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Globalização e Transformações Sociais

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Unidade 1
Globalização
Apresentação
Neste momento, trataremos da globalização e de seus fenômenos de transformação na sociedade. Depois de entender esse aspecto, é fundamental falar de globalização em um processo de comunicação e revolução da economia.
Diante disso, abordaremos a globalização e seus envolvimentos com a política e a questão cultural, bem como seu papel fundamental na parte histórica da nação como um todo. O mundo do trabalho, alinhado com a demanda das empresas, sejam elas nacionais ou multinacionais, determina o quanto evoluímos como seres humanos e precisamos nos adaptar a esse contexto.
Globalização
Um dos fenômenos que chama a atenção dos sociólogos, principalmente a partir do início do século XXI, são as transformações sociais e o desenvolvimento de uma sociedade global. É impossível levantar os problemas sociais da atualidade sem falarmos de globalização. O fenômeno da globalização transformou a economia e, principalmente, a forma como vivemos em sociedade.
Anthony Giddens (2006) utiliza o exemplo de uma ida ao supermercado para ilustrar as mudanças que fazem com que não possamos mais pensar o local sem considerar as complexas relações sociais políticas e econômicas do global. No supermercado podemos encontrar atualmente a oferta de produtos das mais diferentes nacionalidades em grande quantidade e diversidade.
As pessoas, devido às mudanças de grande escala, como as de ordem econômica, com a abertura cada vez maior para transações internacionais, tornarem-se muito mais interdependentes.
Giddens (2005) chama a atenção para o desenvolvimento das áreas do transporte, comunicação e tecnologia que impulsionaram recentemente essas transformações nos últimos 30 ou 40 anos:
[...] em resultado dos progressos dramáticos no campo da comunicação, da tecnologia de informação e dos transportes. Graças ao desenvolvimento de aviões a jacto, de velozes navios cargueiros de grande dimensão, e de outros meios de transporte de grande velocidade, pessoas e bens podem hoje ser transportados de forma contínua através do mundo inteiro. Da mesma forma, o sistema mundial de comunicação por satélite, estabelecido apenas há cerca de trinta anos, tornou possível que as pessoas entrem em contato umas com as outras de forma instantânea. (GIDDENS, 2005, p. 51).
É possível encontrar inclusive alimentos frescos de outros continentes disponíveis a partir dessas transformações.
Além da circulação de mercadorias, há também grande fluxo de pessoas, tendo as migrações aumentado de forma exponencial.
A migração promove, além de mudanças políticas (em relação às migrações), mudanças culturais, dado o encontro de pessoas de grupos étnicos, linguísticos e culturais diferentes, ocorrendo o fenômeno da autoafirmação identitária e do que o sociólogo jamaicano Stuart Hall (2002) vai chamar de multiculturalismo.
O multiculturalismo designa a coexistência de povos de diferentes culturas em uma mesma região, proporcionando as trocas culturais e, em vez da homogeneização cultural, a afirmação e o reforço de diferentes identidades culturais, o que pode ameaçar a identificação a partir de unidades nacionais.
A visão meramente da globalização enquanto fenômeno econômico é demasiado simplista, existem várias dimensões envolvidas, como a política, a questão social e a identidade cultural. O ritmo mais rápido e o surgimento de novos riscos são características do processo de globalização.
Comunicação
A comunicação pós-Segunda Guerra Mundial começa a se revolucionar tecnologicamente com rapidez, tendo sido, a partir da década de 1960, o uso recorrente e banal dos satélites de comunicação um de seus picos de desenvolvimento. Outro boom no desenvolvimento comunicacional foi o desenvolvimento da internet.
De acordo com Giddens (2005) em 1998, havia 140 milhões de usuários da internet pelo mundo e, em 2001, mais de 700 milhões, tendo essa ferramenta cada vez se tornado mais acessível apesar de sua disponibilidade não ser ainda de acesso universal, ou seja, para pessoas de todas as localidades e de qualquer classe social.
O desenvolvimento da internet provocou profundas transformações na maneira com que as pessoas se relacionam entre si.
No entanto, é importante lembrar que nem todas as pessoas passam por essas transformações da mesma forma, sendo que muitos países periféricos e regiões de países centrais não têm acesso à internet ou poder de compra de tecnologias que possibilitem o acesso a esse tipo de comunicação.
Esse tipo de comunicação diminui o tempo pelo qual pessoas de diferentes partes do mundo podiam se comunicar antes, devido à comunicação em tempo real, e também diminui a noção de distância.
Acesso facilitado à internet
Os meios de comunicação fazem parte de uma reorganização do pensamento das pessoas que antes só tinham acesso a acontecimentos locais e agora podem acompanhar em tempo real acontecimentos políticos, naturais e sociais a nível global, criando uma consciência da ligação com as pessoas de outras partes do mundo e se preocupando sobre esses acontecimentos, inclusive posicionando-se e agindo.
A globalização sofre um grande impulso após o fim do comunismo soviético que entrou em colapso a partir de 1989, integrando-se a transações econômicas com o mundo ocidental os países antes comunistas como a Rússia, a República Checa, a Ucrânia, a Polônia e outros países da Ásia Central e do Cáucaso. (GIDDENS, 2005).
O fim do comunismo soviético pode ser visto como impulsionador da globalização e também influenciado pelo movimento globalizante de economia mundial que já vinha ocorrendo.
A economia durante a globalização é modificada, não sendo mais centrada apenas na agricultura e na indústria, e pode ser entendida como uma era “pós-industrial” (GIDDENS, 2005), isso porque há um grande fluxo de informação sobre produtos e grande fluxo de capitais que movem a economia muitas vezes antes da troca material efetiva de produtos.
Há, assim, o aumento da transferência de capitais por meio de maior integração internacional no mercado financeiro. O mercado global tornou-se mais flexível, e as parcerias entre empresas e governos e empresas tornaram-se mais comum.
As formas de fazer política também vêm integrando-se cada vez mais, sendo exemplos de organizações a Organização das Nações Unidas (ONU) – apesar de os países-membro não abdicarem da soberania nacional – e a União Europeia – que possui algumas políticas conjuntas para todos os países-membros. Agir conforme as diretrizes de organizações de blocos maiores de país traz benefícios socioeconômicos para os países que fazem parte dessas organizações.
Outros tipos de organizações também influenciam na maior integração global, são as Organizações Intragovernamentais (OIGs) e as Organizações Não Governamentais Internacionais (ONGs), como a Greenpeace, os Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha.
Apesar de não serem governamentais, as intervenções dessas organizações muitas vezes criam respaldo para ações governamentais ou criam polêmicas sobre a intervenção de organizações internacionais em certas regiões, para aumentar e facilitar o acesso e a influência internacional por outros interesses, como ocorre nos bens naturais de alguma região.
As empresas transacionais são outro fator que dão combustível ao motor da globalização. Essas empresas produzem e distribuem em mais do que um país. São exemplos de empresas transnacionais a Coca-Cola, o McDonald’s, a Unilever, a Nokia, entre várias outras. Assim, é possível expandir a possibilidade de faturamento e lucros para outros países.
De acordo com Giddens (2005), as transnacionais são responsáveis por dois terços do comércio mundial, infl uenciando fortemente o mercado financeiro e a produção de novas tecnologias. As transnacionais passaram a crescer e ganhar força no mercado a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, tendo expandido e se tornado uma grande potência globalizante da economia. A Europa, a região Ásia-Pacífico e a América do Norte se destacam nesse modelo de empresas.
A globalização possui perspectivas diferentes entre quem a estudaou a pensa. David Held dividiu a forma como a globalização é pensada em três escolas (GIDDENS, 2005):
HIPERGLOBALIZADORES
Percebem a globalização como uma dissolução de fronteiras que está produzindo uma nova ordem global em que as forças do mercado têm cada vez mais força no lugar dos estados nacionais.
CÉTICOS
Têm uma posição oposta à dos hiperglobalizadores; entendem que a globalização não é novidade, tendo ocorrido desde o século XIX, apenas diferindo na magnitude das interações entre países. Para eles, nesse período considerado de “globalização” há a formação de grandes blocos regionais de comércio, estando a economia menos integrada do que antes. Os governos nacionais continuam sendo as forças principais nas interações sociais e comerciais.
TRANSFORMACIONALISTAS
Adotam uma postura intermediária sobre a globalização. Ao mesmo tempo em que percebem mudanças no nível de interação global, percebem também a permanências de algumas instituições tradicionais como o estado nacional enquanto forma de governo.
Diante deste contexto observado, a fala sobre individualismo e fluidez Zygmunt Bauman, sociólogo polonês falecido recentemente (janeiro de 2017), contribui na análise sobre as profundas transformações decorrentes da globalização. Em Vida líquida, uma de suas principais obras, o autor demonstra a crescente fragilidade dos laços sociais numa sociedade fluida, que preza pela rapidez e pela efi ciência
(BAUMAN, 2009).
O que impera na ordem das relações sociais, principalmente na mudança da relação com o consumo, uma vez que há maior disponibilidade de mercadorias nos mercados dos países centrais do capitalismo, é a efemeridade e a noção de que as coisas são descartáveis.
O consumo ultrapassa inclusive as barreiras do mercado, sendo incorporada pelos indivíduos a perspectiva de consumo para com as relações sociais com outros indivíduos, tornando essas também efêmeras e descartáveis.
Mundo do Trabalho
As transformações que influenciaram na globalização têm muito a ver com as mudanças que o capitalismo sofre nesse período pós-fim do comunismo soviético. Alguns autores analisam o resultado dessas transformações de novo capitalismo ou neoliberalismo.
O sociólogo estadunidense Richard Sennett (nascido em 1943) faz a análise sobre as transformações que o capitalismo moderno gerou principalmente no mundo do trabalho. Esse período é marcado pelo capitalismo pós-industrial.
(SENNETT, 1999).
Uma das principais características do novo capitalismo é a flexibilidade do trabalho. Exige-se produtividade do trabalhador e que este esteja frequentemente disponível para que possa dar conta de mudanças repentinas no rumo do serviço ou a novas exigências que esse pode vir a demandar. As regras formais para a realização dos trabalhos vão diminuindo e exige-se dedicação constante ao trabalhador.
A ideia de meritocracia fixa-se cada vez mais no desempenho do indivíduo e não nas condições em que este se encontra. Se não há sucesso por parte do indivíduo, ele deve assumir sua culpa, sendo que depende apenas de seu esforço e dedicação a ascendência de sua carreira profissional.
Para ilustrar as mudanças provindas das transformações das relações de trabalho com o avanço do novo capitalismo, o autor faz uma comparação entre um pai e seu filho que ingressou 20 anos após seu pai no mercado de trabalho. As diferenças consistiam em: o trabalho do pai seguia em tempo linear, havia um progresso em sua carreira conforme os anos de serviço, ou seja, uma prospecção de crescimento.
Trata-se do trabalho fordista, da época de trabalho principalmente industrial e burocratizado. Há um processo de fidelização entre empresa e trabalhador, não se corre o risco frequente de ser mandado embora por motivos fúteis e há maior segurança na permanência no cargo. Com isso, era possível a esse trabalhador planejar sua vida a longo prazo e de maneira ordenada. O poder é exercido de maneira clara pelo patrão.
Fordismo: tipo de produção no capitalismo baseada na linha de produção de massa pelas indústrias. Possuía linhas de montagem separando a produção de cada etapa do produto final. O nome vem de Henry Ford, empresário estadunidense da indústria automobilística que tinha como ideal de produção industrial esse modelo. De seu boom pós-Segunda Guerra Mundial à década de 1970 esse modelo de linha de produção foi um emblema do capitalismo dessa época.
Já no caso do filho, ao ingressar no mercado de trabalho, não há mais segurança em permanecer no trabalho, pois, assim como os produtos, os trabalhos tornam-se cada vez mais temporários, estando sempre em risco e não se estabelecendo geralmente uma identificação com a atividade praticada.
A rotina dura e previsível não é mais desejada, criando-se essa flexibilidade do trabalho que acaba por precarizar as condições do/a trabalhador/a que deve estar sempre disponível.
Por cada trabalhador estar sujeito a condições imprevisíveis e trabalhar com diferentes tarefas em curtos prazos, não se cria uma unidade de trabalhadores que dialogam sobre os mesmos problemas, diminuindo a noção de coletividade aumentando o individualismo. A vida assim é repleta de incertezas e frágeis laços sociais.
As principais características do neoliberalismo são: pouca intervenção do Estado para que possa haver autorregulação do mercado, que deve ser livre; incentivo às privatizações, para que haja livre concorrência; e foco no progresso e sucesso individual sobre a ideia de coletividade.
Este conjunto de ideias políticas e econômicas é caracterizado portanto pela perda de força de entidades coletivas como sindicatos, serviços públicos e paternalismo estatal que poderiam vir a garantir maior segurança para os/as trabalhadores/as.
Fechamento
Estudamos os efeitos e a forma como a globalização está presente no nosso cotidiano, bem como as influências desse processo nos contextos políticos e econômico e nas transformações pelas quais o mundo do trabalho tem passado.
Conseguimos analisar as diferentes formas e condições do ambiente de trabalho mediante a visão de Ford. Essa reflexão faz jus ao fato de que, atualmente, muito se fala sobre flexibilidade e aprimoramento contínuos de mão de obra, visto que o mundo é uma questão de transformação e adaptabilidade constantes.
Aula 2
Política Contemporânea
Apresentação
Neste momento, trataremos sobre a política contemporânea e sua polarização na sociedade como um todo. Atualmente, tudo o que vivenciamos está refletido na política global. Isso significa que muitas transformações e movimentos ao redor do mundo fazem com que cada vez mais possamos pensar sobre os próximos passos no quesito política.
Por isso, vamos entender um pouco mais sobre os efeitos da globalização na atualidade e um pouco mais sobre a participação política dos cidadãos dentro do contexto do Estado Democrático de Direito, que tem permitido ao povo fazer parte da escolha dos seus representantes.
Concepção e representação política na contemporaneidade
Nossa atualidade está cada vez mais marcada pelo descaso ou pela polarização política por grande parte da sociedade, como também por uma parcela dos próprios políticos. Existe um grande descontentamento em relação à política no nosso país, pois ela é meticulosamente assombrada com as atitudes dos políticos, especialmente dos corruptos.
O ser humano, porém, é um indivíduo essencialmente político, pois exerce essa função em todas as suas atividades cotidianas. Com isso, nossas ações do dia a dia são determinadas por decisões ideológicas.
As ideologias são conflituosas
Em nosso cotidiano, somos seres políticos atuantes, pois nos relacionamos com os familiares, com os amigos, com os colegas de trabalho; estamos integrados à sociedade e ao Estado e, como indivíduos pertencentes a um Estado, temos direitos e deveres perante o nosso grupo de convívio.
Nessa perspectiva, quando optamos pela omissão política, estamos dando ao outro a oportunidade de escolher por nós, o que signifi ca abrir mão da nossa representatividade e do nosso papel de cidadão.
Por tudo isso, não podemos relegar à políticao simples ato de ir às urnas, pois ela é exercida no nosso dia a dia. Fazemos política quando escolhemos determinado produto no supermercado (devido ao preço ou à qualidade), quando saímos com os amigos e damos nossa opinião sobre um assunto; somos políticos até mesmo quando estamos discutindo sobre futebol.
Nos dias de hoje, temos visto cada vez mais grupos tentando se apropriar daquilo que lhes faz falta em relação à omissão do Estado.
Para exemplificar, podemos apontar o movimento negro, que ficou relegado a segundo plano pelo poder público, contrapondo-se a outros grupos étnicos, como o dos descendentes de europeus elitizados. Temos também o movimento feminista, que luta contra o machismo arraigado em nossa sociedade, que trata a mulher com discriminação e violência; a batalha do movimento LGBT+ por dignidade, respeito e direitos; os esforços de milhões de trabalhadores rurais sem-terra em um país em que o agronegócio desmata e explora.
Enfim, existem muitos exemplos de lutas por representatividade de minorias. É preciso refl etirmos sobre nossas ações e omissões perante essas demandas do Estado para nos posicionarmos politicamente diante da sociedade e da vida. Tudo que diz respeito ao bem comum e à coletividade dizem respeito à política.
Representação política na atualidade
Diferentes autores e cientistas políticos teorizaram diversas modalidades de representação política no mundo contemporâneo, mas, segundo Dias (2013), a atual política surgiu com o advento do Estado liberal. No entanto, mais importante do que identificar e caracterizar essas diferentes formas é refl etir sobre a crise da representação política na atualidade.
Diferentemente do que aconteceu com outros países, a formação política do Brasil teve início tardiamente, levando em consideração os séculos na condição de colônia portuguesa. Além disso, a noção de “representação política” demorou para aparecer no Brasil, já que a elite social representava a si mesma politicamente.
Elegemos nossos representantes políticos por meio do voto
Até mesmo o processo que culminou com a Proclamação da República no Brasil não contou com a participação popular. Esse tema é amplamente debatido pelo historiador José Murilo de Carvalho, na obra Os Bestializados. Para o autor, o povo assistiu bestializado à proclamação da república sem entender exatamente o que significava aquela mudança para a nação
(CARVALHO, 2019).
A efetiva participação da população no processo de escolha dos representantes só deixa de ser um privilégio das elites e um direito das massas ao longo da Era Vargas, que, apesar dos avanços, também instituiu a ditadura do Estado Novo, que impediu a participação do povo nas decisões políticas da nação.
O cenário estabelecido após a Constituição de 1988 efetivou o modelo de democracia participativa. As leis, na teoria, deveriam resguardar, além do direito à liberdade de expressão, a participação nos processos políticos, que envolvem a administração do bem público e da vida social. Contudo, o que se percebe é que o atual sistema sofre uma grave crise, assunto do tópico a seguir.
Por meio de uma breve análise do atual cenário político brasileiro, é possível notar um esgotamento das formas de representação tradicionais, consequência imediata de uma notória desconfi ança sobre o sistema democrático. Segundo Dias (2013, p. 187), são sintomas dessa desilusão:
[...] desinteresse pela disputa eleitoral, baixa participação ativa nos partidos políticos, diminuição do interesse pelas questões políticas etc. Isto nos leva a identifi car que há uma tendência de diminuição do papel de dois importantes instrumentos da democracia: o parlamento e os partidos políticos.
O que se vê é uma falta de conexão entre a sociedade e os atores e instituições responsáveis por atender às vontades daqueles que os elegeram. A influência – e os interesses – dos meios de comunicação, que estão cada vez mais presentes no debate político, intervém diretamente na formação da opinião pública e na constituição da imagem dos políticos perante a sociedade.
Além disso, os partidos políticos já não se apresentam como instrumentos adequados para levar ao Estado as demandas da sociedade e, muitas vezes, são criados exclusivamente para lançarem determinado candidato.
Esse espaço de participação pode ser ocupado por novos atores políticos, como é o caso dos movimentos sociais.
No entanto, ao longo dos anos, muitos desses grupos se institucionalizaram, formando novos partidos.
O percurso da implementação de modelos representativos no Brasil é permeado por contradições e repleto de pontos que ainda devem ser revistos e melhorados.
Contudo, mesmo com esses problemas, não devemos negar os avanços alcançados ao longo da história.
A seguir, discutiremos um pouco mais sobre a participação política dos cidadãos dentro do contexto do Estado democrático de direitos, que tem permitido ao povo fazer parte da escolha dos seus representantes dentro da esfera política dos governos.
Democracia e participação política
Democracia e participação são conceitos que estão intrinsecamente associados, tanto que o modelo democrático de governo, hoje, é uma ideia unânime e indiscutível de regime ideal.
[...] se não for pelos seus méritos, é por exclusão, tornando-se comum afirmar que “não é perfeita, mas é o melhor que temos”, e este tem sido o objetivo almejado pelas novas comunidades que ingressam no sistema de nações formado pela ONU.
(DIAS, 2013, p. 173).
No entanto, assim como outras concepções, democracia e participação foram interpretados de formas distintas ao longo dos tempos e ainda hoje não têm uma forma definitiva.
Democracia é um termo de origem grega que, formado pelas palavras demo, que significa povo, e kratos, poder ou autoridade, refere-se ao regime político desenvolvido em Atenas. Ele é um sistema de governo em que todos os cidadãos participam das decisões políticas.
Na Grécia Antiga, especificamente na cidade-estado de Atenas, só eram considerados cidadãos atenienses os homens maiores de 21 anos. Desta forma eram excluídos os escravos, os estrangeiros e as mulheres.
Portanto a democracia ateniense ainda era um sistema de governo que contava com a participação de uma parcela mínima da população. Na Grécia Antiga, o modelo democrático implementado era praticado de forma direta: aqueles que eram considerados cidadãos podiam participar das assembleias.
As principais características da democracia ateniense eram:
DECISÕES IMPORTANTES
As decisões mais importantes eram discutidas em assembleia geral por todos os seus integrantes, que deliberavam com toda a liberdade.
OCUPAÇÃO DOS CARGOS
Os cargos ocupados pelos cidadãos eram exercidos somente uma única vez, durante períodos curtos de tempo, e o acesso a eles se dava por meio de sorteio ( pois todos são iguais ).
PARTICIPAÇÃO CIDADÃo
Todos os cidadãos podiam ser eleitos para os diversos cargos e, por sua vez, também eram eleitores.
Todos os cidadãos podiam ser eleitos para os diversos cargos e, por sua vez, também eram eleitores.
Apesar de a democracia ser considerada o melhor sistema de governo da atualidade, durante a Antiguidade alguns filósofos criticavam essa forma de governo.
Platão é um dos filósofos do período clássico que criticavam a democracia enquanto forma de governo. A crítica do pensador repousa em três argumentos básicos:
• O povo é frágil e incapaz de tomar decisões ponderadas, porque deixa transparecer suas emoções íntimas e seus laços pessoais.
O ser humano não sabe separar razão e emoção para fazer suas escolhas
• A democracia produz líderes ruins, que governam apenas com o objetivo de deixar as pessoas contentes, e cujas decisões carecem de razão e sabedoria.
• A democracia pode maximizar a liberdade dos súditos, mas, se o fi zer, irá fortalecer a formação de facções, o sectarismo e o tribalismo na política.
Segundo Dias (2013), atualmente a ideia de democracia evoluiu e, de um modo geral, pode ser defi nida como uma forma de governo em que o poder político não pertence a nenhum grupo determinado e limitado de pessoas ou aum único indivíduo. Na forma do Direito, a democracia pertence a todo o povo.
Desse modo, o exercício da autoridade deve estar prescrito por normas jurídicas, que têm origem no Poder Legislativo, e os atores políticos precisam ser escolhidos pela legitimação do processo eleitoral e controlados pelo povo. Além disso, todo o percurso político deve contar com todos os membros da comunidade.
Segundo Robert Dahl (1971), a característica principal da democracia é a capacidade que seus governos têm de satisfazer as preferências em um cenário de igualdade política. Nessa linha de raciocínio, cabe ao governo assegurar que cada indivíduo possa formular suas preferências e apresentá-las sem que haja algum tipo de discriminação.
Para que isso ocorra, são fundamentais algumas garantias constitucionais, como:
• liberdade de constituir organizações e aderir a elas;
• liberdade de expressão;
• direito ao voto;
• direito a competir por apoio e pelos votos;
• elegibilidade dos cargos políticos;
• fontes de informações alternativas;
• eleições livres e corretas
Instituições que tornem o governo dependente do voto e das outras formas de expressão de preferências políticas. O modelo democrático em hegemonia na atualidade é o liberal. Ainda existem outros conceitos que devemos compreender e que complementam tanto o ideal de democracia quanto os princípios que regem o processo de representação política.
Fechamento
Estudamos todo um contexto quando mencionamos sobre políticas desde a Grécia Antiga até os dias atuais, mas cabe uma reflexão: quanto evoluímos como sociedade? Neste ponto, conseguimos destacar que vivemos em um mundo repleto de alterações. No aspecto político e democrático, vivemos em constante mudança, não somente a nível nacional, mas também internacional.
As garantias que conseguimos visualizar são motivo de orgulho, mas devemos sempre estar atentos à participação política que temos conquistado. Devemos, portanto, sempre lutar pelos direitos que obtivemos como cidadãos.
Aula 3
Economia das Nações
Apresentação
Neste momento, trataremos sobre a globalização e suas áreas de influência, observando pontos de dependência dos países com o restante do mundo, não só no quesito matéria prima, e sim todo o capital que está envolvido nas transações.
Na sequência, iremos descobrir como a globalização ajuda os países a se reinventarem constantemente, visando sempre a questão do crescimento do país e de suas empresas. Assim como o crescimento, as nações buscam sempre uma divisão de maneira igualitária de suas riquezas, fato esse que nem sempre se consegue, demonstrando ainda que muitos problemas necessitam de resoluções.
Fique atento, e vamos entender um pouco mais os efeitos da globalização em nossa atualidade.
Globalização
Todos nós já ouvimos falar sobre a globalização. No entendimento da economia, a globalização nada mais é do que o aumento das trocas de informação, assim como se refere ao aumento das transações econômicas e da difusão dos valores políticos e morais em escala mundial.
Logo, podemos perceber que o processo de globalização proporciona o aumento das trocas de informação que afetam as pessoas, as empresas, os movimentos sociais e os governos. Além disso, a globalização influencia uma maior troca de bens, serviços e investimentos ao redor do mundo, assim como os valores morais e políticos de todo o mundo.
Assim, a partir da globalização, as barreiras geográficas e temporais diminuem, repercutindo não só no nosso contato com culturas e notícias ao redor do mundo, mas também na dinâmica da economia, que é cada vez mais influenciada pela produção das multinacionais, pelo investimento de capitais externos na Bolsa de Valores local, pela maior presença da política internacional nos governos locais e pelo maior consumo de bens e de tecnologia importada
(VASCONCELLOS, 2007).
Logo, a globalização pode ser dividida em esferas ou áreas de influência. São elas:
• globalização tecnológica;
• financeira;
• produtiva;
• comercial.
A globalização tecnológica analisa como os avanços tecnológicos impactam nas relações econômicas e sociais entre os países e seus habitantes.
A globalização financeira analisa os movimentos dos capitais entre os países.
A globalização produtiva estuda o movimento de globalização na produção dos bens e serviços consumidos ao redor do mundo.
A globalização comercial estuda a participação do comércio internacional dentro dos países.
Portanto, não é possível atualmente a um país sobreviver de forma independente dos demais.
Isso porque é necessário estar incluído no cenário internacional e com isso poder participar do movimento de capitais, de pessoas e de produtos e serviços. Logo, um país que não recebe investimento de empresas estrangeiras não consegue se autofinanciar em todos os setores da economia necessários para o bom desenvolvimento das relações de consumo internamente. Perceba que um país tende a não ser relevante dentro do cenário internacional se não importar os produtos que o seu país não produz.
Porém, é importante que você perceba que a globalização não ocorre de maneira uniforme em todos os países. Além disso, a globalização não busca promover uma igualdade entre os países
(VASCONCELLOS, 2007).
Já na área política, notamos que a globalização caminha a passos mais lentos, e isso se dá pela influência de vários fatores, inclusive a troca de presidente nos países. Assim, a cada eleição presidencial local, os candidatos precisam buscar apoio no cenário internacional para que, se eleitos, possam governar e manter as boas relações com os países com que realizam comércio e têm acordos diplomáticos. Outro fator que influencia a globalização política são os movimentos sociais. Existem diversos movimentos sociais que lutam contra os organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), pela diminuição da globalização e dos seus efeitos
(DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013).
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
Responsável por conciliar acordos de comércio e criar regulamentações para o comércio internacional entre os países.
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI)
Organização financeira responsável por auxiliar países em crise fiscal, a partir de empréstimos e orientações de como melhorar as contas públicas.
Em decorrência da globalização, as transformações sociais em alguns países têm caminhado a passos mais lentos. Isso ocorre devido ao aumento do desemprego, da informalidade, das privatizações e também à redução da importância dos movimentos sindicais.
(VASCONCELLOS, 2007).
Cada país terá suas características em relação a desemprego, informalidade e pobreza, porém essas características têm sido encontradas em vários países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento.
Por fim, na área cultural, vemos um avanço que podemos caracterizar como uma indústria cultural global. Essa indústria se caracteriza por uma divulgação da mídia televisiva e jornalística, das produções de cinema e das gravadoras de música, assim como nos âmbitos intelectuais e artísticos mais elevados.
(VASCONCELLOS, 2007).
Para exemplificar isso, veja a quantidade de séries de televisão americana e britânica que temos atualmente na televisão brasileira, assim como a divulgação rápida de notícias internacionais em nossos telejornais.
Também podemos observar o número de lançamentos de filmes estrangeiros nos cinemas nacionais e de músicas estrangeiras nas nossas rádios. Mas não fica só por aí: diariamente ouvimos sobre pesquisas científicas realizadas em outros países e megaproduções de teatro e circo têm visitado com mais frequência o Brasil.
Podemos notar a conexão entre os países quando os Estados Unidos decidem reduzir suas taxas de juros e normalmente temos uma vinda maciça de capitais ao Brasil, o que impacta em uma valorização do real frente ao dólar. Essa valorização afeta diretamente nossas exportações, que ficam prejudicadas, visto que será mais caro comprar produtos brasileiros.
Outras decisões desse nível também impactam na economia de outros países em desenvolvimentocomo o Brasil. Portanto, podemos notar que os países em desenvolvimento normalmente estão expostos às decisões dos países chamados de desenvolvidos.
No entanto, a globalização é um movimento que pode progredir assim como regredir. Ela pode continuar avançando até uma completa globalização dos aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais, como também pode regredir caso alguns países decidam se concentrar em desenvolver esses aspectos somente dentro das barreiras geográficas de seu país, cortando as relações econômicas, políticas, sociais e culturais com os demais.
Porém, esse movimento dificilmente aconteceria, pois com o uso da internet e a maior interdependência dos países dificilmente um ou alguns países isolados sobreviveriam sem afetar drasticamente a qualidade de vida da sua população. Como regredir seria difícil, esse movimento pode se estagnar e ficar limitado a alguns aspectos, não eliminando assim todas as barreiras entre as nações.
(DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013).
Agora que você já conhece alguns dos impactos da globalização, veja a seguir como podemos notar esses impactos a partir dos indicadores de desenvolvimento, como o IDH e o índice de Gini.
Desenvolvimento econômico
Antes de iniciarmos a discussão sobre os indicadores do desenvolvimento econômico, cabe destacar a diferença entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento econômico.
O crescimento econômico ocorre quando a renda per capita de uma sociedade aumenta persistentemente.
(VASCONCELLOS, 2007).
Esse crescimento econômico é acompanhado por transformações estruturais na sociedade, como a diminuição da natalidade e da mortalidade, ampliação do sistema escolar e de saúde, maior acesso aos meios de comunicação e de cultura, maior urbanização e integração com as economias mundiais.
Podemos perceber que durante o desenvolvimento econômico, espera-se que a maior parte da população seja beneficiada com a melhoria do padrão de vida, com melhores condições de saúde, educação e acesso aos bens materiais. Assim, somente por meio dos indicadores de distribuição de renda é possível percebermos se o crescimento econômico está sendo acompanhado de desenvolvimento econômico.
Distribuição de renda
Como vimos anteriormente, é por meio da distribuição de renda que um país consegue se desenvolver economicamente. Quanto mais equitativa a distribuição de renda, melhor o acesso aos bens e serviços essenciais que a população terá e menor a distância entre as pessoas mais ricas de um país e as mais pobres.
Em sua pesquisa sobre o Milagre Econômico, você deve ter notado que a economia cresceu cerca de 10% a.a. entre 1973 a 1975, porém verifi cou-se nesse período uma diferença grande no nível de renda da população. (VASCONCELLOS, 2007).
Essa diferença nos níveis de renda entre os diferentes grupos socioeconômicos nesse período foi chamada de “teoria do bolo”. Isso porque a visão do governo era primeiramente fazer a renda nacional crescer para depois distribuir entre a população. (GARCIA; VASCONCELLOS, 2014).
Durante os períodos de industrialização, como no milagre econômico, há um aumento da demanda por mão de obra qualificada, e por haver uma menor oferta desses profissionais há um aumento de seus salários que excede os aumentos salariais dos trabalhadores menos qualificados, justificando assim a maior concentração de renda nesse período. (VASCONCELLOS, 2007).
Você deve estar se questionando como os economistas sabem qual o nível de concentração de renda de um país, não é mesmo? Uma das formas de analisarmos a distribuição de renda é por meio da divisão pessoal da renda, ou seja, o grau de concentração de renda entre a população do país.
(VASCONCELLOS, 2007).
Para isso utilizamos o índice de concentração de Gini.
Vasconcellos (2007) afirma que o índice de Gini é obtido a partir da utilização da curva de Lorenz, em que são utilizados o percentual de pessoas que ganham até determinada renda e o percentual da renda que cada família ou pessoa recebe. Para facilitar o entendimento dessa curva, observe o gráfico a seguir.
Porém, como chegamos ao índice de Gini? Para isso calculamos a área entre os pontos A, D e C e dividimos pela área do triângulo formado pelos pontos A, B e C. O resultado dessa divisão é o índice de Gini.
Vamos ver como analisar esse indicador na prática? O quadro a seguir nos mostra que, no Brasil, em 2006, os 10% mais ricos detinham aproximadamente 45% da renda nacional enquanto os 10% mais pobres detinham 0,8% da renda, ou seja, a renda dos mais ricos era 56 vezes maior do que a dos mais pobres no Brasil. (VASCONCELLOS, 2007).
O problema da distribuição de renda se agravou no Brasil nas décadas de 1970 e 1990. Apesar do Milagre Econômico, em 1970 ocorreu uma piora na distribuição de renda, pois houve um aumento da renda dos mais ricos em relação aos mais pobres. Isso se explicou pela forma de crescimento adotada, por meio da substituição de importações, em que se deu preferência para os bens de capital em vez da mão de obra. (VASCONCELLOS, 2007). Essa preferência facilitou a acumulação de riqueza dos mais ricos, que são os detentores de capital (empresas, recursos financeiros e investimentos).
Na década de 1990, a situação se inverteu, pois o país estava em um momento de pouco ou nenhum crescimento, enquanto a renda da maioria diminuía. Somente os mais ricos tiveram sua renda aumentada. (VASCONCELLOS, 2007).
Esse fato é explicado, pois durante o período de grande inflação da década de 1980 e início da de 1990 somente os mais ricos tinham mecanismos para se proteger das perdas ocasionadas pela inflação, com isso eles tiveram sua renda aumentada, enquanto o resto da população teve perda real de renda. (VASCONCELLOS, 2007).
O Plano Real melhorou a distribuição de renda durante o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, pois sem inflação as classes mais baixas não tinham perdas reais. (VASCONCELLOS, 2007). Porém, nos anos de 2000 a 2003, com o aumento do desemprego e a precarização dos postos de trabalho a distribuição de renda piorou e a melhoria líquida foi reduzida.
Fechamento
Estudamos os efeitos e a forma como a globalização está presente no nosso dia a dia, o que engloba um movimento que pode progredir ou regredir. Por exemplo, pode regredir caso alguns países decidam se concentrar em desenvolver esses aspectos somente dentro das barreiras geográficas de seu país, cortando as relações econômicas, políticas, sociais e culturais com os demais.
Refletimos, desta forma, como a globalização e a distribuição de renda andam juntos quando falamos de uma nação, devido às influências que podem surgir, as quais foram citadas citados no decorrer deste material.
Aula 4
Globalização e as mudanças no mundo do trabalho
Apresentação
Neste momento, trataremos sobre o capitalismo e as influências pelas quais o mundo está propenso a passar em decorrência das mudanças de diversos paradigmas das nações. Serão abordados aspectos relativos às mudanças no ambiente de trabalho, como a precarização do mercado de trabalho, bem como as mudanças às quais todas as pessoas estão sujeitas.
Esse mercado de transformação nos remete não somente à questão de se reinventar, mas também às empresas se reinventarem constantemente, direcionando seus esforços para não somente se manterem no mercado competitivo, mas se destacarem perante seus concorrentes.
Globalização e as mudanças no mundo do trabalho
O capitalismo contemporâneo tem passado por profundas transformações, que modificaram, de maneira global e com uma grande velocidade, as relações sociais entre os indivíduos.
O processo de globalização é algo complexo e difícil de conceituar, não apresentando ainda um arcabouço teórico definido, uma vez que é um termo utilizado em referência a vários fenômenos sociais e fatores que redefinem as relações internacionais e afetam os diferentes aspectos da vida social, tais como a economia, a comunicação, a tecnologia, a cultura, a religião etc.
Um primeiro ponto a ser debatido é que o fenômeno da globalização não é algo que está concluído, mas, sim, umprocesso que, como tal, depende de uma série de fenômenos que poderão produzir os mais diversos efeitos sobre a sociedade em transformação. Efeitos que, por certo, não irão ocorrer com a mesma intensidade e ritmo entre os países e as regiões. Um processo que vai depender de diversas correlações de forças na sociedade.
O processo de globalização produtiva e financeira no qual se insere o Brasil caracteriza-se pela grande expansão dos fluxos financeiros internacionais, pelo acirramento da concorrência, tanto nos mercados internacionais de capitais quanto de bens de produção e consumo, pela maior integração entre os sistemas financeiros nacionais, pela crescente internacionalização da produção e pela maior integração das economias nacionais.
Importante observar que, nesse contexto, o modelo econômico hoje adotado em nosso país encerra duas causas de profundas alterações no nível e no perfil do emprego: o ambiente macroeconômico e as modificações na estrutura de produção.
Basicamente, essas modificações consistem no aumento do desemprego, no crescimento do emprego informal, na redução de benefícios sociais ao trabalhador, na redução salarial e no surgimento de novas formas de relações de emprego, ou seja, o conceito de empregabilidade é modificado.
Entende-se por empregabilidade a busca constante do desenvolvimento de habilidades e competências agregadas por meio do conhecimento específico e pela multifuncionalidade, as quais tornam o profissional apto à obtenção de trabalho dentro ou fora da empresa.
Para Baumann (1996), a globalização apresenta-se sobre diferentes visões e explicações, podendo ser vista sob diversas óticas: sociológica, política e econômica. Ainda de acordo com o autor, o que se pode perceber é que a globalização parece estar significando o surgimento de um novo modelo de organização social, onde a nova ordem é descentralizar referências.
Apesar das diferenças e das diversas visões encontradas na literatura sobre a questão da Globalização, o que podemos afirmar é que o capitalismo do início do século XXI apresenta uma série de mudanças tecnológicas, políticas, econômicas e ideológicas, que fazem com que todo o processo de produção de mercadorias seja transformado, gerando consequências para a sociedade e suas relações sociais.
Dentre as consequências, está o processo de mudança no exercício das relações de trabalho, que se apresenta de forma diversa e, em muitos aspectos, em oposição àquele do período fordista/taylorista de produção.
Entendem-se como relações de trabalho todo um conjunto de arranjos institucionais e informais, os quais modelam e transformam o relacionamento entre o capital, o trabalho e o Estado, dentro e fora das empresas.
Desta forma, todas as mudanças que vêm ocorrendo no mercado de trabalho atual são influenciadas por um complexo sistema de relações de trabalho do país, que depende de fatores políticos, econômicos e culturais presentes: macro (nacional), meso (setorial, regional e institucional) e micro (no âmbito da empresa).
No âmbito macro, são definidas as relações gerais do mercado de trabalho. Isto é, são principalmente as legislações e os processos de regulação do trabalho, bem como sua intermediação e fi scalização. Dessa forma, as relações de trabalho, nesse âmbito, dependem do ambiente político-econômico no qual estão inseridos os agentes econômicos.
Relações de trabalho
No âmbito das relações de trabalho, definem-se as regras dentro dos setores ou indústrias específicas, que é o caso das regras definidas entre os sindicatos (obviamente, organizados por setores ou indústrias) e as empresas, por meio de Acordos ou Convenções Coletivas. Assim, neste nível compreende-se como se estruturam esses atores coletivos e as relações entre si.
No âmbito micro, que também influencia e é influenciado pelos âmbitos anteriores, é o locus em que se constitui a relação entre o capital e o trabalho no interior das empresas, sendo constituída pelos empregados (individuais e/ou por sindicatos por empresas) e os empregadores. Ou seja, apresenta a relação entre o capital e o trabalho no interior das esferas produtivas e na organização no local de trabalho.
Nas relações de trabalho no modelo Fordista/Taylorista de produção, além de um maior compromisso do Estado de Bem-Estar havia também um papel ativo da administração macroeconômica para combate às desigualdades e ao desemprego. Juntamente a esse papel do Estado, observou-se também uma maior participação dos sindicatos na luta política geral e no estreitamento da relação com os partidos políticos.
Nesse sentido, conformou-se uma ampliação nas relações entre o capital e o trabalho, em melhoria deste último, possibilitando um maior “equilíbrio de poder [...] entre o trabalho organizado, o grande capital corporativo e a nação-Estado” (HARVEY, 1996, p. 77).
Essa ampliação nas normas trabalhistas acabou por permitir o fortalecimento das entidades sindicais, com crescimento das taxas de sindicalização, o que possibilitou uma relação de trabalho sob a forma de contratação coletiva, com a negociação das condições de trabalho.
Tal fato contribuiu para a maior socialização dos fluxos de renda e o aumento na segurança para os trabalhadores, o que diminuiu suas demandas e suas críticas no interior da organização do trabalho. Nesse sentido, as relações de trabalho no modelo fordista/taylorista de produção ocorreram, de modo geral, com um maior papel dos trabalhadores e de suas organizações nas empresas.
Dessa forma, se, por um lado, o sistema fordista/taylorista de produção apresentava-se como uma resposta do capital à resistência dos trabalhadores com a intenção de dominar a produção, buscando um novo tipo de controle do processo de trabalho, dividindo-o, simplificando-o e desqualificando-o; por outro, as resistências dos trabalhadores aos novos métodos organizacionais foram intensas, não somente pela resistência no interior das fábricas, como também em momentos de conflitos abertos, por meio de greves e de manifestações.
Greve é, sobretudo, um instrumento de pressão dos trabalhadores sobre os empregadores, sejam as empresas ou o Estado, para que suas reivindicações sejam atendidas. Trata-se de uma paralisação de atividades de determinada área, feita em comum acordo, geralmente sob orientação de sindicatos que são os responsáveis por lutar pela garantia dos direitos da dita categoria.
Efeitos da globalização no mercado de trabalho
Torna-se necessário relativizar os efeitos da globalização sobre o mercado de trabalho, que podem apresentar diferentes ritmos e modalidades de aplicações com base em diversas relações de trabalho nos mais variados países.
Vale ressaltar que esse processo é dinâmico, pois as mudanças nas relações de trabalho têm impactos sobre o mercado de trabalho, e, em sentido inverso, as transformações desse mercado acabam por também influenciar as relações de trabalho e impactam as próprias mudanças produt/ivas, gerando, assim, um círculo virtuoso de dificuldades para o mundo do trabalho.
Como pôde ser observado, apesar da crescente precarização do mercado de trabalho, sendo que os trabalhadores estão cada vez mais fragilizados diante de tais transformações, esse processo não deve ser encarado como algo estanque, ou seja, de que a introdução de novas tecnologias e de novos métodos 
organizacionais leves, necessariamente, a uma mesma intensidade e ritmo de mudanças no mercado de trabalho.
Um dos aspectos importantes no processo de globalização é o surgimento de novos atores nas relações de poder nacionais e internacionais. Como se sabe, um desses atores são as corporações multinacionais, que estão ligadas em redes internacionais de empresas e subunidades empresariais, que transcendem as fronteiras, as identidades e os interesses nacionais.
Verifica-se, desta forma, uma grande mudança no sistema de relações de trabalho no padrão de produção capitalista atual. Enquanto no modelo anterior era possível observar, certa rigidez no relacionamento entre trabalhadores e empregados, no padrão atual, essa rigidez é substituída peloque se pode denominar de uma flexibilidade externa.
Para Pereira (2012), as empresas em rede não mais estão presas a um padrão de relações de trabalho. Do ponto de vista do trabalho, a palavra que se impõe é flexibilidade.
PRIVATIZAÇÕES
As privatizações ocorrem quando uma empresa ou uma instituição estatal – grupos de investimentos, multinacionais, organizações estratégicas, entre outros – são vendidos para a esfera privada, quase sempre através de leilões públicos.
OCORRÊNCIA DE PRIVATIZAÇÕES
Normalmente elas se processam quando estas empresas não estão mais proporcionando os lucros exigidos para se enfrentar um mercado competitivo ou quando elas atravessam crises fi nanceiras sérias.
Porém, dentre todos esses fatores, o que importa ressaltar é que o capital globalizado e reestruturado tem ampliado sua opção contrária aos movimentos de esquerda, crescendo sua hostilidade ao sindicalismo combativo.
Contudo, esta parece não ser a perspectiva do capital no momento atual. As empresas, principalmente aquelas organizadas em rede, inseridas em um contexto de globalização, de incertezas e de crescimento da competitividade, e agindo num sentido de maior flexibilidade produtiva, têm-se mostrado avessas às normas restritivas e aos aumentos de custos impostos pelos sindicatos.
Essas mutações nas relações de trabalho também podem ser observadas no âmbito micro, que tem apresentado um constante movimento de individualização das relações de trabalho. Os processos de transformação produtiva têm levado a uma diminuição da relevância dos contratos coletivos de trabalho, e, por resultado, a um aumento das negociações por locais de trabalho e individuais, especialmente, se considerarmos a maior fragmentação dos interesses da classe trabalhadora.
Tal fragmentação pode ser observada, inclusive, pelo crescimento de novos tipos de vínculos que os trabalhadores mantêm com as empresas, tais como trabalhadores temporários, parciais, terceirizados e outras formas de remuneração, como a participação nos lucros e resultados.
Tal descentralização pode ser observada à proporção que os sindicatos têm se constituído cada vez mais por empresas ou “sindicato-casa” (originário da Toyota), o que vem a aprofundar as dificuldades de consolidação e desenvolvimento da “consciência de classe”.
Nos países cujo sistema de relações de trabalho não é cooperativo, como nos casos da Alemanha e Suécia, além do processo de descentralização das negociações, há também restrições à participação dos trabalhadores no chão de fábrica.
Este é o caso do Brasil, em que o sindicalismo apresenta um pequeno número de organizações nos locais de trabalho, restritas a apenas um reduzido número de empresas, não sendo difundidas para o conjunto do movimento sindical. Isso é resultado da postura marcadamente contrária à organização nos locais de trabalho por parte dos empresários, e pela inexistência de uma legislação que proteja de fato o direito à organização dos trabalhadores no interior das empresas.
Verifica-se, assim, que a busca pela competitividade empresarial, em níveis cada vez mais globais, tem se dado com uma profunda exclusão, por um lado, no que diz respeito aos trabalhadores, pela via do desemprego, levando a um ganho de produtividade pelo setor industrial combinado com uma queda no nível de ocupação, com a terceirização e a intensificação do ritmo de trabalho; por outro, pela exclusão sindical, que se caracteriza como um processo de negociação da produtividade entre empregados e empregadores, sendo que as entidades sindicais não estão sendo reconhecidas pelos setores produtivos, governamentais e, muitas vezes, pelos próprios trabalhadores, como interlocutores qualificados.
Unidade 1
Globalização e seus efeitos na política, economia e trabalho.
Aula 4
Globalização e as mudanças no mundo do trabalho
Objetivos da Aula:
Discutir sobre mudanças no mercado de trabalho e a necessidade de constante inovação.
Conceitos Abordados:
Globalização; capitalismo; empregabilidade.
Apresentação
Neste momento, trataremos sobre o capitalismo e as influências pelas quais o mundo está propenso a passar em decorrência das mudanças de diversos paradigmas das nações. Serão abordados aspectos relativos às mudanças no ambiente de trabalho, como a precarização do mercado de trabalho, bem como as mudanças às quais todas as pessoas estão sujeitas.
Esse mercado de transformação nos remete não somente à questão de se reinventar, mas também às empresas se reinventarem constantemente, direcionando seus esforços para não somente se manterem no mercado competitivo, mas se destacarem perante seus concorrentes.
Globalização e as mudanças no mundo do trabalho
O capitalismo contemporâneo tem passado por profundas transformações, que modificaram, de maneira global e com uma grande velocidade, as relações sociais entre os indivíduos.
O processo de globalização é algo complexo e difícil de conceituar, não apresentando ainda um arcabouço teórico definido, uma vez que é um termo utilizado em referência a vários fenômenos sociais e fatores que redefinem as relações internacionais e afetam os diferentes aspectos da vida social, tais como a economia, a comunicação, a tecnologia, a cultura, a religião etc.
Um primeiro ponto a ser debatido é que o fenômeno da globalização não é algo que está concluído, mas, sim, um processo que, como tal, depende de uma série de fenômenos que poderão produzir os mais diversos efeitos sobre a sociedade em transformação. Efeitos que, por certo, não irão ocorrer com a mesma intensidade e ritmo entre os países e as regiões. Um processo que vai depender de diversas correlações de forças na sociedade.
O processo de globalização produtiva e financeira no qual se insere o Brasil caracteriza-se pela grande expansão dos fluxos financeiros internacionais, pelo acirramento da concorrência, tanto nos mercados internacionais de capitais quanto de bens de produção e consumo, pela maior integração entre os sistemas financeiros nacionais, pela crescente internacionalização da produção e pela maior integração das economias nacionais.
Importante observar que, nesse contexto, o modelo econômico hoje adotado em nosso país encerra duas causas de profundas alterações no nível e no perfil do emprego: o ambiente macroeconômico e as modificações na estrutura de produção.
Basicamente, essas modificações consistem no aumento do desemprego, no crescimento do emprego informal, na redução de benefícios sociais ao trabalhador, na redução salarial e no surgimento de novas formas de relações de emprego, ou seja, o conceito de empregabilidade é modificado.
Entende-se por empregabilidade a busca constante do desenvolvimento de habilidades e competências agregadas por meio do conhecimento específico e pela multifuncionalidade, as quais tornam o profissional apto à obtenção de trabalho dentro ou fora da empresa.
Para Baumann (1996), a globalização apresenta-se sobre diferentes visões e explicações, podendo ser vista sob diversas óticas: sociológica, política e econômica. Ainda de acordo com o autor, o que se pode perceber é que a globalização parece estar significando o surgimento de um novo modelo de organização social, onde a nova ordem é descentralizar referências.
Apesar das diferenças e das diversas visões encontradas na literatura sobre a questão da Globalização, o que podemos afirmar é que o capitalismo do início do século XXI apresenta uma série de mudanças tecnológicas, políticas, econômicas e ideológicas, que fazem com que todo o processo de produção de mercadorias seja transformado, gerando consequências para a sociedade e suas relações sociais.
Dentre as consequências, está o processo de mudança no exercício das relações de trabalho, que se apresenta de forma diversa e, em muitos aspectos, em oposição àquele do período fordista/taylorista de produção.
Entendem-se como relações de trabalho todo um conjunto de arranjos institucionais e informais, os quais modelam e transformam o relacionamento entre o capital, o trabalho e o Estado, dentro e fora das empresas.
Desta forma, todas asmudanças que vêm ocorrendo no mercado de trabalho atual são influenciadas por um complexo sistema de relações de trabalho do país, que depende de fatores políticos, econômicos e culturais presentes: macro (nacional), meso (setorial, regional e institucional) e micro (no âmbito da empresa).
No âmbito macro, são definidas as relações gerais do mercado de trabalho. Isto é, são principalmente as legislações e os processos de regulação do trabalho, bem como sua intermediação e fi scalização. Dessa forma, as relações de trabalho, nesse âmbito, dependem do ambiente político-econômico no qual estão inseridos os agentes econômicos.
Relações de trabalho e globalização
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Relações de trabalho
No âmbito das relações de trabalho, definem-se as regras dentro dos setores ou indústrias específicas, que é o caso das regras definidas entre os sindicatos (obviamente, organizados por setores ou indústrias) e as empresas, por meio de Acordos ou Convenções Coletivas. Assim, neste nível compreende-se como se estruturam esses atores coletivos e as relações entre si.
No âmbito micro, que também influencia e é influenciado pelos âmbitos anteriores, é o locus em que se constitui a relação entre o capital e o trabalho no interior das empresas, sendo constituída pelos empregados (individuais e/ou por sindicatos por empresas) e os empregadores. Ou seja, apresenta a relação entre o capital e o trabalho no interior das esferas produtivas e na organização no local de trabalho.
Nas relações de trabalho no modelo Fordista/Taylorista de produção, além de um maior compromisso do Estado de Bem-Estar havia também um papel ativo da administração macroeconômica para combate às desigualdades e ao desemprego. Juntamente a esse papel do Estado, observou-se também uma maior participação dos sindicatos na luta política geral e no estreitamento da relação com os partidos políticos.
Nesse sentido, conformou-se uma ampliação nas relações entre o capital e o trabalho, em melhoria deste último, possibilitando um maior “equilíbrio de poder [...] entre o trabalho organizado, o grande capital corporativo e a nação-Estado” (HARVEY, 1996, p. 77).
Capital e trabalho
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Essa ampliação nas normas trabalhistas acabou por permitir o fortalecimento das entidades sindicais, com crescimento das taxas de sindicalização, o que possibilitou uma relação de trabalho sob a forma de contratação coletiva, com a negociação das condições de trabalho.
Tal fato contribuiu para a maior socialização dos fluxos de renda e o aumento na segurança para os trabalhadores, o que diminuiu suas demandas e suas críticas no interior da organização do trabalho. Nesse sentido, as relações de trabalho no modelo fordista/taylorista de produção ocorreram, de modo geral, com um maior papel dos trabalhadores e de suas organizações nas empresas.
Dessa forma, se, por um lado, o sistema fordista/taylorista de produção apresentava-se como uma resposta do capital à resistência dos trabalhadores com a intenção de dominar a produção, buscando um novo tipo de controle do processo de trabalho, dividindo-o, simplificando-o e desqualificando-o; por outro, as resistências dos trabalhadores aos novos métodos organizacionais foram intensas, não somente pela resistência no interior das fábricas, como também em momentos de conflitos abertos, por meio de greves e de manifestações.
Greve é, sobretudo, um instrumento de pressão dos trabalhadores sobre os empregadores, sejam as empresas ou o Estado, para que suas reivindicações sejam atendidas. Trata-se de uma paralisação de atividades de determinada área, feita em comum acordo, geralmente sob orientação de sindicatos que são os responsáveis por lutar pela garantia dos direitos da dita categoria.
Efeitos da globalização no mercado de trabalho
Torna-se necessário relativizar os efeitos da globalização sobre o mercado de trabalho, que podem apresentar diferentes ritmos e modalidades de aplicações com base em diversas relações de trabalho nos mais variados países.
Vale ressaltar que esse processo é dinâmico, pois as mudanças nas relações de trabalho têm impactos sobre o mercado de trabalho, e, em sentido inverso, as transformações desse mercado acabam por também influenciar as relações de trabalho e impactam as próprias mudanças produt/ivas, gerando, assim, um círculo virtuoso de dificuldades para o mundo do trabalho.
Como pôde ser observado, apesar da crescente precarização do mercado de trabalho, sendo que os trabalhadores estão cada vez mais fragilizados diante de tais transformações, esse processo não deve ser encarado como algo estanque, ou seja, de que a introdução de novas tecnologias e de novos métodos organizacionais leves, necessariamente, a uma mesma intensidade e ritmo de mudanças no mercado de trabalho.
Um dos aspectos importantes no processo de globalização é o surgimento de novos atores nas relações de poder nacionais e internacionais. Como se sabe, um desses atores são as corporações multinacionais, que estão ligadas em redes internacionais de empresas e subunidades empresariais, que transcendem as fronteiras, as identidades e os interesses nacionais.
Verifica-se, desta forma, uma grande mudança no sistema de relações de trabalho no padrão de produção capitalista atual. Enquanto no modelo anterior era possível observar, certa rigidez no relacionamento entre trabalhadores e empregados, no padrão atual, essa rigidez é substituída pelo que se pode denominar de uma flexibilidade externa.
Para Pereira (2012), as empresas em rede não mais estão presas a um padrão de relações de trabalho. Do ponto de vista do trabalho, a palavra que se impõe é flexibilidade.
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PRIVATIZAÇÕES
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OCORRÊNCIA DE PRIVATIZAÇÕES
Porém, dentre todos esses fatores, o que importa ressaltar é que o capital globalizado e reestruturado tem ampliado sua opção contrária aos movimentos de esquerda, crescendo sua hostilidade ao sindicalismo combativo.
Contudo, esta parece não ser a perspectiva do capital no momento atual. As empresas, principalmente aquelas organizadas em rede, inseridas em um contexto de globalização, de incertezas e de crescimento da competitividade, e agindo num sentido de maior flexibilidade produtiva, têm-se mostrado avessas às normas restritivas e aos aumentos de custos impostos pelos sindicatos.
Essas mutações nas relações de trabalho também podem ser observadas no âmbito micro, que tem apresentado um constante movimento de individualização das relações de trabalho. Os processos de transformação produtiva têm levado a uma diminuição da relevância dos contratos coletivos de trabalho, e, por resultado, a um aumento das negociações por locais de trabalho e individuais, especialmente, se considerarmos a maior fragmentação dos interesses da classe trabalhadora.
Tal fragmentação pode ser observada, inclusive, pelo crescimento de novos tipos de vínculos que os trabalhadores mantêm com as empresas, tais como trabalhadores temporários, parciais, terceirizados e outras formas de remuneração, como a participação nos lucros e resultados.
Tal descentralização pode ser observada à proporção que os sindicatos têm se constituído cada vez mais por empresas ou “sindicato-casa” (originário da Toyota), o que vem a aprofundar as dificuldades de consolidação e desenvolvimento da “consciência de classe”.
Nos países cujo sistema de relações de trabalho não é cooperativo, como nos casos da Alemanha e Suécia, além do processo de descentralização das negociações, há também restrições à participação dos trabalhadores no chão de fábrica.
Este é o caso do Brasil, em que o sindicalismo apresenta um pequeno número de organizações nos locais de trabalho, restritas a apenas um reduzido número de empresas, não sendo difundidas para o conjunto do movimento sindical. Isso é resultado da postura marcadamente contrária à organização nos locais de trabalho por parte dos empresários, e pela inexistência de uma legislação que proteja de fato o direito à organização dos trabalhadores no interior das empresas.
Verifica-se, assim, que a busca pelacompetitividade empresarial, em níveis cada vez mais globais, tem se dado com uma profunda exclusão, por um lado, no que diz respeito aos trabalhadores, pela via do desemprego, levando a um ganho de produtividade pelo setor industrial combinado com uma queda no nível de ocupação, com a terceirização e a intensificação do ritmo de trabalho; por outro, pela exclusão sindical, que se caracteriza como um processo de negociação da produtividade entre empregados e empregadores, sendo que as entidades sindicais não estão sendo reconhecidas pelos setores produtivos, governamentais e, muitas vezes, pelos próprios trabalhadores, como interlocutores qualificados.
Estudamos as mudanças no mercado de trabalho e suas concepções acerca do que o profissional necessita para conseguir se manter e até mesmo se inovar nesse mercado.
Por considerar que as empresas inovam, os colaboradores precisam se inovar da mesma forma, ou seja, acompanhar as mudanças. Por isso, cabe tanto às empresas quando aos colaboradores o respectivo investimento e integração à tecnologia e à automação.
Unidade 2
Aula 1
Globalização e mercado financeiro
Apresentação
Neste momento, trataremos da globalização e suas influências no mercado financeiro. Nesse sentido, serão abordados assuntos relacionados à economia e suas vantagens e desvantagens para os países. A economia explica que as vantagens observadas nas transações internacionais vão desde as melhores condições de produção, passando pela possibilidade de redução de custos, até a economia de escala com itens de mercado global.
Desse modo, serão abordados assuntos como políticas internacionais e as políticas de câmbio dos países, fato esse que tanto gera confusão entre as nações devido às importações e às exportações.
Fundamentos do comércio internacional
Classicamente, a explicação para o princípio das vantagens comparativas menciona que cada país deve se especializar na produção das mercadorias que é mais efi ciente para exportá-las. Por outro lado, deverá importar aquilo no que o país for menos especialista. Esta visão tem a limitação de ser estática e não levar em conta a evolução das estruturas de oferta e demanda, bem como da relação de preços entre os produtos negociados. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
De acordo com Vasconcellos (2007), a taxa de câmbio nominal é o preço da moeda (divisa) estrangeira, em termos da moeda nacional. Por exemplo, se a cotação ou o preço do dólar estiver em R$ 3,40, isso significa que, para comprar um dólar, precisamos de três unidades e quarenta centavos da moeda nacional.
A taxa de câmbio é a medida de conversão da moeda nacional na moeda de outros países, isto se faz necessário para que se fixe a relação de troca entre elas. As taxas de câmbio podem ser determinadas de dois modos: por meio das autoridades econômicas, com a fixação de taxas; ou pelo funcionamento do mercado, em que as taxas flutuam automaticamente em decorrência da pressão de oferta e demanda.
Quando a taxa de câmbio encontra-se elevada significa dizer que a moeda nacional se encontra desvalorizada. O inverso também poderá acontecer e, neste caso, a moeda desvalorizada será a moeda estrangeira frente a moeda nacional.
A inflação pode ser controlada pela taxa de câmbio, pois, se a moeda nacional está valorizada, as importações passam a competir com os produtos nacionais, os quais, por sua vez, são forçados a manter preços competitivos com os produtos importados, o que mantém a inflação sob controle.
Taxa de câmbio nominal e taxa de câmbio real
As transações internacionais são influenciadas pelos preços internacionais. De acordo com Vasconcellos (2007), os dois preços internacionais mais importantes são a taxa de câmbio nominal e a taxa de câmbio real.
A taxa de câmbio nominal é a taxa por meio da qual se pode trocar a moeda de um país pela moeda de outro país; já a taxa de câmbio real é a taxa por intermédio da qual se pode trocar os bens e serviços de um país pelos bens e serviços de outro país, ou seja, compara o preço de bens domésticos e internacionais na economia doméstica. A taxa de câmbio real é o preço em reais de uma cesta de bens estrangeiros, em relação à uma cesta brasileira. Portanto, a taxa de câmbio real é um fator-chave na determinação de quanto um país exporta e importa (VASCONCELLOS,2007).
Em que:
e = taxa de câmbio nominal,
Assim, conclui-se que o automóvel norte-americano é 20% mais barato que o brasileiro.
Supondo agora que e = R$ 1,25/US$ 1,00 ⇒ R = 1,0. Aqui ocorreu desvalorização real da moeda brasileira: o automóvel norte-americano passou a ter o mesmo preço que o brasileiro.
A taxa de câmbio é determinada pela oferta e demanda de divisas. A oferta de divisas depende do volume de exportações e da entrada de capitais externos; a demanda de divisas depende do volume das importações e da saída de capitais externos (amortização de empréstimos, remessa de lucros, pagamentos de juros etc.).
Por exemplo, imagine que a taxa de câmbio no Brasil seja de R$ 3,10/US$ 1,00. Isso significa que, no exterior, bastam US$ 0,31 para comprar R$ 1,00. Um aumento da taxa de câmbio implica em desvalorização e uma redução implica em valorização (VASCONCELLOS, 2007).
Por exemplo: U$ 1,00 = R$ 3,10 ⇒ U$ 1,00 = R$ 3,50. Tem-se, então, desvalorização.
Em relação às políticas externas, o governo pode atuar na área externa por meio de duas políticas, a cambial e a comercial. A política cambial diz respeito às modificações da taxa de câmbio, e a política comercial se refere aos mecanismos de interferência no fluxo de mercadorias e serviços.
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), a política cambial depende do regime de taxas de câmbio que um país decide adotar. Pode-se dizer que há dois grandes tipos de regime cambial, o de taxas fixas e o de taxas flutuantes de câmbio (VASCONCELLOS, 2007):
TAXAS FIXAS DE CÂMBIO
A taxa de câmbio é fixada antecipadamente pelo Banco Central, que se compromete a prover o mercado (exportadores, turistas etc.) negociando as moedas estrangeiras (divisas) à taxa fixada. Como a taxa está fixa, o que se ajusta são a oferta e a demanda ao valor fixado (VASCONCELLOS, 2007).
TAXAS DE CÂMBIO FLUTUANTES OU FLEXÍVEIS
A taxa de câmbio varia de acordo com o mercado, ou seja, de acordo com a demanda e a oferta de divisas. Portanto, ocorre o oposto do que ocorria no caso anterior: é a taxa de câmbio que se ajusta ao mercado e não o contrário. Assim, o Banco Central não tem o compromisso de comprar divisas no mercado (VASCONCELLOS, 2007).
gime intermediário entre as taxas fixas e flutuantes. É o regime de bandas cambiais, no qual se admite flutuação dentro de limites fixados pelo Banco Central. Este regime se enquadraria nas regras do câmbio fixo, uma vez que o Banco Central continua tendo a obrigação de disponibilizar reservas, se isso for necessário para que o mercado seja atendido.
O quadro a seguir mostra as características principais dos regimes cambiais, bem como suas vantagens e desvantagens.
Política comercial
Além da política cambial, o governo administra a política econômica externa por meio também da política comercial.
De acordo com Vasconcellos (2007), a política comercial lança mão de mecanismos que influenciam o que interfere no fluxo de mercadorias e serviços com outros países. Há várias ferramentas que podem ser usadas pelo governo para colocar em prática a política comercial externa. Entre elas, podem ser citadas:
TARIFAS SOBRE IMPORTAÇÕES
Se a política adotada visar proteger a produção interna da concorrência de produtos importados, em geral, isso é feito pela elevação do imposto de importação e de outros tributos e taxas sobre os produtos importados. Porém, caso o objetivo seja a abertura comercial ou a liberalização das importações, as tarifas sobre produtos importados são fixadas em patamares inferiores (VASCONCELLOS, 2007).
REGULAMENTAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR
Podem ser colocados entraves burocráticos que dificultam as transações com o exterior, ou o estabelecimento de cotas ou proibições às importações de determinados produtos, o que representa barreirasqualitativas às importações (VASCONCELLOS, 2007).
SUBSÍDIOS FISCAIS E/OU MONETÁRIOS PARA EXPORTAÇÕES
Neste caso, o governo dá incentivos aos exportadores para que os produtos nacionais fiquem mais competitivos no comércio externo.
Cabe lembrar que as políticas comerciais adotadas pelos países devem se sujeitar à Organização Mundial do Comércio (OMC), que estabelece normas para regular as práticas comerciais internacionais. Essa instituição tem como objetivo combater as práticas nocivas ao bom andamento do comércio entre países, por exemplo, o dumping, que ocorre quando um país vende seus produtos a preços menores do que os próprios custos de produção para que consiga uma fatia maior do mercado internacional.
Vasconcellos (2007) observa que a OMC tem tido dificuldades de aplicar suas normas por ter que lidar com um fenômeno relativamente recente, chamado de dumping social, que é praticado principalmente por países do Sudeste Asiático, como Vietnã, e pela China Continental. Os salários da mão de obra são tão baixos que permitem que esses países tenham vantagens competitivas no comércio internacional.
Fechamento
Estudamos os efeitos e a forma como o mercado financeiro opera e como isso influencia na economia. Visando principalmente o bem para o país, conforme observado, muitas vezes o lado humano é deixado de lado em detrimento das operações comerciais, fato que pode ser visto no salário dos colaboradores de países que exploraram esse viés.
Contudo, é importante que você perceba que a globalização não ocorre de maneira uniforme em todos os países. Quando pensamos em globalização, podemos notar que a parte econômica tende a se desenvolver de maneira mais rápida.
Globalização e as corporações
Fundamentação Teórica
Olá aluno,
Neste ponto do curso, você já deve ter percebido que é impossível falar de globalização, sem falar de economia. Atualmente, há uma grande questão:
Foi a economia internacional que acelerou a globalização ou a globalização que impulsionou a economia internacional?
Porém, podemos afirmar que esses dois fatores andam juntos e impactam diretamente em nossa vida.
Nesta aula, vamos apresentar os principais players da economia globalizada: As grandes corporações.
Não é nada difícil você pegar um produto, em qualquer prateleira de supermercado e se deparar com a inscrição “MADE IN”.
Como isso é algo bem corriqueiro em nossa vida de consumidor, muitas vezes, não nos deparamos que estamos diante do processo de produção e mercado global.
Ao longo do tempo, muitas empresas ultrapassaram as fronteiras de seus países de origem e conquistaram diversos outros mercados.
Para ilustrar um pouco melhor essa situação, um mercado alemão retirou todos seus produtos importados para conscientizar a população sobre a incoerência da xenofobia. A conclusão foi: prateleiras vazias e clientes sem entender o que estava acontecendo.
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Diante disso, fica evidente que dependemos muito de outras nações e de suas empresas.
Com o passar dos anos e com o avanço do liberalismo econômico, algumas empresas ganharam grande importância mundial devido seu produto ou serviço. É caso, por exemplo, da indústria automobilística e da área de informática. Essas empresas cresceram ao ponto de possuírem um faturamento anual maior que o PIB de alguns países.
Liberalismo econômico: Princípio que defende a redução da atuação do Estado Nacional na esfera econômica deixando o que o próprio mercado (empresas e consumidores) ajuste as economias locais e internacionais.
Portanto, as tomadas de decisões destas empresas afetam diretamente a economia das nações.
Veja nas imagens abaixo o comparativo entre o faturamento de algumas empresas e o PIB de alguns países (Valores em Euros).
PIB (Produto Interno Bruto) é a soma do valor produzido e consumido em um determinado país descontando o valor das importações.
Diante disso, é inegável que as empresas possuem grande influência na esfera política mundial, isso devido sua grande importância na geração de empregos, renda, produtos e serviços. Porém as empresas não apenas cresceram, mas também mudaram sua forma de produção e atuação surgindo as empresas multinacionais e transnacionais.
EMPRESAS MULTINACIONAIS
Empresas com sede em determinado país com filiais em outros países
EMPRESAS TRANSNACIONAIS
Empresas presentes em vários países, porém com administração descentralizada de sua sede.
Agora, veja no vídeo abaixo qual foi a evolução do valor de marca das empresas mais valiosas do mundo entre os anos de 2000 e 2019.
Na linha do tempo do vídeo acima, você deve ter percebido que há uma drástica mudança no tipo de empresas que estavam entre as 15 empresas mais valiosas do mundo. Por exemplo, no início do vídeo, ano de 2010, a Coca-Cola era líder no valor de marca, outras empresas de grande valor também são da área produtiva, como Toyota, BMW e Mercedes Benz. Contudo, ao final do vídeo, você percebe que novas empresas surgiram, dominando o ranking das mais valiosas do mundo, sendo todas elas, empresas da área de tecnologia, como por exemplo a Apple, Amazon, Google e Facebook.
Esse vídeo promove uma reflexão muito interessante sobre o poder da tecnologia no mundo dos negócios e consequentemente na globalização. As três marcas que citamos acima são empresas mundialmente conhecidas e influenciam diretamente em nossa vida cotidiana.
Você até pode ser perguntar: Mas mesmo eu não usando equipamentos da Apple tenho minha vida afetada? A resposta é: sim!
Mesmo não usando a tecnologia das marcas, Apple, Amazon, Google e Facebook, elas impactam na modelagem de negócio de empresas do mundo todo. Por exemplo, a Apple fomenta indiretamente o aprimoramento de suas marcas concorrentes, como Samsung e Xiaomi.
A Amazon impactou na modalidade da venda tradicional do setor varejista. Google e Facebook impactaram na forma de comunicação, busca e informação.
Portanto, não é necessário ser um usuário-cliente destas marcas para ser impactado. Essas empresas foram disruptivas e transformaram nosso modo de viver.
Para finalizar a nossa aula, vale agora uma reflexão sobre as grandes empresas e a globalização.
Lembra que a Globalização é o processo de intercâmbio cultural, político e econômico?
Pois bem, agora você deve ter consciência de como as empresas são players fundamentais para esse processo.
São as empresas multinacionais e transnacionais que fazem o intercâmbio econômico internacional, promovem um intercâmbio cultural por meio de seus produtos alinhados a um estilo de vida e influenciam o debate político devido seu grande poder econômico.
Com isso, não podemos descartar a participação destas gigantes na geopolítica internacional e até mesmo na influência delas em nossas vidas.
Por fim, pode parecer que somente as grandes empresas podem ser aventurar no processo de internacionalização dos negócios, porém isso não é verdade. Pequenas empresas já buscam seu espaço no mercado internacional, sendo que algumas obtiveram grande sucesso.
Aula 3
Blocos Econômicos
Fundamentação Teórica
Na última aula nos preocupamos em observar com cuidado as formas de fundamentação e constituição das organizações internacionais, e pudemos ver como, na prática, isso se deu no caso de alguns exemplos capitais como a Liga das Nações, a ONU, a OMC e o FMI. Em resumo, nosso objeto era a forma específica de organização intergovernamental representada pelas OIs.
Na aula de hoje, nosso foco será estudar uma forma diferente de coalizão/organização/associação cooperativa baseada em termos e fins econômicos: os blocos econômicos de integração regional.
Unidade 3
Globalização e Mercado Mundial
Aula 3
Blocos Econômicos
Objetivos da Aula:
Descrever as características e fins dos Blocos Econômicos.
Conceitos Abordados:
União Europeia; Mercosul.
Fundamentação Teórica
Na última aula nos preocupamos em observar com cuidado as formas de fundamentação e constituição das organizações internacionais, e pudemos ver como, na prática, isso se deu no caso de alguns exemplos capitais como a Liga das Nações, a ONU, a OMC e o FMI. Em

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