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Ecologia Geral

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE 
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA 
Manual de Licenciatura em Ensino de Biologia 
Ecologia Geral- B0036 
 
Introdução à Ecologia Geral 
 
Universidade Católica de Moçambique (UCM) 
Centro de Ensino à Distância (CED) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este Manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à 
Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou 
reprodução deste manual, no seu todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por 
quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravações, fotocópias ou outros), sem 
permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de Moçambique – Centro 
de Ensino à Distância). O não cuprimento desta Advertência é possível a processo judicial. 
 
 
Elaborado por: dr. Mauane Manuel 
Licenciado em Ensino de Biologia pela Universidade Pedagógica – Delegação da Beira. 
Coordenador e docente na área de Biologia no Centro de Ensino à Distância pela 
Universidade Católica de Moçambique (UCM). 
Formado em Educação à Distância pela Universidade Livre de Amesterdão (Holanda) e 
cooperação com o SAIDE e SLO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino à Distância -CED 
Rua Correia de Brito Nº 613-Ponta-Gêa 
 
Moçambique – Beira 
Telefone 23326405 
 
 
Cel: 825018440 
 
Fax: 23326406 
E-mail:ced@ucm.ac.mz 
Website: www.ucm.ac.mz 
 
 
Agradecimentos 
A Universidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância e o autor do 
presente manual, dr.Mauane Manuel, agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e 
Instituições na elaboração deste manual. 
Pela contribuição de desenho do plano 
temático 
dr.Inácio Vurande, docente da 
Universidade Pedagógica (UP) - Beira 
Pela contribuição pela maquetização e 
censura dos conteúdos 
dr. Osório João Bacar e dr.Carlos 
Penicela, docentes na UniZambeze e 
Universidade Católica de Moçambique, 
(UCM-CED) respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 i 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Índice 
Ecologia Geral- B0036 1 
Visão geral 1 
Bem-vindo a Ecologia Geral Introdução à Ecologia Geral ............................................... 1 
Unidade n°.01-B0036 9 
Tema: História da Ecologia ............................................................................................ 9 
Unidade n°.02-B0036 19 
Tema: Inteirações entre organismos e factores ambientais. ........................................ 19 
Unidade n°.03-B0036 41 
Tema: Interações entre os organismos ........................................................................ 41 
Unidade n°.04-B0036 67 
Tema: Transferência de Energia no Ecossistema .......................................................... 67 
2a parte do Módulo (2as sessões presencias). 74 
Unidade n°.05-B0036 74 
Tema: A produtividade dos ecossistemas. ................................................................... 74 
Unidade n°.06-B0036 80 
Tema: ciclos biogequímicos ......................................................................................... 80 
Unidade n°.07-B0036 107 
Tema: Sistemas Ecológicos da Biosfera ...................................................................... 107 
Unidade n°.08-B0036 114 
Tema: Limnociclo ou água doce ................................................................................. 114 
3ª parte do módulo,3ªs sessões presenciais. 118 
Unidade n°.09-B0036 118 
ii , Introdução à Ecologia Geral 
 
Tema: Epinocicle ....................................................................................................... 118 
Unidade n°.10-B003 145 
Tema: Problemas ambientais e acção antropogenica ................................................ 145 
Unidade n°.11-B0036 173 
Tema: População ....................................................................................................... 173 
 
 1 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Visão geral 
Bem-vindo a Ecologia Geral 
Introdução à Ecologia Geral 
Caro estudante, a Ecologia Geral é uma ciência de ramo da 
Biologia que estuda a interação entre os seres vivos e o meio 
ambiente. Ele oferece um conhecimento sobre a 
interdependência entre os seres vivos e também estuda a 
importância da mesma para o Homem. Um facto importante é 
que a natureza depende do Homem, mas também o Homem 
depende completamente da natureza. Por isso que cada país 
tem ecologistas a estudar todos os aspectos do ambiente. 
Nesta cadeira serão discutidos os seguintes aspectos: História 
da Ecologia, Interação entre os seres vivos, Transferência de 
energia, ciclo Bio geoquímico e sistema ecológico da Biosfera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Objectivos do curso 
Quando terminar o estudo de Ecologia Geral, o estudante deve 
ser capaz de: 
 
Objectivos 
 Compreender as interações dos seres vivos com o 
meio em que vivem; 
 Interpretar enorme biodiversidade existente na terra e 
sua regulação apoiando-se muitas vezes na teoria evolutiva; 
 Conhecer a biodiversidade animal e vegetal; 
 Interpretar modelos de dinâmica e de interações 
populacionais; 
 Interpretar fenómenos e processos ecológicos 
provenientes da população humana na sua interação 
ecossistemática com o meio. 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que estão a 
frequentar o 3º ano no curso de Licenciatura em Biologia e 
para aqueles que querem consolidar os seus conhecimentos 
com vista a melhorar o trabalho de docência na sala de aulas. 
 3 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Como está estruturado este módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos pela universidade 
Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância (UCM-
CED) encontram-se estruturados da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo 
os aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o 
estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com 
atenção antes de começar o seu estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá 
uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da 
unidade incluindo actividades de aprendizagem, um sumario 
da unidade e uma ou mais actividades para autoavaliação. 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, 
apresentamos uma lista de recursos adicionais para você 
explorar. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites na 
Internet. 
Tarefas de avaliação e/ou Autoavaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas 
individuais para desenvolver as tarefas, assim como instruções 
para as completar. Estes elementos encontram-se no final do 
modulo. 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer 
comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. 
Os seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e 
melhorar este curso / módulo. 
 
4
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou 
tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones 
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, 
conhecidos por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo 
Ashante de África Ocidental, datam do século 17 e ainda se 
usam hoje em dia. 
Habilidades de estudo 
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões 
nomeadamente: O lado social, profissional e estudante, daí ser 
importanteplanificar muito bem o seu tempo. 
Procure reservar no máximo 2 (duas) horas de estudo por dia e 
use ao máximo o tempo disponível nos finais de semana. 
Lembre-se que é necessário elaborar um plano de estudo 
individual, que inclui, a d, o dia, a hora, o que estudar, como 
estudar e com que estudar (sozinho, com colegas, outros). 
Evite estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não 
produz bons resultados, use métodos mais activos, procure 
desenvolver as suas compêtencia mediante a resolução de 
problemas específicos, estudos de casos, reflexões etc. 
Os manuais contêm muitas informações, algumas chaves e 
outra complementares, daí ser importante saber filtrar e 
apresentar a informação mais relevante. Use estas informações 
para a resolução dos exercícios, problemas e desenvolvimentos 
de actividades. 
A tomada de nota desempenha um papel muito importante. 
 5 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração do 
plano de desenvolvimento pessoal (PDP) onde você reflecte os 
seus pontos fracos e fortes e perspectivas o seu 
desenvolvimento. 
Lembre-se que o seu sucesso depende da sua entrega, você é o 
responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a si 
planificar, organizar gerir, controlar o seu próprio progresso. 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza de que por uma outra situação, o 
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza, 
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta 
de clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via 
telefone escreva uma carta participando a situação e se estiver 
próximo do tutor contacte- o pessoalmente. 
Os tutores têm obrigação, monitorar a sua aprendizagem, daí o 
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o 
tutor usando para o efeito um dos mecanismos apresentados acima. 
Todos os tutores têm obrigação de facilitar a interação, em caso de 
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, 
numa fase posterior contacte o coordenador do curso e se o 
problema for de natureza geral, contacte a Direcção do CED, pelo 
número 825018440. 
Os contactos só se podem efectuar nos dias úteis e nas horas 
normais de trabalho de expediente. 
As sessões presenciais são um momento em que você, caro 
estudante, tem a oportunidade de você interagir com todo o staff do 
CED. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar de questões 
Administrativas e entre outras. 
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, 
busque apoio com os colegas discutam juntos, apoiem-se 
mutuamente, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza 
de uma forma independente o seu próprio saber e desenvolva as 
suas competências. 
Juntos na Educação à Distancia, vencendo a distância 
6
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 
Tarefas (avaliação e 
autoavaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, 
actividades e autoavaliação), contudo nem todas as tarefas 
deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. 
As tarefas devem ser entregues antes de período presencial. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o 
não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não 
classificação do estudante. Os trabalhos devem ser entregues 
ao CED e os mesmos devem ser dirigidos aos tutores/ 
docentes. 
 Podem ser utilizados diferentes fontes e matérias de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio deve ser evitado, transcrição fiel de mais de 8 palavras 
de um autor, sem o citar é confederado plágio. A honestidade, 
humildade científica e o respeito pelos direitos do autor devem 
marcar a realização dos trabalhos. 
Avaliação 
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o 
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada 
com base no Regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por si desenvolvidos, durante o estudo 
individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência 
da cadeira. 
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem 
para os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões 
presencias, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da 
média de frequência, determinam a nota final com a qual o 
estudante conclui a cadeira. 
 7 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira, o estudante deverá realizar 2 (dois) trabalhos, 1 
(um) teste e 1 (exame). 
Não estarão previstas quaisquer avaliações orais. 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexão serão 
utilizadas como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter 
consideração: a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificado, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a indicação das referências utilizadas, o 
respeito pelo direito do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no 
manual. 
Consulte-os. Alguns feedbacks imediatos estão apresentados 
no manual 
 9 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Unidade n°.01-B0036 
Tema: História da Ecologia 
Introdução 
Caro estudante, nesta unidade é convidado a uma discussão a 
volta da história ou do surgimento da Ecologia.Vai abordar dos 
primeiros pensadores nesta área e a importâcia da disciplina. 
Vai se falar também nesta unidade falar da origem da plavra 
Ecologia e quando começou a ser divulgada como Ciência. 
Ecologia: Palavra de origem grega “oikos”, que significa casa e 
“logos” que 
significa estudo, ou seja: Ecologia é o estudo da casa, do ambiente. 
Aqui a significado da palavra casa seria - o local onde os seres 
vivem. 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspe 
os%20gerais%20da%20Ecologia%20aula1.pdf. 
 
 
 
A definição mais aceita para Ecologia é: Estudo das condições de 
existência dos seres vivos e as interações, de qualquer natureza, 
existente entre esses seres vivos e o seu meio. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 Definir o conceito Ecologia 
 Conhecer a evolução da história da Ecologia Geral 
 Conhecer os cientistas que contribuíram para o 
surgimento da Ecologia 
 Saber a importância da Ecologia 
10
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 
 
 
 “oikos” significa casa ou ambiente 
 “lógia” significa estudos ou Ciência 
 
1. História da Ecologia 
O Homem sempre se interessou pela Ecologia, de uma forma 
prática desde os primeiros tempos da sua história. Na 
sociedade primitiva, cada indivíduo para sobreviver, precisaria 
de ter conhecimento concreto sobre o ambiente, isto é, das 
forças da natureza, das plantas e dos animais que o rodeavam. 
A civilização começou, de facto, quando o homem aprendeu 
servir-se do fogo e de outros instrumentos para modificar o seu 
ambiente. Esta modificação foi influenciando a vida do Homem 
ao longo dos tempos do primitivo para cá. As consequências 
das queimadas, poluição, da industrialização, da agricultura, da 
pesca, da guerra e todos outros actos do Homem sobre a 
Natureza foram criando as tais modificações. 
A palavra ecologia deriva do grupo “oikos” que significa casa ou 
mais em geral ambiente e “lógia” significa estudos ou Ciência. 
Neste caso a Ecologia é uma Ciência que estuda as relações 
existentes entre os seres vivos e o seu meio ambiente. 
 11 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Começa com as obras de Hipócrates, Aristóteles e outros 
filósofos da cultura grega contêm matéria da natureza 
claramente Ecológica. Sem dúvidas os gregos não tiveram uma 
palavra própria para a designar.A palavra “ecologia” é de 
aquisição recente e foi proposta pela primeira vez pelo biólogo 
Alemão Ernest Heackel em 1869. Antes disso muitos dos 
homens do renascimento biólogo do sec XVIII e XIX tinham 
contribuído para o tema embora designação de “ecologia” não 
fosse ainda utilizada. Por exemplo, AntonVan Leeuwenhoek 
mais conhecido como pioneiro da microscopia dos princípios 
dos anos 70, foi também pioneiro de estudo das “ cadeias 
alimentares” e da regulação da população, duas áreas 
importantes da Ecologia moderna. 
Como um domínio específico aceite da Biologia, a ciência surge 
por volta de 1900, passando a fazer parte do vocabulário geral 
apenas no século passado. 
Hoje toda a gente está ciente que as ciências do ambiente 
constituem um instrumento indispensável para manter e criar 
a civilização humana. Em consequência, a ecologia está 
tornando rapidamente um ramo da ciência mais importante 
para a vida quotidiano de todo o homem, mulher e criança. 
1.2 Divisão da Ecologia 
A Ecologia divide-se em três grupos: 
 Auto ecologia, Sineeocologia e Demoecologia. 
 a) Autoecologia- trata do estudo do organismo individual ou 
de uma dada espécie geralmente destacam-se as biologias e o 
comportamento como meios de adaptação ao meio ambiente, 
12
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
representa o organismo ou indivíduo com o ambiente, (um 
indivíduo com o seu ambiente). 
b) Sinecologia – Trata de grupos de organismos que se 
encontram associados uns aos outros formando uma unidade, 
relações entre as populações com o meio ambiente. 
c) Demoecologia – relação entre indíviduo de uma população 
com o meio ambiente. 
Para além da divisão já referida acima a ecologia devide ainda 
em - Ecologia animal: que trata da vida dos animais; 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%20
da%20Ecologia%20aula1.pdf 
Ecologia vegetal, trata das plantas ou vegetais 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%20da%2
0Ecologia%20aula1.pdf 
 
 13 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 
Ecologia geral, dos demais temas, incluindo a vida do ser humano 
e sua 
relação com o meio. 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%20da%
20Ecologia%20aula1.pdf 
 
Melhor que a classificação acima, a ecologia pode ser dividida 
pelos três níveis 
de Biosfera: 
 
 
 
 
Mar – Ecologia Marinha 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%20da%2
0Ecologia%20aula1.pdf 
14
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 
 
 
 
Terrestre – Ecologia Terrestre 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%20da%2
0Ecologia%20aula1.pdf 
 
Água doce – Ecologia Límnica 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%
20da%20Ecologia%20aula1.pdf 
 
 15 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Ao longo deste módulo, o estudo vai estar em volta destes 
três níveis da Bioesfera. Irão ser abordadadas as relações entre 
os seres vivos, e dos seres vivos com e o meio ambiente em que 
eles vivem. Conhecer as displinas relacionadas com a Ecologia 
é importante para compreender e interpreitar os fenómenos que 
decorrem na natureza ligadaos a ecologia. 
1.3 Interdisciplinaridade da ecologia 
 Agrupa Ciências Naturais e Sociais, ela estuda a natureza como 
um todo, abordagem unitaria é que faz dela, uma matéria mais 
vasta. O teu tema Central é a interdependência dos seres vivos. 
Assim fazem parte da Ecologia as seguintes disciplinas: Física, 
Antropologia Evolução, Genética, Historia, política, Química 
Tecnologia, Economia, Microbiologia Humana, Sociologia, 
Geografia, Zoologia e etc. 
Sumário 
Ecologia é uma Ciência que estuda as relações existentes entre os 
seres vivos e o seu meio ambiente. Foi o cientista alemão Ernesto 
Haverdes, em 1869, quem primeiro usou este termo para 
designar a parte da Biologia que estuda as relações entre os 
seres vivos e o ambiente em que vivem, além da distribuição e 
abundância dos seres vivos no planeta. Como um domínio 
específico aceite da Biologia, ciência surge por volta de 1900, 
passando a fazer parte do vocabulário geral apenas no século passado. 
Hoje toda a gente está ciente que as ciências do ambiente constituem 
um instrumento indispensável para manter e criar a civilização humana. 
Em consequência, a ecologia está tornando rapidamente um ramo da 
ciência mais importante para a vida quotidiano de todo o homem, 
mulher e criança. 
16
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 
 Alemão, Ernst Haeckel (1834-1919), o cientista quem propôs a palavra Ecologia , a 
Ciência que estuda as relações entre organismos. 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%
20da%20Ecologia%20aula1.pdf 
 
 
 17 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Exercícios 
Sobre a evolução da História da Ecologia: 
1. Definir o conceito Ecologia 
2. Fale em poucas palavras da História da Ecologia, como que ela 
surge. 
3. Comente sobre a importância de estudo da Ecologia. 
4. Quais as sub divisões da Ecologia? 
5. Fale da interdisciplinaridade da Ecologia, quais as outras 
ciências que se interliga a ela e porque? 
NB: Resolver e entregar todos os exercícios. 
 
 
 
Autoavaliação 
Qual é o objecto de estudo da ecologia 
 
O objecto do da Ecologia é de estudar as relações entre os animais e o 
meio ambiente em que vivem. 
Quem é o cientista que chamou Ecologia como ciência pela primeira 
vez? 
O cientista que chamou Ecologia pela primeira vez foi o Alemão 
Ernest Heackel em 1869. 
 19 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Unidade n°.02-B0036 
Tema: Inteirações entre 
organismos e factores 
ambientais. 
Introdução 
Nesta unidade iremos falar dos factores ambientais que 
influenciam os seres vivos. Iremos também tratar dos factores 
bióticos e abióticos. 
Iremos aprofundar sobre como os factores bióticos e abióticos 
influenciam nas plantas e nos animais, é claro que eles também 
influem no ecossistema, ecossistema este que o conjunto dos 
organismos e ambiente. 
Por exemplo num terreno de pastagem onde há queimadas 
existem plantas e animais diferentes de um terreno natural 
como uma floresta. A pastagem e as queimadas limitam a 
vegetação e por isso as árvores e os arbustos das pastagens são 
resistente ao fogo e o capim e as ervas são resistente ao sol 
forte. Ao contrário, na floresta existem muitas árvores com 
folhas grandes e o capim e as ervas que têm folhas frágeis 
porque as árvores garantem uma protecção contra o sol forte e 
garante também uma humidade elevada 
 
20
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Os Factores ambientais são elementos que podem influenciar 
os organismos de uma forma de recta ou indirecta e que 
podem ser divido em dois (2) grupos: Abióticos e Bióticos. 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 Identificar os factores abióticos e bióticos; 
 Explicar a lei do mínimo; 
 Conhecer o conceito tolerância; 
 
2. Interações entre organismos e factores ambientais 
2.1 Lei do Mínimo e noção de factores limitantes 
2.1.1 Factores ambientais 
Os factores ambientais podem ser divididos em dois grupos 
que são factores ambientais abióticos e bióticos . 
a) Fatores abióticos: 
Os factores abiótico são aqueles que influenciam os seres vivos 
(seres que não tem vida.). 
Dentro de ecossistema, cada organismo depende dos factores 
abióticos ( seres sem vida), por sua vez pode se dividir em 
factores físicos e factores químicos. 
1 Factoresfísicos são como por exemplo, o sol o tipo de 
estrutura do solo a chuva, a nuvem, o vento, a temperatura (o 
clima). 
 21 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
2 Factores Químicos são como por exemplo a quantidade 
de H2O, CO2, O2 e sais minerais no solo e no ar. 
As plantas no ecossistema, quer as culturas como mandioca e 
milho, quer as ervas daninhas, depende do sol, dióxido e da 
água a fim de realizar a fotossíntese. É através de fotossíntese 
que o ecossistema produz substancia orgânicas que contém a 
energia química que entra no ecossistema na forma de luz 
solar. 
Para a síntese de lipidos e proteínas as plantas verdes precisam 
também de sais minerais. É por isso que os camponeses devem 
por adubo na machamba. 
b) Factores bióticos 
Os factores bióticos são relações entre os seres vivos. Como 
por exemplo a competição entre as plantas, relação de 
predatismo, parasitismo, etc. 
2.1.2 Tolerância 
Todos factores que actuam directamente no organismo e 
possuem certas limitações. Dentro destas limitações o 
organismo pode crescer e reproduzir e esta capacidade é 
conhecida por Tolerância. 
Neste caso, Tolerância é reacção do organismo na sua 
variabilidade. 
“Lei” da tolerância de Shelford. 
A existência e o sucesso de um organismo depende do integral 
de complexo de condições. 
22
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
A ausência ou insucesso de organismo poder ser provocado 
pela dificiencia ou excesso qualitativo ou quantitativo 
relativamente a qualquer dos diversos factores que aproximam 
os limites de tolerância para esse organismo. 
Ora vejamos 
Não apenas a exiguidade de qualquer coisa pode constituir 
factor limitante como propôs Liebig, mas também o excesso, 
como no caso de factores como calor, luz, água, eteríssima os 
organismos têm um máximo e um mínimo ecológico, que 
representa os limites de tolerância, entre ambos. 
Alguns autores subsidiariam a “lei” da tolerância enunciando 
da forma seguinte: 
1) Os organismos podem, ter uma amplitude larga de 
tolerância um factor e uma amplitude para outro. 
2) Os organismos com amplitudes largas de tolerância para 
todos os factores são aqueles que têm mais possibilidades de 
se encontrarem mais amplamente distribuídos. 
3) Verifica-se com frequência que os organismos não vivem 
na natureza efectivamente nos níveis óptimos em relação a um 
dado factor físico particular. Em tais casos verifica-se que outro 
factor ou outros factores tem maior importância. Exemplo de 
algumas orquídeas tropicais desenvolve-se bem em plena luz 
do sol do que a sombra com condição de manter fresca, na 
natureza crescem, porém apenas na sombra uma vez que não 
podem a tolerar a luz do sol directa. 
O período de reprodução é usualmente um período crítico 
durante o qual é mais provável que os factores do ambiente 
sejam imitantes. Os limetes de tolerância são usualmente mais 
estreitos para as fases reprodutivas, semente, ovos embriões e 
 23 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
larvas, do para as plantas e nos animais adultos nas fases 
somáticas. 
2.1.3 Potência 
Potencia é forma específica com que o organismo reage sob 
diferentes factores (capacidade de reacção). Significa que cada 
organismo reage de uma forma um pouco diferente dos outros 
condicionado por vários factores: idade, sexo, estado 
fisicamente. 
Existem três tipos de esteno potência: oligo-estenopotencia , 
Mesoestenopotencia e poli-estenoponcia. 
a) oligo estenopotencia- é uma intensuidade baixa de um 
factor, isto é, o organismo reage com uma intensidade baixa de 
um factor. 
Exemplo de oligo- estenopotencia do factor temperatura 
 
Clamydomona nivalis ---------0 oC ----40 oC ----optimo 
crescimento 
b) Meso-esteno potenciar o organismo reage com baixa e 
altas intensidades ou melhor reage com uma intensidade 
normal (óptima) de um factor. 
Exemplo de meso estenopotencia do factor temperatura. 
Tritucum sativum (trigo)----18oC---20oC---Óptima colheita. 
(péssima ) 13oC 27 oC (Péssima) 
 
24
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
c) Poli-estenopotencia –o organismo reage com uma 
intensidade alta de um factor. 
Exemplo de poli-estenopotencia do factor temperatura 
Synechococcus spec------------65C-------75C ----óptimo 
crescimento. 
 
“Lei“ do mínimo de Justus Von Liebig (1840) 
Para ocorrer e prosperar numa dada situação, um organismo 
precisa de contar com materiais essenciais ao seu crescimento 
e a sua reprodução. Estes requisitos básicos variam com a 
espécie e a situação. Em condições em “estado constantes ou 
de equilíbrio, o material essencial disponível em quantidade 
que mais se aproxime do mínimo crítico indispensável tende a 
ser o material limitante. Esta “lei” do mínimo é menos aplicável 
sob condições de “estado transitório” quando os quantitativos 
e se os efeitos de muitos constituintes se alteram rapidamente. 
A ideia de que um organismo não é mais forte que o elo mais 
fraco da sua cadeia ecológico de requisito foi expressa 
claramente pela primeira vez por Justus Leibig em 1840. Liebig 
foi o pioneiro no estudo do efeito dos vários factores no 
crescimento das plantas.Verificou, tal como fazem hoje os 
agricultores, que a produção das culturas era com frequência 
limitada não por nutriente necessários em quantidades, como 
o dióxido de carbono e água, uma vez estes encontram-se em 
abundante na natureza, mas por alguma matéria prima como o 
boro por exemplo necessários em quantidades pequenas 
embora muito escassas no solo. O seu enunciado de que” o 
crescimento de uma planta depende da quantidade da matéria 
 25 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
alimentar que lhe é facultada em quantidades mínimas “ 
passou a ser conhecido por “lei” do mínimo de Liebig. Outros 
autores ampliaram o enunciado incluindo para além de 
nutrientes outros factores como temperatura e o elemento 
tempo. 
A lei do mínimo não é mais que um aspecto de factores 
limitantes o qual, de sua parte, não é mais de que um control 
dos organismos pelo ambiente. 
2.2. Factores ambientais primários ou ecológicos 
2.2.1. Calor. 
Calor é uma forma de energia que não sofre transformações em 
muitas outras formas de energia. 
A energia radiante distribuída na Biosfera não é a mesma para 
todos os pontos. A forma de terra e sua posição em relação ao 
sistema solar afectam a distribuição de radiação solar na 
superfície do nosso planeta, lugares diferentes recebem 
quantidades diferentes de radiação. 
Para uma superfície activa a energia necessária é de 4,2J. 
cm2 ; .min-1 
significa que a temperatura influi directa ou indirectamente a 
todos os processos do organismo. 
Ao longo de um ano, as regiões próximas do equador recebem 
mais energia, as regiões polares recebem menos. 
 Isto ocorre devido a dois factores; 
a) Espessura de camada atmosférica: 
26
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Parte da energia solar é absorvida ao atravessar a atmosfera e 
quando maior for a espessura da camada atmosférica, maior é a 
quantidade de energia absorvida. 
Os raios que incidem verticalmente na superfície terrestre 
atravessam menos atmosfera que os demais e por isso, as partes 
da terra onde a luz incide verticalmente recebem mais energia. 
b)Ângulo de incidência da radiação solar. 
A radiação solar que não incide verticalmente na superfície 
terrestre sofre dispersão. 
Uma lanterna pode ser usada para mostrar isso. Quando sua luz 
incide verticalmente sobre uma superfície, vemos um círculo 
brilhante. 
Se inclinarmos a lanterna, vemos uma superfície oval e 
ligeiramente mais opaca, isto porque a luz se dispersou em uma 
área maior 
 A medida que a terragira ao redor do sol a inclinação do 
seu eixo provoca insolação diferente conforme a latitude. 
 Isto significa que ao meio-dia 21de Junho, a radiação solar 
incide verticalmente na superfície terrestre até um ângulo de 
23º 27º, ao norte do equador (ao longo do trópico de Câncer) e 
a 21 de Dezembro incide em um ângulo de 23º 27º, ao sul do 
equador (ao longo do trópico de Capricórnio). 
 O sol nunca está incidindo verticalmente em nenhum 
ponto ao norte ou ao sul dessas latitudes; nos pólos nunca está a 
mais de 23º 27, acima do horizonte. 
 27 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 Assim, a radiação solar recebida pela terra é maior 
entre os trópicos e decresce rapidamente em direcção aos pólos. 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%20da%20E
cologia%20aula1.pdf 
A posição da Terra em relação ao Sol influi na intensidade de 
radiação que chega à Terra. 
 
2.2.2. Luz 
 A Luz está na base do aparecimento da vida à superfície 
terrestre mesmo que, alguns casos indirectamente. 
 No entanto, há seres vivos com maior ou menor 
dependência de luz. É o caso de algumas plantas, como as 
árvores o girassol, etc. que necessitam de muita luminosidade – 
plantas de sol ou heliófilas. 
 Outros seres, como fetos, preferem locais mais sombrios – 
são plantas de sombra ou esquiófilas. 
 Este é um dos aspectos de luz que é a sua duração que 
pode ser um dador do tempo (Zeitgeber). 
 Zeitgeber – dador ou orientador do tempo. 
28
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 Esta duração da luz favorece o crescimento, o 
desenvolvimento, a diferenciação e a orientação dos 
organismos. 
2.2.3. Agua 
A água é um bem essencial sem o qual a vida é impossível. 
Apresenta-se na natureza nos estados sólidos, líquidos, e 
gasoso, e é mobilizada através de um ciclo hidrológico contínuo. 
 Neste caso, os organismos terrestres reagem com base a 
estas relações das águas (Humidade, gelo, vapor). 
 Os oceanos são a principal fonte de vapor de água para o 
meio terrestre e é trazido para a terra pelo ar circulante. 
 Por isso, compreender a circulação do ar atmosférico é 
muito importante para compreender também as condições de 
temperatura e humidade da terra, e estas, por sua vez, são os 
dois factores mais importantes para se entender a distribuição 
dos organismos. 
 A água aquecida evapora-se mais depressa do que a água 
fria. O ar aquecido contém mais vapor de que água do que o ar 
frio. 
 Assim, o ar quando passa sobre águas oceânicas aquecidas, 
absorve muito vapor de água e quando o ar esfria, o vapor de 
água cai como chuva ou neve. 
 A precipitação pode ocorrer quando o ar passa de uma área 
oceânica aquecida para uma área terrestre mais fria e o vapor de 
água pode precipitar-se ao encontrar massa de ar mais fria. 
 29 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 Um exemplo disso, são as penetrações da massa 
equatorial continental, no verão provocam fortes aguaceiros, 
principalmente no sul do Brasil. 
a) Corrente de ar planetário “El Nino” 
El Nino – Oscilação sul, constitui um fenómeno de dois 
componentes: uma da Natureza oceânica, no caso do El Nino, e 
outra de Natureza atmosférica, representada pela Oscilação Sul. 
A denominação El Nino remota ao séc. XVIII e foi utilizado pela 
1ª vês por pescadores peruanos para designar uma corrente de 
água quente que surgiu no oceano Pacifico na Costa de América 
do sul, no final do mês de Dezembro. 
Em alusão ao natal e ao “ Menino Jesus”, essa corrente de água 
quente foi chamada de El Nino, expressão Espanhola que 
significa “Menino”. 
Para aqueles pescadores o El Nino indicava o final de estação de 
pesca uma vez que as agua quentes significavam a atenuação de 
ressurgências de águas frias e ricas em nutrientes do fundo do 
oceano e, com isso, afastavam os peixes da região. 
Desde alguns anos, notava-se que essas águas eram mais 
quentes do que o normal e esses eram os anos de excessos de 
chuvas em regiões geralmente secas, como do peru e do 
Equador. 
Quando o componente atmosférico, os trabalhos do Gilbert 
Walker, no inicio do séc. XX, demonstraram uma correlação 
inversa entre a pressão na superfície sobre os oceanos pacíficos 
e Indico, denominada Oscilação sul: quando a pressão é alta no 
Oceano pacífico, ela tende a ser baixa no Oceano Indico. Esses 
30
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
trabalhos tentavam correlacionar a Oscilação sul com as 
monções na Índia. 
b) Classificação das chuvas 
 Nas regiões de baixa pressão chove mais (Equador) e nas 
regiões de alta pressão chove menos (Regiões Polares). Assim 
podemos classificar as chuvas em três grupos: Chuvas 
orográficas (de relevo) Chuvas de Convecção e Chuva das 
frentes frias. 
1º Chuvas orográficas 
Nestas chuvas, o ar sobe pelas encostas das montanhas. Á 
medida que vai subindo, arrefece. Este arrefecimento provoca o 
aumento da humidade relativa podendo atingir o ponto de 
saturação. E só chove nas vertentes. 
 2º Chuvas de convecção: 
 Nestas chuvas o ar húmido em é contacto com a superfície 
muito aquecida, aquece, torna-se mais leve expande-se e sobe. 
 O ar arrefece e satura-se produzindo-se a condensação de 
vapor de agua. Estas chuvas são bravas e abundantes. 
 3º Chuvas das frentes frias ou ciclónicas. 
 São produzidas quando há passagem de fontes frias. O 
encontro de duas massas de ar com temperatura e humidade 
diferentes, provoca sempre a subida do ar mais quente por ser 
mais leve, o que resulta o seu arrefecimento e 
consequentemente a formação de chuvas. 
2.3. Factores Químicos. 
 31 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 Os factores químicos são por exemplo, a quantidade 
de H2O, CO2, O2 e sais minerais no solo e no ar. 
 A composição destes factores no ar é seguinte: 
 78,1% de N2 fixação biológica, 108 toneladas por ano; 
 20,99% de O2 O3, isto é transforma-se em ozono; 
 0,945% de ar; 
 0,03% de CO2 entra no processo de fotossíntese. 
a) Oxigénio. 
Quanto mais baixa for a temperatura da água, maior será 
absorção do O2 ou a quantidade de O2. Este é um gás utilizado 
pelos organismos vegetais e animais no processo da respiração. 
b) Dióxido de Carbono 
 O dióxido de carbono é um gás solúvel em água por isso, as 
plantas aquáticas absorvem-no com facilidade. Significa que é 
um gás utilizado pelas plantas no processo de fotossíntese. 
 A formação de bicarbonato de cálcio esta directamente 
ligada a actividades biológicas. 
 Ca CO3+H2 CO3 Ca(HCO3)2 
 O bicarbonato de cálcio representa o CO2 fixado, e em 
águas calcarias encontramos 1,8 vol. % CO2. Essas águas 
geralmente são azuis e apresentam vários organismos vegetais, 
além das águas. 
 c) Água 
 A maior parte da água do nosso planeta situa-se nos 
oceanos e uma pequena porção nos rios e nos lagos. 
32
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 Por isso, existem dois tipos de água: água salgada, com 
uma alta concentração de NaCl, e água doce, rica em 
bicarbonato de cálcio – Ca(HCO3)2. 
 As águas continentais podem ser quimicamente muito 
diferente em relação as oceânicas porque aquelas sofrem muitas 
mudanças, são menos estáveis, possuem uma temperatura 
variável e sofrem vários factores ecológicos. 
b) Solo 
O solo é o produto da decomposição superficial das rochas que 
constituem a crosta terrestre. 
Para os agrónomos, o solo é apenas a camada superficial 
espalhada pelos sistemas radiculares, que tem uma 
profundidade de 0,5 a 2 metros. 
Para o geólogo, o solo é toda a camada superficial da crosta que 
foi desintegrada e decomposta. 
 Perfil do Solo 
Os solos evoluídos possuem normalmente várias camadas 
sobrepostas, designadaspor horizontes. 
Estas camadas são formadas pela acção simultânea dos 
processos físicos, químicos e biológicos e distinguir-se entre si 
através de determinadas propriedades, como por exemplo a cor, 
a textura e o teor em argila. 
 33 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 
Fonte: http://www.dct.uminho.pt/pnpg/gloss/gifs/perfil.jpg 
O solo constitui um ecossistema e como tal, é formado por dois 
tipos de componentes: abióticos (sem vida) e bióticos (com 
vida). 
1º Componentes abióticos do solo 
A formação do solo esta na dependência de vários factores, 
dependendo primariamente da rocha-mãe e depois do clima e 
ainda, esta na dependência de vegetação que influi sobre o tipo 
de solo. 
Há uma íntima dependência entre solo e vegetação. 
A rocha-mãe sofrendo um intemperismo, vai se desintegrando 
ou se decompondo. 
Os tipos de intemperismo são: físico, químico e biológico. 
34
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
1) Intemperismo físico: 
O intemperismo físico provoca normalmente a desintegração do 
solo e a variação da temperatura provoca dilatação e 
contracção. Ocorre mais nas regiões secas e frias. 
2) Intemperismo químico: 
Este leva a decomposição da rocha. Pode ocorrer por: 
- Hidrólise de substâncias; 
- Dissolução á custa de H2 CO3; 
- Dissolução á custa de HNO3; 
- Oxidações dos minerais que formam a rocha; 
Ocorre mais nas regiões húmidas e quentes: Equador e Trópicos. 
3-) Intemperismo biológico 
Pela penetração das raízes nas fendas das rochas, há pequenas 
que produzem substâncias ácidas que decompõem a rocha. 
2º Composição gosnulometrica ou textura 
É a composição de rocha quanto ao tamanho de seus grãos. 
Assim sendo podemos distinguir: 
1) Solo arenoso: 
Quando as partículas são maiores, atingindo um tamanho de 
0,02 a 2mm. 
2) Solo siltoso: 
Tamanho entre 0,02 a 0,002mm. 
3) Solo argiloso: 
 35 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Menor que 0,002mm. 
3º Importância do solo 
O solo é importante sob 3 aspectos fundamentais: 
1) Como substrato a fixação: 
Solos pouco expressos não oferecem condições para fixação: 
solos muito delgados (litossolo), também não dão boa fixação 
para a planta pois as raízes são obrigadas a crescerem 
horizontalmente. Assim como solos de pouca consistência 
oferecem problemas á fixação. 
2) Como reservatório de agua: 
Quando chove o solo retém parte da água e outra parte e 
drenada (água de drenagem ou gravitacional) 
A retenção da água depende de dois processo: absorção e 
capilaridade. 
Lixiviáção – é lavagem do solo pela água da chuva, pois esta é 
rica em iões de H2. chegando a ter contacto com as partículas do 
solo que possuem nutrientes, a água vai lentamente retirando 
os catiões nutrientes do solo e substituindo-os pelo H+ o que 
torna um solo mais pobre em nutrientes e, ainda um solo ácido. 
Um bom PH para o solo está entre 6 e 6,5 e abaixo desse valor é 
impróprio para a lavoura. 
2) Como fonte de nutrientes 
O húmus constitui substâncias formadas no solo num processo 
conhecido por humificação (decomposição incompleta). 
36
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Na huminificação formam-se dois tipos de substâncias: 
humina ou ácido húmico e lignina que são substâncias que não 
sofrem a decomposição. 
O húmus é rico em nutrientes tais como sai de Zn+ K+, Ca+, etc. 
4º Componentes bióticos do solo 
No solo encontramos grandes quantidades de organismos vivos 
chamados edatonos ou edaphon, como algas, bactérias, fungos, 
organismos isolados ou associados, vivendo em simbiose, como 
micorrizas, bacteriorizas, grande quantidade de nomátodos, 
aracnídeos e anelídeos. 
2.4. Factores químicos antropogénicos. 
O Homem utiliza para a sua sobrevivência grande quantidade de 
substâncias químicas poluindo as aguas e o solo tais como: 
detergentes, adubos, pesticidas, insecticidas, hesercidas, 
nematicidades, metais, etc. 
A agricultura não se reduz á simples obtenção do produto 
biológico, nas compostas também a manutenção e o reforço da 
fertilidade do solo através do recurso a adubos e a pesticidas. 
Os adubos são necessários para repor no solo os elementos que 
foram retirados pelas plantas enquanto que os pesticidas são 
utilizados com o intuito de eliminar determinadas populações 
animais ou vegetais. 
E é de salientar que de aplicação dos pesticidas aniquilam 
organismos nocivos para a prática agrícola e também 
organismos benéficos, como por exemplo polinizadores. 
De forma a evitar esta acção indiscriminada dos bicudas 
(substancias químicas capazes de provocar a morte) e a reduzir 
 37 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
formas de poluição química começam a instituir-se praticas 
de combate combates biológicos, por exemplo, a eliminação de 
pragas de pulgões tem sido levada a cabo por um predador 
natural destes organismos, as Joaninhas por exemplo. 
Os pesticidas evidenciam ainda, nomeadamente, não são bio 
degradáveis e são transmitidos dos níveis trópicos inferiores 
para os superiores, traduzindo-se num efeito conhecido por bio 
acumulação. 
Na agua por, exemplo os detergentes contém fosfatos, o que 
constitui um óptimo alimentos para as algas que, graças a eles, 
passam a proliferar rapidamente, cobrindo a superfície dos lagos 
e dos rios. 
A espessa camada de algas impede a penetração de luz solar, e 
as plantas que ficam abaixo da superfície não podem realizar a 
fotossíntese e morrem. 
São bem conhecidos os efeitos do D.D.T. (dicloro difenil 
tricloretano) um insecticida usado para eliminar insecto parasita 
e hoje o D.D.T. é proibido em todos os países. 
Existem resíduos industriais acompanhados por metais pesados 
que também podem provocar uma poluição. 
 
2.5. Factores mecânicos e físicos 
Hoje novos factores aparecem resultantes do aparecimento, no 
meio, de resíduos radioactivos dos reactores e explosões 
nucleares. Essas substâncias voltam para o solo junto com as 
poeiras e as chuvas, podendo algumas delas virem a serem 
absorvidas pela vegetação. O consumo dessas plantas pelo 
homem e outros animais leva a acumulação dessas substâncias 
38
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
em órgãos diversos, onde poderão vir a desencadear 
perturbações graves. 
Um outro factor (factor térmico) consiste fundamentalmente, 
na elevação da temperatura da água ocasionada pelo 
lançamento de águas de refrigeração de máquinas utilizadas em 
muitas indústrias. As próprias centrais atómicas despejam águas 
quentes utilizada na refrigeração de reactores. 
O aquecimento da água faz diminuir a quantidade de gases 
dissolvidos como por exemplo o O2 e o CO2. Quando parte da 
fauna e flora nomeadamente seres aeróbicos muito sensíveis a 
essas mudanças de concentração, podem morrer. 
Nos factores físicos, há ainda a considerar o factor mecânico 
resultante do lançamento de detritos sólidos como resíduos das 
serrações e das minas que pode dificultar a penetração dos 
raios solares, por esse motivo determina a diminuição da flora 
fotossintética e também a da quantidade de O2 dissolvido na 
agua, resultando dai a morte de inúmeros animais. 
As queimadas são outros factores que provocam destruição dos 
vegetais. Estas queimadas podem ser provocadas pelo homem 
ou pelo calor e raios solares (queimadas naturais). 
Existem dois tipos de queimadas: queimadas frias e queimadas 
quentes. 
1º Queimadas frias: 
Estas queimadas realizam-se quando o solo é húmido, 
principalmente de manhã ou num dia com pouco vento e pouco 
material orgânico. 
2º Queimadas quentes: 
 39 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Estas queimadas realizam-se quando o solo é seco, 
principalmente ao meio-dia ou na época seca e quando há muito 
vento e muito material orgânico.As queimadas frias são mais vantajosas porque em relação as 
quentes porque as primeiras conservam as raízes e húmus 
enquanto que as ultimas queimam tudo, incluindo raízes e 
húmus. Significa que um solo fértil torna-se num solo árido e o 
pasto demora a rebentar. 
Sumário 
Sobre a inteiração entre organismos e os ambientais, é 
importante referir que desde muito tempo os estudiosos se 
preocuparam em saber do crescimento óptimo dos organismos. 
Conhecer a tolerância e a potencia dos organismos, factores 
pelos quais os organismos toleram uma certa situação de stress 
e a capacidade de reagir diferentes variações ambientais. 
Portanto uma espécie tem a sua forma de reagir as variações do 
ambiente e o seu sua capacidade de tolerar as variações do 
ambiente. 
Exercícios 
1- Anuncie a lei do mínimo. 
2- Fale dos factores abióticos e bióticos. 
3- Como que os factores mecânicos prejudicam os 
animais aquáticos? 
4- Sobre água, explique o fenómeno de precipitação. 
40
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
NB: resolver e entregar todos os exercícios. 
 
 
Autoavaliação 
O que pode se entender por lixiviáção 
 
Lixiviáção – é lavagem do solo pela água da chuva, pois esta é 
rica em iões de H2. Chegando a ter contacto com as partículas do 
solo que possuem nutrientes, a água vai lentamente retirando 
os catiões nutrientes do solo e substituindo-os pelo H+ o que 
torna um solo mais pobre em nutrientes e, ainda um solo ácido. 
Um bom PH para o solo está entre 6 e 6,5 e abaixo desse valor é 
impróprio para a lavoura. 
 41 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Unidade n°.03-B0036 
Tema: Interações entre os 
organismos 
Introdução 
Caro estudante, nesta unidade vamos falar sobre a interaçao 
entre os organismos e vão se abordar as várias formas de 
inteiração tais como: associação, colónia, canibalismo, 
predatismo, Parasitismo, comensalismo e amensalimo e outro. 
Ainda abordaremos sobre as relações inter e intra-especificas 
dos organismos. 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 Conhecer as Inteirações entre os organismos; 
 Diferenciar as relações intra-especificas da enterespecífica 
 Conhecer as características típicas de uma sociedade 
3. Interações entre os organismos. 
O funcionamento de uma comunidade depende das diversas 
relações entre os organismos que a compõem. Uma abelha, 
por exemplo, depende do néctar para se alimentar, mas a 
própria planta passa a depender de abelha para o transporte 
de grão de pólen para a reprodução. As inteirações entre os 
organismos é muitas vezes de natureza alimentar, mas também 
42
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
podem se relacionar com o abrigo, protecção, reprodução, 
dispersão, etc. 
As interações podem ocorrer entre seres: 
-da mesma espécie – relações intra-espécificas ou homóticas; 
-de espécies diferentes-relações enterespecíficas ou 
heterospécificas. Todas essas relações são comumente 
classificadas em: Positivas ou harmónicas – quando não há 
prejuizo para nenhumas das espécie ou nenhum indivíduos 
associados. 
-Negativa ou desarmoniosa – quando pelo menos um dos 
indivíduos é prejudicado na associação, ou seja quando pelo 
menos uma espécie tem poucas chances de sobrevivência ou 
acesso reprodutivo (medido pelo numero médio de filhotes). 
-Neutralismo-quando duas ou mais espécies vivem no mesmo 
habitat sem que uma seja afectada por outra.Podemos 
esquematizar as associações que serão estudadas nesta 
unidade da seguinte maneira. 
 - Intra-especificas -Sociedade 
 -Colónia 
Relações harmónicas - Mutualismo 
 -Inter especifica -Comensalismo 
 -Protocoopração 
. 
 - Canibalismo 
 -Entra-específica -Competição inter especifica 
 - Competição entra especifica 
Relações-desarmonicas 
. - Amensalismo 
 -Inter específica - parasitismo 
Predatismo 
 43 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 - Predatismo 
 
 
 3.1 Sociedade 
 São vários casos de indivíduo da mesma espécie vivem 
agrupados provisoriamente, para obter alguma vantagem. 
Muitas aves se reúnem em locais de reprodução o que facilita o 
encontro de machos e fêmea, assim como a protecção da 
prole. Estes agrupamentos chamam-se reuniões ou bandos, 
são instáveis e podem se desfazer quando as condições que os 
agrupam deixam de existirem. 
 O viver em grupo oferece muitas vantagens aos animais, deixa 
os mais unidos. Este agrupamento chama se sociedades. 
 As sociedades caracterizam-se por divisão de trabalho e por 
uma grande solidariedade dos seus membros, sendo comum, 
entre os insectos sociais, gorilas e própria espécie humana. 
Entre os insectos as formigam, as espécies de abelhas o nível 
de divisão de trabalho é maior. 
Por exemplo, várias espécies de abelhas formam sociedades 
altamente organizadas. 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%20da%20Eco
logia%20aula1.pdf 
44
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
A população de uma colméia: rainha, operárias e zangões 
Nas abelhas têm os chamados operários que são fêmeas 
estéreis com o aparelho reprodutivo atrofiado. 
As operárias são as únicas que possuem aparelho bucal e patas 
especializadas para a colheita do pólen. Elas são encarregues 
em colher o néctar das flores, alimenta as larvas e produzir a 
cera para a colmeia, a consecução e limpeza da colmeia 
também está a sua responsabilidade. 
A rainha, a única fêmea fértil na colmeia, tem a função é ser 
fecundada e botar ovos. 
O zangão, os machos da colmeia fecunda a fêmea, logo depois 
de fecundar a fêmea perde a generaliza e morre, mas antes de 
morrer até o dia da fecundação os zangões são alimentados 
pelas operárias.
 45 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
33. Colónias 
Colónia é uma associação formado por protozoários, em algas e 
invertebrados inferiores, em que o sistemas nervoso inexistente 
ou pouco desenvolvido neles. Nestes seres portanto não tem 
grande capacidade de criar fortes “amizades” entre os membros 
de uma espécie, como ocorre nas sociedades. Mesmo assim as 
vantagens da vida podem ser conseguidas através da união 
anatómica dos organismos, formam-se assim colónias. 
E mutualismo é outro tipo de associação em que espécies 
deferentes estão intimamente associados, vivendo um no 
corpo do outro e realizando trocas de alimentoe de produtos 
do metabolismo que beneficiam a ambos. 
Em protozoários, em algas e invertebrados inferiores o 
sistemas nervoso inexistente ou pouco desenvolvido. Nestes 
seres portanto não tem grande capacidade de criar fortes 
“amizades” entre os membros de uma espécie, como ocorre 
nas sociedades. Mesmo assim as vantagens da vida podem ser 
conseguidas através da união anatómica dos organismos, 
formam-se assim colónias. 
As colónias podem ser de dois tipos: 
Homotípicas ou homeomórficas – não há diferenças 
morfológicas entre os seus membros nem divisão de trabalho; 
Heterotipicas ou heteromóficas-há diferencia e divisão de 
trabalho entre os indivíduos. 
Um exemplo típico de homeomorfica ocorre em protozoários, 
alga e corais. 
46
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Nesses casos como todos os indivíduos são iguais, todos 
realizam o mesmo trabalho. 
Isto não acontece com alguns cnidários como a caravela. Suas 
colónias (heteromórficas) são formadas por indivíduos com 
formas e indivíduos diferentes e funções diferentes. Há 
indivíduos especializado na reprodução, na nutrição, na 
defesa e no ataque. Todos estão interligados e suspenso na 
água por uma bolsa de gás. Entre outros cnidarios como 
obelia também existe a formação de colónias com indivíduos 
especializados. 
 3.4 Mutualismo 
Na natureza, há casos em que dois seres, mesmo sendo de 
espécies diferentes estão intimamente associados, vivendo 
um no corpo do outro e realizando trocas de alimento e de 
produtos do metabolismo que beneficiam a ambos. 
A dependência entre os dois seres é tamanha que vivendo em 
separado, se tornaria muito difícil ou mesmo impossível. Esse 
tipo de associação entre espécies diferente, com benefício, 
mútuos e grande interdependência, é chamado mutualismo 
ou mutualismo obrigatório. 
Alguns autores também denominam esta associação de 
simbiose, outros porém, utilizam esse termo no seu sentido 
etimológico original (sim=junto; bio= vida), para indicar 
qualquer associação e permanente harmónica ou 
desarmónico entre organismo, comensalismo, etc. 
 
 
 47 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
a) Leguminosas e bactérias 
Certas bactérias vivem no interior das raízes das leguminosas 
fornecendo-lhes o nitrogénio que será utilizado na produção de 
proteínas. 
Pesquisas recentes indicam que as leguminosas são capazes de 
produzir as hemoglobinas e que possivelmente este é o principal 
produto fornecido pelas bactérias. Essa bactérias são sensíveis ao 
oxigénio livre da atmosfera que, por ser altamente oxidante que 
podendo destruir as enzimas que fixam o nitrogénio, a hemoglobina 
tem então a função de absorver o oxigénio porotegendo bactéria e 
suas enzimas. 
Além disso, o oxigénio já na forma combinada poder ser usada para 
a respiração pelas bactérias, aumentando a sua eficiência 
energética. 
b) Algas e fungos: líquen 
A associação entre certos fungos e algas clorofilinas 
cianobactérias costuma ser tão íntima que ambos formam um 
novo tipo de organismo: Líquen. 
A alga, sendo autocrática, fornece ao fungo parte orgânica 
que produz, recebendo por sua vez protecção, humidade e 
sais minerais absorvidos pelos fungos. 
Estes dois seres formam assim um pequeno ecossistema, em 
que alga é produtor e o fungo é consumidor e de compositor. 
Essa troca de favores dá ao líquen uma extraordinária auto-
suficiência, que lhe permite viver em variados lugares. Ele 
pode ser encontrado sobre tronco de árvores, sobre pedras, 
nas montanhas e até no gelo. 
48
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Indicador da poluição-Líquen 
Apesar de serem resistentes `as variações de temperatura, os 
líquidos são muitos sensíveis a poluição do ar, funcionado 
como verdadeiros sinais de alerte da poluição: 
Indicadores da poluição atmosférica ao serem analisados. Por 
não terem raízes e folhas, estruturas que os vegetais 
funcionam como filtro contra poluição. Os líquenes absorvem 
os polui ente por toda a superfície, onde decorrem as trocas 
de água e sais minerais. 
 
A figura ilustra associação de fungo e algas (líquen). 
Fonte da fig.: molbiol.ru/pictures/82126.html 
 
3.5 Canibalismo 
Canibalismo, é quando um animal mata e devora outro 
animal da mesma espécie. Entre alguns insectos, por exemplo 
os animais mais fracos ou doentes pelos sadios. Entre a 
algumas aranhas, a fêmea devora o macho apôs o acto sexual. 
Na história da humanidade, os canibais mais conhecidos são os 
astecas que sacrificavam e comiam os guerreiros prisioneiros 
de guerra de outras tribos. O canibalismo perante a lei é crime 
e o canibal praticante pode ser processado por mutilação e 
 49 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
profanação de cadáver, além de desrespeitar o ser 
humano. 
Armin Meiwes também conhecido como “o canibal de 
Rotenburg” era um alemão que usava a internet para procurar 
jovens a fim de esquartejá-los e comê-los. O caso que chocou 
todo o mundo e foi o de Bernd Jurgen Armando Brandes que 
era sadomasoquista. Bernd entrou em contato com Armin e 
combinaram que Armin cortaria o corpo de Bernd e o mataria 
em seguida. A primeira parte a ser cortada foi o pênis, Bernd 
ainda vivo participou dos preparativos do prato e em seguida 
ajudou Armin a comer seu próprio órgão. Obcecado pela dor, 
Bernd queria que Armin arrancasse seu pénis a dentada, mas 
Armin preferiu tirar o órgão usando uma faca. Bernd perdeu a 
consciência e então Armin o esfaqueou no pescoço e o 
pendurou com um gancho de açougueiro e então começou a 
cortálo. Segundo informações, o corpo de Bernd foi mantido 
refrigerado por meses e servido diariamente nas refeições de 
Armin. Quando o corpo de Bernd acabou, Armin colocou um 
novo anúncio na internet, mas foi preso pela polícia. 
 
3.6 Protocooperação 
Em muitos casos, indivíduos de espécies diferentes obtém 
benefícios mútuos sem que haja grandes dependências entre 
eles. Isto é contrariamente em que ocorre no mutualismo, os 
indivíduos podem sobreviver quando isolados, esta associação 
é chamada protocooperação, cooperação ou mutualismo 
facultativo, alguns autores usam mutualismo em sentido 
amplo, significando qualquer associação em que os dois 
organismos sejam beneficiados. 
50
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
Outro exemplo é do boi e do Anum, pois é comum a cena nas 
pastagens: bois pastando e sobre estes, pássaros negros, como 
se estivessem pastando sobre o boi. Os bois e vacas são 
comumente atacados por parasitas externos (ectoparasitas), 
pequenos artrópodes conhecidos vulgarmente por carrapatos. 
E o anum preto (Crotophaga ani) tem como refeição predileta 
estes pequenos parasitas. A relação é benéfica para ambos (o 
boi se livra do parasita e o anum se alimenta). Ver a figura 
abaixa. 
 
Fenómeno de Protocooperação, o boi livrando-se de carraças e aos aves alimentando – se de 
carraças. 
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/relacoesecologicas2.php 
Exemplo2: Pulgas e formigas 
Algumas formigas cuidam de pulgões como um pastor cuida o 
seu rebanho. 
Os pulgões alimentam se de seiva das árvores e elimina o 
excesso da comida pelos ânus na forma de liquido açucarado 
e as formigas aproximam e sugam aquele secreção. 
Esta associação chama-se sinfilia. 
Os pulgões também são beneficiados, as formigas os 
protegem dos seus inimigos naturais, como joaninha. 
 51 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 
3.6 Comensalismo 
Quando duas espécies se associam com benefício apenas para 
uma delas e sem causar prejuízos dizemos que há 
comensalismo. 
Nos mais casos clássicos de comensalismo, uma espécie usa 
os restos alimentares de outra espécie. No entanto, pode-se 
considerarcomensalismo qualquer tipo de benefício recebido. 
Assim, consideramos comensalismo: transporte de espécie 
por outra (foresia); o uso de outra espécie como abrigo 
(inquilinismo), o uso de uma espécie como suporte para a 
fixação de uma planta (epifitismo) ou de um animal (ezoismo). 
Exemplo1: rêmora e tubarão 
Exemplo clássico de comensalismo é o caso da rêmora ou 
peixe – piolho que se prende ao corpo do tubarão por meio de 
uma nadadeira dorsal transformada por uma ventosa de 
fixação. 
Além de obter comida, a rêmora consegue um meio de 
transporte. 
Outros exemplos desse tipo de relação ao peixe-piloto, que 
acompanha o tubarão, muitas vezes aproveitam restos 
alimentares desse predador, a hiena que se alimenta de resto 
da comida de leão. 
3.8 Competição Intra-espécica. 
Todo ser vivo compete com outros por alimento e energia. 
Entre os vegetais a competição se dá principalmente por luz, 
52
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
água e sais minerais. Entre os animais, a competição é mais 
variada na luta por matéria orgânica (alimento), espaço vital, 
posse da fêmea defesa por prole etc. A competição intra-
especifica, por sua vez tem como consequência o controle do 
tamanho da população porque se dá de indivíduos da mesma 
espécie. Em aves e mamíferos, por exemplo, é comuns 
indivíduos estabelecer pelo menos durante a época 
reprodutivas, uma região ou um território em que não 
permite a entrada de estranhos. 
Exemplo 1: combate entre dois machos por posse de uma 
fêmea ou território. Muitas vezes não a verdadeira luta: cada 
um apenas ‘exibe’ a sua força ou suas armas. 
O território pode ser demarcado de várias maneiras. Entre os 
lobos e os coelhos, a urina as vezes possuem substâncias com 
o cheiro característico do grupo. Entre os insectos, ocorre 
também um mecanismo semelhante, através de substâncias 
odoríferas (feromônios). Da mesma forma, o canto de muitos 
pássaros é justamente um aviso de que aquela região já tem 
“dono”. 
Esse comportamento dos animais demarcar e defender um 
espaço ocupado chamado territorialidade. 
 A luta para ocupar e defender um espaço vital impede a 
reprodução de indivíduos excedentes, consistindo assim num 
importante factor de selecção natural. Favorece os indivíduos 
mais adaptados e elimina ou causa emigração dos menos 
adaptados. 
 53 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 Finalmente, na competição ambos os indivíduos são 
prejudicados: durante e enquanto durar a competição, cada 
individuo reduz os recursos que o outro poderia utilizar além 
disso, mesmo que um dos indivíduos vença a competição, 
seria mais vantajoso se ele não precisasse lutar pelo recurso, 
economizando tempo e energia. 
3.9 Competição inter específica 
 Quando duas espécies diferentes vivendo na mesma área 
usam o mesmo tipo de alimento ou disputam algum recurso, 
estabelece-se uma competição que pode eliminar uma das 
espécies da comunidade. 
Isto foi comprovado em laboratórios pelo cientista russo G. F. 
Gause, em 1934, como veremos a seguir. 
 
3.10 O princípio da exclusão competitiva 
 Gause estudou o efeito da competição inter específica, 
utilizando duas espécies de paramécias: o Paramecim aurélia 
e o Paramecium caudatum. 
 Criadas separadamente e com alimentos suficiente, 
estes protozoários em geral crescem até um nível que 
aparentemente equivale ao limite da capacidade de 
sustentação do ambiente. No experimento de gause, as duas 
espécies foram cultivadas juntas, com suprimento de alimento 
constante. O Peramecium caudatum, maior e de produção 
mais lenta, declinava até se extinguir, enquanto o 
Paramecium aurélia continuava a crescer até se estabilizar. 
54
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 Gause concluiu que duas ou mais espécies que 
competem pelo mesmo recurso ambiental não podem 
coexistir no mesmo lugar. Uma delas é mais eficiente na 
conquista desse recurso e se reproduz mais rapidamente, 
enquanto a outra é eliminada pela competição. Esse princípio 
ficou conhecido como competitiva ou princípio de Gause. 
Outra maneira de formular o princípio de Gause consiste em 
dizer que duas espécies não ocupam o mesmo nicho por 
muito tempo, pois a competição será tão grande que apenas 
uma das duas mais se adaptará e sobreviverá. A outra é 
eliminada ou tem que emigrar para outro habitar ou se 
adaptar a um novo nicho. 
 Como vimos anteriormente o nicho de uma espécie é a soma 
total de suas actividades: que tipo de recursos alimentares usa para 
sua sobrevivência, como os usa, a que horas do dia são activa, como 
se reproduz, etc. por isso, duas espécies diferentes dificilmente 
terão o mesmo nicho. Mas podemos dizer que, quanto mais 
parecidos forem seus nichos, mais intensa será a competição 
3.12 Amensalismo 
 No amensalismo, uma espécie é prejudicada sem que a 
outra seja prejudicada. O caso mais comum é o da destruição 
de plantas, insectos e pequenos animais do solo esmagados 
pela passagem de animais grandes – uma manada de búfalos 
ou de elefantes, por exemplo. 
 Outro caso de amensalismo ocorre durante o fenómeno 
da maré vermelha, que é a proliferação excessiva de certas 
espécies de algas unicelulares (do grupo dos dinoflagelados), 
conferindo uma coloração avermelhada há água. Essas algas 
produzem toxinas capazes de provocar a morte de peixes que 
 55 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
as ingerem ou que alimentam dos zooplânctones (a toxina 
se concentra ao longo da cadeia alimentar). 
 Esse fenómeno costuma acontecer durante a primavera 
e o verão, quando a proliferação das algas é muito maior que 
seu consumo pelo zooplâncton, ou então quando o 
ecossistema aquático recebe um excesso de nutrientes (como 
veremos adiante). 
 Alguns autores consideram como exemplo de 
amensalismo a produção de antibióticos por certos fungos. Os 
antibióticos inibem o crescimento das bactérias, facto que 
tem sido amplamente empregado em medicina no combate 
as infecções. Nesse caso o fenómeno pode ser chamado 
também de antibiose. 
 No entanto outros autores acreditam que o fungo se 
beneficia com a produção do antibiótico, por inibir o 
crescimento de espécies que poderiam competir pelos 
mesmos recursos utilizados por eles. Nesse caso, a antibiose 
não poderia ser considerada como um exemplo de 
amensalismo e sim como uma associação á parte, na qual o 
fungo lucraria com o prejuízo causado á outra espécie. 
 
3.13. Predatismo 
 Nesse tipo de relação, um organismo chamado predador 
mata outro, a presa para se alimentar. O predatismo é um 
fenómeno bastante frequente na natureza. Um caso bem 
conhecido ocorre entre mamíferos carnívoros (predadores) 
mamíferos herbívoros (presas). Assim como a selecção natural 
favorece o predador mais eficiente, ela também favorece os 
56
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
seres vivos que desenvolvem mecanismo de defesa contra os 
predadores, como mostra a figura: 
 
 
 
Fonte:http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/relacoesecologicas2.php. 
Consumidor primário sendo predado por um consumidor 
carnívoro, topo de cadeia alimentar, e sua prole. 
 
a) As defesas dos vegetais 
 Alguns vegetais, como os cactos, são providos de 
espinhos, dificultando que o seu corpo seja atacado por 
animais herbívoros. 
Esses espinhos mantêm as reservas internas de água, muitos 
cobiçados pelos animais das regiões secas. 
 Outros vegetais produzem substâncias tóxicas contra os 
herbívoros. A dedaleira (género digitais), por exemplo, 
reproduz um alcalóide, a digitalina, que chega a causar 
ataques cardíacos. A espirradeira produz uma substância 
semelhante a digitalina e a ingestão de uma única folha pode 
matar um homem.Muitas dessas substâncias são utilizadas pelo homem 
como medicamentos. É o caso da quinina, usada contra a 
 57 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
malária, ou da digitalina, empregadas em medicamentos 
para o coração. 
Muitas dessas substâncias têm sabor desagradável, por isso, 
nas plantas utilizadas pelo homem, foi feita uma selecção 
artificial, perpetuando-se mutantes desprovidos de tais 
substâncias. Com isso, esses vegetais passaram a ficar 
sensíveis a uma série de predadores e pragas. 
b) As defesas dos animais. 
Os dentes caninos bem desenvolvidos dos animais carnívoros, 
o veneno da cobra e até mesmo o uso de armas pelo homem 
são apenas alguns exemplos de uma infinidade de recursos 
que os predadores possuem para facilitar a captura da presa. 
 Do mesmo modo, a corrida do cavalo ou da zebra, o 
chifre do rinoceronte ou as presas do elefante, os espinhos 
dos ouriços ou a carapaça da tartaruga são defesas das presas 
contra seus predadores. 
 Muitos artrópodes produzem secreções irritantes contra 
seus predadores, como é o caso de besouro – bombardeio, 
que lança pelo abdómen um liquido ácido e quente (quase 
100ºC). 
 Há, em fim, uma grande variedade de artifício usados 
pelas presas e predadores. Mas três desses artifícios, devido a 
sua importância ecológica, merecem ser vistos mais 
detalhadamente: a camuflagem a coloração de advertências e 
o mimetismo. 
3.14 Camuflagem caso em que o animal se confunde, no 
aspecto ou na cor com o ambiente em que vive. Para a presa, 
a camuflagem serve de defesa, pois a ajuda de se defender de 
58
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
predador. No caso de predador, serve para facilitar a sua 
aproximação até que se dê o ataque. Novamente contamos 
com uma infinidade de exemplos espalhados pelo reino 
animal, como: o urso polar que se confunde com a neve; o 
leão, com o capim seco; os pássaros de cor verde com a 
vegetação. 
O fenómeno da camuflagem atinge alto grau de 
aperfeiçoamento nos insectos, entre os quais podemos ver 
impressionantes imitações de folhas, galhos de árvores 
espinhos etc. 
Alguns animais, como o camaleão, aprimoraram a arte da 
camuflagem a ponto de mudar de cor. Isso é feito com o 
auxílio dos cromatóforos, certas células da pele que contém 
pigmentos e que se podem contrair ou distender de forma a 
mudar a tonalidade da pele. 
- Coloração de advertências. É a maneira que presa através 
dos seus aspectos ou cor, adverte o predador de que possui 
defesas. Essas defesas podem ser as secreções irritantes ou 
certos tipos de veneno. Mesmo possuindo defesas como 
essas, o animal não está totalmente seguro se não possuir a 
coloração de advertências. Isto porque os predadores só 
“aprendem” que essas defesas existem, e passam a evitar 
esses animais. As cores vivas facilitam a aprendizagem do 
predador, que reconhece mais facilmente as presas que não 
podem ser comidas: basta apenas um encontro para predador 
passar a evitar o animal. 
3.15 Mimetismo Ocorre quando os indivíduos de uma espécie 
assemelham-se aos de outra, obtendo alguma vantagem com 
 59 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
a semelhança (mimesis = imitação). Alguns autores usam o 
termo mimetismo também para os casos de camuflagem. 
Existem animais, por exemplo, que não tem gosto ruim, não 
eliminam substâncias irritantes nem são venenosas, mas 
apresentam a forma ou a cor daqueles que têm essas defesas. 
Através desses artifícios, o animal é poupado, pois engana o 
predador que já teve experiências desagradáveis com o 
modelo copiado. Esse tipo de mimetismo é chamado 
mimetismo batesiano, em homenagem a seu descobridor, o 
naturalista inglês Henry Bates. 
Já o mimetismo mulleriano ocorre quando várias espécies, 
todas venenosas ou de gosto ruim para o predador, evoluem e 
passam a apresentar a mesma aparência. Com isso, uma 
espécie e beneficiada pela experiência desagradável que o 
predador teve com outra espécie. O fenómeno foi descrito 
pelo zoólogo alemão Fritz Muller (1831 – 1897), dai o nome 
desse tipo de mimetismo. 
 
3.15 Parasitismo 
Muitos organismos instalam-se no corpo de outros seres para 
deles extrair alimentos. Esses organismos são chamados 
parasitas, e os seres que lhes servem de alimento e moradia 
são conhecidos como hospedeiros. 
Apesar de não causar a morte, pelo menos imediata, de seu 
hospedeiro, o parasita o enfraquece e prejudica suas funções 
orgânicas, sendo responsável por várias doenças. 
Ex.: piolho um parasita do ser humano. 
60
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
 
http://www.rc.unesp.br/ib/biologia/ebpa/arquivos/art%20marin/Aspectos%20gerais%20da%2
0Ecologia%20aula1.pdf 
Piolho como um exemplo de um parasita humano. 
Como citamos, o exemplo do piolho, que vive como parasita no 
couro cabeludo de seres humanos e animais domésticos. Eles 
retiram do seu hospedeiro o sangue, alimento fundamental 
para a sua sobrevivência. Outro exemplo bem conhecido é a 
ténia, que vive no sistema digestório dos seres humanos. 
Os parasitas podem ser classificados da seguinte forma: 
Parasitas Completos: vivem no hospedeiro durante a vida toda. 
Parasitas Incompletos: vivem no hospedeiro durante um certo 
período da vida. 
Endoparasitas: vivem na parte interna do hospedeiro. 
Exemplos: tênias, vermes e alguns microorganismos. 
Ectoparasitas: vivem na parte externa do animal ou planta. 
Exemplos: fungos, piolhos, pulgas e carraças. 
Lombriga (Ascaris lumbricoides) e mosquito são outros 
exemplos de parasitismo. 
Encontramos representantes de parasitas nos mais variados 
grupos de organismos, como vírus, bactérias, protozoários, 
fungos, vermes, insecto e até mesmo alguns vegetais. 
 61 
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
O cipó-chumbo, por exemplo, é uma planta sem clorofila, 
que obtêm seu alimento retirando de outro vegetal a seiva 
elaborada, isso é, as substâncias orgânicas fabricadas nas 
fotossínteses. 
Já a erva-de-passarinho é uma planta clorofilada, capaz de 
realizar fotossínteses. Mas, para isso, absorve de outros 
vegetais a seiva bruta (água e sais minerais retirados do solo). 
Dizemos, por isso, que essa planta é uma bemiparasita (bemi 
= pela metade), enquanto o cipó-chumbo é chamado, por 
comparação, bolo parasita (bolo = interno). 
Outra forma de parasitismo ocorre com os cucos-pássaros que 
depositam os ovos no ninho de outras espécies para que esta 
os crie. Os ovos dos cucos são, na maioria das espécies muitos 
parecidos com os ovos da espécie hospedeira, mas, a medida 
que se desenvolve, o filhote torna-se diferente, mesmo assim, 
continua a receber alimento da sua “mãe adoptiva”. 
Adaptação dos parasitas 
A adaptação de parasita depende de uma série de adaptações 
tais como órgãos de fixação, (ventosas e espinhos) e grandes 
capacidades de reprodução. 
Esta característica compensa a alta taxa de mortalidade que 
ocorre principalmente quando o parasita passa do corpo do 
hospedeiro para outro. Além disso, muitos parasitas são 
hermafroditas ou se reproduzem assexuadamente, 
contornando situações em que é difícil o encontro de dois 
parceiros sexuais. 
 As características que não conferem nenhuma vantagem 
ao parasita geralmente estão atrofiadas: os órgãos dos 
62
 , Introdução à Ecologia Geral 
 
sentidos, os sistemas de locomoção e o aparelho digestivo 
são rudimentares ou até mesmo estão ausentes. 
 
 Resumo 
 O quadro a seguir resume as diversas relações 
estudadas. 
O sinal “+” indica benefício: “-“ prejuízo e “0” nenhum efeito. 
 
Sociedade – grupo de indivíduos que cooperam entre si (+/+). 
Ex:: insectos sociais. Sociedade – grupo de indivíduos que 
cooperam entre si (+/+). Ex:: insectos sociais 
Relações

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