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02 Linha de montagem Ford T

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“Colocaram-me para trabalhar na linha de montagem, 
O número do meu cartão era meia-sete-meia-oito. 
Aqueles Fords passavam rapidamente pelo chão da fábrica, 
E a cada 14 segundos eu encaixava uma porta, 
Aqueles Fords passavam voando na minha frente dia e noite, 
Minha função era a porta dianteira direita. 
O supervisor me disse no dia em que fui contratado: 
‘Se você deixar passar uma porta, Sr. Jones... está na rua!’ 
Eu encaixava as portas, sempre na corrida, 
Uma a cada 14 segundos, nunca deixei passar alguma. 
E me arrastava de volta para casa todas as noites, 
Anda encaixando portas – a porta dianteira direita” 
 
 
A Evolução da Produção em Série 
 
Henry Ford concebeu a sua primeira linha de montagem em 1913 e revolucionou os processos de 
produção do seu Modelo T. Essa linha de montagem, na primeira fábrica Ford em Highland Park, 
Michigan, tornou-se um marco de referência para os métodos de produção em série no mundo. 
 
Uma ideia simples 
 
O propósito de Henry Ford era produzir o maior número de veículos possível, com um design simples e 
ao mais baixo custo. Quando a posse de um veículo se limitava ainda a uns quantos privilegiados, o 
objectivo de Henry Ford era o de "colocar o mundo sobre rodas" e produzir um veículo 
economicamente acessível ao público em geral. 
 
Como Ford construiu os primeiros automóveis 
 
Nos primórdios, Ford construía automóveis do mesmo modo que os outros – um de cada vez. O veículo 
ficava assente no chão durante o processo de construção enquanto os mecânicos e respectivas equipas 
de apoio preparavam as peças e voltavam ao carro para montá-las a partir do chassis. Para acelerar o 
processo, os veículos eram de seguida montados em bancadas que eram deslocadas de uma equipa de 
operários para outra. Mas essa acção não era rápida, uma vez que Ford precisava de equipas de 
trabalho competentes para montar o veículo 'construído à mão'. Por isso, os níveis de produção 
permaneciam baixos e o preço dos veículos era mais elevado para compensar os custos mecânicos. 
 
Era preciso automatização. Henry Ford e os seus engenheiros inventaram máquinas para produzir 
grandes quantidades de peças necessárias para o veículo e conceberam métodos de montagem das 
peças assim que eram fabricadas. Estavam prontos para a revolução. 
 
Aumentar a produtividade 
 
Para alcançar o objectivo de Henry Ford relativo ao consumo massificado proporcionado pela produção 
em série, a produtividade tinha de aumentar. Na fábrica de Detroit, no Michigan, os trabalhadores eram 
colocados em postos definidos e o chassis era transportado para junto deles utilizando cabos 
resistentes. O chassis parava em cada posto, onde eram encaixadas as peças até esta operação estar 
completamente concluída. 
 
Um resultado impressionante 
 
Henry Ford pôs em prática os princípios básicos de pioneiros como Elihu Root, que foi o mentor de um 
sistema de montagem para Samuel Colt, o qual dividia o processo de produção de modo a simplificá-lo. 
Continuou a tentar até que aperfeiçoou todas as etapas, transformando a sua visão de produção em 
série em realidade. 
 
Para reduzir a dependência de mão-de-obra qualificada, Henry Ford utilizava peças intercambiáveis, que 
podiam ser facilmente montadas por operários não qualificados. As experiências continuaram com 
barras de gravidade e correias transportadoras. Naturalmente, até o próprio posicionamento dos 
homens e das ferramentas foi pensado meticulosamente para assegurar que a produção fosse a mais 
eficiente possível. 
 
A soma das suas peças 
 
No processo de produção, cada departamento foi dividido nos seus elementos constitutivos. Essas 
linhas de submontagem eram definidas em cada área até que, como Henry observou "tudo muda de 
lugar na fábrica". Agora, a velocidade de produção aumentou – por vezes, eram até quatro vezes mais 
rápido. 
 
A linha de montagem final 
 
A última etapa foi a criação da linha de montagem final móvel. Começando apenas por um chassis, 
desloca-se ao longo da linha e através de cada posto de trabalho até o veículo completo ser conduzido 
para fora das instalações, accionado pelo seu próprio motor. Um componente essencial desse processo 
era o facto de todas as linhas de alimentação ao longo do percurso estarem sincronizadas para fornecer 
as peças correctas na altura certa. 
 
Colher os frutos 
 
Essa combinação de precisão, continuidade e velocidade introduziu a produção em série no mundo. Em 
Highland Park, a produção do Modelo T bateu níveis recorde com um veículo completo a sair da linha 
todos os 10 segundos por dia de trabalho. Ford podia então reduzir os preços, aumentar o salário 
mínimo diário para 5 dólares, produzir um produto superior e continuar a realizar lucros. 
 
Nessa altura, a Ford produzia anualmente dois milhões de Modelo T, os quais eram vendidos a 260 
dólares. 
 
Progresso revolucionário 
 
O Modelo T iniciou uma revolução rural. O salário diário de 5 dólares e a filosofia subjacente estiveram 
na origem de uma revolução social. A linha de montagem móvel iniciou uma revolução industrial.

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