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FORRAGICULTURA (3)

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FORRAGICULTURA
 PROF. DR. DIVANEY MAMÉDIO DOS SANTOS
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Olga Ozaí da Silva
Simone Barbosa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4
1. TERMINOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS ......................................................................5
1.1 CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS ..................................................................................................... 7
1.1.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CICLO DE VIDA .................................................................................................... 7
1.1.2 CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO PERÍODO DE DESENVOLVIMENTO ..........................................................8
2. SELEÇÃO E MELHORAMENTO DE PLANTAS FORRAGEIRAS ..............................................................................9
3. ESCOLHA DAS PLANTAS FORRAGEIRAS .............................................................................................................. 11
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 13
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PASTAGEM
 PROF. DR. DIVANEY MAMÉDIO DOS SANTOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FORRAGICULTURA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Olá, aluno! Tudo bem? Vamos dar início ao conteúdo da Unidade 1 da disciplina de 
Forragicultura. Nos tópicos seguintes, conheceremos alguns aspectos ligados aos termos técnicos 
utilizados na área de forragicultura e pastagens, bem como os critérios adotados para a escolha de 
uma determinada forrageira, a partir da finalidade do sistema de produção. 
Em sistemas de produção com animais ruminantes, a finalidade das pastagens é 
proporcionar alimento em quantidade, qualidade e que represente um menor custo de produção, 
sendo a sua escolha um fator decisivo para a rentabilidade e sustentabilidade do sistema.
O Brasil é o país em que quase a totalidade da produção animal é feita a pasto, ou seja, 
aproximadamente 88% desses animais têm todos os seus ciclos produtivos desenvolvidos em 
cerca de 162,53 milhões de hectares de pastagem (ABIEC, 2020).
A diversidade de tipos de solos e climas do nosso território colaboram para que 
consigamos produzir uma variedade de plantas forrageiras de climas tropicais e subtropicais, 
com base na finalidade da criação animal, e fazer seleção massal para escolher a forrageira que 
mais se adapta ao sistema de produção, proporcionando maiores produtividades. A partir dessa 
conjuntura, aliada às técnicas e tecnologias de manejo, acontece o sucesso que o Brasil tem na 
produção pecuária, e que lhe confere destaque em nível mundial.
Diante desse contexto, você verá a abordagem dos pontos e gargalos da produção de 
forragens, que servirá de subsídio para discussões mais avançadas de um ambiente tão complexo 
que é o pastoril. E aí, vamos começar? Aproveite esta oportunidade para aprofundar ainda mais 
o seu conhecimento!
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. TERMINOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS
Existem termos e terminologias específicos usados na pastagem, que devem ser claramente 
definidos e empregados para o bom entendimento do assunto abordado, especialmente, dentro 
da comunidade científica internacional, indústria e produção. Alguns desses termos estão listados 
no Quadro 1.
Terminologia Descrição da terminologia
Pastagem
área de pasto, geralmente circundada por uma cerca e utilizada 
para a produção de forragem a ser consumida pelo animal em 
pastejo.
Piquete uma das subdivisões de uma pastagem, quando manejo sob lotação rotativa.
Forragem
partes comestíveis de plantas, exceto grãos, que podem 
proporcionar alimento aos animais em pastejo ou serem colhidas 
para alimentação.
Pasto comunidade vegetal monoespecífica ou não, que pode prover alimento para animais em pastejo.
Massa de forragem total de forragem, na matéria fresca ou seca, presente acima do nível do solo ou acima de uma altura pré-determinada.
Gramínea cespitosa o caule cresce perpendicularmente em relação ao solo, e entouceirado.
Gramínea estolonífera colmos rasteiros, superficiais, enraízam nos nós que estão em contatos com solo, originando novas plantas em cada nó. 
Dossel porção do pasto acima do solo (parte aérea).
Índice de área foliar 
(IAF)
total de área de um lado de todas as folhas verdes contidas em 1 m2 
de solo.
Acúmulo de forragem resultado do balanço entre os processos de produção de forragem, senescência de forragem e o consumo pelo animal em pastejo.
Senescência processo de morte de células, tecidos e órgãos de plantas forrageiras, ao final da sua vida útil.
Rebrotação processo de crescimento das plantas após a desfolhação.
Desfolha remoção de uma porção ou de toda a parte aérea da planta por animais em pastejo, processo de colheita manual ou mecânico.
Frequência de 
desfolhação
intervalo de tempo entre duas desfolhações sucessivas. É 
inversamente proporcional ao período de descanso.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Intensidade de 
desfolhação
razão entre a massa de forragem removida e a massa de forragem 
original (%), ou seja, altura de corte ou pastejo da planta.
Resíduo ou forragem 
residual
massa de forragem remanescente numa dada área, como 
consequência da colheita.
Pastejo processo de colheita da forragem diretamente pelo animal.
Sistema de pastejo
combinação definida e integrada de solo-planta-animal e de outros 
componentes do ambiente, método(s) de pastejo e objetivos do 
manejo para atingir resultados ou metas específicas.
Método de pastejo procedimento de alocação do rebanho na pastagem. Os mais usuais são a lotação contínua e a rotativa.
Estação de pastejo posição na qual um animal efetua múltiplos bocados sem mover suas patas.
Período de pastejo período em que um rebanho em pastejo ocupa uma área de pastagem específica. 
Período de ocupação período de tempo que uma área específica é ocupada por um ou mais grupos de animais em sucessão.Período de descanso período de tempo em que a área de pastagem está sem utilização.
Ciclo de pastejo
tempo decorrido entre o início de dois períodos de pastejo 
sucessivos em um mesmo piquete, numa pastagem manejada sob 
lotação rotativa.
Unidade animal (UA) vaca adulta não lactante, pesando 450 kg e num estado de mantença, ou seu equivalente, expresso em kg PV0,75.
Taxa de lotação relação entre o número de animais e a unidade de área utilizada durante um período especificado de tempo (UA/ha).
Capacidade de suporte
É a taxa de lotação máxima que pode ser colocada na pastagem 
e que maximiza a produtividade por área com ligeira queda no 
desempenho individual do animal, garantindo ainda a persistência 
da pastejo. Varia de estação para estação e de ano para ano (UA/ha 
× ano, UA/ha × na estação chuvosa, e seca etc.).
Pressão de pastejo
relação entre o número de UA, em termos de peso vivo ou 
metabólico, em pastejo e a massa seca de forragem da pastagem 
(kg PV/kg MS × dia ou kg PV0,75/kg MS × dia). É inversamente 
relacionada à oferta de forragem e diretamente relacionada à 
intensidade de desfolhação.
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Oferta de forragem
relação entre a massa seca de forragem por unidade de área e o 
número de UA (peso vivo ou metabólico) em um dado ponto no 
tempo (kg de MS/100 kg PV ou kg de MS/100 kg PV0,75). Também 
pode ser expressa em termos de porcentagem (e. g. 5 kg de MS/100 
kg PV = 5%).
Superpastejo
pastejo numa intensidade acima da capacidade de suporte da 
pastagem, acarretando danos à vegetação, com possíveis perdas de 
espécies forrageiras.
Subpastejo
pastejo numa intensidade bem inferior à capacidade de suporte da 
pastagem, o que permite elevada seleção da dieta pelo animal e o 
acúmulo de forragem e até mesmo a perda de grande parte dessa 
forragem.
Quadro 1 - Terminologia comumente utilizada na área de Forragicultura e Pastagens. Fonte: O autor.
1.1 Classificação de Plantas Forrageiras
A divisão das espécies se dá de acordo com o período de desenvolvimento (inverno ou 
verão), quanto ao ciclo de vida (anual ou perene). 
1.1.1 Classificação quanto ao ciclo de vida
Anuais: pastos que germinam, crescem, desenvolvem e se reproduzem em menos de um 
ano, e prioriza a produção de sementes para atravessar períodos desfavoráveis. Comumente, 
ocorrem em áreas que passam por perturbações naturais como estresse hídrico (seca ou 
alagamento), geadas e erosões, ou perturbações antrópicas como manejos agrícolas (fogo, 
lavração, superpastejo, uso de herbicidas etc.).
Bianuais: pastagens temporárias, de dois a cinco anos. Normalmente, ocorre rotação com 
outras culturas.
Perenes: pastagens que ocupam o solo em caráter permanente, com duração de seis ou 
mais anos, não estando inclusa em rotação de culturas. As forrageiras desse grupo apresentam 
crescimento inicial mais lento, priorizando o acúmulo de reservas na base do colmo e raízes, além 
de produzir menos sementes que as forrageiras anuais.
Pastagens nativas: formadas de espécies anuais ou perenes, podendo ser nativas ou 
adaptadas, distribuídas naturalmente.
Pastagens cultivadas: formadas pelo homem, por meio de espécies adaptadas, podendo 
ser cultivo solteiro ou consorciado, anual ou perene.
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1.1.2 Classificação em relação ao período de desenvolvimento
Hibernais: forrageiras de clima temperado (dias com temperatura amena) geralmente de 
pequeno crescimento, colmos finos e folhagem tenra. São semeadas no outono (tanto as perenes 
como as anuais), e colhida durante o inverno e primavera. Apresenta maiores rendimentos no 
estádio reprodutivo (florescimento), porém com menor valor nutritivo.
Estivais: forrageiras de clima tropical, com elevado potencial de crescimento, colmos 
grossos e folhas largas. Requerem bastante luz e calor, e são sensíveis ao frio intenso, permanecendo 
com vida apenas os órgãos inferiores (raiz e base da planta), devido ao acúmulo de reservas 
nutritivas para rebrotar na primavera. São semeadas na primavera, com maior produção no verão 
e outono, e quando entra o inverno, as perenes entram em estacionalidade (repouso vegetativo) 
e as anuais morrem.
Figura 1 - Exemplo de algumas espécies de gramíneas e leguminosas classificadas de acordo com o período de 
desenvolvimento e ciclo de vida. Fonte: Adaptado de Pereira e Herling (2016).
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2. SELEÇÃO E MELHORAMENTO DE PLANTAS FORRAGEIRAS
As plantas forrageiras pertencem a duas famílias principais (Gramineae e Leguminosae), 
sendo que aproximadamente 75% das espécies são de gramíneas (PEREIRA et al., 2001). Dessas 
forrageiras, origina-se um grande número de gêneros e espécies, sendo que apenas uma pequena 
porcentagem dessas são utilizadas em larga escala na formação de pastagens, a exemplo dos 
gêneros Urochloa, Megathyrsus e Pennisetum, os mais utilizados para a formação de pastagens 
tropicas (VALLE et al., 2013).
Grande parte das cultivares disponíveis para a formação de pastagens no Brasil foi 
selecionada a partir da variabilidade natural coletada ou introduzida de outros centros de origem. 
Atualmente, temos à disposição uma gama de plantas forrageiras que podem ser usadas 
nos sistemas de produção, contudo, quando o mercado de comercialização de sementes é 
analisado, observa-se grande carência de diversidade, já que 60% das sementes comercializadas 
pertencem à U. brizantha cv. Marandu, lançada no mercado há mais de 30 anos. 
Ficar refém de monocultivo pode ser desastroso em caso de incidência severa de pragas e 
doenças, por isso, é tão necessário diversificar as pastagens. Nesse sentido, é imprescindível fazer 
uso do melhoramento genético para o desenvolvimento de cultivares adaptadas a determinados 
nichos, ou seja, de acordo com a finalidade de uso da forrageira (pastagens consorciadas ou 
solteiras, sistemas integrados, cultivos anuais ou perenes, uso em pastejo, colheita manual ou 
mecânica, sistemas intensivos ou extensivos, fenação ou silagem, sistemas irrigados ou não, 
categoria, espécie e tipo de produção animal (corte ou leite, tração ou esporte etc.).
O desenvolvimento de cultivares forrageiras é um processo relativamente lento, 
complexo e que demanda muito investimento financeiro, pois exige planejamento, 
equipes multidisciplinares especializadas e recursos forrageiros. O resultado 
final desse melhoramento e seleção será uma forrageira que possibilitará a 
diversificação das pastagens, a diminuição da vulnerabilidade genética, reduzindo 
o risco de ocorrências de pragas e doenças, e aumento da produtividade animal.
Um programa de melhoramento leva mais de 10 anos para lançar um cultivar no 
mercado, sendo que esses são desenvolvidos para o atendimento de um nicho 
ou região específica. Se temos à nossa disposição cultivares que possivelmente 
sejam adequadas para as nossas condições, então, por que será que vemos tantos 
pecuaristas implantando qualquer forrageira em sua propriedade?
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O melhoramento de plantas forrageiras é dependente da relação solo-planta-animal, e 
tem por objetivo aumentar a produtividade e valor nutritivo, a resistência a pragas e doenças, a 
produção de sementes de boa qualidade, o uso eficiente de fertilizantes e a adaptação a estresses 
edafoclimáticos (VALLE et al., 2008), sendo o valor mensurado indiretamente por meio da sua 
conversão em ganho animal (carne, leite, couro e peles) (VALLE et al., 2009). Para o atendimento 
desses objetivos, as cultivares a serem desenvolvidas também devem apresentar características 
como produção de massa de forragem ao longo de todo o ano, boa aceitabilidade pelos 
animais, alta resistência ao pisoteio e persistência sob pressão de pastejo (ASSIS, 2009). Essas 
características também permitem, por exemplo, a identificação de característicasimportantes, 
como o perfilhamento, a capacidade de competição, ressemeadura natural e rebrota (EUCLIDES; 
EUCLIDES, 1998). 
As etapas envolvidas no desenvolvimento de novos cultivares estão apresentadas na 
Figura 2.
Figura 2 - Etapas no desenvolvimento de cultivares de gramíneas apomíticas. Fonte: Valle et al. (2008).
Para mais informações sobre algumas forrageiras utilizadas em 
nossas pastagens, estratégias de manejo, adubação, formação 
e recuperação de pastagens, acessar: COSTA, N. D. L. Formação, 
manejo e recuperação de pastagens em Rondônia. Embrapa Ron-
dônia-Livro-técnico (INFOTECA-E). 2004. 219 p. Disponível em: 
h t t p s : // w w w. i n f o t e c a . c n p t i a . e m b ra p a . b r / b i t s t re a m /
doc/706944/1/livropastagens.pdf.
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/706944/1/livropastagens.pdf
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/706944/1/livropastagens.pdf
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3. ESCOLHA DAS PLANTAS FORRAGEIRAS
Entre todas as etapas adotadas para o planejamento e estabelecimento da pastagem, 
a escolha da planta forrageira a ser implantada é a mais importante, uma vez que a escolha 
equivocada comprometerá a capacidade de persistência da pastagem diante das técnicas de 
manejo, além de não ser possível explorar o potencial produtivo da forragem em questão. No 
Quadro 2, é possível identificar alguns parâmetros que devem ser avaliados na hora de escolher a 
forrageira para a sua pastagem.
Item Atributos
1 Adaptação às condições de clima
2 Adaptação às condições de solo
3 As forrageiras mais populares
4 Facilidade de propagação e estabelecimento
5 Vida útil da pastagem
6 Produção forrageira
7 Valor nutritivo
8 Exigências nutricionais dos animais
9 Comportamento frente ao ataque de pragas e doenças
10 Se causa distúrbios metabólicos aos animais (fatores antinutricionais)
11 Aceitabilidade pelo animal
12 Forma de propagação (sementes ou mudas) 
13 Objetivos da exploração: pastejo ou para a conservação (silagem, pré-secado ou feno)
14 Método de pastoreio adotado: lotação contínua, alternada ou rotacionada.
15 Nível tecnológico da propriedade: extensivo, intensivo sem irrigar ou irrigado, fertilização etc. Isso para refletir no custo/benefício.
Quadro 2 - Parâmetros a serem adotados no momento de orientar o pecuarista quanto à escolha da planta forrageira. 
Fonte: Adaptado de Aguiar (2018).
Em síntese, hoje em dia, temos uma infinidade de plantas forrageiras disponíveis no 
mercado, o que aumenta ainda mais a responsabilidade na escolha correta da planta forrageira 
para o sistema de produção. A partir do apresentado anteriormente, podemos perceber que tal 
escolha não depende somente das condições de solo, clima e objetivo do sistema de produção, 
mas também da capacidade do pecuarista em manejar o sistema.
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Uma revisão interessante sobre a escolha de plantas forrageiras 
pode ser vista no vídeo A escolha de plantas forrageiras. 2018. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vuVDbDcVpmo. 
Acesso em: 23 nov. 2020.
https://www.youtube.com/watch?v=vuVDbDcVpmo
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O universo da forragicultura e pastagens é bastante complexo e dinâmico, estando em 
constante evolução. Um exemplo típico é a constante seleção e melhoramento de plantas que 
observamos no universo da forragicultura. Essas ações têm o objetivo de oferecer ao pecuarista 
cultivares de alta performance, que possibilite a diversificação da pastagem, desde quando seja 
escolhido o melhor cultivar para a condição em específico do empreendimento rural, garantindo 
o êxito na atividade.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 16
1. FORMAÇÃO, RECUPERAÇÃO E RENOVAÇÃO ........................................................................................................ 17
1.1 PRINCIPAIS CUIDADOS NA FORMAÇÃO (ESTABELECIMENTO) DO PASTO .................................................... 17
1.2 DEGRADAÇÃO, RECUPERAÇÃO E RENOVAÇÃO (REFORMA) DE PASTAGENS ................................................ 18
2. MÉTODOS DE PASTEJO .......................................................................................................................................... 21
3. CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DAS PASTAGENS .........................................................................................................22
3.1 AMOSTRAGEM DE SOLO E INTERPRETAÇÃO DA ANÁLISE DE SOLO ..............................................................22
3.2 CALAGEM E GESSAGEM .......................................................................................................................................23
3.3 ADUBAÇÃO FOSFATADA (P) .................................................................................................................................24
3.4 ADUBAÇÃO POTÁSSICA (K) .................................................................................................................................26
FORMAÇÃO, RECUPERAÇÃO E MANEJO 
DO PASTEJO
 PROF. DR. DIVANEY MAMÉDIO DOS SANTOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FORRAGICULTURA
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3.5 ADUBAÇÃO NITROGENADA (N) ...........................................................................................................................27
3.6 ENXOFRE (S) .........................................................................................................................................................27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................29
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INTRODUÇÃO 
Olá, aluno! Tudo bem? Vamos dar início ao conteúdo da Unidade 2 da disciplina de 
Forragicultura. Nesta unidade, abordaremos alguns aspectos ligados ao estabelecimento de área 
de pastagens por meio da propagação via semente ou mudas, abordando principalmente os 
principais cuidados a serem tomados para que se obtenha êxito na formação do pasto. Também 
discutiremos sobre os fatores que levam a pastagem a entrar em processo de degradação, e os 
passos a serem seguidos na tomada de decisão quanto à recuperação ou renovação da pastagem 
e, por último, as ferramentas de manejo utilizadas para que se tenha bons ganhos de peso animal, 
sem comprometer o potencial produtivo e perenidade da pastagem. 
Atualmente, contamos com uma área de aproximadamente 162,53 milhões de hectares 
de pastagem, sendo 148,6 mil ha-1 com pastagens exclusivas e 13,9 mil ha-1 com pastagens de 
uso integrado (ABIEC, 2020). Desse total de área, uma parte considerável se encontra em algum 
estádio de degradação.
A boa notícia é que podemos reverter essa situação e investir na modernização da pastagem 
e, para isso, basta usarmos de maneira eficiente as tecnologias que temos à nossa disposição. A 
partir do uso adequado das técnicas para manejar o pasto, é possível incrementar em até cinco 
vezes a produção animal a pasto, sem a necessidade de abertura de novas áreas.
E aí, vamos começar? Aproveite esta oportunidade para aprofundar ainda mais o seu 
conhecimento! 
A produção animal a pasto só será uma atividade rentável se forem utilizadas 
as ferramentas certas de manejo dos componentes do solo-planta-animal e, para 
isso, o profissional mais indicado é aquele que domina essas técnicas, a exemplo 
do zootecnista. Todo pecuarista que se preze tem o acompanhamento de sua 
propriedade por profissionais capacitados. Aqueles que se recusam a modernizar 
o sistema estão com os dias contados no exercício dessa atividade.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. FORMAÇÃO, RECUPERAÇÃO E RENOVAÇÃO
1.1 Principais Cuidados na Formação (Estabelecimento) do Pasto
No estabelecimento de uma pastagem, uma das etapas é a definição da época de plantio, 
segundo a espécie a ser implantada e a região, com os períodos das águas e da seca bem definidos. 
O plantio pode se dar via semente ou via propagação vegetativa (mudas), a exemplo de capins do 
gênero Cynodon (grama-estrela, coastcross-1 e outros), devendo ser feito no início do período das 
chuvas, com adequada umidade no solo, principalmente no caso das mudas, para não permitir a 
desidratação do material, garantindo a pega e o seu estabelecimento. 
Em regiões que têm as condições climáticas propícias ao cultivo de gramíneas hibernais, 
a exemplo da aveia e azevém, que têm a sua propagação via sementes, a janela para semeadura 
normalmente vai de março a maio, podendo se estender no máximo até início de junho.
Uma vez definida a época de plantio e a área de estabelecimento da pastagem, o próximo 
passo será manejar o solo, tomando o cuidado para que ele não fique com a camada superficial 
excessivamente fofa, muito menos, cheio de torrões, de forma a prejudicar o contato da semente/
muda com o solo e comprometer a emergência/rebrotação do material. A profundidade de 
preparo do solo varia segundo o tipo de solo, práticas de correção e forma de manejo, se é 
convencional (aração e gradagem) ou conservacionista (plantio/semeadura direta). Se adotado 
o preparo da área para plantio direto, recomenda-se o rebaixamento da vegetação existente por 
meio de dessecação com herbicida, pressão de pastejo ou corte mecânico. 
A profundidade de plantio deve ser cerca de três vezes maior do que o diâmetro do material 
utilizado. Isso facilitará a emersão do material na superfície e evitará gastos desnecessários das 
reservas de carboidratos. A prática de enterrio protege o material da incidência direta do sol, contra 
as altas temperaturas e, por consequência, evita a desidratação, além do ataque de predadores. 
Estudos realizados com os gêneros Urochloa e Megathyrsus orientam que a profundidade de 
semeadura de 2-8 cm resulta em maior número de plantas, em comparação às semeaduras 
superficiais. Se a semeadura for superficial, deve ser feita a incorporação do material ao solo, por 
meio de grade niveladora e/ou rolo compactador (ZIMMER; VERZIGNASSI; ZIMMER, 2019).
O estabelecimento por mudas representa alto custo por demandar equipe de trabalho 
treinado e maior uso de maquinário para a realização de colheita, transporte de mudas, plantio e 
incorporação das mudas ao solo (ANDRADE et al., 2016).
O material utilizado deve ser de fácil acesso e de qualidade, uma vez que tem grande 
responsabilidade na garantia do sucesso da formação do pasto. No caso das sementes, deve-se 
optar pela maior percentagem de sementes puras viáveis ou germináveis (%SPV ou %SPG), ou 
valor cultural (%VC). 
A fórmula para a determinação do VC (%) é . 
Para o plantio via vegetativa, os estolões devem ser maduros, com elevado número de 
gemas axilares, e colhidos de plantas bem nutridas para que seja garantido um bom suprimento 
de reservas orgânicas, e que de preferência a colheita seja feita no mesmo dia do plantio. As 
mudas devem ser mantidas sempre úmidas e na sombra até o momento do plantio. É de extrema 
importância que a área de obtenção das mudas seja livre de pragas e doenças, e baixa infestação 
de plantas indesejáveis.
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De forma geral, de 20-60% das sementes viáveis vão germinar, dependendo do VC. Logo, 
a quantidade a ser utilizada depende de fatores como a pureza da semente, da espécie/cultivar, 
do tratamento recebido pelas sementes (nuas ou incrustadas). No que se refere à quantidade de 
mudas, essa varia de acordo com a forma de plantio escolhida (mecanizados, semimecanizados e 
em plantio direto), se será feito em sulcos e covas, e o espaçamento adotado.
Para o manejo pós-plantio, deve-se ter cuidado com o controle de plantas invasoras, de 
forma a evitar a competição com a cultura alvo. Mesmo se realizada a dessecação dessas plantas 
antes do período de plantio, ainda assim haverá alguma emergência no pós-plantio, sendo 
necessária, portanto, a aplicação de herbicidas seletivos, entre a primeira e a terceira semana 
pós-germinação/rebrotação e, posteriormente, a forrageira tende a aumentar a cobertura do solo, 
reduzindo o aparecimento de invasoras, devido ao sombreamento.
Após o período de estabelecimento, deve-se realizar o primeiro pastejo leve, com o objetivo 
de uniformizar a altura do pasto, eliminar os pontos de brotação (gema apical), e estimular as 
gemas basilares e, com isso, o perfilhamento, proporcionando uma rápida e melhor cobertura 
do solo, com redução da incidência de invasoras na área. O pastejo deve ser feito quando a 
planta atingir aproximadamente 80% da altura recomendada de manejo. Por exemplo, em capim 
Tanzânia com altura de entrada de 65-70 cm e saída de 35-40 cm. No primeiro pastejo, deve 
ser entre 55-40 cm, o que em dias pode representar de 40-70 dias, dependendo das condições 
climáticas. 
1.2 Degradação, Recuperação e Renovação (Reforma) de Pastagens
O uso constante das pastagens, sem as devidas práticas de manejo e reposição da fertilidade 
do solo, tem contribuído para o comprometimento do seu vigor, produtividade, perenidade, 
incidência de pragas, doenças e plantas indesejáveis no sistema, resultando no avanço dos estádios 
de degradação do pasto, limitando ou inviabilizando a produção pecuária.
Hoje não se sabe ao certo a quantidade de áreas de pastagens degradadas que 
temos no território nacional, porém, sabe-se que, com a modernização dos sistemas 
de produção, principalmente com a adoção de sistemas integrados (lavoura-
pecuárias-floresta), e outras tipos de produção, essas áreas vêm diminuindo com 
o tempo, tanto é que já tem estudiosos que defendem que atualmente cerca de 
50% das nossas pastagens apresentam algum estádio de degradação, estando a 
maior parte nos graus de leve a moderado.
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Na Figura 1, é possível notar como se dá o processo evolutivo da degradação das pastagens 
ao longo do tempo.
Figura 1 - Representação simplificada dos estádios de degradação de pastagens cultivadas em suas diferentes etapas 
no tempo. Fonte: Macedo (2011).
No topo da escada da representação anterior, a pastagem demanda apenas práticas de 
manejo e reposição da fertilidade do solo, especialmente, o nitrogênio e o fósforo como adubação 
de manutenção e os demais nutrientes deficientes apontados na análise de solo. Ao negligenciar 
as práticas de manutenção do pasto, a degradação fica mais evidente e a sua recuperação se 
torna cada vez mais cara e complexa devido à necessidade de maior tecnificação para resolver o 
problema, carecendo, a depender do nível de degradação, fazer a reforma do pasto.
Para mais informações sobre estabelecimento e degradação de pastagens e 
as devidas práticas para reverter os estádios de degradação, ler os textos de 
Evangelista e Lima (2013) e Zimmer, Verzignassi e Zimmer (2019).
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A degradação impacta nos rendimento econômicos do pecuarista, uma vez que ocorre a 
diminuição da capacidade de suporte do pasto com o passar do tempo, devido à dificuldade em 
manter os níveis de produção de massa de forragem (oferta), ao passo que, mesmo em período 
de descanso do pasto, seja ele no intervalo entre pastejo ou método de vedação (diferimento), 
o acúmulo de massa não é suficiente para a manutenção da taxa de lotação anterior, ou seja, 
ao longo da vida útil da pastagem, cada vez menor será a quantidade de animais que a mesma 
suportará.
Com base em estudos, foram estabelecidos alguns critérios, em nível de campo, que 
permitem a avaliaçãodo grau de degradação da pastagem (Tabela 1).
ED Parâmetro limitante QCS (%) ND Situação Ação
1 Vigor e solo descoberto Até 20 L
PED Rec
2 Estádio 1 agravado + plantas invasoras 21-50 M
3
Estádio 2 agravado ou morte das forrageiras (degradação 
agrícola)
51-80 F
PD Ren
4 Solo descoberto + erosão (degradação biológica) >80 G
ND: nível de degradação; L: leve; M: moderado; F: forte; G: grave; PED: pastagens em degradação; PD: 
pastagens degradadas; Rec: recuperação do pasto; Ren: renovação do pasto.
Tabela 1 - Critérios para a avaliação dos estádios de degradação (ED) da pastagem, a partir de indicadores de queda 
temporal na capacidade de suporte (QCS) e nível de degradação. Fonte: Adaptado de Dias-Filho (2011).
A partir do conhecimento da real situação da pastagem, será possível a tomada de decisão 
para a escolha do melhor programa a ser implementado para devolver a capacidade produtiva do 
sistema, podendo ser a recuperação, renovação ou Sistemas Integrados de Produção Agropecuária 
(SIPA).
Recuperação tem por definição o reestabelecimento da capacidade produtiva da pastagem, 
sem trocar a forrageira implantada, levando-se em consideração a condição e o interesse 
econômico do produtor, uma vez que são empregadas práticas como ressemeadura, correção e 
fertilização do solo e controle de invasores.
A renovação dar-se-á quando a pastagem se encontrar em ED 3 e 4 (Tabela 1), não sendo 
mais possível recuperar a vegetação existente e, portanto, necessitando do uso de mecanização na 
área, práticas de manejo do solo (aração e gradagem), controle de invasores, correção e fertilização 
do solo e a troca da forrageira presente.
Para os pecuaristas que optam por modernizar e intensificar o sistema de produção, podem 
fazer a implementação do SIPA. Esses sistemas trazem como benefícios a conservação do solo e 
recursos hídricos, aumento da biodiversidade e conforto animal, e contribui com o sequestro de 
CO2. Contudo, a adoção desse sistema, devido à sua complexidade, implica maior tecnificação da 
propriedade e maiores investimentos iniciais, em comparação aos menos intensivos.
Uma revisão interessante sobre recuperação e manutenção de 
pastagens pode ser vista em vídeo. Assista no Youtube ao vídeo 
Recuperação e manutenção de pastagens: 
https://www.youtube.com/watch?v=MSbBGRIoEus.
https://www.youtube.com/watch?v=MSbBGRIoEus
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2. MÉTODOS DE PASTEJO
O método de pastejo nada mais é que a forma de alocação dos animais dentro da 
pastagem. Esse, por sua vez, pode ser dividido em dois grandes grupos: lotação contínua e lotação 
intermitente (rotativa).
A adoção de qualquer um dos métodos é sempre um ponto divergente na hora de decidir 
a forma de manejo dos animais, devido à distinta finalidade dada à mesma forrageira. Entretanto, 
o que já se tem bem claro é que não existe o método que possibilite melhores ganhos animal, pois, 
desde que bem manejado, os resultados obtidos em ambos tendem a ser semelhantes. Assim, são 
as vantagens e desvantagens de cada método que servirá de guia de tomada de decisão para a 
escolha do manejo do pastejo. Alguns fatores como o tipo de forragem a ser utilizada, clima da 
região, espécie e categoria animal, tipo de solo, dentre outros, servem como norteadores dessa 
decisão. 
Lotação contínua – método de pastejo em que o lote de animais tem acesso irrestrito e 
ininterrupto a toda a pastagem, durante todo o período de pastejo. Se mal manejado, possibilitará 
maior seletividade ao animal e, por consequência, maior ganho individual, devido à ocorrência 
de subpastejo. Porém, esse fato ocasiona perda de massa de forragem por falta de colheita. Outra 
possibilidade é que haja superpastejo e ocasione o desaparecimento das forrageiras ao longo do 
tempo, devido à maior intensidade de desfolha. Esse comportamento é observado quando se 
trabalha com taxa de lotação fixa, onde não é possível o total controle da estrutura do pasto, 
comprometendo as respostas da forragem e do animal. 
Nesse método, recomenda-se trabalhar com taxa de lotação variável, mantendo a estrutura 
do pasto através do controle da frequência de desfolha e, tendo a altura como ferramenta, a qual 
será ajustada pela pressão de pastejo. Essa forma de manejo contribuirá para a maior perenidade 
do pasto, mediante estabilidade dos processos de crescimento, senescência e consumo, tudo 
acontecendo ao mesmo tempo.
Lotação intermitente (rotativa) – esse método subdivide a pastagem em piquetes, durante 
o período de ocupação dos animais em pastejo, intercalando os períodos de pastejo e descanso. 
Se bem manejado, permite o controle da intensidade de desfolha do pasto, preservando a sua 
estrutura, ao mesmo tempo que contribui para aumento do ganho animal. Geralmente, o uso 
desse método é mais indicado para pastagens de alta produção (Megathyrsus sp. e Cynodon sp.), 
com melhores níveis de tecnificação (adubações mais intensivas).
Atualmente, buscamos não trabalhar nesse método com dias fixos de ocupação e descanso. 
Para o manejo do pastejo, adotamos a ferramenta altura do dossel forrageiro, uma vez que essa 
é mais eficiente em respeitar a fisiologia da planta, sem comprometer o ganho de peso animal. 
Dentre as modalidades de pastejo sob lotação rotativa, citam-se as principais:
• Pastejo creep (creep grazing): pastagem adjacente com acesso exclusivo aos animais jovens 
(terneiros e cordeiros) sem acesso de suas mães. 
• Pastejo em dois grupos (primeiro-último): nesse método, dois ou mais grupos de animais 
com diferentes requerimentos nutricionais pastejam sequencialmente a mesma pastagem 
(primeiro, vacas em lactação, seguido de vacas secas; animais jovens pastejam primeiro 
que as mães). 
• Pastejo diferido (vedação, feno em pé): nesse sistema, os animais não têm acesso à pastagem 
até a maturação das sementes, ou visando acumular forragem para período estratégico 
(outono e inverno), ou ainda, visando facilitar a recuperação de áreas em degradação. 
Também é usado até retornar à normalidade climática (tempo). 
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• Pastejo intensivo (Mob grazing): pastejo por um grupo de animais relativamente grande, 
densidade alta por um curto período. 
• Pastejo misto: diferentes classes ou espécies de animais na mesma unidade de pastejo.
• Pastejo em faixas: os pastejos são realizados em faixas, dimensionadas para suprir as 
necessidades diárias do rebanho. A área de pastagem a ser utilizada como referência pode 
ser a de 100 m2 dia-1 UA. 
3. CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DAS PASTAGENS
Os solos brasileiros, em sua grande maioria, apresentam algum grau de deficiência de 
nutrientes, limitando, portanto, a expressão do potencial produtivo da forragem. Um exemplo 
típico é o fósforo (P), cuja deficiência ocasiona redução no rendimento da cultura.
O não suprimento dos requerimentos de P pelas pastagens, por exemplo, aliado aos 
processos erosivos dos solos descobertos, extração dos nutrientes mediante colheita da forragem, 
e a competição da cultura principal com as plantas indesejáveis, todos esses fatores se constituem 
na receita infalível para provocar queda de produtividade, seguida do avanço nos estádios de 
degradação das pastagens. 
3.1 Amostragem de Solo e Interpretação da Análise de Solo
Com a amostragem do solo, será possível realizar a análise química para conhecer a sua 
fertilidade. Para que a amostragem seja representativa, deve-se considerar a vegetação do local 
da coleta, a topografia do terreno, as características do solo e histórico de adubação da área. 
Posteriormente, a área deve ser dividida em talhões homogêneos e proceder a coleta de amostras 
simples (volume de solo coletado em um ponto do talhão) em ziguezague, e na profundidade de 
0-20 cm. 
A partir das amostras simples (no mínimo 20 em uma área inferior a 20 ha), fazer uma 
amostra composta (obtida a partir da mistura homogênea de várias amostras simples coletadasdo mesmo talhão) de cerca de 300 g de solo, acondicioná-la em saco plástico limpo, devidamente 
identificado com material resistente à umidade, e enviar para um laboratório confiável. 
No local da coleta, deve ser feita a limpeza da superfície do solo, sem que seja raspada 
a camada superficial. Para as coletas, devem ser evitadas as áreas próximas a instalações 
(construções, comedouros, bebedouros, saleiros e currais), excretas de animais (fezes e urinas), 
cupinzeiros, restos de árvores caídas etc. O ideal é que a análise química básica de rotina seja feita 
anualmente, e a análise completa do solo (macro e micronutrientes) seja feita pelo menos a cada 
2-3 anos.
De posse dos resultados, conheceremos a necessidade de correção do solo e a reposição 
de nutrientes com base nos requerimentos de cada espécie forrageira. É importante que se 
tenha o completo entendimento desses resultados, de forma a diagnosticar corretamente as 
condições de fertilidade do solo. Posterior à identificação, podem-se adotar tabelas dos manuais 
de recomendação de adubações para pastagem, e verificar o nível crítico (NC) de cada nutriente. 
Essas tabelas geralmente agrupam as forrageiras de acordo com a exigência de fertilidade do solo.
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Se o nutriente observado na análise apresentar valor abaixo do NC, será necessária a 
sua reposição no solo para que não haja limitação da expressão da máxima produtividade da 
forrageira. Os manuais mais utilizados são: Instituto Agronômico de Campinas – SP - Boletim 
100, Manual de Calagem e Adubação do RJ - EMBRAPA, Manual de Adubação e Calagem para o 
PR - CELA, Manual de Adubação e Calagem para o RS e SC – MAC, e Recomendações para uso 
de corretivos e fertilizantes em MG - 5ª Aproximação.
É importante observar, antes de proceder os cálculos, se as unidades dos elementos 
expressos na análise de solo são iguais às das tabelas de adubação, pois cada laboratório pode 
usar uma metodologia específica de extração de nutriente.
 
3.2 Calagem e Gessagem
A calagem como prática de correção se refere à aplicação de calcário na área. A sua 
utilização visa neutralizar o pH do solo e a toxidez do alumínio, ferro e manganês, para que os 
demais nutrientes fiquem disponíveis para absorção pelas raízes das plantas forrageiras (Figura 
2).
Figura 2 - Disponibilidade dos nutrientes em função do pH do solo. Fonte: Malavolta (1981).
Dentre os métodos usados para o cálculo da necessidade de calagem (NC), os três mais 
utilizados se dão com base na neutralização do alumínio, solução tampão Schoemaker, McLean 
e Pratt – SMP, e Saturação por bases - SB. Vamos apresentar um exemplo a seguir com base na 
SB. O primeiro passo é reunir os dados que serão utilizados no cálculo da NC, sendo o resultado 
final apresentado em ton. ha-1. 
A capacidade de troca catiônica a pH 7 - CTC (T) representa a SB (Ca, Mg e K) com 
os valores da acidez potencial (H+Al), expressos em cmolc.dm
-3, logo, a fórmula ficará: T = SB 
+ H+Al. O valor V2 é a saturação de bases que se deseja elevar e V1 é a saturação atual do solo, 
através da análise química. 
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O V1 é calculado da seguinte forma: O V2 é um valor tabelado para as 
culturas. Para as gramíneas, normalmente varia de 40-70%, sendo que quanto mais exigente 
em termos nutricionais, maior terá que ser o V% considerado no cálculo. Por último, vamos 
considerar na fórmula a qualidade do calcário através do poder relativo de neutralização total 
(PRNT), disponibilizado no rótulo da embalagem. 
Finalmente, temos condições de montar a nossa fórmula para calcular a NC. Então, NC 
(ton. ha-1) = .
Para que o calcário exerça seu papel, o solo deve estar úmido, e se manejado pelo método 
convencional, é recomendada a sua incorporação ao solo de 60-80 dias antes do plantio, podendo 
esse período ser encurtado, a depender do valor de PRNT, ou seja, quanto maior, mais rápido 
reagirá no solo e mais cedo poderá iniciar o plantio.
A gessagem, por sua vez, é considerada como condicionador de solo, e não um corretivo, 
uma vez que não influencia diretamente no pH do solo e atua na distribuição dos nutrientes nas 
camadas mais profundas do solo. Sua aplicação se dá quando há necessidade do fornecimento 
de cálcio e de enxofre, e redução da concentração tóxica do alumínio trocável nas camadas 
subsuperficiais (20-40 e 30-60 cm), com consequente aumento de cálcio nessas camadas, visando 
à melhoria do ambiente para o crescimento radicular.
A sua recomendação será feita quando nas camadas subsuperficiais a análise apresentar: 
cálcio menor que 5 mmol.dm-3, alumínio maior que 5 mmol.dm-3, saturação por alumínio (m) 
entre 20 e 30% e enxofre menor que 15 mg.dm-3. Uma vez constatada a necessidade de se aplicar 
gesso (NG), a dose pode ser definida de acordo com o teor de argila ou saturação por bases na 
subsuperfície.
O método da argila, por exemplo, considera na equação a NG (ton. ha-1) = 
, em que o fator a ser utilizado é de 75 para culturas perenes, a 
exemplo das gramíneas tropicais e 60 para capineiras e áreas de leguminosas.
3.3 Adubação Fosfatada (P)
O fósforo é considerado um nutriente essencial para a síntese e degradação de carboidratos, 
respiração celular, e influencia no armazenamento, transporte e utilização de energia durante 
o processo fotossintético, além de necessário para a síntese de proteínas e no metabolismo de 
enzimas (WERNER, 1984). 
Esse nutriente é indispensável na fase de estabelecimento da pastagem com gramíneas 
por influenciar no crescimento radicular e no perfilhamento, pois atua no crescimento e divisão 
celular, proporcionando incrementos na produção de massa de forragem. Nas leguminosas, 
também promove aumento da produtividade, devido a estimular o desenvolvimento radicular e 
favorecer a nodulação, com maior aproveitamento do N presente no sistema, e enriquecendo o 
valor nutritivo da parte aérea da forrageira, o que refletirá melhor desempenho animal.
Normalmente, os teores de P nos solos tropicais (200-600 mg kg-1) são considerados altos, 
contudo, a fração disponível para o crescimento das plantas forrageiras (< 5 mg kg-1) está aquém 
das suas exigências nutricionais (COSTA, 2004). Isso porque grande parte do P encontra-se 
adsorvido aos coloides do solo, devido à reação com o Fe, Al, Mn (solos ácidos) e com o Ca (solos 
alcalinos), ou mesmo com o alto teor de argila, tornando-se insolúveis e, portanto, não disponível 
para uso pelas plantas. Costa (2004) relatou que o P se encontra mais disponível em pH 5, 5-7, 0. 
Estima-se que apenas 5 a 20% do P solúvel adicionado ao solo como adubo seja aproveitado pela 
cultura que o recebeu, e que 95 a 80% dele seja fixado no solo.
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A formulação contendo P mais comum é o P2O5, estando mais disponível para uso 
comercial através do superfosfato simples (SFS) ou triplo (SFT), considerado mais solúvel, e pode 
ser aplicado em sulco ou a lanço. As demais fontes como os fosfatos naturais reativos (Gafsa, 
Arad e Carolina do Norte) demonstram eficiência de 75-85% no primeiro ano, fase de formação 
da pastagem, e 100% a partir do segundo ano. Os fosfatos naturais brasileiros (Araxá e Patos de 
Minas) têm eficiência de 50% quando comparados aos solúveis, e devem ser aplicados sempre a 
lanço e incorporados ao solo (VILELA et al., 1998).
Os fosfatos naturais demonstram menor custo comercial, em comparação às fontes mais 
solúveis, além de maior efeito residual no solo, por sua baixa solubilidade. Por isso, recomenda-se 
a combinação dessas duas fontes de P (alta e baixa solubilidade), visando à liberação mais rápida 
de P na fase de estabelecimento do pasto, período crítico para formação do sistema radicular e, 
assim, possibilitar a planta igualdade de competição com as invasoras. A fonte menos solúvel vai 
disponibilizar o P ao longo dotempo, assegurando maior persistência da pastagem no sistema.
A adubação fosfatada garante o sucesso do estabelecimento do pasto, pois o maior 
requerimento de P se dá na fase inicial (30 dias pós-emergência ou rebrotação). Por isso, a sua 
aplicação deve ocorrer antes do plantio, em área total e com completa incorporação ao solo, 
ou aplicado junto com a semeadura, desde quando utilize semeadora/adubadora em linha, para 
evitar o contato da semente com o adubo. Para a adubação de manutenção, a fonte de P pode ser 
aplicada a lanço, desde que o solo esteja coberto por algum resíduo vegetal.
Uma forma prática de calcular a quantidade de adubo a ser aplicado é por meio da 
associação da necessidade de P com o teor de argila apontado na análise do solo. Assim, para cada 
ponto percentual de argila no solo, propomos que sejam aplicados 5 kg de P2O5 ha
–1 (CERQUEIRA 
LUZ et al., 2011). 
Na Tabela 2, são apresentadas algumas recomendações para a adubação fosfatada, que 
leva em consideração os teores de P observado no resultado da análise de solo e o teor de argila 
do solo.
Teor de argila (%)
Disponibilidade de fósforo/Dose a ser aplicada
Baixa Média Adequada
Teor
(mg dm-3)
P2O5
(kg ha-1)
Teor
(mg dm-3)
P2O5
(kg ha-1)
Teor
(mg dm-3)
P2O5
(kg ha-1)
> 35 0-3,0 60 3,1-6,0 40 > 6,0 0
15-35 0-4,5 45 4,6-9,0 30 > 9,0 0
< 15 0-6,0 30 6,1-12,0 20 > 12,0 0
Tabela 2 - Recomendação de aplicação de adubação fosfatada (P2O5, kg ha
-1) para renovação de pastagens, com base 
no teor de fósforo (P) disponível no solo (mg dm-3), extraído pelo método Mehlich-1, e percentual de argila no solo 
(%). Fonte: Adaptado de Andrade et al. (2014).
Em pastagem de gramíneas menos exigente ou que é mais eficiente no uso de P do solo, 
como as gramíneas do gênero Urochloa, não é necessária a aplicação de doses acima de 45 kg de 
P2O5 ha
-1 (BARCELOS et al., 2011).
Vale lembrar que essas tabelas ou outras formas práticas para o cálculo de adubação 
nada substitui a correta interpretação da análise de solo, de forma a repor no solo exatamente a 
quantidade faltante para atender à necessidade da forrageira.
Tenha em mente que a adubação de manutenção deve ser feita, de preferência, no início 
da estação das águas, visto que o P é pouco móvel no solo e, por isso, necessita da umidade para 
se deslocar e ser absorvido pelas raízes.
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3.4 Adubação Potássica (K)
O potássio é um nutriente essencial para a manutenção e recuperação da produtividade 
do pasto. Ele participa do metabolismo das forrageiras como ativador de enzimas e contribui 
nos processos fotossintéticos por meio da transformação da energia luminosa em energia 
química, maior assimilação de CO2 (conversão de C inorgânico a orgânico), na translocação dos 
carboidratos produzidos nas folhas para outros órgãos da planta e, a partir desses, maior síntese 
de sacarose, amido, lipídeos, aminoácidos e proteínas e, ainda, controla a abertura e fechamento 
dos estômatos, possibilitando maior eficiência no uso de água.
A formulação mais comumente usada é o K2O, sendo o cloreto de potássio (KCl) a fonte 
mais disponível para uso comercial. A sua aplicação no solo se dá, principalmente, em cobertura, 
30-40 dias após o plantio, a lanço ou misturado com a adubação fosfatada (VILELA et al., 1998). 
Nesse caso, levando-se em consideração que a fonte de P não seja aplicada no momento do 
plantio/semeadura. Normalmente, a aplicação deve ser feita parceladamente, sendo do total, 
ou até 60 kg de K2O ha
-1, aplicado na fase de estabelecimento do pasto, e o restante (~ ), a lanço, 
para a manutenção das pastagens já estabelecidas. 
Em solos mais argilosos, recomenda-se a aplicação na ocasião do plantio e, naqueles 
mais arenosos, recomenda-se adubar cerca de 45 dias após o plantio, em cobertura, ou quando 
a percentagem de solo descoberto do pasto em formação estiver por volta de 30-40%, no intuito 
de minimizar as perdas por lixiviação (ANDRADE et al., 2014). Na Tabela 3, serão apresentadas 
recomendações de adubação potássica.
Teor de K no solo Dose de potássio (kg K2O ha
-1)
mg dm-3 cmolcdm
-3 Pasto de gramíneas Pasto consorciado com leguminosas
< 25 < 0,06 40 60
25-50 0,06-0,13 20 30
> 50 > 0,13 0 0
Tabela 3 - Recomendação de aplicação de adubação potássica (K2O, kg ha
-1) para renovação de pastagens, com base 
no teor de potássio (K) disponível no solo (mg dm-3) e tipo de pasto a ser formado. Fonte: Adaptado de Andrade et al. 
(2014).
Vale lembrar que essas tabelas ou outras formas práticas para o cálculo de adubação, 
nada substitui a correta interpretação da análise de solo, de forma a repor no solo exatamente a 
quantidade faltante para atender à necessidade da forrageira.
Para a adubação de manutenção, recomenda-se a reposição desse nutriente, se na análise 
de solo constar valores inferiores a 0,30 cmolcdm
-3 para todos os grupos de plantas forrageiras, 
de acordo com as exigências em fertilidade do solo, apontado nos estudos de Cerqueira Luz et al. 
(2011), em sistemas sob pastejo.
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3.5 Adubação Nitrogenada (N)
O nitrogênio é considerado o principal nutriente responsável pelo incremento na produção 
da massa de forragem, contribuindo para que haja intenso fluxo de renovação de tecidos e, com 
isso, maior perenidade da pastagem. 
Ele participa ativamente da síntese de compostos orgânicos (vitaminas, pigmentos 
fotossintéticos, aminoácidos, proteínas etc.) (MALAVOLTA, 1980), integrantes de componentes 
morfológicos da forragem como tamanho das folhas e do colmo, aparecimento e desenvolvimento 
dos perfilhos (NABINGER, 1997), participa da constituição de hormônios e faz parte da molécula 
de clorofila (COSTA, 2004). 
A reposição desse nutriente no solo contribui para a melhoria do valor nutritivo (VN) 
da forragem, devido ao aumento no teor de proteína bruta e, por consequência, diminuição 
das fibras de menor degradabilidade no rúmen, aumentando a aceitabilidade da forragem pelo 
animal e proporcionando melhores ganho de peso.
O N-fertilizante deve ser fracionado em duas ou mais aplicações, sempre que a quantidade 
a ser utilizada ultrapassar a dose 50 kg ha-1. O fracionamento diminui a possibilidade da ocorrência 
de perdas, principalmente por volatilização. Geralmente, a campo, a adubação se dá no final do 
período das águas, no intuito de reduzir o efeito da estacionalidade na produção de massa de 
forragem, especialmente no período seco, resultando em produção mais homogênea ao longo do 
ano. 
A adubação de formação/estabelecimento deve ser feita na época das águas e quando 
as plântulas apresentarem sistema radicular desenvolvido, de forma a aproveitar o nutriente 
disponível no solo. A nível de campo, essa fase se dá a partir do lançamento de cerca de 5 folhas. 
De forma prática, essa adubação pode ser feita quando o pasto tiver cerca de 45 dias de 
implantado, ou quando a percentagem de solo descoberto na área for entorno de 30-40%. O 
uso dessa técnica exige um técnico com olho treinado. Também pode ser observado o teor de 
matéria orgânica (MO) apontada na análise de solo e, nos casos em que o solo apresentar menos 
de 20 g kg-1 (2 %) de MO, é recomendada a aplicação de 40 a 80 kg de N ha-1, em cobertura, dois 
meses após a emergência das plantas, em sistemas menos intensivo, e de 80 a 120 kg de N ha-1 em 
sistemas de produção mais intensivos (COSTA et al., 2004).
Em pastagens formadas, a aplicação se dá na fase de rebrotação do pasto (pós-colheita), 
que é quando a planta necessitará de disponibilidade de N no solo para o crescimento da lâmina 
foliar remanescente e surgimento de novos tecidos. Para que a adubação tenha o efeito desejado, 
sempre deve haver bastante área foliar no pós-pastejo, pois a planta necessitará de área foliar para 
realizar os processos fotossintéticos e acelerar a sua recuperação.
3.6 Enxofre (S)
Apesar de ser um nutriente comumenteesquecido na hora da adubação, esse nutriente 
tem grande importância para o pasto, pois está associado à formação das proteínas como parte 
componente dos aminoácidos metionina e cistina, e influencia no metabolismo energético das 
gorduras e carboidratos, além de estar envolvida na fotossíntese, na fixação de N2 atmosférico etc. 
Por isso, a sua reposição no solo, além de incrementar a produção de massa de forragem, aumenta 
a quantidade de aminoácidos sulfurados na dieta animal (COSTA, 2004).
O requerimento de S pelo pasto é baixo, sendo a necessidade suprida a partir da adubação 
fosfatada, pois o SFS contém de 10-12% de S, ou pelo N-fertilizante, se a fonte de N for o sulfato 
de amônio (22-24% de S) (ANDRADE et al., 2014). Se as fontes de N e P não contiver S, é 
recomendada a aplicação de 30 kg de S ha-1 na forma de gesso agrícola ou flor de enxofre (COSTA 
et al., 2004).
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Para mais informações sobre algumas forrageiras utilizadas em 
nossas pastagens, estratégias de manejo, adubação, formação 
e recuperação de pastagens, acessar: COSTA, N. D. L. Formação, 
manejo e recuperação de pastagens em Rondônia. Embrapa Ron-
dônia-Livro técnico (INFOTECA-E). 2004. Disponível em: 
h t t p s : // w w w. i n f o t e c a . c n p t i a . e m b ra p a . b r / b i t s t re a m /
doc/706944/1/livropastagens.pdf.
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/706944/1/livropastagens.pdf
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/706944/1/livropastagens.pdf
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/706944/1/livropastagens.pdf
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A condição em que se encontra a pastagem diz muito sobre a capacidade de gerenciamento 
de cada propriedade, uma vez que o mau manejo ou a ausência dele acarretará sucessivos prejuízos 
no sistema de produção pecuário, e a depender de quanto tempo dure esse descaso, dificilmente a 
reversão da situação se dará de maneira facilitada ou sem que sejam utilizados por muito tempo 
recursos financeiros e mão de obra técnica e qualificada para solucionar a problemática.
Assim, para que tenhamos uma pastagem saudável e perene, devemos nos atentar para 
o fato de que a adubação da pastagem não deve se dar somente no momento de sua formação, 
mas, sim, ao longo de toda a sua vida produtiva, mediante adubações de manutenção com N-P-K, 
principalmente quando em situação de constante colheita pelos animais. Dessa forma, o pasto 
conseguirá produzir em quantidade e qualidade suficiente para atender necessidade de ingestão 
diária de nutrientes pelos animais. 
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U N I D A D E
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 31
1. MANEJO DA PASTAGEM ..........................................................................................................................................32
1.1 VALOR NUTRITIVO E CONSUMO ANIMAL A PASTO ..........................................................................................33
2. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS FORRAGEIROS ......................................................................................................35
2.1 SILAGEM .................................................................................................................................................................35
2.2 FENO .......................................................................................................................................................................36
2.3 CAPINEIRA.............................................................................................................................................................38
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................40
MANEJO DA PASTAGEM E UTILIZAÇÃO 
DOS RECURSOS FORRAGEIROS
 PROF. DR. DIVANEY MAMÉDIO DOS SANTOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FORRAGICULTURA
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INTRODUÇÃO
Olá, aluno! Tudo bem? Vamos dar início ao conteúdo da Unidade 3 da disciplina de 
Forragicultura. Nesta unidade, discutiremos sobre alguns aspectos ligados à produção de plantas 
forrageiras e taxa de acúmulo de massa de forragem, bem como as ferramentas utilizadas 
para o manejo da pastagem, as implicações do manejo sobre o valor nutritivo da forragem, o 
aproveitamento da pastagem pelos animais e a utilização dos recursos forrageiros, com foco em 
forragens conservadas (silagem e feno) e capineiras, como alternativa na alimentação animal.
É de conhecimento geral que, no Brasil, as pastagens se constituem na principal e mais 
barata fonte de alimentos para os animais ruminantes. No entanto, observamos que, na maioria 
das vezes, os nossos pecuaristas não veem o pasto como uma lavoura, que precisa ser diariamente 
observada e cuidada, para que expresse todo o potencial de produção. O simples ato de manejar 
corretamente a pastagem já implicará maior e melhor qualidade da massa de forragem produzida, 
o que refletirá aumento na capacidade de suporte das pastagens e, consequentemente, maior 
produção animal por área.
E aí, vamos conhecer um pouco mais sobre esses temas?
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1. MANEJO DA PASTAGEM
As forrageiras lançadas no mercado são cada vez mais produtivas e, para tanto, exigem 
maior atenção do pecuarista no que diz respeito ao uso adequado das técnicas de manejo, de 
forma a melhorar a eficiência na colheita da massa de forragem pelos animais. Alguns fatores 
combinados determinam a eficiência no manejo de pastagens (Figura 1).
Figura 1 - Parâmetros que afetam a produção animal em pastagens. Fonte: Mott (1973).
Com base na Figura 1, é possível perceber que, dentro da produção a pasto, o sistema 
solo-planta-animal está todo interligado. Segundo Costa (2004), o animal em pastejo representa 
a forma mais simples do sistema solo-planta-animal. O solo é a base do sistema e atua como 
fonte de nutrientes para a pastagem. A planta é a fonte de nutrientes para o animal e agente 
modificador das condições físico-químicas do solo. Já o animal influencia na dinâmica desses 
dois componentes do sistema.
O manejo da pastagem é realizado com o objetivo de manter a comunidade e a 
produtividade das plantas forrageiras, visando à utilização uniforme ao longo do ano. Esse 
pretende aliar a produtividade ao alto valor nutritivo, com base no pastejo controlado, visando à 
produção econômica por animal e por área, além de suprir os requerimentos nutricionais segundo 
as diferentes categorias de animal e ciclo de produção. Dentre os fatores referentes ao manejo, a 
quantidade e qualidade da forragem produzida, o consumo animal, o método de pastejo adotado, 
o equilíbrio da composição botânica do pasto e a reposição da fertilidade do solo, podem ser 
completamente controlados pelo manejador do pasto (COSTA, 2004).
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Após a desfolha pelo animal, deve restar uma quantidade suficiente de folhagem no 
dossel forrageiro para que este se regenere rapidamente (rebrotação). A planta utilizará a massa 
foliar remanescente para fazer a interceptação de luz (IL) e realizar os processos fotossintéticos 
para a geração de substratos como os carboidratos, usados no crescimento das folhas colhidas 
parcialmente ou emissão de novas folhas (SILVA, 2011). Contudo, a capacidade e velocidade de 
rebrotação dependem da frequência e intensidade de desfolha. 
Por muitos anos, o manejo da pastagem foi feito com base na oferta de forragem (OF). 
Porém, a OF só fornece dados referentes à quantidadede alimento disponível no dado espaço 
de tempo, desconsiderando a arquitetura do dossel. Por essa razão, seu uso como ferramenta de 
manejo tem caído em desuso.
Outra ferramenta adotada em pastagens como método é o manejo através de dias fixos 
de ocupação e descanso (pastejo rotativo). Porém, a ciência tem percebido que essa forma de 
manejar não condiz com o momento ideal de colheita da planta. Sabe-se que as plantas não 
seguem o calendário humano, mas, sim, seu próprio calendário fisiológico, que sofre grande 
influência dos fatores edafoclimáticos e do manejo pelo homem. Ao desconsiderar a fisiologia da 
planta, corre-se o risco de ofertar pastos muito passados aos animais (pasto fibroso e com grande 
percentual de material morto), ou fornecer uma forragem de alto valor nutritivo e pouca massa 
de forragem, não atendendo a quantidade necessária a ser ingerida pelo animal.
O período equivocado de entrada e saída dos animais da pastagem pode comprometer 
o seu vigor e perenidade, contribuindo para o desenvolvimento do estádio de degradação. É por 
isso que o manejo por meio da ferramenta altura é o que melhor se correlaciona com o equilíbrio 
do sistema solo-planta-animal.
A altura de manejo do pasto é a ferramenta de fácil mensuração e tem alta correlação 
com a taxa de crescimento das forrageiras, a quantidade de luz interceptada pela lâmina foliar, 
o índice de folhas remanescentes e estrutura do dossel (SILVA; NASCIMENTO JR., 2007). O 
arranjo arquitetônico do dossel é um indicativo da massa de forragem produzida, desde que esta 
esteja em condições saudáveis. 
Já se tem devidamente documentado que quando o dossel forrageiro atinge 95% de IL, é 
o momento ideal de colheita do pasto, independentemente da forrageira existente na área e com 
variação apenas das alturas de manejo mais adequada para cada uma dessas forrageiras (SILVA, 
2011). 
Essa ferramenta, desde que bem utilizada, possibilita maior taxa de acúmulo de forragem, 
maior razão folha/colmo, menor quantidade de material morto e, portanto, forragem de melhor 
valor nutritivo e a garantia de maior eficiência de colheita pelos animais. É uma ferramenta de 
baixo custo de implementação, sendo necessária apenas uma régua milimetrada, gabaritou ou 
tutor de altura conhecida, além de se aplicar a todos os métodos de pastejo disponíveis.
1.1 Valor Nutritivo e Consumo Animal a Pasto 
Alguns fatores são importantes no momento de se medir o valor nutritivo da planta 
forrageira, entre eles, citam-se: o consumo voluntário, a aceitabilidade, a composição química 
(energia, proteína, minerais), digestibilidade e a eficiência de utilização dos nutrientes pelo 
animal. 
O consumo, a aceitabilidade e a composição química da planta estão intrinsicamente 
relacionados à espécie, e essa, por sua vez, é influenciada pelos fatores edafoclimáticos, topografia 
do solo, pela comunidade vegetal (cultivo solteiro ou consorciado) e o nível de tecnologia 
empregado no manejo (correção e fertilização, irrigação, frequência e intensidade de colheita do 
pasto).
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Com relação à digestibilidade, esse é um componente instável com variação dentro da 
mesma espécie devido aos efeitos do meio, a exemplo da maturidade da planta, a qual é responsável 
pela mudança na composição químico-bromatológica na planta, principalmente pelo aumento 
na porção estrutural (espessamento e lignificação da parede celular) em detrimento da redução 
do conteúdo celular (proteínas, vitaminas, minerais etc.), deixando a forragem com menor 
digestibilidade, além de dificultar o animal quanto à sua capacidade de preensão, com redução 
do tamanho de bocado e, por consequência, do consumo.
A pastagem deve ser manejada de forma a haver maior acúmulo de folhas em detrimento 
de colmo, uma vez que as folhas é a porção mais nutritiva da dieta e tem a total preferência dos 
animais. Por isso, o momento da colheita da massa de forragem é associado a 95% de IL, isso em 
se tratando de pastejo rotativo (SILVA, 2011), e acima desse ponto, passa a haver maior acúmulo 
de colmos, reduzindo a digestibilidade, aceitação e o aproveitamento da massa de forragem pelos 
animais.
Todos os fatores que incidem sobre a planta atuam de maneira associada e complementar, 
modificando a apresentação da forragem ao animal e influenciando-o a exercer o pastejo seletivo, 
seja por tipo de forrageira ou a colheita de partes específicas das plantas preferidas. Contudo, o 
pastejo seletivo pode ser controlado pela taxa de lotação, uma vez que maiores pressões de pastejo 
reduzem a seletividade, obriga o animal a consumir porções de menor qualidade. É claro que essa 
ação terá impacto direto sobre o desempenho e produtividade do animal. 
Durante o pastejo, os animais passam por várias estações de pastejo em busca das 
melhores porções de forragem a serem colhidas para atender os seus requerimentos nutricionais 
diários. Esse comportamento sofre influência direta da distribuição espacial do dossel forrageiro, 
comprometendo a facilidade de preensão, colheita e consumo da forragem e ingestão dos 
nutrientes (SILVA, 2011).
A altura do dossel também influencia o consumo animal. A maior altura proporciona 
maiores taxas de bocados, entretanto, isso pode se tornar um problema se estiver relacionada à 
maior proporção de colmos e material morto, o que inibirá o consumo. Segundo Silva (2011), 
a redução do consumo pode se dar por causa de bocados muito grandes, resultando em menor 
consumo ao final do dia devido ao tempo necessário para diminuir o tamanho das partículas no 
processo de ruminação. Porém, a campo, os animais buscam consumir a quantidade mínima para 
a sua saciedade e, caso a característica do dossel não lhe possibilite um consumo mais facilitado, 
ele aumenta consideravelmente o número de estações de pastejo, a quantidade de bocados e 
o tempo de pastejo (SILVA, 2011). O ponto negativo desse comportamento do animal é que 
ele terá maior gasto de energia para buscar o alimento, e isso certamente comprometerá o seu 
desempenho.
A estrutura do dossel forrageiro tem grande influência sobre o acúmulo de massa 
de forragem e seu valor nutritivo, além de exercer influência sobre o comportamento 
ingestivo, consumo voluntário e desempenho dos animais. O pasto tem plenas 
condições de responder ao manejo, porém, o que se busca é que estas respostas 
sejam positivas e acarretem lucros ao produtor.
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2. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS FORRAGEIROS
2.1 Silagem
A ensilagem é o processo de conservação de forragem. Esse procedimento consiste na 
picagem da forragem em partículas menores (2-4 cm) por meio de máquina ensiladora, ou com o 
auxílio de objeto cortante (manual), para facilitar a distribuição do material no silo (estrutura para 
estocagem da massa de forragem a ser ensilada), em compactação para a retirada do oxigênio, e 
na vedação do silo para que ocorra uma fermentação. 
O ideal é que o processo (desde a colheita à vedação) ocorra todo em 1-2 dias, de acordo 
com a quantidade de massa a ser ensilada. O atraso na vedação do silo pode levar à redução 
do suprimento de carboidratos (açucares), essenciais para que ocorra fermentação anaeróbia 
desejável, promovida pelas bactérias produtoras de ácido láctico (MUCK, 1988), e dificultará 
a redução do pH da massa ensilada. Desse processo, obtêm-se a silagem, que é um volumoso 
(forragem verde) de alto valor nutritivo (VN), grande aceitabilidade pelos animais e com 
capacidade de ser armazenada por um longo período sem perder o VN.
O processo de confecção da silagem tem início lá no planejamento forrageiro, quando se 
busca produzir uma quantidade adequada de massa de forragem para atender um determinado 
número de animais, como base no consumo de matéria seca, por um dado período de tempo. 
Esse processo também envolve as etapas de cultivo, colheita, transporte, armazenamento, 
desabastecimentodo silo e fornecimento aos animais. 
Quanto à escolha da forragem a ser ensilada, esta deve apresentar um bom estádio de 
maturidade fisiológica, uma vez que esse processo tem o objetivo de conservar o mesmo VN 
da planta no momento da sua colheita. Em plantas com idade avançada, ocorre incremento no 
teor de matéria seca, o que colabora para a ocorrência de fermentação desejável, desde quando 
essa se apresente de 28-35%. Porém, a maior maturidade implicará na redução da razão folha/
colmo, com significativo incremento em componentes de menor digestibilidade (fibras e lignina) 
e decremento de conteúdo celular (carboidratos, proteína etc.).
Outra característica para a promoção da fermentação desejável é que o material apresente 
teor de carboidrato solúvel de 6-8%, baixo poder tampão e valores de pH de 3, 8-4, 2 e, dependendo 
do tipo de material ensilado, valores próximos de 5,0 podem ser considerados uma característica 
de material bem preservado. 
O processo de ensilagem é compreendido de quatro fases, a saber:
Fase aeróbia: se dá desde o abastecimento do silo até algumas horas após a sua vedação. 
Nesse intervalo de tempo, ocorre a elevação da temperatura e redução do O2, como resultado da 
respiração celular da planta e dos microrganismos aeróbios, além do pH do meio se encontrar na 
faixa de 6-6, 5 (McCULLOUGH, 1977).
Fase de fermentação ativa: se dá em ambiente anaeróbio (ausência de oxigênio), com 
duração de 1-4 semanas, a depender da forragem utilizada e das condições da ensilagem (MUCK; 
PITT, 1993). Se tudo ocorrer bem, haverá proliferação das bactérias láticas e a dominância do 
processo fermentativo dentro do silo, devido a estas serem mais eficientes na produção de ácido 
lático, e que, em conjunto com alguns outros ácidos, provocará queda do pH para valores entre 
3, 8-5.
Fase estável: se dá pela redução do processo de fermentação, devido à diminuição da 
presença dos microrganismos produzidos na fase 2, desde que a silagem esteja bem vedada e com 
ausência de oxigênio (PAHLOW et al., 2003).
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Fase de desabastecimento ou abertura: se dá pela exposição da massa ensilada ao ar, 
com início da degradação de ácidos orgânicos por leveduras e bactérias do ácido acético 
(microrganismos aeróbios indesejáveis), e elevação da temperatura e pH, favorecendo o 
crescimento de outros microrganismos indesejáveis como enterobactérias e fungos filamentosos 
(OUDE ELFERINK; DRIEHUIS; GOTTSCHAL, 2000).
2.2 Feno
A fenação é o processo de redução do excesso de umidade da forragem fresca, de 70-
80% para 15-18%, com a conservação do VN do material fenado o mais próximo possível ao 
material de origem, dado que o baixo conteúdo de água do material que promove a paralisação 
da atividade respiratória da célula vegetal e dos microrganismos (PEREIRA et al., 2015). 
O feno pode ser confeccionado a partir do excedente da massa de forragem em áreas de 
pastejo, ou em campos destinados a esse fim, e sua qualidade está relacionada às características 
da planta, condições climáticas, devido ao processo de secagem e ao sistema de armazenamento 
empregado.
Esse processo de secagem (tempo de desidratação) é um fator de grande relevância, pois 
a própria planta e a sua microflora epifítica consomem os compostos solúveis (carboidratos, 
compostos nitrogenados e minerais), ocasionando o aumento da concentração de componentes 
fibrosos e decremento do VN da forragem ao final do processo de conservação (ROTZ; MUCK, 
1994).
O material a ser fenado deve possuir as seguintes características: ótimo VN, elevada 
produção de massa de forragem, com tolerância a cortes baixos e alta capacidade de rebrotação, 
facilidade de desidratação, reduzida perda de folhas e colmos mais curtos e finos para facilitar o 
processo de desidratação. Portanto, faz-se necessário o conhecimento do manejo da cultura. O 
melhor período para a colheita da forragem é o final do dia (OLIVEIRA et al., 2018), pois a planta 
apresenta maior acúmulo de carboidratos solúveis, menor teor de fibras e maiores concentrações 
de energia, devido à realização da fotossíntese no decorrer do dia (ORLOFF, 2013).
A rebrotação é dependente de condições edafoclimáticas favoráveis, bem como da posição 
do meristema apical (ponto de crescimento da planta), uma vez que se posicionado muito alto, 
corre o risco de ser eliminado no momento da colheita, comprometendo a sobrevivência da 
planta. As gramíneas com hábito de crescimento cespitoso são mais fáceis para realização do corte 
do que as estoloníferas, porém essa primeira pode ter seu processo de rebrotação prejudicado em 
função de danos às touceiras e perfilhos.
A maioria das plantas consumidas pelos animais tem condição de ser aproveitada, 
seja para consumo in natura (por pastejo ou para fazer capineira), ou na forma 
conservada (silagem e feno). Porém, seja qual for a forma de utilização, por se 
tratar de uma planta forrageira, toda e qualquer planta dependerá da escolha de 
um ambiente propício ao seu crescimento e desenvolvimento, com atendimento 
dos seus requerimentos em termos de fertilidade do solo, condições climáticas, e 
que os manejos respeitem a sua fisiologia. Portanto, planeje bem qual forrageira 
você escolherá para a sua propriedade, e qual a sua finalidade.
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O processo de fenação se dá por etapas, com início do corte (ceifa) da forragem por 
máquinas segadoras ou ceifadoras, levando em consideração, para isso, a maturidade fisiológica 
(idade) da forragem e o período do dia a se realizar a ceifa. Deve-se se evitar horário com 
ocorrência de orvalho para não encarecer o processo de fenação devido à necessidade de vários 
revolvimentos, para a adequada desidratação. Depois de ceifada, a forragem é concentrada em 
faixas longitudinais.
O revolvimento permite que o material faça trocas gasosas e perca umidade para o 
ambiente e, desde quando bem executado, acelera a desidratação e alcança o ponto de feno 
desejado. Esse se dá em três fases (Fase I: 80-90% umidade para 60-65%; Fase II: 60-65% umidade 
para 45% e Fase III: 45% umidade para ponto de feno (<20%)), as quais diferem na duração, na 
taxa de perda de água e na resistência à desidratação. 
No início, a perda de água se dá de forma mais acelerada devido à respiração do 
tecido vegetal e, nas fases seguintes já se dá de maneira mais lenta, por causa do fechamento 
dos estômatos e, também, sofrendo influência do adensamento do material e altura da leira, 
carecendo, portanto, de maior número de viragem e revolvimento da leira. Na última fase, ocorre 
rápida desidratação novamente, porém a forragem sofre muita influência das condições do meio, 
tais como reidratação por orvalho ou chuva, lixiviação e queda de folhas. Por isso, recomenda-se 
que seja evitado o revolvimento para que não ocorra intensa perda de folhas.
O ponto de feno pode ser verificado de forma prática, pegando o feixe de forragem nas 
mãos e realizando uma torção nesse, devendo ser notado ausência de umidade e, quando solto, 
o material deverá voltar lentamente à posição inicial. Outra forma é fazer o teste primeiro em 
micro-onda para se ter conhecimento da textura, coloração e peso inicial e final do material após 
a sua retirada do equipamento, sendo que neste último caso a umidade será determinada por 
diferença de peso.
Após ser concluída a fenação, o material será prensado e enfardado em fardos cúbicos 
ou cilíndricos, de forma manual ou com enfardadora e, a posteriori, coletados do campo e 
armazenados em galpões fechados, sem umidade.
Para mais informações sobre todas as etapas envolvidas na confecção de feno e 
silagem, acessar: 
PEREIRA, L. E. T.; DA SILVA BUENO, I. C.; HERLING, V. R. Tecnologias para 
conservação de forragens: fenação e ensilagem. Pirassununga: Faculdade de 
Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), Universidade de São Paulo, 2015. 
48 p. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4325190/mod_

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