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2021 2 - Bloco 02 - Liguista Textual 1

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Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
 
 
Linguística Textual 
 
 
Unidade Nº1 - Linguística textual e os 
recursos de textualidade 
 
 
 
 
Noélia Luísa Neves Lobos 
 
 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
 
Introdução 
A Linguística, enquanto ciência, surge dos preceitos de três distintas fases: 
inicialmente, a Gramática, que teve seus estudos iniciados pelos gregos e, posteriormente, 
seguido pelos franceses. Essa Gramática tem como objetivo principal de estudo a formulação 
de regras e normas utilizadas para nortear o uso correto ou incorreto da língua, “desprovido 
de qualquer visão científica e desinteressada da língua”. (SAUSSURE, 2006, p. 8) 
A Filologia de Wolf, que surge em 1977 e segue até os dias atuais, aparece como 
norteadora do objeto de estudo da Linguística logo após a Gramática dos gregos. Tal ciência 
não tinha a língua como seu único objeto de estudo, pois buscava interpretar e comentar 
textos não só literários, mas também, a história sobre os costumes e as instituições, usando 
como seu método principal a crítica a eles. 
A terceira fase, a Gramática Comparada, já apontava linguistas importantes como 
Bopp, Grimm, Pott, Kuhn etc., que entenderam a língua como passível de estudos 
comparativos, possibilitando, também, o entendimento das línguas como uma família, como, 
então, uma ciência. Essa ciência, portanto, passa a ser reconhecida como o primeiro período 
da Linguística na Índia e na Europa, mesmo não sendo, posteriormente, considerada a 
Linguística como a entendemos atualmente. Porém, 
do ponto de vista metodológico há certo interesse em 
conhecer esses erros: os erros duma ciência que 
principia constituem a imagem ampliada daqueles 
que cometem os indivíduos empenhados nas 
primeiras pesquisas científicas. (SAUSSURE, 2006, 
p. 11) 
 
Partindo, assim, dos preceitos das três fases mencionadas, a Linguística como a 
conhecemos, surge no começo do século XX, com Ferdinand de Saussure. Dessa maneira, 
Linguística é, segundo Orlandi (1942, p.10), “tudo o que faz parte da língua”, porém apenas 
as linguagens verbal, oral e escritas são analisadas pela Linguística. 
 É sobre esses conceitos que vamos falar nesta unidade. 
 Bons estudos! 
 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
1. Panorama histórico da Linguística Textual 
Nas décadas de 1960 e 1970, podemos encontrar o surgimento da Linguística Textual, 
na Alemanha, como resultado das buscas por melhor entendimento e melhores recursos de 
análises sobre as frases, até então. 
O desenvolvimento da Linguística Textual enquanto teoria pode ser diferenciado em 
três fases distintas: 
 
 
1.1. Transfrástica 
Nas décadas de 60 e 70, podemos encontrar o surgimento da Linguística Textual, que 
até então, tinha como objeto de estudo os mecanismos interfrásticos que compõem a 
gramática da língua e, 
entre os fenômenos a serem explicados, contavam-se 
a correferência, a pronominalização, a seleção do 
artigo (definido/indefinido), a ordem das palavras, a 
relação tema/tópico, a concordância dos tempos 
verbais, as relações entre enunciados não ligados por 
conectores explícitos, diversos fenômenos de ordem 
prosódica, entre outros. (KOCH, 2015, p. 19) 
 
Assim, pelas relações estabelecidas entre enunciados, a correferência aparece como 
relação referencial e diz respeito à coesão textual. O texto, portanto, é “uma sucessão de 
unidades linguísticas constituída mediante uma concatenação pronominal ininterrupta”, de 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
acordo com Koch (2015, p. 19). Nesta primeira fase da Linguística Textual, os estudos das 
relações referenciais aconteciam apenas pelos processos correferenciais que podiam ser entre 
dois ou mais elementos textuais. 
 Nesses estudos iniciais da Linguística Textual, a coerência textual ainda era tida 
como característica do texto, apenas, sendo analisada por meio da coesão e não como recurso 
textual. 
 
1.2 Gramática Textual 
 
A 2ª fase da Linguística Textual acontece quando os linguistas entendem o texto como 
a mais alta unidade linguística em suas estruturas, resultando em “uma entidade do sistema 
linguístico, cujas estruturas possíveis em cada língua devem ser determinadas pelas regras de 
uma gramática textual”. (KOCH, 2015, p. 22) 
Um dos precursores da gramática textual foi Harald Weinrich, que como estruturalista 
define o texto como uma sequência linear de 
lexemas, e morfemas que se condicionam 
reciprocamente e que, também reciprocamente, 
constituem o contexto. Isto é, o texto é uma estrutura 
determinativa, onde tudo está necessariamente 
interligado. Assim sendo, para ele, toda linguística é 
necessariamente linguística de texto. (KOCH, 2015, 
p. 22) 
 
Tal reconhecimento despertou nos linguistas a necessidade de existência de uma 
gramática textual (podendo ter uma abordagem sintática ou uma abordagem semântica) que 
tivesse a função de nortear o uso das línguas, ou seja, cada língua deveria ter um sistema de 
regras finito que pudesse ser utilizado por seus falantes de maneira única. 
Com isso, a possibilidade de identificar textos, entender sua estrutura e avaliar se eram 
bons ou não se tornou realidade para os linguistas, que notaram a ocorrência de mais de uma 
correferência em um mesmo texto, justificando a necessidade de ir além do que 
caracterizaram autores da fase Transfrástica. 
Dessa maneira, a gramática do texto tinha as funções de: 
 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
● determinar os “princípios de constituição, os fatores responsáveis pela coerência, as 
condições em que se manifesta a textualidade” (KOCH, 2015, p. 21), com fins de 
entender por que um texto podia ser considerado texto; 
● delimitar os textos de maneira que tivessem sentido completo; 
● diferenciar os textos analisados entre suas possibilidades textuais. 
 
A classificação de um texto se dava por meio de sua segmentação às unidades 
menores, e não mais partindo da frase para sua estrutura mais alta, o texto. Ou seja, o texto 
como um signo linguístico primário deveria ter as características básicas de texto, a fim de ser 
dividido e se tornar possível o estudo de seus signos parciais. 
É nessa fase, portanto, que a Linguística Textual reconhece o texto como seu objeto 
de investigação, passando a entendê-lo como uma manifestação da linguagem, indicando o 
rompimento com a Linguística de Saussuriana. 
A Linguística Textual demonstra, então, algumas influências da Retórica Clássica, a 
Estilística, e da linha de raciocínio dos Formalistas Russos, do círculo linguístico de Moscou, 
de acordo com Tafarello e Rodrigues (1993). E, ainda segundo os autores, também são tidos 
como precursores da Linguística Textual Hjelmslev, Harris, Pike, Jakobson, Benveniste, 
Pêcheux e Orlandi. 
 
1.3 Teoria do Texto 
 
A partir de 1980, a Linguística Textual começa a considerar, também, o contexto, 
além do texto, como objeto de investigação, isto, porque os linguistas passaram a entender a 
textualidade como parte essencial de um texto, não tendo como ponto central a competência 
textual em si, segundo Marcuschi (1998). 
Então, como contexto, linguistas entendem 
 
o conjunto de condições externas à língua, e 
necessários para a produção, recepção e interpretação 
de texto, e também a interação já que o sentido não 
está no texto, mas acontece na interação entre o 
escritor / falante e o leitor / ouvinte. (BONIFÁCIO; 
MACIEL) 
 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
Esta nova perspectiva da Linguística Textual recebe o nome de Pragmática, que 
também tem como foco a “busca de conexões determinadas por regras, entre textose seu 
contexto comunicativo-situacional, mas tendo sempre o texto como ponto de partida da 
representação”. (KOCH, 2005, p. 27) 
Assim, portanto, a terceira fase da Linguística Textual é marcada pela pesquisa da 
língua e seu funcionamento inseridos na comunicação da sociedade, e não mais tratando da 
língua apenas como sistema autônomo. Koch (2005, p. 27) ainda completa dizendo que os 
textos deixam de ser vistos como produtos acabados, que devem ser analisados sintática ou 
semanticamente, passando a ser considerados elementos constitutivos de uma atividade 
complexa, com instrumentos de realização de intenções comunicativas e sociais o falante. 
 A perspectiva pragmática passa a ser entendida como determinante das perspectivas 
sintáticas e semânticas, visto que a intenção do escritor/falante ditará as principais relações 
que aparecerão em um texto, de modo que o leitor/ouvinte seja capaz de entender sua 
intenção integralmente, podendo “reconstruir os propósitos comunicativos que tinha o falante 
ao estruturá-lo, isto é, descobrir o “para quê” do texto. (KOCH, 2005, p. 29) 
Começam, portanto, a surgir como padrões de textualidade, de Beaugran & Dressler 
(1981), a coesão e a coerência, a informatividade, a situacionalidade, a intertextualidade, a 
intencionalidade, e a aceitabilidade. Além deles, outros linguistas começam a propor suas 
teorias e recursos para a Teoria do Texto, como: Gívón, novamente, Weinrich, Van Dijk, 
Petöfi, Schmidt, Charolles, Combettes, Vigner, Adam, entre outros. 
 Mareuschi (1983, p. 12) propõe, dessa maneira, a Linguística Textual como 
o estudo das operações linguísticas e cognitivas 
reguladoras e controladoras da produção, construção, 
funcionamento e recepção de textos escritos ou orais. 
Seu tema abrange a coesão superficial ao nível dos 
constituintes linguísticos, e a coerência conceitual ao 
nível semântico e cognitivo e o sistema de 
pressuposições e implicações nível pragmático da 
produção de sentido no plano das ações e intenções. 
Em suma, a Linguística Textual trata o texto como 
um ato de comunicação unificado num complexo 
universo das ações humanas (...). 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
Você quer ler? Ingedore Koch escreveu um artigo contando a retrospectiva da Linguística 
Textual e descrevendo mais sobre o ponto de vista de outros linguistas. Acesse aqui. 
 
2. Princípios da construção textual do sentido 
 Para a Linguística Textual, o texto pode apresentar distintos conceitos; conceitos estes 
que variam de acordo com o autor e as teorias adotadas para a construção do texto. Vimos 
que o texto, hierarquicamente, é uma unidade linguística maior que a frase, sabemos, ainda, 
que para se construir um texto, é necessário que haja uma combinação de frases de modo 
coeso e coerente, textualidade. 
2.1. Texto e textualidade 
Koch (2011, p. 25), apresenta como possíveis definições de texto: 
● uma cadeia de pronominalizações ininterruptas; 
● uma cadeia de isotopias; 
● um complexo de proposições semânticas. 
Para a pragmática, o texto pode ser: 
● pelas teorias acionais, uma sequência de atos de fala; 
● pelas vertentes cognitivistas, como fenômenos primariamente psíquicos, resultado, 
portanto, de processos mentais; 
● pelas orientações que adotam por pressuposto a teoria da atividade verbal, como parte 
de atividades mais globais de comunicação, que vão muito mais além do texto em si, 
já que este constitui apenas uma fase desse processo global. (KOCH, 2011, p. 26) 
O texto, portanto, é o resultado final de um processo de planejamento, verbalização e 
construção, que acontece pela necessidade de comunicação, ou seja, é um meio de interação 
sociocomunicativo entre sujeitos que visa comunicar algo a alguém. 
Como resultado comunicativo, o processo de produção textual (considerando esse em 
todas suas possibilidades: verbal, escrito, musical ou visual) acontece de maneira complexa e 
organizada, para que seja possível atingir seu objetivo. É assim, então, que o autor traça 
http://biblioteca.virtual.ufpb.br/files/linguastica_textual_1360183766.pdf
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
estratégias conscientes para transmitir um ponto de vista ao receptor por meio de uma 
manifestação verbal, de acordo com Koch (2011). 
De maneira clara, Koch (2011, p. 27) apresenta o texto como 
uma manifestação verbal constituída de elementos 
linguísticos selecionados e ordenados pelos 
coenunciadores, durante a atividade verbal, de modo a 
permitir-lhes, na interação, não apenas a depreensão 
de conteúdos semânticos, em decorrência da ativação 
de processos e estratégias de ordem cognitiva, como 
também a interação (ou atuação) de acordo com 
práticas socioculturais. 
Para que um texto seja considerado como tal pela Linguística Textual, é importante 
que as regras normativas da língua sejam seguidas, a fim de assegurar seu sentido (individual 
e coletivo), como meio de transmissão de uma mensagem. 
A transmissão de uma mensagem por meio de um texto apenas se torna possível 
quando carrega informação semântica, que por sua vez, deve conter pelo menos uma 
informação/dado com que o receptor esteja familiarizado, de modo que a contextualização de 
sua informação dada seja alcançada. Além disso, a informação semântica deve conter algo 
novo, ou seja, algo que se quer transmitir partindo da contextualização da informação 
anterior. 
 
Figura 1 - Adaptado de FREEPIK. Vetores. 
A isso, a Linguística Textual dá o nome de remissão ou referência textual, 
organizando as “cadeias coesivas, que têm papel importante na organização textual, 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
contribuindo para a produção do sentido pretendido pelo autor do texto”. (KOCH, 2011, p. 
28) 
A remissão ou referência textual, entretanto, não acontece explicitamente em um 
texto, ou seja, os dados em uma mensagem têm que ser manifestados de modo que o receptor 
capte o contexto da informação que lhe está sendo transmitida, resultando em referentes 
expressados como conteúdo de consciência, isto é, “referentes estocados na memória dos 
interlocutores, que, a partir de pistas encontradas na superfície textual, são (re)ativados, via 
inferenciação”, de acordo com Koch (2011, p. 28). 
Tais inferências, são, então, as estratégias cognitivas ativadas durante os processos de 
interação entre sujeitos, que possibilitam ao receptor o acesso entre o dado e o novo. Dessa 
maneira, o contexto é ativado, em um texto, através das inferências textuais que apenas são 
possíveis por meio das remissões recorrentes em seu conteúdo. 
Assim, portanto, acontecem as progressões textuais, que estabelece relações de 
sentido, em um texto, ainda segundo Koch (2011, p. 29) entre: 
● segmentos textuais de extensões variadas; 
● segmentos textuais e conhecimento prévios; 
● segmentos textuais e conhecimentos e/ou práticas socioculturalmente partilhados. 
Estes recursos, remissão/referência textual, inferências e progressão textual é que 
compõem o que conhecemos como coesão textual. 
Coesão textual é, de acordo com Halliday e Hasan (1976, apud GUIMARÃES, 2009, 
p. 148), “um conceito semântico que se refere às relações de sentido existentes no interior do 
texto e que o definem como um texto”, ou seja, a coesão somente acontece quando os 
elementos de um texto são dependentes entre si, significando que eles se complementam e 
resultam na construção de sentido. 
Os mecanismos coesivos passíveis de análise em um texto, são os pronomes, os 
artigos, as conjunções, as relações entre tempo verbal e conjugação, as preposições, e ainda, 
os mecanismos que determinam encadeamento linear dos enunciados textuais. 
Em um texto, a coesão pode acontecer, como vimos, por meio da remissão, que 
podem aparecer como pronomes pessoais de terceirapessoa – retos e oblíquos), e ainda, por 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
meio de pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos, além 
de, também, acontecer por meio de numerais advérbios pronominais e artigos definidos. 
Outra possibilidade de encontrarmos a coesão em um texto é através da sinalização 
textual, que organiza o texto, apresentando ao receptor orientações para o processamento 
textual. Koch (2011, p. 49), também nomeia tal mecanismo como dêixis textual, pois “o 
procedimento dêitico constitui o instrumento para dirigir a focalização de ouvinte em direção 
a um item específico, que faz parte de um domínio de acessibilidade comum – o espaço 
dêitico”. 
Há ainda, a coesão sequenciadora, que assegura a sequência de um texto de maneira 
organizada, dando a ideia de avanço textual e continuidade de sentidos, podendo acontecer 
de forma direta, sem retornos ou recorrências; ou 
podem ocorrer na progressão do texto recorrências 
das mais diversas ordens: de termos ou expressões, 
de estruturas (paralelismo), de conteúdos semânticos 
(paráfrase), de elementos fonológicos ou prosódicos 
(similicadência, rima, aliteração, assonância) e de 
tempos verbais. (KOCH, 2011, p. 52) 
 
 
Guimarães (2009, p. 17) diz que “um texto não tem sentido por si mesmo, mas graças 
à interação que se estabelece entre o conhecimento apresentado no texto e o conhecimento de 
mundo armazenado na memória do interlocutor”. Estas relações que acontecem entre texto e 
receptor recebem o nome de coerência. 
 Koch (2011, p. 52), então, assegura que a coerência “é resultado de uma construção 
feita pelos interlocutores, numa situação de interação dada, pela atuação conjunta de uma 
série de fatores de ordem cognitiva, situacional, sociocultural e interacional”. 
 Por meio das relações entre os mecanismos recorrentes em um texto, entre coesão e 
coerência, que acontece a construção textual de sentido. 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
Você quer ler? Você sabe qual é o papel da Linguística Textual no ensino da língua 
portuguesa? Descubra aqui. 
 
2.2 Fatores pragmáticos de textualidade 
Vimos a coesão e a coerência como os recursos semânticos da construção textual de 
sentido. Porém, existe também a recorrência de fatores pragmáticos que interferem aí. 
A situacionalidade é expressada em um texto pelo seu contexto. A textualidade 
acontece para situar determinada ação comunicativa, por exemplo, é através dela que 
conseguimos evidenciar: 
● quem fala ou escreve o texto; 
● para quem o texto é falado ou escrito; 
● qual é o objetivo do texto falado ou escrito. 
Esse fator é responsável pela construção de sentido inicial de um texto, visto que, caso 
não haja reconhecimento do espaço textual por parte do receptor, o entendimento da 
mensagem estará comprometido, visto que seu sentido não estará completo como conteúdo 
de consciente. 
Além disso, outro fator de textualidade pragmático possível, é a informatividade que 
implica o pensar na mensagem a ser transmitida por um texto. Marcuschi (2008), diz que 
todo texto é escrito ou falado com a intenção de dizer algo, porém informação não tem o 
mesmo significado que sentido em um texto. Para, então, uma informação ter efeito de 
sentido, no texto, é importante que sua informatividade esteja inteiramente relacionada à 
quantidade de dados e conhecimentos que ele expressa. 
 Portanto, um texto deve ser bem equilibrado em relação a sua informatividade, 
buscando oferecer, ao receptor, relevante quantidade dados novos, e, ao mesmo tempo, uma 
quantidade significativa de informações já conhecidas, para que ele seja capaz de 
contextualizar conhecimentos já internalizados com as novidades propostas para 
internalização durante o processo de entendimento. 
https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/download/1160/229
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
 
Figura 2 - Fonte: PANORAMA. Curva perigosa. 
 
Um terceiro fator ainda possível é a intencionalidade, que se relaciona diretamente 
com o objetivo do autor ao proferir um texto. Sua intenção, aqui, deve ser bem norteada de 
modo a completar o sentido da informatividade e da situacionalidade propostas. Marcuschi 
(2008, p. 127), explicita que tal objetivo do autor deve ser interpretado e apreendido pelo 
receptor, ou seja, a intencionalidade é “a intenção do locutor de produzir uma manifestação 
linguística coesiva e coerente”. 
 Relacionado ao fator da intencionalidade, está o quarto fator pragmático da 
textualidade: aceitabilidade. A aceitabilidade se centra no receptor de um texto, que será o 
responsável por estabelecer relações de sentido com a produção linguística do autor, de 
maneira a assegurar o cumprimento do objetivo proposto pelo segundo. 
 Intencionalidade e aceitabilidade não são aspectos materiais de um texto, mas são 
fatores primordiais para que a textualidade seja completada com a interpretação correto do 
sentido transmitido por determinado texto, completando, assim, o ciclo de uma atividade 
comunicativa simples. 
 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
Figura 3 - Adaptado de FREEPIK. Vetores. 
 
Consistência e relevância são, ainda, dois fatores imprescindíveis para que um texto 
seja considerado coerente, significando que, consistentemente, “todos os enunciados de um 
texto possam ser verdadeiros, isto é, não contraditórios dentro de um mesmo mundo ou 
dentro de diversos mundos representados num texto”. (KOCH, 2015, p. 53) 
Um texto coerente, portanto, tem que ser capaz de expressar seu objetivo de maneira 
contextualizada, e de modo claro e conciso, para que o receptor consiga decifrá-lo, e ainda, 
deve seguir uma fluência de raciocínio para que as informações estejam de acordo e bem 
relacionadas a todos os outros fatores vistos até aqui. 
O critério de relevância, por sua vez, diz respeito às informações transmitidas por um 
texto, pois essas devem ser, como o próprio nome diz, relevantes dentro do assunto em que 
tal texto é discorrido. “Assim, a relevância não se dá linearmente entre pares de enunciados, 
mas entre conjuntos de enunciados e um tópico discursivo”. (KOCH, 2015, p. 53) 
Outro recurso que também caracteriza a textualidade de um texto é a focalização. Esse 
recurso influencia diretamente no entendimento de um texto por parte do receptor, por 
permitir diferentes focalizações, um texto pode apresentar vários sentidos, dependendo do 
conteúdo consciente do receptor. E, “a focalização é, ainda, responsável pela escolha de 
descrições ou expressões nominais, na construção/reconstrução de referentes textuais”. 
(KOCH, 2015, p. 53) 
A interdependência que os textos têm entre si, é chamada de intertextualidade, que 
segundo Guimarães (2009, p. 134), é um “processo de incorporação de um texto em outro, 
seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para transformá-lo”. 
 Koch (2014) ainda completa que todos os textos têm algum tipo de relação com outro 
texto, principalmente por fazerem parte de conteúdo de consciente dos autores e, também, 
dos receptores. A possibilidade de interação entre textos, por meio de comentários, citação, 
paráfrase é que permite a reprodução de ideias sem plagiar autores, visto que há possibilidade 
de se utilizar desse recurso para fazer alusão a outro texto, contextualizar informações e 
dados etc. 
 Gonçalves Dias escreveu a Canção do exílio: 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores. 
 
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho, à noite– 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras, 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
Onde canta o Sabiá. 
DIAS, Gonçalves. Cinco Estrelas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 
Então, Carlos Drummond de Andrade se utiliza da paráfrase para criar a “Nova 
canção do exílio” e os dois textos passam a apresentar pontos de vista semelhantes com uma 
reorganização das ideias: 
Um sabiá 
na palmeira, longe. 
Estas aves cantam 
um outro canto. 
 
O céu cintila 
sobre flores úmidas. 
Vozes na mata, 
e o maior amor. 
 
Só, na noite, 
seria feliz: 
um sabiá, 
na palmeira, longe. 
 
Onde é tudo belo 
e fantástico, 
só, na noite, 
seria feliz. 
(Um sabiá, 
na palmeira, longe.) 
 
Linguística Textual - Unidade Nº 1 - Linguística textual e os recursos de textualidade 
 
Ainda um grito de vida e 
voltar 
para onde é tudo belo 
e fantástico: 
a palmeira, o sabiá, 
o longe. 
ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1945. 
Com isso, é possível verificar que para que haja, de fato, a intertextualidade, é 
necessário que o receptor ative o conteúdo de consciência, para reconhecer as semelhanças 
entre os textos e, assim, entender seu sentido completo. Como diz Koch (2011, p. 46), 
todo texto é um objeto heterogêneo, que revela uma 
relação radical de seu interior com seu exterior; e, 
desse exterior, evidentemente, fazem parte outros 
textos que lhe dão origem, que o pré-determinam, 
com os quais dialoga, que retoma, a que alude, ou a 
que se opõe. 
 
3. Referência e referenciação 
Os referentes são fabricados na dimensão da percepção-cognição e, são eles que 
condicionam os eventos semânticos de sentido. Blikstein (1995 apud KOCH, 2015, p. 59), 
diz que 
o fato de ser o referente (objeto mental, unidade 
cultural) extralinguístico não significa que deva ser 
relegado pela Linguística, pois ele está 
simplesmente situado atrás ou antes da linguagem, 
como um evento cognitivo, produto de nossa 
percepção. 
Dessa maneira, Blikstein aponta a necessidade que a Linguística Textual, têm de 
considerar o referente (percepção/cognição) na semântica, visto que para que haja 
significação linguística, o referente é essencial. A realidade, então, é totalmente influenciada 
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pela percepção e pela cognição do receptor, sendo, portanto, o referente, o criador da 
realidade. Com isso, referenciar explica por que vários autores afirmam que um texto sempre 
sofre influência de outros, visto que a realidade é fabricada pelas interações culturais e 
perceptivas e, ainda, potencializadas pela língua. 
 Assim, os processos de referenciação também criam elos “entre o texto e a parte não 
linguística da prática em que ele é produzido e interpretado” (MONDADA; DUBOIS, 2003, 
p. 20). São, logo, nesses processos que ocorrem a modificação e recategorização de nossas 
realidades de mundo, representando a significação de mundo por meio das práticas sociais e 
linguísticas. 
 Contudo, a referenciação não pode ser considerada apenas uma retomada de 
informações em um texto, e sim, deve ser entendida como “uma atividade discursiva atrelada 
ao saber adquirido linguisticamente pelo próprio texto, bem como pelos conteúdos 
inferenciais através de elementos presentes ligados aos conhecimentos lexicais, 
enciclopédicos e culturais como também as opiniões e saberes mobilizados na interação autor 
– texto – leitor. (ELIAS; KOCH, 2008 apud SANTANA et al, 2012) 
 Podemos dizer que a transição da referência à referenciação se dá entre as relações 
discurso – realidade, de modo a dar sentido ao individual e ao coletivo, que constitui a 
realidade de mundo do ser social. 
3.1. Estratégias de referenciação 
O processo de referenciação, em um texto, garante sua produção de sentido e sua 
progressão textual; para tanto, é possível fazer uso de algumas estratégias de referenciação: 
1. Ativação: é a apresentação de um objeto no texto, ou seja, não houve uma prévia 
ativação do conteúdo de consciente por parte do receptor, sendo assim, ele percebe tal 
objeto com a imagem proposta pelo autor. 
 
2. Reativação: um objeto que já foi previamente apresentado no texto, é reintroduzido 
para o receptor por meio de uma referência, sendo reativado posteriormente. 
 
3. De-ativação: acontece quando um objeto tem sua imagem “substituída” no texto, ou 
seja, determinado objeto, que foi apresentado anteriormente no texto, é retomado 
posteriormente, porém passa a ser representado de maneira diferente pelo autor. 
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Tais estratégias disponibilizam ao autor a inserção ou manutenção dos referentes em 
um texto, visto que, o referente pode sofrer alterações durante o processo de apreensão de 
sentido de um texto. 
 
 Veja o exemplo: 
 
Fonte: Revista Época, 2009. 
 
Martins (2013), explica o exemplo acima: 
percebe-se que o referente “o fenômeno Ronaldo” 
inicialmente introduzido por ativação é retomado e 
mantido, primeiro, por meio do substantivo 
“jogador”; segundo, pelo nome “Ronaldo”. Além 
desse referente, há também a de-ativação “cunhado 
Caio” que na progressão textual é referido na 
sequência por “marido da irmã”. 
 
Assim, a variação de referenciação – fenômeno, jogador, Ronaldo etc. – ocorre como 
meio de retomar o referente (ou objeto), “Ronaldo” no texto. Segundo Martins (2013), a 
escolha por estes processos de referenciação específicos, no texto, aconteceu para que o 
receptor pudesse chegar ao sentido real proposto pelo autor. Ainda, de acordo com a autora, 
as formas de referenciação se dão por um 
entrelaçamento sistemático entre as partes 
formadoras do texto. Desse modo, a referência não 
pode ser vista apenas como um produto da língua, 
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mas como parte do complexo processo de interação 
entre os sujeitos envolvidos nas atividades 
enunciativas. Fazer Referência, ou referir é muito 
mais do que indicar objetos do mundo. 
 
4. Formas de Articulação textual 
Os elementos que compõem um texto são relacionados a sua textualidade, que ocorre 
quando todos são enunciados são estruturados por elementos que lhe garantem progressão 
textual; essa progressão textual pode ser chamada também de articulação textual. 
 A articulação textual é, como parte integrante de um texto, um dos objetos de 
investigação da Linguística Textual, e pode ser expressa por meio de atividades formuladas 
quando o autor introduz distintos tipos de recorrências, como “reiteração de itens lexicais, 
paralelismos, paráfrases, recorrência de elementos fonológicos, de tempos verbais etc.” 
(KOCH, 2015, p. 84) 
 Então, quando tratamos da articulação textual, tratamos, também, da coerência e da 
textualidade de um texto em si. Quando tratamos da coesão de um texto, estamos versando 
sobre os elementos que possibilitam a ele o encadeamento das ideias proposta, de modo que a 
interação entre os sujeitos (autor – receptor) seja possível. 
 Com isso, podemos dizer, então, que os articuladores textuais são “conectores 
responsáveis pelo encadeamento de natureza sintática, semântica e pragmática”. 
(NASCIMENTO, 2008) E, assim, segundo Koch (2015), a repetição ou reiteração de itens 
lexicais, no texto, é um recurso utilizadopara contextualizar o sentido proposto pelo autor 
que não seria possível caso determinado item lexical fosse utilizado apenas uma vez. Isto 
porque, um mesmo item lexical carrega em cada uma de suas aparições no texto um sentido 
completo e distinto do anterior, e que completam o sentido de sua aparição primeira e/ou 
anterior, consequentemente. 
 O paralelismo por sua vez, é a presença de estruturas sintáticas iguais, com o uso de 
diferentes itens lexicais nos enunciados do texto. Koch (2015, p. 82) diz que o paralelismo 
sintático “é, frequentemente, acompanhado de um paralelismo rítmico ou similicadência. 
 Já a paráfrase é apresentada no texto por meio do uso de conteúdos semânticos iguais 
expressos sob formas estruturais distintas entre si. Em português, as marcações linguísticas 
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que demonstram a introdução de uma paráfrase no texto são: isto é, ou seja, quer dizer, ou 
melhor, em outras palavras, em síntese, em resumo etc. 
 Quando há enunciados compostos por diferentes itens fonológicos, que indiquem 
igualdade de metro, ritmo, rima, assonâncias, aliterações etc., o recurso de progressão textual 
é chamado de recorrência de recursos fonológicos. 
 E, por fim, a recorrência de tempos verbais é utilizada com a finalidade de auxiliar o 
receptor a entender a mensagem transmitida pelo autor, de modo que este entenda se 
determinada produção textual diz respeito a um relato, uma retrospectiva, um comentário etc. 
Esses recursos de recorrência, têm como função textual enfatizar algo que o autor acredite ser 
fundamental para o entendimento o real sentido pelo receptor. 
 Por outro lado, quando a progressão textual acontece sem a utilização dessas 
recorrências, implicando em que a continuação de sentido aconteça por meio de diferentes 
procedimentos linguísticos, Koch (2015, p. 85) aponta que, tais recursos também se tornam 
fatores de coesão textual 
e interferem de maneira direta na construção da 
coerência na medida em que garantem a manutenção 
do tema, a progressão temática, o estabelecimento 
das relações semânticas e/ou pragmáticas entre 
segmentos maiores ou menores do texto, a ordenação 
e a articulação de sequências textuais. 
 
Os procedimentos linguísticos que podem ser recorridos para a progressão de um 
texto, nesse caso, são: 
● agrupamento metalinguístico; 
● conexão temporal; 
● conexão de pressupostos; 
● contraste adversativo; 
● correção de asserções precedentes; 
● comentário; 
● confronto/comparação etc. 
 
Existe, ainda, a possibilidade de que o encadeamento de um texto aconteça através de 
conexões. Isto é, quando o uso de todo e qualquer tipo de conector é realizado para auxiliar 
na progressão textual. 
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Koch (2015, p. 87-93), enumera esses conectores como: 
● causalidade (causa e consequência); 
● mediação (causalidade intencional); 
● condicionalidade; 
● temporalidade; 
● conformidade; 
● disjunção; 
● conjunção (soma de argumentos); 
● disjunção argumentativa (efeito de provocação); 
● justificação ou explicação; 
● comparação; 
● conclusão; 
● comprovação; 
● generalização; 
● modalização da força ilocucionária; 
● correção; 
● reparação; 
● especificação ou exemplificação e; 
● contrajunção (oposição). 
 
Então, por meio da utilização dos recursos linguísticos aqui apresentados é que o autor 
consegue assegurar a produção de sentido textual que expressa, explícita ou implicitamente, 
os recursos de textualidade e, consequentemente, os recursos de coesão e coerência 
necessários para que uma produção textual com foco na interação sociocomunicativa seja 
considerada texto. 
 
Você quer ver? O Prof. Dr. Luiz Carlos Travagalia dá uma entrevista sobre os usos da língua 
e fala sobre a linguística de maneira contextualizada. Assista aqui. 
 
 
https://youtu.be/grgp7YZ9Gtk
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Síntese 
 
Nesta unidade demos início aos estudos da Linguística Textual: 
● compreendemos seu percurso de desenvolvimento e seu panorama histórico; 
● delineamos seu objeto de investigação, apresentando as alterações e adequações que 
aconteceram com o passar do tempo para que a Linguística Textual pudesse ser 
inserida no contexto escolar; 
● notamos a necessidade da presença dos recursos de textualidade para um texto tenho 
sentido completo; 
● entendemos o texto como toda produção com o objetivo sociointeracionista, podendo 
analisar e tratar, por exemplo, de produções musicais, imagéticos, textuais, entre 
outras; 
● discutimos sobre a importância da coesão na construção do sentido do texto, e que ela 
é representada pela utilização dos recursos de textualidade com fins de assegurar seu 
encadeamento e progressão textual, por meio dos fatores pragmáticos possíveis; 
● tratamos sobre as diferenças de referência e referenciação como modo de apresentar 
um objeto no texto, e com a intenção de auxiliar o receptor/leitor em sua assimilação 
do texto para a compreensão de seu real sentido; 
● reconhecemos algumas das maneiras possíveis de articulação de um texto, 
conceituando os elementos que adotamos para unir os enunciados que propõem 
nossas ideias para a construção de um texto e de seu sentido. 
 
Agora, estamos prontos para aprofundar nossos estudos acerca da Linguística Textual 
nas próximas unidades. Até lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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_____. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2014. 
 
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Imagens 
 
Figura 1 - Disponível em <https://www.freepik.com/>. Acesso em 12 jul 2019. 
Figura 2 - Disponível em: <http://www.panoramanoticias.com.br/2018/12/moradores-
reclamam-da-falta-de-placa-de.html>. Acesso em: 13 jul 2019. 
Figura 3 - Disponível em: <https://www.freepik.com/>. Acesso em 14 jul 2019. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=IVxdHi2ZRcY
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https://www.freepik.com/
http://www.panoramanoticias.com.br/2018/12/moradores-reclamam-da-falta-de-placa-de.html
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