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ASSISTÊNCIA, TRANSPORTE E CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS HOSPITALARES 4 RESUMO DA UNIDADE Esta unidade trata-se da abordagem do atendimento pré-hospitalar, transporte e classificação de risco, a partir da revisão de literatura e descrição dos protocolos atualizados. O atendimento pré-hospitalar envolve um grande processo realizado por profissionais da saúde durante o resgate de vítimas, e tem como objetivo estabilizar a vítima e realizar o transporte com segurança para o serviço de referência indicado. O acolhimento e classificação de risco nos serviços de saúde são processos dinâmicos para identificar o potencial de risco e agravo de cada paciente, sendo assim, capaz de determinar a necessidade de um atendimento imediato. Contudo, é relevante a atuação da Enfermagem junto a equipe multiprofissional no atendimento à urgência e à emergência, onde o Enfermeiro deve atuar como líder, fundamentando-se no referencial científico. Palavras-chave: Suporte Básico de Vida; Suporte Avançado de Vida; Classificação de Risco. 5 Sumário RESUMO DA UNIDADE ......................................................................................................................................... 4 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................................................................. 6 CAPÍTULO 1 - ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR: SUPORTE BÁSICO DE VIDA ................................................. 7 1.1 Atendimento pré-hospitalar ............................................................................................................ 7 1.2 Suporte básico de vida para profissionais da saúde ........................................................................ 8 1.3 Cadeia de sobrevivência ................................................................................................................ 10 1.4 Compressões torácicas .................................................................................................................. 11 1.5 Ventilação ...................................................................................................................................... 13 1.6 Choque ........................................................................................................................................... 16 1.7 PCR durante a gravidez .................................................................................................................. 19 1.8 Suporte básico de vida em pediatria ............................................................................................. 20 CAPÍTULO 2 - ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR: SUPORTE AVANÇADO DE VIDA ........................................ 22 2.1 Suporte Avançado de Vida em adulto ........................................................................................... 22 2.2 Vias para administração de medicamentos .................................................................................. 24 2.3 Intervenções medicamentosas na RCP ......................................................................................... 26 2.4 Tratamento da PCR conforme o ritmo .......................................................................................... 27 2.5 Cuidados pós PCR .......................................................................................................................... 30 2.6 Suporte avançado de vida em pediatria ........................................................................................ 32 2.7 Ressuscitação neonatal ................................................................................................................. 33 CAPÍTULO 3 - TRANSPORTE DE PACIENTES E CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS..................................................... 36 3.1 Transporte de pacientes ................................................................................................................ 36 3.2 Veículos de atendimento pré-hospitalar móvel ........................................................................ 37 3.3 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ................................................................... 39 3.4 Classificação de risco ..................................................................................................................... 42 3.5 Modelos de triagem para classificação de risco ............................................................................ 43 3.6 Prioridades da classificação de risco ............................................................................................. 44 REFERENCIAS ..................................................................................................................................................... 49 6 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO Os profissionais que atuam em urgência e emergência devem aprimorar constantemente suas habilidades teóricas e práticas, tendo em vista que precisam estar preparados para avaliar situações de gravidade e atuar conforme os protocolos atualizados, a fim de garantir segurança e efetividade no atendimento oferecido. O suporte básico de vida (SBV) tem como objetivo reconhecer situações de gravidade e promover uma intervenção precoce para manutenção da circulação e respiração através das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Além dessas manobras, as ações também envolvem a identificação e prevenção de riscos no local, bem como, o transporte seguro do paciente. O suporte avançado de vida (SAV), utiliza as manobras do SBV, acrescentando dispositivos e procedimentos diferenciados como estabelecimento de acesso venoso, administração de drogas e fluidos, entre outros. O acolhimento e classificação de risco é uma ferramenta importante para garantir um atendimento resolutivo e humanizado. Para isso, um profissional capacitado no âmbito técnico e científico, deve fazer uma avaliação completa do paciente para identificar suas necessidades e priorização. O transporte é importante no sistema organizado de atendimento às urgências e emergências, pois para promover a transferência do paciente, possui classificação específica de acordo com os recursos humanos e materiais, a fim de atender as situações conforme o nível de complexidade. Este módulo pretende propiciar o ensino teórico do atendimento pré-hospitalar (APH), com ênfase no SBV e SAV cardiovascular; classificação de risco e transporte nos serviços de urgência e emergência. Para que o estudo seja proveitoso você deverá fazer a leitura do material, da bibliografia recomendada, acessar os links indicados e praticar as questões e atividades referentes a este módulo. O objetivo principal deste módulo, é propiciar o desenvolvimento do raciocínio e a aquisição de habilidades referentes à assistência de enfermagem em urgência e emergência, visando melhorar a sua competência diante do atendimento a pacientes graves ou na iminência de um evento agudo. 7 CAPÍTULO 1 - ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR: SUPORTE BÁSICO DE VIDA 1.1 Atendimento pré-hospitalar A urgência e emergência é um relevante componente na área da saúde, que conta com uma rede estruturada de assistência, a fim de atender as demandas de inúmeros casos de acidentes, violências, entre outros agravos que necessitam de um APH adequado, seja este móvel ou fixo. A emergência envolve condições de agravo à saúde com sofrimento intenso ou risco iminente de morte, por isso, necessita de tratamento imediato, enquanto na urgência, ocorre um imprevisto agravo à saúde, o qual pode ou não gerar risco à vida (BRASIL, 2014). O Ministério da Saúde considera o APH móvel: Atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido umagravo a sua saúde, (de natureza traumática ou não traumática ou, ainda, psiquiátrica), que possa levar ao sofrimento ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2002). O APH móvel tem duas modalidades de atendimento, sendo o SBV, o qual não realiza manobras invasivas e o SAV, que tem como característica a possibilidade de realizar procedimentos invasivos de suporte circulatório e ventilatório (BRASIL, 2002). O Atendimento Pré-Hospitalar Fixo é aquela assistência prestada, num primeiro nível de atenção, aos pacientes portadores de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou ainda psiquiátrica, que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, provendo um atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde hierarquizado, regulado e integrante do Sistema Estadual de Urgência e Emergência(BRASIL, 2002). A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma situação frequente em que se aciona o serviço de atendimento pré-hospitalar, pode ser considerada uma situação inesperada, caracterizada pela parada dos batimentos cardíacos de forma efetiva, acompanhado de inconsciência, ausência de respostas a estímulos, ausência de pulso palpável e respiração, situação que altera a atividade mecânica e elétrica do coração, diminuindo o débito cardíaco (DC) (SILVA; ALMEIDA, 2013, p.1). Assim, a PCR é uma grave ameaça à vida, principalmente quando ocorre fora do ambiente hospitalar, tendo em vista a necessidade de atendimento precoce. Quando o paciente não é submetido à ressuscitação adequada, após cerca de 3 a 10 minutos de 8 PCR, começa o ocorrer lesão cerebral e as chances de ressuscitação são mínimas (SILVA, 2018, p.8). Por isso, as manobras que devem ser realizadas no SBV exigem qualificação do profissional, para que sejam imediatas e efetivas. Muitas pessoas morrem por não receber atendimento durante uma PCR, em contrapartida, inúmeras vezes ocorre atendimento inadequado, sem conhecimento acerca dos procedimentos, transportam a vítima de forma imprópria, podendo acarretar sequelas ou até mesmo levar à morte (LAFETA et. al. 2015). Em 2015, o International Liaison Committeeon Resuscitation (ILCOR) iniciou um processo contínuo para avaliar anualmente as evidências científicas referentes à RCP e atendimento cardiovascular de emergência, a fim de abordar recomendação, intervenção e tratamento, sendo classificados por classe de recomendação e nível de evidência, de acordo com a American Heart Association (AHA, 2015). É necessário que as equipes de saúde sejam treinadas periodicamente, a fim de aprimorar as manobras, obter atualizações e domínio do conteúdo. Além disso, é relevante o conhecimento dos leigos para uma atuação efetiva e imediata fora do ambiente hospitalar, o que contribui para a sobrevida. 1.2 Suporte básico de vida para profissionais da saúde Em todas as situações de atendimento à vítima, é necessário avaliar e garantir a segurança do local, a fim de evitar novos acidentes. Durante uma PCR, um método mnemônico pode ser aplicado para simplificar os passos do atendimento em SBV, sendo o “C-A-B-D”, conforme apresentado no quadro 1. Quadro 1 - Sequência do atendimento em PCR C Checar responsividade e respiração da vítima Chamar por ajuda Checar o pulso Compressões (30 compressões) A Abertura das vias aéreas B Boa ventilação (2 ventilações) 9 D Desfibrilação Fonte: AHA (2015, p. 5). O atendimento à PCR com um único socorrista, deve seguir a sequência C-A-B-D, sendo que deve iniciar a RCP com 30 compressões torácicas seguidas por 02 ventilações (AHA, 2015). O atendimento à vítima em casos de RCP no SBV deve ocorrer conforme a sequência apresentada no quadro 2. Quadro 2 - Resumo da RCP para profissionais do SBV. Componente Adulto e adolescente Crianças 1 ano Até a puberdade Bebês Segurança do local Verifique se o local é seguro Reconhecimento da PCR Verifique se a vítima responde Ausência de respiração ou apenas gasping Nenhum pulso em 10 segundos Acionamento do serviço médico Se estiver sozinho e sem celular, deixe a vítima e acione o serviço médico de emergência Obtenha um DEA antes de iniciar a RCP Do contrário, peça que alguém acione o serviço médico de emergência Inicie RCP imediatamente Use o DEA Compressão- ventilação sem via aérea avançada 01 ou 02 socorristas 30:2 02 ou mais socorristas 15:02 Compressão- ventilação com via aérea avançada Compressões contínuas de 100 a 120/min Administre 01 ventilação a cada 06 segundos (10 respirações/min) Frequência de compressão 100 a 120/min Profundidade de compressão No mínimo 2 polegadas (5 cm) 2 polegadas (5 cm) 1,5 polegadas (4 cm) Posicionamento das mãos 2 mãos sobre a metade inferior do esterno 2 mãos ou 1 sobre a metade inferior do esterno 1 socorrista: 2 dedos no centro do tórax, abaixo da linha mamilar 2 ou mais socorristas: 2 polegares no centro do 10 tórax, abaixo da linha mamilar Fonte: AHA(2015, p.10). FIQUE LIGADO Os profissionais de saúde devem pedir ajuda ao encontrar uma vítima que não responde, mas é necessário que seja avaliada a respiração e o pulso, de forma simultânea, antes de acionar o serviço médico de emergência. 1.3 Cadeia de sobrevivência A cadeia de sobrevivência foi criada para ressaltar a importância da adoção organizada e hierarquizada de atitudes em situações de PCR. É recomendado que sejam utilizadas distintas cadeias de sobrevivência para os pacientes que sofrem PCR no hospital ou em ambiente extra-hospitalar (Figura 1). A assistência da comunidade é relevante quando a PCR ocorre no ambiente extra-hospitalar, assim, os socorristas leigos precisam reconhecer a PCR e iniciar as manobras até que o serviço de emergência inicie o atendimento no local. No ambiente intra-hospitalar, deve ser adotado um sistema de vigilância a fim de evitar a PCR, mas quando ela ocorre, é necessária a atuação de uma equipe multiprofissional, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros (AHA, 2015, p.4). Figura 1 - Cadeias de sobrevivência de parada cardiorrespiratória intra-hospitalar (PCRIH) e parada cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH) 11 Fonte: AHA(2015, p.4). 1.4 Compressões torácicas Os profissionais de saúde devem aplicar as compressões torácicas (Figura 2) e ventilações em todos os pacientes adultos em PCR, seguindo a frequência de 100 a 120/min.; comprimir em uma profundidade de pelo menos 2 polegadas (5 cm); permitir o retorno total do tórax em cada compressão; evitar interromper as compressões; realizar 2 ventilações após 30 compressões, sendo que cada ventilação deve durar 1 segundo, promovendo a elevação do tórax (AHA, 2015, p.8). ATENÇÃO Durante as compressões torácicas, a região hipotênar de uma mão deve estar sobre o esterno da vítima e a outra mão entrelaçando-a. Os braços do socorrista devem ficar estendido, cerca de 90º acima da vítima. Figura 2 – Posicionamento para realização das compressões torácicas. 12 Fonte: Romulo Passos (2018, p.5). FIQUE LIGADO EM ADULTOS: Realizar compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min.; Comprimir pelo menos 2 polegadas (5 cm); Realizar 2 ventilações após 30 compressões. A RCP pode ser realizada somente com compressões em casos de socorristas não treinados, tendo em vista que é mais fácil a compreensão a partir de instruções dos atendentes por telefone. O profissional da saúde deve realizar a RCP com compressões e ventilações, e a prioridade quando sozinhos, deve ser acionar o serviço médico de emergência e iniciar as compressõestorácicas. Quando disponível desfibrilador externo automático (DEA), deve-se utilizar o desfibrilador o mais rápido possível(AHA, 2015, p.9). 1.4.1 Profundidade das compressões torácicas As compressões torácicas em um adulto médio, deve ter uma profundidade de no mínimo 2 polegadas (5 cm) evitando a compressão com profundidade excessiva, superior a 2,4 polegadas (6 cm), sendo que o excesso de profundidade pode causar lesões (AHA, 2015, p.9). 1.4.2 Retorno do tórax Ao realizar as compressões torácicas, os socorristas não devem apoiar sobre o tórax, para permitir o retorno completo da caixa torácica durante a PCR. Este retorno é evidenciado quando o esterno volta ao seu posicionamento anatômico e quando isso 13 ocorre, há uma pressão intratorácica negativa que proporciona o fluxo sanguíneo cardiopulmonar (AHA, 2015, p.9). 1.5 Ventilação A ventilação deve ser realizada após 30 compressões torácicas, e para isso,a abertura das vias aéreas deve ser feita de forma adequada, utilizando a manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo (Chin Lift) ou a manobra de elevação do ângulo da mandíbula ou tração da mandíbula, (JawThrust), a qual deve ser adotada em casos de suspeita de trauma (Figura 3). Figura 3 – Manobras de abertura de vias aéreas Fonte: Romulo Passos (2018, p. 7). 1.5.1 Ventilação com bolsa-válvula-máscara A ventilação com bolsa-válvula-máscara (Figura 4) deve ser feita em caso de dois socorristas, onde um é responsável pelas compressões torácicas e o outro, pela ventilação, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2013, p.7). Figura 4 – ventilação com bolsa-válvula-máscara 14 Fonte: SBC(2013, p.7). 1.5.2 Ventilação com lenço facial e válvula antirrefluxo (unidirecional) O lenço facial e válvula antirrefluxo consiste em um dispositivo descartável para ventilação, sendo que impede o retorno do ar através da boca da vítima, permitindo a proteção do socorrista (Figura 5). Ao abrir as vias aéreas, é necessário estabilizar a mandíbula, vedar o dispositivo na boca da vítima e pinçar o nariz para iniciar a ventilação (SBC, 2013, p.7). Figura 5 - Máscara facial com válvula unidirecional Fonte: SBC(2013, p.5). 1.5.3 Ventilação com a máscara de bolso (“pocket-mask”) A máscara de bolso (Figura 6)geralmente acompanha uma válvula unidirecional e deve ser posicionada rapidamente na vítima para dar início às ventilações. A região mais estreita da máscara deve ser posicionada no nariz da vítima. Figura 6 – Exemplos de máscara de bolso 15 Fonte: SBC(2013, p.7). 1.5.4 Ventilação durante a RCP com via aérea avançada Durante a RCP com via aérea avançada tubo endotraqueal (Figura 7) ou dispositivo supraglótico (Figura 8), deve ser administrado pelo profissional 01 ventilação a cada 06 segundos, ou seja, 10 respirações por minuto, enquanto continuam as compressões torácicas, sendo que esta proporção é válida para adultos, crianças e bebês (AHA, 2015, p.13). Figura 7 - Ventilação com via aérea avançada Fonte: SBC(2013, p. 7). Figura 8– Dispositivo supraglótico Fonte: Metterleinet. al.(2017, p. 3) 1.5.5 Ventilação em vítima com apenas parada respiratória 16 Em casos onde a vítima apresenta pulso, não respira ou respira de forma anormal (gasping), deve realizar uma ventilação a cada 05 a 06 segundos, ou seja, de 10 a 12 ventilações por minuto em adultos. Em crianças e lactentes a ventilação deve ser uma a cada 03 a 05 segundos, ou seja, de 12 a 20 ventilações por minuto (SBC, 2013, p.8). FIQUE LIGADO Apenas parada respiratória: Adulto: 01 ventilação a cada 05 a 06 segundos; Crianças e lactentes: 01 ventilação a cada 03 a 05 segundos. 1.6 Choque Os ritmos encontrados em uma parada cardíaca são: Fibrilação Ventricular (FV), Taquicardia Ventricular sem pulso (TVSP), Assistolia, Atividade Elétrica sem Pulso (AESP). Na FV a despolarização dos ventrículos não ocorre de forma organizada, com isso, não há contração efetiva do miocárdio. A TVSP é uma modalidade de parada cardíaca que envolve a sucessão rápida de batimentos ventriculares ectópicos, o qual chega à ausência de pulso palpável. A assistolia consiste na ausência total de atividade elétrica do miocárdio, consequentemente, não há frequência ou ritmo cardíaco. Na AESP é detectável atividade elétrica no monitor cardíaco, mas o paciente não reage e não é possível sentir pulso carotídeo (AEHLERT, 2013). O DEA (Figura 9) é um aparelho portátil utilizado para interpretar o ritmo cardíaco e o nível de energia necessário para a aplicação do choque. Figura 9 – Desfibrilador externo automático 17 Fonte: Silva (2018, p.16). Quando o DEA está disponível em PCR em adultos, deve-se utilizar o desfibrilador o mais rápido possível. Em casos de adultos sem monitoramento ou DEA, é necessário iniciar as compressões torácicas até a obtenção do dispositivo para realizar a desfibrilação, se indicada (AHA, 2015, p.9). O DEA é utilizado para reverter ritmos de FV e TVSP; e a voltagem do desfibrilador bifásico é de 150 J a 200 J, ou 120 J em casos de onde bifásica retilínea. Quando desconhece o tipo de onda, pode ser utilizado o padrão de 200 J (AHA, 2015, p.9). O DEA deve ser utilizado conforme os passos descritos a seguir: 1. Ligar o aparelho; 2. Conectar os eletrodos no tórax da vítima (Figura 10); 3. Conectar os cabos no aparelho; 4. Se o choque for indicado, todos devem se afastar da vítima para acionar o botão de choque; 5. Após o choque, reiniciar as compressões torácicas. O DEA fará análise do ritmo a cada 02 minutos e poderá indicar o choque novamente se houver necessidade. 6. Após o choque, mesmo com a vítima consciente, o DEA deve permanecer conectado na vítima até a chegada do serviço médico de emergência. Figura 10 – Posicionamento do DEA 18 Fonte: SBC(2013, p.8). 1.6.1 Desfibrilação e Cardioversão A desfibrilação elétrica consiste na aplicação de uma corrente elétrica no miocárdio, de forma contínua, não sincronizada, para despolarizar as fibras musculares do miocárdio, a fim de reverter arritmias como FV e TVSP. Na cardioversão, a corrente elétrica é aplicada de maneira sincronizada, onde a descarga elétrica despolariza o miocárdio, utilizada em casos de taquicardia instável e instabilidade hemodinâmica. Para melhor fixação do conteúdo, a Figura 11 demonstra o Algoritmo de PCR em adultos para profissionais de saúde de SBV. Figura 11 – Algoritmo de PCR em adultos para profissionais da saúde de SBV 19 Fonte: AHA (2015, p.12). 1.7 PCR durante a gravidez A RCP em gestantes deve ter como prioridade a qualidade e alívio da pressão aorto - cava. Para isso, é importante que seja verificado se o fundo do útero tem altura igual ou superior ao umbigo. Nesta situação, deslocar o útero manualmente para a esquerda, pode 20 aliviar a compressão aorto - cava enquanto é realizada a compressão torácica (AHA, 2015, p.20). 1.8 Suporte básico de vida em pediatria Os pacientes pediátricos (menores de 1 ano de idade) e crianças até o início da puberdade, as compressões torácicas devem comprimir, no mínimo, um terço do diâmetro anteroposterior do tórax, ou seja, 1,5 polegadas (4 cm) em bebês e até 2 polegadas (5 cm) em crianças. Quando é atingida a puberdade a recomendação segue a mesma de adultos. Os socorristas devem comprimir o esterno de um bebê com 2 dedos posicionados abaixo da linha intermamilar, e deve garantir o retorno completo da caixa torácica a cada compressão (Figura 12) (AHA, 2015, p.20). 1.8.1 Taxa das compressões torácicas As evidências pediátricas são insuficientes,por isso, recomenda-se a velocidade de compressões torácicas de 100 a 120/min. para bebês e crianças (AHA, 2015, p.10). 1.8.2 RCP somente com compressão A RCP em bebês e crianças deve preconizar ventilações de resgate além das compressões torácicas, tendo em vista a comum asfixia em PCR nesta faixa etária. Em contrapartida, se não for possível realizar a ventilação pelo socorrista, recomenda-se a realização da compressão torácica (AHA, 2017, p.2). Figura 12 – Algoritmo de PCR em pediatria para profissionais da saúde de SBV 21 Fonte: AHA (2015, p.21). 22 CAPÍTULO 2 - ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR: SUPORTE AVANÇADO DE VIDA 2.1 Suporte Avançado de Vida em adulto O SAV se inicia com as mesmas manobras de RCP do SBV, conforme descritas no capítulo anterior, porém, além das compressões torácicas e desfibrilação, inclui a obtenção de acesso venoso, administração de drogas, dispositivos de compressão mecânica e até mesmo circulação extracorpórea. A sobrevida dos pacientes que sofreram PCR depende da integração entre o SBV, SAV e cuidados pós ressuscitarão. A demora superior aos primeiros cinco minutos para iniciar a administração de drogas vasopressoras e instalar via aérea avançada, pode piorar o prognóstico da vítima (SBC, 2013, p.23). A parada cardíaca pode apresentar quatro ritmos, conforme descritos no capítulo anterior: fibrilação ventricular (FV), taquicardia ventricular sem pulso (TVSP), atividade elétrica sem pulso (AESP) e assistolia, sendo que a desfibrilação precoce pode aumentar a sobrevida em casos de FV ou TVSP (SBC 2013, p.23). As interrupções durante as manobras de RCP devem ser minimizadas, aplicadas somente para checagem do pulso, ritmo, desfibrilação e obtenção de via aérea avançada (SBC, 2013, p.23). É primordial que o socorrista procure identificar a causa da PCR durante a tentativa de ressuscitação, para isso, é importante obter dados, através do exame do paciente, diálogo com os familiares ou outros indivíduos que possam colaborar com as informações. Geralmente, as causas de PCR podem ser resumidas em 5“Hs” e 5 “Ts” (Quadro 3) (SBC, 2013, p.23). Quadro 3–Principais causas de PCR 5 “Hs” 5 “Ts” Hipovolemia Trombose coronária Hipóxia Tromboembolismo pulmonar Hidrogênio (acidose) Tensão no tórax por pneumotórax Hipo ou Hipercalemia Tóxicos Hipotermia Tamponamento cardíaco Fonte: SBC (2013, p.23). FIQUE LIGADO 23 Os cuidados pós PCR enfatizam programas multidisciplinares a fim de otimizar o aspecto neurológico, hemodinâmico, metabólico e ventilatório do paciente (SBC, 2013, p.24). A escolha do melhor método de ventilação deve ser baseada na experiência do socorrista, onde pode ser utilizado o dispositivo de bolsa-válvula-máscara, isoladamente ou em combinação com o cânula orotraqueal, assim como a máscara laríngea (Figura 13) ou o tubo laríngeo (Figura 14). As principais indicações de intubação orotraqueal na emergência são: impossibilidade de fornecer uma ventilação adequada com o dispositivo bolsa-válvula-máscara em pacientes inconscientes, em pacientes comatosos ou em PCR (SBC, 2013, p.19). Figura 13 – Máscara laríngea Fonte: SBC(2013, p. 21) Figura 14 – Tubo laríngeo Fonte: SBC(2013, p. 21). A cânula orofaríngea pode ser utilizada para facilitar a ventilação bom a bolsa- válvula-máscara, sendo que evita a obstrução da via aérea ocasionada pela queda da língua. As cânulas orofaríngeas apresentam diversos tamanhos, e para a escolha ideal, deve ser posicionada da rima bucal até o ângulo da mandíbula, ou até o tragus da orelha. Essa, deve ser introduzida na cavidade oral voltada para cima, com a extremidade voltada 24 para o palato duro. A seguir, deve ser feito um movimento de rotação de 180º para posicioná-la sobre a língua, conforme demonstrado na Figura 15. Figura 15- Cânula orofaríngea Fonte: SBC(2013, p. 19). A intubação orotraqueal deve ser realizada somente quando não for interferir nas outras manobras de ressuscitação, considerando que a interrupção das compressões torácicas deve ser minimizada, não ultrapassando 10 segundos (SBC, 2013, p.20). Após a inserção da cânula traqueal, é necessário fazer uma avaliação clínica para confirmar se o posicionamento está correto. Essa avaliação consiste na visualização da expansão torácica e da condensação do tubo durante a ventilação e na ausculta dos pontos: epigástrio, base pulmonar esquerda, base pulmonar direita, ápice pulmonar esquerdo e ápice pulmonar direito. Assim, é possível detectar uma possível intubação esofágica ou introdução excessiva do tubo, o que causa uma intubação seletiva do brônquio (SBC, 2013, p.20). A capnografia com onda contínua quantitativa é recomendada para pacientes intubados para confirmar o posicionamento correto do tubo endotraqueal, controle da qualidade da RCP e avaliação do retorno da circulação espontânea com base nos valores de dióxido de carbono ao final da expiração. Após a confirmação do posicionamento do tubo, este deve ser fixado com fitas convencionais, bandagens ou fixadores comerciais (SBC, 2013, p.20). 2.2 Vias para administração de medicamentos A seguir, serão abordadas as vias de administração de medicamentos em PCR: acesso intravenoso (IV), intraósseo (IO), intravenoso central e endotraqueal. 25 2.2.1 Acesso intravenoso/intraósseo A administração de drogas em RCP é secundária, tendo em vista que a prioridade é a RCP de boa qualidade e desfibrilação imediata. O acesso venoso deve estabelecido IV ou IO, sem interromper as compressões torácicas (SBC, 2013, p.29). É preferencial obter o acesso venoso periférico nos membros superiores (veia antecubital) para administração de drogas pela via intravenosa. Após cada administração de droga em bolus por esta via, é recomendado infundir 20 ml de solução salina e elevar o membro por 10 a 20 segundos (SBC2013, p.29). A Administração intraóssea (Figura 16) é utilizada quando não é possível estabelecer o acesso IV, e por esta via, é possível obter concentrações plasmáticas similares ao acesso IV (SBC, 2013, p.29). Figura 16- Punção intraóssea Fonte: ResearchGate.net 2.2.2 Acesso intravenoso central O acesso intravenoso central é uma via de administração de medicamentos que apresenta a vantagem de obter maiores concentrações plasmáticas, menor tempo de circulação, e através dele, também é possível identificar a saturação venosa central e estimar a pressão de perfusão coronariana (SBC, 2013, p.29). 2.2.3 Acesso endotraqueal O acesso endotraqueal pode ser utilizado para administrar drogas como lidocaína, adrenalina, atropina, naloxone e vasopressina, porém, nesta via, as concentrações plasmáticas são menores quando comparadas com a via IV. Por isso, a via endotraqueal deve ser selecionada para administração de medicamentos em RCP somente diante da impossibilidade de obter as vias IV e IO (SBC, 2013, p.29). 26 2.3 Intervenções medicamentosas na RCP A PCR é uma situação de emergência que exige intervenções com rapidez e eficácia para garantir a estabilização do quadro clínico e um melhor prognóstico da vítima. Para isso, o Manual de Atualização das Diretrizes de 2015 da American Heart Association (AHA) para Ressuscitação Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE) traz as recomendações a seguir: A epinefrina (adrenalina) é o vasopressor utilizado na PCR para ressuscitação. A vasopressina foi removida do algoritmo de PCR, tendo em vista que em combinação com a epinefrina não proporciona nenhuma vantagem (AHA, 2015, p.13). Em pacientes intubados, a baixa quantidade de dióxido de carbono ao final da expiração (ETCO2), está associada a baixa probabilidade de RCP após 20minutos de RCP, porém, não pode ser aplicado como critério único para determinar o término da ressuscitação (AHA, 2015, p.13). Em pacientes que não respondem à RCP convencional, a ressuscitação cardiopulmonar extracorpórea (ECPR) pode ser considerada, em ambientes em que seja possível utilizá-la rapidamente (AHA, 2015, p.13). Em casos de retorno da circulação espontânea após FV ou TVSP, a lidocaína pode ser utilizada imediatamente (AHA, 2015, p.13). 2.3.1 Vasopressor A Epinefrina é uma droga muito utilizada em PCR, pois, possibilita o aumento da pressão de perfusão cerebral e coronariana, e deve ser utilizada da seguinte forma: FV e TVSP: 1mg IV/IO a cada 3 - 5min. Assistolia e AESP: 1mg IV/IO a cada 3 - 5min (SBC, 2018, p.5). FIQUE LIGADO Durante a administração de medicações as manobras de RCP não devem ser interrompidas. 27 2.3.2 Antiarrítmicos A AHA (2018, p.3), recomenda que a amiodarona ou a lidocaína podem ser utilizadas para FV/TVSP não responsiva a desfibrilação, conforme as doses abaixo: a) Amiodarona: a primeira dose deve ser de 300 mg IV/IO, e pode usar uma segunda dose de 150 mg IV/IO (SBC, 2018, p.5). b) Lidocaína: a dose inicial deve ser de 1 a 1,5 mg/kg, e a segunda dose, de 0,5 a 0,75 mg/kg (SBC, 2018, p.5). O sulfato de magnésio não é recomendado em uso rotineiro na RCP, mas pode ser utilizado para tratamento de TV polimórfica associada a intervalo QT longo (AHA, 2018, p.3). A dose de sulfato de magnésio deve ser de 1 a 2g, diluído em 10 ml de soro glicosado 5% (SBC, 2013, p.31). Quadro 4 – Intervenções não recomendadas rotineiramente durante a PCR Medicamento Justificativa Reposição volêmica A infusão de líquidos em PCR deve ser realizada quando houver suspeita de hipovolemia. Atropina Não esteve associada com benefícios significativos no manuseio da PCR intra ou extra-hospitalar. Bicarbonato de sódio Pode gerar problemas tais como: aumento na geração de CO2, exacerbando a acidose intracelular; efeito inotrópico negativo no miocárdio isquêmico; aumento da osmolaridade sérica e desvio da curva de dissociação da hemoglobina para a esquerda. Cálcio Altos níveis séricos de cálcio IV podem ser prejudiciais para o miocárdio isquêmico, capaz de agravar a recuperação neurológica. Fibrinolíticos Pode ser considerada utilizada quando suspeita de embolia pulmonar. Fonte: SBC(2013, p.31). 2.4 Tratamento da PCR conforme o ritmo A seguir, será abordado o tratamento da PCR conforme os ritmos: FV, TVSP, assistolia e AESP. 2.4.1 Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso A desfibrilação precoce é indicada em casos de ritmo como FV/TVSP (Figura 17 e 18), considerando que no ambiente intra-hospitalar, é ideal que a desfibrilação ocorra até 28 três minutos do início da PCR. Quando tem a presença de dois socorristas, um deve carregar o desfibrilador enquanto o outro permanece nas compressões torácicas. Antes de desfibrilar, é necessário que seja feito o aviso prévio para que todos possam se afastar antes de realizar o choque. Após o choque, as compressões torácicas devem ser iniciadas imediatamente, de forma contínua, durante dois minutos, e após este tempo, realizar nova reavaliação(SBC, 2013, p.24). Figura 17 - Paciente em PCR em ritmo FV e TVSP Fonte: ecgpedia.org. Figura 18 – Fibrilação Ventricular Grosseira Fonte: SBC(2013, p. 8). ATENÇÃO A interrupção das compressões torácicas para análise do ritmo, não deve ultrapassar 10 segundos. A energia do desfibrilador bifásico deve ser entre 120-200 J, de acordo com as orientações do fabricante, enquanto no desfibrilador monofásico, o choque deve ser administrado com 360 J. Diante dessas duas modalidades, as pás são posicionadas no ápice cardíaco e abaixo da clavícula direita, ou anteroposterior (SBC, 2013, p.24). 29 Se a FV/TVSP persistir, deve-se administrar os medicamentos conforme demonstrado no quadro 5. Quadro 5 – Medicamentos utilizados em FV/ TVSP MEDICAMENTO TEMPO Amiodarona 300 mg EV seguido de 20ml de SF e elevação do membro superior Pode repetir na dose de 150 mg EV, após 3-5 min. Lidocaína 2% 1-1,5mg/Kg EV/IO Pode repetir na dose de 0,5- 0,75mg/Kg, após 5-10 min. Sulfato de magnésio a 50% 1 - 2g EV/IO diluído em 10-20ml de glicose 5% Fonte: Silva (2018, p.22). ATENÇÃO Checar o ritmo após 2 minutos do choque. Se a FV/TVSP persistir, realize novo choque. 2.4.2 Assistolia Na assistolia há ausência de sístoles, ou seja, as células musculares cardíacas e a condução elétrica não estão exercendo suas funções (Figura 19). Figura 19 - Paciente em PCR em ritmo de assistolia Fonte: Float Nurse. Em casos de assistolia, é necessário administrar epinefrina precoce – 1mg EV/IO em bolus, seguida de 20ml de SF e elevação do membro superior, repetida a cada 3-5 min. A cada 2 minutos, o ritmo deve ser checado novamente (SILVA, 2018, p. 23). 30 2.4.3 Atividade elétrica sem pulso (AESP) A AESP (Figura 20) é caracterizada pela presença de atividade elétrica no miocárdio, mas o pulso não é detectável. Figura20 -Paciente em PCR em ritmo de AESP Fonte: Float Nurse. Diante deste caso, deve-se administrar epinefrina1mg EV/IO em bolus, seguido de 20ml de SF e elevação do membro superior e após 2 minutos, o ritmo deve ser checado novamente (SILVA, 2018, p.26). 2.5 Cuidados pós PCR Diversos fatores devem ser analisados e tem influência na decisão de quando interromper as manobras de reanimação, tais como: histórico da patologia do paciente e seu prognóstico antecipado; o período que passou entre a parada cardíaca e o início das manobras de reanimação; o intervalo de tempo entre a parada cardíaca e a desfibrilação; o tempo em que são realizadas as manobras avançadas de vida, entre outros. Além disso, em pacientes com via aérea avançada, um fator é a incapacidade de se obter valores de CO2 acima de 10mmHg pela capnografia em forma de onda após 20 minutos de RCP, de acordo com as diretrizes de 2015 da AHA (SILVA, 2018, p. 20). Os cuidados pós PCR basicamente envolvem a realização de angiografia coronária, controle de temperatura e correção de hipotensão. A angiografia coronária é um exame radiológico que possibilita a observação das artérias das coronárias, o qual é recomendado em casos de emergência envolvendo infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMST) e para pacientes 31 hemodinâmica ou eletricamente instáveis sem supradesnivelamento do segmento ST (AHA, 2015, p.15). A terapia fibrinolítica consiste em diminuir o tempo de isquemia no miocárdio, o que pode reduzir as complicações imediatas e tardias. Quando este tratamento estiver disponível para o tratamento de IAMST, é necessário dar preferência à triagem pré- hospitalar e executar o transporte direto a um centro de intervenção coronariana percutânea (AHA, 2015, p.17). Em casos onde ocorre o IAMST em um hospital sem a possibilidade de realizar a intervenção coronariana percutânea, é recomendado transferir o paciente imediatamente a uma unidade que possibilite essa intervenção, por isso, não é recomendado a fibrinólise imediata no hospital inicial. Quando não é possível realizar esta transferência em tempo adequado, a alternativa é iniciar o tratamento fibrinolítico com posterior angiografia (AHA2015, p.17). Os pacientes adultos em coma com retorno da circulação espontânea após a PCR devem passar por um controle direcionado de temperatura, mantida entre 32°C e 36°C, durante no mínimo 24 horas, além disso, é recomendado evitar ativamente a febre nesses pacientes (AHA, 2015, p.15). Após a ressuscitação, as metas hemodinâmicas consistem em prevenir e corrigir a hipotensão arterial (sistólica menor que 90 mmHge pressão arterial média menor que 65 mmHg) (AHA, 2015, p.15). Para melhor fixação do conteúdo, a Figura 21 demonstra o Algoritmo de PCR em adultos no SAV. Figura21 – Algoritmo circular de PCR em adultos 32 Fonte: AHA(2018, p. 5). 2.6 Suporte avançado de vida em pediatria O SAV em pediatria implica no acréscimo ao suporte básico de manobras invasivas para garantir ventilação e circulação. A seguir, serão abordados os tópicos específicos de RCP em pediatria: carga do choque para desfibrilação, tratamento medicamentoso e retorno da circulação espontânea. 2.6.1 Qualidade da RCP A compressão torácica deve atingir 1/3 do diâmetro torácico anteroposterior, e frequência de 100-120/min., minimizando as interrupções e deve-se evitar a ventilação excessiva. A relação compressão-ventilação é de 15:2 quando não tem via aérea avançada (AHA, 2018, p.5). 2.6.2 Carga do choque para desfibrilação Em pacientes pediátricos, o primeiro choque acionado é de 2 J/kg e segundo choque de 4 J/kg. Os choques a seguir, devem ser iguais ou superiores a 4 J/kg, podendo atingir no máximo 10 J/kg (AHA, 2018, p.5). 33 2.6.3 Tratamento medicamentoso A AHA (2018, p.5) recomenda o tratamento medicamentoso de PCR em pediatria, conforme descrito a seguir: a) Epinefrina: Dose IO/IV, de 0,01 mg/kg (0,1 ml/kg na concentração de 1:10.000), repetindo a cada 3 ou 5 minutos. Pode ser administrada via endotraqueal na dose de 0,1 mg/kg (0,1 ml/kg na concentração de 1:1.000). b) Amiodarona: Dose IO/IV de 5mg/kg em bolus, e pode ser repetida em casos de FV/TVSP refratária, no máximo duas vezes. c) Lidocaína: Dose IV/IO de 1 mg/kg, em infusão de 20 a 50 mcg/kg/min. 2.6.4 Via aérea avançada Quando houver intubação endotraqueal ou via aérea supraglótica, a ventilação deve ser administrada na proporção de 1 ventilação a cada 6 segundos (10 ventilações por minuto) (AHA, 2018, p.5). 2.6.5 Retorno da circulação espontânea Após o retorno da circulação espontânea é necessário o monitoramento da pressão arterial, a fim de manter a pressão sistólica adequada e evitar hipotensão. Além disso, os socorristas devem evitar a hipoxemia, mantendo a normoxemia (saturação de oxi- hemoglobina de 94% ou mais) (AHA, 2015, p.24). 2.7 Ressuscitação neonatal A PCR neonatal ocorre pricipalmente por asfixia, por isso, o foco da ressuscitação inicial é a ventilação.Os principais tópicos neonatais abordados pela AHA em 2015 foram os seguintes: De acordo com a AHA (2015, p.25) ordem das três perguntas de avaliação consiste em: 1) Gestação a termo? 2) Bom tônus? 3) Respira ou chora? 34 O minuto de ouro (60 segundos) é importante para concluir os passos iniciais, reavaliar e iniciar a ventilação quando necessária, sem atrasos desnecessários (AHA, 2015, p.25). A temperatura do recém nascido (RN) deve ser registrada, sendo que em bebês não asfixiados deve manter entre 36,5 °C e 37,5 °Cdesde a admissão até aestabilização (AHA, 2015, p.25). Diversas estratégias devem ser adotadas para evitar a hipotermia, tais como: berços aquecidos, capa plástica com capuz, colchão térmico, aumento da temperatura ambiente, etc. Porém, a temperatura superior a 38 °C deve ser evitada (AHA, 2015, p.25). Quando os recursos são limitados durante as primeiras horas de vida do RN, o uso de capas plásticas e o contato pele a pele são medidas que podem reduzir a mortalidade (AHA, 2015, p.25). Ao nascimento, se o RN apresentar líquido amniótico meconial, tônus muscular insatisfatório e esforços respiratórios inadequados, é importante colocá-lo em um berço aquecido e iniciar ventilação pressão positiva (VPP), quando necessário. Se a via aérea estiver obstruída, a intervenção pode incluir intubação e aspiração (AHA, 2015, p.25). É fundamental a avaliação da frequência cardíaca durante o primeiro minuto de ressuscitação, por isso, o ECG de três derivações pode ser utilizado para uma avaliação mais precisa, além da necessidade de avaliar a oxigenação do RN pela oximetria de pulso (AHA, 2015, p.25). A máscara laríngea é recomendada durante a ressuscitação de RN com 34 semanas ou mais de gestação em situações onde a ventilação com máscara facial não é suficiente, ou a intubação traqueal é inviável (AHA, 2015, p.25). Embora faltem evidências científicas sobre o uso de oxigênio durante a RCP, é indicado o uso de oxigênio a 100% quando aplicado as compressões torácicas, sendo recomendada a diminuição gradativa de oxigênio quando recuperada a frequência cardíaca (AHA, 2015, p.25). FIQUE LIGADO Perguntas de avaliação neonatal: 1) Gestação a termo? 2) Bom tônus? 3) Respira ou chora? 35 36 CAPÍTULO 3 - TRANSPORTE DE PACIENTES E CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS 3.1 Transporte de pacientes A implantação de redes regionalizadas e hierarquizadas de atendimento possibilitam a organização da assistência e articulação dos serviços, a fim de definir os fluxos e referências para que ocorra a promoção da universalidade do acesso, equidade e integralidade da assistência. Para isso, os sistemas Estaduais de urgência e emergência são estruturados de uma forma que envolve toda a rede assistencial, como a rede pré- hospitalar, (unidades básicas de saúde, programa de saúde da família, ambulatórios especializados, serviços de diagnóstico e terapias, unidades não hospitalares), serviços de atendimento pré-hospitalar móvel (SAMU, Resgate, ambulâncias do setor privado, etc.); e a rede hospitalar de alta complexidade, onde todos esses componentes se responsabilizam sobre determinada demanda de urgência, de acordo com as complexidades para promover a resolução. Esses níveis devem atuar de forma complementar, organizados e regulados com referência e contra referência, para que cada serviço faça o acolhimento e atenda adequadamente a demanda, e faça o encaminhamento quando o serviço não oferece os recursos necessários para o atendimento (BRASIL, 2002, p.4). Na atenção em urgência e emergência, é fundamental que o transporte do paciente até o local de referência ocorra de maneira segura e com assistência adequada, a fim de atender as necessidades de cada caso. Para isso, o profissional de saúde deverá avaliar o paciente, realizar o atendimento inicial e preparar para o transporte, considerando que um transporte inadequado, pode resultar em sequelas ou até mesmo o óbito. O Enfermeiro e sua atuação na urgência e emergência é essencial no âmbito do gerenciamento e assistência, tendo em vista suas competências e atribuições: Supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no Atendimento PréHospitalar Móvel; executar prescrições médicas por telemedicina; prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; prestar a assistência de enfermagem à gestante, a parturiente e ao recém nato; realizar partos sem distócia; participar nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgências, particularmente nos programas de educação continuada; fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão; subsidiar os responsáveis pelo desenvolvimento de recursos humanos para as necessidades de educação continuada da equipe; obedecer a Lei do Exercício Profissional e o Código de Ética de Enfermagem; conhecer equipamentos e realizar manobras de extração manual de vítimas (BRASIL, 2002, p. 14). 37 O nível pré-hospitalar móvel em urgência busca promover o atendimento precoce à vítima que tenha sofrido algum agravo à saúde, seja de origem clínica, traumática, psiquiátrica, entre outras. Sendo assim, o transporte deve ser hierarquizado e integrado ao SistemaÚnico de Saúde (SUS), vinculado a uma central de regulação, onde os veículos tenham os recursos necessários para atender a população. O acesso a esta central deve ser fácil, gratuita (192) e amplamente divulgada à comunidade, sendo que neste tipo de atendimento, o médico regulador avalia o caso, orienta e envia uma equipe de atendimento ao local (BRASIL, 2002, p.12). ATENÇÃO O médico regulador orienta a equipe de atendimento através de uma rede de comunicação entre a central, as ambulâncias e demais serviços. A limitação da região de cobertura deste serviço é previamente definida, conforme os aspectos demográficos, territoriais, populacionais, indicadores de saúde, ofertas de serviços, entre outros, sendo que os gestores devem pactuar as ações de acordo com a hierarquização e regionalização (BRASIL, 2002, p.12). FIQUE LIGADO Regionalização e Hierarquização: os serviços de saúde devem ser organizados conforme os níveis de complexidade, em determinada área geográfica. A Regionalização é referente a articulação entre os serviços existentes, enquanto a Hierarquização divide os níveis de atenção para garantir o acesso. Os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel contam com profissionais da área da saúde, composta por: coordenador do serviço; responsável técnico (Médico); responsável de Enfermagem (Enfermeiro); Médicos reguladores; Médicos intervencionistas; Enfermeiros assistenciais; Auxiliares e Técnicos em Enfermagem. 3.2 Veículos de atendimento pré-hospitalar móvel 38 O Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel, vinculado a uma central de regulação, conta com uma equipe e frota de veículos para atender as necessidades de saúde da população de um Município ou região, sendo que estes veículos serão descritos a seguir. 3.2.1 Ambulâncias São veículos destinados exclusivamente ao transporte de enfermos, classificadas conforme a Portaria 2048 de 5 de novembro de 2002: Tipo A: Ambulância de transporte: destinado ao transporte de pacientes de caráter eletivo, onde não apresentam risco de vida. Tipo B: Ambulância de suporte básico, destinado ao transporte de pacientes com risco de vida conhecido no âmbito inter-hospitalar e ao atendimento pré-hospitalar com o risco de vida desconhecido, sem classificação da necessidade de intervenção médica durante o transporte. Tipo C: Ambulância de Resgate, destinado a atender urgências pré- hospitalares, em casos de vítimas de acidentes, ou outros, incluindo equipamentos de salvamento (aquático, terrestre e em alturas). Tipo D: Ambulância de suporte avançado, destinado ao atendimento e transporte de pacientes em emergências pré-hospitalares, ou seja, pacientes de alto risco de vida, sendo assim, deve ter equipamentos necessários para a prestação de cuidados intensivos. Tipo E: Aeronave de transporte médico, destinada ao transporte inter- hospitalar e ações de resgate. Tipo F- Embarcação de transporte médico por via marítima ou fluvial; possui equipamentos médicos para o atendimento conforme sua gravidade. SAIBA MAIS As ambulâncias, de acordo com suas respectivas classificações, devem conter o mínimo de materiais e equipamentos determinados para garantir um atendimento pré-hospitalar com qualidade. Para saber mais sobre esse assunto, acesse: Definição dos materiais e equipamentos das ambulâncias: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html 39 Os veículosde suporte avançado, como terrestres, aquáticos e aeronaves, devem conter os medicamentos obrigatórios, conforme quadro 6. Quadro 6- Medicamentos das Ambulâncias Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, epinefrina, atropina; dopamina; aminofilina; dobutamina; hidrocortisona; glicose50% Soros: glicosado 5%; fisiológico 0,9%; ringer lactato Psicotrópicos: hidantoína; meperidina; diazepan; midazolan Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, ketalar, quelecin Outros: água destilada; metoclopramida; dipirona; hioscina; dinitrato de isossorbitol; furosemide; amiodarona; lanatosideo C. Fonte: Brasil (2002, p.21). 3.2.2 Tripulação das ambulâncias Os profissionais que atuam como tripulantes em serviços de atendimento pré- hospitalar móvel devem ser habilitados e cumprir as exigências do conteúdo curricular. Esta tripulação é composta por profissionais, de acordo com a classificação das ambulâncias (Quadro 7). Quadro 7 – Classificação e tripulação das ambulâncias Classificação das ambulâncias Tripulação Ambulância tipo A 01 Motorista; 01 técnico ou auxiliar em Enfermagem Ambulância tipo B 01 Motorista; 01 técnico ou auxiliar em Enfermagem Ambulância tipo C 01 Motorista; 02 profissionais com certificação em salvamento e suporte básico de vida Ambulância tipo D 01 motorista; 01 Enfermeiro e 01 Médico Ambulância tipo E (Aeronave) Piloto; 01 Médico e 01 Enfermeiro Ambulância tipo F (Embarcações) SBV: Condutor; 01 auxiliar ou técnico em Enfermagem SAV: 01 Médico; 01 Enfermeiro Fonte: Brasil (2002, p.2). 3.3 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) O SAMU é um componente da rede de atenção às urgências que tem como objetivo ordenar o fluxo assistencial e promover atendimento precoce e transporte adequado às vítimas, mediante veículos tripulados com equipes especializadas. A Portaria Nº 1.864, de 29 de setembro de 2003institui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de 40 Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em Municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU- 192. A Portaria nº 1.010, de 21 de maio de 2012 redefine as diretrizes para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e sua Central de Regulação das Urgências. Para efeito desta Portaria, considera-se: SAMU 192: componente assistencial móvel da Rede de Atenção às Urgências que tem como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras) que possa levar a sofrimento, à sequelas ou mesmo à morte, mediante o envio de veículos tripulados por equipe capacitada, acessado pelo número "192" e acionado por uma Central de Regulação das Urgências; Central de Regulação das Urgências: estrutura física constituída por profissionais (médicos, telefonistas auxiliares de regulação médica e rádio-operadores) capacitados em regulação dos chamados telefônicos que demandam orientação e/ou atendimento de urgência, por meio de uma classificação e priorização das necessidades de assistência em urgência, além de ordenar o fluxo efetivo das referências e contrarreferências dentro de uma Rede de Atenção; Base Descentralizada: infraestrutura que garante tempo resposta de qualidade e racionalidade na utilização dos recursos do componente SAMU 192 regional ou sediado em Município de grande extensão territorial e/ou baixa densidade demográfica, conforme definido no Plano de Ação Regional, com a configuração mínima necessária para abrigo, alimentação, conforto das equipes e estacionamento da(s) ambulância(s). Esta Portaria também define as espécies das unidades móveis para atendimento de urgência (Quadro 8). Quadro 8 – Espécies das unidades móveis de atendimento de urgência Classificação Tripulação Suporte Básico de Vida Terrestre No mínimo 2 (dois) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem. Suporte Avançado de Vida Terrestre No mínimo 3 (três) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico. Equipe de Aeromédico No mínimo um médico e um enfermeiro. Equipe de Embarcação No mínimo 2 (dois) ou 3 (três) profissionais,de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado. 41 SBV: condutor da embarcação e um auxiliar/ técnico de enfermagem SAV: um médico e um enfermeiro Motolância Conduzida por um profissional de nível técnico ou superior em enfermagem com treinamento para condução de motolância. Veículo de Intervenção Rápida (VIR) No mínimo um condutor de veículo de urgência, um médico e um enfermeiro. Fonte: Brasil, 2012. A central de regulação médica das urgências conta com uma estrutura física com atuação de médicos, telefonistas auxiliares de regulação médica e rádio operadores que prestam orientações e/ou atendimento de urgência; classificam as necessidades e ordenam o fluxo de atendimento. O SAMU também intermedia, através da central de regulação médica, as transferências inter-hospitalares de pacientes graves internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, as necessidades do paciente são analisadas; as condições de sua recepção são conferidas e equipes apropriadas para a transferência são acionadas a fim de evitar interrupção no suporte hemodinâmico, ventilatório e medicamentoso (NEU, 2015) O Conselho Federal de Medicina (CFM), através da Resolução CFM nº 1.672, de 9 de julho de 2003, dispõe sobre o transporte inter-hospitalar de pacientes e dá outras providências, normatizando as condutas de transporte com segurança. Sendo assim, de acordo com essa Resolução, o sistema de transporte inter-hospitalar de pacientes, deve ser realizado conforme estabelecido abaixo: I- O hospital previamente estabelecido como referência não pode negar atendimento aos casos que se enquadrem em sua capacidade de resolução. II- Pacientes com risco de vida não podem ser removidos sem a prévia realização de diagnóstico médico, com obrigatória avaliação e atendimento básico respiratório e hemodinâmico, além da realização de outras medidas urgentes e específicas para cada caso. III- Pacientes graves ou de risco devem ser removidos acompanhados de equipe composta por tripulação mínima de um médico, um profissional de enfermagem e motorista, em ambulância de suporte avançado. Nas situações em que seja tecnicamente impossível o cumprimento desta norma, deve ser avaliado o risco potencial do transporte em relação à permanência do paciente no local de origem. IV- Antes de decidir a remoção do paciente, faz-se necessário realizar contato com o médico receptor ou diretor técnico no hospital de destino, e ter a concordância do(s) mesmo(s). V- Todas as ocorrências inerentes à transferência devem ser registradas no prontuário de origem. VI- Todo paciente removido deve ser acompanhado por relatório completo, legível e assinado (com número do CRM), que passará a integrar o prontuário no destino. 42 Quando do recebimento, o relatório deve ser também assinado pelo médico receptor. VII- Para o transporte, faz-se necessária a obtenção de consentimento após esclarecimento, por escrito, assinado pelo paciente ou seu responsável legal. Isto pode ser dispensado quando houver risco de morte e impossibilidade de localização do(s) responsável(is). Nesta circunstância, o médico solicitante pode autorizar o transporte, documentando devidamente tal fato no prontuário. VIII- A responsabilidade inicial da remoção é do médico transferente, assistente ou substituto, até que o paciente seja efetivamente recebido pelo médico receptor(CFM,2003). Quando o transporte é realizado por ambulância do tipo D, E ou F, a responsabilidade pelo transporte é do médico da ambulância, até a chegada ao local de destino(CFM,2003). O transporte de paciente neonatal deve ser feito em ambulância tipo D, aeronave ou nave, e deve conter: incubadora de transporte de recém-nascido devidamente fixada na ambulância, com bateria e ligação à tomada do veículo; suporte em seu próprio pedestal para cilindro de oxigênio e ar comprimido; controle de temperatura com alarme; respirador de transporte neonatal; além disso, deve conter a mesma aparelhagem e medicamentos de suporte avançado, específicos para o uso neonatal. (CFM,2003). É fundamental que o transporte do paciente seja realizado de modo seguro, e com embasamento científico. Para isso é fundamental que a equipe responsável pelo transporte tenha como fundamento o planejamento das ações; coordenação; comunicação; equipamento e monitorização. O estudo de Braga et. al., (2019, p.7) apontou as principais dificuldades do atendimento pré-hospitalar descritas na literatura nos últimos 10 anos, onde identificou falta de integração entre os serviços, déficit de materiais, falta de capacitação dos profissionais, demandas não pertinentes, falha na comunicação entre os serviços, carência de protocolos específicos, entre outros. Abordaram a necessidade de atualizações profissionais para que o atendimento seja realizado com técnicas seguras e ocorram investimentos em recursos humanos e materiais. Além disso, a população precisa ser orientada sobre o uso adequado desses serviços, a fim de evitar o uso equivocado, com chamadas onde a assistência é desnecessária. 3.4 Classificação de risco O Ministério da Saúde (MS), criou em 2003 a Política Nacional de Humanização (PNH) – HumanizaSUS, um eixo norteador para as práticas de gestão e assistência, o qual 43 envolve a participação de todos os sujeitos nos diversos processos de trabalho em saúde, tendo em vista que a humanização em saúde inclui o usuário, trabalhadores e gestores (SILVA et. al.,2011). De acordo com essa política, os serviços de urgência e emergência devem ter critérios de avaliação de risco, acolher e incluir toda a demanda e os serviços devem garantir a resolução das necessidades do paciente, oferecendo estrutura e transferências necessárias. Os serviços devem adotar a gestão participativa, também devem fazer a identificação da equipe, acolher o usuário e fornecer todas as informações necessárias (BRASIL, 2003, p.7). Com o surgimento da Política Nacional de Humanização, os serviços de saúde precisaram se reorganizar para garantir à população atendimento resolutivo, humanizado e com acolhimento adequado, diante dessa necessidade, houve a proposta de implementar o acolhimento com classificação de risco. A classificação de risco é utilizada nos serviços de urgência e emergência para avaliar pacientes que necessitam de atendimento imediato, conforme seu potencial de risco, agravo à saúde ou determinado grau de sofrimento. O acolhimento enquanto triagem classificatória: “[...] deve ser realizado por profissional de saúde, de nível superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento”. Após a triagem e realização do atendimento, o paciente deve ter encaminhamento garantido através das centrais de regulação ou fluxos pactuados (BRASIL, 2002, p.20). Além disso, essa ferramenta tem como objetivo garantir o atendimento conforme o grau de risco; informar o paciente e seus familiares sobre o risco e tempo de espera; promover o trabalho e avaliação contínua do processo junto à equipe; favorecer as condições de trabalho; obter melhor satisfação dos usuários, entre outros (BRASIL, 2009, p.25). 3.5 Modelos de triagem para classificação de risco Atualmente existem diversos modelos de classificação de risco, os quais utilizam entre 02 a 05 níveis de gravidade. Os modelos mais avançados e utilizados nos serviços de saúde são: Modelo Australiano; Canadense; Manchester; Americano e de Andorra (JUNIOR; TORRES; RAUSCH,2014, p.3). 44 O Modelo Australiano (Australasia Triage Scale - ATS) é considerado pioneiro e emprega tempos de espera de acordo com a gravidade, semelhante ao modelo Canadense (Canadian Triage Acuity Scale - CTAS), o qual émais complexo e tem uma situação pré-definida como mecanismo de entrada (Quadro 9). Quadro 9 – Comparativo entre o Modelo Australiano e Canadense Escala Prioridade Tempo Escala Australiana Categoria 1 – Reanimação Categoria 2 – Emergência Categoria 3 – Urgência Categoria 4 – Pouco urgente Categoria 5 – Não urgente Avaliação imediata Avaliação em 10 min. Avaliação em 30 min. Avaliação em 60 min. Avaliação em 120 min. Escala Canadense Nível I – Reanimação Nível II – Emergência Nível III – Urgência Nível IV – Pouco urgente Nível V – Não urgente Avaliação imediata Avaliação em 15 min. Avaliação em 30 min. Avaliação em 60 min. Avaliação em 120 min. Fonte: Adaptado de Gilboy et. al (2005, p 09). O Modelo de Manchester (Manchester Triage System - MTS) inclui algoritmos e discriminadores chaves, relacionados ao tempo de espera simbolizado por cores, e tem como mecanismo de entrada queixa/situação do paciente (Quadro 10). Quadro 10 - Classificação de risco – Manchester VERMELHO Emergente - imediato LARANJA Muito urgente – 10 minutos AMARELO Urgente – 60 minutos VERDE Pouco urgente – 120 minutos AZUL Não urgente – 240 minutos Fonte: Adaptado de Gilboy et. al. (2005, p 09). Já o Modelo Americano (Emergency Severity Index - ESI) usa um algoritmo único que foca na necessidade de recursos para o atendimento; enquanto o Modelo de Andorra (Model Andorràdel Trialge – MAT) é baseado em sintomas e algoritmos, considerado como mais complexo e demorado. 3.6 Prioridades da classificação de risco O Ministério da Saúde publicou uma cartilha em 2004 com sugestões para a realização da classificação de risco após o atendimento inicial e encaminhamento do 45 paciente ao consultório de Enfermagem, sendo que esta classificação deve conter (BRASIL, 2004, p.27): a) Situação, queixa e duração; b) Breve histórico (relatado pelo paciente, familiar ou testemunhas); c) Uso de medicações; d) Verificação de sinais vitais; e) Exame físico sumário buscando sinais objetivos; f) Verificação da glicemia, ECG se necessário. A classificação de risco, deverá ser feita de acordo com os níveis abordados no quadro 11. Quadro 11 - Classificação de risco – Ministério da saúde VERMELHO Prioridade zero – emergência, necessidade de atendimento imediato AMARELO Prioridade 1- urgência, atendimento o mais rápido possível VERDE Prioridade 2 – prioridade não urgente AZUL Prioridade 3 – consultas de baixa complexidade – atendimento de acordo com o horário de chegada Fonte: Brasil (2004, p. 27). 3.6.1 Vermelho Pacientes que necessitam de atendimento imediato. As principais situações/queixas são (BRASIL, 2004, p.28): Politraumatizado grave: lesão grave de um ou mais órgãos e sistemas; ECGl<12; Queimaduras com mais de 25% de área de superfície corporal queimada ou com problemas respiratórios; Traumatismo cranioencefálico grave; Estado mental alterado ou em coma associado ou não a história de uso de drogas com com ECGl< 12; Comprometimentos da coluna vertebral; Desconforto respiratório grave; Dor no peito associado à falta de ar e cianose (dor em aperto, facada, agulhada com irradiação para um ou ambos os membros superiores, ombro, região cervical e mandíbula, de início súbito, de forte intensidade acompanhada de sudorese, náuseas e vômitos ou queimação epigástrica, acompanhada de perda 46 de consciência, com história anterior de IAM, angina, embolia pulmonar, aneurisma ou diabetes; qualquer dor torácica com duração superior a 30 minutos, sem melhora com repouso); Perfurações no peito, abdome e cabeça; Crises convulsivas (inclusive pós-crise); Intoxicações exógenas ou tentativas de suicídio com ECGl<12; Anafilaxia ou reações alérgicas associadas a insuficiência respiratória; Tentativas de suicídio; Complicações de diabetes (hipo ou hiperglicemia); Parada cardiorrespiratória; Alterações de sinais vitais em paciente sintomático: Pulso > 140 ou <45 PA diastólica < 130mmHg PA sistólica < 80mmHg FR >34 ou<10 Hemorragias não controláveis; Infecções graves – febre, exantema petequial ou púrpura, alteração do nível de consciência. Amarelo Pacientes que não correm riscos imediatos de vida, mas precisam ser atendidos o mais rápido possível, em casos de (BRASIL, 2004, p.31): Politraumatizado com Glasgow entre 13 e 15; sem alterações de sinais vitais; Cefaleia intensa de início súbito ou rapidamente progressiva, acompanhada de sinais ou sintomas neurológicos; Trauma cranioencefálico leve (ECG entre 13 e15); Diminuição do nível de consciência; Alteração aguda de comportamento: agitação, letargia ou confusão mental; História de convulsão/pós-ictal – convulsão nas últimas 24horas; Antecedentes com problemas respiratórios, cardiovasculares e metabólicos(diabetes); Crise asmática; 47 Diabético apresentando sudorese, alteração do estado mental, visão turva, febre, vômitos, taquipneia,taquicardia; Desmaios; Estados de pânico,overdose; Alterações de sinais vitais em paciente sintomático: FC < 50 ou >140 PA sistólica < 90 ou >240 PA diastólica >130 T < 35 ou >40 História recente de melena ou hematêmese ou enterorragia com PA sistólica, 100 ou FC >120; Epistaxe com alteração de sinais vitais; Dor abdominal intensa com náuseas e vômitos, sudorese, com alteração de sinais vitais (taquicardia ou bradicardia, hipertensão ou hipotensão,febre); Sangramento vaginal com dor abdominal e alteração de sinais vitais; gravidez confirmada ou suspeita; Náuseas/vômitos e diarreia persistente com sinais de desidratação grave – letargia, mucosas ressecadas, turgor pastoso, alteração de sinais vitais; Febre alta (39/40ºC); Fraturas anguladas e luxações com comprometimento neurovascular ou dor intensa; Intoxicação exógena sem alteração de sinais vitais, Glasgow de15; Vítimas de abuso sexual; Imunodeprimidos com febre. Verde Pacientes em condições agudas (urgência relativa) ou não agudas atendidos com prioridade sobre consultas simples – espera até 30 minutos (BRASIL, 2004, p.34): Idade superior a 60anos; Gestantes com complicações da gravidez; Pacientes escoltados; Pacientes doadores de sangue; Deficientes físicos; 48 Retornos com período inferior a 24 horas devido a não melhora do quadro; Impossibilidade de deambulação; Asma fora de crise; Enxaqueca – pacientes com diagnóstico anterior de enxaqueca; Dor de ouvido moderada agrave; Dor abdominal sem alteração de sinais vitais; Sangramento vaginal sem dor abdominal ou com dor abdominal leve; Vômitos e diarreia sem sinais de desidratação; História de convulsão sem alteração de consciência; Lombalgia intensa; Abcessos; Distúrbios neurovegetativos; Intercorrências ortopédicas. Azul Condições não enquadradas nas situações/queixas acima (BRASIL, 2004, p.35): Queixas crônicas sem alterações agudas; Procedimentos como: curativos, trocas ou requisições de receitas médicas, avaliação de resultados de exames, solicitações de atestados médicos. Contudo, é possível considerar que partir da implantação da Política Nacional de Humanização nos serviços de urgência objetivou-se reorganizar os processos de trabalho visando melhorias para um tratamento humanizado. Assim, o acolhimento com classificação de risco deve favorecer uma relação profissional/ usuário a fim de promover a resolução das necessidades, a partir do envolvimento e corresponsabilidade de todos os envolvidos no processo, como usuários, profissionais e gestores. Além disso, a organização da rede de saúde é fundamental para que a assistência à saúde seja garantida de forma integral e igualitária, com base nos fundamentos do SUS e necessidadesdos usuários. Portanto a política de humanização tenta desempenhar a escuta dos problemas de saúde dos usuários de forma qualificada, a fim de oferecer uma resposta positiva e responsabilizar-se pela resolução dos problemas apresentados. 49 REFERENCIAS AEHLERT B. ACLS suporte avançado de vida em cardiologia: emergências em cardiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines atualização das diretrizes de RCP e ACE, 2015. Disponível em:https://eccguidelines.heart.org/wp- content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf. Acesso em: 20 fev. 2019. AMERICAN HEART ASSOCIATION. Atualizações Focadas em Recomendações de 2018 da American Heart Association para RCP e ACE: Suporte Avançado de Vida Cardiovascular e Suporte Avançado de Vida em Pediatria, 2018. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2018/10/2018-Focused- Updates_Highlights_PTBR.pdf. Acesso em: 20 fev. 2019. BRAGA, M. D. X.; RIBEIRO, F. M. S.; ROQUE, S. M. 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