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Reino: Animalia Filo: Arthropoda Classe: Arachnida Subclasse: Acarina Ordem: Astigmata Subordem: Psoroptidia Família: Knemidocoptidae Gênero: Knemidocoptes Espécie: Knemidocoptes mutans O Knemidocoptes mutans é a causa direta de uma doença denominada “sarna podal dos galiforme” ou “ácaro escamoso das pernas”. que acomete principalmente galinhas (Galiformes) de produção, mas pode acometer também outras espécies de aves domésticas como os Passeriformes e Psitaciformes. É uma enfermidade crônica que se manifesta em aves de qualquer idade, ainda que se mostre geralmente em galinhas poedeiras, pois a evolução precisa de tempo suficiente para que se formem colônias e túneis no interior do tecido córneo e que ocorra a destruição desse tecido. Os ácaros da família Knemidocoptidae são cosmopolitas, ou seja, ocorrem no mundo todo. No Brasil a parasitose foi assinalada em São Paulo em 1935 e em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul em 1943. Determinam sarnas profundas e de repercussão grave, embora tenha evolução lenta e pouco pruriginosa, na sua forma crônica as pernas ficam deformadas e a ave aleijada, perdendo dedos ou falanges. A sarna knemidocóptica em aves tem grande importância econômica, isso porque é um ácaro que costuma acometer galinhas poedeiras de produção. A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto entre animais infectados e animais saudáveis, quando as escamas infectadas caem no chão e são pisadas pôr outros pássaros. As condições estressantes do cativeiro, associadas a um manejo inadequado contribuem para a diminuição da resistência imunológica das aves e uma consequente exacerbação da sarna knemidocóptica. Além disso, os objetos como bebedouros e comedouros e até o próprio galinheiro podem ser fontes de infestação, isso porque o parasito é capaz de sobreviver no ambiente mesmo que por pouco tempo. Não há tantos estudos que indicam a infestação de Knemidocoptes mutans por outros animais, as infestações são mais comuns em galinhas e perus. Mas infestações transitórias podem acontecer, em decorrência do contato com animais infectados e com objetos contaminados pelo parasita. As lesões características são: dermatites, crostas, deformação das escamas e presença constante e em profundidade do ácaro nas lesões. Em infestações pequenas, os sinais clínicos são mais brandos; quando a enfermidade se agrava, ocorre a deformação escamosa das patas, que ganham um aspecto esbranquiçado e esponjoso. As escamas perdem seu aspecto úmido e brilhante e ocorre a secreção de transudados profundos formando coágulos e crostas. A infecção intensa provoca prurido e inquietação, o que repercute diretamente na produção. As aves podem vir a perder o apetite e sucumbir, além disso a presença de grandes quantidades de ácaros formando crostas acabam comprometendo a locomoção da ave, a hiperqueratose nos membros acabam promovendo deformidade dos mesmos, acarretando a perda de unhas e dedos das aves. Os sintomas clínicos surgem a longo prazo, por isso, é identificada tardiamente aumentando assim as chances de disseminação da doença por todo aviário ou por todo viveiro. O ácaro do gênero Knemidocoptes é do tipo escavador, sendo atraído pelo odor e por estímulos térmicos de seus hospedeiros. As fêmeas escavam a pele de seu hospedeiro, principalmente nas pernas, pés e base do bico. O ácaro produz hiperqueratose na região dos membros, resultando em formações crostosas que podem levar ao comprometimento motor da ave, imobilidade e em casos severos ao óbito. A fêmea do Knemidocoptes escava as camadas superiores da epiderme, se alimentando do líquido que drena dos tecidos lesionados e depositando seus ovos nos túneis escavados. A inflamação decorrente das escavações dos ácaros, exsudato que se solidifica na superfície e a notável queratinização, são responsáveis pelo aspecto espessado e pele escamosa. Isso ocorre devido a fixação dos ácaros em suas galerias e a liberação de seus metabolitos derivados da excreção. Por ser uma enfermidade crônica não apresenta sinais iniciais da doença, o que promove maior proliferação do ácaro em seu hospedeiro, além de aumentar os contágios entre os animais que vivem juntos. A percepção tardia da parasitose, permite que os ácaros se multipliquem e agravem a sintomatologia da doença. • Corpo globoso • Patas curtas • Superfície dorsal com estrias e escamas irregulares arredondadas • Apódemas do primeiro par de patas em forma de “U” • Gnatossoma curto e largo • Patas relativamente curtas, sendo as posteriores menores que as anteriores • Dimorfismo sexual na distribuição das ventosas nos tarsos • Machos com ventosas e cerdas longas nos quatro pares de patas • Nas fêmeas as ventosas são ausentes • Pedicelo curto • Ânus terminal com cerdas a cada lado • Os machos medem de 200 a 400 μm e as fêmeas de 400 a 500 μm Esse é o único gênero de ácaro escavador que parasita aves domésticas, e seu ciclo biológico é muito semelhante ao do S. scabiei. 1. A fêmea fertilizada cria uma galeria ou túnel nas camadas superiores da epiderme, se alimentando de líquido que extravasa dos tecidos lesionados 2. As fêmeas são ovovivíparas, e dão origem a larvas hexápodes, que rastejam para a superfície da pele 3. Essas larvas escavam as camadas superficiais da pele e criam pequenas “bolsas de muda” 4. Nas bolsas de munda os estágios de protoninfa, tritoninfa e adultos se completam 5. O macho adulto emerge a procura de uma fêmea na superfície da pele ou em uma bolsa de muda 6. Após a fertilização, as fêmeas ou produzem novos túneis ou ampliam sua bolsa de muda 7. O ciclo de vida completo ocorre no hospedeiro e se completa em 17 a 21 dias. O diagnóstico é feito pela observação do aspecto das lesões características e são confirmados por meio da identificação microscópica do ácaro ou seus ovos em raspado de pele realizado a partir da área infestada. • Raspado de pele: coletar o raspado da borda da lesão, raspando profundamente até que ocorra sangramento, utilizando a lâmina. Na lâmina é adicionada algumas gotas de um clarificador, deixando em repouso de 5 a 10 minutos, logo depois pode-se examinar em microscópio com aumento de 10 a 40x; • Exame da fita gomada: a fita é aderida sob as crostas presente nos animais, as formas ficam presas na fita, dessa forma é possível analisar os ácaros no microscópio num aumento de 10 a 40x. Para o tratamento é sugerido o uso tópico de produtos à base de carbonato e sulfureto de potássio associados ao benzoato de benzila. Por serem substâncias potencialmente tóxicas, recomenda-se a administração associada de uma camada de óleo mineral na região das lesões. Alguns estudos apontam que aplicações por via oral, subcutânea ou pour on de Ivermectina costumam ser eficazes. Além disso a utilização de terapia de aerossol a base de melathion (95% solução), associado com sulfóxido de dimetilo 9% e tilosina 20%, pode haver a cura clínica do animal. É importante que ocorra o tratamento dos animais parasitados e de todos aqueles que tiverem contanto mas que não apresentam sintomas, além disso faz- se necessário a adoção de medidas preventivas contra a infestação pelo ácaro • Por meio do controle químico, com uso de inseticidas e acaricidas, que podem ser administrados por pulverização do local e das aves • Desinsetização setorial e nebulização, sempre levando em consideração produtos de origem comprovada e respeitando as dosagens recomendadas, com 3 repetições em intervalos de uma semana cada • Limpeza diária dos recintos e comedouros • Oferecimento de alimentação de qualidade • Quarentena para as aves recém adquiridas • Bom enriquecimento ambiental, a fim de minimizar o estresse do cativeiro Condições de baixa umidade, calor intenso e luz solar direta são fatores que reduzem significativamente a sobrevivendo do ácaro no ambiente.• SANTOS, Helton F., LOVATO, Maristela. Doenças das aves. Publicação independente, 2018 • JÚNIOR, Angelo Berchieri et. al. Doenças das aves. 2º edição. Facta, 2015 • LEITE, Karine Lane da Nóbrega; BATISTA, Leonardo Paixão; PORTO, Mirna Ribeiro. Sarna Knemidokoptes spp. Em Ouriço Pigmeu Africano albino: aspecto clínico, epidemiológico e terapêutico. Disponível em:< http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/docu mentos/artigos/c7a749e4ebb6e5c30746fcff93b952be.pdf>. Acesso em: 16 de out. de 2020 • SOARES, L. A. et al. Sarna Knemidocoptes Mutans em Aves Galliformes no Sertão Paraibano. MV&Z – Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia. São Paulo, 2015 • TAYLOR, M. A; COOP, R. L; WALL, R. L. Parasitologia Veterinária. 4ª edição. Guanabara Koogan, 2017 • PÉREZ, Martínez et al. El Ácaro de las patas escamosas (Knemidocoptes mutans). Disponível em:< https://seleccionesavicolas.com/pdf- files/2008/8/4078-el-acaro-de-las-5-patas-escamosas-knemidocoptes- mutans.pdf>. Acesso em: 16 de out. de 2020 http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/artigos/c7a749e4ebb6e5c30746fcff93b952be.pdf http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/artigos/c7a749e4ebb6e5c30746fcff93b952be.pdf https://seleccionesavicolas.com/pdf-files/2008/8/4078-el-acaro-de-las-5-patas-escamosas-knemidocoptes-mutans.pdf https://seleccionesavicolas.com/pdf-files/2008/8/4078-el-acaro-de-las-5-patas-escamosas-knemidocoptes-mutans.pdf https://seleccionesavicolas.com/pdf-files/2008/8/4078-el-acaro-de-las-5-patas-escamosas-knemidocoptes-mutans.pdf
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