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Livro Texto - Unidade II cinesiologia

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106
Unidade II
Unidade II
5 QUADRIL E JOELHO
O quadril possui, única e exclusivamente, a articulação femoroacetabular, também denominada de 
articulação do quadril. É tida, pois, como a proximal do membro inferior e tem como função distribuir as 
cargas da porção superior do corpo (membros superiores, cabeça e tronco) para os membros inferiores, 
tanto durante a manutenção da postura estática quanto durante a realização dos movimentos e na marcha.
O quadril é uma articulação sinovial do tipo esferoide, vale dizer, mesmo formato da articulação 
do ombro, porém com maior estabilidade e menor mobilidade. O fato de ser esferoide garante os 
movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e lateral, sendo que funcionalmente 
seus movimentos acontecem principalmente em cadeia cinética fechada acompanhados muitas vezes 
de movimentos da pelve e coluna lombar.
A estabilização dessa região é garantida por diversos fatores, entre eles, o encaixe da cabeça do fêmur 
em um acetábulo profundo, ligamentos resistentes ao redor da articulação, anel de fibrocartilagem 
(lábio do acetábulo), além de músculos grandes e fortes. O enfraquecimento daqueles pode afetar a 
estabilidade e mobilidade não somente dessa região, mas do corpo como um todo.
O complexo articular do joelho compreende duas articulações, femorotibial e patelofemoral. 
Tem função semelhante à do cotovelo, ou seja, é a articulação intermediária do membro inferior 
e garante ao homem executar a maioria das atividades de vida diária, seja estabilizando a posição 
ortostática, dando mobilidade ao membro inferior ou permitindo a este maior alcance funcional e 
ajuste do corpo ao ambiente.
O joelho é considerado uma articulação sinovial condilar com dois graus de liberdade, isto é, realiza 
flexão, extensão e as rotações medial e lateral somente quando está flexionado.
A estabilidade do joelho é garantida pelas limitações dos tecidos moles localizados na região, em vez 
de coaptação anatômica. Durante as atividades funcionais de grande demanda, esses tecidos recebem 
sobrecargas musculares e externas favorecendo muitas lesões de ligamentos, meniscos e cartilagem.
 Observação
Os conhecimentos da anatomia, da cinesiologia e da biomecânica do 
quadril e do joelho são fundamentais para compreender os mecanismos de 
lesão e escolher a terapêutica adequada na reabilitação.
107
CINESIOLOGIA
5.1 Osteologia e artrologia do quadril
A articulação do quadril é formada pelos ossos fêmur e ilíaco, sendo que esse é formado pela junção 
de três ossos: o ílio, o ísquio e o púbis. As superfícies articulares são a cabeça do fêmur em formato 
convexo e a fossa do acetábulo em formato côncavo revestidas por cartilagem hialina. O acetábulo 
apresenta em todo o seu contorno um anel de fibrocartilagem denominado de lábio do acetábulo que 
permite aumentar a sua profundidade auxiliando na estabilização da região, na diminuição do atrito 
entre os ossos, otimização da função da cartilagem articular e uma maior coaptação.
A parede inferior do acetábulo é preenchida pelo ligamento transverso do acetábulo. O ligamento 
da cabeça do fêmur tem origem na fossa do acetábulo e inserção na fóvea da cabeça do fêmur. As 
artérias circunflexas medial e lateral (ramos da artéria femoral) nutrem a maior porção da cabeça e do 
colo femoral. Vasos suplementares derivados da artéria obturadora são encontrados no ligamento da 
cabeça do fêmur.
Face semilunar do acetábulo
Cartilagem articular
Cabeça do fêmur
Trocanter maior
Colo do fêmur
Linha intertrocantérica
Ligamento redondo 
(ligamento da cabeça do fêmur)
(seccionado)
Espinha ilíaca ântero-superior
Espinha ilíaca ântero-inferior
Eminência iliopúbica
Lábio do acetábulo 
(fibrocartilaginoso)
Gordura na fossa do acetábulo 
(coberta por membrana sinovial)
Artéria obturatória
Ramo anterior da 
artéria obturatória
Ramo posterior da 
artéria obturatória
Membrana obturatória
Artéria acetabular
Lig. acetabular transverso
Tuberosidade 
isquiática
Trocanter menor 
Figura 129 – Vista lateral da articulação do quadril
108
Unidade II
 
Lábio interno da crista ilíaca
Tuberosidade ilíaca
Espinha ilíaca
Face auricular (para o sacro)
Espinha ilíaca posterior inferior
Incisura isquiática maior
Corpo do ílio
Espinha inquiática
Incisura isquiática menor
Corpo do ísquio
Tuberosidade insquiática
Ílio
Ísquio
Púbis Ramo do ísquio
Sulco obturatório
Ramo inferior do 
osso púbico
Forame obturado
Face sinfisal
Tubérculo púbico
Púbis pectíneo (linha pectínea)
Ramo superior do osso púbico
Eminência iliopúbico
Linha arqueada
Espinha ilíaca ântero-inferior
Asa(ala) do osso ilíaco 
(fossa ilíaca)
Espinha ilíaca ântero-superior
Lábio interno da crista ilíaca
Figura 130 – Vista lateral do osso ilíaco com enfoque para o acetábulo 
formado pela união dos ossos ílio, ísquio e púbis
5.1.1 Orientação da cabeça do fêmur, do colo do fêmur e do acetábulo
A cabeça do fêmur é sustentada pelo colo do fêmur que a conecta com sua diáfise e está encaixada 
no acetábulo do osso ilíaco. Corresponde a 2/3 de uma esfera e tanto ela quanto o colo do fêmur 
dirigem-se ântero-súpero-medialmente; já o eixo do acetábulo dirige-se ântero-ínfero-lateralmente. 
Com isso, a cabeça do fêmur permanece descoberta ântero-superiormente. Na posição de quatro 
apoios, em que ocorre combinação de flexão, discreta abdução e rotação externa, a cabeça do fêmur 
fica totalmente recoberta pelo acetábulo (KAPANDJI, 2000).
109
CINESIOLOGIA
A)
B)
Figura 131 – A) Coaptação da articulação do quadril na postura ortostática e 
B) em quatro apoios com flexão (1), abdução (2) e rotação externa (3)
5.1.1.1 Ângulos do colo do fêmur
A junção da cabeça do fêmur com a sua diáfise é conhecida como colo do fêmur e nessa região é 
possível observar dois ângulos (inclinação e torção), sendo que o desvio desses ângulos pode levar às 
disfunções do quadril.
O eixo do colo do fêmur forma com o eixo diafisário um ângulo de inclinação de 125º no adulto. Um ângulo 
de inclinação menor que 125º é denominado coxa vara, já um ângulo maior caracteriza a coxa valga. As duas 
condições influenciam a estabilidade do quadril, sendo que uma coxa valga favorece a luxação superior.
 
125º
Normal Deformidade em 
coxa vara
Deformidade em 
coxa valga
105º 140º
Figura 132 – O ângulo de inclinação do colo do fêmur é de aproximadamente 125°. 
A condição na qual esse ângulo é inferior a 125° é chamada de coxa vara e acima de 125º é chamada de coxa valga
110
Unidade II
A coxa vara favorece a depressão do ilíaco ipsilateral levando a uma obliquidade pélvica e a um membro 
inferior anatomicamente menor. Essa condição favorece a proximidade do trocanter maior do fêmur com 
o ilíaco limitando a abdução do quadril e favorecendo um aumento da estabilidade, pois esse ângulo de 
inclinação diminuído aumenta a interiorização da cabeça do fêmur no acetábulo (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
A coxa valga favorece a elevação do ilíaco ipsilateral levando a uma obliquidade pélvica e aumento 
do comprimento do membro inferior. Essa condição faz com que o quadril permaneça em adução 
ipsilateral podendo levar a um encurtamento dos músculos adutores, estresse da banda iliotibial e até 
bursite trocantérica (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
 
A: positivo
O aumento do braço de momento (D’) para 
a força abdutora do quadril pode melhorar a 
estabilidade articular
C: positivo
A diminuição do braço do momento de flexão (I’) 
reduz o momento de flexão (ACF x I’), o que diminui as 
forças de cisalhamento no colo do fêmur e aumenta o 
comprimento funcional do músculo abdutor do quadril
B: negativo
O aumento do braço de momento de flexão (I’) 
eleva o momento de flecão (ACG x I’), o que 
aumenta as forças de cisalhamento no colo do 
fêmur e diminui o comprimento funcional do 
músculo abdutor do quadril
D: negativo
A diminuição do braço do momento (D’) para a 
força abdutora do quadril pode aumentar o risco 
de luxação
Coxa vara
α = 100º
Coxa valga
α = 145º
NormalAC
F
D’
α = 125ºI’
I’
P
P Fo
rç
a 
ab
du
to
ra
 d
o 
qu
ad
ril
Fo
rç
a 
ab
du
to
ra
 d
o 
qu
ad
ril
Fo
rç
a 
ab
du
to
ra
 d
o 
qu
ad
ril
D’
D
AC
F
Figura 133 – Efeitos biomecânicos negativos e positivos da coxa vara e da coxa valga. 
D é o braço do momento interno usado pela força abdutora do quadril; I é o braço do 
momento de flexão em todo o colo do fêmur
111
CINESIOLOGIA
O eixo do colo do fêmur forma com o eixo dos côndilos femorais um ângulo de torção de 10° a 25º 
no adulto, ou seja, o colo do fêmur está discretamente anterior ao plano frontal. Essa rotação é 
denominada de anteversão femoral. Um ângulo de torção menor é denominado retroversão femoral, já 
um ângulo maior é conhecido como anteversão femoral excessiva.
 
15º
NormalA) B) C)Anteversão excessiva Retroversão
35º
5º
Figura 134 – Ângulo de torção entre o colo e o corpo do fêmur. O ângulo é medido 
entre o colo e uma linha que passa pelos côndilos do joelho (linha tracejada); 
A) anteversão normal; B) anteversão excessiva; C) retroversão
O ângulo fisiológico favorece um aumento do braço de alavanca do músculo glúteo máximo, tornando 
mais eficiente a manutenção da extensão do quadril na posição ortostática (SACCO; TANAKA, 2008).
A anteversão excessiva aumenta a exposição anterior da cabeça do fêmur em relação ao acetábulo 
favorecendo uma luxação anterior do quadril. Essa posição caracteriza uma rotação lateral do quadril, 
o que limitará esse movimento, já os côndilos femorais rodam medialmente em relação ao solo, 
favorecendo uma rotação medial do membro inferior durante a marcha.
A retroversão favorece o encaixe da cabeça do fêmur no acetábulo aumentando a coaptação articular. 
Essa posição caracteriza uma rotação medial do quadril, já os côndilos femorais rodam lateralmente em 
relação ao solo, favorecendo uma rotação lateral do membro inferior durante a marcha.
5.1.2 Movimentos do quadril
A partir da posição anatômica é possível movimentar a articulação do quadril ao redor dos três eixos 
de movimento – medial-lateral, ântero-posterior e longitudinal – caracterizando a articulação como 
triaxial ou com três graus de liberdade.
112
Unidade II
 
Flexão Abdução
C) transversalB) FrontalA) sagital
Rotação 
externa
Extensão Adução Rotação 
interna
Figura 135 – Movimentos da articulação do quadril; 
A) flexão – extensão no plano sagital; B) abdução – adução no plano frontal; 
C) rotação interna (medial) – externa (lateral) no plano transversal
A flexão do quadril produz o contato da face anterior da coxa com o tronco, diminuindo o ângulo 
entre eles. A extensão do quadril ocorre no sentido contrário, aumentando o ângulo entre eles. A 
amplitude desses movimentos está relacionada com a posição do joelho devido à presença dos músculos 
biarticulares localizados anterior e posteriormente ao quadril. A maior mobilidade de flexão do quadril 
ocorre com o joelho flexionado e é de 120º; já para a extensão, a maior mobilidade ocorre quando 
associada à extensão do joelho e sua amplitude é de 20º (KAPANDJI, 2000).
A abdução do quadril ocorre quando afastamos a coxa do centro do corpo e a adução ocorre no 
sentido contrário. A amplitude de abdução é de 30º; já no caso da adução, essa deve ser associada à 
flexão ou extensão do quadril porque na posição anatômica existe o contato dos membros inferiores 
entre si e sua amplitude máxima será de 30º (KAPANDJI, 2000).
O movimento de rotação lateral do quadril ocorre quando o trocanter maior do fêmur é dirigido para 
trás atingindo uma amplitude de 60º; já a rotação medial ocorre quando o trocanter maior do fêmur é 
dirigido para frente com uma amplitude de 30º (KAPANDJI, 2000).
 Lembrete
A flexão e extensão ocorrem no plano sagital e ao redor do eixo medial-
lateral. A abdução e adução ocorrem no plano frontal e ao redor do eixo 
ântero-posterior. As rotações medial e lateral ocorrem no plano transversal 
e ao redor do eixo longitudinal.
113
CINESIOLOGIA
5.1.3 Movimentos da pelve e coluna lombar em relação ao quadril
Os movimentos do quadril podem também acontecer em cadeia cinética fechada e, nesse caso, o 
fêmur torna-se o ponto fixo enquanto a pelve torna-se o ponto móvel. Quando isso ocorre associam-se 
ao movimento do quadril os movimentos da pelve e da coluna lombar (ver próxima figura).
 
Lig. iliofemoral 
frouxo
A)
B)
C)
Lig. intertransverso
Lig. pubofemoral
Abdutor curto
Ab
du
to
r l
on
go
15º
15º
30º
Rotação E
Rotação D
Anteversão Retroversão
Rotação D
Rotação E
Piriforme
Tensor da fáscia 
lata e da banda 
iliotibial
Lig. intertransverso
Reto femoral
Bíceps 
femoral
Lig. iliofemoral
Plano sagital
Plano frontal
Plano horizontal
Figura 136 – A) Movimentos do quadril em cadeia cinética fechada (pelve como ponto móvel no plano sagital), 
B) plano frontal e C) plano horizontal ou transversal. As setas grandes coloridas e pretas ilustram o movimento 
da pelve e da coluna lombar, respectivamente. Os tecidos alongados são indicados 
por setas pretas finas. Os lados são direito (D) e esquerdo (E)
114
Unidade II
A combinação coordenada desses movimentos é conhecida como ritmo lombo pélvico e está descrita no 
quadro a seguir.
Quadro 12 – Movimentos combinados do quadril, pelve 
e coluna lombar (D = Direita; E = Esquerda)
Pelve Coluna Lombar Quadril
Anteversão Flexão Flexão
Retroversão Extensão Extensão
Inclinação lateral D Inclinação lateral E Abdução D e adução E
Inclinação lateral E Inclinação lateral D Abdução E e adução D
Rotação D Rotação E Rotação medial D e rotação lateral E
Rotação E Rotação D Rotação medial E e rotação lateral D
5.2 Sistema ligamentar do quadril (estabilizadores passivos)
A cápsula articular do quadril é uma estrutura resistente reforçada por fortes ligamentos que são de 
extrema importância para a estabilização da articulação. Na face anterior encontram-se os ligamentos 
iliofemoral e pubofemoral, o ligamento isquiofemoral encontra-se na face posterior. Todos esses 
ligamentos estão frouxos durante a flexão e tensionados durante a extensão. Os ligamentos anteriores, 
principalmente o ligamento pubofemoral está tensionado durante a rotação externa, enquanto o 
ligamento isquiofemoral fica tensionado na rotação interna. Na abdução do quadril os ligamentos 
pubofemoral e isquiofemoral encontram-se tensionados enquanto a parte superior do ligamento 
iliofemoral está tensionada na adução do quadril (KAPANDJI, 1990).
 
Ligamento iliofemoral 
(Lig. em Y de Bigelov)
Bolsa iliopectínea (sobre o 
espaço nos ligamentos)
Ramo superior do osso púbico
Crista obturatória
Lig. pubofemoral
Trocanter menor
Linha intertrocantérica
Trocanter maior
Espinha ilíaca ântero-inferior
Espinha ilíaca ântero-superior
Figura 137 – Cápsula anterior e ligamentos da articulação do quadril
115
CINESIOLOGIA
 
Lig. iliofemoral
Lig. isquiofemoral
Zona orbicular
Trocanter maior
Crista intertrocantérica
Trocanter menor
Tuberosidade isquiática
Protrusão do saco sinovial
Espinha isquiática
Figura 138 – Cápsula posterior e ligamentos da articulação do quadril
5.3 Sistema muscular do quadril (estabilizadores ativos)
Os músculos flexores do quadril estão localizados anteriormente ao plano frontal que passa sobre 
o centro da articulação, já os músculos extensores localizam-se posteriormente ao mesmo plano 
(KAPANDJI, 2000).
 
Figura 139 – Vista lateral do fêmur no plano sagital. O eixo de rotação está orientado no sentido medial 
lateral pela cabeça do fêmur. Os músculos flexores são indicados por linhas sólidas e os extensores pelas linhas tracejadas
116
Unidade II
Os músculos abdutores do quadril estão localizados lateralmente ao plano sagital que passa sobre o 
centro da articulação, enquanto os músculos adutores estão localizados medialmente ao plano sagital 
(KAPANDJI, 2000).
 
Plano frontal
(por trás)
Superior
Inferior
Medial Lateral
Glúteo m
édio Sa
rt
ór
io
Te
ns
or
 d
a 
lá
sc
ia
 la
taGlúteo m
ínim
o
Glúteo m
áxim
o
Adutor longo
Piriforme
PectíneoAdutor 
curto
Ad
ut
or
 m
ag
no
 
(p
os
te
rio
r)
5 0 -5
-5
-10
0
5
10
(cm)
(cm)
Adutor m
agno (anterior)
Bíceps fem
oral
Quadrado femoral
Gr
ác
il
Figura 140 – Vista posterior do fêmur no plano frontal. O eixo de rotação está orientado 
no sentido anterior posterior pela cabeça do fêmur. Os músculos abdutores 
são indicados por linhas sólidas e os adutores pelas linhas tracejadas
Os músculos que realizam a rotação lateral do quadril estão localizados posteriormente à cabeça do 
fêmur no plano frontal e os que realizam a rotação medial estão localizados anteriormente.
117
CINESIOLOGIA
 
Figura 141 – Vista superior do fêmur no plano transversal. O eixo de rotação longitudinal está orientado na direção 
superoinferior pela cabeça do fêmur. Os músculos rotadores laterais são indicados por linhas sólidas 
e os rotadores mediais pelas linhas tracejadas
Serão descritos nas próximas figuras os músculos que atuam no quadril com seus respectivos pontos 
de origem e inserção, além da inervação e ação.
 
Origem do músculo psoas maior na margem 
dos corpos vertebrais, discos intervertebrais 
e processos transversos (T12-L4)
Origem do músculo piriforme
Origens
Inserções
Origem do músculo pectíneo
Origem do adutor longo
Origem do adutor curto
Origem do músculo grácil
Origem do músculo obturador externo
Origem do músculo adutor magno
Origem do músculo quadrado da coxa
Inserção do músculo iliopsoas
Inserção do músculo adutor magno
Inserção do músculo sartório
Inserção do músculo grácil
Inserção do músculo semitendíneo
Inserção do músculo quadríceps da coxa 
(reto da coxa, vasto lateral, vasto intermédio 
e vasto medial, via ligamento patelar)
Inserção do músculo bíceps da coxa
Inserção do trato iliotibial
Origem do músculo articular do joelho
Origem do músculo vasto intermédio
Origem do músculo vasto medial
Origem do músculo vasto lateral
Inserção do músculo glúteo mínimo
Inserção dos músculos obturador 
interno e gêmeo
Inserção do músculo piriforme
Origem do músculo reto da coxa
Origem do músculo sartório
Origem do músculo ilíaco
Figura 142 – Face anterior da pelve, sacro, fêmur, tíbia e fíbula direito. As origens musculares 
são indicadas em vermelho e as inserções musculares são indicadas em azul
118
Unidade II
 
Origem do músculo glúteo médio
Origem do músculo glúteo mínimo
Origem do músculo tensor da fáscia lata
Origem do músculo sartório
Origem do músculo reto da coxa
Origem do músculo vasto lateral
Origem do músculo quadrado da coxa
Origem do músculo vasto intermédio
Origem do músculo bíceps da coxa (cabeça curta)
Origem do músculo vasto lateral
Origem do músculo plantar
Origem do músculo gastrocnêmio 
(cabeça lateral)
Origem do músculo poplíteo
Origem do músculo gastrocnêmio 
(cabeça medial)
Origem do músculo adutor magno
Origem do músculo semimembranáceo
Origem do músculo bíceps da coxa 
(cabeça longa) e semitendíneo
Origem do músculo obturador interno
Origem do músculo gêmeo inferior
Origem do músculo gêmeo superior
Origem do músculo glúteo máximo
Inserção do músculo semimebranáceo
Inserção do músculo poplíteo
Inserção do músculo adutor longo
Inserção do músculo adutor magno
Origem do músculo vasto medial
Inserção do músculo adutor curto
Inserção do músculo iliopsoas
Inserção do músculo quadrado da coxa
Inserção do músculo pectíneo
Inserção do músculo glúteo máximo
Inserção do músculo adutor magno
Inserção do músculo glúteo médio
Inserção do músculo obturador externo
Figura 143 – Face posterior da pelve, sacro, fêmur, tíbia e fíbula direito. As origens musculares 
são indicadas em vermelho e as inserções musculares são indicadas em azul
a) Glúteo máximo
 
M. glúteo máximo
Figura 144 – Músculo glúteo máximo
119
CINESIOLOGIA
Origem: ílio, linha glútea posterior; face dorsal do sacro e do cóccix; ligamento sacrotuberal e 
sacroilíaco posterior.
Inserção: a maioria das fibras termina no trato iliotibial que se insere no côndilo lateral da tíbia; 
algumas fibras inserem-se na tuberosidade glútea do fêmur.
Inervação: nervo glúteo inferior.
Ação: extensão do quadril quando flexionado e rotação lateral. Auxilia na abdução (fibras médias e 
posteriores) e adução (fibras inferiores e posteriores).
b) Glúteo médio
 
M. glúteo médio
Figura 145 – Músculo glúteo médio
Origem: face glútea do ílio entre as linhas glúteas anterior e posterior.
Inserção: trocanter maior do fêmur.
Inervação: nervo glúteo superior.
Ação: abdução e rotação medial do quadril; estabiliza a pelve no lado do apoio, quando o outro 
membro inferior deixa o solo. Suas fibras médias e posteriores auxiliam a extensão do quadril e suas 
fibras posteriores auxiliam a rotação lateral do quadril.
120
Unidade II
c) Glúteo mínimo
 
M. glúteo mínimo
Figura 146 – Músculo glúteo mínimo
Origem: face glútea do ílio entre as linhas glúteas anterior e inferior.
Inserção: trocanter maior do fêmur.
Inervação: nervo glúteo superior.
Ação: abdução e rotação medial do quadril; estabiliza a pelve no lado do apoio, quando o outro 
membro inferior deixa o solo. Suas fibras anteriores auxiliam a flexão do quadril e suas fibras posteriores 
auxiliam a rotação lateral do quadril.
d) Gêmeo superior
 
Mm. gêmeos 
superior e inferior
M. piriforme
M. obturador interno
M. quadrado femoral
Figura 147 – Músculos gêmeos superior e inferior, obturador interno, piriforme e quadrado femoral
Origem: espinha isquiática.
121
CINESIOLOGIA
Inserção: trocanter maior do fêmur.
Inervação: nervo para o músculo obturador interno.
Ação: rotação lateral do quadril quando estendido.
e) Gêmeo inferior
Origem: túber isquiático.
Inserção: trocanter maior do fêmur.
Inervação: nervo para o músculo quadrado femoral.
Ação: rotação lateral do quadril quando estendido.
f) Obturador externo
 
M. pectíneo (cortado e rebatido)
Ramo superior do púbis
M. adutor longo (cortado e rebatido)
Tubérculo púbico
M. adutor curto (cortado)
M. grácil (cortado)
M. obturador externo
M. quadrado femoralM. adutor curto 
(cortado e rebatido)
M. pectíneo (cortado e rebatido)
M. iliopsoas (cortado)
Trocanter maior do fêmur
Lig. da articulação do quadril
Espinha ilíaca anteroinferior
Espinha ilíaca anterosuperior
Figura 148 – Músculo obturador externo
Origem: margens do forame obturado; membrana obturadora.
Inserção: fossa trocantérica do fêmur.
Inervação: nervo obturatório.
Ação: rotação lateral do quadril. Estabiliza a cabeça do fêmur no acetábulo. Auxilia na adução do quadril.
g) Obturador interno
Origem: superfície pélvica da membrana obturadora.
122
Unidade II
Inserção: trocanter maior do fêmur.
Inervação: nervo para o músculo obturador interno.
Ação: rotação lateral do quadril quando estendido; abdução do quadril quando flexionado.
h) Quadrado femoral
Origem: túber isquiático.
Inserção: crista intertrocantérica do fêmur.
Inervação: nervo para o músculo quadrado femoral.
Ação: rotação lateral do quadril.
i) Piriforme
Origem: face pélvica do sacro; ligamento sacrotuberal.
Inserção: trocanter maior do fêmur.
Inervação: ramos anteriores de L5, S1, S2.
Ação: rotação lateral do quadril quando estendido; abdução do quadril quando flexionado.
j) Semimembranáceo
 
M. semimebranáceo
Figura 149 – Músculo semimembranáceo
Origem: túber isquiático.
Inserção: côndilo medial da tíbia.
123
CINESIOLOGIA
Inervação: nervo isquiático.
Ação: flexão do joelho; extensão do quadril.
k) Semitendíneo
M. semitendíneo
 
Figura 150 – Músculo semitendíneo
Origem: túber isquiático.
Inserção: côndilo medial da tíbia.
Inervação: nervo isquiático.
Ação: flexão do joelho; extensão do quadril.
l) Bíceps femoral
 
M. bíceps femoral
Figura 151 – Músculo semitendíneo
124
Unidade II
Origem: cabeça longa – túber isquiático; cabeça curta – linha áspera e linha supracondilar lateral 
do fêmur.
Inserção: cabeça da fíbula.
Inervação: nervo isquiático.
Ação: flexão e rotação lateral do joelho; extensão do quadril. A cabeça longa auxilia a adução erotação lateral do quadril.
m) Tensor da fáscia lata
 
M. tensor da 
fáscia lata
Figura 152 – Músculo tensor da fáscia lata
Origem: espinha ilíaca anterior superior e crista ilíaca.
Inserção: trato iliotibial que se fixa no côndilo lateral da tíbia.
Inervação: nervo glúteo superior.
Ação: abdução, rotação medial e flexão do quadril; auxilia na manutenção do joelho estendido.
125
CINESIOLOGIA
n) Ilíaco (Iliopsoas)
 
Sacro
Ísquio
Fêmur
M. ilíaco
Crista ilíaca
Figura 153 – Músculo ilíaco
Origem: fossa ilíaca, crista ilíaca, asa do sacro e ligamento sacro-ilíaco anterior.
Inserção: trocanter menor do fêmur e parte da diáfise, unindo-se ao tendão do músculo psoas maior.
Inervação: nervo femoral.
Ação: flexão e estabilização do quadril; atua junto com o músculo psoas maior.
o) Psoas maior (Iliopsoas)
 
M. psoas menor
Sacro
Ísquio
Fêmur
M. psoas maior
Ílio
Figura 154 – Músculo psoas maior
Origem: processos costiformes das vértebras lombares, superfícies laterais dos corpos das vértebras 
T12-L5.
126
Unidade II
Inserção: trocanter menor do fêmur.
Inervação: ramos anteriores dos primeiros nervos espinhais lombares.
Ação: flexão do quadril e flexão do tronco (junto com o músculo ilíaco); flexão lateral da coluna 
vertebral; acionado para o equilíbrio do tronco na posição sentada.
p) Reto femoral (Quadríceps femoral)
 
M. reto femoral
Figura 155 – Músculo reto femoral
Origem: espinha ilíaca anterior inferior e ílio acima do acetábulo.
Inserção: base da patela e tuberosidade da tíbia, por meio do ligamento da patela.
Inervação: nervo femoral.
Ação: extensão do joelho e flexão do quadril.
q) Sartório
 
M. sartório
Figura 156 – Músculo sartório
127
CINESIOLOGIA
Origem: espinha ilíaca anterior superior.
Inserção: face medial da tíbia.
Inervação: nervo femoral.
Ação: abdução, rotação lateral e flexão do quadril; flexão do joelho.
r) Pectíneo
 
M. pectíneo
Figura 157 – Músculo pectíneo
Origem: ramo superior do púbis.
Inserção: linha pectínea do fêmur.
Inervação: nervo femoral e, ocasionalmente, nervo obturatório.
Ação: adução, flexão e rotação medial do quadril.
s) Adutor longo
M. adutor longo
 
Figura 158 – Músculo adutor longo
128
Unidade II
Origem: corpo do púbis.
Inserção: linha áspera do fêmur.
Inervação: nervo obturatório.
Ação: adução, flexão e rotação medial do quadril.
t) Adutor curto
M. adutor curto
 
Figura 159 – Músculo adutor curto
Origem: corpo e ramo inferior do púbis.
Inserção: linha pectínea e linha áspera do fêmur.
Inervação: nervo obturatório.
Ação: adução e rotação medial do quadril e fraco flexor do quadril.
129
CINESIOLOGIA
u) Adutor magno
 
M. adutor magno
Figura 160 – Músculo adutor magno
Origem: ramo inferior do púbis (porção adutora), ramo do ísquio (porção extensora).
Inserção: linha áspera (porção adutora) e linha supracondiliana e tubérculo adutor (porção extensora).
Inervação: nervo obturatório (porção adutora) e nervo isquiático (porção extensora).
Ação: adução e flexão do quadril (porção adutora) e extensão do quadril (porção extensora).
v) Grácil
 
M. grácil
Figura 161 – Músculo grácil
130
Unidade II
Origem: corpo e ramo inferior do púbis.
Inserção: face medial da tíbia.
Inervação: nervo obturatório.
Ação: adução e fraco flexor do quadril; flexão e rotação medial do joelho.
Os músculos que atuam na articulação do quadril estão organizados de acordo com suas ações 
primárias ou secundárias no quadro a seguir.
Quadro 13 – Músculos que atuam na articulação do quadril
Flexores do quadril
Ilíaco (Iliopsoas)
Psoas maior (Iliopsoas)
Sartório
Tensor da fáscia lata
Reto femoral
Adutor longo
Pectíneo
Adutor curto (secundário)
Grácil (secundário)
Glúteo mínimo (fibras anteriores) (secundário)
Extensores do quadril
Glúteo máximo
Semimembranáceo
Semitendíneo
Bíceps femoral
Adutor magno (secundário)
Glúteo médio (fibras médias e posteriores) (secundário)
Abdutores do quadril
Glúteo médio
Glúteo mínimo
Tensor da fáscia lata
Glúteo máximo (fibras médias e posteriores) (secundário)
Piriforme (secundário)
Sartório (secundário)
Adutores do quadril
Pectíneo
Adutor longo
Adutor curto
Adutor magno
Grácil
Bíceps femoral (cabeça longa) (secundário)
Glúteo máximo (fibras inferiores e posteriores) (secundário)
Obturador externo
131
CINESIOLOGIA
Rotadores laterais do quadril
Glúteo máximo
Piriforme
Obturador interno
Gêmeo superior
Gêmeo inferior
Quadrado femoral
Glúteo médio e mínimo (fibras posteriores) (secundário)
Obturador externo (secundário)
Sartório (secundário)
Bíceps femoral (cabeça longa) (secundário)
Rotadores mediais do quadril
Glúteo médio e mínimo (fibras anteriores)
Tensor da fáscia lata
Adutor longo
Adutor curto
Pectíneo
5.3.1 Inversão muscular
A alteração da função de um músculo é denominada inversão muscular. No quadril, como os braços 
de alavanca musculares são amplos e os eixos articulares são complexos, a função de alguns músculos 
é influenciada pelo posicionamento da pelve e do fêmur. Pode-se citar como exemplo o músculo quadrado 
femoral que, pela posição anatômica, é considerado um rotador lateral do quadril, entretanto, 
quando o quadril está em extensão, torna-se um flexor e, quando o quadril está flexionado, torna-se 
um extensor (KAPANDJI, 2000). Outro exemplo são os músculos adutores, que são rotadores mediais em 
cadeia cinética fechada e rotadores laterais em cadeia cinética aberta.
5.4 Análise cinesiológica do quadril
Após termos apresentado os aspectos articulares e musculares, se faz necessária a análise dos 
movimentos. Vamos abordar dois exercícios de fortalecimento. Lembre-se de que a ativação de um grupo 
muscular ou de outro sempre dependerá do local e do sentido da resistência imposta ao movimento. 
Sabendo-se disso, vamos pensar sobre o seguinte exercício:
 Observação
A ativação de um grupo muscular ou outro sempre dependerá do 
local e sentido que a resistência for imposta ao movimento. Com isso, 
quando o momento interno for maior (momento do músculo) a contração 
é concêntrica, já quando o momento externo for maior (momento da 
resistência) a contração é excêntrica.
132
Unidade II
Exercício 1
Considerando o exercício realizado a seguir com as seguintes características, descreveremos os 
músculos contraídos, tipo de contração muscular e cadeia cinética.
Posição inicial: indivíduo em decúbito dorsal com tornozeleira de 1 kg no membro inferior esquerdo.
Fase 1: realiza o movimento de flexão do quadril.
Fase 2: retorna à posição inicial.
A) 
B) 
Figura 162 – A) posição inicial B) movimento de flexão do quadril
Durante a fase 1, os músculos flexores do quadril (Iliopsoas, sartório, tensor da fáscia lata, reto 
femoral, adutor longo e pectíneo) contraem-se concentricamente para vencer a resistência externa 
(peso do segmento + peso da tornozeleira). Durante a fase 2, para retornar à posição inicial, ocorre uma 
extensão de quadril controlada, pois agora quem vence é a resistência externa, para realizar esse controle, 
133
CINESIOLOGIA
os músculos flexores do quadril contraem excentricamente. O movimento ocorre com o segmento distal 
da cadeia deslocando-se livremente pelo espaço, o que vai caracterizar uma cadeia cinética aberta.
Exercício 2
Considerando o exercício a seguir com as seguintes características, descreveremos os músculos 
contraídos, tipo de contração muscular e cadeia cinética.
Posição inicial: indivíduo em decúbito lateral com tornozeleira de 2 kg no membro inferior direito.
Fase 1: realiza o movimento de abdução do quadril.
Fase 2: mantém-se na posição de abdução de quadril.
A) 
B) 
Figura 163 – A) posição inicial B) movimento de abdução do quadril
Durante a fase 1, os músculos abdutores do quadril (glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo, 
piriforme, tensor da fáscia lata e sartório) contraem-se concentricamente para vencer a resistência 
externa (peso do segmento + peso da tornozeleira). Durante a fase 2, para se manter na posição de 
abdução doquadril, os músculos abdutores do quadril se contraem isometricamente. O movimento 
ocorre com o segmento distal da cadeia deslocando-se livremente pelo espaço, o que vai caracterizar 
uma cadeia cinética aberta.
134
Unidade II
 Saiba mais
Para ampliar seu conhecimento sobre o quadril, leia o artigo científico 
disponível a seguir:
GRAMANI-SAY, K. et al. Efeito da rotação do quadril na síndrome da dor 
femoropatelar. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 10, n. 1, 2006, p. 75-81. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v10n1/v10n1a10.pdf. Acesso 
em: 13 fev. 2020.
5.5 Osteologia e artrologia do joelho
A articulação do joelho é formada pelos ossos fêmur, tíbia e patela, que se articulam formando duas 
articulações, femorotibial e patelofemoral.
 
Plantar
Incisura intercondilar
Gastrocnêmio 
(cabeça lateral)
Epicôndilo lateral
Poplíteo
Processo estiloide
Articulação 
tibiofibular proximal
Flexor longo do hálux
Fibular curto
Fíbula
Articulação 
tibiofibular distal
Maléolo lateral
Maléolo medial
Plantar
Tíbia
Tibial anterior
Semitendíneo
Sartório
Grácil
Inserção do 
tendão patelar
Tendões da 
pata de ganso
Côndilo medial
Epicôndilo 
medial
Tubérculo 
adutor
Tubérculo adutor
Gastrocnêmio 
(cabeça medial)
Epicôndilo medial
Semimembranáceo
Sóleo
Linha solear
Tíbia
Maléolo medialMaléolo lateral
Articulação 
tibiofibular distal
Fibular terceiro
Fibular curto
Extensor longo 
do hálux
Extensor longo 
dos dedos
Fibular longo
Articulação 
tibiofibular proximal
Bíceps femoral
Processo estiloide
Banda iliotibial no 
côndilo lateral
Epicôndilo lateral
Sulco intercondilar
A) Vista anterior B) Vista posterior
Figura 164 – Fêmur distal, tíbia e fíbula proximais nas vistas A) anterior e B) posterior. 
As linhas tracejadas mostram a inserção da cápsula articular do joelho
135
CINESIOLOGIA
Na extremidade distal do fêmur encontram-se os côndilos medial e lateral do fêmur. Acima deles 
observam-se os epicôndilos femorais medial e lateral, que serão os pontos de fixação dos ligamentos 
colaterais e, entre eles, o sulco intercondilar por onde atravessam os ligamentos cruzados. Anteriormente 
observa-se o sulco troclear, que se articula com a face posterior da patela formando a articulação 
patelofemoral. Os lados inclinados do sulco intercondilar formam as facetas medial e lateral, sendo que 
a faceta lateral é mais pronunciada que a medial, o que vai ajudar a manter a patela no sulco durante a 
movimentação do joelho.
A tíbia é responsável pela distribuição do peso entre o joelho e o pé. Na sua porção proximal 
observam-se os côndilos medial e lateral, que se articularão com a porção distal do fêmur formando 
a articulação femorotibial, sendo esta dividida em dois compartimentos, medial e lateral. Na região 
anterior observa-se a tuberosidade da tíbia, que é o ponto de fixação do músculo quadríceps femoral.
A fíbula não se articula com o fêmur, porém sua cabeça, que está localizada na porção proximal, é 
local de fixação do músculo bíceps femoral e do ligamento colateral lateral. A fíbula articula-se com 
a tíbia nas porções superior e inferior formando as articulações tibiofibulares proximal e distal. Essas 
articulações terão papel fundamental na mobilidade do tornozelo conforme será discutido adiante.
A patela é o maior osso sesamoide do corpo localizado abaixo do tendão do músculo quadríceps. 
Sua superfície articular posterior é coberta por uma cartilagem articular de até 5 mm de espessura, que 
auxiliará na diminuição da compressão.
 
Tendão do quadríceps da coxa
Corpo adiposo suprapatelar
Bolsa sinovial suprapatelar
Bolsa pré-patelar subcutânea
Patela
Cavidade articular
Corpo adiposo infrapatelar
Lig. patelar
Membrana sinovial
Bolsa subcutânea infrapatelar
Bolsa infrapatelar 
profunda (sutendínea)
Tuberosidade da tíbia
Menisco lateral
Cartilagens articulares
Membrana sinovial
Bolsa sobre a cabeça lateral 
do m. gastrocnêmio
M. articular do joelho
Figura 165 – Vista lateral do joelho direito
136
Unidade II
5.5.1 Ângulo “Q”
O ângulo Q é o ângulo formado por duas linhas que se cruzam no centro da patela, uma linha direcionada 
da tuberosidade da tíbia ao centro da patela e outra da espinha ilíaca anterossuperior ao centro da patela. 
Esse ângulo é maior nas mulheres, pois essas apresentam maior distância medial-lateral entre as espinhas 
ilíacas anterossuperiores. A avaliação do ângulo Q é muito utilizada na prática clínica, pois seus valores 
alterados podem estar associados a patologias. Quanto maior seu valor, maiores as forças de lateralização 
da patela, que aumentam a compressão entre a patela e o côndilo femoral lateral (SACCO; TANAKA, 2008).
 
Linha de força
Ângulo Q
Reto femoral
Vasto medial (longo)
Vasto medial (oblíquo)
Vasto intermédio
Vasto lateral
Figura 166 – Representação do ângulo Q
5.5.2 Joelho varo e valgo
Ao observamos um esqueleto, veremos que os quadris são afastados da linha média corporal 
enquanto os joelhos se aproximam, isso faz com que os joelhos apresentem no plano frontal um valgo 
fisiológico de 175º. Esse valgo fisiológico pode estar alterado, ou seja, apresentar um ângulo acima de 
175º (joelho varo) ou menor que 175º (valgo), alterações essas muito associadas ao diâmetro da pelve.
Na posição ortostática, a força de reação do solo é igualmente distribuída em um joelho com alinhamento 
adequado, vale dizer, nos dois compartimentos articulares (compartimento medial e compartimento lateral). 
No joelho varo, a força de reação do solo é aumentada sobre o compartimento medial, podendo levar a 
uma diminuição do espaço articular e uma osteoartrite do compartimento medial (NEUMANN, 2018). 
O joelho com valgo aumentado apresenta aumento da força de reação do solo sobre o compartimento 
lateral, o que pode levar à diminuição do espaço articular e a uma osteoartrite do compartimento lateral.
137
CINESIOLOGIA
 
Eixo 
longitudinal
170-175º <175º >175º
125º
Valgo 
fisiológico
Valgo Varo
Figura 167 – Desvios do joelho no plano frontal: valgo fisiológico, valgo e varo
5.5.3 Articulação femorotibial
Formada pela extremidade distal do fêmur e proximal da tíbia, suas faces articulares são as superfícies 
dos côndilos medial e lateral do fêmur (convexos e grandes) com os platôs medial e lateral da tíbia 
(planos e menores). É uma articulação sinovial condilar com dois graus de liberdade, o que permite 
realizar os movimentos de flexão e extensão no plano sagital, além das rotações medial e lateral no 
plano transversal somente quando o joelho está flexionado.
A estabilidade é garantida pelas forças e pela contenção física proporcionadas pelos músculos, 
ligamentos, cápsula, meniscos e peso corporal. Portanto, um trauma na região geralmente envolve 
lesões em diversos tecidos moles (NEUMANN, 2018).
5.5.4 Articulação patelofemoral
É uma articulação sinovial plana, que tem como superfícies articulares a face patelar do fêmur e 
a face posterior da patela. Por ser uma articulação plana, ocorrem somente deslizamentos da patela 
inferior e superiormente sobre a face patelar do fêmur durante os movimentos de flexão e extensão do 
joelho, respectivamente. Sua presença possibilita uma maior amplitude de movimento de flexão e uma 
maior eficiência do músculo quadríceps femoral, pois aumenta o seu braço de alavanca.
A estabilidade da articulação é dada pelas forças produzidas pelo músculo quadríceps femoral, pelo 
ajuste das superfícies articulares e pela limitação passiva dos tecidos moles adjacentes (NEUMANN, 2018).
5.5.5 Meniscos
São discos de fibrocartilagem com formato de meia-lua localizados na articulação do joelho. Eles são 
mais espessos na periferia e mais delgados no centro. São inseridos lateralmente aos côndilos da tíbia 
(por meio de espessamento da cápsula e pelos ligamentos coronários) e à patela (através dos ligamentos 
meniscopatelar ou tibiopatelar) (SACCO; TANAKA, 2008). Os ligamentos coronários são relativamente 
138
Unidade II
frouxos, o que permitirá aos meniscos, principalmenteao menisco lateral, deslizar livremente durante 
o movimento acompanhando o rolamento dos côndilos, por exemplo, durante a flexão deslizam para 
trás e durante a extensão deslizam para frente; na rotação lateral da tíbia sob o fêmur, o menisco lateral 
desliza para frente e o medial desliza para trás; na rotação medial, o menisco lateral desliza para trás e 
o menisco medial desliza para frente.
Os meniscos medial e lateral contribuem para a estabilidade do joelho, pois aumentam a congruência 
óssea. Além disso, têm a função de absorver impactos, diminuir o atrito ósseo, aumentar o encaixe ósseo, 
estabilizar a articulação durante o movimento, lubrificar a cartilagem articular, fornecer propriocepção 
e ajudar a orientar a artrocinemática (movimento entre as superfícies articulares) do joelho.
O terço periférico recebe sangue por ramos da artéria poplítea que perfura a cápsula circundante. Os dois 
terços internos são essencialmente avasculares e recebem nutrição apenas do líquido sinovial. O potencial 
de cura após uma lesão está relacionado à sua vascularização e à gravidade da lesão (NEUMANN, 2018).
O menisco medial é o menos móvel e, portanto, o mais lesado na sobrecarga mecânica junto com 
o ligamento cruzado anterior e o ligamento colateral medial. Essa lesão ocorre normalmente em uma 
rotação forçada dos côndilos femorais sobre o joelho levemente fletido e suportando peso.
 
Tendão do 
m. semimembranáceo
Lig. poplíteo oblíquo
Lig. cruzado posterior
Lig. colateral tibial 
(parte profunda ligada 
ao menisco medial)
Menisco medial
Membrana sinovial
Face articular superior 
da tíbia (faceta medial)
Cápsula articular
Lig. cruzado anterior
Lig. da patelaCorpo adiposo infrapatelar
Trato iliotibial aderido à 
cápsula articular
Face articular superior 
da tíbia (faceta lateral)
Menisco lateral
Recesso poplíteo 
(subpoplíteo)
Tendão do m. poplíteo
Bolsa
Lig. colateral fibular
Lig. poplíteo arqueado
Lig. meniscofemoral posterior
Figura 168 – Vista superior dos meniscos do joelho direito
5.5.6 Movimentos
Como mencionado anteriormente, o joelho realiza os movimentos de flexão e extensão no plano 
sagital ao redor do eixo medial-lateral. As rotações medial e lateral ocorrem no plano transversal e ao 
redor do eixo longitudinal somente quando o joelho está flexionado.
139
CINESIOLOGIA
O movimento de flexão aproxima a face posterior da perna da face posterior da coxa por meio de 
um rolamento posterior e deslizamento anterior dos côndilos femorais sobre os platôs tibiais com a 
amplitude de 130° a 140º. Sua amplitude se reduz para 120º se o quadril estiver estendido devido ao 
aumento da tensão do músculo reto femoral e diminuição da ação dos isquiotibiais já encurtados pela 
extensão do quadril.
 
5º-10º de extensão além da 
posição de zero grau
5º-10º de extensão além da 
posição de zero grau
140º de 
flexão
140º de 
flexão
A) B)
Figura 169 – Representação do movimento de flexão e extensão do joelho; 
A) movimento da tíbia em relação ao fêmur; B) movimento do fêmur em relação à tíbia
A extensão do joelho afasta a face posterior da perna da face posterior da coxa por meio de um 
rolamento anterior e de um deslizamento posterior. Na posição ortostática, o joelho encontra-se 
estendido, porém é considerado normal uma hiperextensão de até 10º.
 
Fêmur
TíbiaTíbia
Deslizamento 
anterior
Deslizamento 
posterior
Rolamento 
anteriorRolamento 
posterior
A) B)
Figura 170 – Representação do rolamento e deslizamento entre as superfícies 
articulares durante o movimento de A) flexão e B) extensão do joelho
O movimento de rotação medial leva a tuberosidade da tíbia medialmente e a patela desloca-se 
lateralmente, sendo que sua amplitude é de 30º; a rotação lateral leva a tuberosidade da tíbia lateralmente 
e a patela desloca medialmente, sua amplitude é de 40º.
140
Unidade II
A) B) C) 
Figura 171 – Deslocamentos da patela durante as rotações do joelho: A) rotação medial do joelho 
deslocando a patela para fora; B) posição neutra; C) rotação lateral do joelho deslocando a patela para dentro
5.6 Sistema ligamentar do joelho (estabilizadores passivos)
A estabilidade do joelho é garantida tanto por estabilizadores passivos quanto por ativos. São 
estabilizadores passivos: cápsula articular, ligamentos colaterais medial e lateral (ou tibial e fibular, 
respectivamente), ligamento transverso, ligamentos cruzados anterior e posterior, banda iliotibial, banda 
femoral, bolsas sinoviais e meniscos.
A cápsula articular é um tecido conjuntivo denso e possui duas camadas: membrana fibrosa 
(externa) e membrana sinovial (interna). Envolve as articulações femorotibial e patelofemoral, reforçada 
anteriormente pelo ligamento patelar e tendão patelar, medial e lateralmente pelos ligamentos colaterais 
e, posteriormente, pelo músculo poplíteo e ligamento transverso do joelho.
O joelho apresenta três bolsas sinoviais: suprapatelar, infrapatelar e pré-patelar, sendo sua função 
diminuir o atrito entre as estruturas adjacentes.
Os ligamentos são responsáveis por controlar extensões excessivas, estresses em varo e valgo, 
anteriorização e posteriorização da tíbia em relação ao fêmur e as rotações medial e lateral. Os principais 
ligamentos presentes no joelho são os ligamentos cruzados anterior (LCA) e posterior (LCP) e os colaterais 
lateral ou fibular (LCL) e medial ou tibial (LCM). Suas funções estão descritas no quadro a seguir.
Quadro 14 – Função dos ligamentos no joelho
Ligamento Função
LCM
Resistir ao valgo.
Resistir à extensão do joelho.
Resistir à rotação lateral do joelho.
LCL
Resistir ao varo.
Resistir à extensão do joelho.
Resistir às rotações do joelho.
LCA Resistir à extensão (translação anterior da tíbia e/ou translação posterior do fêmur).Resistir aos extremos do varo, do valgo e da rotação do joelho.
LCP Resistir à flexão (translação posterior da tíbia e/ou translação anterior do fêmur).Resistir aos extremos do varo, do valgo e da rotação axial.
141
CINESIOLOGIA
Lig. cruzado posterior
Côndilo medial do fêmur 
(superfície articular)
Menisco medial
Lig. colateral tibial
Côndilo medial da tíbia
Tuberosidade da tíbia
Lig. cruzado posterior
Lig. cruzado anterior
Lig. meniscofemoral 
posterior
Côndilo lateral do fêmur 
(superfície articular)
Tendão poplíteo
Lig. colateral fibular
Menisco lateral
Cabeça da fíbula
Côndilo medial da tíbia
Lig. colateral tibial
Menisco medial
Côndilo medial do fêmur 
(superfície articular)
Tubérculo de Gerdy
Cabeça da fíbula
Lig. transverso 
do joelho
Menisco lateral
Lig. colateral 
fibular
Tendão poplíteo
Côndilo lateral do 
fêmur (superfície 
articular)
Lig. cruzado anterior
Vista anterior
Vista posterior
Tubérculo adutor 
(epicôndilo medial 
do fêmur)
Figura 172 – Vista anterior e posterior do joelho direito
 Lembrete
Os ligamentos colaterais são extra capsulares, sendo que o LCM tem 
origem no epicôndilo medial do fêmur e inserção na face ântero-medial 
da tíbia; já o LCL tem origem no epicôndilo lateral do fêmur e inserção na 
cabeça da fíbula.
Os ligamentos cruzados são intracapsulares, sendo que o LCA tem 
origem anterior à eminência intercondilar da tíbia, na face lateral do platô 
medial da tíbia e inserção na face medial do côndilo lateral do fêmur; o LCP 
tem origem posterior à eminência intercondilar da tíbia, na face medial do 
platô lateral da tíbia e inserção na face lateral do côndilo medial do fêmur.
142
Unidade II
Os ligamentos colaterais são extra capsulares, sendo que o LCM tem origem no epicôndilo medial do fêmur 
e inserção na face ântero-medial da tíbia; já o LCL tem origem no epicôndilo lateral do fêmur e inserção na 
cabeça da fíbula. Os ligamentos colaterais fornecem estabilidade transversal ao joelho resistindo aos estresses 
em valgo e varo. O movimento excessivo em um ou outro sentido pode levar à lesão do LCM ou do LCL.
 
A) B)
Figura 173 – A) Lesão do ligamento colateral medial (LCM) em um esforço em valgo e 
B) lesão do ligamento colateral lateral (LCL) emum esforço em varo
Os ligamentos cruzados fornecem estabilidade ântero-posterior ao joelho resistindo à posteriorização 
e anteriorização da tíbia em relação ao fêmur. O movimento excessivo em um ou outro sentido pode 
levar a lesão do LCP ou do LCA.
 A) B)
Figura 174 – A) Lesão do ligamento cruzado posterior (LCP) em uma posteriorização excessiva da tíbia; 
B) lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) em uma anteriorização excessiva da tíbia
5.7 Sistema muscular do joelho (estabilizadores ativos)
Em situação de intensa sobrecarga mecânica, os estabilizadores passivos (ligamentos) recebem 
auxílio dos estabilizadores ativos (músculos) para garantir a estabilidade dinâmica do joelho. O músculo 
tensor da fáscia lata auxilia o ligamento colateral lateral, os músculos da “pata de ganso” (sartório, 
semitendíneo e grácil) auxiliam o ligamento colateral medial.
Os músculos do joelho descritos a seguir são considerados como dois grupos: os extensores e os 
flexores-rotadores do joelho.
143
CINESIOLOGIA
 
Espinha ilíaca anterosuperior
Espinha ilíaca anterosuperior
M. sartório (inserção proximal)
Espinha ilíaca anteroinferior
Lig. articulação do quadril
M. pectíneo
M. ilíaco
M. psoas maior
M. glúteo médio
Lig. inguinal
Tubérculo púbico
M. tensor da fáscia lata
M. pectnio
M. tensor da fáscia lata (inserção proximal)
M. reto femoral (inserção proximal)
Trocanter maior
M. iliopsoas (cortado)
M. adutor longo
M. grácil
M. sartório
M. reto femoral
M. vasto lateral
M. vasto intermédio
M. vasto medial
Trato iliotibial
Crista ilíaca
Aponeurose glútea cobrindo 
o m. glúteo médio
M. glúteo máximo
M. glúteo mínimo
M. piriforme
Nervo isquiático
Lig. sucroespinal
M. gêmeo superior
M. obturador interno
M. gêmeo inferior
Lig. sacrotuberal
M. quadrado femoral
Túber isquiático
M. semitendíneo
Trocanter maior
M. bíceps femoral (cabeça longa)
M. adutor mínimo é parte do 
m. adutor magno
M. semimembranáceo
Trato iliotibial
M. grácil
M. bíceps femoral
Cabeça curta
Cabeça longa
M. gastrocnêmio
Cabeça medial
Cabeça lateral
M. semimembranáceo
M. semitendíneo
M. poplíteo
Arco tendíneo do 
m. sóleo
Tendão do m. plantar
Vasos poplíteos e nervo tibial
Nervo fibular comum
M. plantar
M. sartório
Tendão do m. reto femoral (tornando-se 
parte do tendão do m. quadríceps femoral)
Retináculo lateral da patela
Patela
Retináculo medial 
da patela
Septo intermuscular 
vastoadutor 
(anteromedial)Lig. da patela
Tendão do m. sartório**
Tendão do m. grácil**
Tendão do m. semitendíneo**
Tuberosidade 
da tíbia
Trato iliotibial 
(cortado)
Tendão do m. reto femoral (cortado)
Tendão do m. quadríceps femoral
Patela
Retináculo lateral da patela
Retináculo medial da patela
Cabeça da fíbula
Lig. da patela
Tuberosidade da tíbia
Tendão do m. sartório
**Pata de ganso 
(pes anserinus)
Vista anterior
Vista posterior
Figura 175 – Vista anterior e posterior dos músculos localizados na coxa e 
parte proximal da perna responsáveis pelo movimento do joelho
144
Unidade II
a) Reto femoral (quadríceps femoral)
 
M. reto femoral
Figura 176 – Músculo reto femoral
Origem: espinha ilíaca anterior inferior e ílio acima do acetábulo.
Inserção: base da patela e tuberosidade da tíbia, por meio do ligamento da patela.
Inervação: nervo femoral.
Ação: extensão do joelho e flexão do quadril.
b) Vasto medial (quadríceps femoral)
 
M. vasto intermédio
M. vasto medialM. vasto lateral
Figura 177 – Músculos vastos lateral, medial e intermédio
145
CINESIOLOGIA
Origem: linha intertrocantérica e linha áspera do fêmur.
Inserção: base da patela e tuberosidade da tíbia, por meio do ligamento da patela.
Inervação: nervo femoral.
Ação: extensão do joelho.
c) Vasto lateral (quadríceps femoral)
Origem: trocanter maior do fêmur e linha áspera do fêmur.
Inserção: base da patela e tuberosidade da tíbia, por meio do ligamento da patela.
Inervação: nervo femoral.
Ação: extensão do joelho.
d) Vasto intermédio (quadríceps femoral)
Origem: superfície anterior e lateral do corpo do fêmur.
Inserção: base da patela e tuberosidade da tíbia, por meio do ligamento da patela.
Inervação: nervo femoral.
Ação: extensão do joelho.
e) Articular do joelho (compreende as fibras distais do músculo vasto intermédio)
Origem: parte distal do fêmur.
Inserção: bolsa suprapatelar.
Inervação: nervo femoral.
Ação: traciona superiormente a bolsa suprapatelar durante a extensão do joelho.
146
Unidade II
f) Tensor da fáscia lata
 
M. tensor da 
fáscia lata
Figura 178 – Músculo tensor da fáscia lata
Origem: espinha ilíaca anterior superior e crista ilíaca.
Inserção: trato iliotibial que se fixa no côndilo lateral da tíbia.
Inervação: nervo glúteo superior.
Ação: abdução, rotação medial e flexão do quadril; auxilia na manutenção do joelho estendido.
g) Semimembranáceo
 
M. semimebranáceo
Figura 179 – Músculo semimembranáceo
Origem: túber isquiático.
Inserção: côndilo medial da tíbia.
147
CINESIOLOGIA
Inervação: nervo isquiático.
Ação: flexão e rotação medial do joelho; extensão do quadril.
h) Semitendíneo
 
M. semitendíneo
Figura 180 – Músculo semitendíneo
Origem: túber isquiático.
Inserção: côndilo medial da tíbia.
Inervação: nervo isquiático.
Ação: flexão e rotação medial do joelho; extensão do quadril.
i) Bíceps femoral
 
M. bíceps femoral
Figura 181 – Músculo bíceps femoral
148
Unidade II
Origem: cabeça longa – túber isquiático; cabeça curta – linha áspera e linha supracondilar lateral 
do fêmur.
Inserção: cabeça da fíbula.
Inervação: nervo isquiático.
Ação: flexão e rotação lateral do joelho; extensão do quadril (cabeça longa).
j) Sartório
 
M. sartório
Figura 182 – Músculo sartório
Origem: espinha ilíaca anterior superior.
Inserção: face medial da tíbia.
Inervação: nervo femoral.
Ação: abdução, rotação lateral e flexão do quadril; flexão e rotação medial do joelho.
l) Grácil
 
M. grácil
Figura 183 – Músculo grácil
149
CINESIOLOGIA
Origem: corpo e ramo inferior do púbis.
Inserção: face medial da tíbia.
Inervação: nervo obturatório.
Ação: flexão e adução do quadril; flexão e rotação medial do joelho.
m) Poplíteo
 
Lig. poplíteo oblíquo
M. poplíteo
Figura 184 – Músculo poplíteo
Origem: côndilo lateral do fêmur; menisco lateral.
Inserção: face posterior da tíbia acima do sóleo.
Inervação: nervo tibial (L4-S1).
Ação: rotação interna da tíbia e flexão do joelho em cadeia cinética aberta. Rotação externa do fêmur 
em cadeia cinética fechada. Desbloqueio do joelho no início da flexão, quando ele está em extensão.
n) Gastrocnêmio
 
M. gastrocnêmio
Tendão do calcâneo
Figura 185 – Músculo gastrocnêmio
150
Unidade II
Origem: cabeça lateral – côndilo lateral do fêmur. Cabeça medial – côndilo medial do fêmur.
Inserção: calcâneo por meio do tendão calcâneo.
Inervação: nervo tibial.
Ação: flexão plantar do tornozelo. Auxilia a flexão do joelho. Eleva o calcanhar durante a marcha.
o) Plantar
 
M. plantar
Figura 186 – Músculo plantar
Origem: linha supracondilar lateral do fêmur e ligamento poplíteo oblíquo.
Inserção: calcâneo por meio do tendão calcâneo.
Inervação: nervo tibial.
Ação: fraco colaborador do músculo gastrocnêmio.
Os músculos que atuam na articulação do joelho estão descritos de acordo com sua função no 
quadro a seguir.
151
CINESIOLOGIA
Quadro 15 – Músculos que atuam na articulação do joelho
Flexores do joelho
Semitendíneo
Semimembranáceo
Bíceps femoral
Sartório
Grácil
Gastrocnêmio
Plantar
Extensores do joelho
Reto femoral
Vasto medial
Vasto lateral
Vasto intermédio
Articular do joelho
Tensor da fáscia lata
Rotadores laterais do joelho
Bíceps femoral
Poplíteo
Rotadores mediais do joelho
Grácil
Poplíteo
Sartório
Semimembranáceo
Semitendíneo
5.8 Análise cinesiológica do joelho
Considerando o que foi abordado até o momento, vamos analisar os exercícios a seguir com enfoque 
nos grupos musculares, tipo de contração muscular e cadeia cinética.
No exercício 1, o indivíduo realiza um exercício de extensão do joelhoe, no exercício 2, um exercício 
de agachamento. Será que os mesmos grupos musculares são recrutados na articulação do joelho? E os 
tipos de contração muscular? O indivíduo inicia o exercício com o mesmo tipo de contração muscular? 
A cadeia cinética é a mesma?
Antes de respondermos essas questões, descreveremos o posicionamento de cada exercício com 
enfoque na articulação do joelho.
Exercício 1
Posição inicial: indivíduo sentado com tornozeleira de 2 kg no membro inferior direito;
Fase 1: realiza o movimento de extensão do joelho.
Fase 2: retorna à posição inicial, isto é, realiza a flexão do joelho.
152
Unidade II
A) B) 
Figura 187 – A) posição inicial; B) movimento de extensão do joelho
Exercício 2
Posição inicial: indivíduo na posição ortostática.
Fase 1: realiza o movimento de flexão do joelho (agachamento).
Fase 2: retorna à posição inicial, isto é, realiza a extensão do joelho.
A) B) 
Figura 188 – A) posição inicial; B) movimento de flexão do joelho
153
CINESIOLOGIA
Vamos pensar primeiro sobre os movimentos. No exercício 1, o indivíduo realiza uma extensão do 
joelho contra a resistência externa (peso do segmento + tornozeleira) para depois retornar à posição 
inicial; já no exercício 2, o indivíduo realiza primeiro uma flexão do joelho a favor da resistência externa, 
ou seja, a força da gravidade, atuando sobre a massa corporal, empurra no sentido do chão o corpo, 
que, logo após, retorna à posição inicial. Os movimentos tanto no exercício 1 quanto no exercício 2 
acontecem no plano sagital e ao redor do eixo medial-lateral.
Considerando agora o tipo de contração muscular, observamos que no exercício 1 o músculo vence 
a resistência externa na fase 1, para tal, é necessário ocorrer uma contração concêntrica. Na fase 2, o 
músculo controla a resistência externa, já que o movimento ocorre no sentido da resistência e, para 
isso, ocorre uma contração excêntrica. No exercício 2, observamos o inverso, vale dizer, na fase 1 o 
movimento ocorre no sentido da resistência externa (contração excêntrica) e na fase 2 o músculo vence 
a resistência (contração concêntrica).
Tanto no exercício 1 quanto no exercício 2, o mesmo grupo muscular é recrutado na articulação 
do joelho, ou seja, músculo quadríceps femoral nas duas fases. A diferença é que no exercício 1 ocorre 
primeiro a contração concêntrica e no exercício 2 a contração excêntrica desse grupo muscular.
Entretanto as cadeias cinéticas são diferentes, o exercício 1 é realizado em cadeia cinética aberta 
e o exercício 2 em cadeia cinética fechada. Um fato importante a ser considerado quando pensamos 
na cadeia cinética é que o exercício, quando acontece na fechada, envolve a participação de mais 
articulações, portanto, mais grupos musculares estão envolvidos.
 Saiba mais
Para ampliar o conhecimento sobre a articulação do joelho leia o livro:
BEVILAQUA-GROSSI, D. et al. Ativação muscular estabilizadora da patela 
e do quadril durante exercícios de agachamento em indivíduos saudáveis. 
Revista Brasileira de Fisioterapia. v. 15, n. 3, maio/jun. 2011; p. 206-211. 
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S1413-35552011000300006. Acesso em: 13 fev. 2020.
MARQUES, A. P. et al. Ângulo-q na dor patelofemoral: relação com 
valgo dinâmico de joelho, torque abdutor do quadril, dor e função. Revista 
Brasileira de Ortopedia, v. 51, n. 2, 2016, p. 181-186. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/rbort/v51n2/pt_0102-3616-rbort-51-02-00181.pdf. 
Acesso em: 14 fev. 2020.
SACCO, I. C.; TANAKA, I. Cinesiologia e biomecânica dos complexos 
articulares. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
154
Unidade II
6 TORNOZELO E PÉ
O complexo articular do tornozelo e do pé constitui a porção mais distal do membro inferior e é 
formado por 34 articulações. Juntos apresentam duas importantes características: flexibilidade e rigidez; 
flexibilidade para se moldar às irregularidades da superfície e rigidez para sustentar o peso do corpo.
Entre as funções da região, podemos destacar suporte do peso, controle e estabilização da perna 
sobre o pé plantígrado, ajuste às superfícies irregulares, elevação do corpo, amortecimento de choques 
ao andar, correr ou aterrissar de um salto, operação de controle de máquinas, além de substituição da 
função da mão em casos de amputações ou paralisias dos membros superiores.
6.1 Osteologia do tornozelo e pé
O tornozelo é formado pela tíbia, fíbula e tálus, enquanto o pé é formado pelos ossos do tarso, 
metatarsos e falanges.
 
Tíbia
Linha epifisal
Tróclea do tálus
Maléolo 
medial
TálusMaléolo 
lateral
Articulação 
talocrural
Sindesmose 
tibiofibular
Fíbula
Figura 189 – Radiografia AP da articulação do tornozelo (talocrural)
155
CINESIOLOGIA
 
Articulação transversa do tarso
Navicular
Cuneiforme intermédio
Cuneiforme lateral
Articulações tarsometarsais
Metatarsais
Falanges
Cabeça do metatarsal VTuberosidade do 
metatarsal V
Ossos tarsais
Tálus
Articulações tarsometatarsais
Cuboide
Articulação 
transverso 
do tarsoSeio do tarso
Tuberosidade do calcâneo
Trócela fibular
Calcâneo
Proc. posterior do tálus, 
tubérculo lateral
Face maleolar lateral
Colo do tálus
Tróclea do tálus
Figura 190 – Vista lateral dos ossos do pé direito
O tarso é formado pelos seguintes ossos: tálus, calcâneo, navicular, cuboide, cuneiforme medial, 
cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral. O metatarso é formado por cinco ossos numerados de I a V, 
de medial para lateral. O primeiro dedo, chamado de hálux, apresenta duas falanges: proximal e distal; 
já do II ao V dedo observamos três falanges: proximal, intermédia e distal.
Funcionalmente no pé existem três regiões, cada uma com ossos e articulações específicas: retropé, 
mediopé e antepé. O retropé consiste no tálus e no calcâneo; o mediopé é formado pelo navicular, 
cuboide e os três cuneiformes; o antepé, pelos metatarsos e falanges.
 
Articulação talocrural
Articulação subtalar
Articulação 
transverso do 
tarso
Falanges
Metatarsos
Tarsos
MediopéRetropé Antepé
Tálus
Calcâneo
Tíbia
Fíbula
Posterior (proximal) Anterior (distal)
Inferior (plantar)
Superior (dorsal)Vista lateral
Figura 191 – Organização geral dos ossos, algumas articulações e regiões do pé e tornozelo
156
Unidade II
Distalmente, tíbia e fíbula apresentam duas proeminências ósseas conhecidas como maléolo medial 
e maléolo lateral, respectivamente. Os maléolos funcionalmente formam a pinça bimaleolar que se 
articula com a face superior da tróclea do tálus. Ao analisarmos a posição dos maléolos, observa-se que 
o maléolo lateral é posterior e inferior em relação ao maléolo medial.
A tíbia é a responsável direta pela transmissão do peso corporal à tróclea do tálus e este é o 
responsável pela distribuição da carga para as demais partes do pé.
6.2 Artrologia
6.2.1 Tornozelo
Além de duas articulações localizadas na perna, tibiofibular proximal e tibiofibular distal, o tornozelo 
apresenta a articulação talocrural.
A articulação talocrural é sinovial tipo gínglimo e permite somente um grau de liberdade, e, vale dizer, 
realiza os movimentos de dorsiflexão e flexão plantar no plano sagital e ao redor do eixo medial-lateral.
Enquanto a articulação tibiofibular proximal é sinovial tipo plana que permite pequenos deslizamentos 
da cabeça da fíbula em relação à tíbia, a articulação tibiofibular distal é uma juntura fibrosa do tipo 
sindesmose ligada por uma membrana interóssea que forma a pinça bimaleolar.
 
Articulação tibiofibular, lig. anterior da cabeça da fíbula
Tuberosidade da tíbia
Membrana interóssea da perna
Maléolo medial
Sindesmose tibiofibular, lig. tibiofibular anteriorMaléolo lateral
Cabeça da fíbula
Figura 192 – Vista anterior dos ossos da perna
157
CINESIOLOGIA
6.2.2 Pé
O retropé apresenta a articulação subtalar também chamada de talocalcânea, formada pelos 
ossos tálus e calcâneo. No mediopé observamos a articulação transversa do tarso também conhecida 
como mediotarsal ou de Chopart, formada pelas articulaçõestalonavicular e calcaneocuboide; 
a articulação intertársica distal, formada pelas articulações cuneonavicular, cuboideonavicular e complexo 
articular intercuneiforme e cuneocubóidea. O antepé é formado pelas articulações tarsometatársicas, 
intermetatársicas, metatarsofalangeanas e interfalangeanas. Cada dedo do pé apresenta três falanges 
(proximal, média e distal) e, portanto, duas articulações interfalangenas (proximal e distal); já o primeiro dedo 
(hálux) apresenta duas falanges (proximal e distal) e, portanto, somente uma articulação interfalangeana.
 
Articulações interfalangeanas
Articulações metatarsofalangeanas
Artivulações interfalangeanas
Articulações tarsometatársicas
Complexo articular 
intercuneiforme e 
cuneocubóideo
Articulação cuneonavicular
Articulações 
intertarsais 
distais
Articulação 
transversa 
do tarso
Mediopé
Antepé
Retropé
Articulação cuboideonavicular
Articulação talonavicular
Articulação calcaneocubóidea
Articulação subtalar
Tendão calcanear
Fibular curto
Figura 193 – Ossos e articulações do pé
Os tipos de cada articulação encontram-se descritos quadro a seguir.
Quadro 16 – Articulações do pé com seus respectivos tipos articulares
Articulação Tipo
Subtalar (talocalcânea) Sinovial condilar
Talonavicular Sinovial condilar
Calcaneocuboide Sinovial selar
Cuneonavicular Sinovial plana
Cuboideonavicular Sinovial plana
158
Unidade II
Articulação Tipo
Intercuneiforme Sinovial plana
Cuneocubóidea Sinovial plana
Tarsometatársicas Sinovial plana
Intermetatársicas Sinovial plana
Metatarsofalangeanas Sinovial condilar
Interfalangeanas Sinovial gínglimo
6.3 Movimentos
6.3.1 Tornozelo
A articulação do tornozelo realiza os movimentos de dorsiflexão (aproximação do dorso do pé da face 
anterior da perna), com amplitude de movimento de 20º a 30º e flexão plantar (afastamento do dorso 
do pé da face anterior da perna), com amplitude entre 30º e 50º. Para a realização desses movimentos, 
ocorre a participação das articulações tibiofibular proximal e distal, além da talocrural.
 
B)
A)
C)
Figura 194 – Movimentos do tornozelo: A) neutro; B) dorsiflexão; C) flexão plantar
Durante a dorsiflexão observa-se que o maléolo lateral se afasta do maléolo medial promovendo a 
abertura da pinça bimaleolar, o maléolo lateral sobe e gira sobre si mesmo no sentido da rotação medial, 
horizontalizando as fibras da membrana interóssea. Durante a flexão plantar, o maléolo lateral se aproxima 
do maléolo medial promovendo um fechamento da pinça bimaleolar, o maléolo lateral abaixa e gira no 
sentido da rotação lateral.
159
CINESIOLOGIA
Na articulação talocrural observamos também um ângulo de torção tibial, formado entre os eixos 
horizontais do joelho e do tornozelo com uma amplitude média entre 10 e 15º.
6.3.2 Pé
O movimento de eversão do pé ocorre quando a planta do pé se dirige para fora e o movimento de 
inversão ocorre quando esta se dirige para dentro. Ambos ocorrem no plano frontal ao redor do eixo 
ântero-posterior e ocorrem principalmente na articulação subtalar com pequenas participações das 
articulações do mediopé e antepé. A mobilidade de inversão é quase o dobro da eversão. A abdução e 
adução do pé são movimentos que ocorrem no plano transversal ao redor do eixo longitudinal.
 
Abdução/adução 
(eixo vertical)
Eversão/inversão 
(eixo AP)
Dorsiflexão/flexão plantar 
(eixo ML)
Figura 195 – Movimentos do tornozelo e pé ao redor dos seus eixos de rotação: 
longitudinal, ântero-posterior (AP) e medial-lateral (ML)
Devido ao formato dos ossos do tarso, essa movimentação não ocorre de maneira isolada no pé, 
resultando nos movimentos de pronação e supinação. A supinação combina os movimentos de inversão, 
adução e flexão plantar; já a pronação combina os movimentos de eversão, abdução e dorsiflexão. Esses 
movimentos ocorrem na articulação subtalar com ajustes em diversos planos de movimento.
As articulações metatarsofalangeanas realizam os movimentos de flexão, extensão, adução 
e abdução dos dedos. As articulações interfalangeanas realizam apenas movimentos de flexão e 
extensão dos dedos.
6.4 Sistema ligamentar do tornozelo e do pé (estabilizadores passivos)
6.4.1 Estabilizadores do tornozelo
A estabilização da articulação do tornozelo é garantida principalmente pelo seu sistema ligamentar, 
visto que não apresenta um suporte muscular adequado. A união entre tíbia e fíbula é garantida pela 
membrana interóssea e, na sua extremidade distal, por três ligamentos que asseguram a estabilidade da 
articulação tibiofibular: tibiofibular anterior, tibiofibular posterior e transverso inferior.
160
Unidade II
Lig. tibiofibular anterior
Anterior
Posterior
Face articular 
do maléolo 
lateral da fíbula
Face articular do 
maléolo medial 
da tíbia
Maléolo medial 
da tíbia
Face articular inferior da tíbia
Lig. tibiofibular posterior
Fossa do maléolo 
lateral da fíbula
 
Figura 196 – Vista das faces articulares dos maléolos medial e lateral com seus respectivos ligamentos
A cápsula articular da articulação talocrural é reforçada pelos ligamentos colaterais medial e lateral. 
O ligamento colateral medial é formado pelo ligamento deltoide composto de quatro ligamentos: 
tibiotalar posterior, tibiocalcâneo, tibionavicular e tibiotalar anterior. Todos com origem no maléolo 
medial e responsáveis por limitar o movimento de eversão do pé.
 
Tíbia
Lig. talocalcaneano medial
Processo posterior do tálus
Lig. talocalcâneo posterior
Tendão calcâneo 
(de Aquiles) 
(seccionado)
Sustentáculo do tálus do calcâneo
Lig. plantar longoLig. calcaneanonavicular 
plantar (espiral)
Tendão do tibial 
posteriorTendão do 
tibial anterior
Tuberosidade 
do Iº osso 
metatarsal
Iº osso metatarsal
Lig. tarsometatársicos dorsais
Lig. intercuneiforme dorsal
Osso cuneiforme médio
Lig. cuneonaviculares dorsais
Osso navicular
Lig. talonavicular dorsal
Lig. tibiotalar anterior (parte do lig. deltoide)
Lig. tibionavicular (parte do lig. deltoide)
Lig. tibiocalcâneo (parte do lig. deltoide)
Lig. tibiotalar posterior (parte do lig. deltoide)
Figura 197 – Vista medial do tornozelo direito
Os ligamentos colaterais do tornozelo constituem os ligamentos talofibular anterior, talofibular 
posterior e calcaneofibular. São responsáveis por limitar a inversão do pé, além de os talofibulares 
161
CINESIOLOGIA
controlarem a anteriorização e posteriorização do pé em relação à perna. O ligamento talofibular 
anterior é o mais comumente lesado no tornozelo.
 
Lig. talofibular posterior (um componente do lig. colateral lateral)
Lig. calcâneo fibular (um componente do lig. colateral lateral)
Lig. talofibular anterior (um componente do lig. 
colateral lateral)
Lig. talocalcâneo interósseo
Lig. talonavicular dorsal
Parte calcaneonavicular do ligamento bifurcado
Parte calcaneocubóide do ligamento bifurcado
Lig. cuboidenavicular dorsal
Lig. cuneonaviculares dorsais
Lig. intercuneiformes dorsais
Lig. tarsometatársicos dorsais
Ligs. metartársicos dorsais
Lig. cuneocubóideos dorsais
Osso cuboide
Lig. calcaneocubóide dorsalTendão do fibular curto
Tendão do fibular longo
Lig. plantar longo
Lig. talocalcâneo lateral
Retináculo 
fibular 
inferior
Tendão calcâneo (de 
Aquiles) (seccionado)
Retináculo superior do fibular
Lig. tibiofibular posterior
Lig. tibiofibular anterior
Fíbula
Tíbia
Figura 198 – Vista lateral do tornozelo direito
6.4.2 Estabilizadores do pé
Os ligamentos que oferecem a principal estabilização da articulação subtalar são: ligamento 
calcaneofibular, fibras tibiocalcâneas do ligamento deltoide, ligamentos interósseos (talocalcaneares) e 
ligamentos cervicais. Os ligamentos calcaneofibular e as fibras do ligamento deltoide limitam a inversão 
e eversão excessivas, respectivamente. Os ligamentos interósseo e cervical unem o tálus ao calcâneo e 
limitam os extremos de todos os movimentos, principalmente a inversão.
A cápsula da articulação talonavicular é estabilizada pelos ligamentos: calcaneonavicular plantar (mais 
conhecidocomo ligamento em mola que forma uma faixa fibrocartilaginosa para a cabeça do tálus); ligamento 
talonavicular dorsal (reforça na região posterior); ligamento bifurcado (reforça a cápsula lateralmente); fibras 
tibionaviculares e tibiotalares anteriores do ligamento deltoide (reforçam na região medial).
A articulação calcaneocuboide é estabilizada pelo ligamento calcaneocuboide dorsal (reforça a 
cápsula dorsolateralmente), pelo ligamento bifurcado (reforça a cápsula dorsalmente) e ligamentos 
plantares longo e curto que (reforçam a cápsula pelo lado plantar).
162
Unidade II
A cápsula das articulações metatarsofalangeanas é reforçada por um par de ligamentos colaterais.
 Lig. plantar (lâmina)Ligs. colaterais
Cápsulas articulares e ligamentos das 
articulações metatarsofalângicas e 
interfalângicas: vista lateral
Osso metatarsal
Cápsula articular
Proximal
Falanges
MédiaDistal
Figura 199 – Vista lateral das articulações metatarsofalangeana e interfalangeanas
6.5 Sistema muscular do tornozelo e do pé (estabilizadores ativos)
Os músculos extrínsecos estão distribuídos em três compartimentos: anterior, lateral e posterior, 
sendo que cada compartimento é inervado por um diferente nervo. Os músculos intrínsecos estão 
organizados em quatro camadas. Vejamos os quadros a seguir
Quadro 17 – Músculos extrínsecos da perna e do pé
Compartimento Músculos Inervação
Anterior
Tibial anterior
Extensor longo dos dedos
Extensor longo do hálux
Fibular terceiro
Ramo profundo do nervo fibular
Lateral
Fibular longo
Fibular curto
Ramo superficial do nervo fibular
Posterior
Gastrocnêmio
Sóleo
Plantar
Tibial posterior
Flexor longo dos dedos
Flexor longo do hálux
Nervo tibial
Quadro 18 – Músculos intrínsecos do pé
Camada Músculos
Camada 1
Flexor curto do dedo
Abdutor do hálux
Abdutor do dedo mínimo
Camada 2
Quadrado plantar
Lumbricais
Camada 3
Adutor do hálux
Flexor curto do hálux
Flexor do dedo mínimo
Camada 4
Interósseos plantares
Interósseos dorsais
163
CINESIOLOGIA
 Observação
Os músculos que atuam no tornozelo e no pé são classificados em 
extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos têm origem na perna 
e inserção no pé, já os músculos intrínsecos têm origem e inserção no 
interior do pé.
Os músculos serão apresentados individualmente com suas respectivas origem, inserção, inervação 
e ação muscular. A seguir, os músculos serão agrupados de acordo com sua ação muscular.
 
M. plantar
M. poplíteo
M. tibial posterior
M. flexor longo do hálux
M. fibular curto
M. plantar
Mm. sóleo e gastrocnêmio 
via tendão do calcâneo 
(de Aquiles)
M. fibular longo
M. flexor longo dos dedos
M. extensor 
longo dos dedos
Inserção proximal (ponto fixo)
Inserção distal (ponto móvel)
M. extensor 
longo do 
hálux
M. tibial anterior
M. quadríceps 
femoral via lig. 
da patela
M. gastrocnêmio 
(cabeça medial)
M. gastrocnêmio 
(cabeça lateral)
M. semimembranáceo
M. plantar
M. sóleo
M. flexor longo dos dedos
M. tibial posterior
M. fibular terceiro
M. fibular curto
M. fibular terceiro
M. fibular curto
M. extensor longo do hálux
M. extensor longo dos dedos
M. fibular longo
M. bíceps femoral
M. iliotibial
Vista anterior Vista posterior
M. tibial anterior
M. flexor 
longo do 
hálux
M. semitendíneo*
M. grácil*
M. sartório* *Pata de ganso
(pes anserus)
Figura 200 – Face anterior e posterior da perna e do pé direito. As origens musculares 
são indicadas em vermelho e as inserções musculares são indicadas em azul
164
Unidade II
a) Tibial anterior
 
M. tibial 
anterior
Figura 201 – Músculo tibial anterior
Origem: côndilo lateral, metade proximal da tíbia; membrana interóssea da perna.
Inserção: cuneiforme medial e I metatarso.
Inervação: nervo fibular profundo.
Ação: dorsiflexão do tornozelo e inversão do pé.
b) Gastrocnêmio
 
M. gastrocnêmio
Tendão do calcâneo
Figura 202 – Músculo gastrocnêmio
Origem: cabeça lateral: côndilo lateral do fêmur. Cabeça medial: côndilo medial do fêmur.
Inserção: calcâneo por meio do tendão calcâneo.
165
CINESIOLOGIA
Inervação: nervo tibial.
Ação: flexão plantar do tornozelo. Auxilia a flexão do joelho. Eleva o calcanhar durante a marcha.
c) Sóleo
 
M. sóleo
Tendão do 
calcâneo
Figura 203 – Músculo sóleo
Origem: região posterior da fíbula.
Inserção: calcâneo.
Inervação: nervo tibial.
Ação: flexão plantar do tornozelo. Estabiliza a perna sobre o pé.
d) Plantar
 
M. plantar
Figura 204 – Músculo plantar
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Unidade II
Origem: linha supracondilar lateral do fêmur e ligamento poplíteo oblíquo.
Inserção: calcâneo por meio do tendão calcâneo.
Inervação: nervo tibial.
Ação: fraco colaborador do músculo gastrocnêmio.
e) Tibial posterior
 
M. tibial 
posterior
Figura 205 – Músculo tibial posterior
Origem: face posterior da tíbia e fíbula; membrana interóssea da perna.
Inserção: tuberosidade do navicular, cuneiformes e base do II ao IV metatarso.
Inervação: nervo tibial.
Ação: flexão plantar do tornozelo e inversão do pé.
167
CINESIOLOGIA
f) Fibular curto
 
Fibular curto
Figura 206 – Músculo fibular curto
Origem: 2/3 distais da fíbula.
Inserção: tuberosidade do V metatarso.
Inervação: nervo fibular superficial.
Ação: eversão do pé; fraco flexor plantar.
g) Fibular longo
 
Fibular longo
Figura 207 – Músculo fibular longo
Origem: 2/3 proximais da fíbula.
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Unidade II
Inserção: tuberosidade do I metatarso e cuneiforme medial.
Inervação: nervo fibular superficial.
Ação: eversão do pé; fraco flexor plantar.
h) Fibular terceiro
Fibular terceiro
Figura 208 – Músculo fibular terceiro
Origem: 1/3 distal da fíbula e da membrana interóssea.
Inserção: V metatarso.
Inervação: nervo fibular profundo.
Ação: eversão do pé. Auxilia a dorsiflexão.
i) Flexor longo dos dedos
 
M. flexor longo 
dos dedos
Figura 209 – Músculo flexor longo dos dedos
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CINESIOLOGIA
Origem: face posterior da tíbia.
Inserção: falange distal do 2º ao 5º dedo.
Inervação: nervo tibial.
Ação: flexão do 2º ao 5º dedo; flexão plantar e sustentação do arco longitudinal do pé.
j) Flexor curto dos dedos
 
Nervos digitais plantares próprios 
(do nervo plantar medial)
Artérias digitais plantares próprias
Artérias digitais plantares comuns 
(das artérias metatarsais plantares)
Mm. lumbricais
Ramo superficial da 
artéria plantar medial
Cabeça lateral e
Cabeça medial do 
m. flexor curto do hálux
Tendão do m. flexor longo do hálux
M. abdutor do hálux e tendão
M. flexor curto dos dedos
Aponeurose plantar (cortada)
Ramos calcâneos mediais do 
nervo tibial e ramos do calcâneo 
da artéria tibial posteriorTuberosidade do calcâneo
Processo lateral da
Processo medial e
M. abdutor do dedo mínimo 
(profundamente à fáscia “plantar lateral)
M. flexor curto do dedo mínimo
Artéria metatarsal plantar 
(da artéria plantar lateral)
Tendões do m. flexor longo 
dos dedos
Tendões do m. flexor curto dos 
dedos cobrindo os
Bainhas (fibrosas) dos tendões dos 
mm. flexores dos dedos
Nervos digitais plantares próprios 
(do nervo plantar lateral)
Figura 210 – Músculos flexor curto dos dedos, abdutor do hálux e abdutor do dedo mínimo
Origem: tuberosidade do calcâneo, aponeurose plantar e septo intermuscular.
Inserção: falange média do II ao V dedo.
Inervação: nervo plantar medial.
Ação: flexão do II ao V dedo.
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Unidade II
k) Flexor longo do hálux
 
Músculo flexor 
longo do hálux
Figura 211 – Músculo flexor longo do hálux
Origem: 2/3 distais da fíbula e da membrana interóssea.
Inserção: falange distal do I dedo.
Inervação: nervo tibial.
Ação: flexão de todas as articulações do I dedo; fraco flexor plantar do tornozelo.
l) Flexor curto do hálux
 
Tendão do m. flexor longo dos dedos
Tendões do m. flexor curto dos dedos
Bainhas fibrosas dos dedos do pé (abertas)
Ossos sesamoides
Nervos e artérias digitais plantares comuns
Mm. lumbricais
Cabeça lateral e
Cabeça medial do m. flexor curto do hálux
Tendão do m. flexor longo do hálux
M. abdutor do hálux (cortado) e tendão
Tendão do m. flexor longo

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