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RESENHA Capítulo Práticas de leitura de textos orais e escritos, livro Análise de produção de textos orais e escritos .

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Resenha do capítulo Práticas de leitura de textos orais e escritos, livro Análise de 
produção de textos orais e escritos por Leonor Werneck Santos, Rosa Cuba Riche e 
Claudia Souza Teixeira. 
 
Autoras: Jéssica Cristina e Rafaela Del Campo 
 
Leonor Werneck, principal autora do livro Análise e Produção de Textos, é doutorada em 
Letras Vernáculas (Língua Portuguesa) pela UFRJ em 2001. Atuante como docente em 
Língua Portuguesa desde 1995 na faculdade de letras UFRJ, tem vasta experiência com a 
aplicação de teorias que abordam as dinâmicas dos estudos de textos orais e escritos, cujo um 
fragmento do livro citado anteriormente demonstra conclusões acerca de suas observações e 
análises. Tal fragmento, um capítulo inteiro denominado Práticas de leitura de textos orais e 
escritos, apresenta-se com a premissa de que a leitura de gêneros textuais diversos faz parte 
da formação do cidadão crítico, sendo este o que tem consciência da leitura de mundo e seus 
conhecimentos prévios, do que é um texto, como ocorre a leitura de fato, entre outros fatores. 
O capítulo se inicia levantando uma das questões mais importantes para o de fato exercício da 
leitura, que é a consciência e compreensão de duas posições possíveis neste ato: a de ledor e 
de leitor. Ledor é aquele que se caracteriza pela ação mecânica e passiva diante dos signos 
impressos, não possuindo letramento e autonomia crítica, compondo sua vida acadêmica na 
função de reprodução alienada. Já o leitor, é aquele que faz inferências, adentra criticamente e 
traz suas experiências de mundo para enriquecer a compreensão oferecida por seus estudos, 
ou seja, alguém propício à liberdade do conhecimento e que poderá sempre contribuir com 
coisas novas no mundo. Dentro das escolas, os estudos devem ir além de mera “copiação” 
para que o leitor possa realmente existir, porém, algumas das questões que a autora deixa 
escapar são: Por que o ledor existe? Por que a “copiação” é praticada? 
Ambas as indagações podem ser esclarecidas a partir da análise do Taylorismo e o uso do 
conhecimento nas escolas como forma de esquematizar pensamentos retos, objetivos e 
controláveis. É neste ponto que é garantindo empregados dóceis, segundo teorias de Foucault, 
nas empresas a operar como máquinas - observando então que o ledor tem função em nossa 
sociedade tanto quanto a copiação. Talvez estudar profundamente Foucault ocasionasse uma 
capacidade natural de compreender a diferença entre ambos e a importância fundamental do 
leitor, ao invés de apenas redigir vários parágrafos de conselhos óbvios e repetitivos. 
Seguindo a análise dos efeitos do texto em relação a quem lê, Koch e Elias (2006: 21) apud 
Leonor Werneck, afirmam que “A leitura e a produção de sentidos são atividades orientadas 
por nossa bagagem sociocognitiva: conhecimentos da língua e conhecimentos do mundo.” 
Estabelecendo assim relações de conhecimento prévio e cognição como algo a completar-se. 
Werneck então oferece a análise de tipos de conhecimentos prévios como: Conhecimento 
textual, lingüístico, de mundo, intertextual e contextual. Dentre os quais surgem 
considerações sobre organização de texto, construção de frase e valores semânticos, o que já 
lemos e compreendemos, referências e intencionalidade interacionais, respectivamente. Além 
de expor, neste mesmo tópico, sobre a seleção lexical e sua ausência de neutralidade, 
expressando intenções do autor para com quem lê. Seguem análises sobre cada tópico em sua 
forma prática, expressando seu método de exemplificação a partir de experiências com textos 
literários e seus efeitos. Conclui-se então que a contextualização e o jogo da leitura com o 
conhecimento que possuímos é quem diz a coerência e sentido do texto. Neste aspecto, é 
importante a compreensão das marcas lingüísticas, pois a leitura é um exercício complexo e 
jamais totalmente neutro. Ler as entrelinhas de forma cada vez mais lúcida deve ser o objetivo 
do leitor. 
Werneck também expõe neste capítulo sobre a organização das etapas da leitura, já que ela 
também ocorre por antecipações e hipóteses, estas que se caracterizam como indutivas, já que 
se ocupam de premissas argumentativas buscando a lógica e conclusões baseadas nas 
mesmas. É possível então observar vários momentos de contato com os textos como a pré-
leitura, a leitura propriamente dita e a pós-leitura. Levando este fato em consideração, temos a 
estrutura de atividades a serem propostas de acordo com Silva (1992), analisando o título, 
capa e contracapa, observando as características dos personagens, enredo, pontuação, 
parágrafo, etc. e analisando o contextual, aspectos intertextuais e de mundo, respectivamente. 
Também é posto o fato natural humano de estágios de leitura como descrição, análise, 
interpretação e julgamento, não necessariamente nesta ordem, que competem ao fato de tomar 
consciência do que está a sua frente. Um processo de “iluminar” o que se tem em contato para 
o cérebro, onde ocorrem os registros em níveis diferentes de lucidez. 
Uma crítica possível a este ponto, vem relacionado a estrutura da lógica argumentativa de 
acordo com a filosofia clássica, quando alguém se propõe a afirmar algo a partir de 
observações anteriores. Este formato, obviamente indutivo, pode levar quem faz a leitura a 
excluir centenas de possibilidades justificando-se com números prováveis – que quer dizer, 
literalmente, porcentagens que indicam o que pode estar sendo representado, antes mesmo de 
ler, ou não. Como no exemplo do ônibus, quando quem analisa levanta hipóteses vinculadas 
por premissas quantitativas. É fundamental estabelecer que a pré-leitura possa não ser uma 
boa opção quando o assunto é entregar-se ao mundo apresentado sem bloqueios racionais, o 
que seria extremamente essencial na leitura de literaturas, por exemplo. 
O último tópico apresentado diz sobre propostas de atividades com base na análise feita 
durante o estudo, indicados a turmas do 6° ao 9° ano, para textos orais e escritos. A primeira 
proposta inserida trata do gênero reportagem, utilizando um texto da revista Superinteressante 
sobre os porcos e suas relações com os seres humanos. É possível análises pré-textuais acerca 
do caráter irônico e recursos lingüísticos utilizados para atrair leitores, partindo do título e 
subtítulo, e também o uso de „links‟ externos como imagens icônicas de porcos, como o Babe, 
de A menina e o porquinho, indo além da provocação do autor. 
Em seguida encontramos exercícios com perguntas bem elaboradas a fim de provocar 
raciocínios específicos em classe, para avaliação do desempenho de cada um em seus estudos. 
Fica claro que as atividades propostas podem ser mescladas entre questões objetivas e 
relações de maior percepção das relações textuais, explorando várias especificidades que o 
pensamento pode acionar – já nas atividades textuais, obviamente. 
Acerca de análises pós-textuais, encontramos sugestões como links mais profundos, como 
todo o enredo de filmes, peças, livros, discussões, etc., podendo incluir até mesmo outras 
disciplinas como ciências naturais e história. 
A segunda proposta, de gênero receita, segue a estrutura da oralidade. Neste momento, as 
atividades pré-textuais são voltadas a memória, caracterização da receita e do diálogo, etc. É 
notório aspectos de entonações, pausas, hesitações, dentre outros casos, que ao exercitar uma 
visão crítica podemos aprender sobre discussões e debates, que ocupam um lugar muito 
importante na vida do homem social, em período de eleições com os debates, por exemplo. 
Conclui-se então que o estudo das diferentes habilidades e possibilidades de leitura influencia 
diretamente nos conceitos e recepção da linguagem da realidade quanto a comunicação no ser 
pensante. Aautora inclusive inclui os pontos dos quais o método de lecionar proposto irá 
influenciar e otimizar. Para nós, leitores desta obra, é possível a conscientização de fatos que 
já percebíamos de forma inconsciente em nossas práticas, tão quanto educadores como 
alunos. A prática de leituras como essa torna cada vez mais palpável questões óbvias que se 
escondem na correria natural da carreira e no triste formato objetivista em que a educação se 
transformou, se limitando sempre a formatos clássicos de lecionar que nem sempre 
consideram as questões essenciais, como o pensamento crítico, tão bem abordada neste texto e 
que está intimamente ligado ao ato da leitura e interpretação, sendo preocupação do professor 
de língua portuguesa a todo o momento.

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