSON, D. E.; JOHNSON, J. R. Fundamentos de análise de circuitos elétricos. 4.ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 1994. HOLLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: gravitação, ondas e termodinâmica. 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
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