Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Método das ciências naturais Filosofia da ciência: ocupa-se do conhecimento científico; é o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, com a finalidade de determinar seus fundamentos lógicos, seu valor e sua importância objetiva; os requisitos e condições necessários à produção do conhecimento científico são os fundamentos, a validade, a consistência lógica das teorias e os limites desse conhecimento. Epistemologia: investigação sobre a definição, origem, possibilidade e valor do conhecimento humano. Teoria do Conhecimento: distinção entre doxa (vulgar) e episteme (científico) por Platão. Aristóteles: estudos para descobrir a verdade sobre a natureza a partir de suas características qualitativas. Ciência moderna: busca o conhecimento com a finalidade de dominar e transformar a natureza de acordo com suas necessidades, interessando-se pelas características quantitativas → o conhecimento passa a ser um poder a serviço do homem Bacon: metodologia empírica e combate aos erros provocados pelos "ídolos"; interessa-se em saber para interferir e manipular; método indutivo: observação da natureza (coleta de informações), organização racional dos dados recolhidos empiricamente, formulações gerais (hipóteses destinadas à compreensão dos fenômenos e comprovação da hipótese formulada mediantes de experimentações repetidas. Revolução industrial: ser humano passa a creer que a ciência levaria a criação de um mundo tecnológico, livre de crenças e superstições, que levaria ao bem-estar coletivo e uma sociedade melhor. Comte: ratifica que a ciência é a expressão da evolução da humanidade e do progresso. Etapas evolutivas da humanidade: fictícia (mítica) ou teológica, metafísica ou abstrata e positiva ou científica. Deconstrução do otimismo na ciência: guerras abalam a crença nos avanços da ciência → progresso científico nos contextos bélicos e na destruição em massa, descoberta de que a ciência pode, além de construir e melhorar, destruir e piorar a vida; perigo do livre e irresponsável uso da ciência, sem limites e de seu uso como instrumento de poder → exige-se uma análise profunda do alcances e entraves provocados pela ciência e seu uso para fins econômicos, políticos e sociais. Cientificismo: apogeu com a Revolução Científica no século XVII → destaque às teorias revolucionárias de galileu Galilei, Isaac Newton, Nicolau Copérnico e Francesco Redi; princípios fundamentais: a ciência é o único saber verdadeiro (o melhor dos saberes), é capaz de responder a todas as questões teóricas e de resolver todos os problemas práticos e é legítima como é legítimo aos cientistas cuidar e dirigir os negócios humanos e sociais, pois somente eles sabem o que é verdadeiro, podem dizer o que é bom e justo; o cientificismo se enfraqueceu no século XX, quando percebeu-se que a previsibilidade do mundo humano é totalmente question;avel, uma vez que há certa regularidade no mundo natural, mas não no mundo da política, da sociedade, dos sentimentos, das relações interpessoais, do trabalho. Concepção filosófica: afirma a superioridade da ciência sobre todas as outras formas de compreensão humana da realidade (religião, filosofia metafísica...); defende que a ciência é a única forma de entendimento capaz de apresentar benefícios práticos e alcançar autêntico rigor cognitivo; é uma tendência intelectual que preconiza a adoção do método científico, tal como é aplicado às ciências naturais, em todas as áreas do saber e da cultura (filosofia, ciências humanas, artes...); a ciência possui um poder ilimitado sobre as coisas e os homens, dando-lhes o lugar que muitos costumam dar às religiões, isto é, um conjunto doutrinário de verdades atemporais, absolutas e inquestionáveis. Princípio da neutralidade da ciência: baseia-se no pressuposto de que a objetividade da ciência basta para suspender a subjetividade dos cientistas; o cientista não tem intencionalidade própria e não influi, de maneira alguma, em nenhum dos processos de construção de conhecimento cientificamente válido; o cientista é um sujeito que deve assumir uma postura nula diante de seus pré-conceitos e condicionamentos históricos para fins de produzir o melhor conhecimento possível; a objetividade científica é defendida por três teses. Tese da neutralidade temática: a ciência é neutra porque o direcionamento da pesquisa científica, isto é, a escolha dos temas e problemas a serem investigados, responde apenas ao interesse em desenvolver o conhecimento como um fim em si mesmo. Crítica: há subjetividade na opção aos temas - um cientista, por exemplo, tende a escolher uma população com problemas sanitários com mais poder econômico. Tese da neutralidade metodológica: a ciência é neutra porque procede de acordo com o método científico, segundo o qual a escolha racional entre as teorias não deve envolver, e de maneira geral não tem envolvido, valores sociais. Crítica: um cientista, ao escolher um método científico, demonstra um determinado interesse que influencia o resultado de suas pesquisas.a Tese da neutralidade factual: a ciência é neutra, pois os produto da pesquisa científica não são avaliados como bons ou ruins, a ciência sempre busca os que os fenômenos são de fato; a ciência é neutra porque não envolve juízos de valor, ela apenas descreve a realidade, sem fazer prescrições → suas proposições são puramente factuais. Crítica: muitas produções científicas desconsideram aspectos éticos e respondem à interesses políticos, econômicos, bélicos (como a produção de armas químicas). Karl Raimund Popper: crítico do positivismo lógico, dedicou-se ao pensamento do racionalismo crítico, opõe-se ao método indutivo, buscava comprovar teorias mediante a experiência decorrente da observação cuidadosa de uma série de eventos, formulou o Método Hipotético Dedutivo. Método Hipotético Dedutivo: eleição de proposições hipotéticas, que possuem certa viabilidade, para responder a um problema – ou uma lacuna – do conhecimento científico. Em seguida, passa-se aos testes de falseabilidade das hipóteses, com o objetivo de comprovar as hipóteses. Caso as hipóteses sejam refutadas, deve-se substituí-las e refazê-las. E iniciar o ciclo mais uma vez. Quer dizer, somente quando puder se comprovar as hipóteses é que se deve encerrar o método. Então, a partir dos testes, o pesquisador deve tentar demonstrar que as hipóteses não se confirmam e que apresentam falhas. Ou melhor, que não é a melhor resposta para responder ao problema de pesquisa. Falseamento: provar que a teoria do Método é científica pelo fato de ela poder ser falsa; é a tentativa honesta de contestar essas conjecturas, ou seja, provar que ela pode ser falsa (tentativas de refutação ou falseamento das hipóteses) Falsicacionismo, refutabilidade ou falseabilidade: consiste em duvidar dos pressupostos de determinada teoria, o que reside na essência da natureza científica; se for possível provar que uma teoria pode ser falsa, então ela é científica; a falseabilidade obedece o princípio de que devem serem recolhidos elementos capazes de falsificar uma teoria. Desta forma, a teoria de Popper testa o grau de confiança das teorias existentes → quanto mais uma teoria resiste aos erros, mais consistente ela é → é impossível encontrar ums verdade absoluta. Thomas Samuel Kuhn: define a ciência como construção social → ela é uma atividade histórica e social, nasce da atividade e do trabalho de uma comunidade científica que defende uma determinada visão de mundo e de métodos, não progride uniformemente, de uma forma contínua, linear, tendo, por fim, a concretização de verdades → o progresso científico é descontínuo, feito por rupturas, que transformam por completo o paradigma científico dominante; deve-se considerar o contexto no qual o cientista e a sociedade estão inseridos no momento da pesquisa científica → contextos históricos, sociólogos e psicológicos. Epistemologia de Kuhn: comporta os conceitos de paradigma, de ciência normal, de ciência extraordinária e de ciência revolucionária. Paradigma: representa um conjuntode teorias, de regras, de métodos, de formulações que são aceitas pela comunidade de cientistas; cada paradigma tem uma determinada forma de entender o homem e o mundo. Ciência moral: estado da ciência em que o paradigma tem a aceitação da comunidade científica, momento em que todos os homens veem o mundo numa mesma perspectiva científica tem um caráter de dogma. Ciência extraordinária: no período da "ciência normal", podem surgir anomalias (contradições internas: divergências de compreensão de homem e mundo) que se revelam quando os esquemas explicativos dominantes estão saturados e já não conseguem explicar o real; é o momento de crise dos dogmas e consciência das anomalias → surge um período de "ciência extraordinária", que se materializa numa "Revolução Científica". Ciência revolucionária: quando um dos novos paradigmas substitui o paradigma tradicional, adoção de uma outra de visão de mundo, homem, método; ciência evolui por etapas de "normal" para "ruptura revolucionária".
Compartilhar