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R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
324 
 
DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DE RESÍDUOS E EFLUENTES EM POSTOS DE 
ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEIS NO MUNICÍPIO DE ARAGUATINS – TO 
DOI: 10.19177/rgsa.v8e12019324-339 
 
 
Poliane Cardoso da Silva¹ 
Eva Adriana Gonçalves de Oliveira² 
Samuel de Deus da Silva³ 
 
 
RESUMO 
 
O Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA classifica os postos de 
abastecimento de combustíveis como empreendimentos potencialmente poluidores, 
os quais realizam atividades envolvendo o manuseio de derivados do petróleo, 
resultando na geração de resíduos e efluentes perigosos, conforme estabelece a 
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. O presente estudo buscou 
compreender acerca dos processos de gerenciamento dos resíduos sólidos nos 
postos de abastecimento de combustíveis do município de Araguatins – TO, 
utilizando-se de pesquisa de campo com vistoria in loco e aplicação de questionários, 
bem como, entrevista junto ao órgão ambiental competente. Durante estas etapas, 
verificou-se de que forma ocorre interação dos empreendimentos com o meio 
ambiente, quais as medidas de gestão de resíduos são tomadas atualmente, e como 
se dá a atuação do órgão ambiental órgão ambiental frente às ações de 
monitoramento e fiscalização. Verificou-se falhas de natureza estrutural capazes de 
causar impactos negativos ao ambiente saudável, causados pela infiltração dos 
efluentes, em que pese os resíduos sólidos o descarte irregular é a regra, é importante 
ressaltar que todos os empreendimentos encontravam-se devidamente licenciados e 
operando suas atividades normalmente. 
 
Palavras-chave: Empreendimento potencialmente poluidor. Meio ambiente. Gestão 
ambiental. 
 
 
¹ Universidade Estadual do Tocantins. E-mail: policsbio@gmail.com 
² Universidade Estadual do Tocantins. E-mail: evadriana.go@gmail.com 
³ Universidade Estadual do Tocantins. E-mail: agrosamuel@gmail.com 
 
mailto:policsbio@gmail.com
mailto:evadriana.go@gmail.com
mailto:agrosamuel@gmail.com
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
325 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A humanidade tem a contínua necessidade de dispor dos recursos naturais, 
assim é preciso buscar o desenvolvimento sustentável capaz de garantir o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado para as atuais e futuras gerações. Para tanto, o 
setor empresarial deve adequar-se às previsões legais relativas aos modelos corretos 
de gestão ambiental, tal responsabilidade aumenta quando se trata de 
empreendimentos potencial ou parcialmente poluidores. Os postos de abastecimento 
de combustíveis classificam-se como empreendimentos potencialmente ou 
parcialmente poluidores, cujas atividades podem ocasionar desastres ambientais 
resultantes da gestão inadequada (CONAMA, 2001). 
Um posto revendedor de combustíveis tem como grande impacto ambiental a 
contaminação do solo e consequentemente do lençol freático situado abaixo dele. Os 
hidrocarbonetos presentes na gasolina, diesel e óleo lubrificante, contém substâncias 
tóxicas que se dissolvem facilmente na água subterrânea. Dentre as substâncias 
encontradas na gasolina se destaca o grupo BTEX composto por Benzeno, 
Etilbenzeno, Tolueno e Xileno, os quais são comprovadamente cancerígenos 
(SANTOS 2005). 
É importante enfatizar que os resíduos e efluentes gerados em postos de 
abastecimento estão contaminados por derivados do petróleo. As flanelas utilizadas, 
os filtros de combustíveis, embalagens de lubrificantes, utensílios de limpeza, e 
qualquer outro resíduo que tenha tido contato com os derivados do petróleo devem 
receber destinação adequada, não podendo ir para os lixões ou aterros sanitários. 
Cabe ressaltar que, até mesmo o manuseio inadequado dos utensílios utilizados na 
limpeza do pátio pode resultar no extravasamento de efluentes contaminados para o 
solo, esse conteúdo será levado pela água das chuvas e provavelmente contaminará 
os lençóis freáticos. 
O presente estudo apresenta um diagnóstico da gestão dos resíduos e 
efluentes gerados nos postos de abastecimento de combustíveis do município de 
Araguatins – TO. Utilizou-se de pesquisa de campo com vistoria in loco e aplicação 
de questionários, bem como, entrevista junto ao Instituto Natureza do Tocantins – 
Naturatins, órgão ambiental competente responsável pelo licenciamento, fiscalização 
e monitoramento dos referido estabelecimentos comerciais. 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
326 
 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Realizou-se o presente estudo no município de Araguatins, o qual está 
localizado na microrregião do Bico do Papagaio, extremo norte do estado do 
Tocantins, às margens do Rio Araguaia. Foram vistoriados 5 (cinco) postos de 
abastecimento de combustíveis, sendo 4 na área urbana e 1 na área rural do 
município. 
Os dados que subsidiaram a pesquisa foram colhidos através de técnicas 
padronizadas de coleta de dados (questionário e observação sistemática) por meio de 
visitas in loco. Vinte e cinco (25) funcionários participaram voluntariamente dentre os 
quais 20 (vinte) eram colaboradores e 5 (cinco) na condição de gestores do 
empreendimento. A coleta de dados foi complementada com uma visita junto ao órgão 
ambiental responsável pelo licenciamento, monitoramento e fiscalização dos postos 
de abastecimento, o Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins, na Unidade 
Regional de Araguatins – TO. 
Portanto, trata-se de pesquisa quali-quantitativa, cujo âmbito qualitativo foi 
analisar a natureza do problema, através da observação e descrição, enquanto que 
na abordagem quantitativa, buscou-se consubstanciar essas informações mediante o 
levantamento, a coleta, tabulação e representação gráfica dos dados mensuráveis. 
Os dados obtidos junto aos funcionários dos postos de abastecimento de 
combustíveis em questão apresentaram, de forma significativa, as características da 
gestão dos resíduos nestes estabelecimentos trazendo a discussão de pontos como 
atividades realizadas no estabelecimento, origem e destinação final dos resíduos 
sólidos e efluentes, monitoramento de vazamentos, proteção de sistemas de 
armazenamento de combustíveis, monitoramento, bem como a atuação do órgão 
ambiental fiscalizador das atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
327 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 Atividades desenvolvidas nos postos de abastecimento 
 
As atividades mais comuns em um posto de combustíveis são: recebimento de 
produto via carros-tanques de combustíveis, armazenamento dos combustíveis em 
tanques enterrados, abastecimento dos veículos, operação do sistema de drenagem 
oleosa segregada da fluvial, troca de óleo lubrificante dos motores dos veículos, 
lavagens de veículos, operação da loja de conveniência / escritórios / arquivo morto. 
Outros serviços para os consumidores, como, lavagem para carros e/ou caminhões, 
setor para troca de óleo lubrificante, loja de conveniências, entre outros, também são 
ofertados e os postos mais atrativos, porém, tem como consequência, uma maior 
complexidade com relação às questões ambientais, visto que são gerados de mais 
resíduos sólidos e efluentes líquidos advindos destas atividades (SANTOS 2005; 
BERNARDINI et al 2016). 
Nos postos abrangidos pela pesquisa, Além da revenda de combustíveis e 
troca de óleo, realizam atividades como serviços de borracharia, loja de conveniência, 
troca de óleo e mecânica. Segundo os proprietários, apesar dos serviços de 
conveniência estarem ligados ao empreendimento, os mesmos são gerenciados por 
terceiros, o que implica em uma administração separada dos resíduos ali gerados. 
 
4.2 Resíduos sólidos gerados em postos de abastecimento 
 
Segundo Costa e Ferreira (2008) os resíduosproduzidos em postos de 
abastecimento que mais se destacam são: embalagens de papelão, embalagens 
plásticas de óleo lubrificante, embalagens metálicas de óleo lubrificante, garrafas PET, 
filtros de óleo, filtros de combustível, filtro de ar, óleo lubrificante, panos e estopas 
usadas e contaminadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
328 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Autores (2016). 
 
Quanto aos resíduos sólidos gerados pelas atividades dos postos de 
abastecimento de combustíveis de Araguatins - TO. Observa-se que embalagens 
plásticas de óleos lubrificantes estão presentes em 80% dos postos analisados, 
flanelas, panos e estopas constam em 80% desses postos, filtros de combustíveis e 
também embalagens de papelão em 60% e, embalagens metálicas de óleos, em 40% 
dos empreendimentos. 
Panos, flanelas e estopas utilizados na limpeza de possíveis derrames de 
combustíveis, estão presentes em 80% dos postos de combustíveis visitados, os 
mesmos relacionam-se às atividades de abastecimento de veículos. Neste contexto, 
os resíduos ligados ao manuseio dos derivados de petróleo, como, estopas, panos, 
serragem, embalagens de óleo ou aditivos, elementos filtrantes (filtros do diesel limpo) 
e filtros de óleo e combustível podem ser classificados como resíduos perigosos 
(Classe 1), necessitando de procedimentos adequados para o seu armazenamento e 
destino final (BARROS, 2006). 
 Os serviços de borracharia, disponíveis em apenas um dos postos da 
pesquisa (20%), tinham como principais resíduos pneus velhos câmaras de ar e 
flanelas contaminadas com óleos, graxas, lubrificantes e combustíveis. 
 
 
 
 
60%
80%
40% 40%
80%
0%
filtros de
combustíveis
Emb.
Plásticas de
óleos
lubrificantes
Emb.
Metálicas de
óleos
lubrificantes
Emb. De
papelão
Flanelas,
panos e
estôpas
Garrafas pet
p
er
ce
n
tu
a
l d
e 
p
o
st
o
s 
Resíduos gerados nos postos de abastecimento combustíveis de 
Araguatins –TO 
Figura 01 – Resíduos gerados nos postos de abastecimento combustíveis de 
Araguatins – TO. 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
329 
 
Figura 02: Embalagens plásticas de óleo lubrificante nas lixeiras de postos de 
abastecimento de combustíveis de Araguatins – TO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autores (2016) 
 
Resíduos como caixas de papelão, provenientes das compras de mercadorias, 
estão presentes em 60% dos postos, embalagens metálicas de óleos lubrificantes em 
40%, embalagens plásticas de óleos lubrificantes em 80% e filtros de combustíveis 
em 60% dos postos. Esses resíduos são, em sua maioria, resultantes da atividade de 
troca de óleo, presente em 60% dos postos. 
Além dos resíduos supracitados, outros como papéis, plásticos, copos 
descartáveis, embalagens plásticas de produtos de limpeza entre outros resíduos 
metálicos, também são produzidos constantemente em função das atividades do 
escritório, alimentação dos funcionários e clientes e dos serviços de limpeza nos 
compartimentos e instalações dos postos de abastecimento. 
 
4.3 Destinação dos resíduos Perigosos 
 
Acerca dos resíduos oriundos dos postos de combustíveis Guidoni (2007), 
ressalta que os aterros sanitários não podem recebê-los devido ao risco de 
contaminação do solo, dessa forma, a alternativa apropriada é a reciclagem e, em 
outros casos a incineração, todavia nem sempre a destinação correta é viável devido 
à falta de infraestrutura que existe no país. 
 A Figura 3 apresenta os principais resíduos gerados nas atividades dos postos 
de abastecimento de combustíveis de Araguatins e a destinação final desses. 
 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
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Figura 03 - Destinação final dos resíduos sólidos gerados nos postos de 
abastecimento do município de Araguatins 
 
Fonte: Autores (2016). 
 
Consoante às informações obtidas na pesquisa de campo, 60% dos postos que 
possuem flanelas, panos e estopas como resíduos resultantes de suas atividades os 
destinam diretamente ao lixo urbano municipal, 20% realizam a lavagem desses 
materiais cujo efluente escoa para o Sistema Separador de Água e Óleo (SAO), após 
este processo é feita queima a destes materiais. Apenas 20% dos postos de 
Araguatins realizam o recolhimento desse material por empresa especializada. 
Assim, 66,66% dos filtros de óleos gerados na troca de óleo são destinados ao 
lixo urbano e apenas 33,33% dos postos que apresentam esse resíduo recolhem o 
mesmo para tratamento e disposição por empresa especializada. Já as embalagens 
metálicas de óleos e lubrificantes, presentes em 40% dos postos, 50% destinam esse 
resíduo ao lixo urbano e 50% contratam os serviços de empresas para destinação 
adequada. 
Quanto às embalagens plásticas de óleos e lubrificantes, apenas 20% dos postos 
recolhem por empresa especializada, 20% são incineradas, e 60% são descartadas 
no lixo urbano. De acordo com esses dados, pode-se observar que uma pequena 
parcela cumpre com o procedimento de logística reversa, proposto pela lei nº 
12.305/2010 que institui a politica nacional de resíduos sólidos, a qual estabelece que 
são obrigados a implementar sistemas de logística reversa, os fabricantes, 
importadores, distribuidores e comerciantes de resíduos perigosos e suas 
embalagens (BRASIL 2010). Isso significa a deposição de resíduos tóxicos em lixões 
66,66% 60%
50%
20%
33,33%
20%
50%
20%
0
20%
0
60%
0
10
20
30
40
50
60
70
Filtros de
combustíveis
Embalagens
plasticas
Embalagens
metálicas
Panos,flanelas e
estopas
P
e
rc
e
n
tu
al
 d
e
 p
o
st
o
s 
Destinação final de resíduos sólidos gerados pelos postos de abastecimento de 
Araguatins - TO. 
Lixo urbano Empresa especializada Incineração
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
331 
 
a céu aberto, uma vez que o município de Araguatins não possui aterro sanitário, que 
podem ser lixiviados causando contaminação do solo e lençol freático. Diante dessa 
situação é necessário considerar um fator de grande influência a coleta e destinação 
adequada desses resíduos. 
Com relação à necessidade de destinação adequada dos resíduos, um dos 
empreendedores entrevistados relatou a dificuldade em ter de contratar o serviço de 
empresas de longe para realizar a devida coleta e destinação final dos resíduos 
contaminantes. A despeito disso, Guidoni (2007) ressalta que impasses como 
dificuldade em encontrar empresas especializadas para reciclagem, bem como, o alto 
investimento para abrir uma recicladora, e, sobretudo, a resistência da comunidade a 
estas instalações, por não concordarem em residir próximo a empresas geradoras de 
passivos ambientais, tais fatores dificultam os planos de expansão de atividades de 
empresas de coleta. 
 
 
Figura 04 – Destinação do óleo queimado nos postos de combustíveis de Araguatins 
– TO. 
 
Fonte: Autores (2016) 
 
 
No que se concerne à destinação óleo queimado (óleo de cor negra resultante 
da troca de óleo dos motores) em 20% dos postos é feita a coleta por empresa 
especializada, em 40% deles o óleo é armazenado para a venda, e em 40% o 
responsável pelo posto não soube ou não quis responder (figura 04). 
Com os resultados supramencionados, nota-se uma quantidade ínfima de 20% 
de empreendimentos que realizam o procedimento correto quanto à destinação de um 
20%
40% 40%
Rec. Por empresa
especializada
Armazena para a revenda Não soube responder
Destinação do óleo queimado nos postos de abastecimento de Araguatins 
- TO 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
332 
 
resíduo perigoso, uma vez que este precisa ser devidamente recolhido e reciclado 
(CONAMA, 2005). 
De acordoTeixeira (2002), a reciclagem é o tratamento adequado para o óleo 
usado. O processo é realizado mediante tratamento específico que permite assim a 
reutilização do mesmo. Ademais, quando coletado e devidamente reciclado, o óleo 
lubrificante usado tem suas características originais recuperadas, podendo assim 
retornar à cadeia produtiva por muitas vezes, além de evitar a deterioração ambiental 
decorrente da deposição indevida no meio ambiente, bem como seu uso como 
combustível (TRISTÃO, 2005). 
Quanto ao óleo armazenado para a venda, fato que ocorre em 40% dos postos 
de Araguatins, os proprietários informaram que este é revendido localmente. A maioria 
dos interessados são os residentes da zona rural que lidam com a extração de 
madeira, nesse caso, o óleo queimado é utilizado na lubrificação de correntes do 
motosserra sendo também comum na proteção da madeira serrada. Foi informado 
ainda que os proprietários de oficinas mecânicas também fazem a compra do resíduo 
e o utilizam no reparo de veículos automotivos, entre outros fins. No entanto esse 
procedimento é inapropriado visto que “a reciclagem vem a ser o tratamento adequado 
do óleo usado, mediante processos específicos, permitindo assim a reutilização do 
mesmo” (TEIXEIRA, 2002). Ademais, considerando a resolução CONAMA 
Nº362/2005 esta atividade é considerada ilegal, pois todo o óleo lubrificante já usado 
coletado deve ser destinado à reciclagem e qualquer outra utilização deste dependerá 
autorização prévia do órgão ambiental competente. 
 
4.4 Sistemas de drenagem e tratamento de efluentes 
4.4.1 Revestimento do piso 
Segundo Bernardini et al (2016), as áreas de abastecimento encontradas sobre 
os tanques de combustíveis, e onde ocorre a lavação de veículos e de troca de óleo 
são passiveis de causar poluições, visto que geram efluentes que podem vir a 
prejudicar o meio ambiente. Para tanto, Barros (2006) orienta que postos de 
combustíveis devem possuir piso impermeável do pátio de abastecimento ou de 
qualquer outro local que apresente risco potencial de contaminação por combustível 
ou óleo. 
 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
333 
 
Figura 05: Desgaste no piso dos postos de abastecimento de Araguatins - TO 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Autores (2016) 
Todos os postos de abastecimento de Araguatins contam com pátio de 
revestimento impermeável, estando desta forma em harmonia com as normas 
pertinentes, porém através de uma observação mais detalhada, verificou-se nos pisos 
a presença de rachaduras e desgaste em diversas áreas do pátio de alguns destes 
postos (Figura 05). 
 
4.4.1 Canaletas de contenção 
As canaletas de contenção formam um importante sistema de drenagem dos 
efluentes gerados nos postos por fazerem conexão entre o pátio de abastecimento e 
o Sistema Separador de Água e Óleo – SAO, sistema de tratamento dos efluentes. 
 
Figura 06- Obstrução de canaletas em um posto de combustíveis de Araguatins-TO. 
 
Fonte: Autores (2016) 
 
 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
334 
 
 
Figura 07 - Caneleta apresentando fissuras em um posto de combustíveis de 
Araguatins-TO 
 
Fonte: Autores (2016) 
Conforme observado nas figuras 06 e 07, alguns postos apresentam canaletas 
em visível estado de desgaste (fissuras) e obstruções, sendo necessária a 
manutenção, desobstrução e até mesmo a substituição das mesmas. Problema 
semelhante, quanto ao desgaste nas canaletas em postos de abastecimento foram 
observadas no trabalho de Bernardini et al. (2016), verificou que os dez postos 
apresentados em sua pesquisa apresentavam pequenas fissuras causadas pelo 
tempo e pelo peso excessivo dos caminhões que transitam por essas. 
Santos (2005), afirma que para a destinação correta dos efluentes é necessário 
que as canaletas apresentem integridade em sua estrutura, pois, fissuras e obstruções 
resultam em vazamentos e derramamentos dos combustíveis, constituindo assim, 
uma grave ameaça ao Meio Ambiente. 
 
4.4.3 Sistema de Separador de água e óleo 
Figura 08 – Caixa Separadora de Água e Óleo – CSAO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
335 
 
Fonte: ABIEPS (2015). 
A Caixa Separadora de Água e Óleo – CSAO (Figura 08) é o principal 
componente do Sistema de Drenagem Oleosa (SDO), o qual tem por objetivo retirar 
as partículas de óleo, gasolina e também sólidas da água utilizada nas atividades dos 
postos, esta, comumente é tratada e logo após obedecer os padrões estabelecidos é 
drenada para o meio ambiente. A água misturada com óleo e detritos é encaminhada 
a este sistema que recebe o conteúdo das canaletas de contenção. Primeiramente a 
água passa por uma caixa de grade que impede a passagem de sólidos grandes. Em 
seguida passa na caixa separadora de areia que permite a decantação da areia, sendo 
que só a água com óleo passa para a CSAO. Nessa caixa, com a velocidade da água 
bem reduzida, as partículas de óleo vão aderindo ao filtro coalescente, aumentando 
de tamanho e por fim flutuam na água, podendo ser então removidas mecanicamente 
do sistema. A água sem areia nem óleo passa pela caixa coletora de amostra e é 
descartada no sistema de esgoto, ou caso não exista, na rede de águas pluviais 
(ABIEPS, 2015). 
Segundo Bernardini et al (2016) todo posto de abastecimento deve apresentar 
pelo menos um Sistema Separador de Água e Óleo (SAO) para tratar os efluentes 
gerados das atividades potencialmente poluidoras. Durante as vistoria in loco 
constatou-se a presença de pelo menos uma caixa separadora de água e óleo em nos 
postos de Araguatins. 
Corroborando, informações colhidas por meio dos funcionários dos postos de 
combustíveis em questão, todos os postos realizam a limpeza periódica do SAO, a 
limpeza das caixas separadoras de água e óleo é realizada a cada 15 dias em 40% 
dos postos, nos demais 60% dos postos, a limpeza é realizada apenas uma vez a 
cada mês. É importante ressaltar que a frequência limpeza varia, foi informado que 
em épocas de chuva, por exemplo, a limpeza passa a ser mais frequente devido ao 
aumento de efluentes. Quanto à frequência da limpeza da caixa separadora e 
manutenção desse sistema de tratamento de efluentes, o Naturatins exige que esta 
seja feita mensalmente, obedecendo aos critérios estabelecidos pelo órgão. 
Em relação ao resíduo da caixa separadora, cerca de 60% dos postos 
informaram que realizam a coleta e armazenagem desse material, desse total 20% 
contrata o serviço de limpa-fossa para recolher o conteúdo e 40% afirmou que o 
recolhimento é feito por empresa especializada a qual é devidamente licenciada, os 
 
 
 
 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 8, n. 1, p.324-339, jan/mar. 2019. 
336 
 
responsáveis pelos empreendimentos que não souberam ou não quiseram informar 
somaram um total de 40%. 
 A caixa coletora retém os afluentes oleosos, os resíduos oleosos livres, sólidos 
flutuantes e sedimentáveis (ABIEPS, 2016), estes materiais advindos das atividades 
realizadas no pátio de abastecimento estão contaminados por derivados do petróleo 
sendo assim um resíduo perigoso que precisa receber a devida destinação, no entanto 
somente 40% dos postos realizam o procedimento adequado quanto a este resíduo 
(Figura 09). 
Figura 09: Destinação do resíduo da caixa coletora pelos postos de 
abastecimento de Araguatins-TO. 
Fonte: Autores (2016) 
Quanto a destinação dos resíduos retidos pelo sistema separador de água e 
óleo, em 20% dos postos faz-se a contratação do serviço de limpa-fossa para recolher 
o conteúdo, 40% afirmou que o recolhimento é feito por empresa especializada a qual 
é devidamente licenciada, os responsáveis pelos empreendimentos que não 
souberam ou não quiseram informar somaram um total de 40%.À respeito da gestão dos efluentes gerados em postos de combustíveis, o 
órgão ambiental competente Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins, determina 
que cada efluente líquido gerado (sanitário e demais efluentes provenientes das 
atividades desenvolvidas) deve ser adequadamente tratado, em atendimento à 
resolução CONAMA nº 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de 
água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as 
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências e 
Resolução CONAMA nº 430/2011 que dispõe sobre condições e padrões de 
lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março 
de 2005. 
20%
40% 40%
Limpa fossa Empresa especializada Não soube informar
%
 d
e 
p
o
st
o
s
Destino do resíduos retidos da caixa coletora pelos postos de abastecimento 
 
 
 
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 Para avaliar a eficiência do tratamento fornecido a esses efluentes, o 
Naturatins solicita regularmente ao empreendimento a apresentação da 
caracterização dos destes por meio de laudos de análises, realizado por laboratório 
especializado e credenciado, contemplando os seguintes parâmetros: vazão média 
diária, potencial de hidrogênio (pH), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), 
demanda química de oxigênio (DQO), temperatura, materiais sedimentáveis, óleos e 
graxas, sólidos em suspensão, fósforo e nitrogênio, tanto do efluente sem tratamento 
como após o seu devido tratamento. Os resultados desses parâmetros são 
comparados aos valores considerados satisfatórios, de acordo com o artigo 16 da 
resolução CONAMA nº430/2011 segundo o qual “Os efluentes de qualquer fonte 
poluidora somente poderão ser lançados diretamente no corpo receptor desde que 
obedeçam as condições e padrões previstos neste artigo, resguardadas outras 
exigências cabíveis”. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este trabalho possibilitou identificar e descrever os principais aspectos 
envolvidos na gestão dos resíduos sólidos e efluentes gerados em postos de 
abastecimento de combustíveis no município de Araguatins – TO. Os 
empreendimentos mesmo estando regularizados apresentam inconformidades, como 
capazes de trazer danos ambientais ao meio ambiente e à saúde pública, como se 
pode verificar nas fissuras dos pisos e obstruções nas canaletas de contenção. O 
descarte dos resíduos perigosos também apresentou resultados não satisfatórios uma 
vez que o recolhimento por empresa especializada é uma exceção perante os demais 
estabelecimentos, o que indica necessidade de adequação dos mesmos, ainda que 
estejam munidos do devido licenciamento ambiental, o que indica também falta de 
efetivo monitoramento e fiscalização ambiental por parte do órgão ambiental 
competente. 
 
 
 
DIAGNOSIS OF THE MANAGEMENT OF WASTE AND EFFLUENTS AT FUEL 
SUPPLY POSTS IN THE MUNICIPALITY OF ARAGUATINS – TO 
 
 
 
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ABSTRACT 
 
The National Council for the Environment – CONAMA, classifies the fuel supply 
stations as potentially polluting enterprises, which carry out activities involving the 
handling of petroleum products, resulting in the generation of hazardous waste and 
effluents, as established by the Brazilian Association of Technical Standards - ABNT. 
The present study sought to understand the processes of solid waste management at 
the fuel supply stations of the municipality of Araguatins - TO, using field research with 
on - site survey and application of questionnaires, as well as interview with the 
environmental agency competent. During these stages, it was verified how the 
environment interacts with the environment, what waste management measures are 
currently taken, and how the environmental agency acts with respect to the monitoring 
and inspection actions. There were structural failures capable of causing negative 
impacts to the healthy environment caused by effluent infiltration. In spite of solid 
wastes, irregular waste is the rule, it is important to note that all the enterprises were 
properly licensed and operating their activities normally. 
 
Keywords: Potentially polluting business. Environment. Environmental management. 
 
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