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Livro Texto - Unidade I cinesiologia

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Autores: Profa. Clarissa Rodrigues Zaitune Nardi
 Profa. Alethéa Gomes Nardini
 Prof. Ricardo Thiago Paniza Ambrósio
Colaboradoras: Profa. Roberta Pasqualucci Ronca
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Cinesiologia
Professores conteudistas: Clarissa Rodrigues Zaitune Nardi / 
Alethéa Gomes Nardini / Ricardo Thiago Paniza Ambrósio
Clarissa Rodrigues Zaitune Nardi
Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) (1998), aprimoramento em 
Ortopedia e Traumatologia pela Universidade de São Paulo (USP) (2000), mestrado em Ciências Morfofuncionais (Anatomia) 
pela Universidade de São Paulo (USP) (2004), além de formação em RPG, Pilates em solo e técnicas de Hidroterapia.
Trabalhou em clínica de fisioterapia ortopédica, traumatológica e esportiva.
Atua como professora do curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP) desde 2004, nas disciplinas de 
Cinesiologia, Biomecânica, Cinesioterapia e Reeducação Funcional e como professora de estágio em Hidroterapia e de 
Fisioterapia Geral.
Alethéa Gomes Nardini
Possui graduação em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1998). Mestrado em Educação Física 
na área de Biodinâmica do Movimento Humano pela Universidade Estadual de Campinas (2003). Doutorado em Fisioterapia 
pela Universidade Cidade de São Paulo (2018) com período sanduíche na Pennsylvania State University (2017). Atua como 
professora do curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP) desde 2004, nas disciplinas de Cinesiologia, Biomecânica, 
Cinesioterapia e Reeducação Funcional e como professora de estágio em Fisioterapia Geral. Os temas de estudo de maior 
interesse e estudo na área são: controle motor, instrumentação, cinemática, cinética e análise do movimento.
Ricardo Thiago Paniza Ambrósio
Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade Cidade de São Paulo (2008), complemento em Ciências Biológicas 
e Pós-Graduação em Recursos Terapêuticos Manuais pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) e Medicina Tradicional 
Chinesa pelo Centro de estudos de acupuntura e terapias alternativas (Ceata). Mestrando no Programa de Pesquisa em 
Cirurgia (FCMSCSP), em que é fisioterapeuta voluntário no grupo de dor crônica e cuidados paliativos. Atualmente é 
docente e supervisor do estágio em ortopedia no Kroton e docente da Universidade Paulista (UNIP).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
N223c Nardi, Clarissa Rodrigues Zaitune.
Cinesiologia / Clarissa Rodrigues Zaitune Nardi, Alethéa Gomes 
Nardini, Ricardo Thiago Paniza Ambrósio. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
260 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Osteologia. 2. Sistema ligamentar. 3. Sistema muscular I. Nardini, 
Alethéa Gomes. II. Ambrósio, Ricardo Thiago Paniza. III. Título.
CDU 615.825
U505.87 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vera Saad
 Marcilia Brito
Sumário
Cinesiologia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 COMPLEXO ARTICULAR DO OMBRO ........................................................................................................ 13
1.1 Osteologia e artrologia do ombro ................................................................................................. 13
1.1.1 Movimentos do ombro ......................................................................................................................... 18
1.2 Sistema ligamentar (estabilizadores estáticos) ........................................................................ 20
1.3 Sistema muscular (estabilizadores dinâmicos) ......................................................................... 24
1.3.1 Relação dos movimentos do ombro e da escápula .................................................................. 39
1.4 Análise cinesiológica ........................................................................................................................... 42
2 COMPLEXO ARTICULAR DO COTOVELO E ANTEBRAÇO .................................................................... 45
2.1 Cotovelo ................................................................................................................................................... 45
2.1.1 Osteologia e artrologia do cotovelo ................................................................................................ 45
2.1.2 Sistema ligamentar (estabilizadores estáticos)........................................................................... 49
2.1.3 Sistema muscular (estabilizadores dinâmicos) ........................................................................... 50
2.1.4 Análise cinesiológica ............................................................................................................................. 55
2.2 Antebraço ................................................................................................................................................ 58
2.2.1 Osteologia e artrologia do antebraço ............................................................................................. 58
2.2.2 Sistema ligamentar (estabilizadores estáticos)........................................................................... 60
2.2.3 Sistema muscular (estabilizadores dinâmicos) ........................................................................... 61
2.2.4 Análise cinesiológica ............................................................................................................................. 65
3 PUNHO ................................................................................................................................................................ 66
3.1 Osteologia e artrologia do punho ................................................................................................. 66
3.2 Sistema ligamentar (estabilizadores estáticos) ........................................................................ 69
3.3 Sistema muscular (estabilizadores dinâmicos) ......................................................................... 71
3.4 Análise cinesiológica ........................................................................................................................... 78
4 MÃO ...................................................................................................................................................................... 80
4.1 Osteologia e artrologia da mão ...................................................................................................... 80
4.1.1 Movimentos do polegar .......................................................................................................................83
4.2 Sistema ligamentar (estabilizadores estáticos) ........................................................................ 83
4.3 Sistema muscular (estabilizadores dinâmicos) ......................................................................... 86
4.4 Preensão da mão ................................................................................................................................102
4.5 Análise cinesiológica .........................................................................................................................102
Unidade II
5 QUADRIL E JOELHO.......................................................................................................................................106
5.1 Osteologia e artrologia do quadril ..............................................................................................107
5.1.1 Orientação da cabeça do fêmur, do colo do fêmur e do acetábulo ................................108
5.1.2 Movimentos do quadril .......................................................................................................................111
5.1.3 Movimentos da pelve e coluna lombar em relação ao quadril .......................................... 113
5.2 Sistema ligamentar do quadril (estabilizadores passivos) .................................................114
5.3 Sistema muscular do quadril (estabilizadores ativos) .........................................................115
5.3.1 Inversão muscular ................................................................................................................................131
5.4 Análise cinesiológica do quadril ...................................................................................................131
5.5 Osteologia e artrologia do joelho ................................................................................................134
5.5.1 Ângulo “Q” .............................................................................................................................................. 136
5.5.2 Joelho varo e valgo ............................................................................................................................. 136
5.5.3 Articulação femorotibial ................................................................................................................... 137
5.5.4 Articulação patelofemoral ............................................................................................................... 137
5.5.5 Meniscos .................................................................................................................................................. 137
5.5.6 Movimentos ........................................................................................................................................... 138
5.6 Sistema ligamentar do joelho (estabilizadores passivos) ...................................................140
5.7 Sistema muscular do joelho (estabilizadores ativos) ...........................................................142
5.8 Análise cinesiológica do joelho ....................................................................................................151
6 TORNOZELO E PÉ ...........................................................................................................................................154
6.1 Osteologia do tornozelo e pé ........................................................................................................154
6.2 Artrologia ...............................................................................................................................................156
6.2.1 Tornozelo ................................................................................................................................................. 156
6.2.2 Pé ................................................................................................................................................................ 157
6.3 Movimentos ..........................................................................................................................................158
6.3.1 Tornozelo ................................................................................................................................................. 158
6.3.2 Pé ................................................................................................................................................................ 159
6.4 Sistema ligamentar do tornozelo e do pé (estabilizadores passivos) ...........................159
6.4.1 Estabilizadores do tornozelo ........................................................................................................... 159
6.4.2 Estabilizadores do pé ...........................................................................................................................161
6.5 Sistema muscular do tornozelo e do pé (estabilizadores ativos) ....................................162
6.6 Arcos plantares ....................................................................................................................................178
6.6.1 Aplicações clínicas ............................................................................................................................... 179
6.7 Coxim adiposo .....................................................................................................................................180
6.8 Aponeurose plantar ...........................................................................................................................180
6.9 Análise cinesiológica do tornozelo e do pé .............................................................................180
Unidade III
7 COLUNA VERTEBRAL ....................................................................................................................................186
7.1 Aspectos gerais da coluna vertebral ...........................................................................................187
7.2 Curvas da coluna vertebral .............................................................................................................195
7.3 Cervical ...................................................................................................................................................201
7.4 Torácica...................................................................................................................................................204
7.5 Coluna lombar .....................................................................................................................................206
7.5.1 Osteologia e artrologia lombar .......................................................................................................207
7.5.2 Sistema ligamentar ............................................................................................................................. 208
7.5.3 Efeitos cinesiológicos do movimento de flexão e extensão lombar ............................... 209
7.6 Região sacral e coccígea .................................................................................................................209
7.7 Palpação da coluna vertebral ........................................................................................................210
7.8 Músculos da coluna vertebral .......................................................................................................211
7.8.1 Aspectos gerais sobre músculos ..................................................................................................... 211
7.8.2 Anatomia e ações individuais dos músculos do tronco ........................................................214
7.8.3 A musculatura profunda e a estabilização .................................................................................219
8 ATIVIDADES E EXERCÍCIOS CINESIOLÓGICOS ....................................................................................2218.1 Prancha lateral ....................................................................................................................................221
8.2 Prancha frontal ...................................................................................................................................222
8.3 Flexão de tronco .................................................................................................................................223
8.4 Flexão de tronco com flexão de ombro .....................................................................................224
8.5 Flexão de tronco associado à rotação ........................................................................................225
8.6 Agachamento bipodal com elástico ...........................................................................................226
8.7 Agachamento bipodal com faixa elástica ................................................................................227
8.8 Agachamento bipodal com rotação ...........................................................................................228
9
APRESENTAÇÃO
O movimento está presente em todas as atividades humanas: no cotidiano (em situações de 
alimentação, higiene, locomoção), no trabalho, no lazer ou em atividades esportivas.
A partir do movimento, o homem consegue adaptar-se a todos os ambientes e, por isso, seu 
entendimento é de suma importância.
Neste livro-texto serão abordados os diferentes aspectos que compõem e integram o movimento 
humano, as forças que atuam sobre o corpo e de que forma podemos manipular essas forças durante 
o tratamento.
O objetivo final deste estudo será melhorar o desempenho humano, a fim de que lesões sejam prevenidas.
INTRODUÇÃO
A palavra cinesiologia vem do grego kínesis (movimento) adicionada à locução logos (estudar). 
Portanto, cinesiologia é o estudo do movimento, especificamente o movimento do corpo humano. 
Para tal, esse estudo é baseado no conhecimento de três grandes áreas: a biomecânica, a anatomia 
musculoesquelética e a fisiologia neuromuscular.
A biomecânica combina a mecânica com o corpo humano e divide-se em duas grandes áreas: a 
estática – que estuda as forças nos corpos rígidos em repouso ou em movimento com velocidade 
constante –, e a dinâmica, que estuda os corpos em movimento.
A anatomia estuda a forma e a estrutura dos diferentes elementos constituintes do corpo humano.
A fisiologia estuda as funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos.
Com isso, o grande objetivo de estudar a cinesiologia é compreender as forças que atuam sobre o 
corpo humano e manipulá-las durante o tratamento, de tal forma que o desempenho humano possa ser 
melhorado e lesões possam ser prevenidas.
A presente disciplina tem, pois, os seguintes objetivos específicos:
• Conhecer os diferentes aspectos que compõe o movimento humano.
• Integrar os conceitos aprendidos para análise do movimento humano.
• Aplicar os conceitos aprendidos para compreensão da funcionalidade.
• Compreender o movimento humano de forma analítica e global.
10
O movimento pode ser descrito como uma combinação de dois deslocamentos: rotação e translação. 
A rotação descreve uma trajetória circular ao redor de um eixo central localizado na articulação. A 
translação descreve um movimento linear, em que cada ponto do corpo percorre trajetórias paralelas e 
retilíneas em uma mesma direção. O movimento corporal normalmente combina translação e rotação.
Os movimentos osteocinemáticos (movimentos dos ossos) são realizados nos três planos anatômicos 
que dividem a massa do corpo em três dimensões: sagital, frontal e transversal. O plano sagital (ou 
anteroposterior) divide o corpo nas metades direita e esquerda. O plano frontal (ou coronal) divide o 
corpo nas metades anterior e posterior. O plano transversal (ou horizontal) divide o corpo nas metades 
superior e inferior.
 
Figura 1 – Os três planos anatômicos do corpo com o indivíduo em 
pé na posição anatômica (a figura será analisada mais adiante)
Os ossos giram ao redor de três eixos anatômicos perpendiculares aos planos anatômicos: 
medial-lateral, ântero-posterior e longitudinal.
11
 
Eixo vertical
Eixo ML
Eixo AP
Figura 2 – Articulação do ombro com os três eixos de rotação: 
medial-lateral (ML), vertical e ântero-posterior (AP)
Uma amostra dos termos utilizados para descrever os movimentos osteocinemáticos com seus 
respectivos planos e eixos encontra-se descrito no quadro a seguir.
Quadro 1 
Movimento Plano Eixo
Flexão e extensão
Dorsiflexão e flexão plantar
Anteversão e retroversão
Sagital Medial-lateral (látero-lateral)
Abdução e adução
Flexão lateral
Inclinação lateral
Desvio ulnar e radial
Frontal Ântero-posterior
Rotação medial (interna) e lateral (externa)
Rotação axial
Transversal Longitudinal (vertical)
Outro conceito importante é a artrocinemática (movimento entre as superfícies articulares da 
articulação) e existem três movimentos fundamentais: rolar, deslizar e girar. Rolamento é quando 
múltiplos pontos de uma superfície articular fazem contato com múltiplos pontos em outra superfície 
articular. Deslizamento é quando um único ponto de uma superfície articular faz contato com múltiplos 
pontos em outra superfície articular. Giro é quando um único ponto de uma superfície articular gira 
sobre um único ponto de outra superfície articular.
Podemos classificar uma articulação quanto ao número de graus de liberdade que ela possui, ou seja, 
número de direções independentes dos movimentos. Portanto, uma articulação pode ter até três graus 
de liberdade (ou triaxial), correspondendo aos três planos anatômicos.
12
Os exercícios resistidos são exercícios ativos nos quais uma contração muscular dinâmica ou 
estática é resistida por uma força externa (manual ou mecânica) e podem ser realizados de três formas: 
isométrica, isotônica e isocinética (ver próxima figura).
Movimento
Movimento
Sem movimento
A) B) C)
Figura 3 – Comparação entre concentrações isotônica (concêntrica e excêntrica) e isométrica. 
Partes A) e B) mostram as concentrações isotônicas do músculo bíceps braquial, no braço; 
parte C) mostra concentrações isométricas dos músculos do ombro e do braço
O exercício isométrico é aquele no qual o músculo se contrai, porém não existe movimento articular e o 
comprimento do músculo permanece inalterado. Um exemplo desse tipo de exercício para o bíceps braquial é 
quando se apoia a mão embaixo de uma mesa e é realizada a flexão do cotovelo contra sua resistência.
O exercício isotônico é aquele no qual existe a contração muscular juntamente com o movimento 
articular. Existem dois tipos de exercício isotônico: concêntrico e excêntrico.
O exercício isotônico concêntrico ocorre quando a força interna é maior que a força externa e, dessa 
forma, o músculo sofre um encurtamento. No exercício isotônico excêntrico a força externa ultrapassa 
a força interna e o comprimento do músculo torna-se maior.
Um exemplo da contração isotônica para o bíceps braquial ocorre quando, a partir da posição 
anatômica, realizam-se a flexão e extensão do cotovelo com um halter na mão. Durante a flexão do 
cotovelo o bíceps braquial se contrai de forma concêntrica e, durante a extensão do cotovelo (retorno à 
posição inicial), o bíceps braquial se contrai de forma excêntrica.
O exercício isocinético é uma forma de exercício dinâmico em que a velocidade de encurtamento 
ou alongamento do músculo é controlada. Esse tipo de exercício é realizado com o auxílio de um 
dinamômetro, aparelho que permite um ajuste da velocidade e da resistência ao movimento.
Devemos finalizar observando que os exercícios também podem ser definidos em relação ao tipo de 
cadeia cinética que ocorrem e, para tal, utilizam-se duas cadeias: aberta e fechada.
Os exercícios em cadeia cinética aberta envolvem movimentos nos quais o segmento distal da cadeia 
fica livre para se mover no espaço, já na cadeia cinética fechada os movimentos ocorrem sobre umsegmento distal fixo ou são estabilizados sobre uma superfície de suporte.
13
CINESIOLOGIA
Unidade I
Nesta unidade serão abordadas as articulações do membro superior: complexo articular do ombro, 
cotovelo, antebraço, punho e mão.
1 COMPLEXO ARTICULAR DO OMBRO
O ombro é um conjunto anatômico e funcional que tem por finalidade unir o membro superior ao 
tórax. Essa articulação permite grande mobilidade do membro no espaço e, ao mesmo tempo, estabilidade, 
quando é necessária força para a realização de alguma ação. Entretanto, esses dois componentes não 
têm a mesma medida.
De acordo com Lippert (2000), a grande mobilidade, associada à pouca estabilidade, e o importante 
uso do ombro nas atividades de vida diária e ocupacionais tornam o complexo do ombro suscetível a 
grandes sobrecargas mecânicas, fadiga, dores e lesões, nessa ordem.
Qualquer alteração na mobilidade da articulação do ombro pode resultar em prejuízo funcional e até 
envolver todo o membro superior. Por exemplo, uma pessoa que apresente diminuição dos movimentos 
do ombro pode ter dificuldade para levar alimentos à boca, pentear o cabelo ou ainda pendurar roupas 
no varal.
É de extrema relevância conhecer o funcionamento da articulação do ombro para que, em casos de 
desordem nesse complexo, saibamos intervir da forma mais correta.
1.1 Osteologia e artrologia do ombro
O complexo do ombro é formado pelos ossos úmero, escápula, clavícula e esterno e compreende 
cinco articulações: glenoumeral, acromioclavicular, esternoclavicular, escapulotorácica e subdeltoideana 
(KAPANDJI, 2000), conforme podemos verificar na próxima figura. Há alguns autores que não consideram 
esta última articulação como parte do complexo do ombro, mas, devido à sua importância funcional, 
também será descrita neste tópico.
14
Unidade I
 
Acrômio da 
escápula
Escápula
Articulação glenoumeral
Articulação escapulotorácica
Úmero
EsternoClavícula
Articulação 
acromioclavicular Articulação 
esternoclavivular
Figura 4 – Representação esquemática das articulações do ombro. 
A articulação subdeltoideana não está aqui representada
As três primeiras são consideradas articulações verdadeiras (ou anatômicas, já que existe contato 
entre duas superfícies ósseas) e as duas últimas são falsas (ou funcionais, já que existem elementos 
que se interpõem entre os ossos, como os músculos). Todas essas articulações atuam em conjunto 
para que haja sincronia do movimento do ombro. De forma isolada, as amplitudes articulares não 
seriam completas.
Vamos agora estudar, de forma detalhada, cada uma destas articulações.
Clavícula
Escápula
Costela
Úmero
Vétebras
Úmero
Costela
Escápula
Articulação 
do ombro
Articulação 
acromioclavicular
Clavícula
Articulação 
esternoclavicular Esterno
Figura 5 – Vista anterior e posterior da cintura escapular
15
CINESIOLOGIA
A articulação glenoumeral (articulação do ombro) é classificada, de acordo com seu formato, como 
sinovial do tipo esferoidal. Nessa articulação existe contato da cabeça do úmero junto à cavidade glenoidal.
A cabeça do úmero corresponde a um terço de uma esfera e fica voltada para cima, para dentro 
e para trás. O seu eixo forma com o eixo diafisário um ângulo de “inclinação” de 135º. Já a cavidade 
glenoidal, estrutura côncava localizada na extremidade da escápula, orienta-se para fora, para a frente e 
levemente para cima, sendo que a sua superfície é menor do que a da cabeça umeral. Para que o contato 
entre as superfícies seja ampliado, existe a presença de um anel de fibrocartilagem, o lábio glenoidal, 
que se fixa à margem da cavidade glenoidal. Mesmo havendo a presença dessa estrutura, o encaixe 
entre esses ossos é pequeno, o que torna essa articulação suscetível a deslocamentos.
De modo a assegurar estabilidade nesse local, existem estabilizadores passivos (ligamentos e 
cápsula articular) e estabilizadores ativos, em especial os músculos do manguito rotador, que serão 
apresentados posteriormente.
 
Lábio glenoidal
45º
135º
30º
mm
1/3
Figura 6 – Superfícies articulares da articulação glenoumeral. Ângulo de 135º de inclinação da 
cabeça do úmero com o eixo diafisário e destaque para o lábio glenoidal
A articulação esternoclavicular é anatomicamente considerada sinovial do tipo selar (biaxial), 
entretanto funcionalmente permite movimento ao redor de três eixos, sendo considerada a partir desse 
aspecto, triaxial. Nessa articulação, há contato da extremidade esternal da clavícula, que é côncava, com 
a incisura clavicular do manúbrio do esterno, estrutura convexa.
Os movimentos existentes são o de protração/retração, elevação/depressão, e rotação anterior e 
posterior da clavícula (ver próxima figura). Tais movimentos são produzidos automaticamente, quando 
a escápula se move. Durante a protração e retração a clavícula se move para frente e para trás, no 
plano transversal e ao redor do eixo longitudinal. Durante a elevação e depressão, a clavícula move-se, 
respectivamente, para cima e para baixo, no plano frontal, ao redor do eixo ântero posterior. Já a rotação 
da clavícula ocorre no plano sagital ao redor de um eixo que passa no centro da clavícula.
16
Unidade I
 
Posterior
Anterior
Elevação-depressão
Rotação
Protração-retração
A)
B)
C)
Clavícula
Esterno
Menisco
Figura 7 – Movimentos existentes na articulação esternoclavicular. A) Protração e retração. 
B) Elevação e depressão. C) Rotação anterior e posterior da clavícula
A articulação acromioclavicular é classificada, de acordo com seu formato, como sinovial do tipo 
plana. As superfícies ósseas em contato são a extremidade acromial da clavícula e o acrômio. Nessa 
articulação ocorrem apenas deslizamentos entre as superfícies, que ocorrem em razão dos movimentos da 
escápula e clavícula. Os movimentos da escápula são dependentes da posição e movimento da clavícula, 
ocorrendo em direções opostas. Isso significa, por exemplo, que, quando ocorre elevação na articulação 
acromioclavicular, uma depressão na articulação esternoclavicular é observada, e assim por diante.
A articulação escápulo torácica não é uma articulação anatômica propriamente dita, pois existem 
elementos que se interpõem aos ossos envolvidos. A escápula faz contato com o tórax e, entre estes 
ossos, existe a presença dos músculos serrátil anterior e subescapular (próxima figura).
 M. subescapular M. serrátil anterior
Figura 8 – Vista anterior da articulação escapulotorácica, articulação funcional (ou falsa), 
já que entre a escápula e o tórax localizam-se os músculos serrátil anterior e o subescapular
17
CINESIOLOGIA
Os movimentos existentes nessa articulação são os de elevação/depressão, abdução/adução e rotação lateral 
e medial. Esses movimentos ocorrerão sempre associados a outros movimentos do ombro, de forma a manter 
a posição da escápula e orientar a cavidade glenoide para um contato adequado com a cabeça do úmero. 
Durante a elevação da escápula, ela se desloca para cima e na depressão, o contrário ocorre, com amplitude 
total de 10 a 12 cm. Durante a abdução da escápula ocorre o afastamento da sua borda medial em relação à 
coluna e durante a adução ocorre sua aproximação, com excursão total do movimento de aproximadamente 
15 cm. Já para os movimentos de rotação lateral (para cima) ou rotação medial (para baixo) há afastamento ou 
aproximação do ângulo inferior da escápula em relação à coluna, sendo que a escápula realiza um movimento 
similar a um basculante. Os movimentos da escápula estão representados na imagem a seguir.
 
A. Elevação e depressão B. Adução e abdução
C. Rotações medial e lateral
Figura 9 – Movimentos da escápula
A articulação subdeltóidea é considerada uma articulação funcional (não anatômica), assim como a 
articulação escápulo torácica. Ela compreende o espaço entre a cabeça do úmero e o arco coracoacromial, 
arco formado anteriormente pelo processo coracoide, superiormente pelo ligamento coracoacromial e 
posteriormente pelo acrômio (ver próxima figura). A articulação está recobertapelo músculo deltoide e, 
abaixo do arco coracoacromial, existe a presença da bolsa subacromial e subdeltóidea, do tendão da cabeça 
longa do bíceps, do tendão do músculo supraespinal, infraespinal e subescapular. A presença desse arco 
oferece proteção contra traumas diretos às estruturas que estão localizadas abaixo dele, além de prevenir a 
luxação superior da cabeça do úmero. Entretanto, durante o movimento de abdução do ombro, pode haver 
diminuição desse espaço e, consequentemente, impacto das estruturas que estão aí localizadas.
18
Unidade I
 
M. deltoide
(rebatido)
Vista 
anterior
Ligamento 
capsular
M. subescapular
Bolsa subdeltóidea fundida 
com a bolsa subacromial
M. supraespinal
Figura 10 – Vista anterior da articulação do ombro. Espaço onde 
está localizada a articulação subdeltoideana
 Observação
Os movimentos globais da articulação do ombro envolvem a presença 
de todas as articulações já mencionadas, portanto é muito importante 
seu entendimento.
1.1.1 Movimentos do ombro
A partir da posição anatômica é possível movimentar a articulação do ombro ao redor dos três 
eixos de movimento, látero-lateral, ântero-posterior e longitudinal o que caracteriza a articulação como 
triaxial ou com três graus de liberdade.
O movimento de flexão ocorre quando o membro superior se eleva anteriormente e apresenta 
amplitude de 180º. Já o movimento de extensão ocorre quando o membro superior se desloca para trás 
e apresenta amplitude de aproximadamente 50º. Ambos os movimentos ocorrem no plano sagital e ao 
redor do eixo látero lateral.
 
90º
50º
180º
Figura 11 – Movimentos de flexão e extensão do ombro
19
CINESIOLOGIA
O movimento de abdução ocorre quando há afastamento do braço em relação ao corpo e tem 
amplitude de 180º, mesma amplitude da flexão máxima. A adução ocorre quando o braço se aproxima da 
linha média do corpo e pode ocorrer com o braço à frente do corpo, com amplitude de aproximadamente 
30º ou ocorrer com o braço atrás do corpo, situação na qual a amplitude é muito pequena. Esses 
movimentos ocorrem no plano frontal e ao redor do eixo ântero-posterior.
 
180º
Figura 12 – Movimentos de abdução e adução do ombro
Os movimentos de rotação interna e rotação externa ocorrem quando a superfície anterior do úmero 
se desloca para dentro ou para fora, respectivamente. A amplitude de rotação externa é de 80º e a de 
rotação interna alcança 95º, quando passamos o braço atrás do corpo. Esses movimentos ocorrem no 
plano transversal e ao redor do eixo longitudinal.
 
80º
95º
0º 30º
RI
Figura 13 – Movimentos de rotação interna e externa do ombro
Outros dois movimentos são descritos em relação ao ombro, os de flexão ou adução horizontal e 
extensão ou abdução horizontal. Estes também ocorrem no plano transversal (horizontal) e ao redor do 
eixo longitudinal. As amplitudes são de 140º para a flexão horizontal e de 30º para a extensão horizontal.
20
Unidade I
A)
B)
C)
30º
0º
140º
 
Figura 14 – Movimentos de flexão e extensão horizontal do ombro
 Lembrete
A articulação do ombro permite movimentos ao redor dos três eixos e, 
por isso, é considerada uma articulação triaxial. A flexão e extensão ocorrem 
no plano sagital e ao redor do eixo látero-lateral (ou transversal). A abdução 
e adução ocorrem no plano frontal e ao redor do eixo ântero-posterior 
(ou sagital). As rotações medial e lateral ocorrem no plano transversal e ao 
redor do eixo longitudinal.
Após termos apresentado as articulações e movimentos da escápula e do ombro, vamos para o 
estudo dos ligamentos presentes nesta região.
1.2 Sistema ligamentar (estabilizadores estáticos)
Os ligamentos são estruturas passivas, já que não produzem movimento ativamente como os 
músculos. Têm a finalidade de aumentar a estabilidade mecânica das articulações, guiar o movimento 
21
CINESIOLOGIA
articular e prevenir o movimento excessivo. Quando ocorre movimento em excesso na articulação, 
lesões parciais ou totais podem ocorrer.
Como dito anteriormente, a articulação do ombro apresenta grande mobilidade e reduzida 
estabilidade. Esse fato se deve, especialmente, porque a congruência óssea não fornece estabilidade, 
já que a cavidade glenoide é rasa e a cabeça do úmero tem um apoio reduzido nesse local. A esses 
aspectos, associa-se o fato de a cabeça do úmero ter uma tendência à luxação inferior, devido à ação 
da força da gravidade.
Vale ressaltar que a estabilidade dada pelos ligamentos estará diretamente relacionada ao seu 
“comprimento”, pois, se eles estiverem tensionados, oferecerão maior restrição ao movimento, ao passo 
que, se estiverem relaxados (frouxos), pouca restrição haverá ao movimento.
A seguir, serão apresentados os principais ligamentos do ombro e seus comportamentos frente a 
diferentes posições da articulação. A próxima figura contempla uma vista anterior do ombro e ilustra 
esses ligamentos.
 
Clavícula
Ligamento 
trapezoide Ligamento 
coracoclavicularLigamento 
conoide
Ligamento transverso superior 
da escápula e incisura da 
escápula, limitando um forame
Processo coracoide
Abertura da bolsa subtendínea 
do músculo subescapular
A linha tracejada indica a 
posição da bolsa subtendínea 
do músculo subescapular
Ligamentos 
capsulares
Tendão do músculo bíceps 
braquial (cabeça longa)
Tendão do músculo 
subescapular (cortado)
Bainha tendínea intertubercular 
(comunica-se com a cavidade articular)
Ligamento transverso do úmero
Tubérculo maior e 
tubérculo menor do úmero
Ligamento coracoumeral
Tendão do músculo 
supraespinal (cortado)
Ligamento coracoacromial
Acrômio
Cápsula articuar acromioclavicular 
(incorporando o ligamento acromioclavicular)
Figura 15 – Vista anterior da articulação do ombro. Destaque para os ligamentos capsulares (glenoumerais), 
ligamento coracoclavicular, coracoumeral, coracoacromial e acromioclavicular
Os ligamentos glenoumeral e coracoumeral estão localizados fora da cápsula ligamentar e reforçam, 
juntamente com a cápsula articular, a articulação do ombro.
O ligamento glenoumeral reforça anteriormente a articulação do ombro e apresenta três feixes, o 
superior, o médio e o inferior. Durante o movimento de abdução e extensão, os feixes médio e inferior 
ficam tensionados, enquanto que, na adução e flexão, eles ficam frouxos. Durante a rotação externa, os 
três feixes ficam tensionados e o contrário ocorre durante a rotação interna.
22
Unidade I
 
A)
60-90º
C)
B)
D)
Figura 16 – Função do ligamento glenoumeral. A) posição anatômica; B) durante a abdução, 
os ligamentos glenoumerais médio e inferior ficam tensionados; C) na rotação externa, há tensão 
dos três feixes ligamentares; D) na rotação interna os três feixes ligamentares estão frouxos
O ligamento coracoumeral reforça a parte superior da cápsula articular. Apresenta 2 fascículos, que se 
inserem no tubérculo maior (posterior) e no tubérculo menor do úmero (anterior). Durante a extensão do ombro, 
existe tensão do fascículo anterior e durante a extensão, tensão do fascículo posterior.
 
Lig. 
coracoumeral
Processo 
coracoide
Lig. transverso 
da escápula
Espinha da 
escápulaTubérculo maior
Cápsula 
articular
Figura 17 – Vista posterior do ombro. Destaque para o ligamento coracoumeral
23
CINESIOLOGIA
 
B) C)
A)
Figura 18 – Função do ligamento coracoumeral; A) posição anatômica; B) extensão do ombro e 
tensão predominante do fascículo anterior; C) flexão do ombro e tensão predominante do fascículo posterior
O ligamento coracoacromial apresenta base fixada no processo coracoide e ápice inserido no 
acrômio. Forma o arco coracoacromail, presente na articulação subdeltóidea.
Lig. coracoclavicular, lig. trapezoide
Bolsa sinovial
Lig. coracoclavicular, lig. conoide
Lig. transverso superior 
da escápula
Incisura da escápula
Bolsa subtendínea do 
m. subescapular
Cápsula articular
Lig. glenoumerais: 
superior, médio e inferior
Tubérculo infraglenoidal
Crista do tubérculo menor (Recesso axilar)
Sulco intertubercular
Crista do tubérculo maior
M.bíceps braquial, cabeça longa
Bainha tendínea intertubercular
M. subescapular, tendão
Tubérculo maior
Lig. coracoumeral
Processo coracoide
M. supraespinal
Lig. coracoacromial
Acrômio
Articulação acromiocalvicular, 
lig. acromioclavicular
Clavícula, extremidade acromial
Figura 19 – Vista anterior da articulação do ombro. Destaque para o ligamento coracoacromial
24
Unidade I
Para unir o acrômio à clavícula existe a presença do ligamento acromioclavicular e, para unir o 
processo coracoide à clavícula, encontra-se o ligamento coracoclavicular. Esse ligamento parte do 
processo coracoide e proporciona estabilidade à articulação acromioclavicular, já que liga a escápula à 
clavícula. Ele apresenta duas partes, o ligamento trapezoide e o ligamento conoide. Esses ligamentos, 
localizados superiormente à articulação do ombro, fornecem estabilidade vertical e impedem 
deslocamentos superior da clavícula.
Outros ligamentos relacionados com a articulação do ombro são aqueles que unem o esterno à 
clavícula ou cartilagem costal. São eles, o ligamento esternoclavicular anterior, que se apresenta tenso 
na retração da clavícula; o ligamento esternoclavicular posterior, que se apresenta tenso na protração 
da clavícula e o ligamento costoclavicular, que fica tenso na elevação, protração e retração da clavícula.
 
Lig. interclavicular
Disco articular
Clavícula
Lig. costoclavicular
Lig. esternoclavicular anterior
Lig. esternocostal radiado
Cartilagem costal IISínfise manubrioesternal
Manúbrio do esterno
Cartilagem costal I
Cápsula articular
Lig. costoclavicular
Figura 20 – Vista anterior da articulação do ombro. Destaque para o ligamento esternoclavicular anterior
1.3 Sistema muscular (estabilizadores dinâmicos)
Para que a articulação do ombro possa oferecer estabilidade dinâmica e ao mesmo tempo cumprir 
sua função de mobilidade no espaço, diversos músculos atuam nessa região.
Dentro do estudo do sistema muscular, para todas as articulações que serão apresentadas, seguiremos 
a seguinte sequência: origem, inserção, inervação e ação de cada músculo.
As próximas figuras demonstram os pontos de origem (ou inserção proximal) e inserção (ou inserção 
distal) dos músculos relacionados ao ombro.
25
CINESIOLOGIA
 
M. serrátil 
anterior
M. subescapular
M. tríceps 
braquial 
(cabeça longa)
M. omo-hióideo
M. peitoral menor
M. trapézio
M. deltoide
M. bíceps braquial (cabeça longa)
M. supraespinal
M. subescapular
M. coracobraquial
M. bíceps braquial (cabeça curta)
M. peitoral maior
M. latíssimo do dorso
M. redondo maior
M. deltoide
M. coracobraquial
M. braquial
M. braquiorradial
M. extensor radial longo do carpo
Tendão extensor comum 
(músculos extensor radial curto 
do carpo, extensor dos dedos 
com extensor do dedo mínimo e 
extensor ulnar do carpo)
M. braquial
M. supinador
M. bíceps braquial M. flexor longo do polegar
M. pronador redondo (cabeça ulnar)
M. flexor superficial dos dedos 
(cabeça umeroulnar)
Tendão flexor comum (músculos 
flexor radial do carpo, palmar 
longo, flexor ulnar do carpo 
e flexor superficial dos dedos 
[cabeça umeroulnar])
M. pronador redondo (cabeça umeral)
Áreas de inserções musculares
Inserção proximal (ponto fixo)
Inserção distal (ponto móvel)
Figura 21 – Face anterior do úmero, escápula, clavícula e esterno. As origens musculares 
são indicadas em vermelho e as inserções musculares são indicadas em azul
26
Unidade I
M. trapézioM. supraespinal
M. deltoide
M. deltoide
M. braquial
M. tríceps braquial 
(cabeça medial)
M. tríceps 
braquial 
(cabeça 
longa)
M. redondo 
menor
M. redondo 
maior
M. latíssimo do 
dorso (pequena 
faixa de origem)
M. infraespinal
M. romboide maior
M. romboide menor
M. levantador 
da escápula
Tendão comum dos 
músculos extensores
M. ancôneo
M. tríceps braquial 
Tendão comum dos 
músculos flexores
M. supraespinal
M. infraespinal
M. infraespinal
M. tríceps braquial 
(cabeça lateral)
Figura 22 – Face posterior do úmero, escápula, clavícula e esterno. As origens musculares 
são indicadas em vermelho e as inserções musculares são indicadas em azul
Inicialmente serão demonstrados os músculos que se originam do tronco ou crânio e se inserem na 
cintura escapular (região que compreende os ossos que conectam o membro superior ao esqueleto 
axial, portanto escápula e clavícula). Esses músculos serão responsáveis, em sua maioria, por 
movimentar a escápula.
27
CINESIOLOGIA
 a) Serrátil anterior
Figura 23 – Músculo serrátil anterior
Origem: superfícies laterais das 8- 9 primeiras costelas.
Inserção: face costal da margem medial da escápula.
Inervação: nervo torácico longo.
Ação: faz a protrusão (abdução) e rotação lateral da escápula e a mantém contra a parede do tórax.
b) Trapézio
 
Figura 24 – Músculo trapézio
Origem: linha nucal superior, protuberância occipital externa, ligamento nucal, processos espinhosos 
de C VII – T XII.
28
Unidade I
Inserção: terço lateral da clavícula, acrômio e espinha da escápula.
Inervação: nervo acessório (NC XI).
Ação: eleva a escápula (parte superior), abaixa a escápula (parte inferior), retrai (todas as porções) e 
roda lateralmente a escápula (partes superior e inferior).
c) Romboide maior
M. levantador 
da escápula
M. romboide 
menor
M. romboide 
maior 
Figura 25 – Músculos romboide menor, romboide maior e levantador da escápula
Origem: processo espinhoso das vértebras TII-TV.
Inserção: margem medial da escápula inferior à espinha da escápula.
Inervação: nervo dorsal da escápula.
Ação: fixa a escápula na parede do tórax. Faz sua retração (adução) e rotação medial, abaixando a 
cavidade glenoidal da escápula.
d) Romboide menor
Origem: ligamento nucal, processos espinhosos das vértebras CVII e TI.
Inserção: margem medial da escápula, no nível da espinha da escápula.
Inervação: nervo dorsal da escápula F.
29
CINESIOLOGIA
Ação: fixa a escápula na parede do tórax. Faz sua retração e rotação, abaixando a cavidade glenoidal 
da escápula.
e) Levantador da escápula
Origem: tubérculos posteriores dos processos transversos das vértebras CI-CIV.
Inserção: margem medial da escápula, desde o ângulo superior até a espinha da escápula.
Inervação: ramos anteriores dos nervos espinais C3 e C4 e nervo dorsal da escápula.
Ação: eleva medialmente a escápula e roda inferiormente a cavidade glenoidal.
f) Subclávio
 
M. subclávio
M. peitoral 
menor
Figura 26 – Músculos subclávio e peitoral menor
Origem: margem posterior da 1ª costela (I) e sua cartilagem costal.
Inserção: superfície inferior do terço médio da clavícula.
Inervação: nervo subclávio.
Ação: fixa e abaixa a clavícula.
g) Peitoral menor
Origem: superfície externa da margem superior das costelas III-V.
30
Unidade I
Inserção: processo coracoide da escápula.
Inervação: nervo peitoral medial.
Ação: abaixa o ângulo lateral e faz a protrusão da escápula.
A seguir, serão apresentados os demais músculos que atuam no complexo articular do ombro. Entre 
eles, um complexo formado por quatro músculos merece destaque: o manguito rotador. É composto pelos 
músculos subescapular, supraespinal, infraespinal e redondo menor e contribui de forma importante 
para a rotação do úmero e “circunda” o ombro por quase todos os lados. Sua principal contribuição se dá 
através da coaptação exercida pelos músculos sobre a cabeça do úmero na direção da cavidade glenoide, 
o que contribui de maneira fundamental para a estabilidade dessa articulação.
Infraespinal
Redondo menor
Subescapular
A) B)
Supraespinal
Figura 27 – Músculos do manguito rotador; A) vista anterior; B) vista posterior
h) Subescapular
 
Figura 28 – Músculo subescapular
Origem: fossa subescapular.
Inserção: tubérculo menor do úmero.
Inervação: nervos subescapulares superior e inferior.
31
CINESIOLOGIA
Ação: roda medialmente e aduz o braço na articulação do ombro. Auxilia na manutenção da cabeça 
do úmero na cavidade glenoidal.
i) Supraespinal
 
Figura 29 – Músculo supraespinal
Origem:fossa supraespinal da escápula e fáscia do braço.
Inserção: superfície superior do tubérculo maior do úmero.
Inervação: nervo supraescapular.
Ação: inicia a abdução do braço e age com os músculos do “manguito rotador” do ombro.
j) Infraespinal
Figura 30 – Músculo infraespinal
32
Unidade I
Origem: fossa infraespinal da escápula e fáscia do braço.
Inserção: superfície lateroposterior do tubérculo maior do úmero.
Inervação: nervo supraescapular.
Ação: roda lateralmente o ombro.
k) Redondo menor
 
Figura 31 – Músculo redondo menor
Origem: 2/3 superiores da face posterior da margem lateral da escápula.
Inserção: superfície inferior do tubérculo maior do úmero.
Inervação: nervo axilar.
Ação: roda lateralmente o braço.
l) Deltoide
 
A) B)
Figura 32 – Músculo deltoide; A) parte anterior (ou clavicular); B) partes acromial (ou média) e esternal (ou posterior)
33
CINESIOLOGIA
Origem: terço lateral da superfície anterior da clavícula, região lateral do acrômio, margem inferior 
da espinha da escápula.
Inserção: tuberosidade para o músculo deltoide do úmero.
Inervação: nervo axilar.
Ação: parte clavicular – flexiona e roda medialmente o braço. Parte acromial – abduz o braço após 
os 15° iniciais realizados pelo músculo supraespinal. Parte espinal – estende e roda lateralmente o braço.
m) Coracobraquial
 
Figura 33 – Músculo coracobraquial
Origem: extremidade do processo coracoide da escápula.
Inserção: face medial do terço médio do úmero.
Inervação: nervo musculocutâneo.
Ação: flexor e adutor do braço na articulação do ombro.
34
Unidade I
n) Bíceps braquial
 
Bíceps braquial
Figura 34 – Músculo bíceps braquial
Origem: cabeça longa – tubérculo supraglenoidal da escápula. Cabeça curta – extremidade do 
processo coracoide da escápula.
Inserção: tuberosidade do rádio, fáscia do antebraço via aponeurose do músculo bíceps braquial.
Inervação: nervo musculocutâneo (C5, C6).
Ação: flexiona o ombro, flexiona e supina o antebraço na articulação do cotovelo.
o) Tríceps braquial (cabeça longa)
 
Cabeça lateral (a cabeça 
medial não é mostrada)Cabeça longa do m. tríceps braquial
Rádio
Ulna
Figura 35 – Músculo tríceps braquial
35
CINESIOLOGIA
Origem: cabeça longa – tubérculo infraglenoidal da escápula.
Inserção: superfície posterior do olecrano.
Inervação: nervo radial.
Ação: extensão ombro (somente a cabeça longa) e todas as porções estendem o cotovelo.
p) Peitoral maior
Figura 36 – Músculo peitoral maior
Origem: metade esternal da clavícula, esterno até a 7ª costela e cartilagens costais.
Inserção: sulco intertubercular do úmero.
Inervação: nervos peitorais lateral e medial.
Ação: flexão, adução e rotação medial do ombro.
36
Unidade I
q) Latíssimo do dorso
Figura 37 – Músculo latíssimo do dorso
Origem: processos espinhosos de T 7 a L 5, aponeurose toracolombar, crista ilíaca e três últimas 
costelas (X-XII).
Inserção: sulco intertubercular do úmero.
Inervação: nervo toracodorsal.
Ação: extensão, adução e rotação medial ombro.
r) Redondo maior
 
Figura 38 – Músculo redondo maior
37
CINESIOLOGIA
Origem: face posterior do ângulo inferior da escápula.
Inserção: lábio medial do sulco intertubercular do úmero.
Inervação: nervo subescapular inferior.
Ação: aduz e roda medialmente o braço.
Os músculos expostos anteriormente encontram-se, em conjunto, nas próximas figuras.
 
Posterior
Médio
Deltoide:
Anterior
M. bíceps 
braquial
Bainha anterior do 
m. reto abdominal
M. serrátil anterior
M. peitoral menor
M. subclávio
Parte esternocostal
Parte clavicular
M. peitoral maior:
Figura 39 – Vista anterior mostrando os músculos superficiais (ombro esquerdo) e 
profundos abaixo dos músculos deltoide e peitoral (ombro direito)
38
Unidade I
 
Posterior
Médio
Deltoide:
Anterior
M. trapézio
M. levantador da escápula
M. romboide:
Maior
Menor
M. supraespinal
M. infraespinal
M. redondo menor
M. redondo maior
M. latíssimo do dorso
Figura 40 – Vista posterior mostrando os músculos superficiais (ombro esquerdo) e profundos (ombro direito)
O quadro a seguir sintetiza os movimentos do ombro e os músculos responsáveis pelas ações.
Quadro 2 
Flexores do ombro
Deltoide anterior (parte clavicular)
Coracobraquial
Peitoral maior (parte clavicular)
Bíceps braquial
Extensores do ombro
Deltoide posterior (parte espinal)
Latíssimo do dorso
Redondo maior
Tríceps braquial (cabeça longa)
Abdutores do ombro
Deltoide
Supraespinal
39
CINESIOLOGIA
Adutores do ombro
Peitoral maior
Latíssimo do dorso
Redondo maior
Rotadores externos do ombro
Infraespinal
Redondo menor
Deltoide anterior (parte clavicular)
Rotadores internos do ombro
Subescapular
Peitoral maior
Deltoide posterior (parte espinal)
Latíssimo do dorso
Redondo maior
Neste próximo quadro, estão sintetizados os movimentos da escápula e os músculos responsáveis 
pelas ações.
Quadro 3 
Elevadores da escápula
Trapézio superior
Romboides menor e maior
Levantador da escápula
Depressores da escápula
Trapézio inferior
Serrátil anterior
Abdutores da escápula Serrátil anterior
Adutores da escápula
Trapézio
Romboides menor e maior
Rotadores laterais da escápula
Trapézio superior e inferior
Serrátil anterior
Rotadores mediais da escápula
Romboides menor e maior
Levantador da escápula
1.3.1 Relação dos movimentos do ombro e da escápula
Algumas observações ainda devem ser feitas em relação aos movimentos do ombro. Uma delas é em 
relação ao movimento de abdução.
De acordo com Kapandji (2000), o movimento de abdução deve ser estudado em três fases distintas: 
a primeira de 0° a 90º, a segunda de 90° a 150º e a terceira de 150° a 180º.
Na primeira fase, os músculos envolvidos são o supraespinal e o deltoide, com movimento na 
articulação glenoumeral. Vale ressaltar que a porção mais ativa do deltoide para a abdução é a média (ou 
acromial), entretanto as outras também estão ativas durante esse movimento. Essa primeira fase finaliza 
perto dos 90º, quando a articulação se bloqueia pelo impacto do tubérculo maior do úmero contra 
a margem da cavidade glenoide. A partir de 90º existe a necessidade de movimentação da escápula, 
40
Unidade I
que realiza rotação lateral. Para tanto, são ativados os músculos trapézio superior, trapézio inferior e 
o serrátil anterior, que promovem movimento na articulação escapulotorácica e consequentemente 
nas articulações esternoclavicular e acromioclavicular. Além desse movimento da escápula, para que 
não haja contato do tubérculo maior com o arco subacromial, ocorre uma rotação externa do ombro, 
com ativação dos músculos infraespinal e redondo menor. Para finalizar o movimento de abdução, é 
necessária a participação da coluna vertebral. Se a abdução ocorrer somente de um lado, os músculos 
da coluna do lado oposto são ativados, ao passo que, se os dois braços realizarem o movimento, é 
necessária hiperlordose lombar.
 
Figura 41 – Os três tempos da abdução
O movimento de abdução foi estudado também por outros autores. Neumann (2011) relata que o 
trabalho mais antigo sobre esse movimento foi publicado por Inman em 1944 e posteriormente estudado 
por outros autores. Observa-se que, em um ombro saudável existe, a partir de 30º de abdução, uma razão 
de 2:1 – para cada três graus de abdução do ombro, dois graus ocorrem na articulação glenoumeral e 
um grau ocorre na articulação escapulotorácica, com movimento de rotação lateral. Pequenas variações 
dessa relação foram encontradas por outros autores, entretanto 2:1 permanece a mais aceita. Esse ritmo 
cinemático natural que existe no ombro recebe o nome de “ritmo escapulotorácica”.
41
CINESIOLOGIA
 
0º 90º
120º
Figura 42 – A abdução do ombro requer a rotação simultânea da 
escápula para que o arco de movimento seja completo
O que foi citado anteriormente sobre a abdução do ombro demostra que, para o movimento total 
dentro de uma amplitude, músculos relacionados diretamente ao ombro (deltoide e supraespinal) são 
ativados e também aqueles relacionadosà escápula. Isso é de extrema relevância em relação ao processo 
de reabilitação, pois, se houver paralisia ou grande fraqueza de músculos da escápula, os movimentos 
totais do ombro serão diretamente prejudicados.
Por exemplo, para um paciente que tenha fraqueza dos músculos abdutores do ombro, se trabalharmos 
esse movimento em pequenas amplitudes, estaremos fortalecendo somente o deltoide e supraespinal e 
provavelmente a dinâmica muscular para completar o movimento não será eficaz. Então, torna-se necessário 
o fortalecimento dos músculos envolvidos com a escápula, com movimentos de estabilização dessa região.
Exemplos de fortalecimento dos músculos escapulares são as “remadas” em aparelhos de musculação 
(quando para trás, ativa os romboides; quando para frente, ativa o serrátil anterior), exercício de prancha, 
exercícios de flexão de braço etc.
Também dentro do nosso estudo, é necessário enfatizar os movimentos da escápula que ocorrem 
durante os movimentos do ombro. Essa relação está descrita no próximo quadro e mostra que, quando 
o ombro realiza a flexão, a escápula realiza de forma simultânea a rotação lateral; quando fazemos a 
extensão do ombro, a escápula realiza a extensão e assim por diante.
Quadro 4 
Movimento ombro Movimento na escápula
Flexão Rotação lateral
Extensão Adução (retração)
Abdução Rotação lateral
Adução Rotação medial
Rotação externa Adução (retração)
Rotação interna Abdução (protração)
Adução (flexão) horizontal Abdução (protração)
Abdução (extensão) horizontal Adução (retração)
42
Unidade I
1.4 Análise cinesiológica
Após termos apresentado os aspectos articulares e musculares, se faz necessária a análise dos movimentos. 
Como já mencionado, os músculos podem se contrair de forma isométrica, isotônica (concêntrica ou 
excêntrica) ou isocinética. Esta última não será aqui contemplada, pois é dependente de um equipamento 
(dinamômetro). Essas contrações ocorrem usualmente no dia a dia. Por exemplo, ao levarmos um objeto até 
um armário alto, realizamos contração concêntrica dos músculos do ombro e, ao retornarmos o membro 
superior até ao lado do corpo, realizamos contração excêntrica dos mesmos músculos. Se ficássemos com o 
braço parado, como ao “chamar” o ônibus, realizaremos uma contração isométrica dos músculos do ombro.
Percebe-se, então, que a ativação de um grupo muscular ou outro sempre dependerá da resistência 
externa que for imposta ao movimento e isso dependerá do posicionamento do corpo da pessoa, do uso 
de haltere, faixa elástica, equipamento de musculação, entre outros.
Sabendo-se disto, vamos pensar sobre o seguinte exercício:
Posição inicial: em pé, posição anatômica, haltere na mão.
Fase 1: abdução de ombro.
Fase 2: adução de ombro (até a posição anatômica).
P. inicial Fase 1 Fase 2 
Figura 43 – Exercício para os músculos abdutores do ombro
Nesse exercício, os músculos ativados são os abdutores do ombro (deltoide e supraespinal), já que 
a resistência externa a ser vencida é a ação da gravidade. Na fase 1, a contração realizada é a isotônica 
concêntrica e na fase 2 a contração é isotônica excêntrica. Caso permaneça parada em algum momento, 
como na fase 1, a contração será isométrica.
Agora vamos pensar sobre outro exercício que envolva a mesma ação articular: abdução, a adução 
do ombro (próxima figura).
43
CINESIOLOGIA
Posição inicial: em pé, abdução ombro 90º, segurando faixa elástica (amarrada no teto).
Fase 1: adução de ombro (até a posição anatômica).
Fase 2: abdução de ombro.
P. inicial Fase 1 Fase 2 
Figura 44 – Exercício para os músculos adutores do ombro
Nesse exercício, tanto para a fase 1 quanto para a fase 2, os músculos ativados são os adutores do 
ombro (peitoral maior, latíssimo do dorso, redondo maior), já que a resistência externa a ser vencida 
é para a adução do ombro. Na fase 1, a contração realizada é a isotônica concêntrica e, na fase 2, a 
contração é isotônica excêntrica.
Vejamos outros exemplos de exercícios, agora que envolvam músculos flexores do ombro.
P. inicial Fase 1 Fase 2 
Figura 45 – Exercício para os músculos flexores do ombro
44
Unidade I
Nesse exemplo, é necessária a contração dos músculos flexores, fase 1 de forma concêntrica e na 
fase 2 de forma excêntrica, para que o movimento ocorra.
E como faríamos para ativar (fortalecer) os músculos extensores do ombro?
Caso fôssemos utilizar halteres, como nas imagens anteriores, a posição inicial seria a mesma, 
porém o movimento deverá ocorrer para trás do plano frontal.
E para os músculos rotadores do ombro?
Uma forma de realizar este fortalecimento seria com o uso da faixa elástica, que pode oferecer 
resistência diferenciada dependendo da posição que é colocada. Na próxima figura a faixa elástica está 
posicionada de forma a gerar resistência aos músculos rotadores internos e na figura seguinte, a faixa 
elástica resistirá aos músculos rotadores externos.
Vejamos os exercícios a seguir:
 
Figura 46 – Exercício para os músculos rotadores internos do ombro
 
Figura 47 – Exercício para os músculos rotadores externos do ombro
45
CINESIOLOGIA
Após a apresentação dos tópicos, percebemos que é de suma importância o conhecimento geral desse 
complexo articular. Apesar de apresentar a maior mobilidade do aparelho locomotor, essa característica 
acarreta ao ombro considerável instabilidade e suscetibilidade a lesões.
Lesões comuns relacionadas ao ombro são a luxação (quando há afastamento parcial ou total dos 
ossos), lesão do manguito rotador, capsulite adesiva e síndrome do impacto. Em todas estas situações, 
o fortalecimento dos músculos, ligamentos e estruturas que formam o complexo do ombro é de suma 
importância para a sustentação, estabilização e proteção articular.
 Saiba mais
Para ampliar o conhecimento sobre a articulação do ombro leia o livro:
NEUMANN, D. A. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
Para ampliar seu conhecimento sobre a reabilitação da síndrome do 
manguito rotador consulte:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO. 
Síndrome do manguito rotador: Reabilitação. 2013. Disponível: https://
diretrizes.amb.org.br/_DIRETRIZES/sindrome-do-manguito-rotador-
reabilitacao/files/assets/common/downloads/publication.pdf. Acesso em: 
13 fev. 2020.
2 COMPLEXO ARTICULAR DO COTOVELO E ANTEBRAÇO
O complexo articular do cotovelo faz a união do braço ao antebraço, portanto é a articulação 
intermediária do membro superior. Nesse complexo existem quatro articulações, sendo duas relacionadas 
ao cotovelo e duas ao antebraço. Esse complexo é de extrema importância funcional, já que permite o 
homem levar os alimentos à boca.
Vamos abordar primeiramente a articulação do cotovelo e na sequência o antebraço.
2.1 Cotovelo
2.1.1 Osteologia e artrologia do cotovelo
A articulação do cotovelo é formada por três ossos: úmero, rádio e ulna. Juntos, esses ossos formam 
duas articulações: a articulação umerorradial e a articulação umeroulnar.
46
Unidade I
Articulação 
umerorradial
Articulação 
umeroulnar
Articulação 
rádio-ulnar 
proximal
Articulação 
rádio-ulnar 
distal
Rá
di
o Ul
na
Úm
er
o
 
Figura 48 – Vista anterior das articulações do cotovelo e antebraço. 
Destaque para as articulações umerorradial e umeroulnar
Essas articulações são consideradas, de acordo com seu formato, em sinovial do tipo gínglimo ou 
dobradiça e permitem os movimentos de flexão e extensão, que ocorrem no plano sagital e ao redor do 
eixo látero-lateral (ou transversal). Por permitirem movimento somente ao redor de um eixo de rotação, 
são consideradas uniaxiais (ou monoaxiais).
 
Eixo transveral
Flexão
Extensão
Figura 49 – Movimentos de flexão e extensão na articulação do cotovelo
Na articulação umerorradial existe o contato do capítulo do úmero (estrutura convexa) com a cabeça 
do rádio (que é côncava). Já na articulação umeroulnar, as superfícies em contato são a tróclea do 
úmero com a incisura troclear. Essas superfícies estão expostas na próximafigura, na qual a articulação 
do cotovelo encontra-se desarticulada.
47
CINESIOLOGIA
Durante a flexão e a extensão essas estruturas apresentam rolamento e deslizamento simultâneos 
sobre as superfícies relacionadas, permitindo os movimentos citados.
 
Fossa coronoide
Tróclea
Cápsula articular 
(seccionada)
Crista longitudinal
Ulna
Úmero
Rádio
Ligamento anular
Fóvea
Membrana sinovial
Capítulo
Fossa radial
Figura 50 – Superfícies articulares das articulações umerorradial e umeroulnar
A flexão do cotovelo ocorre quando o braço se aproxima do antebraço, com amplitude ativa de 145º. Esse 
movimento ocorre em importantes funções fisiológicas, como ao comer, escovar os dentes ou empurrar objetos. 
A extensão ocorre quando há afastamento do braço e antebraço, com amplitude de 0º. Os movimentos funcionais 
e mais comuns da vida diária ocorrem geralmente entre 30° e 130º de flexão e, por esse motivo, prejuízos 
mínimos são causados quando um indivíduo perde as amplitudes máximas do cotovelo.
 
140
120
100
80
60
40
20
145º
130º
30º
–5º
0
Porta
Fl
ex
ão
 d
o 
co
to
ve
lo
 (g
ra
us
)
Atividades de vida diária
Jarro Cadeira Jornal Faca Garfo Copo Telefone
Figura 51 – Amplitude de movimentação do cotovelo
48
Unidade I
 Observação
O arco funcional de 100º, de 30º a 130º, é necessário para realizar 
atividades como abrir uma porta, levantar um jarro, segurar um telefone, 
entre outras atividades.
De acordo com Kapandji, existem fatores que podem limitar os movimentos do cotovelo. Para a extensão, 
existem três fatores limitantes: impacto do “ápice” do olécrano na fossa do olécrano; tensão da parte anterior 
da cápsula articular e a resistência dos músculos flexores (que são anteriores).
A) B) C)
Figura 52 – Fatores limitantes A) da extensão B) da flexão ativa e C) da flexão passiva do cotovelo
Para a flexão ativa o principal fator limitante é o contato entre as massas musculares do braço e 
antebraço. Outros fatores existem, mas de forma ativa pouca influência tem sobre o movimento. Quando 
a flexão é realizada de forma passiva, a amplitude articular pode chegar até a 160º, já que, sem contração 
muscular, pode ocorrer maior aproximação entre o braço e antebraço. Sendo assim, o contato entre as 
massas musculares não será o principal fator limitante. Nesse momento, outros fatores aparecem:
• Impacto da cabeça do rádio da fossa do rádio e do processo conoide na fossa conoide.
• Tensão da parte posterior da cápsula articular.
• Tensão passiva dos músculos extensores do cotovelo (que são posteriores).
Outra característica dessa articulação é o valgo fisiológico formado entre o braço e antebraço, que 
leva a uma angulação lateral da ulna. Esse ângulo pode ser chamado de ângulo de carregamento, já 
que permite que objetos sejam transportados sem encostarem na coxa. O valor normal deste ângulo, 
sempre quando o antebraço está supinado, é de aproximadamente 18º. Quando a ulna se desvia 
lateralmente e de forma excessiva, ocasiona o cotovelo valgo (angulação maior que 18º), ao passo 
que a deformidade acentuada para o lado oposto pode gerar um cotovelo varo.
49
CINESIOLOGIA
A) B) C)
 
Figura 53 – Ângulo do cotovelo no plano frontal: A) valgo fisiológico; B) cotovelo valgo; C) cotovelo varo
2.1.2 Sistema ligamentar (estabilizadores estáticos)
A coaptação articular é a capacidade que a articulação tem de manter a integridade e a relação 
entre as suas estruturas, durante a realização de diversos movimento. Na articulação do cotovelo, essa 
característica é muito importante, porque o membro superior é frequentemente submetido a atividades, 
como transporte de carga e também pode receber fortes impactos, como nos acidentes. Entre os 
elementos que favorecem a coaptação no cotovelo, estão os ligamentos.
Os principais ligamentos presentes na região são: ligamento colateral radial, ligamento colateral 
ulnar e ligamento anular do rádio.
Epicôndilo 
lateral
Lig. colateral 
radial
Lig. anular 
do rádio
Colo do rádio
M. bíceps braquial, tendão
Rádio
Ulna
Corda oblíqua
Lig. colateral ulnar
Epicôndilo medial
Epicôndilo medial
Olécrano
Cápsula articularCápsula articular, 
membrana fibrosa
Corpo do úmeroCorpo do úmero
Colo do rádio
Lig. anular 
do rádio
Lig. colateral 
radial
Epicôndilo 
lateral
A) B)
 
Figura 54 – Ligamentos da articulação do cotovelo: A) vista anterior; B) vista posterior
50
Unidade I
O ligamento colateral ulnar estabiliza a articulação do cotovelo medialmente e o colateral radial 
estabiliza a articulação lateralmente. Esses ligamentos são muito resistentes e favorecem o encaixe no 
local, o que impede a luxação.
Quando movimentos anormais são gerados no local, lesões podem ocorrer. Por exemplo, se houver 
um grande deslocamento medial do antebraço, lesão no ligamento colateral radial pode ocorrer e, se 
houver deslocamento lateral do antebraço, o ligamento colateral ulnar é que fica suscetível à lesão.
 
8
8
1
15
2
10
14
a
b
x’
x
Figura 55 – Representação esquemática dos ligamentos colaterais do cotovelo. 
Caso haja tensão de lateralidade acentuada, haverá lesão ligamentar
A estabilidade de uma articulação não é função isolada dos ligamentos. A coaptação em extensão 
é garantida pela presença dos ligamentos colaterais, pelos músculos que cruzam a articulação (bíceps, 
tríceps, braquial e extensores dos dedos) e pelo encaixe da articulação umeroulnar. Já a coaptação em 
flexão é melhor alcançada em 90º, quando a ulna fica estável devido à inserção dos músculos braquial e 
tríceps braquial. Contudo, nessa posição o rádio tende a se luxar devido à tração exercida pela inserção 
do bíceps braquial e essa situação é evitada pela presença do ligamento anular da cabeça do rádio 
(KAPANDJI, 2000).
2.1.3 Sistema muscular (estabilizadores dinâmicos)
A seguir, serão apresentados os músculos responsáveis pelos movimentos do cotovelo, assim como 
sua origem, inserção, inervação e ação.
51
CINESIOLOGIA
a) Bíceps braquial
Bíceps braquial
 
Figura 56 – Músculo bíceps braquial
Origem: cabeça longa - tubérculo supraglenoidal da escápula. Cabeça curta - extremidade do 
processo coracoide da escápula.
Inserção: tuberosidade do rádio, fáscia do antebraço via aponeurose do músculo bíceps braquial.
Inervação: nervo musculocutâneo (C5, C6).
Ação: flexiona o ombro, flexiona e supina o cotovelo.
b) Braquial
 
Úmero
Braquial
Rádio
Ulna
Figura 57 – Músculo braquial
52
Unidade I
Origem: face anterior da metade distal do úmero.
Inserção: processo coronoide e tuberosidade da ulna.
Inervação: nervos musculocutâneo e radial (C7).
Ação: flexiona o cotovelo.
c) Braquiorradial
 
Braquiorradial
Figura 58 – Músculo braquiorradial
Origem: 2/3 proximais da crista supraepicondilar lateral do úmero.
Inserção: face lateral da extremidade distal do rádio.
Inervação: nervo radial.
Ação: flexão antebraço.
d) Tríceps braquial
 
Cabeça lateral 
(a cabeça medial 
não é mostrada)
Cabeça longa do 
m. tríceps braquial
Ulna
Rádio
Figura 59 – Músculo tríceps braquial
53
CINESIOLOGIA
Origem: cabeça longa – tubérculo infraglenoidal da escápula. Cabeça lateral – metade superior da 
face posterior do úmero. Cabeça medial – 2/3 distais das faces medial e posterior do úmero.
Inserção: superfície posterior do olecrano.
Inervação: nervo radial.
Ação: estende o antebraço na articulação do cotovelo; a cabeça longa estabiliza a cabeça do úmero 
abduzido e estende e aduz o braço na articulação do ombro.
e) Ancôneo
Úmero
M. ancôneo
Ulna Rádio
 
Figura 60 – Músculo ancôneo
Origem: superfície posterior do epicôndilo lateral do úmero.
Inserção: superfície lateral do olécrano e face posterior da parte proximal da ulna.
Inervação: nervo radial (C5 T1).
Ação: auxilia o músculo tríceps braquial na extensão do cotovelo.
Os músculos expostos anteriormente encontram-se, em conjunto, nas próximas figuras.
54
Unidade I
 
Lig. transverso
M. bíceps braquial 
(cabeça longa)
M. braquiorradial
Processo estiloide
UlnaAponeurose bicipital 
(lavertus fibrosus)
Epicôndilo medial
M. braquial
M. bíceps braquial 
(cabeça curta)
Processo coracoide
Figura 61 – Vista anterior do braço direito, mostrando os músculos flexores do cotovelo
 
Acrômio
M. tríceps braquial 
(cabeça lateral)
M. ancôneoOlécrano
M. tríceps braquial 
(cabeça longa)
Figura 62 – Vista posterior do braço direito, mostrando o músculo tríceps braquial e ancôneo. 
A cabeça medial do tríceps braquial é profunda e, por isso, não completamente visível
55
CINESIOLOGIA
O quadro a seguir resume os movimentos do cotovelo e mostra os músculos envolvidos.
Quadro 5 
Flexores cotovelo
Bíceps braquial
Braquial
Braquiorradial
Extensores cotovelo
Tríceps braquial
Ancôneo
Entre os três músculos responsáveis pela flexão, o único que realiza somente essa ação é o braquial. 
Acredita-se que, por esse motivo, e também, pelo fato de apresentar a maior área de secção transversal 
dos flexores, ele seja o principal flexor do cotovelo. O músculo bíceps braquial atua também no ombro 
(é biarticular) e a eficácia para flexão do cotovelo é máxima na posição de 90º. O torque gerado pelos 
demais músculos flexores também ocorre em cerca de 90º.
A extensão do cotovelo ocorre basicamente devido à ação do tríceps braquial, sendo a participação 
do ancôneo secundária. Esses músculos produzem torque máximo quando o cotovelo está fletido a 90º. 
Quando comparados os torques dos movimentos já citados, observa-se que os torques de flexão são 
cerca de 70% maiores que os de extensão. É provável que esta diferença seja devida ao fato de que as 
demandas funcionais impostas aos músculos flexores do cotovelo são maiores que quando comparadas 
aos músculos extensores (NEUMANN, 2011).
2.1.4 Análise cinesiológica
Após termos apresentado os aspectos articulares e musculares, se faz necessária a análise dos movimentos.
Durante a execução de movimentos diários, utilizamos contrações isométricas e isotônicas dos 
músculos do cotovelo. Um exemplo de contração isométrica dos extensores do cotovelo ocorre quando 
apoiamos nossa mão em uma mesa e fazemos força para “empurrar” a mesa para baixo. Quando 
estamos no supermercado, com uma sacola na mão, e fletimos o cotovelo, fazemos isso à custa de uma 
contração isotônica concêntrica dos flexores do cotovelo e, ao estender o cotovelo, haverá uma ação 
excêntrica desses músculos.
Além desses exemplos, abordaremos dois exercícios de fortalecimento.
Posição inicial: em pé, posição anatômica, haltere na mão.
Fase 1: flexão cotovelo.
Fase 2: extensão do cotovelo.
56
Unidade I
Posição inicial Fase 1 Fase 2
Figura 63 – Exercício para os músculos flexores do cotovelo
Durante a fase 1, os músculos flexores (bíceps braquial, braquial e braquiorradial) se contraíram de 
forma concêntrica e, durante a fase 2 (extensão do cotovelo), os mesmos músculos se contraíram de 
forma excêntrica. Observe que nesse exemplo, apesar de o movimento realizado na articulação ser a 
flexão e extensão do cotovelo, somente os músculos flexores do cotovelo foram ativados.
Agora vamos estudar outro exercício que envolva a ativação dos músculos extensores do cotovelo? 
Para tanto, a posição do corpo deverá ser diferente (ver figura a seguir).
Posição inicial Fase 1 Fase 2 
Figura 64 – Exercício para os músculos extensores do cotovelo
Como vimos na figura anterior, os músculos ativados são os extensores do cotovelo (tríceps braquial 
e ancôneo). Durante a fase 1, a contração utilizada foi a isotônica concêntrica e, durante a fase 2, a 
contração utilizada foi a isotônica excêntrica.
Outros exemplos de exercícios para o cotovelo são aqueles que ocorrem em cadeia cinética fechada, 
portanto quando as mãos estão fixas e há movimento do ombro e do cotovelo. No movimento de 
flexão de braço (com apoio no solo) os músculos extensores do cotovelo serão responsáveis tanto por 
fletir (para aproximar do solo) quanto por estender o cotovelo (para afastar do solo), com contrações 
excêntricas e concêntricas, respectivamente.
57
CINESIOLOGIA
 
Figura 65 – Exercício em cadeia cinética fechada para os músculos extensores do cotovelo
Já durante o movimento de elevar e abaixar o corpo com apoio das mãos em uma barra fixa, os 
músculos que estarão em ação serão os flexores do cotovelo, com contração concêntrica para a subida 
e excêntrica para a descida.
 
Figura 66 – Exercício em cadeia cinética fechada para os músculos flexores do cotovelo
Mesmo que a articulação do cotovelo seja bem estável e estruturada, essa região pode ser acometida 
por lesões decorrentes de excesso de uso ou ainda por traumas. Entre elas estão a epicondilite lateral e 
a medial, também conhecidas por “cotovelo de tenista” e “cotovelo de golfista”, respectivamente.
A epicondilite lateral está relacionada aos esforços em extensão do punho, pois a musculatura responsável 
por esse movimento tem origem tendínea no epicôndilo lateral. O tratamento conservador geralmente tem 
bons resultados e inclui medicamentos orais ou tópicos, uso de órteses, acupuntura e fisioterapia, não havendo 
consenso na literatura se há algum método mais efetivo que o outro (BARROS FILHO, 2012).
 Saiba mais
Para se profundar no assunto, leia o artigo científico a seguir:
DE ALMEIDA et al. Tratamento fisioterapêutico para epicondilite lateral: 
uma revisão sistemática. Fisioter. Mov.; v. 26, n. 4, set./dez. 2013, p. 921-
932. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0103-51502013000400020. Acesos em: 13 fev. 2020.
58
Unidade I
2.2 Antebraço
O antebraço permite os movimentos de pronação e supinação, que são extremamente importantes 
em atividades funcionais do membro superior. Sem esses movimentos, seria quase impossível levar 
alimentos à boca, utilizar uma chave para abrir a fechadura de casa, entre outras atividades.
2.2.1 Osteologia e artrologia do antebraço
A articulação do antebraço é formada por dois ossos, o rádio e a ulna. Juntos, esses ossos formam duas 
articulações: a articulação radioulnar proximal e a radioulnar distal. Essas articulações são consideradas, 
de acordo com seu formato, em sinovial do tipo trocoide ou pivô. Na articulação radioulnar proximal 
existe contato da cabeça do rádio com a incisura radial da ulna, ao passo que na articulação radioulnar 
distal existe contato da cabeça da ulna com a incisura ulnar do rádio.
 
Olécrano
Incisura troclear
Incisura radial da ulna
Tuberosidade da ulna
Corda oblíqua
Ulna UlnaRádioRádio
Face anterior
Margem anterior
Face lateral
Margem posterior
Face posterior
Tubérculo dorsal (de Lister)
Sulco dos mm. 
extensores radiais 
longo e curto do carpo
Área dos mm. extensor 
curto do polegar e abdutor 
longo do polegar
Processo estiloide do rádio
Processo estiloide
Membana interóssea
Margem interóssea
Margem anterior
Face anterior
Tuberosidade do rádio
Colo
Cabeça
Tuberosidade da ulna
Corda oblíqua
Rádio e ulna direitos 
em pronação: vista 
anterior
Rádio e ulna direitos 
em supinação: vista 
anterior
Membana interóssea
Processo estiloide 
da ulna
Membana interóssea
Sulco do m. extensor 
longo do polegar
Sulco dos mm. 
extensor dos dedos e 
extensor do indicador
Processo coronoide
Figura 67 – Ossos do antebraço direito em supinação e pronação. 
Destaque para as articulações radioulnar proximal e radioulnar distal
59
CINESIOLOGIA
Os movimentos existentes nessa região são os de pronação e de supinação. Estes ocorrem a partir da 
posição intermediária para o antebraço, que é determinada quando a pessoa permanece com o cotovelo 
fletido a 90º, polegar apontado para cima e mão direcionada para dentro (KAPANDJI, 2000). Quando a 
pessoa direciona a palma da mão para baixo temos o movimento de pronação, com amplitude de 85º, e, 
quando a mão fica direcionada para cima, temos a supinação, com amplitude de 85º. Esses movimentos 
ocorrem no plano transversal (ou horizontal) e ao redor do eixo longitudinal (direção céfalo caudal). 
Por permitirem movimentos somente ao redor de um

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