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Ácaros dos dos Animais Domésticos -Classificação Taxônomica ● Filo Arthropoda ● Classe Arachnida ● Subclasse Acari ● Ordem Acariformes – Subordem Astigmata (Sarcoptiformes ) – Família Sarcoptidae >> Ácaros Escavadores » Gênero Sarcoptes » Gênero Notoedres » Gênero Cnemidocoptes – Família Psoroptidae – Ácaros Não-escavadores » Gênero Psoroptes » Gênero Chorioptes » Gênero Otodectes ● – Subordem Prostigmata (Trombidiformes) – Família Demodicidae > Ácaros Escavadores » Gênero Demodex ● Família Sarcoptidae - Ácaros Escavadores » Gênero Sarcoptes -Espécie Sarcoptes scabiei -S. scabiei var. hominis -S. scabiei var. canis S. scabiei var. bovis -S. scabiei var. ovis -S. scabiei var. caprae -S. scabiei var. suis -S. scabiei var. equi -S. scabiei var. cuniculi - coelhos -Corpo globoso, contorno arredondado (0,2 - 0,5mm) - Gnatossoma curto e largo; - Estrias transversais, espinhos curtos triangulares no dorso - 4 pares de patas curtas e cônicas , III e IV não ultrapassam o contorno do corpo -Fêmeas: ventosas nas 2 patas anteriores; extremidade caudal arredondada; -Machos: ventosas nas patas I, II e IV; extremidade caudal com saliência; - Pedicelo longo e não segmentado - distanciamento maior entre o segundo e terceiro pares; -cutícula marcada por estrias finas com cerdas finas e flexíveis e espinhos curtos e robustos; -não apresentam estigmas; - respiração é tegumentar, ou seja, ocorre através da cutícula. -ácaros pequenos com o tegumento muito fino, geralmente não apresentando escudos. -A primeira e segunda coxas são separadas da terceira e da quarta; -Alguns apresentam pré-tarso e ventosas formando carúnculas suportadas por finos pedúnculos terminais, os pedicelos. -As coxas se encontram inseridas na superfície ventral do corpo formando espessamento do exoesqueleto, sendo denominadas de epímeros ou apódemas . Tais apódemas formam um “Y” no propodossoma junto ao primeiro par de patas. -Os palpos apresentam dois segmentos e as quelíceras geralmente são em forma de pinça. -Podem apresentar sistema traqueal que se exterioriza através de áreas porosas em várias regiões do corpo. -Machos geralmente com ventosas copulatórias. -O ciclo biológico compreende as fases de ovo, larva, proto-ninfa, deuto-ninfa, trito-ninfa e adulto. No entanto a fase de deutoninfa ocorre nas espécies de vida livre, como forma de dispersão. -Patas curtas, sendo as posteriores menores que as anteriores. - ➔ Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública - Presença de pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e engrossamento da pele -Uma das características principais dessa parasitose é o prurido que aparece à noite, quando o hospedeiro vai dormir . -Nas lesões cutâneas iniciais, observam-se áreas eritematosas, pápulas foliculares e vesículas. -A maioria dos sintomas cutâneos decorre de infecções secundárias. -Há indicações de que a primeira infestação pelo ácaro não determina coceira imediata. Depois de cerca de 1 mês, aparece o prurido (coceira); o paciente tornou-se então sensível ao ácaro. -Após ter sido infestado uma vez, ao se reinfestar, a inflamação ocorre em poucas horas -Os animais acometidos apresentam coceira intensa, e as lesões costumam aparecer inicialmente na cabeça, podendo atingir todo o corpo . -Com o avançar da parasitose, há espessamento da pele (já que os ácaros estão fazendo túneis na epiderme) e perda de pelo - No cão, a sarna sarcóptica costuma se iniciar na cabeça, ao redor do focinho, dos olhos e da concha das orelhas . Quando se desconfia que um cão está atacado por sarna, sempre se deve examinar a parte inferior da margem posterior das orelhas. Nessa região, a sarna provoca grande número de pequenas saliências, do tamanho de grãos de areia, de modo que, ao apertar e passar essa região entre os dedos, tem-se uma sensação de aspereza . -O animal costuma ter muita coceira e perda de pelo -Em bovinos é rara; -geralmente, aparece na parte interna das coxas, na face inferior do pescoço e na base da cauda. -Nos humanos, a sarna sarcóptica é muito contagiosa. -A transmissão das fêmeas do ácaro ocorre principalmente por contato direto dos hospedeiros ou fômites (roupas de cama, vestuário) e quase sempre é noturna. - O ácaro localiza-se na epiderme, sob a camada córnea, frequentemente entre os dedos, nos cotovelos, axilas, mamas, escroto e coxas, podendo estender-se para todo o corpo . -Raramente aparece no rosto. -O papel patogênico não reside somente na lesão produzida pelo ácaro, mas também na contaminação secundária e nas escoriações provocadas pelo indivíduo ao se coçar - há relatos, na literatura, de infestações de Sarcoptes scabiei em gatos, mas a sarna comumente encontrada nessa espécie animal é a do gênero Notoedres -Ácaros das sarnas sarcópticas dos animais podem infestar o ser humano , porém os ácaros não escavam a pele e não se multiplicam. Ocorre apenas uma erupção papular avermelhada, com prurido que desaparece em poucas semanas -Os ácaros que causam a sarna sarcóptica dos animais domésticos são estruturalmente semelhantes à espécie que causa a escabiose humana, mas representam subespécies de S. scabiei. -padrão de distribuição tipicamente envolve as porções ventrais do abdômen, tórax e patas, a doença dissemina-se rapidamente e pode envolver todo o corpo, mas o dorso geralmente é poupado; -Com o tempo, auto-escoriações resultam em alopecia irregular localizada a disseminada e evoluem para dermatite papulocrostosa generalizada. - Hiperpigmentação e liquenificação são as lesões predominantes nos casos crônicos, em razão da automutilação constante nas áreas infectadas do corpo -anorexia, perda de peso e piodermite bacteriana secundária ➔ Habitat -Camadas superficiais da pele, a exceção da fêmea fecundada que penetra na pele -Hospedeiros: Mamíferos domésticos e o homem -Transmissão: Contato direto -Ciclo: 10 a 21 dias - Longevidade *Machos: 2 meses *Fêmeas: 3 meses ➔ Ciclo Biológico -Os ácaros são atraídos pelo odor e por estímulos térmicos do hospedeiro . -Quando uma fêmea fertilizada encontra uma área satisfatória na pele, ela cava uma galeria no extrato córneo, no qual se alimenta e deposita seus ovos. Os ovos eclodem e as larvas se movem para a superfície, onde ocorre a muda para ninfa e adulto. -A cópula ocorre na superfície ou nos túneis da pele. -Os ovos se desenvolvem até adultos em 10 a 21 dias -Durante a escavação, as fêmeas ficam aderidas no hospedeiro através de suas ventosas, sabendo-se que as fêmeas percorrem de 0,5 a 5 mm diariamente onde permanecem e não saem.-Coloca seus ovos (100 x 150 μm); elípticos ou ovóides Eclosão em 2 a 5 dias; -Cada fêmea põe dois ovos por dia, onde em temperaturas elevadas suas atividades aumentam. O período de incubação dura três dias e de cada ovo eclode uma larva hexápode (seis pernas), que permanece fazendo galerias na pele do animal. -Essa larva passa por duas etapas antes de se transformar em ninfa (protoninfa e tritoninfa), e nove dias após a eclosão surge a ninfa octópode (oito patas), e seguido dois dias, as ninfas transformam-se em adultos -Os machos saem de sua galeria e vão até a superfície atrás das fêmeas púberes, sendo que, logo após o acasalamento estes morrem. -O ciclo evolutivo do ovo da fêmea envolve de dez a quatorze dias e esses parasitos alimentam-se de queratina e líquido do tecido do cão, denominado linfa; -Como os machos morrem após o acasalamento, a sarna sarcóptica é dispersada principalmente pelas fêmeas fecundadas; -Após a fertilização pelo macho, as fêmeas produzem novos túneis -As fêmeas maduras são sempre encontradas no extremo da galeria; -Embora os ácaros da escabiose vivam em camadas superficiais da pele, o antígeno desses ácaros pode alcançar a epiderme e a derme e induzir uma resposta imune celular e humoral - Muitos cães, desenvolvem uma reação de hipersensibilidade aos antígenos de S. scabiei, sendo que a presença de 10 a 15 ácaros é suficiente para originar sinais clínicos severos num indivíduo hipersensível. -Os ácaros, seus resíduos e excrementos são os responsáveis pelas reações de hipersensibilidade que levam ao prurido; - escabiose é altamente contagiosa e transmitida principalmente por contato direto com um animal infectado . -Pode haver transmissão por fômites e pele infectada de animais por meio de contato com material de higienização ou em canis -geralmente atinge animais mais debilitados e seu período de incubação é de uma a duas semanas no cão. -Tal patogenia ocorre principalmente em cães com menos de um ano de idade, mas não se pode descartar o envolvimento de fatores imunológicos e não há predisposição sexual ou racial. - incidência maior embora discreta, nos meses de inverno. ➔ Controle -Higienização dos animais, das instalações e fômites - Tratamento de todos os animais do mesmo ambiente, incluindo àqueles sem sintomatologia de sarna sarcóptica - Cães > Isolamento e tratamento dos animais infestados; Banhos, aplicação de produtos pour-on, administração oral ou injetável de fármacos (vide carrapatos); -Bovinos > Banhos, produtos tópicos e administração oral ou injetável (vide carrapatos). -Ruminantes, Suínos e Equinos > Isolamento/Quarentena de animais adquiridos; Aplicação de solução acaricida nos animais e instalações; Tratar as fêmeas antes do parto e os filhotes; Avaliar os animais periodicamente. ➔ DIAGNÓSTICO -baseia-se na história clínica de prurido intenso em áreas normalmente acometidas, no contato com animal infectado e ao tratamento pouco responsivo com glicocorticóides; -método laboratorial de eleição para se estabelecer o diagnóstico definitivo > observação microscópica dos ácaros adultos ou dos seus ovos em amostras resultantes da raspagem cutânea superficial das lesões . -As raspagens são realizadas na direção de crescimento do pêlo, até se observar um ligeiro sangramento capilar, deve-se usar uma substância oleosa (ex. óleo mineral) na lâmina do bisturi e na pele. ➔ TRATAMENTO -banhar os cães com um xampu anti-seborréico para remover as crostas, seguido pela aplicação de um escabicida tópico, por todo o corpo, em intervalos de sete dias, durante cinco semanas; -Diversos grupos farmacológicos por via tópica são indicados para o seu tratamento e controle, como derivados de enxofre, piretróides e imidinas, e outros por via oral ou injetável, como a ivermectina e as milbemicinas. ● Família Sarcoptidae - Ácaros Escavadores » » Gênero Notoedres - Notoedres cati: gatos -N. cuniculi: coelhos -N. muris: roedores -Sarna da cabeça do gato. -sarna notoédrica (sarna felina) é uma dermatose pruriginosa e formadora de crostas nos gatos. -O ácaro pode infestar cães e causar lesões transitórias nos seres humanos em contato com os animais infestados. -muito contagiosa e geralmente é transmitida por contato direto. -O ácaro pode sobreviver fora do hospedeiro por alguns dias; - lesões são notadas na face e pavilhão das orelhas e em regiões de pele mais fina e pêlos escassos, mas podem se espalhar para outras partes do corpo. -As lesões são crostosas com alto gau de prurido (coceira), podendo levar a lesões traumáticas devido ao ato deles se coçarem com as unhas. -morfologicamente similar ao Sarcoptes scabiei (sarna canina) ; -Corpo globoso, contorno arredondado (0,1 a 0,4mm) -Gnatossoma curto e largo -Patas curtas e cônicas - Estrias concêntricas “de impressões digitais do polegar” -Sem espinhos no dorso - Ânus dorsal cercado por pequenos espinhos delicados; -Fêmeas > Estrias concêntricas interrompidas na região central por escamas arredondadas, patas I e II com pedicelo longo e ventosa terminal e patas III e IV terminando em uma cerda longa; - Machos > Patas I, II e IV com pedicelo longo e ventosa terminal e patas III terminando em uma cerda longa; ➔ Habitat -Camadas superficiais da pele (orelhas) - Hospedeiros: Gatos, outros felídeos, raramente cães -Transmissão: Contato direto -Ciclo evolutivo similar a Sarcoptes scabiei > Em seu ciclo evolutivo, passam pelas fases de ovo, larva, duas fases de ninfa, macho, fêmea imatura e fêmea adulta ou ovígera. A transformação da fêmea imatura em adulta ocorre após a fertilização. A fêmea fertilizada escava galerias na epiderme, onde se nutre de linfa; À medida que escava seu túnel, faz a postura dos ovos, que vão surgindo com 2 a 3 dias de intervalo e se sucedem durante 2 meses, ficando para trás os mais velhos; A fêmea demora cerca de 30 min para atravessar a camada córnea da pele. O trajeto das galerias pode ser reconhecido pelo aspecto irritativo e pelas excreções enegrecidas que a fêmea vai deixando . Em 5 dias, os ovos geram larvas hexápodes, que passam para a superfície da pele, onde procuram alimento e abrigo e passam por uma ecdise, surgindo as ninfas octópodes. Após nova muda de pele, surgem os machos e as fêmeas imaturas; os primeiros procuram estas últimas para a fertilização. Passados alguns dias, a fêmea imatura, já fertilizada, passa por nova ecdise, o que resulta na mudança para fêmea adulta, que procura penetrar na pele, recomeçando o ciclo. Assim, o ciclo se completa em 10 a 20 dias -Sarna notoédrica (sarna felina) é uma dermatose pruriginosa e formadora de crostas; -Nos casos típicos as lesõesaparecem primeiramente na borda medial do pavilhão auricular e em seguida se disseminam nas orelhas, face, pálpebras e pescoço. Pode difundir-se pela cauda por contato quando o gato se limpa e dorme; -coceira e formação de crostas, que se espessam, endurecem e se desenvolvem à custa de exsudações de soro e extravasamento de sangue. Eventualmente, pode se transferir para humanos -Em coelhos, ocorre prurido nos lábios e na região nasal. - Essa sarna é cefálica; inicia-se nas orelhas e depois desce pela parte ventral do pescoço, podendo estender-se às patas e à região dos órgãos genitais. -As lesões iniciais constituem-se de pequenas pápulas, que vão formando cadeias, principalmente na borda das orelhas, deformando o contorno destas; em seguida, aparecem crostas cinzento-amareladas, que provocam queda dos pelos. ➔ Controle -Higienização dos animais, das instalações e fômites - Tratamento de todos os animais do mesmo ambiente, incluindo àqueles sem sintomatologia de sarna notoédrica - Ter cautela no uso de alguns acaricidas → alguns podem ser tóxicos para felinos. ➔ diagnóstico -baseia-se no hospedeiro envolvido, no intenso prurido na localização das lesões e na rápida disseminação atingindo todos os filhotes da mesma ninhada. - A confirmação é pelo achado de ácaros em raspados de pele , o que é semelhante à sarna sarcóptica, pois um único ninho num raspado revela muitos ácaros -N. cati é geralmente muito numeroso e facilmente encontrado nas raspagens de pele ● Família Sarcoptidae - Gênero Cnemidocoptes (pronúncia: Quinemidocóptes) -C. gallinae e C. mutans: galináceos -C. jamaicensis: canários -C. pilae: periquitos -Contorno arredondado (0,2-0,4mm). -Patas curtas com formato triangular e distanciamento maior entre o 2º e 3º pares; -Não apresentam espinhos na face dorsal -Corpo estriado; -face dorsal com linhas que parecem impressões digitais - Na base dos palpos, há duas barras longitudinais, que chegam até o nível das patas - Gnatossoma mais largo do que longo - Fêmeas sem ventosas nas patas. -Epímeros do primeiro par de patas unidos, formando um U - Machos com cerdas longas e ventosas em todas as patas. -Epímeros do 1 o par de patas unidos, formando um Y - Pedicelos não segmentados - Ânus terminal com uma cerda de cada lado . Macho com ventosas; Fêmea sem ventosas; ➔ Biologia -Habitat > Camadas superficiais da pele ; - Hospedeiros: Aves domésticas; -Transmissão: Contato direto; -Ciclo evolutivo similar a Sarcoptes scabiei -Sinais > As aves têm alopecia e prurido ao redor dos olhos e bico, as patas apresentam aspecto engrossado com descamação da pele, podem apresentar hiperqueratose com deformação do bico e das patas e com isso as aves têm dificuldade de se alimentar e locomover . ➔ Controle -Higienização dos animais, das instalações e fômites -Tratamento de todos os animais do mesmo ambiente - Acaricidas em pó, spray, pour on ● Família Psoroptidae - Ácaros não-escavadores - Gênero Psoroptes - Espécie *Psoroptes ovis » P. bovis » P. caprae » P. equi » P. cuniculi -ácaros superficiais e produzem formação de crostas espessas; -Corpo ovóide -Face dorsal sem espinhos - Rostro longo e cônico -Machos com ventosas (copuladoras) adanais; - Patas longas e espessas . -O quarto par de patas nos machos é menor que o terceiro . -Tamanho 0,5 a 0,8mm - Formato oval e com linhas ondeadas na superfície corporal - Gnatossoma mais longo que largo - Fêmeas: ventosas nas patas I, II e IV -Machos: ventosas nas patas I, II e III - Machos apresentam duas ventosas copulatórias ao lado do ânus e o 4º par de patas é reduzido ; - Patas projetadas para fora do corpo - Patas: pedicelos trissegmentados e ventosas afuniladas ➔ Biologia -Habitat > Superfície da pele; -Hospedeiros: Bovinos, ovinos, caprinos, equinos e coelhos -Transmissão: Contato direto -Ciclo evolutivo > Fêmeas ovipõem 90 ovos/ciclo; 4 estádios: Ovo → larva → ninfa → adulto; Ciclo: 8 a 21 dias (média de 12); Superfície da pele sem penetração na mesma; Podem alimentar-se de descamação de pele, sangue e produzem uma reação inflamatória; ➔ Controle -Higienização dos animais, das instalações e fômites - Tratamento de todos os animais do mesmo ambiente, incluindo àqueles sem sintomatologia de sarna psoróptica - Acaricidas: banhos de aspersão ou imersão, oral ou injetável. ● Família Psoroptidae - Gênero Chorioptes - Espécie Chorioptes bovis -Semelhante ao Psoroptes sp. -Tamanho 0,3 a 0,6mm - Gnatossoma arredondado tão longo quanto largo - Fêmeas: ventosas nas patas I, II e IV -Machos: ventosas em todas as patas - Patas projetadas para fora do corpo - Patas: pedicelos curtos, simples, sem segmentação e ventosas em forma de taça ; ➔ Biologia -Habitat > Superfície da pele ; - Hospedeiros: Bovinos, ovinos, caprinos, equinos e coelhos - Transmissão: Contato direto -Ciclo evolutivo > Semelhante a Psoroptes spp. -Alimentam-se de escamas soltas e outros fragmentos cutâneos - Controle > Acaricidas: banhos de aspersão ou imersão, oral ou injetável; ● Família Psoroptidae - Gênero Otodectes » Espécie Otodectes cynotis -Hospedeiros: Cães, gatos, raposas, furões e outros carnívoros silvestres; -Tamanho de 0,3 a 0,5 mm; -Semelhante a Psoroptes spp.; - Ventosas com pedicelos curtos e simples , sem segmentação ; -Corpo ovóide; -o 4° par de patas das fêmeas é muito pequeno ; -Gnatossoma em forma de cone -Fêmeas com ventosas nas patas I e II -Epímeros convergentes - Machos com ventosas em todas as patas - Machos com ventosas copulatórias e sem tubérculos abdominais. -principais causadores de otites externas nos animais (cão e gato) > são ácaros não cavadores da pele, causando sarna não penetrante; -podem causar otite pruriginosa que pode ser complicada por infecção bacteriana e/ou fúngica. -As deutoninfas não possuem o quarto par de patas e possuem na região dorso-posterior, um par de ventosas utilizadas para se fixarem no macho adulto; -No macho adulto, aparece na região ventral um par de ventosas copuladoras perto do ânus; - As fêmeas não são diferentes dos estágios imaturos, mas o quarto par de patas reaparece; há uma vulva ventralmente e as ventosas das deutoninfas não aparecem neste estágio; Ao atingir a maturidade sexual, os pré-tarsos possuem pedicelos curtos, segmentados, no primeiro e segundo pares de patas da fêmea e em todas as patas do macho. Alémdisso, o corpo do macho é levemente bilobado posteriormente. -ácaros da orelha são altamente contagiosos e não apresentam preferência por sexo, idade e espécie do hospedeiro, de forma que todos os animais em contato devem, presumivelmente, estarem infestados. ➢ Biologia -Habitat > Ouvido externo; -Transmissão: Contato direto. -alimentam-se de células epiteliais, linfa e sangue; ➢ Controle -Afastar os animais que estão parasitados; - Tratamento de todos os animais do mesmo ambiente, incluindo àqueles sem sintomatologia de sarna otodécica - Aplicação de fármacos com ação otológica e/ou sistêmica - Tratar possíveis otites e otohematomas como consequências da sarna otodécica . ➢ Ciclo -se divide em ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto. -A fêmea do parasita coloca os ovos no canal auditivo do hospedeiro e após uma incubação de quatro dias eclodem, dando origem a larvas que possuem três pares de patas. -As larvas alimentam-se ativamente por três a dez dias e mudam para a forma de protoninfas, que possuem quatro pares de patas. -Após um período de 4 a 5 dias, as protoninfas mudam para deutoninfas. As deutoninfas possuem um par de ventosas na posição dorso-posterior. Logo após o macho emergir, ele se une por meio de sua ventosa adanal copuladora na ventosa posterior da deutoninfa e ficam unidos. Essa união é mais ou menos permanente; o macho arrasta a fêmea para onde ele for; e a união persiste por alguns dias, dependendo do estágio de desenvolvimento da deutoninfa. Algumas vezes, o adulto que emerge é uma fêmea, mas Outras vezes é outro macho adulto. O macho adulto é incapaz de determinar o sexo da ninfa. -Se um macho adulto é produzido a partir de uma deutoninfa, a união não possui significado fisiológico, mas se uma fêmea é produzida, a cópula ocorre e a fêmea torna-se portadora de ovos. A secreção que sai da vulva no momento da colocação dos ovos, se solidifica em contato com o ar, e une firmemente os ovos no substrato. -ciclo completo de ovo a ovo, dura em média três semanas. - ácaros de ouvido são prolíficos; em um curto espaço de tempo a infestação pelo ácaro pode se tornar grave; ➢ Otite externa - há uma inflamação do ambiente normal do canal auricular externo resultando em hiperplasia das glândulas ceruminosas aumento de volume e produção de cerúmen; -a epiderme e a derme espessam-se e tornam-se fibróticas; o espessamento das dobras do canal reduz a sua largura, podendo resultar em calcificação da cartilagem auricular. -Durante as fases iniciais de otite externa, o processo causador de inflamação do canal auditivo resulta em graus variados de eritema na aurícula, meato externo e no revestimento do canal. -sintomas clínicos mais comuns: eritema, edema, otohematomas e exsudação, resultando em um odor característico na lesão, passando por sinais de dor e irritação local, como inclinação e maneios de cabeça, indicação essa de prurido intenso; - aparecem pela ação de fatores primários que são capazes de iniciarem a inflamação do ouvido normal; -Dentre esses fatores podemos destacar: hipersensibilidades, atopias, corpos estranhos no interior do ouvido, distúrbio da glândula sebácea (queratinização), doenças auto-imunes e a presença do ácaro O. cynotis; -Não faz galerias no tegumento, mas se alimenta de fluidos tissulares na profundidade do canal auditivo, próximo do tímpano. -Da porção média do conduto auditivo para o tímpano, aparecem crostas; o tímpano pode mostrar-se hemorrágico. -Em virtude da intensa irritação provocada pelo ácaro, o conduto inflama e produz cerume escuro. Frequentemente, ambos os ouvidos são afetados - Em casos de parasitoses intensas, os animais mostram sinais de distúrbios nervosos, frequentemente se movendo em círculos ou sacudindo a cabeça . - O ato de coçar, muitas vezes, produz hematomas na orelha. Infecções bacterianas secundárias podem resultar em inflamações do ouvido médio e mesmo das meninges ➢ Otite Parasitária por Sarna Otodécica -O. cynotis o maior causador de otite parasitária, infectando o canal auricular externo e a pele adjacente de cães, gatos, raposas e furões, provocando intensa irritação. -sinais comuns das otoacaríases incluem irritação, prurido intenso, formação de crosta espessa marrom-avermelhada e, devido ao auto-traumatismo, infecções secundárias por bactérias ou fungos. -Cães e, principalmente, gatos, em sua maioria, abrigam este ácaro, que nos animais adultos têm uma associação quase que comensal com o hospedeiro e os sinais de irritação aparecem apenas esporadicamente com a atividade transitória dos ácaros. -a quantidade de cerúmen presente no ouvido influencia no grau de infestação pelo ácaro, quanto maior a quantidade de cerúmen, menor a quantidade de ácaro nos ouvidos. -Animais com condição corpórea ruim, quando infestados, possuem uma maior quantidade de O. cynotis, isto pode ser atribuído ao sistema imune superior dos animais com condição corpórea boa e maior resistência da pele desses animais contra a sarna. ➢ Terapêutica -objetivos gerais da terapia da otite externa por sarna otodécica são controlar ou remover os fatores primários, reduzir a inflamação, resolver infecções bacterianas ou leveduras secundárias, limpar e secar as orelhas. -geralmente obtidos mediante o uso apropriado de terapias tópicas e, às vezes, sistêmicas -Nos casos de otites por sarna otodécica, o tratamento não se restringe ao animal infectado e, sim, a todos os cães e gatos que tenham contato com o animal portador, devido à ubiquidade e alta infectividade do ácaro; -o ouvido deve ser tratado concomitantemente com o corpo inteiro, inclusive se a opção terapêutica for exclusivamente tópica. -A limpeza dos condutos auditivos e do ouvido médio pode ser necessária para a eliminação eficaz ou para o controle das causas primárias e dos fatores perpetuantes; -manter a orelha limpa e seca é importante no controle da otite externa. -O acúmulo de secreção oleosa, de cera e debris pode irritar diretamente a orelha ou conter material estranho microscópico que seja irritante. -Debris também produzem um microambiente favorável à proliferação de bactérias e leveduras e pode impedir que a medicação entre em contato com o revestimento da orelha, além de inativar os constituintes destas (p. ex.: polimixina B). Os debris também podem prejudicar significativamente a audição. -A limpeza rigorosa da orelha não deve ser tentada nas orelhas gravemente tumefatas ou proliferativas. Estas orelhas são mais bem tratadas usando-se primeiro glicocorticóides sistêmicos e/ou tópicos (em dosagens anti-inflamatórias) e antibióticos. Uma vez que os canaisestejam “abertos”, pode-se conseguir uma limpeza mais eficaz dos condutos. -limpeza da orelha em geral é realizada com o uso de ceruminolíticos tópicos e/ou um sistema de irrigação . -Os ceruminolíticos geralmente são surfactantes e detergentes, que emulsificam, amolecem e degradam os debris de cera e exsudato. Os exemplos, em ordem decrescente de potência, incluem dioctila sódica ou sulfossuccinato de cálcio, peróxido de carbamina (age como umectante pela liberação de uréia e também libera oxigênio para criar uma ação espumante), esqualeno, trietanolamina e hexametiltetracosano, propilenoglicol, glicerina e óleo mineral. -Outros ingredientes frequentemente incluídos em ceruminolíticos incluem ácidos alfa-hidróxi (p. ex.: ácidos lático, salicílico, benzóico e málico), que têm efeitos significativos na redução do pH, efeitos queratolíticos e discretos efeitos antibacterianos e antifúngicos, álcool, clorbutanol e mirisato isopropil. -Os ceruminolíticos em geral são colocados nas orelhas de cinco a 15 minutos antes do método de irrigação para facilitar a degradação dos debris. -Os ceruminolíticos podem ser irrigados com água, salina ou uma solução germicida, como clorexidina, iodo-povidona, iodo-polidrioxidina (Xenodyne) ou ácido acético. -Produtos ceruminolíticos mais moderados (frequentemente comercializados na forma de combinações limpantes/secantes; p. ex.: Epi-Otic, Oti-Cleans) podem ser utilizados por proprietários para irrigações em casa. - Ceruminolíticos e soluções para irrigação têm o potencial de ser ototóxicos e não devem ser usados em presença do tímpano perfurado. -Enche-se o ouvido com a solução e faz-se a massagem. - O cão ou gato, então, sacode e cabeça e a solução sai. Este procedimento deve ser repetido diariamente ou a cada dois dias. ● Família Demodicidae - Ácaros Escavadores » Gênero Demodex » Demodex canis (cães) » D. bovis (bovinos) » D. caprae (caprinos) » D. equi (equinos) » D. phylloides (suínos) » D. cuniculi (coelhos) -Corpo vermiforme, afilado e alongado (0,1 a 0,4mm), -parte posterior estriada transversalmente -Gnatossoma curto e largo -Cabeça fundida ao tórax (cefalotórax) - Larvas: 3 pares de patas curtas -Ninfas e Adultos: 4 pares de patas curtas localizadas no terço anterior do corpo anteriormente; ➢ Biologia -Habitat > Folículos pilosos Ocasionalmente nas glândulas sebáceas e sudoríparas; - Hospedeiros: Mamíferos domésticos e o homem - Transmissão: Não é contagiosa; -Contato tem que ser íntimo e prolongado (ex: aleitamento). -agente causador da demodicose canina e felina ; ➢ Demodicose felina -doença cutânea parasitária inflamatória causada por proliferação anormal de ácaros do gênero Demodex, que quando presentes em baixo número são considerados parte da fauna normal da pele, sendo a doença clínica mais reconhecida no cão do que no gato -considerada uma doença cutânea rara de gato -patologia de pele menos comum associada a ácaros em felinos, podendo algumas vezes ser contagiosa. -ácaros demodex são comensais da pele felina normal - identificadas duas espécies diferentes desses ácaros: Demodex gatoi e Demodex cati , estando este último geralmente associado a doenças subjacentes tais como infecções virais e doenças endócrinas como diabetes melito e hiperadrenocorticalismo, assemelhando-se bastante a infecção por Demodex canis em cães -infecções por Demodex cati também são atribuídas a animais imunossuprimidos ou em consequência da administração de tratamentos imunossupressores. -demodex cati vive nas unidades pilosebáceas, ou seja, nos folículos pilosos, glândulas e ductos sebáceos ocasionando a demodicose folicular ou localizada - o Demodex gatoi se localiza na epiderme superficial e é contagioso, causando dermatopatia pruriginosa, sendo responsável pela demodicose superficial ou generalizada -As infecções por Demodex cati são mais sérias do que as infecções causadas pelas outras espécies de Demodex -ácaros vivem e completam seu ciclo vital nos folículos capilares e glândulas sebáceas do hospedeiro e as infecções por Demodex não produzem sinais clínicos na maioria dos animais infectados. -não existe predisposição de idade, sexo nem raça aparente para que o animal venha a apresentar sintomas da doença; -siameses e birmaneses têm maior predisposição - maioria dos casos ocorre em animais idosos . -Na doença localizada: alopecia dispersa com eritema e caspa acometendo a face e a cabeça do animal especialmente as pálpebras e pele periocular, podendo ainda ocorrer como otite externa ceruminosa pruriginosa; prurido pode estar presente ou não e em alguns animais pode-se observar traumatismo auto induzido por mordeduras; Na doença generalizada estão presentes lesões como máculas multifocais variavelmente pruriginosas, com prurido variando de ausente a extremo, áreas de alopecia simétricas, assimétricas, regionais ou multifocais, hiperpigmentação, eritema e descamação, acometendo a cabeça, o pescoço, o tronco, os membros e o ventre . ➢ Ciclo evolutivo - As espécies de Demodex vivem como comensais na pele da maioria dos mamíferos, considerados excepcionais por sua seletividade em relação a determinadas áreas cutâneas, como folículos pilosos e glândulas sebáceas . -As espécies, em sua maioria, passam todo o ciclo evolutivo nos folículos ou nas glândulas, nos quais encontram-se em grandes quantidades quando instala-se o quadro dermatológico. -Os ácaros movem-se nos habitats aumentados, penetrando mais profundamente na derme que os sarcoptídeos e sendo, portanto, menos acessíveis pelos acaricidas de ação superficial -O ciclo acontece inteiramente no hospedeiro e é constituído por quatro estágios: ovo, larva, ninfa (dois estágios) e adulto. -leva entre 20 e 35 dias para se completar -ovos são fusiformes e deles eclodem pequenas larvas com três pares de patas , que mudam para forma de ninfas com quatro pares de patas e em seguida para a forma adulta. -As fêmeas adultas são comumente maiores que os machos adultos; ➢ Controle -A literatura recomenda não utilizar animais parasitados para reprodução, estudar caso a caso -Acredita-se em condições de genética, imunossupressão, alterações hormonais, raça como fatores de predisposição -Tratamento de todos os animais com sarna demodécica ou demodicose , principalmente do tipo generalizada. -Demodicose localizada > Normalmente tem recuperação sem tratamento -Demodicose generalizada > Tosar o animal ; Aplicação tópica, oral ou injetável de fármacos (vide carrapatos); ● Diagnóstico de sarnas: Raspado Cutâneo -obtida fazendo-se um raspado do material cutâneo para a obtenção de exemplares do ácaro e por meio da observação microscópica . -Sarcoptes e Notoedres : é feito por meioda coleta de material suspeito; para ácaros que penetram profundamente, como Sarcoptes e Notoedres, deve-se fazer uma dobra na pele, colocar um pouco de óleo mineral no local ou mergulhar a lâmina de bisturi (sem fio, usada, gasta) no óleo mineral e raspar sobre a prega de pele, mantendo um ângulo reto da lâmina com a pele até produzir um leve sangramento ( escarificação ). -Colocar o material entre lâmina e lamínula e olhar no microscópio óptico em aumento de 100 vezes - Cnemidocopte s: amolecer as crostas das patas ou do bico com água morna e óleo mineral. Remover as crostas soltas, macerar e olhar no microscópio entre lâmina e lamínula em 100 aumentos. Não puxar as crostas que não estiverem frouxas ou soltas, pois causam lesões - Psoroptes, Chorioptes, Otodectes, Myocoptes, Leporacarus e Chirodiscoides : deve-se coletar alguns pelos e raspar as crostas soltas. Guardar em pote bem fechado. Macerar algumas crostas com óleo mineral e colocar em uma lâmina. Pode-se clarificar com uma gota de lactofenol . Observar no microscópio entre lâmina e lamínula em aumento de 100 vezes. -Identificação das principais sarnas dos animais domésticos: 1. Primeiro passo: Identificar se a sarna é superficial ou penetrante: Todas as sarnas penetrantes têm o 1° par de patas pequeno, o qual não ultrapassa ou levemente ultrapassa o aparelho bucal; As sarnas superficiais têm patas bem longas, que ultrapassam o aparelho bucal 2. Segundo passo: identificar qual o gênero da sarna. ● Penetrantes ➔ Sarcoptidae 1. Sarcoptes: tem espinhos na face dorsal e no ânus terminal 2. Notoedres: não tem espinhos, e sim impressões digitais, e o ânus é dorsal ➔ Cnemidocoptidae 1. Cnemidocoptes: a forma mais fácil de identificá-la é pelo gnatossoma, que é mais largo do que alto; Na família Sarcoptidae, a largura e a altura do gnatossoma são proporcionais . ➔ Demodecidae 1. Demodex: além de ter patas curtas, o formato do corpo é alongado, parecendo um charutinho. ● Superficiais ➔ Psoroptidae 1. Psoroptes: no final de algumas patas de todas as sarnas, há um pedicelo e, na ponta dele, uma ventosa. Nesse gênero, o pedicelo é longo e triarticulado, característico dessa sarna 2. Otodectes: o pedicelo é curto e, no final dele, há uma grande ventosa transparente; os epímeros são convergentes 3. Chorioptes: o pedicelo é muito curto e difícil de ver; no final dele, há uma grande ventosa transparente, e os epímeros são divergentes
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