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ANA CLAUDIA RESENHA CERTA

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NOME: ANA CLAUDIA CONTE	
PROFESSOR: MARCIO DE ABREU MORENO
RESENHA CRÍTICA
A execução penal no Brasil é regida pela Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/1984), que estabelece os objetivos e diretrizes para a aplicação das sanções penais, buscando a ressocialização do condenado e sua integração na sociedade após o cumprimento da pena. A saída temporária, um dos benefícios conferidos aos presos, é parte do sistema progressivo de cumprimento de pena adotado no país, visando proporcionar condições para a reintegração social do condenado.
No entanto, em dezembro de 2023, um incidente trágico em Belo Horizonte, onde um policial militar foi morto por um indivíduo que estava em saída temporária de Natal e não retornou ao sistema prisional, gerou intensos debates sobre a eficácia desse benefício e a necessidade de mudanças legislativas.
Em resposta a esses eventos, o Senado brasileiro retomou a discussão do projeto de lei que busca acabar com a "saidinha" de presos em datas comemorativas após a morte de um policial militar. O Projeto de Lei 2.253/2022, aprovado em fevereiro de 2024, restringe o benefício da saída temporária para presos condenados, extinguindo a liberação temporária em datas comemorativas e feriados, mas foi alterado para permitir as saídas de presos que estudam.
Os valores subjacentes a essa legislação incluem a preocupação com a segurança pública e a prevenção de crimes cometidos por indivíduos beneficiados pela saída temporária. Os objetivos visam equilibrar a necessidade de punição com a busca pela reintegração social dos condenados, reconhecendo a importância da educação como meio de ressocialização.
A interpretação do projeto de lei envolve uma análise cuidadosa de seus impactos sobre os direitos dos detentos, a eficácia das políticas de execução penal e a segurança pública como um todo. Embora a restrição da saída temporária possa ser vista como uma medida preventiva para evitar novos crimes, é necessário questionar se essa abordagem é eficaz em abordar as causas subjacentes da criminalidade e da reincidência.
Quanto à aprovação do texto legislativo, é importante uma análise crítica. A restrição da saída temporária pode limitar as oportunidades de ressocialização dos presos, especialmente aqueles que demonstram bom comportamento e estão engajados em programas de educação. Além disso, a medida pode violar os direitos dos detentos e não abordar adequadamente as causas estruturais da criminalidade.
Quanto à possibilidade de sanção ou veto pelo Poder Executivo Federal, é necessário ponderar os diferentes interesses em jogo. Um veto total ou parcial poderia ser justificado se houver preocupações com a eficácia e a proporcionalidade das restrições impostas, bem como sua compatibilidade com os princípios constitucionais e os direitos humanos dos presos.
Em suma, a restrição da saída temporária para presos condenados, como proposta pelo Projeto de Lei 2.253/2022, reflete as preocupações legítimas da sociedade brasileira em relação à segurança pública, mas sua eficácia e adequação devem ser cuidadosamente avaliadas à luz dos princípios jurídicos e dos objetivos da execução penal. Uma abordagem mais abrangente e holística pode ser necessária para alcançar resultados mais significativos e duradouros.

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