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3 CURSO: Ministério Público Estadual Estagiando Direito @estagiando_direito_ AULA 07 – DIREITO CONSTITUCIONAL Mi 2 Olá alunos, vamos agora continuar nosso curso de Direito Constitucional, partindo para nossa 7° aula. Espero que estejam gostando e aprendendo bastante, para dúvidas, retornos, elogios e críticas podem nos contatar através de nosso perfil no Instagram @estagiando_direito_. Vamos agora começar a nossa aula? Bora!!! Controle de Constitucionalidade Introdução O Controle de constitucionalidade é a verificação das normas constitucionais do Estado, fazendo assim o controle de constitucionalidade das normas, buscando assim, evitar lacunas e incompatibilidade entre leis. O controle de constitucionalidade surgiu inicialmente nos Estados Unidos da América, no caso Madison x Marbury, no ano de 1803, onde o Juiz Marshall deu uma decisão que originou o sistema conhecido como Controle de Constitucionalidade Difuso, onde o poder judiciário tem a competência de não aplicar uma lei caso interprete-a como inconstitucional. Por outro lado, temos o Controle de Constitucionalidade Concentrado, desenvolvido pelo jurista Hans Kelsen, no ano de 1920, onde ficou expresso que o controle de constitucionalidade deve ser exercido por um tribunal específico, além da estrutura do poder judiciário, conhecido como Tribunal Constitucional, julgando assim as leis mediante ações especificamente propostas para este fim. Controle Difuso O Controle Difuso, conforme explicado acima, surgiu no ano de 1803 na Suprema Corte norte americana. Este controle ocorre inicialmente em um caso, onde o juiz determinará a inconstitucionalidade de uma lei naquele caso, conhecido como inter partes. E se proposta ação ao STF, este julgará a inconstitucionalidade da lei, e se julgada como inconstitucional irá ser comunicado ao Senado Federal, por meio do Art. 52, X, da Cr/88, que diz: “Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;”, sendo assim, o Senado suspende a execução da lei, tornando-a Inconstitucional, se tornando assim, erga omnes, e tendo a vigência denominada de ex nunc, isto é, incide aos casos propostos após a suspensão concedida pelo Senado Federal. 3 Controle Concentrado O Controle Concentrado, explicado historicamente no início da aula, surgiu em 1920 com Hans Kelsen, e este controle é atribuído ao STF (Supremo Tribunal Federal) mediante o Art. 102, I, a, da CFRB/88: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;”. Desta forma fica descrito o “Tribunal Constitucional”, necessitando ser motivado para ser instaurado uma ação sobre a constitucionalidade da norma. A propositura destas ações é delimitada à órgãos e cargos específicos do Estado, estando eles previstos no Art. 103, da CF/88: “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.” Logo, apenas os citados acima estão passíveis de ajuizar uma ADI (ação Direta de Inconstitucionalidade) ou uma ADC (Ação Declaratória de Constitucionalidade) 4 Ação Declaratória de Constitucionalidade A ADC foi introduzida ao ordenamento brasileiro por meio da EC 3/93, esta ação foi criada a fim de conferir a constitucionalidade de alguma determinada norma, sendo assim, sempre que uma norma for posta a prova, os agentes descritos no art. 103, da CF/88, poderá agir e propor uma ADC junto ao STF, para que este declare a norma constitucional, encerrando assim as discussões sobre ela. Vale ressaltar que uma norma uma vez declarada constitucional, ela não poderá mais ser objeto de uma ADI (ação direta de inconstitucionalidade), por um motivo claro, esta norma já foi previamente declarada constitucional Ação Direta de Inconstitucionalidade As ADIs são formas de controles constitucionais que buscam comprovar a inconstitucionalidade de alguma regra, prevista na Lei n° 9.868/99, onde demonstra que a competência originária é do STF. Caso a lei em discussão seja estadual ou municipal, esta deverá ser julgada pelo Tribunal de Justiça daquele Estado em questão. A ADI tem efeito erga omnes, logo é para todos seguirem, e vigência ex nunc, ou seja, é vigente somente para os casos ocorrentes após a decisão do STF, salvo quando o tribunal entender a necessidade de retroatividade, que assim a decisão será ex tunc, ou seja, retroagirá. ADI por Omissão A ADI por omissão é possível quando os órgãos competentes são solenes a uma determinada questão, deixando de regulamentar possibilidade de exercício de direito previsto na Constituição, por exemplo. Prevista no art. 103, §2°, que descreve: “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.” Por fim, a ADI por Omissão é regulamentada pela Lei n° 12.063/09, que acrescenta à Lei n° 9.868/99, o capítulo II-A. 5 Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental A ADPF é proposta a fim de reparar ou evitar uma lesão a algum preceito fundamental decorrente de ação ou omissão do poder público, ou quando for pertinente atentar o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo anterior à Constituição da República. A ADPF assim como as outras formas de controle de constitucionalidade têm como legitimados os agentes previstos no Art. 103, da CF/88. Tendo previsão legal na Lei n° 9.882/99 e no art. 102, §1°, da CR/88: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: § 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.” Por fim, vale ressaltar que a ADPF será sempre subsidiária, logo, só poderá ser proposta quando não for cabível uma ADI, ADC, mandado de segurança, ação popular, entre outros. Conclusão Esta foi a aula de hoje, espero que tenham gostado, não esqueça de deixar seu comentário, dúvida e ressalvas sobre a matéria. Na próxima aula iremos começar a tratar da Cidadania, tanto Política quanto Social, aguardo vocês semana que vem. 6 QUESTÕES 1. Quanto à declaração de inconstitucionalidade no controle difuso, assinale a alternativa incorreta: A) A declaração de inconstitucionalidade antecede o mérito da questão; B) A declaração de inconstitucionalidade é causa de pedir, nunca o pedido da ação. C) O juiz pode declarar a inconstitucionalidade de ofício. D) Há preclusão do controle de constitucionalidade. 2. São efeitos do controle de constitucionalidadedifuso: A) “ex tunc” e “inter partes”. B) “ex nunc” e “inter partes”. C) “ex tunc” e “erga omnes”. D) “ex nunc” e “erga omnes”. 3. O Supremo Tribunal Federal ao decidir pela inconstitucionalidade no controle difuso, comunica o Senado (art. 52, X, CF) que pode facultativamente suspender a lei. Caso a lei seja suspensa, quais os efeitos da decisão daquela casa legislativa? A) “erga omnes” e “ex nunc”. B) “erga omnes” e “ex tunc”. C) “inter partes” e “ex tunc”. D) “inter partes” e “ex nunc”. 4. Assinale a alternativa INCORRETA: A) A Ação Declaratória de Constitucionalidade visa a segurança jurídica acabando com as decisões divergentes no controle difuso. B) A competência para julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade é do Supremo Tribunal Federal. C) A legitimidade da Ação Declaratória de Constitucionalidade é igual à legitimidade da Ação Direta de Inconstitucionalidade. D) No campo material, podem ser objeto da ADECON lei ou ator normativo federal e estadual. 5. São legitimados universais da Ação Direta de Inconstitucionalidade: I) Governador do Estado. II) Mesa da Câmara e Mesa do Senado. III) Procurador Geral da República. IV) Conselho Federal da OAB e partido político com representação no Congresso Nacional. 7 A) F, V, V, V. B) V, V, V, F. C) F, V, F, V. D) V, F, V, F. 8 GABARITO 1 2 3 4 5 D A A D A
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